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quarta-feira, 31 de maio de 2017

QUANDO DEUS ESCOLHE UM REJEITADO...


                                    QUANDO DEUS ESCOLHE UM REJEITADO...

Jefté era de Mizpá, em Gileade, terra de Jó e Elias. Seu nome (hebraico/aramaico - יפתח Yiftach / Yipthaχ) . Foi um dos Juízes de Israel por um período de seis anos (Jz 2:7 ). Jefté viveu em Gileade e foi um membro da Tribo de Gade Js 12:1  ; Js 12:6  e Js 13:1  – Na divisão das terras depois da conquista de Canaã por Josué, a tribo de Gade(7º filho de Jacó) ficou com a terra além do Jordão – a terra de Gileade. O nome de seu pai era também Gileade.
Depois de ser expulso de casa por seus meio-irmãos por ser filho de uma prostituta, ele foi viver em Tobe, a leste de Gileade e foi viver com homens levianos. Os amonitas entraram em guerra contra os israelitas e não tinha nenhum homem com as qualificações de Jefté, homem valoroso e guerreiro e os anciões foram buscá-lo na terra de Tobe. Estrategicamente Jefté tentou negociações com reinos vizinhos, pois não queria derramamento de sangue, porém todas as negociações foram sem sucesso. Partiu para o 2º plano que foi o ataque sob a direção de Deus.
Antes de partir para a guerra, ele fez um voto ao Senhor, que caso ele retornasse para casa vitorioso, quem primeiro da porta de sua casa saísse ao seu encontro, esta pessoa seria oferecida em holocausto ao Senhor. Ele voltou vitorioso, mas quem saiu-lhe de casa ao seu encontro foi sua filha única, Logo que ele a viu, rasgou as suas vestes, e disse: Ai de mim, filha minha! muito me abateste; és tu a causa da minha desgraça! pois eu fiz, um voto ao Senhor, e não posso voltar atrás. (Juizes11:36) Ela lhe respondeu: Meu pai, se fizeste um voto ao Senhor, faze de mim conforme o teu voto, pois o Senhor te vingou dos teus inimigos, os filhos de Amom.
01.  O NOME DE JEFTÉ ESTÁ NA GALERIA DOS HERÓIS DA FÉ
Se você fosse escrever uma lista de heróis, será que você colocaria na lista uma prostituta ou um filho de prostituta?!  Provavelmente,  não!... -   Entretanto, na galeria dos heróis da fé de HEBREUS 11, nós encontramos o nome de Raabe, aquela prostituta que salvou a vida dos espias de Jericó. E encontramos também o nome de JEFTÉ, cuja mãe era uma prostituta.   Veja Hb 11:31  Hb 11:32   (Raabe e Jefté) e, observe o que diz Hb 11:38  e Hb 11:39  a respeito deles....
Não importa qual seja a sua história ou a sua origem... você pode ser alguém que tenha sido escolhido por Deus...
Você já sabe alguma coisa sobre isto? O Senhor já lhe disse que você é um escolhido? Lá dentro, em uma parte muito interior, você sente a convicção de que Deus tem um propósito especial com você nesta terra?
Pense um pouquinho em Jefté: Nascido de uma prostituta numa época em que os preconceitos eram bem mais acentuados que hoje; criado com seu pai numa família que simplesmente não o aceitou; ele foi, durante toda sua infância e juventude, um filho rejeitado; foi expulso de sua casa e de sua cidade para não ter direito na herança de seu pai; viu-se obrigado a fugir, temendo talvez, pela própria vida; e, por último, teve que ir morar numa maloca com pessoas de má fama...
Sua situação é pior que a dele? A história dele é parecida com a sua?
Jefté era alguém que tinha tudo para ser um homem fracassado. Todavia, isso não exerceu influência sobre sua personalidade... Ele era líder, era valente e querido por seus conterrâneos. JEFTÉ ERA UM ESCOLHIDO!
02.  JEFTÉ TINHA UM PAI OMISSO
Gileade, seu pai, em momento nenhum interveio a favor de seu filho Jefté. Os meio irmãos deste o desprezaram e, provavelmente, foram instigados pela própria mãe, por questões de ciúmes, de vingança. O pai, em situações assim, tinha que impedir qualquer atitude de desprezo para com seu filho que não era culpado de ter nascido nestas condições.
Mas, Gileade foi omisso. Mesmo quando os seus filhos expulsaram a Jefté, forçando-o a fugir, ele parece ter feito de conta que não tinha nada a ver com isto.
Fica aqui uma mensagem para os pais. É de sua responsabilidade a maneira como seus filhos são criados. É de sua responsabilidade dar a cada filho, em particular, proteção, apoio e condições para se desenvolver como pessoa e como cidadão.
Se, por acaso, você também tem um filho ou filha que é fruto de seu deslize moral, não o trate com menosprezo, e não permita que seus outros filhos o façam. Tente criar um ambiente em que todos tenham os mesmos valores e direitos.
03.   DEUS MESMO CRIOU O AMBIENTE FAVORÁVEL AO SUCESSO DE JEFTÉ
Os amonitas apertaram o povo de Israel, especialmente pelo lado Leste, nas terras de Gade e de Manassés. Foi aí que Deus entrou com providência para mostrar para eles que ninguém deve ser desprezado por qualquer que seja sua origem ou cacterísticas físicas ou por ciúmes ou por inveja.Eles não tiveram outra opção a não ser ir atrás de Jefté, porque ele era o único, em sua época, que tinha perfil para aquele tipo de situação.
É incrível como todo aquele que tem uma chamada de Deus sofre perseguições, é mal compreendido e, algumas vezes, é forçado a fugir, para que se vejam livres dele(a).
Mas, se você é mesmo um escolhido, sua história não acaba aqui. Hoje você pode até estar chorando, mas amanhã você irá sorrir. Deus vai te levantar das cinzas e do pó. Deus vai fazer tudo o que tem te prometido. Você vai ver as mãos de Deus te ajudar. Quem te ver há de falar: Ele é mesmo um escolhido.
Aí, os hipócritas vão dizer que você nasceu prá vencer. Olha o que eles dizem: "Eu já sabia, porque você tinha mesmo cara de vencedor".
Mas, se Deus quer agir, ninguém pode impedir... E assim, Deus vai criando o ambiente favorável ao seu sucesso!!!
04. JEFTÉ ESTAVA PRONTO PARA O KAYRÓS
Kayrós é o tempo de Deus. Não é como o Kronus, o tempo que precisa ser agendado e perseguido pelo homem. O kayrós acontece...
Para todos nós haverá o kayrós. A diferença entre uns e outros é que muitos, ao passarem pela prova, guardam em seu coração rancor e mágoa. No dia que o kayrós acontece, não estão preparados e chutam sua bênção.
Jefté estava livre do peso das mágoas. Ele compreendeu o agir de Deus em seu favor e não perdeu a oportunidade ímpar que a vida lhe ofereceu. No dia seguinte ele já era o comandante do exército de Gileade e líder de seus próprios irmãos...
A história de Jefté é bem parecida com a história de José do Egito, não é? - Pois é, a história vem se repetindo ao longo dos milênios. E, para nós, haverá um kayrós. Pode ter certeza disso. O seu dia já está na agenda de Deus...
Quem te viu passar na prova e não te ajudou, quando ver você na bênção vai se arrepender. Vai estar entre a plateia e você no palco...
O Senhor é aquele que "prepara uma mesa perante mim na presença de meus inimigos..." - É aquele que "unge a minha cabeça com óleo e o meu cálice transborda!!!"
Fica essa mensagem para você meu querido irmão. Não leia a história de Jefté apenas pela curiosidade de saber se ele matou ou não a sua filha. A Bíblia não é apenas um livro histórico. Ela é a carta de Deus com uma mensagem para nós. Veja em cada história deste maravilhoso livro a mão de Deus demonstrando o cuidado dEle para com você.
Como Jefté, como José do Egito, como Jabez, como Raabe e como tantos outros, o seu nome ainda vai parar na galeria dos heróis da fé.

Apóstolo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciência da Religião Dr. Edson Cavalcante

terça-feira, 30 de maio de 2017

FAMÍLIA CRISTÃ DIVIDIDA...

                                 FAMÍLIA CRISTÃ DIVIDIDA...
... MAS, CONHECENDO ELE OS SEUS PENSAMENTOS, DISSE-LHES: TODO O REINO, DIVIDIDO CONTRA SI MESMO, SERÁ ASSOLADO; E A CASA, DIVIDIDA CONTRA SI MESMA, CAIRÁ – LUCAS 11.17
Existem algumas atitudes do homem que Deus odeia, entretanto o que é abominável aos olhos Dele e o exercício humano que semeia a contenda entre os irmãos.
Provérbios 6.16-19 – “Estas seis coisas o Senhor odeia, e a sétima a sua alma abomina: olhos altivos, língua mentirosa, mãos que derramam sangue inocente, o coração que maquina pensamentos perversos, pés que se apressam a correr para o mal, a testemunha falsa que profere mentiras, e o que semeia contendas entre irmãos.”
O que significa algo abominável?
Para mim abominável é a qualidade que sugere um comportamento reacionário à santidade divina. É algo repulsivo aos olhos de Deus. As abominações são trevas que tentam ofuscar a luz. Abominável é uma ação humana indesejável, inaceitável, reprovável, contrária aos propósitos da aliança feita por Cristo Jesus. João 17.21 – “Para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu em ti; que também eles sejam um em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste.”
* Dicionário on line Priberam traz a seguinte definição: abominável, que merece abominação; detestável, execrável, odioso, nefando.
Lembro agora que a Bíblia nos chama a comunhão, a fim de que na congregação haja a manifestação da multiforme sabedoria de Deus. O amor somente será expresso se houver livre curso nos corações humanos. (o amor é o vínculo da paz). A reunião de esforços somente se dará se houver alianças e propósitos comuns. O contrário resulta em contenda (briga) provocada por ciúmes, pelejas (guerras) e mortes.
Deus abomina a contenda entre os homens salvos, principalmente que sem acordo não se pode andar nem duas pessoas juntas. Amós 3.3 – “Porventura andarão dois juntos, se não estiverem de acordo?” E como poderemos proclamar o Senhorio de Cristo sobre nós, se ainda fazemos o que Ele não aceita? Como as pessoas ouvirão a Palavra Santa, se os nossos atos falam mais altos? Se o vaso não consegue reter a essência de Deus (a sua Santidade expressa na Palavra sacrossanta) em si, como promoverá a paz e o progresso da humanidade?  Se nesta forma de vida te moldas, saibas és um vaso quebrado! Hipócrita!
Romanos 9.20, 21 – “Mas, ó homem, quem és tu, que a Deus replicas? Porventura a coisa formada dirá ao que a formou: Por que me fizeste assim? Ou não tem o oleiro poder sobre o barro, para da mesma massa fazer um vaso para honra e outro para desonra?”
Por falar nisso, dizem os estudiosos e o dicionário logo abaixo que a palavra hipocrisia teve sua origem nas encenações teatrais do passado. A verdadeira identidade individual de um homem, infelizmente, não é a aparente, ela está mascarada, disfarçada. Como no teatro, que os atores fazem a dramatização se passando por outra pessoa, assim são aqueles que dizem que amam a Deus, e não amam o seu próximo. I João 4.20 – “Se alguém diz: Eu amo a Deus, e odeia a seu irmão, é mentiroso. Pois quem não ama a seu irmão, ao qual viu como pode amar a Deus, a quem não viu?”
Isso não significa dizer que se deva ser bonzinho. Pois a Bíblia diz que o único ser bom é Deus. E ela mesma assevera que Deus usa de severidade. Especialmente quando ela descreve: “Se suportais a correção, Deus vos trata como filhos; porque, que filho há a quem o pai não corrija?” – Hebreus 12.7
Romanos 11.22 – “Considera, pois, a bondade e a severidade de Deus: para com os que caíram, severidade; mas para contigo, benignidade, se permaneceres na sua benignidade; de outra maneira também tu serás cortado.”
* HIPOCRISIA, vem do Grego hypocrisia, forma poética de hypócrísis, desempenho de um papel no teatro, dissimulação. Substantivo feminino, impostura, fingimento; manifestação de virtudes ou sentimentos que realmente se não tem.
Com essa reflexão inicial, exponho um grande mal que revela os aspectos das instituições não corporativas, no sentido positivo da palavra (aquelas que são intransigentes com as faltas individuais, mas lutam pelos benefícios também individuais, dando importância devida ao seu ente corporado, sempre alimentando a distinção vitoriosa da sua causa coletiva).
O exemplo da Polícia Militar que objetivamente seus administradores (nem todos) procuram agradar os poderes influentes no governo. Como alguém pode defender (e falar bem dela) se ela mesma age com as equações da ética seletiva.
(ética seletiva é aquela que somente sustenta a virilidade dos mais “fortes”. Os mais “fracos”  naturalmente são inexistentes. Não opinam em nada. São os pequenos. São caudas, nunca cabeças. A exemplo do cão sem raça definida que vive nas ruas, comendo o que lhe dão e o que encontra nas calçadas, os mais fortes deles sobrevivem e os mais fracos morrem, isso é uma seleção natural das espécies. Por isso esse animal domesticado com um tempo, em existência, comem de tudo, sem a necessidade de tanta vacinação e vermifugação, portanto, tem um sistema imunológico mais fortalecido que os cães com raças definidas)
Desde os bancos escolares de uma academia policial ou de outra unidade de ensino se ouve que devemos buscas a unidade – unidade de doutrina e unidade de comando -, mas na prática administrativa e operacional prevalecem em muitas oportunidades:
a) O dito do poder externo, que molda pensamentos e contraria a regra;
b) As promoções vergonhosamente barganhadas politicamente, sem qualquer zelo pela verdadeira ética corporativa.
c) Um outro princípio ético parecido com a autofagia.[do Grego autós, próprio + phag, r. de phagein, comer. Substantivo feminino, nutrição à custa das reservas do próprio organismo]. Os policiais chegados à política não fortalecem a instituição (na sua maioria), pelo contrário maculam quem quer que seja para galgar os seus pleitos particulares. Maculam até o chefe se for preciso.  São verdadeiros mexeriqueiros. Não tem vergonha na cara. Levítico 19.16 – “Não andarás como mexeriqueiro entre o teu povo; não te porás contra o sangue do teu próximo. Eu sou o Senhor.”
d) A atividade fim da PM está nas mãos dos poucos íntegros oficias e dos raros praças moralmente sadios, mas também nas mãos de pessoas socialmente e profissionalmente irresponsáveis [prevaricadores e irreconciliáveis com a conduta moral]. Parece que não há uma seleção técnica positiva. Na verdade, os politiqueiros pouco fazem pela Corporação. Para que? Se eles são protegidos assim como estão! Para pagar advogado, quando o policial de rua vai resolver um conflito social usa da força e é questionado? Eles não estão nessa. Para correrem riscos de vida? Eles não querem.
e) Os interesses estimulados pelas gratificações da atividade administrativa, em muitas delas.
Mateus 12.25 – “Jesus, porém, conhecendo os seus pensamentos, disse-lhes: Todo o reino dividido contra si mesmo é devastado; e toda a cidade, ou casa, dividida contra si mesma não subsistirá.”
Precisamos retornar ao primeiro amor. Apocalipse 2.4, 5 – “Tenho, porém, contra ti que deixaste o teu primeiro amor. Lembra-te, pois, de onde caíste, e arrepende-te, e pratica as primeiras obras; quando não, brevemente a ti virei, e tirarei do seu lugar o teu castiçal, se não te arrependeres.” A igreja de Éfeso precisava de uma reforma nas suas concepções. Precisavam se sujeitar à vontade divina. Com certeza, vários poderes públicos precisam se sujeitar as concepções de Justiça, de disciplina, de hierarquia, mas acima de tudo, serem submissos os homens a sabedoria que excede a todo o entendimento, a sábia orientação do General Jesus Cristo.
Romanos 12.18 – “Se for possível, quanto estiver em vós, tende paz com todos os homens.”
Hoje, no mundo todos os homens fingem-se conviver uns com os outros. Os da situação com os da oposição. Até os que não querem praticar a politicagem interesseira, são vistos como oposicionistas. Sejamos transformados.
Romanos 12.2 – “E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.”
Eu sou e espero sempre ser um dos promotores da unidade, como Jesus Cristo.  Vejam bem quantas coisas boas ganharemos com a riqueza da glória de Deus:
a) Faremos amigos verdadeiros, e não fingidos. Teremos a coragem de construirmos uma nova ponte, pelo perdão, sempre que essa estiver ruindo.
b) Seremos repartidores justos. Praticaremos a justiça santa, e não a “justiça” maquiavélica (dos meios que justificam os fins).
c) Não julgaremos com hipocrisia e fazendo acepção de pessoas, diferenciando-as por posições ideológicas ou por afinidades pessoais ilegítimas.
Hebreus 12.14 – “Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor.”
Apóstolo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciência da Religião Dr. Edson Cavalcante



segunda-feira, 29 de maio de 2017

QUEM ENCONTRA Á JESUS CRISTO TEM A VIDA TRANSFORMADA...


              QUEM ENCONTRA Á JESUS CRISTO TEM A VIDA TRANSFORMADA...
João 4:10
Introdução: Esta mensagem enfoca a conversão da mulher samaritana junto a uma fonte de águas, aquele que é a fonte da água da vida, nosso Senhor Jesus Cristo.
I. O encontro junto ao poço de Jericó
1. a mulher desconhecida.
- A Bíblia não registra o nome nem a genealogia da mulher samaritana. Diz, apenas, que ela era natural de Samaria, capital do antigo Reino do Norte.
- Tratava-se de uma mulher humilde, pois ela mesma cuidava dos seus afazeres domésticos, não tendo, certamente, quem os fizesse. Era, pois, uma mulher laboriosa. seu nome não aparece; não importa aqui descobrir seu nome, pois o mais importante para Deus são: os atos de fé na graça do Senhor.
- Pela vaidade do homem ele importa que seu nome seja aparecido, e isto nos vários lugares de comunicação.
2. A popularidade de Jesus.
- Os milagres operados por Jesus despertaram a atenção do povo e sua fama chegou ate aos fariseus. Estes, movidos mais pela inveja, procuravam encontrar Jesus. Entre os discípulos de João também houve discussão, porque Jesus batizava mais que o próprio João Batista. Então o senhor Jesus resolveu deixar a Judéia a ir outra vez para Galiléia. Ele não aceita e não concorda que haja inveja e contenda no seu trabalho. Por isso, (Jo. 4.3).
3. Jesus em Samaria.
- Samaria conforme foi dito era a antiga capital do Reino do Norte, fundada por Onri, rei de Israel (1 Rs.16.24).
- Foi por muito tempo um centro de idolatria (Jr.23.13;0s.7.1). Em 722 a.C., quando Sargon II,(Is.20:1) rei da Assíria, levou para o cativeiro as dez tribos do reino do Norte (2 Rs.17.5,6.23,24). Enviou para a cidade de Samaria os povos oriundos de outras terras e nações.
- Era uma mistura de babilônicos e gente de Ava, de Hamata e de Servavim (2 Rs.17.24). Foram esses povos que vieram para colonizar Samaria, resultando daí uma raça mista que provocou muitos conflitos com os judeus.
II. A samaritana e a fonte de Jacó
1. Jesus e as barreiras físicas.
- Jesus cansado do caminho sentou-se para descansar, porque sua humanidade experimentou as mesmas limitações físicas que todos os homens sentem e conhecem (Hb.4.15). Era quase a hora sexta (meio dia, segundo o calendário judaico), quando seus discípulos voltavam da cidade, para onde tinham ido comprar comidas.
2. Jesus pede água a samaritana.
As barreiras religiosas e sociais são um impedimento. Para a mulher samaritana.
Havia três barreiras para ela aproximar-se de Jesus:
a. A barreira racial: Jesus era judeu; e, ela samaritana;
b. a barreira material: Jesus não tinha para ela, os utensílios para tirar a água da vida. Para tirar água do poço era necessário, corda e um balde.
c. a barreira espacial: o poço era fundo. Mas para Jesus as barreiras são encurtadas.
- Jesus derruba as barreiras e diz para a mulher (v.10). Para tirar a água viva, que é a graça salvadora de Deus, não precisamos de balde e corda, precisamos sim de conhecer o dom de Deus que é a graça dEle.
- Não existe poço fundo para Jesus Cristo, as dificuldades são superadas. Jesus não perguntou qual a sua religião e sua família não perguntou se a mulher era idolatra, nem se era de boa ou má conduta. Mas ofereceu a mulher o que ela mais necessitava: a água viva. A mulher não conhecia: O dom de Deus, que Jesus é a fonte d’água viva. Para tirar água do poço de Jacó era necessário sim balde e corda, mas para tirarmos água da fonte da vida é necessário unicamente FÉ. Ele oferece gratuitamente. (Ap.22:17).
- Jesus é a inesgotável fonte de água da vida, onde, diariamente, todos os crentes, de todos os lugares podem beber e encher os seus cântaros, que simbolizam novos corações.
III. A conversão da mulher samaritana
1. a visão materialista da mulher.
- As palavras de Jesus despertaram o interesse material da mulher samaritana: (Jo.4:15).
- O propósito da mulher era não ir mais ao poço de Jacó tirar água. O poço de Sicar é uma figura do mundo. Quem beber desse poço voltará a ter sede.
- Existem muitos crentes que voltaram a beber em Sicar, por isso não tem uma vida consagrada a Deus.
- A mulher samaritana nunca mais voltou a beber água do velho poço de Jacó. Daquele dia em diante encontrou uma fonte melhor, Cristo a Fonte das Águas Vivas. (Ap.22.1)
2. a visão espiritual da mulher é despertada.
- Ela desejava saber onde e como adorar a Deus. Os samaritanos consideravam o monte Gerizim sagrado. Nele estava o templo samaritano. Por isso, a mulher argumentou com Jesus dizendo: (4:20) Jesus ensina-lhe que Deus não pode estar em lugar determinado por homens, e mostra-lhe que o pai é adorado em Espírito e Verdade. O único canal de comunicação com Deus é a FÉ.(Rm.8:26). Existem três tipos de adoradores (V.v.22,23).
1) 0s que adoram o que não sabem;
2) os que adoram o que sabem;
3) os que adoram em espírito e em verdade.
Foi ai que a samaritana compreendeu a verdadeira adoração, e como evidência de sua transformação “deixou o seu cântaro” e foi a cidade dizendo: “Vinde e vede...não é este o Cristo?”
Conclusão
- O cântaro abandonado é sinal de conversão e de que as coisas velhas já se passaram. Quem se converte a Cristo abandona os cântaros dos vícios, dos maus costumes da religiosidade e procura ter uma vida diferente, regida por normas de condutas distintas.
- Deixando ali o seu cântaro, deixando a velha natureza, encheu o seu novo cântaro com a Água da Vida, FÉ e sem perder tempo voltou à vida dando testemunho de Jesus aos seus patrícios “vinde e vede um homem que me disse tudo”. Só Jesus nos dará tudo que precisamos ouvir, saber e aprender.
- Jesus espera que façamos como fez a samaritana, encha-se com a Água da Vida, não perca tempo, seja uma testemunha de Jesus, Ele conta com você.

Apóstolo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciência da Religião Dr. Edson Cavalcante

domingo, 28 de maio de 2017

COMO RECONHECER UM VERDADEIRO HOMEM E DEUS...


                       COMO RECONHECER UM VERDADEIRO HOMEM E DEUS...
O que é um homem de Deus? Como podemos conhecê-lo? Quais são suas marcas? O que rege a sua vida? O apóstolo Paulo escrevendo sua primeira carta a Timóteo, nos versículos 11 a 16, acentua quatro importantes compromissos de um homem de Deus. O homem de Deus é conhecido por aquilo de que ele foge, segue, combate e guarda. Vamos examinar esses pontos.
1. O homem de Deus é conhecido por aquilo de que ele foge (1Tm 6.11) – Paulo diz: “Tu, porém, ó homem de Deus , foge dessas coisas…”. De que coisas um homem de Deus deve fugir? Deve fugir da inveja, da difamação, das suspeitas malignas, das contendas e brigas sem fim e, sobretudo, da ganância, ou seja, do amor ao dinheiro, que é a raiz de todos os males (1Tm 6.3-10). Aqueles que se entregam à maldade e à avareza atormentam-se a si mesmos e caem no laço do diabo. Um homem de Deus não é apegado às coisas materiais. Ele não ama o dinheiro, mas o Senhor. Ele busca uma vida santa e sabe que a piedade, com contentamento, é grande fonte de lucro. Muitas pessoas são escravas de Mamom. Prostram-se diante desse ídolo, chamado dinheiro, e são ávidas pelo lucro, mesmo que para obtê-lo tenham que se envenenar de inveja, ódio e cobiça.
2. O homem de Deus é conhecido por aquilo que ele segue (1Tm 6.11) – O apóstolo Paulo continua: “… segue a justiça, a piedade, a fé, o amor, a constância, a mansidão”. Um homem de Deus foge do pecado e segue a virtude. Ele abomina o mal e anseia pelo bem. Ele foge da injustiça, mas busca o que é justo mais do que o ouro e a prata. Ele foge da vida promíscua e impura e segue a piedade. Seu prazer não está no dinheiro, mas em Deus. Ele foge da incredulidade e segue a fé. Ele se deleita na Palavra e crê de todo o seu coração nas promessas do Eterno. Ele foge das altercações sem fim, das brigas empapuçadas de mágoa e segue o amor. Ele foge do estilo de vida inconstante daqueles que correm atrás do vento e segue a constância. Ele foge do destempero emocional e segue a mansidão.
3. O homem de Deus é conhecido por aquilo que ele combate (1Tm 6.12) – O apóstolo ainda escreve: “Combate o bom combate da fé, toma posse da vida eterna…”. Havia aquele tempo, como ainda hoje, muitos falsos mestres espalhando suas heresias. Timóteo devia entender que a vida cristã é uma luta sem trégua e sem pausa contra o erro e na promoção da verdade. Ele deveria como soldado de Cristo, combater o combate certo, com a motivação certa. Há muitas pessoas que entram na luta errada, com as armas erradas e com a motivação errada. Timóteo não devia brigar por causa de dinheiro, mas combater em defesa da fé verdadeira. Timóteo deveria nessa batalha em favor da fé, tomar posse da vida eterna. Ele deveria estar convicto e seguro daquilo que Cristo tinha feito por ele e nele, e então, sair bravamente em defesa da verdade.
4. O homem de Deus é conhecido por aquilo que ele guarda (1Tm 6.14) – Finalmente, Paulo diz: “que guardes o mandamento imaculado, irrepreensível, até a manifestação de nosso Senhor Jesus Cristo”. Muitos obreiros haviam se desviado do caminho, como Demas. Outros haviam se intoxicado de soberba como Diótrefes. Ainda outros haviam sido seduzidos pelas heresias dos falsos mestres. Mas, um homem de Deus deve guardar o mandamento, a Palavra de Deus, vivendo de maneira irrepreensível até a volta do Senhor Jesus. Um homem de Deus não negocia a verdade nem transige com seus absolutos. Um homem de Deus não se rende à tentação do lucro em nome da fé nem abastece seu coração com as ilusões de doutrinas estranhas às Escrituras. Um homem de Deus ama a Palavra, guarda a Palavra, vive a Palavra e prega a Palavra.
Que vejamos nesta geração o surgimento de muitos homens de Deus, gente disposta a fugir do pecado, a seguir a justiça, a combater o bom combate da fé e a guardar a Palavra, vivendo uma vida imaculada e irrepreensível.
Apóstolo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciências da Religião Dr. Edson Cavalcante


sábado, 27 de maio de 2017

O CANDELABRO DE OURO E SEU SIGNIFICADO...


                              O CANDELABRO DE OURO E SEU SIGNIFICADO...
ÊXODO 25.31-40; 26.35; 27.20-21; 37.17-24; LV 24.2, 4
É útil estudar sobre o tabernáculo para aprender mais da nossa Salvação por Cristo. A lei (o Pentateuco) tem “a sombra dos bens futuros” (a Pessoa e Obra de Cristo) e conhecendo essas sombras perceberemos melhor o Real (Hebreus 10.1). Por isso convém estudar o que diz a Bíblia sobre o tabernáculo.
O candelabro se encontra no Lugar Santo e é o objeto principal neste lugar. Somente o sacerdote e a sua família santificada podem entrar no Lugar Santo. Homem algum entrará na presença de Deus sem Cristo. Sem Cristo é só trevas.
O Lugar Santo é o lugar de comunhão com Deus. É claro que isso representa a verdade que somente os salvos em Cristo têem: a comunhão verdadeira com Deus (I Jo 1.5-7). O pão da proposição nutre essa comunhão. O altar de incenso representa a manutenção dessa comunhão e o candelabro representa o poder nesta comunhão. Não entrava no Lugar Santo nenhuma luz natural. O candelabro era a única fonte de iluminação. Se o Lugar Santo representa a nossa comunhão e ministério com Deus então a falta de luz natural aponta à verdade que a nossa comunhão com Deus não necessita nenhuma “luz natural”, ou fruto do raciocínio humano. Posso todas as coisas em Cristo que me fortalece e Ele é a luz da minha comunhão com Deus. A falta de “luz natural” no Lugar Santo nos ensina que a mortificação da carne é necessária para a salvação (At 17.30; I Jo 1.7-9) e posteriormente para comunhão (Gl 2.20; 5.17-24).
O candelabro é feito de ouro puro (Ex 25.31, 39). Não há madeira na sua construção, ou seja, não há nada que representa a humanidade de Cristo nele. Portanto, o candelabro revela o Cristo divino, a glória de Cristo na presença do Pai em prol dos Cristãos. Também, é verdade que os cristãos têm acesso ao Pai no Lugar Santíssimo por Cristo ser o nosso ministrante no Lugar Santo (Hb 10.19-23). O candelabro sendo feito de ouro puro representa a verdade que o cristão vive num mundo em trevas, mas por estar em Cristo, a glória de Deus está neles e podem andar nesta Luz como Ele na luz está. Enquanto Cristo estava no mundo Ele era a luz do mundo (Jo 9.5) e Ele continua sendo a Luz que o mundo precisa enxergar. Todavia, o candelabro está vedado ao mundo, então, neste caso, o candelabro não representa Cristo como a Luz do mundo, mas ensina que Ele está ministrando no céu em prol do cristão para que o Cristo tenha comunhão com Deus enquanto ele está no mundo e sendo a luz do mundo (Mt 5.14-16).
O candelabro não é só feito de ouro puro, mas de ouro batido (v. 31, 36). O candelabro é a única peça no tabernáculo que é batida. Em comparação, os deuses falsos são feitos por fundição e, portanto fácil é para o homem ter o seu “deus” (Ex 32.4). Mas este ouro puro batido do candelabro revela uma bela figura de Cristo. Para Cristo ser o ministrante no céu para o Seu povo que ainda peregrinam na terra, custou muito (Is 53.2-5). O trabalho da Sua alma custou caro para agradar a Deus. Contudo satisfez Deus completamente (Is 53.10, 11). A Sua divindade (ouro puro) fez Jesus, o homem, aguentar toda a ira de Deus sobre Ele durante as horas na cruz recebendo aquilo que o pecado merece na eternidade (Ouro batido). O candelabro sendo feito de ouro batido representa tudo que Jesus Cristo passou para ser Nosso Senhor e Salvador. Portanto podemos perguntar-nos a nós mesmos: Como pode qualquer obra nossa comparar àquela operada por Cristo? Também, podemos considerar: É muito se mortificamos e dedicamos as nossas vidas em santificação a Ele em retribuição? Por sermos comprados de “bom preço” devemos glorificar, pois, “a Deus no vosso corpo, e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus”, I Co 6.20.
Versículo 36 diz também que “os seus botões e hastes serão do mesmo” ouro puro. Pelo candelabro em uma forma representar o povo de Deus reunido na congregação dos santos (Ap 1.12, 20) uma verdade preciosa é ensinada. Essa verdade diz que o Seu povo, na mente de Deus, já fazia parte da massa, ou seja, era em Cristo antes da fundação do mundo, (Ef 1.4, 5). O que estava na mente de Deus na eternidade passada, em tempo, vem a ser efetuado pelos meios que Ele designa, ou seja, a obra do Espírito Santo na pregação da Palavra de Deus (II Ts 2.13,14). O versículo 36 ainda relata: “os seus botões e hastes serão do mesmo”. Se Ele determinou que seja do mesmo, então é certeza que serão formados da mesma massa e continuarão sendo feitos do mesmo o tempo que Ele determina, ou seja, pela eternidade (Jo 3.16; 10.27,28; Rm 8.18-30). Se desejar estar nessa Luz, venha à Luz se arrependendo e crendo pela fé! A única salvação está em Cristo!

A iluminação para a qual essa peça foi designada era possível através do azeite puro de oliveira (Ex 27.20, 21). O óleo ou azeite puro de oliveira, batido, muitas vezes representa o Espírito Santo. Neste caso do candelabro, ele tem sete lâmpadas com esse azeite puro de oliveira, batido. Parece que é simbolizada a obra do Espírito Santo na vida de Cristo, Nosso ministrante diante de Deus no céu. Sete lâmpadas para serem postas em ordem, de manhã e à tarde, perante o Senhor, manifestam a perfeita e inteira presença do Espírito Santo em Cristo. Sabemos que o Espírito Santo foi dado a Cristo sem medida, ou seja, sem limitação (Jo 3.34) como pode ser notado que as Escrituras não dão uma medida para estas lâmpadas. A profecia de Isaías diz que o Rebento do tronco de Jessé brotará e repousará sobre ele o Espírito do Senhor e assim lista sete características deste Espírito (Is 11.1,2). O Apóstolo João, em Apocalipse refere a Cristo tendo junto dEle os sete espíritos que estão diante do Seu trono (Ap 1.4). Não deve ser dúvida nenhuma que a obra de Cristo foi com o poder e presença do Espírito Santo. Foi tanto assim de ser uma blasfêmia contra o Espírito Santo qualquer ilusão que a obra de Cristo fosse por um outro espírito a não ser do Espírito Santo de Deus (Lc 12.10). Podemos aprender também pelo fato da iluminação do candelabro ser pelo Espírito Santo que a vida vitoriosa do cristão nesta peregrinação é pelo poder do Espírito Santo. O Selo do cristão é o Espírito Santo ensinando assim que temos a marca em nós, que somos propriedade genuína e segura de Deus (Ef 1.13,14). Isso nos conforta. O Espírito Santo é o penhor nosso também ensinando nessa maneira que as promessas de um futuro glorioso com Cristo no céu são seguras. Isso nos anima. O Espírito Santo é o poder da Palavra na nossa salvação (Rm 1.16; II Ts 2.13,14). O Espírito Santo é o poder da nossa luta nas batalhas que temos aqui na terra (Ef 6.12,13; I Jo 4.4; 5.4; I Pe 4.14). Como a iluminação no Lugar Santo era constante (Ex 27.21) pelo candelabro, nosso brilhar constante na terra é pelo Espírito Santo nos conformando à imagem de Cristo (II Co 3.18). Ele capacita-nos a fazer as nossas obediências diante dos homens para a glória do Pai (Mt 5.14-16). Enquanto Cristo estava no mundo Ele era a Luz do mundo (Jo 8.12; 9.5), mas agora, sendo que Ele está no ‘Lugar Santo’ ministrando em nosso benefício (intercedendo para sempre, Rm 8.34; Hb 7.25), nós somos a luz do mundo. Essa responsabilidade é atingida somente pela obra do Espírito Santo em nós. Portanto esteja cheio do Espírito Santo, ou seja, mortifica-se à carne e procura que Ele controla toda parte da sua vida (Ef 5.18).
Podemos aprender da origem das hastes também. O candelabro era a lâmpada central. Deste candelabro central “saíram” as seis hastes (v. 31, 32). Assim ensina que os Cristãos, que são a luz do mundo, saem de Cristo como Eva saiu de Adão. Quer dizer, não foi pelas obras de justiça que houvéssemos feitas, ou pela nossa sinceridade, mas, foi segundo a Sua misericórdia que nos salvou pela lavagem da regeneração e da renovação do Espírito Santo, que Ele abundantemente derramou sobre nós por Jesus Cristo Nosso Salvador (Tt 3.5. Ef 2.4-9). Por sermos dEle e por Ele (Fp 2.13, “Porque Deus é o que opera em vós tanto o querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade”) somos parte integral do candelabro, ou seja, de Cristo. Nesta condição brilhamos por Ele. Por ser parte integral de Cristo, aonde Cristo literalmente é, os Seus serão também (Jo 14.1-3). Aonde vai o cristão, Cristo vai também (I Co 6.15, “Não sabeis vós que os vossos corpos são membros de Cristo? ...”). Portanto, “Por isso saí do meio deles, e apartai-vos, diz o Senhor; E não toqueis nada imundo, E eu vos receberei; E eu serei para vós Pai, E vós sereis para mim filhos e filhas, Diz o Senhor Todo-Poderoso”, II Co 6.17,18). Conhece a misericórdia de Deus em Cristo? Não pode brilhar aparte de sair dEle, ou seja, ser parte integral dEle pelo arrependimento dos pecados e fé em Cristo.
Nas hastes tinham um número de copos feitos na forma de amêndoas, um botão e uma flor (Ex 25.33-35). Sendo a amendoeira usada para estes botões, copos e flores, a mente é levada a pensar da vara de Aarão que floresceu (Nu 17.6-8). Entendemos por essa representação o fato que Cristo, o Eleito de Deus (Is 42.1), agradou Deus completamente em tudo que fez. Da Sua conceição e nascimento (o copo), pelo Seu batismo e vida na terra (botões), da morte veio a ressurgir e ascender ao Pai (a flor). Pela obediência perfeita Cristo é exaltado soberanamente sobre tudo (Fp 2.8-11) e uma linda flor diante do Pai, sim “a rosa de Sarom, o lírio dos vales” (Ct 2.1). Por Cristo satisfazer Deus completamente Ele assim é declarado o único Caminho, Salvador que pode salvar o pecador arrependido e fazer este ter o fruto que agrada o Pai e trazer este diante do Pai (I Pe 3.18; Fl 4.13). Em outro lugar é ensinado que temos que estar na Vara se desejamos ter qualquer fruto que agrada o Pai (Jo 15.1-8). Uma pergunta: A beleza e adorno da Vida obediente de Cristo estão na sua “haste”?
O propósito do candelabro com as sete lâmpadas acesas é explicado como para “iluminar defronte dEle” (v 37). O candelabro representa Cristo, e as sete lâmpadas representam a perfeição e poder do Espírito Santo na Sua Pessoa e nas Suas obras todas. Pela Pessoa e obra do Espírito Santo estar sem medida em Cristo Ele é a glória desta Luz raia perante o Senhor (40.25). Nesse sentido entendemos a importância de sermos feitos “em Cristo” pois a posição do candelabro é “perante o Senhor”. Em Cristo, não temos uma Luz falha, Cristo realmente raia “perante o Senhor” e é aceito pelo Senhor Deus (Is 53.11). Deus é luz e não há nEle trevas nenhumas (I Jo 1.5). Tampouco existirá qualquer corrupção na Sua gloriosa presença. Se aspirarmos estar perante o Pai na eternidade devemos entender que tudo que não tem a imagem de Cristo será consumido (I Co 3.13-15). Deus é um “fogo consumidor” (Ex 24.17; Is 33.14, “Quem dentre nós habitará com o fogo consumidor? Quem dentre nós habitará com as labaredas eternas?”; Hb 12.29). Quando aproximamos a Deus, fazemos pelas justiças de Cristo (Hb 10.19). Em tudo disso, é clara a instrução: Se vamos brilhar por Ele e com Ele perante o Senhor, é necessária a salvação por Cristo que “raia perante o Senhor”. Os convertidos precisam entender também que se desejam viver “perante o Senhor” é necessária a contínua mortificação da carnalidade do pecado que habita nos nossos membros (Gl 5-17-24). A glória de Deus está na face de Jesus Cristo (II Co 4.6) e a glória de Cristo raia perante o Senhor. Que Deus nos concede sabedoria espiritual que nos leva a detestar qualquer carnalidade para sermos testemunhas da Luz que raia “perante o Senhor”, a glória de Deus na face de Jesus Cristo!
Os espevitadores e apagadores (v. 38) têm lições importantes que exaltam Cristo e ensina-nos da vida Cristã. Era necessário pôr “em ordem as lâmpadas” (Ex 30.7, 8) toda tarde para que não apagassem durante a noite (I Sm 3.3; Ex 27.20, 21). Para pôr “em ordem as lâmpadas” os espevitadores e apagadores eram necessários. O espevitador era um instrumento usado para aparar o morrão do candelabro. Por ter um espevitador mencionado no contexto do candelabro podemos concluir que existiam pedaços de corda nessas lâmpadas. Como isso é normal podemos também entender que o candelabro precisava de manutenção contínua para brilhar o seu melhor. Sabendo que Jesus Cristo, o Nosso Grande Sumo Sacerdote, ministrando diante de Deus por nós, nunca brilha um dia menos que outro (Hb 13.8) ou necessita de manutenção, a lição que os espevitadores e apagadores ensinam, é para nós, pois somos a luz do mundo.
Nossa vida espiritual precisa de manutenção, colocada em ordem, ter o ‘morrão’ tirado constantemente. Pela carne estar sempre conosco, por Satanás não descansar e por causa da carne nos outros somos exortados a pôr “em ordem as lâmpadas” toda manhã e ao pôr-do-sol. As exortações de Deus que perseveramos no caminho estreito e difícil (Lu 8.15; At 2.42; Tg 1.25; II Jo 1.9), que mortificamos a carne (II Co 4.10; Cl 3.5), resistimos à tentação (I Co 10.13; Ef 6.13; Tg 4.7), guardamos a fé (Jd 1.3; I Tm 3.9; Ap 14.12), e de confessarmos os pecados (I Jo 1.7-9) não são para manter-nos salvos. Essas exortações são para manter-nos “em ordem”, para sermos testemunhas brilhantes e úteis para a glória de Deus. Quando o “morrão” é aparado constantemente, podemos não ser apenas cheios de azeite, o Espírito Santo, mas sermos feitos mais e mais conformes à imagem de Cristo, a Nossa Luz.
O espevitador de mortificar a carne tem sido usado recentemente na lâmpada da sua haste? O apagador tem sido usado no seu tempo a sós com seu Deus? Você está brilhando ou o seu melhor está diante de um mundo em trevas? Qual é o pecado que tão perto de você rodeia, ou seja, qual o pecado que mais te atrapalha? A vitória vem por resisti-lo e buscar a graça de Deus para obedecer e ficares firmes (Ef 6.19; Tg 4.7). Que Deus nos ajude a usar os espevitadores para manter a Luz brilhando clara e constantemente para o mundo.
O candelabro foi feito de um talento de ouro puro (v. 39). De certo esses 52 quilos de ouro representam a preciosidade e a suficiência de Cristo como Redentor e Ministrante Divino por nós diante de Deus. Cristo merece todo o louvor de todos para todo o sempre. Por Cristo brilhar defronte de Deus por nós, não há nada faltando em nossa salvação ontem quando cremos, ou hoje, ou amanhã. Cristo satisfaz Deus em tudo. Se a Luz do Evangelho te mostra um pecador condenado diante de Deus, se arrependa dos seus pecados e crê pela fé em Cristo. Cristo é suficiente para te salvar perfeitamente (Hb 7.25).
O candelabro era para ser estritamente feito conforme o modelo de Deus (v. 40). É de extrema necessidade a exatidão da obediência de Cristo como Redentor. Ele tinha que ser sem nenhuma mancha, ser imaculado e incontaminado para ser aceito por Deus como o Sacrifício no lugar dos pecadores (Gl 3.13, 15). Cristo cumpriu toda a obra que o Pai O deu para fazer (Jo 17.4; 19.30) e somos aceitos por Deus no Amado (At 4.12; Ef 1.6).
Se esperarmos serem testemunhas idôneas e brilhar Cristo, precisamos atentar para fazer tudo conforme o Modelo em doutrina, adoração e obediência (Ef 5.1; Hb 6.12).
Depois do Pentateuco, o candelabro é mencionado somente duas vezes. Em I Sm 3.3 o candelabro está mencionado num contexto de julgamento sobre a casa de Eli. Pode nos ensinar que a luz sondadora de Deus trata dos Seus discípulos. Além da Luz nos guiar, Ela também revela em nós aquilo que é abominável a Deus. (Hb 12.7,8).
A segunda vez que o candelabro é mencionado é Dn 5.5. Neste caso o candelabro está num contexto de julgamento imediato sobre Belsazar. Sem dúvida nenhuma há nisso uma lição para os nãos convertidos. A Luz resplendente que manifesta agora o único caminho ao Pai virá um dia com o esplendor da Justiça. Naquele dia, como Belsazar, o pecador se tremerá. É melhor se arrepender dos pecados e crê pela fé em Cristo agora do que receber o julgamento imediato de um Fogo Consumidor no dia do julgamento.

Apóstolo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciência da Religião Dr. Edson Cavalcante

sexta-feira, 26 de maio de 2017

QUANDO O CRISTÃO TEM FOME E SEDE DE JUSTIÇA...


                         QUANDO O CRISTÃO TEM FOME E SEDE DE JUSTIÇA...
Pensar nesse tema é ser automaticamente, conduzido ao sermão do monte em Mateus 5: 6, que diz: “Bem aventurados os que têm fome e sede de justiça, por que serão fartos”.
Não podemos falar de justiça, baseados nesse texto, sem antes tratarmos dos termos que estão diretamente ligados a ela, mas que a antecedem:
Bem aventurados: esse termo é muito citado, porém, não totalmente conhecido e vivido por muitos filhos de Deus. Significa basicamente ser feliz, mas como a própria felicidade tem sido banalizada, mal entendida e confundida com ter as coisas, a infelicidade tem dominado a vida de muitos. Ser feliz no conceito de Jesus é algo bem mais profundo e tem haver com o interior do ser humano. Para o Mestre a plenitude da felicidade é independente de ter ou não qualquer “coisa”, mas ser alguma coisa ou alguém, ou mesmo ter em si valores que realmente tem valor, até mesmo pelo fato de Jesus fazer essa ligação direta entre justiça e felicidade. Alguém que nunca apareceu nos relatos bíblicos sorrindo, mas sempre revelou plenitude de paz e alegria, pois viveu para promover a justiça de Deus na Terra. Entendemos que a infelicidade de muitos pode estar conectada com a falta de fome e sede de justiça e não com a falta de sorrisos ou bens materiais.
Fome e sede: essas são necessidades básicas para sobrevivência de qualquer ser vivo. Sem a ingestão de líquidos ou alimentos é impossível que se conserve a vida biológica, mas tão prejudicial quanto ausência de alimento ou liquido é a contaminação daquilo que se ingere. Às vezes, o desespero da fome e da sede pode levar pessoas a comerem lixo, por isso é que não basta ter fome e sede, mas é necessário ter fome e sede dos alimentos que trarão vida e não morte. Ter fome e sede de justiça e não de injustiça, ou de violência ou vingança pessoal, mas fome de Deus e da sua justiça.
Justiça: agora podemos falar mais claramente do termo e tema mais desafiador do texto que é justiça. Justiça significa dar a cada um o que lhe é de direito. A Bíblia nos ensina que Deus é Justo Juiz, portanto dará a cada um segundo suas obras. O texto nos desafia a ter sede dessa justiça ou desse juízo divino. Ter sede de Justiça é ter desespero pela presença e pela manifestação da justiça de Deus para que cada um tenha seus direitos respeitados. A fome e sede de justiça deve nos conduzir a duas atitudes ou nos levar a responder diante da realidade e dos desafios de duas formas:
Primeiro não sendo indiferente diante das injustiças, pois se tem algo difícil de não demonstrar ou de esconder é quando estamos com fome ou com sede. Então não deveríamos ser indiferentes quando assistimos qualquer tipo de injustiça. Fome e sede que gera essa revolta santa nos profetas que preferem perder a cabeça, como João Batista, a ficarem calados e serem coniventes com qualquer tipo de erro, pecado ou injustiça de qualquer tipo.
Em segundo lugar a fome e a sede de justiça devem nos conduzir a alguma atitude que possamos de alguma forma, promover qualquer tipo de mudança para revelar que a vontade do Deus justo está se manifestando. Seja através da oração de um coração desesperado, de uma palavra profética de confronto, de um voto consciente ou ainda de qualquer resposta prática que contribua para manifestação dessa Justiça de Deus.
Concluímos, portanto que a plenitude da felicidade ou que os verdadeiramente bem aventurados são aqueles que pelo desespero de veem a justiça de Deus se manifestando se posicionam com todas as suas forças para promovê-la.
Um cristão autêntico só é de fato feliz, farto, pleno e preenchido de bênçãos quando ele promove a vontade e a justiça de Deus onde ele está plantado. E só será plenamente farto se antes for plenamente faminto e sedento por justiça.

Apóstolo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciência da Religião Dr. Edson Cavalcante

quinta-feira, 25 de maio de 2017

A VERDADE SOBRE OS LIVROS APÓCRIFOS E CANÔNICOS...


                  A VERDADE SOBRE OS LIVROS APÓCRIFOS E CANÔNICOS...
Na Constituição Dogmática sobre Revelação Divina, o Concílio Vaticano II, no capítulo sobre Escritura Sagrada na Vida da Igreja, declarou que “Ela (a igreja) sempre considerou as Escrituras junto com a tradição sagrada como a regra suprema de fé, e sempre as considerará assim”
Da declaração anterior, nós, os cristãos evangélicos, rejeitamos, desde logo, a tradição sagrada como regra de fé. Ficamos, pois, em terreno comum com os católicos romanos no que diz respeito às Escrituras. No entanto, nisto também existe uma diferença de suma importância. Isto tem relação com os livros do cânon do Velho Testamento. No livro Consultas dei Clero, parágrafo 207, se transcreve assim o decreto emitido pelo Concilio de Trento sobre as Sagradas Escrituras:
“Se alguém não receber como sagrados e canônicos estes livros inteiros, com todas as suas partes, tal como se encontram na Antiga Versão Vulgata, seja anátema.” Seguindo a mesma posição doutrinária, o Concilio Vaticano II, no capítulo sobre “A inspiração Divina e a Interpretação da Escritura Sagrada”, se pronunciou da seguinte maneira: “Aquelas realidades divinamente reveladas, contidas e apresentadas na Escritura Sagrada, foram reduzidas à escritura sob a inspiração do Espírito Santo. A Santa Madre Igreja, descansando sobre a crença dos apóstolos, sustenta que os livros, tanto do Velho como do Novo Testamento, em sua totalidade, com todas as suas partes, são sagrados e canônicos, porque, havendo sido escritos sob a inspiração do Espírito Santo, têm a Deus como seu autor e foram transmitidos Como tais à igreja mesma.”
Mas, quando a Igreja Católica Romana se refere ao cânon do Velho Testamento, ela inclui uma série de livros que os protestantes chamam de “Apócrifos” mas os católicos de “Deuterocanônicos”, os quais não aparecem nas versões evangélicas e hebraica da Bíblia. O resultado disto foi que na opinião popular dos católicos existem duas Bíblias: uma católica e a outra protestante. Mas semelhante asseveração não é certa. Só existe uma Bíblia, uma Palavra (escrita) de Deus. Em suas línguas originais (o hebraico e o grego), a Bíblia é uma só e igual para todos. O que nem sempre é igual são as versões ou traduções dela aos diferentes idiomas. Neste estudo iremos mostrar porque nós, cristãos evangélicos, não aceitamos os chamados, “Livros Apócrifos”, e conseqüentemente rejeitamos com provas sobejas, as alegações romanistas de que tais livros possuem canonicidade e inspiração divina.
APÓCRIFOS: O QUE SIGNIFICA?
Na realidade, os sentidos da palavra “apocrypha” refletem o problema que se manifesta nas duas concepções de sua canonicidade. No grego clássico, a palavra apocrypha significava “oculto” ou “difícil de entender”. Posteriormente, tomou o sentido de “esotérico” ou algo que só os iniciados podem entender; não os de fora. Na época de Irineu e de Jerônimo (séculos III e IV), o termo apocrypha veio a ser aplicado aos livros não-canônicos do Antigo Testamento, mesmo aos que foram classificados previamente como “pseudepígrafos”. Desde a era da Reforma, essa palavra tem sido usada para denotar os escritos judaicos não-canônicos originários do período intertestamentário. A questão diante de nós é a seguinte: verificar se os livros eram escondidos a fim de ser preservados, porque sua mensagem era profunda e espiritual ou porque eram espúrios e de confiabilidade duvidosa.
Natureza e número dos apócrifos do Antigo Testamento
Há quinze livros chamados apócrifos (catorze se a Epístola de Jeremias se unir a Baruque, como ocorre nas versões católicas de Douai). Com exceção de 2 Esdras, esses livros preenchem a lacuna existente entre Malaquias e Mateus e compreendem especificamente dois ou três séculos antes de Cristo.
Significado da palavra CÂNON e CANÔNICO
CÂNON – (de origem semítica, na língua hebraica “qãneh” em Ez 40.3; e no grego: “kanón” em Gl 6.16″), tem sido traduzido em nossas versões em português como, “regra”, “norma”.
Significado literal: vara ou instrumento de medir.
Significado figurado: Regra ou critérios que comprovam a autenticidade e inspiração dos livros bíblicos; Lista dos Escritos Sagrados; Sinônimo de ESCRITURAS – como a regra de fé e ação investida de autoridade divina.
Outros significados: Credo formulado (a doutrina da Igreja em Geral); Regras eclesiásticas (lista ou série de procedimentos)
CANÔNICO – Que está de acordo com o cânon. Em relação aos 66 livros da Bíblia hebraica e evangélica.
Significado da palavra PSEUDOEPÍGRAFO – Literalmente significa “escritos falsos” – Os apócrifos não são necessariamente escritos falsos, mas, sim não canônicos, embora, também contenham ensinos errados ou hereges.
DIFERENÇAS ENTRE AS BÍBLIAS HEBRAICAS, PROTESTANTES E CATÓLICAS.
Diferenças Básicas:
1. Bíblia Hebraica – [a Bíblia dos judeus]
a) Contém somente os 39 livros do V.T.
b) Rejeitam os 27 do N.T. como inspirado. Também não aceitam Jesus como messias.
c) Não aceitam os livros apócrifos incluídos na Vulgata [versão Católico Romana)
2. Bíblia Protestante –
a) Aceita os 39 livros do V.T. e também os 27 do N.T.
b) Rejeita os livros apócrifos incluídos na Vulgata, como não canônicos

3. Bíblia Católica –
a) Contém os 39 livros do V.T. e os 27 do N.T.
b) Inclui na versão Vulgata, os livros apócrifos ou não canônicos que são: Tobias, Judite, Sabedoria, Eclesiástico, Baruque, 1º e 2º de Macabeus, seis capítulos e dez versículos acrescentados no livro de Ester e dois capítulos de Daniel. A seguir a lista dos que se encontravam na Septuaginta:
LIVRO APÓCRIFO DA SEPTUAGINTA
8 Baruque
1 3 Esdras 9 A Carta de Jeremias
2 4 Esdras 10 Os acréscimos de Daniel
3 Oração de Azarias 11 A Oração de Manassés
4 Tobias 12 1 Macabeus
5 Adições a Ester 13 2 Macabeus
6 A Sabedoria de Salomão 14 Judite
7 Eclesiástico (Também chamado de Sabedoria de Jesus, filho de Siraque)
COMO OS APÓCRIFOS FORAM APROVADOS
A Igreja Romana aprovou os apócrifos em 8 de Abril de 1546 como meio de combater a Reforma protestante. Nessa época os protestantes combatiam violentamente as doutrinas romanistas do purgatório, oração pelos mortos, salvação pelas obras, etc. Os romanistas viam nos apócrifos base para tais doutrinas, e apelaram para eles aprovando-os como canônicos.
Houve prós e contras dentro dessa própria igreja, como também depois. Nesse tempo os jesuítas exerciam muita influência no clero. Os debates sobre os apócrifos motivaram ataques dos dominicanos contra os franciscanos. O biblista católico John L. Mackenzie em seu “Dicionário Bíblico” sob o verbete, Cânone, comenta que no Concílio de Trento houve várias “controvérsias notadamente candentes” sobre a aprovação dos apócrifos. Mas o cardeal Pallavacini, em sua “História Eclesiástica” declara mais nitidamente que em pleno Concílio, 40 bispos dos 49 presentes travaram luta corporal, agarrado às barbas e batinas uns dos outros… Foi nesse ambiente “ESPIRITUAL”, que os apócrifos foram aprovados. A primeira edição da Bíblia católico-romana com os apócrifos deu-se em 1592, com autorização do papa Clemente VIII.
Os Reformadores protestantes publicaram a Bíblia com os apócrifos, colocando-os entre o Antigo e Novo Testamentos, não como livros inspirados, mas bons para a leitura e de valor literário histórico. Isto continuou até 1629. A famosa versão inglesa King James (Versão do Rei Tiago) de 1611 ainda os trouxe. Porém, após 1629 as igrejas reformadas excluíram totalmente os apócrifos das suas edições da Bíblia, e, “induziram a Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira, sob pressão do puritanismo escocês, a declarar que não editaria Bíblias que tivessem os apócrifos, e de não colaborar com outras sociedades que incluíssem esses livros em suas edições.” Melhor assim, tendo em vista evitar confusão entre o povo simples, que nem sempre sabe discernir entre um livro canônico e um apócrifo e também pelo fato do que aconteceu com a Vulgata! Melhor editá-los separadamente.
PORQUE REJEITAMOS OS APÓCRIFOS
Há várias razões porque os protestantes rejeitam os Apócrifos. Eis algumas delas:
1. PORQUE COM O LIVRO DE MALAQUIAS O CÂNON BÍBLICO HAVIA SE ENCERRADO.
Depois de aproximadamente 435 a.C não houve mais acréscimos ao cânon do Antigo Testamento. A história do povo judeu foi registrada em outros escritos, tais como os livros dos Macabeus, mas eles não foram considerados dignos de inclusão na coleção das palavras de Deus que vinham dos anos anteriores.
Quando nos voltamos para a literatura judaica fora do Antigo Testamento percebemos que a crença de que haviam cessado as palavras divinamente autorizadas da parte de Deus é atestada de modo claro em várias vertentes da literatura extrabíblica.
· 1 Macabeus: (cerca de 100 a.c.), o autor escreve sobre o altar:
“Demoliram-no, pois, e depuseram as pedras sobre o monte da Morada conveniente, à espera de que viesse algum profeta e se pronunciasse a respeito” (l Mac 4.45-46). Aparentemente, eles não conheciam ninguém que poderia falar com a autoridade de Deus como os profetas do Antigo Testamento haviam feito. A lembrança de um profeta credenciado no meio do povo pertencia ao passado distante, pois o autor podia falar de um grande sofrimento, “qual não tinha havido desde o dia em que não mais aparecera um profeta no meio deles” (l Mac 9.27; 14.41).
· Josefo: (nascido em c. 37/38 d.C.) explicou: “Desde Artaxerxes até os nossos
dias foi escrita uma história completa, mas não foi julgada digna de crédito igual ao dos registros mais antigos, devido à falta de sucessão exata dos profetas” (Contra Apião 1:41) Essa declaração do maior historiador judeu do primeiro século cristão mostra que os escritos que agora fazem parte dos “apócrifos”, mas que ele (e muitos dos seus contemporâneos) não os consideravam dignos “de crédito igual” ao das obras agora conhecida por nós como Escrituras do Antigo Testamento. Segundo o ponto de vista de Josefo, nenhuma “palavra de Deus” foi acrescentada às Escrituras após cerca de 435 a.c.
· A literatura rabínica: reflete convicção semelhante em sua freqüente
declaração de que o Espírito Santo (em sua função de inspirador de profecias) havia se afastado de Israel “Após a morte dos últimos profetas, Ageu, Zacarias e Malaquias, o Espírito Santo afastou-se de Israel, mas eles ainda se beneficiavam do bath qôl” (Talmude Babilônico, Yomah 9b repetido em Sota 48b, Sanhedrín 11 a, e Midrash Rabbah sobre o Cântico dos Cânticos, 8.9.3).· A comunidade de Qumran: (seita judaica que nos legou os Manuscritos do Mar Morto) também esperava um profeta cujas palavras teriam autoridade para substituir qualquer regulamento existente (veja 1QS 9.11), e outras declarações semelhantes são encontradas em outros trechos da literatura judaica antiga (veja 2Baruc 85.3 Oração de Azarias 15). Assim, escritos posteriores a cerca de 435 a.C. em geral não eram aceitos pelo povo judeu como obras dotadas de autoridade igual à do restante das Escrituras.
· O Novo Testamento: não temos nenhum registro de alguma controvérsia entre
Jesus e os judeus sobre a extensão do cânon. Ao que parece,Jesus e seus discípulos de um lado e os líderes judeus ou o povo judeu, de outro, estavam plenamente de acordo em que acréscimos ao cânon do Antigo Testamento tinham cessado após os dias De Esdras, Neemias, Ester, Ageu, Zacarias e Malaquias. Esse fato é confirmado pelas citações do Antigo Testamento feitas por Jesus e pelos autores do Novo Testamento. Segundo uma contagem,Jesus e os autores do Novo Testamento citam mais de 295 vezes, várias partes das Escrituras do Antigo Testamento como palavras autorizadas por Deus, mas nem uma vez sequer citam alguma declaração extraída dos livros apócrifos ou qualquer outro escrito como se tivessem autoridade divina. A ausência completa de referência à outra literatura como palavra autorizada por Deus e as referências muito freqüentes a centenas de passagens no Antigo Testamento como dotadas de autoridade divina confirmam com grande força o fato de que os autores do Novo Testamento concordavam em que o cânon estabelecido do Antigo Testamento, nada mais nada menos, devia ser aceito como a verdadeira palavra de Deus.
2. PORQUE A INCLUSÃO DOS APÓCRIFOS FOI ACIDENTAL.
A conquista da Palestina por Alexandre, o Grande, ocasionou uma nova dispersão dos judeus por todo o império greco-macedônico. Pelo ano 300 antes de Cristo, a colônia de judeus na cidade de Alexandria, Egito, era numerosa, forte e fluente. Morrendo Alexandre, seu domínio dividiu-se em quatro remos, ficando o Egito sob a dinastia dos Ptolomeus. O segundo deles, Ptolomeu Filadelfo, foi grande amante das letras e preocupou-se com enriquecer a famosa biblioteca que seu pai havia fundado. Com este objetivo, muitos livros foram traduzidos para o grego. Naturalmente, as Escrituras Sagradas do povo hebreu foram levadas em conta, apreciando-se também a grande importância que teria a tradução da Bíblia de seus antepassados da Palestina para os judeus cuja língua vernácula era o grego.
Segundo um relato de Josefo, Sumo Sacerdote de Jerusalém Eleazar enviou, a pedido de Ptolomeu Filadelfo, uma embaixada de 72 tradutores a Alexandria, com um valioso manuscrito do Velho Testamento, do qual traduziram o Pentateuco. A tradução continuou depois, não se completando senão no ano 150 antes de Cristo.
Esta tradução, que se conhece com o nome de Septuaginta ou Versão dos Setenta (por terem sido 70, em número redondo, seus tradutores), foi aceita pelo Sinédrio judaico de Alexandria; mas, não havendo tanto zelo ali como na Palestina e devido às tendências helenistas contemporâneas, os tradutores alexandrinos fizeram adições e alterações e, finalmente, sete dos Livros Apócrifos foram acrescentados ao texto grego como Apêndice do Velho Testamento. Os estudiosos acham que foram unidos à Bíblia, por serem guardados juntamente com os rolos de livros canônicos, e quando foram iniciados os Códices, isto é , a escrituração da Bíblia inteira em um só volume, alguns escribas copiaram certos rolos apócrifos juntamente com os rolos canônicos.
Todos estes livros, com exceção de Judite, Eclesiástico, Baruque e 1 Macabeus, estavam escritos em grego, e a maioria deles foi escrita muitíssimos anos depois de o profeta Malaquias, o último dos profetas da Dispensação antiga, escrever o livro que leva o seu nome. O que se pode concluir daí é que, quando a Septuaginta era copiada, alguns livros não canônicos para os judeus eram também copiados. Isso também poderia ter ocorrido por ignorância quanto aos livros verdadeiramente canônicos. Pessoas não afeiçoadas ao judaísmo ou mesmo desinteressadas em distinguir livros canônicos dos não canônicos tinham por igual valor todos os livros, fossem eles originalmente recebidos como sagrados pelos judeus ou não. Mesmo aqueles que não tinham os demais livros judaicos como canônicos certamente também copiavam estes livros, não por considerá-los sagrados, mas apenas para serem lidos. Por que não copiar livros tão antigos e interessantes? Estes livros, entretanto, têm a importância de refletir o estado do povo judeu e o caráter de sua vida intelectual e religiosa durante as várias épocas que representam, particularmente, a do período chamado intertestamentário (entre Malaquias e João Batista, de 400 anos); é, talvez, por estas razões que os tradutores os juntaram ao texto grego da Bíblia, mas os judeus da Palestina nunca os aceitaram no cânon de seus livros sagrados.
3. TESTEMUNHAS CONTRA OS APÓCRIFOS
Traremos agora o depoimento de várias personagens históricas que depõe contra a lista canônica “Alexandrina”, como consta na Septuaginta, Vulgata e em todas as versões das Bíblias católicas existentes. Pelo peso de autoridade que representam esses vultos, são provas mais do que suficientes e esmagadoras contra a inclusão dos Apócrifos no Cânon bíblico.
Vejamos:
JOSEFO: A referência mais antiga ao cânon hebraico é do historiador judeu Josefo (37-95 AC). Em Contra Apionem ele escreve: “Não temos dezenas de milhares de livros, em desarmonia e conflitos, mas só vinte e dois, contendo o registro de toda a história, os quais, conforme se crê, com justiça, são divinos.” Depois de referir-se aos cinco livros de Moisés, aos treze livros dos profetas, e aos demais escritos (os quais “incluem hinos a Deus e conselhos pelos quais os homens podem pautar suas vidas”), ele continua afirmando:
“Desde Artaxerxes (sucessor de Xerxes) até nossos dias, tudo tem sido registrado, mas não tem sido considerado digno de tanto crédito quanto aquilo que precedeu a esta época, visto que a sucessão dos profetas cessou. Mas a fé que depositamos em nossos próprios escritos é percebida através de nossa conduta; pois, apesar de ter-se passado tanto tempo, ninguém jamais ousou acrescentar coisa alguma a eles, nem tirar deles coisa alguma, nem alterar neles qualquer coisa que seja”
Josefo é suficientemente claro. Como historiador judeu, ele é fonte fidedigna. Eram apenas vinte e dois os livros do cânon hebraico agrupados nas três divisões do cânon massorético. E desde a época de Malaquias (Artaxerxes, 464-424) até a sua época nada se lhe havia sido acrescentado. Outros livros foram escritos, mas não eram considerados canônicos, com a autoridade divina dos vinte e dois livros mencionados.
ORÍGENES: No terceiro século d.C, Orígenes (que morreu em 254) deixou um catálogo de vinte e dois livros do Antigo Testamento que foi preservado na História Eclesiástica de Eusébio, VI: 25. Inclui a mesma lista do cânone de vinte e dois livros de Josefo (e do Texto Massorético) inclusive Ester, mas nenhum dos apócrifos é declarado canônico, e se diz explicitamente que os livros de Macabeus estão “fora desses [livros canônicos]”
TERTULIANO: Aproximadamente contemporâneo de Orígenes era Tertuliano.
(160-250 dc) o primeiro dos País Latinos cujas obras ainda existem. Declara que os livros canônicos são vinte e quatro.
HILÁRIO: Hilário de Poitiers (305-366) os menciona como sendo vinte e dois.
ATANÁSIO: De modo semelhante, em 367 d.C., o grande líder da igreja, Atanásio, bispo de Alexandria, escreveu sua Carta Pascal e alistou todos os livros do nosso atual cânon do Novo Testamento e do Antigo Testamento, exceto Éster. Mencionou também alguns livros dos apócrifos, tais como a Sabedoria de Salomão, a Sabedoria de Sirac, Judite e Tobias, e disse que esses “não são na realidade incluídos no cânon, mas indicados pelos Pais para serem lidos por aqueles que recentemente se uniram a nós e que desejam instrução na palavra de bondade”.
JERONIMO: Jerônimo (340-420.dc.) propugnou, no Prologus Galeatus. A citação pertinente de Prologus Galeatus é a seguinte:
“Este prólogo, como vanguarda (principium) com capacete das Escrituras, pode ser aplicado a todos os Livros que traduzimos do Hebraico para o Latim, de tal maneira que possamos saber que tudo quanto é separado destes deve ser colocado entre os Apócrifos. Portanto, a sabedoria comumente chamada de Salomão, o livro de Jesus, filho de Siraque, e Judite e Tobias e o Pastor (supõe-se que seja o Pastor de Hermas), não fazem parte do cânon. Descobri o Primeiro Livro de Macabeus em Hebraico; o Segundo foi escrito em Grego, conforme testifica sua própria linguagem”.
Jerônimo, no seu prefácio aos Livros de Salomão, menciona ter descoberto Eclesiástico em Hebraico, mas declara em sua; convicção que a Sabedoria de Salomão teria sido originalmente composta em Grego e não em Hebraico, por demonstrar uma eloqüência tipicamente helenística. “E assim”, continua ele, “da mesma maneira pela qual a igreja lê Judite e Tobias e Macabeus (no culto público) mas não os recebe entre as Escrituras canônicas, assim também sejam estes dois livros úteis para a edificação do povo, mas não para estabelecer as doutrinas da Igreja”). e noutros trechos, prima pelo reconhecimento de apenas os vinte e dois livros contidos no hebraico, e a relegação dos livros apócrifos a uma posição secundária. Assim, no seu Comentário de Daniel, lançou dúvidas quanto à canonicidade da história de Suzana, baseando-se no fato que o jogo de palavras atribuído a Daniel na narrativa, só podia ser derivado do grego e não do hebraico (inferência: a história foi originalmente composta em grego). Do mesmo modo, em conexão com a história de Bel e a do Dragão, declara; “a objeção se soluciona facilmente ao asseverar que esta história especifica não está incluída no texto hebraico do livro de Daniel. Se, porém, alguém fosse comprovar que pertence ao cânone, seríamos obrigados a buscar uma outra resposta a esta objeção”
MELITO: A mais antiga lista cristã dos livros do Antigo Testamento que existe hoje é a de Melito, bispo de Sardes, que escreveu em cerca de 170 d.C.
“Quando cheguei ao Oriente e encontrei-me no lugar em que essas coisas foram proclamadas e feitas, e conheci com precisão os livros do Antigo Testamento, avaliei os fatos e os enviei a ti. São estes os seus nomes: cinco livros de Moisés, Gênesis, Êxodo, Números, Levítico, Deuteronômio,Josué, filho de Num, Juizes, Rute, quatro livros dos Remos,’0 dois livros de Crônicas, os Salmos de Davi, os Provérbios de Salomão e sua Sabedoria,” Eclesiastes, o Cântico dos Cânticos,Jó, os profetas Isaías,Jeremias, os Doze num único livro, Daniel, Ezequiel, Esdras.”
É digno de nota que Melito não menciona aqui nenhum livro dos apócrifos, mas inclui todos os nossos atuais livros do Antigo Testamento, exceto Éster. Mas as autoridades católicas passam por cima de todos esses testemunhos para manter, em sua teimosia, os Apócrifos! AS HERESIAS DOS APÓCRIFOS
Uma das grandes razões, talvez a principal delas, porque nós evangélicos rejeitamos os Apócrifos, é devido a grande quantidade de heresias que tais livros apresentam. Fora isso, existem também lendas absurdas e fictícias e graves erros históricos e geográficos, o que fazem os Apócrifos serem desqualificados como palavra de Deus. A seguir daremos um resumo de cada livro e logo a seguir mostraremos seus graves erros.
RESUMO:
TOBIAS (200 a.C.) – É uma história novelística sobre a bondade de Tobiel (pai de Tobias) e alguns milagres preparados pelo anjo Rafael.
Apresenta:
· justificação pelas obras – 4:7-11; 12:8
· mediação dos Santos – 12:12
· superstições – 6:5, 7-9, 19
· um anjo engana Tobias e o ensina a mentir 5:16 a 19
JUDITE (150 a.C.) É a História de uma heroína viúva e formosa que salva sua cidade enganando um general inimigo e decapitando-o. grande heresia é a própria história onde os fins justificam os meios.
BARUQUE (100 a.D.) – Apresenta-se como sendo escrito por Baruque, o cronista do profeta Jeremias, numa exortação aos judeus quando da destruição de Jerusalém. Porém, é de data muito posterior, quando da segunda destruição de Jerusalém, no pós-Cristo.
Traz entre outras coisas, a intercessão pelos mortos – 3:4.
ECLESIÁSTICO (180 a.C.) – É muito semelhante ao livro de Provérbios, não fosse as tantas heresias:
· justificação pelas obras – 3:33,34
· trato cruel aos escravos – 33:26 e 30; 42:1 e 5
· incentiva o ódio aos Samaritanos – 50:27 e 28
SABEDORIA DE SALOMAO (40 a.D.) – Livro escrito com finalidade exclusiva de lutar contra a incredulidade e idolatria do epicurismo (filosofia grega na era Cristã).
Apresenta:
· o corpo como prisão da alma – 9:15
· doutrina estranha sobre a origem e o destino da alma 8:19 e 20
· salvação pela sabedoria – 9:19
1 MACABEUS (100 a.C.) – Descreve a história de 3 irmãos da
família “Macabeus”, que no chamado período ínterbíblico (400 a.C. 3 a.D)
lutam contra inimigos dos judeus visando a preservação do seu povo e terra.
II MACABEUS (100 a.C.) – Não é a continuação do 1 Macabeus, mas um relato paralelo, cheio de lendas e prodígios de Judas Macabeu.
Apresenta:

· a oração pelos mortos – 12:44 – 46
· culto e missa pelos mortos – 12:43
· o próprio autor não se julga inspirado -15:38-40; 2:25-27
· intercessão pelos Santos – 7:28 e 15:14
ADIÇÕES A DANIEL:
capítulo 13 – A história de Suzana – segundo esta lenda Daniel salva Suzana num julgamento fictício baseado em falsos testemunhos.
capítulo 14 – Bel e o Dragão – Contém histórias sobre a necessidade da idolatria.
capítulo 3:24-90 – o cântico dos 3 jovens na fornalha.
LENDAS, ERROS E HERESIAS
1. Histórias fictícias, lendárias e absurdas.
– Tobias 6.1-4 – “Partiu, pois, Tobias, e o cão o seguiu, e parou na primeira pousada junto ao rio Tigre. E saiu a lavar os pés, e eis que saiu da água um peixe monstruoso para o devorar. À sua vista, Tobias, espavorido, clamou em alta voz, dizendo: Senhor, ele lançou-se a mim. E o anjo disse disse-lhe: Pega-lhe pelas guerras, e puxa-o para ti. Tendo assim feito, puxou-o para terra, e o começou a palpitar a seus pés.
2. Erros Históricos e Geográficos
Os Apócrifos solapam a doutrina da inerrância porque esses livros incluem erros históricos e de outra natureza. Assim, se os Apócrifos são considerados parte das Escrituras, isso identifica erros na Palavra de Deus. Esses livros contêm erros históricos, geográficos e cronológicos, além de doutrinas obviamente heréticas; eles até aconselham atos imorais (Judite 9.1O,13). Os erros dos Apócrifos são freqüentemente apontados em obras de autoridade reconhecida. Por exemplo:
O erudito bíblico DL René Paehe comenta: “Exceto no caso de determinada informação histórica interessante (especialmente em 1. Macabeus) e alguns belos pensamentos morais (por exemplo Sabedoria de Salomão).
Tobias…
contém certos erros históricos e geográficos, tais como a suposição de que Senaqueribe era filho de Salmaneser (1 .15) em vez de Sargão II, e que Nínive foi tomado por Nabucodonosor e por Assuero (14.15) em vez de Nabopolassar e por Ciáxares… Judite não pode ser histórico porque contém erros evidentes… [Em 2 Macabeus] há também numerosas desordens e discrepâncias em assuntos cronológicos, históricos e numéricos, os quais refletem ignorância ou confusão..
HERESIAS
3. Ensinam Artes Mágicas ou de Feitiçaria como método de exorcismo
a) Tobias 6.5-9 – “Então disse o anjo: Tira as entranhas a esse peixe, e guarda, porque estas coisas te serão úteis. Feito isto, assou Tobias parte de sua carne, e levaram-na consigo para o caminho; salgaram o resto, para que lhes bastassem até chegassem a Ragés, cidade dos Medos. Então Tobias perguntou ao anjo e disse-lhe: Irmão Azarias, suplico-lhe que me digas de que remédio servirão estas partes do peixe, que tu me mandaste guardar: E o anjo, respondendo, disse-lhe: Se tu puseres um pedacinho do seu coração sobre brasas acesas , o seu fumo afugenta toda a casta de demônios, tanto do homem como da mulher, de sorte que não tornam mais a chegar a eles. E o fel é bom para untar os olhos que têm algumas névoas, e sararão”
b) Este ensino que o coração de um peixe tem o poder para expulsar toda espécie de demônios contradiz tudo o que a Bíblia diz sobre como enfrentar o demônio.
c) Deus jamais iria mandar um anjo seu, ensinar a um servo seu, como usar os métodos da macumba e da bruxaria para expulsar demônios.
d) Satanás não pode ser expelido pelos métodos enganosos da feitiçaria e bruxaria, e de fato ele não tem interesse nenhum em expelir demônios (Mt 12.26).
e) Um dos sinais apostólicos era a expulsão de demônios, e a única coisas que tiveram de usar foi o nome de Jesus (Mc 16.17; At 16.18)
4. Ensinam que Esmolas e Boas Obras – Limpam os Pecados e Salvam a Alma
a) Tobias 12.8, 9 – “É boa a oração acompanhada do jejum, dar esmola vale mais do que juntar tesouros de ouro; porque a esmola livra da morte (eterna), e é a que apaga os pecados, e faz encontrar a misericórdia e a vida eterna”.
Eclesiástico 3.33 – “A água apaga o fogo ardente, e a esmola resiste aos pecados”
b) Este é o primeiro ensino de Satanás, o mais terrível, e se encontrar basicamente em todas a seitas heréticas.
c) A Salvação por obras, destrói todo o valor da obra vicária de Cristo em favor do pecador. Se caridade e boas obras limpam nossos pecados, nós não precisamos do sangue de Cristo. Porém, a Bíblia não deixa dúvidas quanto o valor exclusivo do sangue como um único meio de remissão e perdão de pecados:
– Hb 9:11, 12, 22 – “Mas Cristo… por seu próprio sangue, entrou uma vez por todas no santo lugar, havendo obtido uma eterna redenção …sem derramamento de sangue não há remissão.”
– I Pe 1:18, 19 – “sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver, que por tradição recebestes dos vossos pais, mas com precioso sangue, como de um cordeiro sem defeito e sem mancha, o sangue de Cristo,”
d) Contradiz Bíblia toda. Ela declara que somente pela graça de Deus e o sangue de Cristo o homem pode alcançar justificação e completa redenção:
– Romanos 3.20, 24, 24 e 29 – “Ninguém será justificado diante dele pelas obras da lei… sendo justificados gratuitamente por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus. A quem Deus propôs no seu sangue. Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé, independentemente das obras da lei”.5. Ensinam o Perdão dos pecados através das orações
a) Eclesiástico 3.4 – “O que ama a Deus implorará o perdão dos seus pecados, e se absterá de tornar a cair neles, e será ouvido na sua oração de todos os dias”.
b) O perdão dos pecados não está baseado na oração que se faz pedindo o perdão, não é fé na oração, e sim fé naquele que perdoa o pecado, a oração por si só, é uma boa obra que a ninguém pode salvar. Somente a oração de confissão e arrependimento baseadas na fé no sacrifício vicário de Cristo traz o perdão (Pv. 28.13; I Jo 1.9; I Jo 2.1,2)
6. Ensinam a Oração Pelos Mortos
a) 2 Macabeus 12:43-46 – “e tendo feito uma coleta, mandou 12 mil dracmas de prata a Jerusalém, para serem oferecidas em sacrifícios pelos pecados dos mortos, sentindo bem e religiosamente a ressurreição, (porque, se ele não esperasse que os que tinham sido mortos, haviam um dia de ressuscitar, teria por uma coisa supérflua e vã orar pelos defuntos); e porque ele considerava que aos que tinham falecido na piedade estava reservada uma grandíssima misericórdia. É, pois, um santo e salutar pensamento orar pelos mortos, para que sejam livres dos seus pecados”.
b) É neste texto falso, de um livro não canônico, que contradiz toda a Bíblia, que a Igreja Católica Romana baseia sua falta e herege doutrina do purgatório.
c) Este é novamente um ensino Satânico para desviar o homem da redenção exclusiva pelo sangue de Cristo, e não por orações que livram as almas do fogo de um lugar inventado pela mente doentia e apostata dos teólogos católicos romanos.
d) Após a morte o destino de todos os homens é selado, uns para perdição eterna e outros para a Salvação eterna – não existe meio de mudar o destinos de alguém após a sua morte. Veja Mt. 7:13,13; Lc 16.26
7. Ensinam a Existência de um Lugar Chamado PURGATÓRIO
a) Este é o ensino herético e satânico inventado pela Igreja Católica Romana, de que o homem, mesmo morrendo perdido, pode ter uma Segunda chance de Salvação.
b) Sabedoria 3.1-4 – “As almas dos justos estão na mão de Deus, e não os tocará o tormento da morte. Pareceu aos olhos dos insensatos que morriam; e a sua saída deste mundo foi considerada como uma aflição, e a sua separação de nós como um extermínio; mas eles estão em paz (no céu). E, se eles sofreram tormentos diante dos homens, a sua esperança está cheia de imortalidade”.
c) A Igreja Católica baseia a doutrina do purgatório na ultima parte deste texto, onde diz: ” E, se eles sofreram tormentos diante dos homens, a sua esperança está cheia de imortalidade”.
– Eles ensinam que o tormento em que o justo está, é o purgatório que o purifica para entrar na imortalidade.
– Isto é uma deturpação do próprio texto do livro apócrifo. De modo, que a igreja Católica é capaz de qualquer desonestidade textual, para manter suas heresias.
– Até porque, ganha muito dinheiro com as indulgências e missas rezadas pelos mortos.
d) Leia atentamente as seguinte textos das Escrituras, que mostram a impossibilidade do purgatório : I Jo 1.7; Hb 9.22; Lc 23.40-43; I6: 19-31; I Co 15:55-58; I Ts 4:12-17; Ap 14:13; Ec 12:7; Fp 1:23; Sl 49:7-8; II Tm 2:11-13; At 10:43)
8. Nos Livros Apócrifos Os Anjos Mentem
a) Tobias 5.15-19 – “E o anjo disse-lhe: Eu o conduzirei e to reconduzirei. Tobias respondeu: Peço-te que me digas de que família e de tribo és tu? O anjo Rafael disse-lhe: Procuras saber a família do mercenário, ou o mesmo mercenário que vá com teu filho? Mas para que te não ponhas em cuidados,, eu sou Azarias, filho do grande Ananias. E Tobias respondeu-lhe: Tu és de uma ilustre família. Mas peço-te que te não ofendas por eu desejar conhecer a tua geração.
b) Um anjo de Deus não poderia mentir sobre a sua identidade, sem violar a própria lei santa de Deus. Todos os anjos de Deus, foram verdadeiros quando lhes foi perguntado a sua identidade. Veja Lc 1.19
9. Mulher que Jejuava Todos os Dias de Sua Vida
a) Judite 8:5,6 – “e no andar superior de sua casa tinha feito para si um quarto retirado, no qual se conservava recolhida com as suas criadas, e, trazendo um cilício sobre os seus rins, jejuava todos os dias de sua vida, exceto nos sábados, e nas neomênias, d nas festas da casa de Israel”
b) Este texto legendário tem sido usado por romana relacionado com a canonização dos “santos” de idolatria. Em nenhuma parte da Bíblia jejuar todos os dias da vida é sinal de santidade. Cristo jejuou 40 dias e 40 noites e depois não jejuou mais.
c) O livro de Judite é claramente um produção humana, uma lenda inspirada pelo Diabo, para escravizar os homens aos ensinos da igreja Católica Romana.
10. Ensinam Atitudes Anticristãs, como: Vingança, Crueldade e Egoísmo
a) VINGANÇA – Judite 9:2
b) CRUELDADE e EGOÍSMO – Eclesiástico 12:6
c) Contraria o que a Bíblia diz sobre:
– Vingança (Rm 12.19, 17)
– Crueldade e Egoísmo ( Pv. 25:21,22; Rm 12:20; Jo 6:5; Mt 6:44-48)
A igreja Católica tenta defender a IMACULADA CONCEIÇÃO baseando em uma deturpação dos apócrifos (Sabedoria 8:9,20) – Contradizendo: Lc. 1.30-35; Sl 51:5; Rm 3:23)
Diante de tudo isso perguntamos: Merecem confiança os livros Apócrifos ? A resposta obvia é, NÃO.
RESPOSTAS ÀS OBJEÇÕES ROMANISTAS
Os livros apócrifos do Antigo Testamento têm recebido diferentes graus de aceitação pelos cristãos. A maior parte dos protestantes e dos judeus aceita que tenham valor religioso e mesmo histórico, sem terem, contudo, autoridade canônica. Os católicos romanos desde o Concilio de Trento têm aceito esses livros como canônicos. Mais recentemente, os católicos romanos têm defendido a idéia de uma deuterocanonicidade, mas os livros apócrifos ainda são usados para dar apoio a doutrinas extrabíblicas, tendo sido proclamados como livros de inspiração divina no Concílio de Trento. Outros grupos, como os anglicanos e várias igrejas ortodoxas, nutrem diferentes concepções a respeito dos livros apócrifos. A seguir apresentamos um resumo dos argumentos que em geral são aduzidos para a aceitação desses livros, na crença de que detêm algum tipo de canonicidade e suas respectivas refutações.
OBJEÇÃO CATÓLICA:
1. Alusões no Novo Testamento. O Novo Testamento reflete o pensamento e registra alguns acontecimentos dos apócrifos. Por exemplo, o livro de Hebreus fala de mulheres que receberam seus mortos pela ressurreição (Hebreus 11.35), e faz referência a 2 Macabeus 7 e 12. Os chamados apócrifos ou pseudepígrafos são também citados em sua amplitude pelo Novo Testamento (Jd 14,15; 2Tm 3.8).
REFUTAÇÃO: Apela-se freqüentemente ao fato que o Novo Testamento usualmente emprega a tradução da LXX ao citar o Antigo Testamento. Portanto, já que a LXX continha os Apócrifos, decerto os Apóstolos do Novo Testamento reconheciam a autoridade da LXX inteira conforme então se constituía. Além disto, argumentam, é um fato que ocasionalmente apela-se a obras fora do “Cânone Palestiniano”. Wíldeboer’ e Torrey” colecionaram todas as instâncias possíveis de tais citações ou alusões a obras apócrifas, incluindo-se várias que apenas são hipotéticas. Mas toda esta linha de argumentos é realmente irrelevante para a questão em pauta, sendo que nem se alega que qualquer uma destas fontes seja proveniente dos Apócrifos Romanos.Na maioria dos casos as obras que supostamente foram citadas desapareceram há muito tempo – obras tais como o Apocalipse de Elias e a Assunção de Moisés (da qual sobrou um fragmento latino). Só num único caso, a citação de Enoque 1:9 em Judas 14-16, é que a fonte citada sobreviveu. Há citações de autores gregos pagãos, também no Novo Testamento. Em Atos 17:28, Paulo cita de Arato, Phaenomena, linha 5; em 1 Coríntios 15:33, cita da comédia de Menander, Thais. Certamente ninguém poderia supor que citações tais como estas estabelecem a canonicidade ou de Arato ou de Menander. Pelo contrário, o testemunho do Novo Testamento é muito decisivo contra a canonicidade dos quatorze livros Apócrifos. Demais disso, a alegação de que em muitas partes os escritos do Novo Testamento refletem influências dos livros Apócrifos, é deveras frágil demais para ser sustentada, pois se fosse assim, o livro de Enoque citado por Judas seria digno de muito mais crédito no sentido de canonicidade do que os Apócrifos romanos. Judas citada versículos inteiros deste livro, enquanto os Apócrifos adotados nas Bíblias romanas não aparece nenhuma vez com citações inteira ou em partes. Seguindo o mesmo raciocínio dos católicos poderíamos então canoniza-lo também! Então dizemos que virtualmente todos os livros do Antigo Testamento são citados como sendo divinamente autorizados, ou pelo menos há alusão a eles como tais. Embora acabe de ser esclarecido que a mera citação não estabelece necessariamente a canonicidade, é inconcebível que os vários autores do Novo Testamento pudessem ter considerado como canônicos os quatorze livros dos Apócrifos Romanos, sem ter feito uso deles Em citações ou alusões.
OBJEÇÃO CATÓLICA:
2. Emprego que o Novo Testamento faz da versão Septuaginta. A tradução grega do Antigo Testamento hebraico, em Alexandria, é conhecida como Septuaginta (LXX). Foi a versão que Jesus usou e é a versão mais citada pelos autores do Novo Testamento e pelos cristãos primitivos. A LXX continha os livros apócrifos. A presença desses livros na LXX dá apoio ao cânon alexandrino, mais amplo, do Antigo Testamento, em oposição ao cânon palestino, mais reduzido que os omite.
REFUTAÇÃO: Mas não é de modo nenhum certo que todos os livros na LXX foram considerados canônicos, mesmo pelos próprios judeus de Alexandria. Bem decisiva contra isto é a evidência de Filon de Alexandria (que viveu no primeiro século d.C.), assim como o judaísmo oficial em outros lugares e épocas. Apesar de ter citado freqüentemente os livros canônicos do “Cânone Palestiniano”, não faz uma citação sequer dos livros Apócrifos. Isto é impossível reconciliar com a teoria de um “Cânone Alexandrino” maior, a não ser que porventura alguns judeus de Alexandria não tivessem recebido este “Cânone Alexandrino” enquanto outros o reconheciam.
Em segundo lugar, relata-se de fontes fidedignas que a Versão Grega de Áquila foi aceita pelos judeus alexandrinos no segundo século d.C., apesar de não conter os livros Apócrifos. A dedução razoável desta evidência seria que (conforme o próprio Jerônimo esclareceu) os judeus de Alexandria resolveram incluir na sua edição do Antigo Testamento tanto os livros que reconheciam como sendo canônicos, como também os livros que eram “eclesiásticos” i,é., foram reconhecidos como sendo valiosos e edificantes, porém sem ser infalíveis.
Apoio adicional para esta suposição (que livros subcanônicos possam ter sido conservados e utilizados juntamente com os canônicos) foi recentemente descoberto nos achados da Caverna 4 de Cunrã. Ali, no coração da Palestina, onde seguramente o “Cânone Palestiniano” deve ter sido autoritativo, pelo menos dois livros Apócrifos se fazem representar – Eclesiástico e Tobias. Um fragmento de Tobias aparece num pedacinho de papiro, outro em couro; há também um fragmento em hebraico, escrito em couro. Vários fragmentos de Eclesiástico foram descobertos ali, e pelo menos na pequena quantidade representada, concordam bem exatamente com mss de Eclesiástico do século onze, descobertos na Genizá de Cairo na década de 1890. Quanto a isto, a Quarta Caverna de Cunrã também conservou obras pseudoepigráficas tais como o Testamento de Levi, em aramaico, o mesmo em hebraico, e o livro de Enoque (fragmentos de dez mss. diferentes!). Decerto, ninguém poderia argumentar com seriedade que os sectários tão estreitos de Cunrã consideravam como canônicas todas estas obras apócrifas e pseudoepigráficas só por causa de terem conservado cópias delas. A Palestina é que era o lar do cânon judaico, jamais a Alexandria, no Egito. O grande centro grego do saber pertencia no Egito, não tinha autoridade para saber com precisão que livros pertenciam ao Antigo Testamento judaico. Alexandria era o lugar da tradução apenas, não da canonização. O fato de a Septuaginta conter os apócrifo apenas comprova que os judeus alexandrinos traduziram os demais livros religiosos judaicos do período intertestamentário ao lado dos livros canônicos.
OBJEÇÃO CATÓLICA:
3. Os mais antigos manuscritos completos da Bíblia. Os mais antigos manuscritos gregos da Bíblia contêm os livros apócrifos inseridos entre os livros do Antigo Testamento. Os manuscritos Aleph (N), A e B, incluem esses livros, revelando que faziam parte da Bíblia cristã original.
REFUTAÇÃO: Isto, porém, é verdade apenas em parte. Certamente os Targuns aramaicos não os reconheceram. Nem sequer o Persista siríaco na sua forma mais antiga continha um único livro apócrifo; foi apenas posteriormente que alguns deles foram acrescentados. Uma investigação mais cuidadosa desta reivindicação reduz a autoridade sobre a qual os Apócrifos se alicerçam a apenas uma versão antiga, a Septuaginta, e àquelas traduções posteriores (tais como a Itala, a Cóptica, a Etiópica, e a Siríaca posterior) que foram dela derivadas. Mesmo no caso da Septuaginta, os livros Apócrifos mantêm uma existência um pouco Incerta. O Códice Vaticano (“B”) não tem 1 e 2 Macabeus (canônicos segundo Roma), mas Inclui 1 Esdras (não-canônico segundo Roma). O Códice Sinaítico (“Alef”) omite Baruque (canônico segundo Roma), mas inclui 4 Macabeus (não-canônico segundo Roma). O Códice Alexandrino (“A”) contêm três livros apócrifos “não-canônicos”: 1 Esdras e 3 e 4 Macabeus. Então acontece que até os três mais antigos mss. da LXX demonstram considerável falta de certeza quanto aos livros que compõem a lista dos Apócrifos, e que os quatorze aceitáveis à Igreja Romana não são de modo algum substanciados pelo testemunho dos grandes unciais do quarto e do quinto séculos. Os escritores do Novo Testamento quase sempre fizeram citações da LXX, mas jamais mencionaram um livro sequer dentre os apócrifos. No máximo, a presença dos apócrifos nas Bíblias cristãs do século IV mostra que tais livros eram aceitos até certo ponto por alguns cristãos, naquela época. Isso não significa que os judeus ou os cristãos como um todo aceitassem esses livros como canônicos, isso sem mencionarmos a igreja universal, que nunca os teve na relação de livros canônicos.
OBJEÇÃO CATÓLICA:
4. A arte cristã primitiva. Alguns dos registros mais antigos da arte cristã refletem o uso dos apócrifos. As representações nas catacumbas às vezes se baseavam na história dos fieis registrada no período intertestamentário.
REFUTAÇÃO: As representações artísticas não constituem base para apurar a canonicidade dos apócrifos. As representações pintadas nas catacumbas, extraídas de livros apócrifos, apenas mostram que os crentes daquela era estavam cientes dos acontecimentos do período intertestamentário e os consideravam parte de sua herança religiosa. A arte cristã primitiva não decide nem resolve a questão da canonicidade dos apócrifos.
OBJEÇÃO CATÓLICA:
5. Os primeiros pais da igreja. Alguns dos mais antigos pais da igreja, de modo particular os do Ocidente, aceitaram e usaram os livros apócrifos em seu ensino e pregação. E até mesmo no Oriente, Clemente de Alexandria reconheceu 2 Esdras como inteiramente canônico. Orígenes acrescentou Macabeus bem como a Epístola de Jeremias à lista de livros bíblicos canônicos.
REFUTAÇÃO: Muitos dos grandes pais da igreja em seu começo, dos quais Melito (190), Orígenes (253), Eusébio de Cesaréia (339), Hilário de Poitiers (366), Atanásio (373 d.C), Cirilo de Jerusalém (386 d.C), Gregório Nazianzeno (390), Rufino (410), Jerônimo (420), depuseram contra os apócrifos. Nenhuns dos primeiros pais de envergadura da igreja primitiva, anteriores a Agostinho, aceitaram todos os livros apócrifos canonizados em Trento. Então será mais correto dizer que alguns dos escritores cristãos antigos pareciam fazer isto.
OBJEÇÃO CATÓLICA:
6. A influência de Agostinho. Agostinho (c. 354-430) elevou a tradição ocidental mais aberta, a respeito dos livros apócrifos, ao seu apogeu, ao atribuir-lhes categoria canônica. Ele influenciou os concílios da igreja, em Hipo (393 d.C.) e em Cartago (397 d.C.), que relacionaram os apócrifos como canônicos. A partir de então, a igreja ocidental passou a usar os apócrifos em seu culto público.
REFUTAÇÃO: O testemunho de Agostinho não é definitivo, nem isento de equívocos. Primeiramente, Agostinho às vezes faz supor que os apócrifos apenas tinham uma deuterocanonicidade (Cidade de Deus,18,36) e não canonicidade absoluta. Além disso, os Concílios de Hipo e de Cartago foram pequenos concílios locais, influenciados por Agostinho e pela tradição da Septuaginta grega. Nenhum estudioso hebreu qualificado teve presente em nenhum desses dois concílios. O especialista hebreu mais qualificado da época, Jerônimo, argumentou fortemente contra Agostinho, ao rejeitar a canocidade dos apócrifos. Jerônimo chegou a recusar-se a traduzir os apócrifos para o latim, ou mesmo incluí-los em suas versões em latim vulgar (Vulgata latina). Só depois da morte de Jerônimo e praticamente por cima de seu cadáver, é que os livros apócrifos foram incorporados à Vulgata latina. Além disso quando um antagonista apelou para uma passagem de 2 Macabeus para encerrar um argumento, Agostinho respondeu que sua causa era deveras fraca se tivesse que recorrer a um livro que não era da mesma categoria daqueles que eram recebidos e aceitos pelos judeus.
Esta defesa ambígua dos Apócrifos, da parte de Agostinho, é mais do que contrabalançada pela posição contrária adotada por Atanásio (que morreu em 365), tão reverenciado e altamente estimado tanto pelo Oriente como pelo Ocidente como sendo o campeão da ortodoxia trinitária. Na sua Trigésima Nona Carta, parágrafo 4, escreveu: “Há, pois, do Antigo Testamento vinte e dois livros”, e então relaciona os livros que são aqueles que se acham no TM (Texto Massorético), aproximadamente na mesma ordem na qual aparecem na Bíblia Protestante. Nos parágrafos 6 e 7 declara que os livros extrabíblico (Lê., os quatorze dos Apócrifos) não são incluídos no Cânone, mas meramente são “indicados para serem lidos”. Apesar disto, a Igreja Oriental mais tarde demonstrou uma tendência de concordar com a Igreja Ocidental em aceitar os Apócrifos (o segundo Concílio Trulano em Constantinopla, em 692). Mesmo assim, havia muitas pessoas que tinham suas reservas quanto a alguns dos quatorze, e finalmente, em Jerusalém, em 1672, a Igreja Grega reduziu o número de Apócrifos canônicos a quatro; Sabedoria, Eclesiástico, Tobias e Judite.OBJEÇÃO CATÓLICA:
7. O Concílio de Trento. Em 1546, o concilio católico romano do pós-Reforma, realizado em Trento, proclamou os livros apócrifos como canônicos, declarando o seguinte:
O sínodo […] recebe e venera […] todos os livros, tanto do Antigo Testamento como do Novo [incluindo-se os apócrifos] – entendendo que um único Deus é o Autor de ambos os testamentos […] como se houvessem sido ditados pela boca do próprio Cristo, ou pelo Espírito Santo […] se alguém não receber tais livros como sagrados e canônicos, em todas as suas partes, da forma em que têm sido usados e lidos na Igreja Católica […] seja anátema.
Desde esse concílio de Trento, os livros apócrifos foram considerados canônicos, detentores de autoridade espiritual para a Igreja Católica Romana.
REFUTAÇÃO: A ação do Concílio de Trento foi ao mesmo tempo polêmica e prejudicial. Em debates com Lutero, os católicos romanos haviam citado Macabeus, em apoio à oração pelos modos (v. 2Macabeus 12.45,46). Lutero e os protestantes que o seguiam desafiaram a canonicidade desse livro, citando o Novo Testamento, os primeiros pais da igreja e os mestres judeus, em apoio. O Concílio de Trento reagiu a Lutero canonizando os livros apócrifos. A ação do Concílio não foi apenas patentemente polêmica, foi também prejudicial, visto que nem os catorze livros apócrifos foram aceitos pelo Concílio. Primeiro e Segundo Esdras (3 e 4 Esdras dos católicos romanos; a versão católica de Douai denomina 1 e 2Esdras, respectivamente, os livros canônicos de Esdras e Neemias) e a Oração de Manassés foram rejeitados. A rejeição de 2Esdras é particularmente suspeita, porque contém um versículo muito forte contra a oração pelos mortos (2Esdras 7.105). Aliás, algum escriba medieval havia cortado essa seção dos manuscritos latinos de 2Esdras, sendo conhecida pelos manuscritos árabes, até ser reencontrada outra vez em latim por Robert L. Bentley, em 1874, numa biblioteca de Amiens, na França.
CATÓLICOS CONTRA OS APÓCRIFOS?
Essa decisão, em Trento, não refletiu uma anuência universal, indisputável, dentro da Igreja Católica. Os católicos não foram unânimes quanto a inspiração divina nesses livros. Lorraine Boetner (in Catolicismo Romano) cita o seguinte: “O papa Gregório, o grande, declarou que primeiro Macabeus, um livro apócrifo, não é canônico. Nessa exata época (da Reforma) o cardeal Cajetan, que se opusera a Lutero em Augsburgo, em 1518, publicou Comentário sobre todos os livros históricos fidedignos do Antigo Testamento, em 1532, omitindo os apócrifos. Antes ainda desse fato, o cardeal Ximenes havia feito distinção entre os apócrifos e o cânon do Antigo Testamento, em sua obra Poliglota com plutense (1514-1517), que por sinal foi aprovada pelo papa Leão X. Será que estes papas se enganaram? Se eles estavam certos, a decisão do Concílio de Trento estava errada. Se eles estavam errados, onde fica a infalibilidade do papa como mestre da doutrina?. Tendo em mente essa concepção, os protestantes em geral rejeitaram a decisão do Concílio de Trento, que não tivera base sólida.
OBJEÇÃO CATÓLICA:
8. Uso não católico. As Bíblias protestantes desde a Reforma com frequência continham os livros apócrifos. Na verdade, nas igrejas anglicanas os apócrifos são lidos regularmente nos cultos públicos, ao lado dos livros do Antigo e do Novo Testamento. Os apócrifos são também usados pelas igrejas de tradição ortodoxa oriental.
REFUTAÇÃO: O uso dos livros apócrifos entre igrejas ortodoxas, anglicanas e protestantes foi desigual e diferenciado. Algumas os usam no culto público. Muitas Bíblias contém traduções dos livros apócrifos, ainda que colocados numa seção à parte, em geral entre o Antigo e o Novo Testamento. Ainda que não católicos façam uso dos livros apócrifos, nunca lhes deram a mesma autoridade canônica do resto da Bíblia. Os neocatólicos usam os apócrifos em seus devocionais, mais do que na afirmação doutrinária.
OBJEÇÃO CATÓLICA:
9. A comunidade do Mar Morto. Os livros apócrifos foram encontrados entre os rolos da comunidade do Mar Morto, em Qumran. Alguns haviam sido escritos em hebraico, o que seria indício de terem sido usados por judeus palestinos antes da época de Jesus.
REFUTAÇÃO: Muitos livros não-canônicos foram descobertos em Qumran, dentre os quais comentários e manuais. Era uma biblioteca que continha numerosos livros não tidos como inspirados pela comunidade. Visto que na biblioteca de Qumran não se descobriram comentários nem citações autorizadas sobre os livros apócrifos, não existem evidências de que eram tidos como inspirados. Podemos presumir, portanto, que aquela comunidade cristã não considerava os apócrifos como canônicos. Ainda que se encontrassem evidências em contrário, o fato de esse grupo ser uma seita que se separa do judaísmo oficial mostraria ser natural que não fosse ortodoxo em todas as suas crenças. Tanto quanto podemos distinguir, contudo, esse grupo era ortodoxo à canonicidade do Antigo Testamento. Em outras palavras, não aceitavam a canonicidade dos livros apócrifos. Resumo e conclusão
Resumindo todos esses argumentos, essa postura afirma que o amplo emprego dos livros apócrifos por parte dos cristãos, desde os tempos mais primitivos, é evidência de sua aceitação pelo povo de Deus. Essa longa tradição culminou no reconhecimento oficial desses livros, no Concílio de Trento, como se tivessem sido inspirados por Deus. Mesmo não católicos, até o presente momento, conferem aos livros apócrifos uma categoria de paracanônicos, o que se deduz do lugar que lhes dão em suas Bíblias e em suas igrejas.
O cânon do Antigo Testamento até a época de Neemias compreendia 22 (ou 24) livros em hebraico, que, nas Bíblias dos cristãos, seriam 39, como já se verificara por volta do século IV a.C. As objeções de menor monta a partir dessa época não mudaram o conteúdo do cânon. Foram os livros chamados apócrifos, escritos depois dessa época, que obtiveram grande circulação entre os cristãos, por causa da influência da tradução grega de Alexandria. Visto que alguns dos primeiros pais da igreja, de modo especial no Ocidente, mencionaram esses livros em seus escritos, a igreja (em grande parte por influência de Agostinho) deu-lhes uso mais amplo e eclesiástico. No entanto, até a época da Reforma esses livros não eram considerados canônicos. A canonização que receberam no Concílio de Trento não recebeu o apoio da história. A decisão desse Concílio foi polêmica e eivada de preconceito, como já o demonstramos.
Que os livros apócrifos, seja qual for o valor devocional ou eclesiástico que tiverem, não são canônicos, comprova-se pelos seguintes fatos:
1. A comunidade judaica jamais os aceitou como canônicos.
2. Não foram aceitos por Jesus, nem pelos autores do Novo Testamento.
3. A maior parte dos primeiros grandes pais da igreja rejeitou sua canonicidade.
4. Nenhum concilio da igreja os considerou canônicos senão no final do século IV.
5. Jerônimo, o grande especialista bíblico e tradutor da Vulgata, rejeitou fortemente os livros apócrifos.
6. Muitos estudiosos católicos romanos, ainda ao longo da Reforma, Rejeitaram os livros apócrifos.
7. Nenhuma igreja ortodoxa grega, anglicana ou protestante, até a presente data,
Reconheceu os apócrifos como inspirados e canônicos, no sentido integral dessas palavras.
À vista desses fatos importantíssimos, torna-se absolutamente necessário que os cristãos de hoje jamais usem os livros apócrifos como se foram Palavra de Deus, nem os citem em apoio autorizado a qualquer doutrina cristã. Com efeito, quando examinados segundo os critérios elevados de canonicidade, estabelecidos, verificamos que aos livros apócrifos falta o seguinte:
1. Os apócrifos não reivindicam ser proféticos.
2. Não detém a autoridade de Deus. O prólogo do livro apócrifo Eclesiástico (180 a.C.)
diz:
“Muitos e excelentes ensinamentos nos foram transmitidos pela Lei, pelos profetas, e por outros escritores que vieram depois deles, o que torna Israel digno de louvor por sua doutrina e sua sabedoria, visto não somente os autores destes discursos tiveram de ser instruídos, também os próprios estrangeiros se podem tomar (por meio deles) muito hábeis tanto para falar como para escrever. Por isso, Jesus, meu avô, depois de se ter aplicado com grande cuidado à leitura da Lei, dos profetas e dos outros livros que nossos pais nos legaram, quis também escrever alguma coisa acerca da doutrina e sabedoria…Eu vos exorto, pois a ver com benevolência, e a empreender esta leitura com uma atenção particular e a perdoar-nos, se algumas vezes parecer que, ao reproduzir este retrato da soberania, somos incapazes de dar o sentido (claro) das expressões.” Este prólogo é um auto reconhecimento da falibilidade humana.
3. Contêm erros históricos (v. Tobias 1.3-5 e 14.11) e graves heresias, como a oração pelos mortos (2 Macabeus 12.45,46; 4).
4. Embora seu conteúdo tenha algum valor para a edificação nos momentos devocionais, na maior parte se trata de texto repetitivo; são textos que já se encontram nos livros canônicos.
5. Há evidente ausência de profecia, o que não ocorre nos livros canônicos.
6. Os apócrifos nada acrescentam ao nosso conhecimento das verdades messiânicas.
7. O povo de Deus, a quem os apócrifos teriam sido originalmente apresentados, recusou-os terminantemente.
A comunidade judaica nunca mudou de opinião a respeito dos livros apócrifos. Alguns cristãos têm sido menos rígidos e categóricos; mas, seja qual for o valor que se lhes atribui, fica evidente que a igreja como um todo nunca aceitou os livros apócrifos como Escrituras Sagradas.

Apóstolo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciência da Religião Dr. Edson Cavalcante