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quarta-feira, 9 de janeiro de 2019

IGREJA PERSEGUIDA NO BRASIL E NO MUNDO


                                     IGREJA PERSEGUIDA NO BRASIL E NO MUNDO
Texto básico: 2 Timóteo 3.12
Introdução
Paulo disse que há somente um corpo, um só Espírito, uma só esperança, um só Senhor, uma só fé, um só batismo e um único Deus (Ef 4.4-6), ou seja, há apenas uma igreja. Ela não tem paredes, hierarquias, nem qualquer patrimônio físico, e sua unidade se sustenta na unidade de Deus; por isso, a igreja é um organismo divino vivo no meio do mundo.
É fato, então, que a igreja tem de estar no mundo, ainda que não deva se contaminar com o mesmo; porém, esta permanência tem acarretado à igreja a realidade de “Igreja Perseguida”. É claro que pode haver graus de perseguição, mas em todos os lugares onde a igreja se estabelecer ela terá que enfrentar a perseguição do mundo, pois a verdade da Escritura é imutável, de modo que 2 Timóteo 3.12 expressa uma realidade bem presente: “Ora, todos quantos querem viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos”.

I. O crescimento do fundamentalismo

Os tempos atuais pretendem fazer da tolerância sua marca fundamental; porém, o extremismo está mais forte que antes. Não se passa um dia sem que vejamos imagens na TV de extremistas islâmicos agitando armas e gritando palavras de ordem contra seus inimigos do Ocidente. O terrorismo é a grande fobia mundial e faz com que posições extremas sejam adotadas em todos os lugares do mundo. Mas esta é apenas uma demonstração de que o mundo pós-moderno pode se manifestar de modos bastante extremistas.
Não somente os islâmicos, mas outros extremistas também estão crescendo, como por exemplo os pentecostais radicais no Brasil, confucionistas neotradicionais na Coréia, budistas radicais no Japão e muçulmanos xiitas no Oriente Médio. Estes reagem à altura do pensamento pós-moderno. As pessoas nem sempre param para pensar que o extremismo pode ser uma conseqüência do próprio relativismo. O fundamentalismo extremista floresce em períodos de desintegração social e comunitária, pois em tempos de confusão e desintegração, para se sentirem mais seguras, as pessoas preferem se apegar aos conceitos tradicionais, ainda que muitas vezes façam isso de forma extrema e impensada, e, não menos freqüentemente, deturpam esses próprios conceitos.
O Islamismo é a religião com tendências mais extremistas da atualidade. Embora nem todo muçulmano esteja disposto a se tornar um homem-bomba, a religião islâmica, em sua essência, se reconhece como única verdade e entende que todas as outras religiões devem desaparecer. Recentemente, o mundo pôde ver um pouco dessa intolerância, quando o papa Bento XVI, numa palestra, fez a citação de um texto antigo que dizia que o Islã é uma religião da espada. O mundo islâmico se revoltou contra isso e ameaças de todo tipo foram feitas contra o papa, numa contraditória tentativa de dizer que ele estava errado.

II. Perseguição comunista e muçulmana

Cristãos que não sofrem perseguição física e violenta freqüentemente se esquecem de seus irmãos que estão sofrendo por causa de sua fé em Cristo. Há um movimento de intensa perseguição a cristãos em vários países do mundo. Na lista dos dez países em que mais há perseguição aos cristãos, seis são muçulmanos, três são comunistas e um é budista (Fonte: Missão Portas Abertas).
Os países comunistas são a Coréia do Norte, o Vietnã e Laos. Nestes a força do comunismo ateu vê o Cristianismo como uma ameaça ao sistema. Outros países que perseguem os cristãos são muçulmanos, quase todos localizados dentro de uma faixa de países do norte da África ao sul da Ásia.
Nos países muçulmanos, a lei islâmica proíbe a conversão de um muçulmano para outra religião. Os casos de maus tratos são bastante numerosos; pois, nesses países, pela lei, um muçulmano que se converte ao Cristianismo é passível de pena de morte, e, quando isto não acontece, há aprisionamentos, torturas e pesadas multas.
Na Eritréia, por exemplo, 15 cristãos escaparam de um acampamento militar em Asabe, onde foram mantidos prisioneiros em contêineres metálicos durante os últimos dois anos. Correndo grande risco, fugiram para o deserto na divisa com Djibouti. Cinco dos homens morreram por exposição ao sol, e os outros dez desapareceram, e não há nenhuma indicação de que conseguiram cruzar a fronteira. Em 17 de outubro de 2006, a polícia de segurança de Eritréia torturou dois cristãos até a morte sob a acusação de terem conduzido cultos religiosos em uma residência particular no sul de Asmara (Fonte: Missão Portas Abertas). Este é apenas um exemplo dos numerosos de casos de perseguição a cristãos.

III. Um padrão imutável

Ao olhar para esta situação, primeiramente precisamos lembrar de que isso apenas confirma o que Jesus e os discípulos predisseram. Como já vimos, Paulo disse que todos aqueles que desejam viver piedosamente serão perseguidos, não por simples ódio religioso, mas pela repulsa às atitudes piedosas. O mundo decaído não suporta ver pessoas verdadeiramente transformadas. Em religiões de observâncias externas, como o Islamismo, há certas leis simples que precisam ser cumpridas, muito mais por medo da punição, ou pela esperança de recompensa, do que por uma profunda transformação do coração e da mente que leva a amar o próximo e a viver vida moderada por amor a Deus. Quem tem apenas uma religião externa e superficial não suporta ver quem tem uma religião do coração; antes, sentirá desejo de persegui-lo. É certo que é Satanás, desejoso pela apostasia, quem está por detrás de toda a perseguição aos cristãos verdadeiros.
Jesus disse aos discípulos que o mundo os perseguiria como uma forma de reagirem à sua pessoa: “Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós outros, me odiou a mim. Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu; como, todavia, não sois do mundo, pelo contrário, dele vos escolhi, por isso, o mundo vos odeia… Tudo isto, porém, vos farão por causa do meu nome, porquanto não conhecem aquele que me enviou” (Jo 15.18,19,21). Há um padrão imutável que é o ódio do mundo em relação a Cristo. Atribui-se ao pacifista hindu Mahatma Ghandi a seguinte afirmação: “Eu gosto do Cristo dos cristãos, mas não gosto dos cristãos do Cristo”. Esta frase realmente reflete o distanciamento que há, muitas vezes, entre Cristo e seus seguidores. Contudo, pela perspectiva de Jesus, ela é totalmente falsa porque generaliza e inclui os verdadeiros cristãos, acerca dos quais Jesus disse: “Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós outros, me odiou a mim”; ou seja, há uma identificação direta entre Cristo e os cristãos.

Conclusão

Certas perseguições são inevitáveis na vida do cristão. Elas representam o ódio do mundo a Cristo. Devemos nos compadecer de nossos irmãos que estão sofrendo em tantos lugares do mundo. Por outro lado, por mais contraditório que isto possa parecer, podemos nos regozijar nesta situação diante do que Jesus disse: “Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus. Bem-aventurados sois quando, por minha causa, vos injuriarem, e vos perseguirem, e, mentindo, disserem todo mal contra vós. Regozijai-vos e exultai, porque é grande o  vosso galardão nos céus; pois assim perseguiram aos profetas que viveram antes de vós” (Mt 5.10-12).

Aplicação

De fato, não há muito que fazer diretamente, pois não podemos ir até lá para defendê-los. Mas há muita coisa a ser feita de onde estamos.
Podemos orar. Paulo pediu oração por livramento aos crentes de Roma (Rm 15.30,31). Esta é, sem dúvida, a arma mais poderosa que temos e não podemos nos omitir quanto ao seu uso.
Podemos usar os meios legais para pressionar as autoridades, a fim de que se envolvam nesses casos. A tolerância dos países cristãos ocidentais dá segurança para que haja perseguição nos países islâmicos, pois não há temor de que seus cidadãos sejam perseguidos no Ocidente. Não estamos defendendo uma intolerância, mas apenas dizendo que é preciso manter um equilíbrio.
Finalmente, devemos nos manter informados. Fechar os olhos para esta realidade não é uma atitude cristã. O mundo precisa saber de tudo isto que está acontecendo. Isto pode ser um meio, inclusive, de restringir certas atitudes agressivas.
Apóstolo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciências da Religião Dr. Edson Cavalcante

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