O CANDELABRO DE OURO E SEU
SIGNIFICADO...
ÊXODO
25.31-40; 26.35; 27.20-21; 37.17-24; LV 24.2, 4
É útil estudar sobre o tabernáculo para aprender mais da nossa
Salvação por Cristo. A lei (o Pentateuco) tem “a sombra dos bens futuros” (a
Pessoa e Obra de Cristo) e conhecendo essas sombras perceberemos melhor o Real
(Hebreus 10.1). Por isso convém estudar o que diz a Bíblia sobre o tabernáculo.
O candelabro se encontra no Lugar Santo e é o objeto principal
neste lugar. Somente o sacerdote e a sua família santificada podem entrar no
Lugar Santo. Homem algum entrará na presença de Deus sem Cristo. Sem Cristo é
só trevas.
O Lugar Santo é o lugar de comunhão com Deus. É claro que isso
representa a verdade que somente os salvos em Cristo têem: a comunhão
verdadeira com Deus (I Jo 1.5-7). O pão da proposição nutre essa comunhão. O
altar de incenso representa a manutenção dessa comunhão e o candelabro
representa o poder nesta comunhão. Não entrava no Lugar Santo nenhuma luz
natural. O candelabro era a única fonte de iluminação. Se o Lugar Santo
representa a nossa comunhão e ministério com Deus então a falta de luz natural
aponta à verdade que a nossa comunhão com Deus não necessita nenhuma “luz
natural”, ou fruto do raciocínio humano. Posso todas as coisas em Cristo que me
fortalece e Ele é a luz da minha comunhão com Deus. A falta de “luz natural” no
Lugar Santo nos ensina que a mortificação da carne é necessária para a salvação
(At 17.30; I Jo 1.7-9) e posteriormente para comunhão (Gl 2.20; 5.17-24).
O candelabro é feito de ouro puro (Ex 25.31, 39). Não há madeira
na sua construção, ou seja, não há nada que representa a humanidade de Cristo
nele. Portanto, o candelabro revela o Cristo divino, a glória de Cristo na
presença do Pai em prol dos Cristãos. Também, é verdade que os cristãos têm
acesso ao Pai no Lugar Santíssimo por Cristo ser o nosso ministrante no Lugar
Santo (Hb 10.19-23). O candelabro sendo feito de ouro puro representa a verdade
que o cristão vive num mundo em trevas, mas por estar em Cristo, a glória de
Deus está neles e podem andar nesta Luz como Ele na luz está. Enquanto Cristo
estava no mundo Ele era a luz do mundo (Jo 9.5) e Ele continua sendo a Luz que
o mundo precisa enxergar. Todavia, o candelabro está vedado ao mundo, então, neste
caso, o candelabro não representa Cristo como a Luz do mundo, mas ensina que
Ele está ministrando no céu em prol do cristão para que o Cristo tenha comunhão
com Deus enquanto ele está no mundo e sendo a luz do mundo (Mt 5.14-16).
O candelabro não é só feito de ouro puro, mas de ouro batido (v.
31, 36). O candelabro é a única peça no tabernáculo que é batida. Em
comparação, os deuses falsos são feitos por fundição e, portanto fácil é para o
homem ter o seu “deus” (Ex 32.4). Mas este ouro puro batido do candelabro
revela uma bela figura de Cristo. Para Cristo ser o ministrante no céu para o
Seu povo que ainda peregrinam na terra, custou muito (Is 53.2-5). O trabalho da
Sua alma custou caro para agradar a Deus. Contudo satisfez Deus completamente
(Is 53.10, 11). A Sua divindade (ouro puro) fez Jesus, o homem, aguentar toda a
ira de Deus sobre Ele durante as horas na cruz recebendo aquilo que o pecado
merece na eternidade (Ouro batido). O candelabro sendo feito de ouro batido
representa tudo que Jesus Cristo passou para ser Nosso Senhor e Salvador.
Portanto podemos perguntar-nos a nós mesmos: Como pode qualquer obra nossa
comparar àquela operada por Cristo? Também, podemos considerar: É muito se
mortificamos e dedicamos as nossas vidas em santificação a Ele em retribuição?
Por sermos comprados de “bom preço” devemos glorificar, pois, “a Deus no vosso
corpo, e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus”, I Co 6.20.
Versículo 36 diz também que “os seus botões e hastes serão do
mesmo” ouro puro. Pelo candelabro em uma forma representar o povo de Deus
reunido na congregação dos santos (Ap 1.12, 20) uma verdade preciosa é
ensinada. Essa verdade diz que o Seu povo, na mente de Deus, já fazia parte da
massa, ou seja, era em Cristo antes da fundação do mundo, (Ef 1.4, 5). O que
estava na mente de Deus na eternidade passada, em tempo, vem a ser efetuado
pelos meios que Ele designa, ou seja, a obra do Espírito Santo na pregação da
Palavra de Deus (II Ts 2.13,14). O versículo 36 ainda relata: “os seus botões e
hastes serão do mesmo”. Se Ele determinou que seja do mesmo, então é certeza
que serão formados da mesma massa e continuarão sendo feitos do mesmo o tempo
que Ele determina, ou seja, pela eternidade (Jo 3.16; 10.27,28; Rm 8.18-30). Se
desejar estar nessa Luz, venha à Luz se arrependendo e crendo pela fé! A única
salvação está em Cristo!
A iluminação para a qual essa peça foi designada era possível
através do azeite puro de oliveira (Ex 27.20, 21). O óleo ou azeite puro de
oliveira, batido, muitas vezes representa o Espírito Santo. Neste caso do
candelabro, ele tem sete lâmpadas com esse azeite puro de oliveira, batido.
Parece que é simbolizada a obra do Espírito Santo na vida de Cristo, Nosso
ministrante diante de Deus no céu. Sete lâmpadas para serem postas em ordem, de
manhã e à tarde, perante o Senhor, manifestam a perfeita e inteira presença do
Espírito Santo em Cristo. Sabemos que o Espírito Santo foi dado a Cristo sem
medida, ou seja, sem limitação (Jo 3.34) como pode ser notado que as Escrituras
não dão uma medida para estas lâmpadas. A profecia de Isaías diz que o Rebento
do tronco de Jessé brotará e repousará sobre ele o Espírito do Senhor e assim
lista sete características deste Espírito (Is 11.1,2). O Apóstolo João, em
Apocalipse refere a Cristo tendo junto dEle os sete espíritos que estão diante
do Seu trono (Ap 1.4). Não deve ser dúvida nenhuma que a obra de Cristo foi com
o poder e presença do Espírito Santo. Foi tanto assim de ser uma blasfêmia
contra o Espírito Santo qualquer ilusão que a obra de Cristo fosse por um outro
espírito a não ser do Espírito Santo de Deus (Lc 12.10). Podemos aprender
também pelo fato da iluminação do candelabro ser pelo Espírito Santo que a vida
vitoriosa do cristão nesta peregrinação é pelo poder do Espírito Santo. O Selo
do cristão é o Espírito Santo ensinando assim que temos a marca em nós, que
somos propriedade genuína e segura de Deus (Ef 1.13,14). Isso nos conforta. O
Espírito Santo é o penhor nosso também ensinando nessa maneira que as promessas
de um futuro glorioso com Cristo no céu são seguras. Isso nos anima. O Espírito
Santo é o poder da Palavra na nossa salvação (Rm 1.16; II Ts 2.13,14). O
Espírito Santo é o poder da nossa luta nas batalhas que temos aqui na terra (Ef
6.12,13; I Jo 4.4; 5.4; I Pe 4.14). Como a iluminação no Lugar Santo era
constante (Ex 27.21) pelo candelabro, nosso brilhar constante na terra é pelo
Espírito Santo nos conformando à imagem de Cristo (II Co 3.18). Ele
capacita-nos a fazer as nossas obediências diante dos homens para a glória do
Pai (Mt 5.14-16). Enquanto Cristo estava no mundo Ele era a Luz do mundo (Jo
8.12; 9.5), mas agora, sendo que Ele está no ‘Lugar Santo’ ministrando em nosso
benefício (intercedendo para sempre, Rm 8.34; Hb 7.25), nós somos a luz do
mundo. Essa responsabilidade é atingida somente pela obra do Espírito Santo em
nós. Portanto esteja cheio do Espírito Santo, ou seja, mortifica-se à carne e
procura que Ele controla toda parte da sua vida (Ef 5.18).
Podemos aprender da origem das hastes também. O candelabro era a
lâmpada central. Deste candelabro central “saíram” as seis hastes (v. 31, 32).
Assim ensina que os Cristãos, que são a luz do mundo, saem de Cristo como Eva
saiu de Adão. Quer dizer, não foi pelas obras de justiça que houvéssemos
feitas, ou pela nossa sinceridade, mas, foi segundo a Sua misericórdia que nos
salvou pela lavagem da regeneração e da renovação do Espírito Santo, que Ele
abundantemente derramou sobre nós por Jesus Cristo Nosso Salvador (Tt 3.5. Ef
2.4-9). Por sermos dEle e por Ele (Fp 2.13, “Porque Deus é o que opera em vós
tanto o querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade”) somos parte integral
do candelabro, ou seja, de Cristo. Nesta condição brilhamos por Ele. Por ser
parte integral de Cristo, aonde Cristo literalmente é, os Seus serão também (Jo
14.1-3). Aonde vai o cristão, Cristo vai também (I Co 6.15, “Não sabeis vós que
os vossos corpos são membros de Cristo? ...”). Portanto, “Por isso saí do meio
deles, e apartai-vos, diz o Senhor; E não toqueis nada imundo, E eu vos
receberei; E eu serei para vós Pai, E vós sereis para mim filhos e filhas, Diz
o Senhor Todo-Poderoso”, II Co 6.17,18). Conhece a misericórdia de Deus em
Cristo? Não pode brilhar aparte de sair dEle, ou seja, ser parte integral dEle
pelo arrependimento dos pecados e fé em Cristo.
Nas hastes tinham um número de copos feitos na forma de
amêndoas, um botão e uma flor (Ex 25.33-35). Sendo a amendoeira usada para
estes botões, copos e flores, a mente é levada a pensar da vara de Aarão que
floresceu (Nu 17.6-8). Entendemos por essa representação o fato que Cristo, o
Eleito de Deus (Is 42.1), agradou Deus completamente em tudo que fez. Da Sua
conceição e nascimento (o copo), pelo Seu batismo e vida na terra (botões), da
morte veio a ressurgir e ascender ao Pai (a flor). Pela obediência perfeita
Cristo é exaltado soberanamente sobre tudo (Fp 2.8-11) e uma linda flor diante
do Pai, sim “a rosa de Sarom, o lírio dos vales” (Ct 2.1). Por Cristo
satisfazer Deus completamente Ele assim é declarado o único Caminho, Salvador
que pode salvar o pecador arrependido e fazer este ter o fruto que agrada o Pai
e trazer este diante do Pai (I Pe 3.18; Fl 4.13). Em outro lugar é ensinado que
temos que estar na Vara se desejamos ter qualquer fruto que agrada o Pai (Jo
15.1-8). Uma pergunta: A beleza e adorno da Vida obediente de Cristo estão na
sua “haste”?
O propósito do candelabro com as sete lâmpadas acesas é
explicado como para “iluminar defronte dEle” (v 37). O candelabro representa
Cristo, e as sete lâmpadas representam a perfeição e poder do Espírito Santo na
Sua Pessoa e nas Suas obras todas. Pela Pessoa e obra do Espírito Santo estar
sem medida em Cristo Ele é a glória desta Luz raia perante o Senhor (40.25).
Nesse sentido entendemos a importância de sermos feitos “em Cristo” pois a
posição do candelabro é “perante o Senhor”. Em Cristo, não temos uma Luz falha,
Cristo realmente raia “perante o Senhor” e é aceito pelo Senhor Deus (Is
53.11). Deus é luz e não há nEle trevas nenhumas (I Jo 1.5). Tampouco existirá
qualquer corrupção na Sua gloriosa presença. Se aspirarmos estar perante o Pai
na eternidade devemos entender que tudo que não tem a imagem de Cristo será
consumido (I Co 3.13-15). Deus é um “fogo consumidor” (Ex 24.17; Is 33.14,
“Quem dentre nós habitará com o fogo consumidor? Quem dentre nós habitará com
as labaredas eternas?”; Hb 12.29). Quando aproximamos a Deus, fazemos pelas
justiças de Cristo (Hb 10.19). Em tudo disso, é clara a instrução: Se vamos
brilhar por Ele e com Ele perante o Senhor, é necessária a salvação por Cristo
que “raia perante o Senhor”. Os convertidos precisam entender também que se
desejam viver “perante o Senhor” é necessária a contínua mortificação da
carnalidade do pecado que habita nos nossos membros (Gl 5-17-24). A glória de
Deus está na face de Jesus Cristo (II Co 4.6) e a glória de Cristo raia perante
o Senhor. Que Deus nos concede sabedoria espiritual que nos leva a detestar
qualquer carnalidade para sermos testemunhas da Luz que raia “perante o
Senhor”, a glória de Deus na face de Jesus Cristo!
Os espevitadores e apagadores (v. 38) têm lições importantes que
exaltam Cristo e ensina-nos da vida Cristã. Era necessário pôr “em ordem as
lâmpadas” (Ex 30.7, 8) toda tarde para que não apagassem durante a noite (I Sm
3.3; Ex 27.20, 21). Para pôr “em ordem as lâmpadas” os espevitadores e
apagadores eram necessários. O espevitador era um instrumento usado para aparar
o morrão do candelabro. Por ter um espevitador mencionado no contexto do
candelabro podemos concluir que existiam pedaços de corda nessas lâmpadas. Como
isso é normal podemos também entender que o candelabro precisava de manutenção
contínua para brilhar o seu melhor. Sabendo que Jesus Cristo, o Nosso Grande
Sumo Sacerdote, ministrando diante de Deus por nós, nunca brilha um dia menos
que outro (Hb 13.8) ou necessita de manutenção, a lição que os espevitadores e
apagadores ensinam, é para nós, pois somos a luz do mundo.
Nossa vida espiritual precisa de manutenção, colocada em ordem,
ter o ‘morrão’ tirado constantemente. Pela carne estar sempre conosco, por
Satanás não descansar e por causa da carne nos outros somos exortados a pôr “em
ordem as lâmpadas” toda manhã e ao pôr-do-sol. As exortações de Deus que
perseveramos no caminho estreito e difícil (Lu 8.15; At 2.42; Tg 1.25; II Jo
1.9), que mortificamos a carne (II Co 4.10; Cl 3.5), resistimos à tentação (I
Co 10.13; Ef 6.13; Tg 4.7), guardamos a fé (Jd 1.3; I Tm 3.9; Ap 14.12), e de
confessarmos os pecados (I Jo 1.7-9) não são para manter-nos salvos. Essas
exortações são para manter-nos “em ordem”, para sermos testemunhas brilhantes e
úteis para a glória de Deus. Quando o “morrão” é aparado constantemente,
podemos não ser apenas cheios de azeite, o Espírito Santo, mas sermos feitos
mais e mais conformes à imagem de Cristo, a Nossa Luz.
O espevitador de mortificar a carne tem sido usado recentemente
na lâmpada da sua haste? O apagador tem sido usado no seu tempo a sós com seu
Deus? Você está brilhando ou o seu melhor está diante de um mundo em trevas?
Qual é o pecado que tão perto de você rodeia, ou seja, qual o pecado que mais
te atrapalha? A vitória vem por resisti-lo e buscar a graça de Deus para
obedecer e ficares firmes (Ef 6.19; Tg 4.7). Que Deus nos ajude a usar os
espevitadores para manter a Luz brilhando clara e constantemente para o mundo.
O candelabro foi feito de um talento de ouro puro (v. 39). De
certo esses 52 quilos de ouro representam a preciosidade e a suficiência de
Cristo como Redentor e Ministrante Divino por nós diante de Deus. Cristo merece
todo o louvor de todos para todo o sempre. Por Cristo brilhar defronte de Deus
por nós, não há nada faltando em nossa salvação ontem quando cremos, ou hoje,
ou amanhã. Cristo satisfaz Deus em tudo. Se a Luz do Evangelho te mostra um
pecador condenado diante de Deus, se arrependa dos seus pecados e crê pela fé em
Cristo. Cristo é suficiente para te salvar perfeitamente (Hb 7.25).
O candelabro era para ser estritamente feito conforme o modelo
de Deus (v. 40). É de extrema necessidade a exatidão da obediência de Cristo
como Redentor. Ele tinha que ser sem nenhuma mancha, ser imaculado e
incontaminado para ser aceito por Deus como o Sacrifício no lugar dos pecadores
(Gl 3.13, 15). Cristo cumpriu toda a obra que o Pai O deu para fazer (Jo 17.4;
19.30) e somos aceitos por Deus no Amado (At 4.12; Ef 1.6).
Se esperarmos serem testemunhas idôneas e brilhar Cristo,
precisamos atentar para fazer tudo conforme o Modelo em doutrina, adoração e
obediência (Ef 5.1; Hb 6.12).
Depois do Pentateuco, o candelabro é mencionado somente duas
vezes. Em I Sm 3.3 o candelabro está mencionado num contexto de julgamento
sobre a casa de Eli. Pode nos ensinar que a luz sondadora de Deus trata dos
Seus discípulos. Além da Luz nos guiar, Ela também revela em nós aquilo que é
abominável a Deus. (Hb 12.7,8).
A segunda vez que o candelabro é mencionado é Dn 5.5. Neste caso
o candelabro está num contexto de julgamento imediato sobre Belsazar. Sem
dúvida nenhuma há nisso uma lição para os nãos convertidos. A Luz resplendente
que manifesta agora o único caminho ao Pai virá um dia com o esplendor da Justiça.
Naquele dia, como Belsazar, o pecador se tremerá. É melhor se arrepender dos
pecados e crê pela fé em Cristo agora do que receber o julgamento imediato de
um Fogo Consumidor no dia do julgamento.
Apóstolo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciência da Religião
Dr. Edson Cavalcante
Grato Nobre Irmão Edson DEUS TE ABENÇOE EM TUDO EM NOME DO SENHOR JESUS.
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