ELIAS O PROFETA DE TISBE A
DISPOSIÇÃO DE DEUS...
(I
Reis 18:17-20).
INTRODUÇÃO
Elias
foi profeta do Reino do Norte, nos reinados de Acabe e do seu filho Acazias.
Ele desafiou o povo a fazer uma escolha definitiva entre seguir a Deus ou a
Baal.
Os
israelitas achavam que podiam adorar o Deus verdadeiro e ao mesmo tempo adorar
a Baal. Eles tinham o coração dividido e por esta razão queriam servir a dois
senhores. Jesus, durante o seu ministério terreno advertiu contra essa atitude
fatal: “Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou há de odiar um e amar o
outro ou se dedicará a um e desprezará o outro” (Mt 6:24).
I
– ELIAS FOI UM MODELO DO PRECURSOR DE JESUS
A
vida do profeta Elias girou em torno do conflito entre a religião do Senhor e a
religião de Baal. Sua missão era levar os israelitas a reconhecerem sua
apostasia e reconduzi-los à fidelidade ao Deus de Israel.
O
modo corajoso do profeta Elias falar ao rei Acabe e denunciar a impiedade de
Israel fez dele um profeta exemplar, e a pessoa mais qualificada daquela época
para ser um exemplar modelo do precursor de Jesus Cristo. Elias era um
restaurador e um reformador, empenhado em restabelecer o concerto entre Deus e
Israel. A coragem e a fé patentes em Elias não têm paralelo em toda a história
da redenção. Seu desafio ao rei Acabe, sua repressão a todo o Israel e seu
confronto com os 450 profetas de Baal foram embates que ele os enfrentou
dispondo apenas das armas da oração e da fé em Deus. A oração é o elo de
ligação que carecemos para recebermos as bênçãos de Deus, o seu poder e o
cumprimento das suas promessas. Nossas orações não serão atendidas se não
tivermos fé genuína, verdadeira. A oração só poderá ser eficaz se feita segundo
a vontade de Deus (I João 5:14-15). O profeta Elias tinha certeza de que o Deus
de Israel atenderia a sua oração por meio de fogo e, posteriormente, da chuva
porque recebera a palavra profética do Senhor e estava plenamente seguro de que
nenhum deus pagão era maior do que o Deus de Israel, nem mais poderoso (I Reis
18:1, 21-24).
Não
somente devemos orar segundo a vontade de Deus, mas também devemos estar dentro
da vontade de Deus, para que Ele nos ouça e atenda. Deus nos dará as coisas que
pedimos, somente se buscarmos em primeiro lugar o seu Reino e a sua Justiça
(Mateus 6:33). O apóstolo João declara que qualquer coisa que pedirmos, dele
receberemos, porque guardamos os seus mandamentos e fazemos o que é agradável à
sua vista (I João 3:22). Obedecer aos mandamentos de Deus, amá-lo e agradá-lo
são condições indispensáveis para termos resposta às orações. Tiago ao escrever
que a oração do justo é eficaz, refere-se tanto à pessoa que foi justificada
pela fé em Cristo, quanto à pessoa que está a viver uma vida reta, obediente e
temente a Deus – tal qual o profeta Elias (Tiago 5:16-18).
II
– O PROPÓSITO DE ELIAS ERA REVELAR A GRAÇA DE DEUS PARA O POVO
O
propósito do profeta Elias no seu confronto com os profetas de Baal, e a oração
que se seguiu, foi revelar a graça de Deus para com o seu povo. Elias queria
que o povo se voltasse para Deus (I Reis 18:37). A ação de Elias contra os
falsos profetas de Baal representava a ira de Deus contra os que tentavam
destruir a fé do seu povo escolhido, e privá-lo das bênçãos divinas, e também
expressava amor e a lealdade do próprio Elias por seu Senhor.
A
destruição dos falsos profetas por Elias manifestava, também, profunda
preocupação pelos israelitas, uma vez que estavam sendo destruídos
espiritualmente pela falsa religião de Baal.
Jesus
manifestou idêntica atitude e fez severa denúncia contra os religiosos e falsos
mestres que rejeitavam em parte a Palavra de Deus, substituindo a revelação
divina por suas próprias ideias e interpretações (Mateus 23:28; 15:3,6-9).
Jesus
descreve o caráter dos falsos mestres e pregadores do evangelho como os dos
ministros que buscam popularidade, importância e atenção das pessoas, que amam
honrarias e títulos, e que, com o evangelho distorcido que pregam, impedem as
pessoas de entrar no céu (Mateus 23:5-13). São religiosos profissionais que, na
aparência, são espirituais e santos, mas que na realidade, são iníquos (Mateus
23:14,25-27). Falam bem dos líderes espirituais piedosos do passado, mas não
seguem as suas práticas, nem a sua dedicação a Deus e a sua Palavra e Justiça
(Mateus 23:29-30).
A
Bíblia Sagrada ordena ao povo de Deus a se acautelarem desses falsos dirigentes
religiosos; a considerá-los incrédulos e malditos (Gálatas 1:9) e a não dar
apoio ao seu ministério e a não ter comunhão com eles.
III
– ELIAS ERA UM VERDADEIRO HOMEM DE DEUS
O
profeta Elias era um verdadeiro homem de Deus, que falava, não para agradar às
multidões, mas como um servo fiel a Deus.
Todo
pregador do Evangelho enfrenta a tentação de agradar a homens, isto é, procura
a aceitação, a aprovação e a glória da parte dos outros, pregando somente
aquilo que não desagrada a ninguém. Ceder a essa tentação pode resultar em
tolerância e mornidão da Igreja (Ap 3:15-16). Pode significar também a
linguagem de bajulação, cujo emprego visa a obtenção de ofertas financeiras,
ganhos materiais, cargos no âmbito da Igreja, políticos ou aplausos. Se isso
ocorrer, danos irreparáveis serão causados à retidão e integridade da Igreja de
Jesus Cristo. Por esa razão, é essencial que nosso objetivo na pregação do
Evangelho seja procurar sempre a aprovação de Deus e não a dos homens.
A
Palavra de Deus deve ser nosso supremo guia quanto à verdade e norma de vida.
Devemos ter a Palavra de Deus, dada pelo Espírito Santo, como guia único e
suficiente, no julgamento daquilo que cremos e fazemos.
A
tendência de certas denominações evangélicas de formar doutrinas, práticas ou
novas verdades, partindo de experiências subjetivas, de milagres, do sucesso,
dos alvos centralizados nos homens, sem sóilida autenticidade bíblica, será um
dos meios principais de satanás semear engano durante a apostasia dos últimos
dias. “Porque muitos virão em meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo; e enganarão a
muitos. E surgirão muitos falsos profetas e enganarão a muitos. (Mateus
24:5,11).
CONCLUSÃO
O
objetivo principal da vida do cristão é agradar a Deus e promover a sua glória.
Devemos honrar a Deus mediante nossa obediência, confiança, oração, fé e
lealdade a Ele. Viver para a glória de Deus deve ser uma norma fundamental em
nossa vida; o alvo da nossa conduta, e teste das nossas ações.
A
fidelidade inabalável do profeta Elias a Deus e ao concerto, faz dele para
sempre, um exemplo de fé, destemor e lealdade a Deus, ante a intensa oposição e
perseguição, e um exemplo de resoluta persistência em opor-se às falsas
religiões e aos falsos profetas. Elias na qualidade de mensageiro de Deus
pronunciou uma palavra de juízo da parte do Senhor contra a nação rebelde de
Israel.
Elias
era um homem semelhante a nós, contudo, foi um verdadeiro homem de Deus, que
não falava para agradar às multidões, mas como um servo fiel de Deus. Assim
como Elias foi chamado para mostrar quem é o verdadeiro Deus de Israel, todos
os ministros do novo concerto são chamados para defender o Evangelho de Cristo
contra distorções, transigências com o mal e desvio doutrinário (Filipenses
1:17).
Apóstolo.
Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciências da Religião Dr. Edson Cavalcante.
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