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terça-feira, 18 de abril de 2017

APÓSTOLO PAULO NA ILHA DE MALTA...


                                        APÓSTOLO PAULO NA ILHA DE MALTA...
As aparências enganam. Todo mundo sabe disso e todos acabam julgando os outros pela aparência, é um desvio de caráter próprio da humanidade em geral, mas quando o Espírito Santo passa a morar em nossos corações, todos os defeitos de caráter são mansamente moldados, transformados e modificados.
Paulo foi julgado pela aparência e desprezado por muitos por causa de seu aspecto físico. A história universal, baseada em manuscritos da época de Paulo, diz que o “apóstolo das nações”, era um homem de pequena estatura, parcialmente careca, de pernas arqueadas, de compleição robusta, olhos próximos um do outro, e nariz um tanto curvo. Não era nenhum modelo de beleza exterior, mas foi o homem que Deus escolheu para ocupar a décima segunda vaga no apostolado de Jesus e o homem que, por sua formação intelectual, foi escolhido para pregar o evangelho aos ricos e poderosos do mundo de então.
O próprio Paulo, escrevendo aos Coríntios sobre si próprio, disse: “Porque as suas cartas, dizem, são graves e fortes, mas a presença do corpo é fraca, e a palavra desprezível.” (2 Coríntios 10:10). Em outras palavras, os coríntios diziam que Paulo era feinho e não tinha um discurso eloquente. Pode até ser, mas Deus escolheu este homem e através dele fez coisas absolutamente tremendas na expansão do Evangelho de Jesus nos primeiros tempos do cristianismo. A “palavra desprezível” de Paulo alcançou várias nações.
Paulo era a “nata” da sociedade de seu tempo, antes de se converter a Jesus no caminho de Damasco. Ele era da linhagem de Israel, da tribo de Benjamim, hebreu de hebreus, fariseu, perseguidor da Igreja de Jesus e cidadão romano por direito de nascimento, o que significava direitos e privilégios em todo o mundo dominado pelo Império Romano, mas este homem nobre deixou tudo para trás quando encontrou Jesus e passou a ser perseguido, apedrejado, preso, açoitado e sofreu três naufrágios durante suas viagens missionárias e quando foi conduzido preso para Roma.
Quando Paulo foi preso e enviado a Roma, o navio em que ele estava naufragou e Paulo faz uma detalhada descrição de tudo o que aconteceu antes, durante e depois do naufrágio. Por quatorze dias o navio foi açoitado por forte tempestade, deixando todas as duzentas e setenta e seis vidas a bordo apavoradas, temendo a morte que parecia certa diante de tamanha tempestade, mas Paulo tranquilizou a todos dizendo que o anjo do Senhor havia falado com ele durante a noite e disse: “Paulo, não temas; importa que sejas apresentado a César, e eis que Deus te deu todos quantos navegam contigo.” (Atos 27:24). Nenhuma das vidas seria perdida, apenas o navio e sua carga.
Pois bem. Ao amanhecer, a tripulação do navio avistou uma baía e levou o navio para a praia, mas a proa ficou encalhada, totalmente imóvel, e as ondas despedaçaram a popa. Todos abandonaram o navio e conseguiram chegar ao litoral da ilha de Malta, nadando ou boiando agarrados a pranchas de madeira ou a outros objetos dos destroços do navio. Exaustos e com frio, eles se arrastaram para fora das ondas agitadas.
Na verdade não foi o primeiro naufrágio sofrido pelo apóstolo dos gentios e nem a primeira provação suportada por ele, veja: “Recebi dos judeus cinco quarentenas de açoites menos um. Três vezes fui açoitado com varas, uma vez fui apedrejado, três vezes sofri naufrágio, uma noite e um dia passei no abismo; em viagens muitas vezes, em perigos de rios, em perigos de salteadores, em perigos dos da minha nação, em perigos dos gentios, em perigos na cidade, em perigos no deserto, em perigos no mar, em perigos entre os falsos irmãos; em trabalhos e fadiga, em vigílias muitas vezes, em fome e sede, em jejum muitas vezes, em frio e nudez.” (2 Coríntios 11:24-27).
Nada foi fácil no ministério de Paulo e este era o seu currículo, ele não se gloriava de sua nobreza, nem por ter sido criado aos pés do sábio Gamaliel, nem por ser romano por direito de nascimento, ele se gloriava em suas próprias fraquezas e por ter sido escolhido pelo Senhor para o apostolado, por ser instrumento na pregação do Evangelho.
Muito bem. Na ilha de Malta os moradores, usaram de muita humanidade com os náufragos, incluindo Paulo, e acenderam uma grande fogueira por causa da chuva e do frio e recolheram a todos. Paulo recolheu uns gravetos para alimentar o fogo, mas quando foi lança-los na fogueira, uma víbora que estava entre os gravetos, fugindo do calor, mordeu a mão de Paulo. Os moradores da ilha quando viram a serpente pendurada na mão de Paulo, julgaram que ele era um assassino, porque escapou do naufrágio, mas a justiça divina não o deixaria viver e ficaram esperando a reação dele.
Paulo sacudiu a víbora no fogo e não sofreu nenhum dano. O povão estava lá, observando, achando que a qualquer momento ele iria inchar ou cair mortinho da Silva e como nada disso aconteceu mudaram de ideia e começaram a achar que Paulo era deus. Tudo está registrado em Atos 28:2-6.
Nada aconteceu, Paulo não estrebuchou até morrer, porque ele estava guardado pela promessa de Jesus: “E estes sinais seguirão aos que crerem: Em meu nome expulsarão os demônios; falarão novas línguas; pegarão nas serpentes; e, se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e porão as mãos sobre os enfermos, e os curarão.” (Marcos 16:17-18).
Naquela ocasião dois dos sinais que seguirão todos os que crerem se cumpriram na vida de Paulo. Primeiro foi a serpente que não lhe causou nenhum dano e depois a cura dos enfermos. Paulo e os demais náufragos ficaram por três meses na ilha de Malta e durante este tempo, foram bem tratados pela população, mas outra coisa aconteceu.
Em Malta, o principal da ilha se chamava Públio, que era um homem rico, possuía várias propriedades, e ele hospedou por três dias a Paulo e aconteceu que o pai de Públio estava enfermo, de cama, com febre e disenteria. Paulo orou, impôs as mãos sobre ele e o homem foi curado.
Diante da cura do pai de Públio, a notícia correu a ilha e então: “Feito, pois, isto, vieram também ter com ele os demais que na ilha tinham enfermidades, e sararam.” (Atos 28:9). Cumpria-se assim outro sinal daqueles que seguirão todos os que crerem em Jesus, a cura dos enfermos.
Deus usou aquele naufrágio para fazer o Evangelho aportar em Malta. Muitas vezes Deus usa coisas aparentemente ruins para alcançar Seus propósitos. Deus usava aquele homem de aparência nada agradável para evangelizar muitos povos e para falar de Jesus aos ricos e poderosos, afinal, Paulo não era um “Zé ninguém”, era um nobre, um intelectual, nascido judeu/romano e respeitado pelos dominadores romanos.
Na verdadeira Igreja de Jesus tem lugar para todo mundo, ricos, remediados e pobres; feinhos e bonitinhos; prolixos, eloquentes e mudos; brancos, negros, amarelos, vermelhos, verdinhos claros ou escuros; sarados e fracotes; ingênuos e matreiros. Todos, absolutamente todos, nas mãos do Espírito Santo de Deus, são moldados para cumprir a grande missão do cristão que é a evangelização. 
Deus é o único que conhece os corações e Ele distribui Seus vasos de acordo com Sua Onisciência. Não pense que você está isento de levar a mensagem do Evangelho por causa de sua aparência, sua formação, ou porque você é gago, Moisés era gago e Eliseu careca e foram grandes servos do Senhor, assim como tantos outros que estão pelas estradas, caminhos e nações pregando a uma só voz: reconheça a Jesus como seu único Salvador e sua vida será totalmente transformada.

Apóstolo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciência da Religião Dr. Edson Cavalcante

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