O CRISTÃO E O
DIVÓRCIO...
O Que as Escrituras Ensinam
É claro, o assunto do divórcio e do novo casamento é
controverso. Com a verdade sendo encoberta pelos argumentos, réplicas e
incerteza, muitos se desesperam de serem capazes de determinar com precisão a
vontade de Deus neste caso. Nestes tempos emocionais e cheios de dissensões, é
indispensável que nos lembremos dos princípios básicos e simples que governam
nosso relacionamento com Deus. Nossas conclusões dependerão muito do estado do
espírito com o qual abordamos este estudo. Por favor, seja paciente enquanto
consideramos estes princípios decisivos e fundamentais.
Ora, aconteceu que, ao dizer Jesus estas palavras, uma mulher,
que estava entre a multidão, exclamou e disse-lhe: "Bem-aventurada aquela
que te concebeu e os seios que te amamentaram!" Ele, porém, respondeu:
"Antes bem- aventurados são os que ouvem a palavra de Deus e a
guardam!" (Lucas 11:27-28)
Nossas primeiras responsabilidades diante de Deus são ouvir sua Palavra
e cumpri-la. Estas exigências, ainda que sejam simples de afirmar, não são
simples de obedecer.
Ouvir a Palavra
Ouvir a palavra corretamente não é um passo fácil que se pode
dispensar quando se cresce em Cristo. Todos precisamos ter cuidado em como
ouvimos.
Ora, estes de Beréia eram mais nobres do que os de Tessalônica;
pois receberam a Palavra com toda a avidez, examinando as Escrituras todos os
dias para ver se as cousas eram de fato assim. Com isso muitos deles creram,
mulheres gregas de alta posição, e não poucos homens. (Atos 17:11-12)
Deus chama de nobres estes cristãos de Beréia porque eles
ouviram a Palavra corretamente: primeiro, eles a receberam avidamente; em
segundo lugar, eles a confirmaram nas Escrituras; em terceiro, creram nela
quando a acharam verdadeira. Este é um excelente exemplo para nós.
Eles receberam
Os de Beréia receberam a Palavra avidamente, com a mente aberta
e receptiva. Outros fecharam suas mentes e tamparam os ouvidos (Atos 7:57;
Mateus 13:14-15). Uma vez que para aprender a verdade é necessário ter a mente
aberta, evitemos as qualidades que fecham as mentes:
Preconceito Se já formamos ideia antes de um estudo cuidadoso
da evidência, nunca aprenderemos a verdade. Os judeus negaram a Jesus em face
da evidência irrefutável, porque eles já haviam decidido que seu Messias não
iria ser crucificado (veja 1 Coríntios 1:23); portanto, a evidência não tinha
importância. Precisamos querer reexaminar as velhas conclusões e as tradições
que nos agradam, a respeito do divórcio e novo casamento, à luz das Escrituras.
Muitos de nós, às vezes, abandonamos velhas crenças, em outras áreas. Temos que
desejar fazer o mesmo aqui também.
Preferência O que queremos que a verdade seja, muitas vezes
nos impede de abrir a mente para aprendê-la. É tão difícil estudar abertamente
quando aqueles que amamos são diretamente afetados pelas nossas conclusões. Mas
se não amamos a verdade de todo o coração, Deus mesmo pode atuar para nos
convencer de uma mentira (2 Tessalonicenses 2:9-12). Se eu tiver um sentimento
forte e uma preferência pessoal por uma conclusão em particular, vou precisar
de um esforço disciplinado para que receba a Palavra abertamente.
Presunção A presunção prejudica uma mente aberta. Se temos que
admitir que tenham estado errados, a presunção pode nos impedir a um estudo
sério. O orgulho de nosso próprio raciocínio e nossas crenças nos impede de
humilharmo-nos diante das afirmações daquele cujos caminhos e pensamentos são
infinitamente mais altos do que os nossos. Confiança em ideias espertas, que
fogem do significado claro das passagens da Bíblia, impede que muitos recebam a
Palavra de Deus. Possa Deus humilhar nossos corações enquanto procuramos a
verdade neste assunto tão difícil.
Preocupação A verdade frequentemente requer muito esforço para
se aprender. Enquanto uma relação desnorteante de pontos de vista variados
competem pela nossa atenção, podemos não querer gastar o tempo e o esforço
necessários para procurar a vontade de Deus. Para amar a verdade, temos que
procurá-la de todo o coração.
Protesto As pessoas, frequentemente, dizem que por haver tanta
divergência entre os irmãos cultos, a respeito do divórcio e novo casamento, é
impossível estar-se realmente certo da vontade de Deus. Considere Paulo em
Beréia. Ele resistiu praticamente sozinho, enquanto os estudiosos daquele tempo
o contradiziam. O grau da controvérsia não tem influência na decisão se a
verdade é ou não encontrável. Se Deus tem falado, podemos conhecer a verdade.
Eles examinaram as Escrituras
Os de Beréia não somente tinham um coração receptivo, eles
também examinaram as escrituras para verificar a exatidão do que Paulo disse.
Há quatro coisas importantes que eles fizeram:
Examinaram Esses homens investigavam por sua conta. Eles não
estavam querendo aceitar a palavra de um outro; eles examinaram para ver se era
de fato assim. Muitos prefeririam só seguir o que seu pregador favorito ou os
anciãos da igreja ensinam. Mas temos que estar querendo examinar as Escrituras
nós mesmos para verificar a verdade.
As Escrituras Esses homens reconheciam a fonte da verdade. A
única maneira pela qual conhecemos a vontade de Deus é pelas Escrituras. Nossos
sentimentos, ideias, intuições e impressões não são o padrão. Tenho que ter
muita fé para aceitar o que as Escrituras ensinam sobre o divórcio e novo
casamento mesmo que não me pareça razoável, como o mandamento para sacrificar
Isaque deve ter parecido a Abraão. Muito simplesmente, o que as Escrituras
dizem é justo.
Diariamente Os cristãos de Beréia queriam realmente saber a
verdade. Interesse e estudo sério são exigências absolutas se vamos determinar
a verdade no meio de vozes conflitantes. Assuntos difíceis testam nossa vontade
de buscar a verdade.
Se for de fato assim Esses de Beréia acreditavam que se
poderia saber se, de fato, era assim, pelo estudo das Escrituras. Temos que ser
homens de convicção suficiente para defender o que as Escrituras ensinam. Se
cada pregador, cada igreja e cada estudante de grego neste mundo acreditassem
no erro, poder-se-ia, ainda, conhecer a verdade com certeza, seguindo as
Escrituras. Quanto mais estudo das Escrituras e menos pesquisa de opiniões
fizermos, mais convicção da verdade desenvolverá.
Eles acreditaram
Como resultado de sua busca os de Beréia acreditaram no que
haviam ouvido Paulo pregar. O que as Escrituras ensinam é justo; podemos ter
toda a confiança e acreditar e seguir a Palavra de Deus. É nossa esperança que
você leia estas páginas abertamente, compare-as com as Escrituras aplicadamente
e acredite firmemente no que elas ensinam .
Obedecer à Palavra
Deus exige energicamente obediência a sua vontade. Obedecê-lo
rigorosa e cuidadosamente não é demais. Uma profunda e minuciosa preocupação em
fazer exatamente a vontade de Deus é, antes, uma expressão de nossa fé em Deus
e do nosso amor por ele. A fé em Deus nos faz desejar confiar implicitamente em
cada palavra dele. O amor por Deus nos faz desesperadamente agradá-lo.
Alguns agem como o moço rico de Marcos 10. Ele ouviu a palavra
avidamente. Ele creu no que Jesus disse. Ele queria obedecer. Mas retirou-se
entristecido, porque não queria pagar o preço. Que tragédia! Deus nunca disse
que seria fácil fazer sua vontade. Alguns admitem que se uma conclusão a
respeito das Escrituras dificulta a obediência para algumas pessoas, então essa
conclusão é incorreta. Realmente, Jesus sempre encorajou o exame do custo
(Lucas 14:25-33) e alertou sobre as exigentes solicitações feitas aos
discípulos. Para seguir a Jesus eu tenho que estar disposto a abandonar tudo:
propriedades, família e até meus próprios desejos. Teria você sacrificado
Isaque, se você tivesse sido Abraão? Teria você vendido tudo se fosse o moço
rico? Teria você se divorciado de sua esposa, se você tivesse sido um dos
judeus dos dias de Esdras? (Esdras 9-10). Ou teria sido certo que Deus não
poderia exigir algo tão custoso e extremo? Pois, que aproveitará o homem se
ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? ou que dará o homem em troca de sua
alma? (Mateus 16:26).
O ensinamento da Bíblia a respeito do casamento, divórcio e novo
casamento pode ser resumido em cinco afirmações.
O ensinamento da Bíblia a respeito do casamento, divórcio e novo
casamento pode ser resumido em cinco afirmações.
O Casamento é Permanente:
Quanto Tempo Deveria Durar Um Casamento?
"Ora, a mulher casada está ligada pela lei ao marido,
enquanto ele vive" (Romanos 7:2). "A mulher está ligada enquanto vive
o marido" (1 Coríntios 7:39). A intenção de Deus é que um esposo e uma
esposa permaneçam casados até que a morte os separe. Deus une esposo e esposa
num só ser, e esta união é para ser permanente. Deus, certamente, não liga
pessoas em casamentos que ele chama de adultério, e estes casamentos não são
levados em consideração em nossos comentários.
O Divórcio é Pecaminoso:
Posso Divorciar-me?
Há razões básicas porque o divórcio é pecaminoso: Primeiro, Deus
disse: Portanto, o que Deus ajuntou, não o separe o homem. (Marcos 10:9).
Segundo, é pecaminoso por causa do que o homem faz à sua companheira, quando
ele se divorcia dela. Jesus disse que ele a expõe cometer adultério (Mateus
5:32). Fazer com que outro tropece e se perca é um pecado tremendamente
horrível (Mateus 18:6). Terceiro, o divórcio é pecaminoso, porque eu prometi
ficar com minha esposa até que a morte nos separe. Deus detesta a mentira e a
quebra da promessa (Apocalipse 21:8; Romanos 1:31).
Casamento de Divorciado é Adultério:
Posso Casar-me Novamente?
A pessoa divorciada não tem a opção de se casar novamente. Em 1
Coríntios 7:10-11, Paulo deu duas escolhas àqueles que haviam se divorciado:
permanecer descasado ou então se reconciliar com o seu par. Novo casamento de
divorciados é adultério. É adultério para aquele que se divorcia de seu par
(Marcos 10:11-12), para aquele que está divorciado (Mateus 5:32) e para aqueles
que se casam com pessoas divorciadas (Lucas 16:18). De acordo com Romanos 7:2-3
o adultério continua enquanto se está casado com um segundo par e o primeiro
ainda vive.
O Arrependimento Significa Separação:
E Se Eu Estou Novamente Casado?
Desde que nenhum adúltero pode ir para o céu (1 Coríntios
6:9-11) e desde que Deus julgará os adúlteros (Hebreus 13:4), aqueles
divorciados que estão cometendo adultério por haverem se casado novamente
necessitam urgentemente de serem perdoados. Mas o que têm eles que fazer para
receber perdão? Têm que se arrepender (Atos 2:38). O arrependimento envolve o
abandono das práticas pecaminosas; neste caso, a desistência do adultério. Os
Coríntios foram limpos depois que eles deixaram suas práticas pecaminosas
("Tais fostes alguns de vós" 1 Coríntios 6:9-11). O Evangelho
sempre exige a separação do pecado. O beberrão deve separar-se de sua garrafa,
o idólatra de seus ídolos, o homossexual de seu amante, o adúltero de seu par
ilegal.
Exceto Por Traição:
Há Exceções?
Toda a pessoa divorciada de um companheiro vivo comete adultério
quando se casa novamente, exceto aquele que se divorciou de seu par por traição
conjugal (Mateus 19:9). Nenhuma exceção é dada àquelas pessoas cujos divórcios
não envolveram traição. Nenhuma exceção é dada àqueles que receberam o
divórcio. A exceção é dada somente àqueles que se divorciaram por motivo de
traição do outro cônjuge.
Há muita confusão no mundo sobre a necessidade do batismo. Mas
não é porque Jesus não pode ser entendido (veja Marcos 16:16). É por causa das
teorias dos homens e dos esforços para evitar o que Jesus disse. Há muita
confusão no mundo sobre as consequências do divórcio e novo casamento. Mas não
é porque Jesus não pode ser entendido. É por causa das teorias dos homens e dos
esforços para evitar o que Jesus disse. Por que homens no mundo das
denominações não reconsideram suas posições quanto ao batismo quando são
forçados a contradizer o simples significado de passagens tão claras? Por que
você não reconsidera suas crenças a respeito do divórcio e novo casamento, se
elas contradizem o significado de tais passagens como Mateus 5:32, 19:9; Marcos
10:11-12; Lucas 16:18; Romanos 7:2-3; 1 Coríntios 7:10-11? Tem sido sempre o
homem simples, com fé e devoção que tem entendido a vontade de Deus. Possa Deus
abençoar-nos para ouvirmos sua Palavra e obedecê-la.
Apóstolo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciência da Religião
Dr. Edson Cavalcante
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