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segunda-feira, 14 de janeiro de 2019

O CRISTÃO E O OCULTISMOS


                                                    O CRISTÃO E O OCULTISMOS
No passado, civilizações inteiras consideravam a terra como um lugar mágico, cheio de espíritos e repleto de milagres dos deuses. Gradualmente, o mundo mudou. A Ciência e a racionalização começaram a dar explicações naturais para processos que costumavam ser considerados como sobrenaturais.
O mundo moderno está pensando novamente no sobrenatural. Os programas de TV, baseados em mistérios não resolvidos investigam se as reivindicações quanto a anjos, percepção extra-sensorial (ESP) e conversas com o “outro lado” são verdadeiras. Todavia, como o editor de pesquisas de  RBC, Dennis Fisher mostra nas páginas a seguir que existem questões mais sérias a respeito da magia e do sobrenatural do que simplesmente perguntar: “Será que é verdade?” Estas questões devem ser consideradas – para o nosso próprio bem-estar e por amor àqueles aos quais amamos.

Cresce a fascinação pelo sobrenatural

Em 1965, “Você Acredita Em Magias?” era uma canção bastante conhecida. Naquela época muitos consideravam a “magia” apenas um pouco mais do que o romantismo de uma canção de amor ou truques de mágicos que faziam desaparecer moedas, ou tiravam coelhos da cartola.
Mas hoje, o assunto da magia tem associações muito mais abrangentes mágicos. A série Harry Potter cativou milhões de jovens e idosos com a história de uma criança adotiva não desejada, que descreve que tem poderes mágicos. A trilogia O Senhor dos Anéis foi um sucesso de bilheteria e renovou o interesse pelo mundo mágico da Terra-Média.
No nosso mundo moderno a reação do público à palavra magia é tão variada quanto as suas diversas formas de expressão. Alguns ainda acham que magia significa o mundo dos ilusionistas ou o mundo imaginário da fantasia. Entretanto, um número crescente de pessoas estão dispostas a pagar por alguns momentos com alguém que se diz capaz de predizer o futuro ou falar com os mortos. Uma visita a uma livraria nos mostra, pelos títulos dos livros expostos, o crescente interesse nas práticas ocultas, bruxaria e feitiçaria. Alguns estão seriamente interessados em conseguir poderes sobrenaturais.
Esta onda de interesse é compreensível. O mundo da magia desperta o nosso fascínio pelo conhecimento e poder sobrenatural. Este fascínio segue paralelamente a um desejo religioso por algo mais do que o mundo visível que experimentamos diariamente. Muitos estão tentado encontrar desesperadamente uma forma de controlar o seu mundo.
Todavia, o interesse crescente pela magia também suscita questões para aqueles de nós que não querem ser enganados, nem estar mal-informados sobre o que se tornou uma parte tão importante da nossa cultura. Se somos seguidores de Cristo, como podemos discernir se o interesse pelo sobrenatural é inocente ou perigoso?
Para falar sobre tais preocupações, vamos responder a quatro perguntas importantes: (1) Qual é o ponto de vista popular sobre a magia? (2) O que a Bíblia diz a respeito da magia? (3) Por que é perigoso fazer experiências com a magia? (4) Qual é a diferença entre o verdadeiro e o falso mundo sobrenatural?

Qual é o ponto de vista popular sobre a magia?

Cada pessoa tem uma maneira de enxergar o mundo. Concordemos ou não, todos nós olhamos para as experiências da vida através de uma janela com certas suposições sobre o que é verdadeiro ou real. A nossa visão do mundo irá definir o que cremos a respeito da magia. Por isso vamos começar olhando para três opiniões populares sobre a magia.

O ponto de vista oculto: Fazendo experiências coma magia

Crendo que os poderes espirituais invisíveis podem ser controlados. Um número crescente de pessoas que crê na magia vê o mundo material como sendo algo mais do que apenas matéria e energia. Elas creem que ele também é formado de poderes sobrenaturais que são pessoais e impessoais. Ao aprenderem a usar fórmulas secretas, feitiços ou encantamentos que foram transmitidos de geração a geração, elas creem que podem ter contato com estas forças invisíveis. Estas pessoas estão convencidas que o sobrenatural pode tornar-se um aliado, dando-lhes um conhecimento extraordinário e capacitando-as a exercer um poder incomum sobre eventos e objetos, para o seu próprio benefício.

Comunicando-se com e controlando a Paranormalidade.

Um médium diz que é um canal de comunicação entre o mundo terreno e o mundo dos espíritos.
Num show popular da TV um outro, reivindicando ter poderes sobrenaturais, afirma ser capaz de estabelecer um diálogo entre os espectadores e seus parentes já falecidos. Às vezes, o médium faz uso de comentários emocionalmente manipuladores, como: “Seu parente esta rindo sobre o que você acabou de dizer” ou “Ele está me dizendo que está feliz e que você não deve se preocupar”. Todavia, em outras ocasiões, os participantes ficam atônitos quando o médium parece saber de fatos específicos que somente eles e os que morreram tinham conhecimento.
Existem muitas perguntas sobre como um médium consegue as informações e até que ponto os próprios enlutados estão contribuindo para os resultados por causa de suas próprias necessidades emocionais. Entretanto, parece que algumas vezes o médium adquire informações do “outro lado”.
O anseio por entrar em contato com entes queridos já falecidos, não é a única razão que leva algumas pessoas a fazer experiências com as práticas ocultas. Segundo o autor e pesquisador Ron Enroth, a visão ocultista da realidade inclui muitas vezes “a promessa da divindade”. As pessoas que se aprofundam em pesquisas na literatura ocultista, têm forte inclinação de se tornarem adeptas do panteísmo – a ideia de que tudo é Deus. Portanto, de acordo com esta cosmovisão, “todos e tudo no mundo material faz parte da divindade”.
Aqueles que estão tentando ampliar a sua consciência por meio da bruxaria e da feitiçaria, chegam a crer que a humanidade é basicamente boa. Eles veem o mal somente como uma imperfeição ou ilusão – e assim concluem que a raiz do dilema humano é a ignorância – e não o pecado. Na visão do ocultismo, os indivíduos esclarecidos estão acima das distinções morais e por isso não há necessidade para a redenção e o perdão (“O Oculto”, Dicionário Evangélico de Teologia, pág. 787).
Para resumir, a visão ocultista é defendida por praticantes que fazem experiências com a magia e se colocam no nível dos deuses, julgando que podem acessar e manipular com segurança os poderes sobrenaturais, para proveito e vantagem pessoais.
Todavia, é importante manter em mente que a crença no sobrenatural não está limitada àqueles que tem uma visão ocultista do mundo. Existe uma outra visão apoiada por pessoas que procuram aplicar os controles da ciência às reivindicações do sobrenatural. São chamadas de parapsicólogos.

O Ponto de vista parapsicológico: a investigação da magia

Buscando comprovar os poderes imateriais da mente. Pelo fato dos parapsicólogos terem se comprometido a estudar o paranormal de forma objetiva, eles se encontram numa situação delicada. Por um lado, eles querem seguir o método científico ao analisar um fenômeno. Mas, por outro lado, eles não creem que a matéria e energia são as únicas realidades. O simples fato de que estão fazendo experiências mostra que estão comprometidas em documentar “algo mais além”.
A parapsicologia, que pode de maneira bem simples ser defendida como o estudo dos fenômenos psíquicos, lida com fenômenos tais como a telepatia ou a provisão do futuro, que não estão baseados nos nossos cinco sentidos. Ela também estuda as experiências nas quais os objetos são movimentados se a intervenção de um poder natural. Estas experiências são popularmente aplicadas como o domínio da mente sobre a matéria. (Parapsychology – A century Of Inquiry, pág. 13).
Entretanto, o limite entre a parapsicologia e o ocultismo nem sempre está claro. Aqueles que querem obter o respeito acadêmico da comunidade científica, tentam ser seletivos no que estudam e meticulosos em registrar suas descobertas. Todavia nem todos nesta área têm a mesma atitude. De fato, alguns abrem amplamente a porta para estudos ocultistas de toda sorte.
Como o Dr. Rogo escreve no seu livro Parapsicologia – Um Século de Investigação:
Um problema que temos de enfrentar com esta onda atual de interesse pela parapsicologia, é a confusão entre parapsicologia e ocultismo… A Parapsicologia tem pouco a ver com os sistemas ocultistas pois ela é, acima de tudo, uma ciência experimental, isto é, os seus fatos e teorias estão baseados em estudos empíricos, experimentos ou observações. Todavia, não podemos negar a possibilidade de que alguns elementos periféricos da  Percepção Extra-Sensorial (PES) não sejam um fator ocasional nas… pseudociências (ocultistas) (pág. 14-15).
Lembrando que a parapsicologia abrange desde experiências cuidadosamente controladas até estudos não científicos sobre ocultismo, vamos agora voltar nossa atenção para os métodos com quais a parapsicologia trabalha.
Investigando a paranormalidade. Durante  o Iluminismo, um bom número de cientistas começou a focalizar a  sua atenção nos poderes invisíveis do fenômeno paranormal. Um médico de Viena, Chamado Frans Aton Mesmer (1734-1815) usou a hipnose para formular uma explanação científica da Percepção Extra-sensorial. Mais tarde, E. Dawson Rogers e oito membros da Sociedade Real Britânica em 1882 a Sociedade para Pesquisas Psíquicas (SPR). O SPR nas suas pesquisas usou depoimentos e casos de estudo para examinar várias experiências psíquicas: “Pessoas dotadas” foram testadas na sua capacidade de predizer qual a próxima carta, de um baralho especial, que seria mostrada, ou qual o número do dado que iria cair voltado para cima. Nos anos de 1920, a parapsicologia introduziu métodos de experimentação que persistem até hoje. J. B. Rhise criou um método sistemático para estudar o “psi-fenômeno” latente em todas as pessoas – e não apenas nas “dotadas”. Rhine fundou o jornal da Parapsicologia e a Associação Parapsicológica e ajudou a cunhar o termo Percepção Extra-Sensorial (PES).
A parapsicologia começou com o estudo de pessoas “dotadas” que conseguiam predizer o futuro e ter conhecimento de informações específicas, sem a ajuda dos cinco sentidos. Mas com a evolução desses estudos, alguns começaram a considerar também a magia e as práticas ocultas. O que acabaram investigando parece ser um índice de um livro sobre o ocultismo: telepatia, clarividência, telecines, vida pós-morte, assombração, fantasmas, poltergeist, mediunicidade, experiências fora do corpo e reencarnação (Willian Braud, Recursos Para Pesquisa Parapsicológica). Como resultado destes elementos excêntricos e marginais que entraram no campo de pesquisa, os parapsicólogos tiveram problemas em serem aceitos pela comunidade acadêmica.
Um filme dos anos 80, Os Caça Fantasmas, ilustra este ponto. O ator Bill Murray, faz o papel de um professor de Parapsicologia que finge ser um especialista no estudo do paranormal. Na cena de abertura, Murray está realizando uma experiência de Percepção Extra-Sensorial, mas parece estar mais interessado numa estudante loira e bonita do que na pesquisa. Uma colega entra empolgada entra pela porta, dizendo: “Há 1:40 da manhã na seção principal da Livraria de Nova Iorque, na 5ª Avenida, 10 pessoas viram a aparição de uma vapor com o formato de um torso humano, flutuando livremente no espaço. Ele, com um sopro, derrubou livros de estantes a uma distância de 6 metros e assustou diversos funcionários da livraria!”
O encontro de Murray e o seu colega com o “fantasma da livraria” são um fiasco total. Quando voltam ao seu escritório na Universidade, o administrador lhes informa que as suas bolsas para as pesquisas psíquicas haviam sido canceladas. “As suas teorias são o pior tipo de bobagem popular, seus métodos são medíocres e suas conclusões são altamente questionáveis. Vocês são uns pobres cientistas!”
Apesar do humor desta cena, ela ilustra a tensão que existe entre as “Ciências Exatas” como a Física, Química e Biologia e as “Ciências Humanas” como a Parapsicologia. Os parapsicólogos investigam Fenômenos paranormais, mas que são negados pela maioria dos cientistas.

O ponto de vista científico: Negando a magia

As leis da Física são uma realidade. Caral Sagan exerceu uma profunda influência como apologista da ciência “pura” – um compromisso com as leis da física e com os métodos científicos, sem tentar mesclar a busca da verdade com elementos religiosos ou espirituais.
Sagan não discordou das crenças espirituais que refletiam a busca humana pelo transcendental e o eterno. Mas descartou completamente a crença de que qualquer teoria religiosa tivesse algum mérito de verdade no mundo objetivo.
Tragicamente, Cral Sagan contraiu uma doença de medula chamada de mielodisplasia. E apesar de diversas quimioterapias e vários tratamentos, a sua doença se tornou terminal. Durante esse tempo de declínio da saúde, ele foi entrevistado na televisão. Diante da possibilidade de enfrentar a morte num futuro próximo, o entrevistador lhe perguntou se essa possiblidade fez com que ele, o grande cientista que sempre negara a vida depois da morte, tivesse mudado de ideia.
Sagan respondeu que ele continuava com o seu inabalável ateísmo. Mas então, de forma surpreendente, ele relatou uma experiência paranormal que acabara de ter. Sagan comentou: “Eu ouvi a minha mãe falecida me chamar- mas isto foi apenas uma alucinação auditiva”.
Isto mostra o poder da cosmovisão de uma pessoa. A voz que ele ouviu pode muito bem ter sido apenas o produto de um cérebro num estado doentio, criando uma conexão com a lembrança de sua mãe. Mas, observe bem, mesmo que Sagan tivesse recebido dados através de um dos seus cinco sentidos, ele recusou a aceitá-los porque as suas pressuposições naturalistas não encontravam nenhuma explicação para os mesmos, a não ser os considerando como sendo uma perturbação mental. Para ele, tudo o que existia era a Ciência, e nada mais.
Como Sagan, outros afirmam a cosmovisão científica com o mesmo dogmatismo. Mas o que são exatamente estas cosmovisões científicas e porque são defendidas com tanta paixão?
Existem diversas razões pelas quais os cientistas adotam o enfoque da “física pura” e negam que tudo o que é sobrenatural. A ciência é vista como grande catalisador que trouxe uma sociedade primitiva e desinformada, cheia de superstições, para a luz da razão e do conhecimento. Por outro lado, a hostilidade que persistiu por séculos entre as diversas crenças religiosas deixou um gosto amargo na boca de muitos cientistas. Se uma teoria pode ser provada pelo método científico, então existe um consenso na comunidade científica. Mas isso não é possível no âmbito das crenças religiosas, pois muitas das suas doutrinas estão fora do alcance da ciência e não podem ser provadas nem negadas por ela. E como os crescentes avanços da ciência trouxeram benefícios para a humanidade nas áreas da saúde, da produção de alimentos, e em muitas outras, uma provável pergunta que os cientistas fariam, é a seguinte: “Por que discutir religião, já que é impossível prová-la?” (veja Universo ao Lado por James Sire; e Cérebro de Broca por Carl Sagan).
Negando os fenômenos paranormais. O que acontece quando a magia e o sobrenatural cruzam o caminho de um cientista?
Uma mulher, que dizia estar sendo perseguida por uma entidade espiritual maligna, entrou em contato com um parapsicólogo da UCCLA (Universidade de Los Angeles). Ela disse que esta entidade a molestava e estava tomando a sua vida miserável. Quando a equipe de pesquisas psíquicas chegou, veio equipada com vários instrumentos para gravar o fenômeno. Conforme o seu relato, depois da equipe estar por algum tempo na casa da mulher, a “entidade espiritual” se manifestou na sala onde estavam.
Os parapsicólogos disseram que foram testemunhas de uma aparição de corpo inteiro. Eles viram uma cabeça e depois ombros. Por fim, uma luz branca esverdeada tomou a forma de uma figura humana. Câmeras fotografavam estas imagens paranormais que apareciam diante dos cientistas estupefatos.
O filme que capturava a aparição foi revelado com sucesso. Empolgado, o parapsicólogo mostrou a “prova” a um colega da área das “Ciências Exatas”. O cientista respondeu: “Deve haver algo errado com a sua câmara ou o filme. Estas fotografias não podem ser o que você está me dizendo”.
O parapsicólogo ficou decepcionado. “Eu esperei toda a minha vida para conseguir uma prova da paranormalidade. E quando finalmente consegui, meus amigos acadêmicos não a aceitam”. O cientista rejeitou a evidência porque não encontrou uma categoria em que pudesse classificá-la.
Uma coisa é clara: as suposições de uma pessoa acerca do que é real determinam como ela aborda toda a questão da magia. A resposta à pergunta: “Você acredita em sobrenatural?” depende da cosmovisão da pessoa. Os ocultistas fazem experiências com a magia, os parapsicólogos e os cientistas negam.

O que a Bíblia diz a respeito do sobrenatural?

Com o reavivamento do neopaganismo e da magia, diante da busca intensa do paranormal pelos parapsicólogos e diante da rejeição dos cientistas de qualquer evidência do sobrenatural, é importante que compreendamos o que a Bíblia diz a respeito da magia.

Mundos inter-relacionados tornam possível a magia

À primeira vista, poderíamos presumir que a Bíblia fala somente sobre Deus, anjos e seres humanos. Mas tanto o Velho como o Novo Testamento também falam de um mundo sobrenatural, onde espíritos bons e maus travam uma batalha espiritual. Na realidade, a Bíblia ensina que essa luta é tão real quanto o nosso próprio mundo visível. O apóstolo Paulo escreveu:
Pois a nossa luta não é contra seres humanos, mas contra os poderes e autoridades, contra os dominadores deste mundo de trevas, contra as forças espirituais do mal na regiões celestiais (Efésios 6.12).
A firmação de Paulo expressa o ponto de vista bíblico sobre o mundo – que os inimigos de Deus não estão limitados aos seres humanos (carne e sangue). O quadro mais amplo inclui uma vasta hoste de seres espirituais malignos que estão organizados numa hierarquia sob o controle de Satanás. Eles governam sobre o mundo invisível, ocultos sob um véu de escuridão. Estes seres espirituais, que anteriormente foram anjos bons, escolheram se rebelar contra Deus e se aliar com o mau, tornando-se demônios ou “forças espirituais do mal nas regiões celestiais” (Efésios 6.12).
Do Gênesis ao Apocalipse, a Bíblia apresenta uma cosmovisão onde as dimensões espirituais interagem com o nosso mundo visível de espaço e tempo. Existem anjos bons que cumprem as ordens de Deus e demônios que seguem a direção do diabo.
Se existe uma hoste de seres espirituais que interagem com o nosso mundo, por que não conseguimos vê-los? A resposta é que Deus encobriu graciosamente a sua atividade dos nossos olhos. O Deus da Bíblia pede que vivamos dentro dos limites físicos que Ele determinou para nós, enquanto confiamos que Ele supervisionará tudo no mundo visível e invisível. Esta cortina nos guarda de ficarmos desorientados pelas atividades espirituais daquele mundo paralelo.
Todavia, houve ocasiões na história bíblica nas quais esta cortina foi aberta. Um exemplo disto foi quando o profeta Eliseu e seu servo ficaram rodeados pelo poderoso exército da Síria. Qualquer esperança de escapar parecia impossível. O que dois homens poderiam fazer contra todos aqueles carros de guerra, lanças e armaduras?
O servo do homem de Deus levantou-se pela manhã bem cedo e viu que a tropa síria com cavalos e carros de guerra havia cercado a cidade. Então ele exclamou: “Ah, meu Senhor! O que faremos?” O profeta respondeu: “Não tenha medo. Aqueles que estão conosco são mais numerosos do que eles”. E Eliseu orou: “Senhor, abre os olhos dele para que veja”. Então o Senhor abriu os olhos do rapaz e ele viu as colinas cheias de cavalos e carros de fogo ao redor de Eliseu (2 Reis 6.15-17).
Deus abriu a cortina para mostrar a Eliseu e seu servo o exército angelical que estava a postos e prontos a batalhar contra os sírios.

Atividades ocultas podem entrar em contato com o mundo espiritual

Conforme a Bíblia, existe um perigo real nas experiências com ocultismo. Enquanto Deus colocou um escudo de proteção a fim de evitar que tenhamos um contato direto com os demônios no mundo espiritual, o ocultismo tenta traspassar esse escudo e abrir uma porta para interagir com os seres espirituais. Vejamos como isto funciona.
A magia dá acesso ao mundo dos espíritos por meio da feitiçaria. A magia usa amuletos e palavras mágicas que se acredita terem poder sobrenatural sobre as forças naturais. Mas segundo a Bíblia, o poder não está nas palavras que são faladas ou nos rituais que são prescritos. O poder vem dos demônios que, quando convidados, podem prover uma assistência sobrenatural (1 Samuel 28.5-20; 32 Reis 23.24).
Há alguns anos eu conheci um estudante universitário que, antes de confiar em Cristo, estava envolvido no mundo do ocultismo. Ele me contou que certa vez fez experiências com palavras mágicas, amaldiçoando alguém que odiava. Ele ficou chocado quando o seu inimigo teve um acidente no qual ficou mutilado, e creu que algo terrivelmente sinistro havia agido por meio da sua “experiência”. Mais tarde, ele afirmou que foi perseguido por uma entidade espiritual. Este incidente fez com que ele se afastasse das práticas ocultas e se voltasse para Cristo.
Pode uma maldição proferida num ritual de magia realmente causar algum mal? Ou tudo é simples coincidência? Você não conseguirá convencer este estudante que a sua “experiência” com magia foi uma mera coincidência.
Desde os tempos remotos a magia envolveu uma combinação de truques e poderes demoníacos. Quando Moisés e Arão estiveram na presença de Faraó e pediram que ele deixasse o povo de Israel sair do Egito, o seu pedido resultou numa competição sobrenatural.
Como evidência de que estavam falando em nome do único Deus verdadeiro, Arão lançou a sua vara diante de Faraó e esta se transformou numa serpente. O que aconteceu em seguida nos dá uma ideia do uso da magia na antiguidade. Segundo Moisés, lemos:
O faraó, porém, mandou chamar os sábios e feiticeiros; e também os magos do Egito fizeram a mesma coisa por meio das suas ciências ocultas. Cada um deles jogou no chão uma vara, e estas se transformaram em serpentes. Mas a vara de Arão engoliu as varas deles. Contudo, o coração de faraó se endureceu e ele não quis dar ouvidos a Moisés e a Arão, como o Senhor tinha dito” (Êxodo 7.11-14).
Este texto deixa claro que os magos egípcios tinham acesso ao sobrenatural. Mas seu poder não vinha de Deus (Êxodo 7.22; 8.7, 18-19; 9.11).
O magos da corte de faraó usaram uma arte antiga. Feitiços e encantamentos por meio de palavras mágicas são práticas religiosas desde a antiguidade. Têm sido usadas desde os tempos pré-históricos e ainda hoje são usadas na nossa presente era. Na maioria das vezes, tais práticas nada mais são do que meras superstições – crenças e práticas advindas da ignorância ou medo do desconhecido. Mas em outros casos, como mostra o registro bíblico, elas podem ocasionar uma interação entre o nosso mundo e o mundo dos espíritos.
Como estas magias são usadas para substituir a fé no único Deus verdadeiro, a Bíblia condena tais práticas. Conforme Moisés, nos é dito:
Não permitam que se ache alguém entre vocês que queime em sacrifício o seu filho ou sua filha; que pratique adivinhação, ou se dedique à magia, ou faça presságios, ou pratique feitiçaria ou faça encantamentos; que seja médium, consulte os espíritos ou consulte os mortos. O Senhor têm repugnância por quem pratica essas coisas (Deuteronômio 18.10-12).
A feitiçaria entra em contato com o mundo dos espíritos por meio de drogas. A Bíblia usa vários termos para se referir às artes ocultas. “Feitiçaria” é uma palavra que tem a sua própria conotação. A palavra grega do Novo Testamento traduzida como “feitiçaria” é o termo pharmakeia, da qual deriva a palavra farmácia.
A conexão da feitiçaria com o uso de drogas é óbvia. No mundo antigo as religiões místicas à vezes usavam certas drogas para criar um estado de alteração da mente, o que resultava em experiências religiosas de êxtase.
Existe um paralelo entre a feitiçaria e as experiências com drogas alucinógenas na década de 60, que fez surgir um grande interesse nas religiões orientais e no ocultismo. Um cientista que fazia pesquisas naquela época na Universidade de Stanford nos EUA, conta como ele participou de uma experiência científica com LSD. Em pouco tempo, ele ouviu vozes dizendo para olhar diretamente para o sol ao meio-dia, com isso prejudicando a sua visão. Mais tarde, ele chegou a convicção que as drogas tinham sido o portão de entrada para o mundo demoníaco. Ele nunca mais participou desse tipo de experiências “científicas”.
A Bíblia retrata Deus como a própria verdade e que deseja que todos os seres humanos o busquem e o encontrem. Por isso não é de surpreender que tanto o Velho como o Novo Testamento condenam o uso de drogas para abrir a porta para a espiritualidade alternativa (Deuteronômio 18.10-14; Atos 17.27; 19.19; Gálatas 5.19-20).
No primeiro século existiam feiticeiros profissionais. Uma destas pessoas foi Simão, o mago.
Um homem chamado Simão vinha praticando feitiçaria durante algum tempo na cidade de Samaria impressionando todo o povo. Ele se dizia muito importante (Atos 8.9).
Simão, o mago, usava aparentemente o ilusionismo e talvez certas drogas para alterar a percepção das pessoas e atraí-las a ele. O seu objetivo provavelmente foi de conseguir seguidores, enganando e, possivelmente, drogando as pessoas que vinham a ele para buscar ajuda e poder espiritual.
Todavia, chegou o dia quando Simão, o pescador, a quem Jesus deu o nome de Pedro. Quando o mago percebeu que Pedro tinha o poder do Espírito Santo de Cristo, ele ficou intrigado. Segundo o registro do Novo Testamento lemos:
Vendo Simão que o Espírito era dado com a imposição das mãos dos apóstolos, ofereceu-lhes dinheiro e disse: “Dêem-me também este poder, para que a pessoa sobre quem eu puser as mãos receba o Espírito Santo”. Pedro respondeu: “Pereça com você o seu dinheiro! Você pensa que pode comprar o dom de Deus com dinheiro? Você não tem parte nem direito algum neste ministério, porque o seu coração não é reto diante de Deus. Arrependa-se dessa maldade e ore ao Senhor. Talvez ele lhe perdoe tal pensamento do seu coração. (Atos 8.18-22).
O apóstolo Pedro viu que Simão, o mago, não queria entregar o seu coração a Cristo para receber o dom do Espírito Santo. Em vez disso Simão enxergou o Espírito Santo como uma espécie de poder mágico que ele desejava ter para seu uso pessoal. Aqui está a distinção entre a espiritualidade cristã e a do mundo oculto. A primeira se entrega a Deus para fazer o que ele deseja; a segunda, busca poder para controlar os outros. A condenação de Pedro é uma admoestação para todos que querem confundir o poder do ocultismo com o poder de Deus.
O apóstolo Paulo condenou a feitiçaria relacionando-a numa lista de obras da nossa natureza humana pecaminosa:
Ora, as obras da carne são manifestas: imoralidade sexual, impureza e libertinagem; idolatria e feitiçaria; ódio, discórdia, ciúmes, ira, egoísmo, dissensões, facções (Gálatas 5.19-20).
A nossa natureza pecaminosa é atraída pelo mundo espiritual caído e portanto, devemos renunciar ao mesmo.
A mediunidade entra em contato com o mundo dos espíritos através de espíritos familiares. Encantamentos, feitiçarias e drogas não são a única maneira pela qual os adeptos do ocultismo procuram ultrapassar o muro que nos separa do mundo dos espíritos. Os trabalhos dos médiuns são uma técnica antiga para se comunicar com os espíritos. Muitas vezes, é estabelecido um relacionamento especial entre o médium e um “espírito familiar” que trabalhou com ele ou ela, no passado.
Os sábios removem a mediunidade. A história do antigo povo de Israel é um ciclo de reavivamento, apostasia e julgamento, seguido por novo reavivamento. Embora os líderes nacionais tenham contribuído muitas vezes para o declínio espiritual de Israel, haviam exceções. Josias é um destes exemplos maravilhosos de uma monarca que, quando confrontado com a Palavra de Deus, tomou decisões firmes para cumpri-la. Depois de ler a Palavra para o povo, Josias pôs em andamento reformas importantes. Uma destas ações consistia em acabar com as atividades espíritas do médiuns.
Além disso, Josias eliminou os médiuns, os que consultavam espíritos, os ídolos da família, os outros ídolos e todas as outras coisas repugnantes que havia em Judá e em Jerusalém. Ele fez isto para cumprir as exigências da Lei escritas no livro que o sacerdote Hilquias havia descoberto no templo do Senhor (2 Reis 23.24).
Diz-se com muita sabedoria: “Quando a tolerância é a única virtude de uma sociedade, então todas as outras se vão”. É por isso que a Bíblia não é tolerante com as práticas ocultistas nas vidas daqueles que dizem ser o povo do único Deus verdadeiro. No antigo Israel, a remoção da influência do ocultismo foi tão essencial para a saúde da nação, como é essencial a remoção de um câncer para a saúde do corpo humano.
Os insensatos buscam a mediunidade. Infelizmente, nem todos os reis da história de Israel tiveram o mesmo discernimento de Josias. Um exemplo foi Saul, o primeiro homem a ser ungido Rei em Israel. Saul tinha a tendência de racionalizar e seguir seus próprios desejos – mesmo quando conflitavam com os princípios de Deus (1 Samuel 15.20-22). Como resultado, o Senhor de Israel o removeu do trono.
Quando Saul passou a não receber mais  a orientação de Deus por meio do profeta, buscou uma alternativa espiritual procurando uma médium conhecida como a Bruxa de En-Dor (1 Samuel 28.5-20).
Durante aquela sessão espírita aconteceu o inesperado. A médium parece que chamou dos mortos o recentemente falecido profeta Samuel. Os ocultistas algumas vezes apontam para este evento da Bíblia como uma evidência de que os médiuns podem realmente contatar os mortos. Mas nem tudo foi como parecia ser, nem mesmo para a feiticeira de En-Dor. A médium se assustou quando viu Samuel e deu a entender que a sessão não estava seguindo conforme o seu plano. É provável que Deus tenha permitido ou uma simulação ou uma verdadeira aparição de Samuel como uma outra advertência e julgamento sobre o rei impetuoso e teimoso.
Mais uma vez, o registro bíblico descreve o mundo físico do espaço e tempo interagindo com o mundo real dos espíritos. Deus sabiamente colocou um escudo de proteção sobre nossos olhos, para que nós não o vejamos. Mas o mundo dos espíritos pode ocasionalmente ser penetrado pela bruxaria, feitiços, uso de drogas ou pela intermediação de um médium. A motivação para agir assim é adquirir conhecimentos ocultos e poder sobre as circunstâncias de nossas vidas. Como a fonte por detrás destas atividades é demoníaca, o resultado pode ser a escravidão ao mundo espiritual de trevas e a alienação do único Deus verdadeiro.

Porque é perigoso fazer experiências com a magia?

Embora a Bíblia condene claramente a prática da magia, algumas pessoas tendem a cair no mesmo tipo de racionalização de Saul. Algumas provavelmente dirão: “O.k., temos algumas informações na Bíblia que condenam o ocultismo. Mas o que está errado em querer apenas fazer o bem com a magia? E se nos limitarmos à ‘magia branca’ e ficarmos longe da perigosa ‘magia negra’?

Isto pode levar a um envolvimento demoníaco

Buscando a orientação dos “espíritos guias”. Hoje, em muitas livrarias, os livros sobre ocultismo ocupam uma posição de destaque. Muitos livros prometem mostrar como você pode usar a imaginação para conseguir o que quer. Outros promovem o uso da “orientação dos espíritos” como um aliado na superação dos desafios da vida cotidiana. Alguns vão mais longe, promovendo experiências “fora do corpo” para penetrar no “outro mundo”.
No movimento da chamada saúde holística existe um número muito grande de profissionais ocultistas. Embora existam coisas provenientes em certas ideias da abordagem holística, alguns autores e defensores desses conceitos vão além da medicina alternativa. Os praticantes da saúde holística às vezes defendem técnicas de visualização que começam com uma atitude mental positiva e acabam entrando numa forma de espiritualidade alternativa. Certa vez conheci um quiromante que se tornou cristão por causa de uma má experiência que teve quando contatou um espírito-guia como parte de um tratamento de “saúde holística”. Durante a visualização, que fazia parte da técnica, ele ouviu a médium dizer: “Eu vejo uma mulher jovem muito bonita em um roupão brilhante”. Mas o quiromante viu algo radicalmente diferente. Ele disse: “Eu vi uma das criaturas mais horríveis e sinistras de toda minha vida”. Por causa desta experiência traumática, ele decidiu confiar em Cristo como seu Salvador e Senhor e nunca mais voltou a uma destas sessões.
Aqueles que procuram se conectar apenas com os “bons espíritos” precisam compreender que, por natureza, os inimigos espirituais de Deus são enganadores. O apóstolo Paulo escreveu: “O próprio Satanás se disfarça de anjo de luz” (2 Coríntios 11.14). Assim o que parece ser luz espiritual pode, na verdade, ser escuridão espiritual.
No nosso mundo material temos um grande número de formas para analisar o caráter das pessoas. Antes de empregar um novo funcionário, as firmas algumas vezes investigam os seus antecedentes, verificam as suas contas bancárias, solicitam referências e, em alguns casos, até pedem para fazer um teste com detector de mentiras. Mas não podemos fazer isto com espíritos. Eles existem num mundo que está além de tais análises.
Participando das sessões espíritas. Há muitos anos atrás, o autor Victor Ernest se encontrava numa encruzilhada espiritual. Ele havia crescido numa família espiritualista e havia participado regularmente de sessões espíritas. Em um destes encontros, ele ouviu sua mãe dizer ao médium que aquilo que estava ouvindo contradizia a Bíblia. Isto deixou Victor bastante curioso e ele adquiriu uma Bíblia. Ficou surpreso quando leu: “Amados, não creiam em qualquer espírito, mas examinem os espíritos para ver se eles procedem de Deus, porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo” (1 João 4.1).
Victor ainda não havia decidido tornar-se um seguidor de Cristo, mas tinha algumas perguntas a fazer na próxima sessão espírita da qual participou. Durante a conversa com o espírito, ele fez perguntas a respeito de Cristo. O espírito falou em tons positivos sobre Jesus até que Victor fez uma última pergunta: “Você acredita que Jesus morreu na cruz e derramou seu sangue para a remissão dos pecados?” A reação do médium foi tão dramática e confusa que precisou ser despertado do seu transe. Victor Ernest concluiu: “Eu nunca mais fui a uma sessão espírita. Eu havia ‘testado os espíritos’ e concluí que eles não eram de Deus” (I Talked With Spirits, de Victor Ernest, pág. 15-34).
Eu não estou recomendando que consultemos espíritos malignos para fazemos uma acareação. Mas nós precisamos estar constantemente questionando as opiniões e reivindicações espirituais. O contexto de 1 João 4 mostra que os espíritos realmente existem mas podem defender ideias enganosas, que precisam ser analisadas à luz das Escrituras. Seja o propagandista de uma religião que bata à porta de nossa casa, ou um amigo que nos convida para participarmos de algum tipo de atividade ocultista, precisamos ouvir com cuidado o que eles dizem sobre a pessoa e a obra de Cristo. Se as ideias deles sobre Cristo não estão de acordo com a descrição do Novo Testamento, então podemos estar certos de que essas ideias não provêm de Deus.
Jogos ocultistas. Um número cada vez maior de jogos utilizam ideias do mundo do ocultismo. Sejam jogos de computador ou cartas de tarot, esses passatempos introduzem crianças, jovens e adultos à teoria e terminologia do ocultismo.
O tabuleiro Ouija merece uma advertência especial. O nome ouija vem da palavra francesa oui e da palavra alemã ja – ambas significando sim. Várias letras e números com posições de “sim” e “não” estão assinaladas no tabuleiro plano. Duas pessoas colocam a ponta dos seus dedos num marcador e fazem perguntas ao tabuleiro. Para o divertimento dos jogadores, o tabuleiro parece ter uma mente própria. Às vezes algumas predições feitas se realizam. Em certos casos não há como explicar a precisão das informações que são dadas.
O que está acontecendo? Num certo nível, essas experiências podem ser explicadas. Alguns jogadores podem mover propositadamente o ponteiro para que ele mostre a previsão que desejam. Num outro nível, o jogo parece acessar a mente subconsciente dos jogadores. Mas, uma outra explicação é que, ao fazer uso desse jogo, algumas pessoas podem abrir inconscientemente uma porta perigosa para o mundo dos espíritos (The Ouija Board, de Edmund Gruss, pág. 3-30).
O Dr. Fred Dickson, um teólogo que escreveu sobre os demônios e o ocultismo, observa que o tabuleiro de Ouija têm as características de um instrumento de adivinhação. É possível que esse jogo “inocente” seja um meio de penetrar o escudo que nos protege do mundo dos espíritos e nos convida a interagir com ele. Existem grandes evidências de que algumas pessoas que começaram a se envolver com o tabuleiro ouija, para somente se divertir, acabaram entrando em contato com demônios.
Tentar contatar parentes mortos. Quem está sofrendo pela morte de um ente querido pode sentir-se impelido a entra em contato com o falecido por meio de um médium que diz ter a capacidade de conversar com os que passara para “o outro lado”. Alguns desses espiritualistas são charlatões que usam de truques e manipulação verbal para falsificar o sobrenatural. Outros, entretanto, dão mais evidência de estarem em contato com o mundo do além.
Há anos atrás, numa Universidade na Califórnia, eu conheci uma mulher jovem que acabara de ingressar num ministério cristão. Ela me contou que a sua jornada até a fé em Cristo começou como resultado do seu envolvimento no espiritismo. Ela disse: “Meu pai havia morrido e eu realmente sentia falta dele. Por isso procurei espiritualistas que pudessem me ajudar a entrar em contato com ele. Quando, pela primeira vez, eu vi uma materialização, achei aquilo espetacular! Mas, a partir daquele momento, eu não conseguia mais me desligar destas experiências. Os espíritos me procuravam à noite, e isso me assustava profundamente. Pouco tempo depois, eu entrei em contato com alguns cristãos, ouvi o Evangelho e recebi a Cristo como meu Salvador. Depois de algum tempo, o Senhor começou, lentamente, a fechar a porta para o mundo dos espíritos que eu havia aberto. Agora não recebo mais nenhuma visita indesejada daquele mundo “proibido”.

Pode levar a escravidão

As praias da Normandia ocupam um lugar sem igual na história. No dia 6 de junho de 1944, milhares de soldados da Força Expedicionária Aliada desembarcaram ali, como primeiro passo para libertação da Europa ocupada pelo Nazismo.
Hoje essas praias são um lugar aprazível onde, qualquer pessoa gostaria de sentar-se na areia e nadar no oceano. Mas há partes dessas praias que são proibidas. Por que? Porque lá ainda existem minas terrestres que não foram desativadas. Debaixo da areia bonita, banhada pelas águas azuis, estão enterradas armas mortíferas que podem mutilar e matar.
A nossa cultura contemporânea, de certas formas, é semelhante àquelas praias. Muitos livros, filmes, vídeos, DVDs e jogos são inofensivos. Mas há alguns que podem reduzir precauções e levar pessoas a terem contato, intencional ou não intencionalmente, com verdadeiras atividades ocultistas.
Por mais de 30 anos, Kurt Koch viajou pelo mundo estudando casos de pessoas que se emaranharam nas teias de atividades ocultistas.
Incluídos no índice de um dos seus livros sobre esses casos, estão a clarividência, adivinhação, fantasmas, magia, tabuleiro Ouija, parapsicologia e espiritismo. Com uma ampla documentação, Koch aponta para os resultados trágicos que resultam do envolvimento com o ocultismo.
Como mencionamos anteriormente, a magia branca não “é boa” (como proclamam os seus adeptos). Kurt Koch escreve: “Na literatura mundial sobre a magia, afirma-se que a magia negra é feita coma ajuda do diabo e que a magia branca com a ajuda de Deus”. Segundo Koch, essa definição é falsa. “A magia branca é tão dependente dos poderes de baixo quanto a magia negra… Os efeitos da magia branca são os mesmos da magia negra” (The Occult ABCs, de Kurt Koch, pág. 135).
Qual é o efeito negativo da magia branca? O que muitas vezes acontece é que a pessoa que se envolve com ocultismo desenvolve resistência à Palavra de Deus e à obra do Espírito Santo. Um exemplo disso são as “curas mediúnicas”. Uma das consequências do ser “curado” por um poder oculto é que a pessoa se coloca debaixo de uma escravidão espiritual. A cura nunca é outorgada sem um preço.
Mas existe esperança para aqueles que se voltam das práticas ocultas para a fé em Cristo. Kurt Koch apresenta diversos passos no processo de libertação:
  • Confie em Cristo para salvar você dos seus pecados (João 1.12; Efésios 2.8-9).
  • Renuncie o ocultismo e peça as orações de outros cristãos (1 Coríntios 10.14-22; Efésios 6.18.
  • Destrua todos os objetos relacionados com o ocultismo (Atos 19.11-19).
  • Afaste-se do contato com amigos que estejam envolvidos com ocultismo (2 Coríntios 6.14).
  • Aceite o perdão de Deus e declare-se livre do poder do ocultismo (Romanos 8.1; Colossenses 1.13).
  • Deixe-se encher com o Espírito Santo (Efésios 5.18; 1 João 1.9).
  • Use a sua armadura espiritual (Efésios 6.10-18).
  • Torne-se ativo(a) no ministério de uma igreja local (Atos 2.40-47).
(Adaptado de Occult Bondage And Deliverange, pág. 88-131).

Qual a diferença entre o verdadeiro e o falso mundo sobrenatural?

Diante de todas as sérias advertências contra as experiências com a magia verdadeira, o que diremos sobre a magia do faz-de-cobra? Não há lugar para a fantasia das crianças, que gostam de “fazer-de-conta”?

A validade do faz-de-conta

Contar histórias é uma forma antiga de alcançar jovens e velhos. Quando os contadores de história escrevem os seus contos, chamamos a isso de fantasia. A fantasia pode ser definida como “um trabalho literário baseado na imaginação e não necessariamente em fatos”. Histórias de ficção podem ter a forma de um drama clássico como Hamlet ou histórias para crianças, como As Fábulas de Escopo. São contos que não estão baseados em eventos reais, mas nos trazem lições sobre a natureza e os valores humanos. Entretanto, quando o tema do ocultismo é introduzido no mundo da fantasia, há perguntas legítimas que devem ser levantadas.

A magia de faz-de-conta pode ser perigos?

Quando um mágico consegue tirar um coelho de uma cartola ou moedas da orelha de alguém todo nós sabemos que é faz-de-conta. O que achamos divertido é a habilidade especial do mágico em nos iludir. Desde os primórdios as pessoas ficam fascinadas com a habilidade manual. embora saibamos que aquilo que vemos é faz-de-conta, ficamos cativados por esse tipo de “magia”. E nos perguntamos: “Como o mágico faz isso?”
De forma semelhante, quando a emoção do faz-de-conta chega até a literatura, traz consigo uma medida similar de encantamento. O Rei Artur é guiado por Merlin, o mágico. Doroti, caminha com o Espantalho, o Homem de Lata e o Leão Covarde pela estrada de tijolos amarelos para encontrar o Mágico de Oz. Peter Pan, com a ajuda do pó de um duende, é capaz de voar e vencer o Capitão Gancho.
Dessas histórias aprendemos cavalheirismo com o Rei Artur, qualidades positivas de caráter com Doroti e seus amigos, e bravura com Peter Pan. A magia é fictícia e é criada para transmitir um conselho moral. Mas, embota o Rei ArturO Mágico de Oz e Peter Pan sejam considerados fantasias infantis legítimas, nem toda a literatura com temas que envolvem magia é inofensiva.
Nos nossos dias, nada suscitou mais perguntas sobre mágicos e feiticeiros do que Harry Potter, o personagem imaginário de J. K. Rowling. Muitos declararam que a série Harry Potter é uma leitura maravilhosa e aplaudiram com entusiasmos a autora que conseguiu reacender o amor pela leitura em muitas de nossas crianças. Outros aconselham os pais a proibir seus filhos de ler os livros sobre Harry Potter ou ver qualquer dos seus filmes, porque acreditam que eles são inspirados no ocultismo. Em certos lugares dos EUA foram tomadas medidas legais para manter esses livros fora das salas de aula e fora das bibliotecas escolares.
O que está por trás dessa controvérsia? Entrevistas com a autora indicaram que ela consultou obras sobre ocultismo como referência para os seus livros sobre Harry Potter. Mas a autora afirma com persistência que não tinha a intenção de envolver os leitores no mundo da magia. A despeito disso muitos acham que seus temas são perturbadores e temem que seus livros possam induzir os jovens leitores a se interessarem por experiências ocultistas.
Até mesmo entre os cristãos comprometidos, existe uma divergência de opinião a favor ou contra as séries de Harry Potter. Existe alguma forma dos pais chegarem a informações convincentes sobre estas séries? Eu creio que parte da resposta podemos obter quando tentamos avaliar os motivos e a cosmovisão da autora.
Talvez fosse uma ajuda comprar os livros de Rowling com duas outras obras de fantasia infantil que usam temas mágicos. As Crônicas de Narnia, de C. S. Lewis, e a trilogia de O Senhor dos Anéis, de J. R. R. Tolkien nos permitem realizar um excelente teste da verdade para verificarmos a integridade dos autores e suas intenções no gênero da fantasia mágica.
As Crônicas de Narnia. O que distingue os livros infantis de C. S. Lewis é o uso do simbolismo cristão nos contos de fada. No primeiro livro da série, O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa, Narnia está sob o terrível encantamento da bruxa má (o diabo). Aslan (o Senhor Jesus Cristo), o governador legítimo de Narnia, quebra o encantamento ao dar sua vida por um menino mau educado, Edmundo (um traidor rebelde). A intenção de Lewis foi criar um contexto mítico, dentro do qual pudesse falar da verdadeira fé em Cristo.
Estas histórias, ricas de simbolismos cristãos, ocorrem num mundo de fantasia, claramente sem nenhuma conexão com o nosso mundo real. Lições de virtudes cristãs e temas que honram a Cristo são característicos dos enredos. As características do mal também são descritas e condenadas. Algumas crianças podem ficar assustadas com a bruxa e/ou com as cenas de batalha. Mas poucos pais cristãos levantaram objeções a estes livros.
O Senhor dos Anéis. A trilogia famosa de J.R.R. Tolkien ensina valores cristãos numa guerra entre o bem e o mal, num mundo mítico. Gollum, um hobbit que foi corrompido pelo “anel do poder”, nos dá percepções penetrantes sobre a psicologia do mal.
Tolkien foi um erudito de Oxford nas áreas de idiomas e literatura, e um perito no conto clássico Beowulf. Ele escolheu um mundo mítico para ensinar lições sobre a luta titânica entre o bem e o mal. A magia usada está limitada aos bruxos e a raça dos Elfos e não encoraja nenhuma experiência com a magia verdadeira do nosso mundo real. As ricas lições sobre as virtudes cristãs e o engano do pecado são uma fonte de instrução moral. Tantos nos livros como nos filmes, algumas crianças podem ficar alarmadas pelas criaturas que incutem medo mas o tema das histórias é redentor. Embora seja intelectualmente mais complexa do que As Crônicas de Narnia, a trilogia de Tolkien tornou-se amplamente aceita como uma fantasia legítima com valores cristãos para leitores, tanto jovens como idosos.
A Série Harry Potter. J. K. Rowling estudou a teoria e a prática do ocultismo para desenvolver uma fantasia, fantasia esta que tem paralelos com o mundo real da magia. Ao mesmo tempo, ela escreveu sobre personagens possíveis, em enredos convincentes, acompanhados de lições morais positivas para crianças. Mas, em contraste com as perspectivas cristãs de Lewis e Tolkien, a autora escreve a partir de uma cosmovisão mágica. Ela consultou a magia do mundo real para criar a maior parte da magia fictícia que colocou nos livros de Harry Potter. Nos livros que ela escreveu até agora, ela não coloca no texto nenhum encantamento verdadeiro, apenas faz um uso criativo da fantasia. Ela afirma que sua única intenção é despertar nas crianças o gosto pela leitura. E nisso, ela teve sucesso, muito além do que poderia imaginar.
Está claro que as histórias de Rowling ensinam valores positivos às crianças, tais como proteger os mais fracos, posicionar-se contra o mal, e a inteligência das crianças para resolver problemas. Mas como Rowling baseou a sua ficção em pesquisas realizadas no ocultismo, é necessário dar um aviso de cautela. O paralelo com a magia do mundo é tão grande que as suas obras podem diminuir a resistência do leitor para com as experiências do ocultismo. O perigo, portanto, não está nos livros em si, mas na possibilidade dos jovens serem induzidos a enxergar qualquer magia como nada mais que um entretenimento inofensivo.
Apesar de valorizarmos a liberdade de expressão e a licença criativa na literatura, precisamos tomar cuidado com livros e filmes que apresentam aos leitores encantamentos verdadeiros e fórmulas de magia do mundo real. Quando os encantamentos que são usados pelos praticantes do ocultismo são incluídos nos enredos, roteiros e na evolução das personagens, essa literatura passou dos limites da mera imaginação. Ter acesso ao palavreado e aos rituais usados pelos ocultistas leva a um nível perigoso de informação e pode encorajar certos leitores a se envolverem diretamente com o poder do oculto.
Mas como podemos estar seguros de que Harry Potter não contém feitiços verdadeiros? Em um livro sobre Harry Potter e a Bíblia, o erudito cristão Richard Abanes escreve:
Embora as histórias possam não conter encantamentos verdadeiros, elas ilustram a importância dos feitiços para os ocultistas e a importância que as palavras têm no lançamento desses feitiços… É óbvio que as palavras sem nexo usadas nos livros de Potter (Alomohora! Expeliamus!)… não são verdadeiros encantamentos. Cada um desses feitiços nada mais é do que um balbuciar incompreensível, latinizado de forma humorística por Rowling, a fim de transmitir um sentido de misticidade.
Entretanto, se não existe verdadeira feitiçaria na série de Harry Potter, por que todo este alvoroço? Conforme algumas pessoas, a popularidade de Rowling está derrubando uma resistência sadia ao ocultismo e fazendo com que a feitiçaria seja tida como divertimento. É neste ponto que os pais preocupados têm o direito e a responsabilidade de tomar uma decisão sobre a conveniência ou não de seus filhos lerem Harry Potter. Em certos casos, seria melhor que uma criança que ainda não tem espírito de discernimento, não lesse tais livros nem assistisse aos filmes. O que pode ser seguro para alguns, pode ser um perigo para outros. Sabedoria e discernimento devem governar a vida de um seguidor de Cristo.
Para aqueles pais que acreditam que há mérito em permitir que seus filhos leiam a série de Harry Potter, convém uma palavra de advertência. Assegure-se de que os seus filhos não leiam a séria sem avaliar o que estão lendo. Procure oportunidades para falar com eles sobre os valores positivos ilustrados nos livros e saliente que a magia descrita na história jamais os deverá levar a fazer experiências com práticas ocultas no mundo real. Dessa forma, a criança pode aprender a ler com discernimento e não ser tentada a interessar-se pelo ocultismo.

Quem tem o poder?

É importante para nós mantermos o mundo da magia na perspectiva correta. O desejo de termos conhecimento e poder sobre as nossas circunstâncias é compreensível. Mas se, por meio de experiências ocultas, incluirmos a ajuda de Satanás ou de seus demônios, estaremos nos expondo ao auto engano e ao perigo.
O Novo Testamento nos assegura que o poder de Cristo é muito maior do que qualquer tipo de poder que possamos obter por meio da feitiçaria e da magia (Atos 19.15-19). Além disso, o ocultismo conduz à escuridão espiritual, nos afasta do conhecimento e da confiança naquele que morreu por nós para nos levar a Deus. Somente ele pode nos livrar do tormento de nossa culpa e substituir o nosso medo por uma atitude de “poder, amor e equilíbrio” (2 Timóteo 1.7).
Apóstolo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciências da Religião Dr. Edson Cavalcante

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