JESUS, A MULHER E
O NARDO PURO...
Nardo é uma planta aromática que pode ser cultivada e dela se
retira o óleo essencial de nardo empregados na indústria de perfumaria,
cosméticos, também usado para unção em várias religiões pelo fato de que o seu
nome está na Bíblia que a essência de nardo foi usado por Jesus.
Vaso de Alabastro
“Seis dias antes da páscoa, Jesus chegou a Betânia, onde vivia
Lázaro, a quem ele ressuscitara dentre os mortos. Ofereceram-lhe ali um jantar.
Marta servia, e Lázaro estava entre os que se reclinavam à mesa com ele. Então
Maria tomou uma libra de um nardo puro, um perfume muito caro, ungiu os pés de
Jesus e os enxugou com seus cabelos. E toda a casa se encheu com a fragrância
do perfume”. (João 12.1-3)
Faltavam poucos dias para a páscoa e Jerusalém fervilhava. O
povo chegava de toda a parte para celebrar a grande festa. Na época de Jesus
havia cerca de 50 mil habitantes em Jerusalém. Este número aumentava para cerca
de 200 mil na época da páscoa. Jesus decidiu se afastar daquela confusão, e foi
passar a noite em Betânia, cidade situada cerca de 3 km a leste de Jerusalém.
Lá, Jesus visitou Simão, antes conhecido como “o leproso”, que o recebeu com
prazer e lhe serviu uma boa refeição. Nesta época era comum as mesas serem
baixas, pouco acima do chão. Por isso, as pessoas se sentavam no chão, e
reclinavam-se à mesa. E lá estava Jesus, reclinado à mesa e cercado de amigos.
Marta servia a todos, enquanto seu irmão Lázaro estava sentado
junto com seu amigo Jesus. De repente, Maria, irmã de Marta e de Lázaro, entrou
no lugar onde Jesus estava. Ela se aproximou de Jesus carregando um vaso de
alabastro contendo uma libra de nardo puro (Jo. 12:3) e quebrou o vaso,
derramando o bálsamo sobre a cabeça Dele (Mc. 14:3).
O perfume era tão intenso que encheu toda a casa (Jo. 12:3). O
nardo era um bálsamo raro extraído de uma planta nas regiões do Himalaia
(Índia), e sendo um produto importado de longa distância era um artigo caro e
raro. A quantidade citada na Bíblia (“uma libra”) equivale a cerca de 326
gramas. Este bálsamo poderia ter sido vendido por 300 denários (Mc. 14:5).
Naquela época, um trabalhador recebia um denário por um dia de trabalho. Assim,
o nardo derramado por Maria valia praticamente o salário de um ano de trabalho.
Com este ato, Maria estava declarando que Jesus é mais precioso do que o mais
puro nardo.
Nesta história, uma das muitas lições que podemos aprender é a
importância de quebrar o vaso. Em Mc. 14:3 diz: “... e, quebrando o
alabastro...”. Por que Maria quebrou o vaso? Era mesmo necessário quebrá-lo?
Ele não poderia ter sido poupado? Não seria possível derramar o bálsamo sem
quebrar o vaso? Na verdade, não! Observe a foto inserida no início deste texto.
Esta é uma imagem de um vaso de alabastro encontrado em Canaã (Israel) datado
de aproximadamente 1400 – 1200 a.C.
O alabastro é uma variedade do gesso, e era muito usado para
fazer pequenos vasos. O vaso de alabastro era pequeno, com cerca de 14 cm de
altura. Seu corpo era redondo, e ia afinando até o gargalo. Possuía uma pequena
alça para que pudesse ser carregado preso ao cinto. Ele era selado (ou tampado)
no gargalo para que o bálsamo não se perdesse e também para que o perfume fosse
preservado. Desta forma, para usar o bálsamo, a pessoa tinha que quebrar o
vaso. Para facilitar a quebra e para não correr o risco de quebrar demais o
vaso e perder todo o bálsamo, o vaso possuía umas ranhuras em forma de espiral
na altura do pescoço. Estas indicavam o local onde o vaso deveria ser quebrado
e serviam também para facilitar a quebra. Como o vaso tinha que ser quebrado, não
poderia utilizar apenas metade do bálsamo e guardar a outra metade. Era
necessário usar todo o bálsamo de uma vez só. Por este motivo, o vaso de
alabastro era pequeno, pois era a medida exata para caber uma quantidade
suficiente para ser aplicada uma única vez.
O vaso de alabastro é criado justamente para isso. Ele é formado
para guardar um bálsamo precioso, e sabe que terá que compartilhá-lo com as
pessoas. O vaso de alabastro sabe que quando chegar o momento do bálsamo ser
derramado, ele será quebrado. Mas isso não lhe causa dor, pelo contrário, ele
sente prazer porque ao ser quebrado o perfume do bálsamo se espalhará pela casa
toda, e todos sentirão o suave odor daquela fragrância. Ser quebrado não é o
ponto mais baixo da história do vaso de alabastro. Pelo contrário. É o ponto
mais alto. É para isso que ele foi criado.
Sabe, nós somos como o vaso de alabastro. Todos nós temos esse
bálsamo dentro de nós. Segundo a Bíblia, nós somos o suave perfume de Cristo.
Não podemos trancá-lo ou escondê-lo. Ele precisa ser compartilhado. Precisamos
deixar que o vaso seja quebrado, para que o bálsamo seja derramado. Só assim,
todos sentirão o seu suave perfume. Não lamente quando você for quebrado. Não
lamente pela quebra do velho vaso. Preste atenção ao perfume que o Senhor está
derramando em sua vida e através dela.
“Graças, porém, a Deus, que, em Cristo, sempre nos conduz em
triunfo e, por meio de nós, manifesta em todo lugar a fragrância do seu
conhecimento. Porque nós somos para com Deus o bom perfume de Cristo, tanto nos
que são salvos como nos que se perdem.”
Apóstolo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciências da Religião
Dr. Edson Cavalcante
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