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segunda-feira, 17 de setembro de 2018

TEOFANIA


                                                                  TEOFANIA

Teofania é uma palavra que origina do grego theofania, theós (“Deus’) e phanein (“aparecer”). Representa, assim, qualquer aparição ou manifestação de Deus. A maioria dos teólogos entende que a palavra represente unicamente as aparições e não a essência de Deus, baseados em Jo 1.18: “Ninguém jamais viu a Deus. O Deus (Filho) unigênito, que está no seio do Pai, é quem o revelou”.
A Enciclopédia de Religião assim a define: “Teofania, manifestação íntima de Deus a um ser humano em um momento e local definido; muitas vezes físico, como na Ilíada e no livro de Gênesis, mas mais espiritual na forma clássica posterior como para Moisés no arbusto em chamas, Moisés no Sinai, Elias em Horebe, e Jesus, em sua transfiguração. A teofania é mais espetacular e pessoal do que a mera revelação”. 
A doutrina teísta da teofania ensina que o Criador não abandonou a criação, mas está presente para intervir nas atividades humanas, recompensando e punindo, orientando e cuidando. Ela contrasta com a doutrina deísta, que ensina que o Criador, ou Força Criativa, abandonou a criação aos cuidados da lei natural.   
Geralmente se explica a teofania como um antropomorfismo, ou seja, vêem o ser divino em forma humana. Desta forma, o “anjo do Senhor” torna-se a forma mais comum de teofania, Êx 23.20-23; 32.34; 33.14ss.; Is 63.9. Em Gn 48.15-16, é paralelo a ver Deus, embora não a sua essência, quando várias vezes Jacó fala sobre o “anjo” que o visitou e que o livrou. O texto de Gn 18, como veremos na questão a seguir, mostra Abraão recebendo visitantes angélicos. Dois deles foram para Sodoma, porém um ficou e aceitou a intercessão de Abraão. Diz o v.33: “E foi-se o Senhor, quando acabou de falar a Abraão...”.
Na mentalidade judaica, ver o anjo do Senhor correspondia a ver o Senhor que o enviou, como em Jz 6.22: “... vi o Anjo do Senhor face a face”. Jacó assim se expressou: “... vi a Deus face a face e a minha vida foi salva”, Gn 32.30, depois de ter lutado com “um homem”, v.24, onde os estudiosos da Bíblia entendem que seria um anjo. Os pais de Sansão também receberam a visita do anjo e temeram a morte, Jz 13.
Jesus Cristo, tido como a teofania suprema, quando de Sua encarnação, o 1.1; 14.9, depois de assunto ao céu, apareceu a Paulo, At 9.3ss, e a Estevão, At 7.55,56.
Um termo utilizado nos Targuns e no Talmude, é Shekinah, palavra que representa “moradia” ou “presença” ou “aquilo que vive”.  Empregada muitas vezes como “glória de Deus”, manifestações divinas especiais no tabernáculo, no templo, na nuvem que acompanhou Israel pelo deserto, na arca da aliança e várias outras aparições pessoais, tanto no Velho como no Novo Testamentos. 

Apóstolo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciências da Religião Dr. Edson Cavalcante 

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