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domingo, 30 de abril de 2017

QUANDO O FORTE VENCE O MAIS FORTE...


                                    QUANDO O FORTE VENCE O MAIS FORTE...
“Quando o valente guarda, armado, a sua casa, em segurança está tudo quanto tem; Mas, sobrevindo outro mais valente do que ele, e vencendo-o, tira-lhe toda a sua armadura em que confiava, e reparte os seus despojos.
Quem não é comigo é contra mim; e quem comigo não ajunta, espalha. Quando o espírito imundo tem saído do homem, anda por lugares secos, buscando repouso; e, não o achando, diz: Tornarei para minha casa, de onde saí. E, chegando, acha-a varrida e adornada.
Então vai, e leva consigo outros sete espíritos piores do que ele e, entrando, habitam ali; e o último estado desse homem é pior do que o primeiro.” (Lucas 11.21-26)
O Senhor Jesus está sempre em antagonismo direto e aberto a Satanás. “Eu porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a sua descendência” foi mais enfaticamente cumprido. Cristo nunca tolerou qualquer trégua ou negociação com o Maligno e nunca o fará. Sempre que Cristo dá um golpe em Satanás, é um golpe real. Ele nunca usa as armas que são carnais, senão as que são poderosas, para demolição de fortalezas. E Ele as usa sempre com essa intenção. “Para isto o Filho de Deus se manifestou: para destruir as obras do diabo.”
Há um implacável, infinito, eterno ódio mortal entre Cristo e o pecado do qual Satanás é o representante. Cristo nunca se desvia de Seu propósito de esmagar a Satanás debaixo dos Seus pés e lançá-lo para dentro do lago de fogo. Portanto nada havia mais difamatório do que a afirmação de certos fariseus no tempo de Cristo, que Ele expulsava demônios por Belzebu, o príncipe dos demônios!
Não, Cristo nunca entra em aliança com Satanás para fazer avançar o reino de Deus. Ele vem de encontro a ele como um homem forte armado, determinado a lutar até que Ele vença com uma vitória decisiva. Devemos observar isso mais claramente quando lemos a passagem agora diante de nós. O nosso texto apresenta-nos uma imagem do homem em seu estado pecaminoso. Em seguida, ele nos dá uma representação do homem por um tempo reformado, mas, eventualmente, submetido às piores formas do mal. E também nos mostra um retrato gráfico do homem, inteiramente conquistado pelo poder do grande Redentor.
“Quando o valente guarda, armado, a sua casa, em segurança está tudo quanto tem”. Observe que, embora o coração do homem estivesse destinado a ser o trono de Deus, ele se tornou agora o palácio de Satanás – enquanto Adão era o servo obediente do Altíssimo, seu corpo era um templo para o amor de Deus, mas agora, através da Queda, nós nos tornamos escravos do pecado e nossos corpos tornaram-se as oficinas de Satanás.
“O espírito que agora opera nos filhos da desobediência.” Este espírito é chamado de um homem forte e verdadeiramente ele é – quem pode resistir-lhe?
Sansão, que era um poderoso herói, embora pudesse rasgar um leão, não foi páreo para o leão do abismo que o venceu com vergonha e dor. Salomão, o mais sábio dos homens, foi enganado por Satanás. Ele é forte, não simplesmente como possuindo força, mas no sentido de astúcia. Ele sabe como adaptar suas tentações aos nossos pecados que nos assediam.
Ele é um homem forte com sede de vingança! Oh, cristão ainda bem para você que há um mais forte do que ele – o poder de Satanás iria esmagá-lo para a sua ruína se Cristo que tem todo o poder não viesse para resgatá-lo!
Diz-se deste homem forte, além disso, que ele está armado. Verdadeiramente o príncipe do poder do ar nunca está sem armas. Sua principal arma é a mentira. A espada do Espírito de Deus é a Verdade, mas a espada do espírito do mal é a mentira.
Ele alimenta nossas esperanças com sonhos arejados. Ou mata com medo servil. E nos mantém ainda em larga presunção, ou desespero.
Ele tem uma maneira de fazer a pior aparecer a melhor razão. Ele pode colocar o amargo por doce e o doce, por amargo – fazer os homens acreditarem que é para a própria vantagem deles o que está causando sua ruína eterna.
O homem forte está armado com os desejos da carne. Ele dá riquezas para o avarento e a trombeta da fama e toda a fumaça de aplausos para outros.
Observe, também, que este homem forte – além de estar armado e revestido com uma armadura – é muito vigilante. Diz-se que, “ele guarda seu palácio.” Ele vigia como os guardas fiéis que incessantemente vigiam sem dormir os muros do castelo. Ele não veste uma armadura para dormir com ela. Você pode encontrar santos dorminhocos, mas nunca demônios dormindo. A incansável atividade de anjos caídos é algo terrível para se contemplar – “eles não descansam de dia nem de noite” – mas como vorazes leões vão em busca de suas presas.
Quando Satanás entra no coração de um homem, ele vigia para que ele não tenha a menor chance de recepcionar a Verdade de Deus. Ele monta uma guarda dupla sobre a pessoa quando ela está sob o som da Palavra. Ele vai deixar você ir àqueles lugares onde o ministro nunca mais ataca a consciência e nunca clama em voz alta contra o pecado – pois ele sente que seu reino não é assaltado. Mas onde quer que o verdadeiro Evangelho seja pregado, e com poder divino, exércitos de demônios se reúnem.
Cuidado, ó santos, quando o Senhor, o Espírito Santo, está trabalhando, porque é certo que o inimigo estará duplamente ativo em tais ocasiões! Ele guarda os seus bens. Como eu gostaria de pegá-lo de surpresa, mas este leviatã não pode ser apanhado com um anzol, nem sua mandíbula ser perfurada com um espinho.
Agora vamos notar a reforma parcial descrita no texto:
“Quando o espírito imundo tem saído do homem, anda por lugares secos, buscando repouso; e, não o achando, diz: Tornarei para minha casa, de onde saí. E, chegando, acha-a varrida e adornada. Então vai, e leva consigo outros sete espíritos piores do que ele e, entrando, habitam ali; e o último estado desse homem é pior do que o primeiro.”
Observe-se, então, que, no caso diante de nós o espírito imundo sai de sua própria vontade – não há conflito – pois a casa continua sendo sua propriedade porque está escrito: “Tornarei para minha casa, de onde sai.” Ele se afasta do seu palácio por sua própria vontade, pretendendo retornar posteriormente. Há algumas pessoas que parecem estar convertidas – que pensam que estão de fato, e, portanto, fazem uma profissão e são alegremente recebidas na Igreja cristã, porque no seu exterior a vida lhe dá a evidência de uma grande e notável mudança.
Agora eu poderia imaginar alguns que, para meu grande pesar, que estiveram uma vez conosco, mas que chegaram a um estado no fim que era “pior do que o primeiro.” Quando o espírito imundo sai de um homem ele se torna bastante diferente do que ele costumava ser. O espírito imundo tem saído do homem e ele é outro homem – embora não seja uma nova criatura em Cristo Jesus.
Agora, depois de um tempo, o espírito maligno retorna. Não há oposição à sua entrada, a porta não está bloqueada – ou se está ele tem a chave. Ele vem e não há nenhum inquilino, nenhum homem na posse – nenhum outro titular. Ele olha em volta e diz: “Aqui está a minha casa. Deixei-a quando eu dei minhas caminhadas no exterior, para cumprir meus propósitos infernais, e eu vim de volta e aqui está pronta para mim.” No devido tempo, o diabo volta àquelas pessoas que estão reformadas, mas não renovadas – que estão mudadas, mas que não foram feitas novas criaturas em Cristo Jesus.
Mas o que o diabo vê? Primeiro de tudo ele vê que o lugar está vazio. Se tivesse sido preenchido ele não poderia ter entrado novamente. Se Jesus Cristo estivesse à porta teria havido uma terrível luta por um pouco de tempo, mas ela teria terminaria com Satanás sendo expulso em desgraça.
Dirijo-me agora a descrever um direito muito mais agradável, que é o da verdadeira conversão. “Mas, sobrevindo outro mais valente do que ele, e vencendo-o, tira-lhe toda a sua armadura em que confiava, e reparte os seus despojos.” Agora, observe que aqui está um que é “mais forte do que ele.” Este não é o próprio homem, porque o homem não é tão forte como o diabo – quem é este? Este é Jesus Cristo, que vem pelo Seu Espírito no coração do homem! O Espírito de Deus é imensamente superior ao poder satânico, tanto quanto o próprio Criador infinito sempre deve ser superior à criatura finita.
Ele, que criou Satanás, sabe como subjugá-lo.
Pecador clame ao mais forte do que você para vir ajudá-lo. Vocês que gemem sob sua escravidão – sejam gratos por isso! Clamem ao Grande Libertador! Ele virá! Olhe para Jesus – olhe para Jesus e a batalha está ganha! Venha para o Seu precioso sangue e seja realmente limpo.

Apóstolo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciência da Religião Dr. Edson Cavalcante

sábado, 29 de abril de 2017

TRAVESSEIRO DE PEDRA...


                                                 TRAVESSEIRO DE PEDRA...
Introdução: Certa vez ouvi alguém dizer que ‘quando Deus não muda as coisas, Ele nos muda em relação a elas’. Quando oramos para que as coisas mudem, muitas vezes nós é que precisamos mudar interiormente.
Em muitas situações, tentamos fazer concertos e remendos em nossas vidas, mas na verdade é preciso recomeçar. Não adianta mudar de emprego, casa, cidade, médico, relacionamentos, e tudo o mais sem mudar interiormente nosso viver.
Jacó estava vivendo um momento muito difícil em sua vida. Ao mesmo tempo em que começava um novo tempo de mudanças (v.10). Havia se desentendido com seu irmão Esaú e este queria mata-lo (Gênesis 27.42). Por isso fugiu para a casa de seus parentes e quis encontrar uma esposa para recomeçar sua vida (Gênesis 28.1,2).
Jacó caminhava e estava tão cansado e preocupado que não tinha nem mesmo onde dormir, por isso, quando estava exausto, dormiu sobre uma pedra como travesseiro no meio do caminho (v.11).
Jacó havia recebido a bênção de seu pai Isaque (Gênesis 28.3,4), mas agora receberia a bênção do próprio Deus (Gênesis 28.14).
Muitas vezes estamos como Jacó, fugindo dos problemas, dificuldades na família, carentes da bênção do Senhor, cansados e precisando começar tudo de novo.
Existem pedras tão grandes em nossas vidas que não conseguimos tirar de nosso caminho. É preciso transformar estas pedras para que deixem de ser problemas e se tornem bênçãos.
Como transformar as pedras em minha vida?
Vamos aprender com Jacó, como transformou as pedras de sua vida:
1- Transforme sua pedra em um TRAVESSEIRO: “tomou uma das pedras do lugar e fê-la seu travesseiro” v.11
A primeira coisa que aprendemos com Jacó é que em tempos difíceis precisamos encontrar um tempo para descansar no Senhor. Para mudar é preciso parar. Se eu quiser mudar minha direção, devo primeiro parar e então retornar. Não adianta prosseguir se está dando tudo errado.
Jacó descansou no meio da tribulação. Reconheceu que não adiantaria prosseguir cansado como estava, mas precisava parar um pouco antes de continuar e recompor suas energias.
Você está fugindo de seus problemas e cansado como Jacó? Jesus diz para você: “vinde a mim todos os que estais cansados e sobrecarregados e eu vos aliviarei” (Mateus 11.28).
Se você for olhar suas contas, as obrigações mensais, os impostos que vencerão, as coisas que deseja comprar e tudo o que as pessoas querem que você faça, você fica sufocado. Jesus sabia que o pior mal dos últimos tempos seria a ansiedade e a depressão (Mateus 6.25). O ser humano não foi criado por Deus para viver sob pressão e estresse, por isso Jesus mandou olhar para os lírios e passarinhos para aprender sobre o cuidado de Deus sobre nós (Mateus 6.26 e 28).
Se você prosseguir cansado como está, não conseguirá alcançar seu objetivo, por isso “descansa no Senhor e espera nele” (Salmos 37.7). Então tire um tempo para refletir e descansar. Apresente todas as suas ansiedades a Deus em oração (Filipenses 4.6).
Existem pedras no seu caminho? Está difícil continuar sua caminhada?
Descanse no Senhor e Ele vai restaurar a sua vida novamente!
2- Transforme sua pedra em um SONHO: “e sonhou” (v.12)
No meio desta dificuldade toda Jacó teve um lindo sonho. Ele viu que aquela pedra seria o primeiro degrau de uma grande escada que de tão alta atingia até o céu. Nesta escada havia um grande movimento de anjos subindo e descendo.
Este sonho seria a força que precisava para inspirar sua vida dali para frente. Sua vida que parecia um pesadelo, agora se transformaria em um sonho de Deus.
Os sonhos se tornam como ideais para nossa vida. Uma razão de acordar, levantar e lutar. Como é triste quando vemos pessoas que desistiram de seus sonhos. Quando encontram uma pedra no caminho, pensam em desistir por que não conseguem mais sonhar. Há muito tempo alguém me ensinou que ‘um homem sem sonho é um homem morto’.
No sonho de Jacó “os anjos de Deus subiam e desciam” (v.12). Isso significa que enquanto descansamos Deus continua trabalhando por nós. Muitas vezes ficamos apavorados pensando o que fazer e queremos resolver tudo do nosso jeito, mas não adianta. Por isso é importante descansar e deixar Deus agir.
Quando oramos existe uma grande movimentação de anjos em nossas vidas, pois os anjos são “espíritos ministradores, enviados para servir a favor daqueles que hão de herdar a salvação” (Hebreus 1.14).
Você tem um sonho?
Deus quer trabalhar em sua vida e realizar seus sonhos!
3- Transforme sua pedra em um ALTAR: “tomou a pedra que havia posto por travesseiro e a erigiu em coluna sobre cujo o topo entornou azeite. E ao lugar, cidade que outrora se chamava Luz, deu o nome de Betel” v.18-19
Aquela mesma pedra que antes era um problema, Jacó a transformou em um travesseiro para descanso e ali sonhou, agora ele se levanta e transforma a pedra em um altar para adorar a Deus. Aquele lugar foi marcado por aquela pedra e ganhou o nome de Betel que significa ‘casa de Deus’ (v.17).
Muitas pessoas, quando passam por problemas, a primeira coisa que deixam de fazer é orar, ir ao culto e louvar a Deus. Neste momento é que mais precisamos de Deus e devemos orar mais, ler mais a palavra e nos consagrar inteiramente ao Senhor. O diabo gosta de colocar umas pedras no caminho do crente e fica mais alegre ainda quando vê que isso o impede de orar.
Deus não tem culpa de nossos problemas. Muitas vezes as dificuldades que enfrentamos são consequências de outras coisas que fizemos e não podemos culpar Deus por isso. Contudo podemos buscar sua face pedindo sua misericórdia e esperando sua salvação para mudar a nossa sorte.
Como transforme as pedras em um altar para Deus? Um pregador dizia que ‘crente não tem problemas e sim motivos de oração’. Quando fazemos de nossos problemas em motivos de oração, os problemas deixam de ser problemas e se transformam em bênçãos porque vemos Deus agir em nosso viver.
Você está passando por tribulações?
Quanto mais pedras encontrar, adore mais ao Senhor!
Quando houver pedras no caminho, descanse, sonhe e adore!
-CONCLUSÃO: “na verdade o Senhor está neste lugar e eu não sabia” v.16
Jacó pensava que estava sozinho e que aquele lugar não tinha a bênção de Deus. Pensou que nunca mais voltaria ali, mas Deus lhe prometeu dar aquela terra (v.15) e que sua família que Jacó pensara que tinha acabado, seria abençoada pelo Senhor (v.14). Aquele lugar difícil foi onde Jacó mais foi abençoado (v.17).
Não adianta fugir de seus problemas. No lugar onde está Deus pode te abençoar, bem como sua família. Se tiver uma pedra aqui e você fugir dela, haverá outras pedras mais adiante. Quando pensamos que tudo está acabado, Deus se levanta para recomeçar por nós e fazer tudo melhor ainda. De tão atribulados pensamos às vezes que Deus não está conosco. Mas você não está sozinho. Deus está contigo!
Aquela pedra que era um problema na vida de Jacó virou um travesseiro para ele descansar em Deus, foi um sonho para ele ver Deus trabalhar em sua vida e também um altar de adoração ao Senhor. Lembre-se que quando encontrar uma pedra em seu caminho e não puder removê-la de tão cansado que estiver ou de tão grande que ela seja você pode descansar em Deus, pode sonhar e adorar ao Senhor!
Apóstolo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciência da Religião Dr. Edson Cavalcante


sexta-feira, 28 de abril de 2017

APRENDENDO AOS PÉS DE GAMALIEL...


                                       APRENDENDO AOS PÉS DE GAMALIEL...
 “E agora digo-vos: Dai de mão a estes homens, e deixai-os, porque, se este conselho ou esta obra é de homens, se desfará, mas, se é de Deus, não podereis desfazê-la; para que não aconteça serdes também achados combatendo contra Deus”.  Atos 5:38-39.
O corpo de crentes na cidade de Jerusalém foi crescendo. Cerca de três mil entregaram suas vidas ao Senhor no dia de Pentecostes e Deus continuou a acrescentar dia-a-dia homens e mulheres que entregavam suas vidas. “Louvando a Deus, e caindo na graça de todo o povo. E todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar” – Atos 2:47. Em pouco tempo muitos “dos que ouviram a palavra creram, e chegou o número desses homens a quase cinco mil” – Atos 4:4.
“E era um o coração e a alma da multidão dos que criam, e ninguém dizia que coisa alguma do que possuía era sua própria, mas todas as coisas lhes eram comuns” – Atos 4:32.
As pessoas eram surpreendidas com amor e unidade, bem como impressionadas com os sinais poderosos e maravilhas que ocorriam entre os crentes. “Porém, ninguém ousava ajuntar-se a eles; mas o povo tinha-os em grande estima. E a multidão dos que criam no Senhor, tanto homens como mulheres, crescia cada vez mais” – Atos 5:13-14. Jerusalém foi sendo preenchida com o ensinamento de Jesus e a ressurreição, e os líderes religiosos judeus estavam cheios de inveja. “E, levantando-se o sumo sacerdote, e todos os que estavam com ele (e eram eles da seita dos saduceus), encheram-se de inveja” – Atos 5:17.
Portanto, eles prenderam os apóstolos e os jogou na prisão, mas um anjo do Senhor os libertou durante a noite. “E lançaram mão dos apóstolos, e os puseram na prisão pública. Mas de noite um anjo do Senhor abriu as portas da prisão e, tirando-os para fora” – Atos 5:18-19. No dia seguinte, quando o Sinédrio se reuniu para examinar o caso, eles não se encontravam na prisão.
Em vez disso, eles foram encontrados no templo ensinando as boas notícias sobre Jesus Cristo. Eles foram novamente levados perante os líderes e ordenado para que parassem com a proclamação de Jesus Cristo e novamente, eles se recusaram. Os líderes ficaram determinados a matá-los. “E, ouvindo eles isto, se enfureciam, e deliberaram matá-los” – Atos 5:33. Foi neste momento que um homem com o nome de Gamaliel se levantou e ofereceu um Conselho.
No dicionário conselho é dar um parecer, juízo, opinião; Advertência que se emite; admoestação, aviso; Senso do que convém; tino, prudência, aviso. O conselho de Gamaliel mostra características da prática cristã.
Quais são as características da prática cristã?
1. Reconhecer publicamente o nome de Jesus
"Não vos admoestamos nós expressamente que não ensinásseis nesse nome?" Atos 5:28a.
Não precisou dizer expressamente que nome era esse, mas todos entenderam que era o nome de Jesus, que haviam crucificado como malfeitor.
Declaravam os apóstolos que eram testemunhas de Jesus Cristo e dos fatos ocorridos. Em poucas palavras, anunciavam o Evangelho corajosamente diante de todos os líderes do povo de Israel e proclamavam o testemunho do Espírito Santo no meio deles. A Bíblia declara que: “Qualquer que confessar que Jesus é o Filho de Deus, Deus está nele, e ele em Deus” – 1ª João 4:15.
Os apóstolos não estavam nas melhores circunstâncias, mas mantinham seus olhos no Senhor. As Escrituras Sagradas nos dizem que Satanás veio para roubar, matar e destruir (Jo.10:10). O diabo vive tentando roubar a saúde, o dinheiro e a família de cada vivente, pois ele não quer que ninguém seja feliz sob as bênçãos de Deus e professem o nome de Jesus.
Mas o fato é que o diabo não está tão preocupado com estas coisas, elas não são seu verdadeiro alvo. O que ele verdadeiramente quer é roubar nossa fé e relacionamento com Deus e que neguemos o nome de Jesus. Este é seu fim, seu grande objetivo, roubar a saúde, o dinheiro e a família, são os meios que ele usa para tentar conseguir chegar onde realmente quer.
Portanto, precisamos aprender a viver olhando para o alto, com nossos olhos fixos no Senhor Jesus em todo tempo, independentemente das circunstâncias à nossa volta.
Deus nos ensina a apegarmo-nos mais a Ele, vivendo acima das situações externas. A geração atual de crentes vive olhando somente para as coisas terrenas, não tem seus olhos em Jesus Cristo. Devemos levantar nossos olhos: “Portanto, se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus. Pensai nas coisas que são de cima, e não nas que são da terra; Porque já estais mortos, e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus”. Colossenses 3:1-3.
Quais são as características da prática cristã?
2. Ensinar publicamente em nome de Jesus
"Não vos admoestamos nós expressamente que não ensinásseis nesse nome? E eis que enchestes Jerusalém dessa vossa doutrina, e quereis lançar sobre nós o sangue desse homem." Atos 5:28.
Colocados os apóstolos diante do sinédrio, o sumo sacerdote os acusou de encher Jerusalém com a doutrina deles em desobediência à sua ordem expressa para que não ensinassem no nome de Jesus.
Os apóstolos repetiram que importava obedecer a Deus e não aos homens, que Deus suscitou a Jesus ao qual eles mataram, e o elevou a Príncipe e Salvador, para que Israel pudesse arrepender-se e obter remissão dos seus pecados. (Atos 3:26, 7:37, 13:33). Os membros do Sinédrio eram líderes do povo, mas a declaração dos apóstolos deixava claro que Deus havia colocado Jesus Cristo acima deles.
Ouvindo isto eles se enfureceram devido ao ódio que se apoderou deles. O Sinédrio, decerto incluía o sumo sacerdote e os saduceus, que não acreditavam numa vida além-túmulo. Sua fúria era tão grande, que queriam matá-los. Estavam conspirando entre eles para sentenciar os apóstolos à morte.
Mas nem a proximidade da morte e a fúria daqueles homens podiam impedi-los de olhar para o mestre Jesus.
Quais são as características da prática cristã?
3. Receber recompensa em nome de Jesus
"Retiraram-se, pois, da presença do conselho, regozijando-se de terem sido julgados dignos de padecer afronta pelo nome de Jesus.." Atos 5:41.
Gamaliel que significa recompensa de Deus era fariseu e mestre da lei naquela época. Ele era um dos membros do Sinédrio, um mestre da lei acatado por todo o povo, se levantou para falar e mandou retirar os apóstolos provisoriamente.
Não sabemos que efeito as palavras dos apóstolos tiveram sobre ele, mas não demonstrou estar furioso com eles como os outros. Sabendo do perigo que corriam de fazer um julgamento rápido e uma condenação ilegal apressada e das consequências sérias que poderiam advir, Gamaliel exortou o Sinédrio a pensar bem no que estavam querendo fazer àqueles homens.
Prosseguindo, ele citou o exemplo de Teudas e Judas, o galileu, que haviam levantado muitos homens consigo em movimentos revolucionários anos atrás e depois da morte desses líderes seus seguidores se dispersaram e os movimentos não deram em nada.
A partir daí concluiu que se o que os apóstolos faziam era de origem humana, o seu movimento estava destinado a acabar devido à morte do seu fundador e líder. Mas levou também o Sinédrio a acompanhar de perto os apóstolos e discípulos de Jesus.
Os apóstolos foram novamente chamados ao sinédrio, e ali foram açoitados. Os seus inimigos precisavam castigá-los por terem sido desobedientes, e procurar intimidá-los para que se tornassem subservientes embora declarassem que ainda tinham um líder superior aos do sinédrio. Era uma humilhação e uma afronta, tal como haviam feito por ocasião do julgamento do Senhor Jesus.
Depois disso os soltaram, ordenando-lhes que não falassem no nome de Jesus. Com isso procuraram silenciá-los, pois era uma ordem que devia ser obedecida, sob pena de comparecerem novamente para um novo julgamento e condenação.
Ao se retirarem, os apóstolos se regozijaram não por terem sido soltos, como seria de esperar, mas por terem sido considerados dignos de sofrer afronta pelo nome de Jesus.
A sua fé e a sua fidelidade ao Senhor lhes deram sustento através do sofrimento e vergonha da punição que passaram e ao invés de saírem envergonhados, eles se regozijaram com a honra que receberam de sofrer pelo nome do seu Senhor Jesus. Esses apóstolos pertenciam a Ele e O serviam e os seus sofrimentos iriam contribuir para o engrandecimento do Seu nome.
Conclusão
Sofrer assim era uma honra para eles e provavelmente nessa ocasião recordaram as palavras que Ele lhes havia dito no princípio do Seu ministério: “Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguiram e, mentindo, disserem todo mal contra vós por minha causa. Alegrai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus; porque assim perseguiram aos profetas que foram antes de vós” – Mateus 5:11-12.
Depois deste episódio não cessaram de ensinar e de pregar Jesus, o Cristo, todos os dias no templo e de casa em casa. “E todos os dias, no templo e nas casas, não cessavam de ensinar, e de anunciar a Jesus Cristo”. – Atos 5:42.

Apóstolo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciência da Religião Dr. Edson Cavalcante

quinta-feira, 27 de abril de 2017

VEM AI O DIA DO SENHOR-PROFECIAS DE SOFONIAS...


                     VEM AI O DIA DO SENHOR-PROFECIAS DE SOFONIAS...
·           O profeta Sofonias é o autor do livro que leva o seu nome.
·           O fato de a linhagem de Sofonias ser reconstituída até a quarta geração (1.1) é único na literatura profética: Sofonias, filho de Cusi, filho de Gedalias, filho de Amarias, filho de Ezequias (provavelmente o rei – 715-685 a.C.).
·           O nome "Sofonias", que significa “Yahweh [O SENHOR] esconde" é mencionado com relação a um sacerdote contemporâneo de Jeremias (21.1; 29.25) assim como de outras pessoas no Antigo Testamento (Zc 6.10,14).
·           Embora o profeta empregue vocabulário sacerdotal em vários pontos (1.4-5,7-9; 3.4,18), não há nenhuma evidência conclusiva que indique que ele fosse oficialmente associado ao templo.
Conclamar o povo de Judá e de Jerusalém ao arrependimento em face da invasão babilônica, bem como à esperança numa grande restauração após o tempo de destruição e exílio.
Verdades fundamentais:
·           Deus usou os babilônios para castigar severamente Judá e muitas outras nações por causa dos seus pecados.
·           Buscar humildemente a Deus provê esperança de proteção contra o mal.
·           A destruição de outras nações redundaria, um dia, em benefício para Israel.
·           Deus purificará gentios e judeus e lhes concederá bênçãos grandiosas depois que o seu julgamento estiver terminado.
Contextualização:
·           Sofonias profetizou durante o reinado de Josias (640-609 a.C.), mas há algumas questões sobre se o seu ministério se precedeu ou foi posterior à reforma realizada por Josias em 621 a.C.
·           Sua denúncia a respeito do sincretismo e do culto a Baal sugere nitidamente uma data anterior às reformas de Josias.
·           Tudo o que podemos dizer com certeza é que Nínive ainda não havia sido destruída (2.13-15); portanto, a mensagem do profeta foi pronunciada antes do seu aniquilamento, em 612 a.C.
·           Sofonias foi contemporâneo de Jeremias (cujo chamado veio no décimo terceiro ano de Josias [627 a.C.]) assim como de Naum (663-612 a.C.) e talvez de Habacuque (605-597 a.C.).
·           Se datarmos o ministério de Sofonias na primeira parte do reinado de Josias, então o profeta pode ter sido um instrumento para a precipitação das reformas empreendidas por Josias, uma vez que os pecados por ele atacados (1.4-6) foram exatamente os abolidos mediante as reformas realizadas por Josias (2Rs 23.4; 2Cr 34.1-7).
·           A terminologia de Sofonias é muitas vezes semelhante à de seus predecessores o que provavelmente indica que ele estava familiarizado com as profecias desses profetas:
ü 1.7a com Hc 2.20.
ü 1.14 com JI 1.15.
ü 17b com Is 34.6.
·           Ele manteve a continuidade com os profetas que o precederam.
·           O foco de sua mensagem, entretanto, era “o dia do Senhor".
Nesse dia, um inimigo estrangeiro, a "espada" do Senhor (2.12), infligida severa destruição a Jerusalém (1.4). Esse inimigo tem sido variadamente identificado com os citas, os assírios ou os babilónios.
·           Próximo ao final do reinado de Ezequias, Isaías já havia identificado os babilônios como aqueles que conquistariam Jerusalém (Is 39.5-7). Portanto, é muito possível que Sofonias tivesse essa ameaça em mente.
·           O tratamento dado por Sofonias a esse tema forma dois ciclos que se movem do julgamento divino para a esperança de salvação.
ü O primeiro siclo fala sobre o "dia do Senhor" (1.7) - o tempo em que Deus devastaria os seus inimigos tanto dentro como fora de Judá (1.2-18) e traria grandes bênçãos ao remanescente fiel (3.16-17).
O dia estava próximo (1.7) - um dia em que a ira e a indignação do Senhor soberano de Israel seriam dirigidas contra os ímpios (1.15,18; 2.2-3).
Em seguida a esse anúncio de julgamento, o profeta conclama Judá e as nações a arrependerem-se e buscarem o Senhor (2.1-3).
O arrependimento era a única esperança de salvar-se do julgamento babilônio que se aproximava.
ü O segundo ciclo se inicia com o profeta acrescentando pormenores sobre o julgamento por vir (2.4-3.8).
Ele esclarece que muitas outras nações seriam destruídas junto com Judá. Então, o profeta retorna ao tema da esperança de salvação (3.9-20).
Com alegria, ele anuncia que, após o julgamento, Deus purificaria o seu povo e restauraria a sorte de Jerusalém.
Cristo em Sofonias
O livro do Sofonias não contém nenhuma profecia messiânica direta, mas o foco do profeta sobre o "dia do Senhor" como uma ocasião de julgamento e bênção liga a sua mensagem com a obra de Cristo.
Num determinado momento, o Novo Testamento identifica o dia do Senhor com o dom do Espírito no dia de Pentecoste (At 2.20).
Normalmente, entretanto, o dia do Senhor se refere ao retorno glorioso de Cristo (1Co 1 .8; 5.5; 2Co 1.14; lTs 5.2; 2Ts 2.2; 2Tm 4.8; 2Pe 3.10), e descreve esse dia como a ocasião em que Jesus destruirá todos os seus inimigos e derramará bênçãos maravilhosas sobre seus fiéis seguidores.
Essas correlações entre a mensagem de Sofonias e o ensino do Novo Testamento apontam para duas direções.
·           Em primeiro lugar, Sofonias predisse que a destruição infligida pelos babilónios alcançaria a muitos. Não apenas os ímpios em Judá seriam julgados, mas as nações iníquas do mundo também receberiam o julgamento de Deus.
Esse julgamento babilônico, entretanto, seria apenas um prenúncio do julgamento eterno que virá quando Cristo retornar em glória.
·           Em segundo, Sofonias predisse que a destruição trazida pelos babilónios não anularia as promessas de Deus.
Deus purificaria um povo para si mesmo de entre as nações e dos exilados judeus, e os traria em alegre celebração às maravilhas de uma Jerusalém renovada.
Essa visão profética é cumprida em Jesus.
Em Cristo, os gentios são unidos aos crentes judeus para formar um corpo (Ef 2.11-16).
Quando Cristo retornar, homens e mulheres redimidos de todas as nações se curvarão diante dele em louvor cheio de alegria (Ap 7.9-10) na nova Jerusalém (Ap 21.1-3).
Esboço
I. CABEÇALHO (1.1).
II. O JULGAMENTO DIVINO (1.2-18).
III. ESPERANÇA DE SALVAÇÃO (2.1-3).
IV. O JULGAMENTO DIVINO (2.4-3.8).
V. ESPERANÇA DE SALVAÇÃO (3.9-20).
I. CABEÇALHO (1.1).
A genealogia e o tempo do ministério de Sofonias são identificados.
No cabeçalho, a genealogia de Sofonias, até a 4ª. geração e a ocasião do seu ministério são estabelecidas. Foi o único dos profetas, assim descrito dessa forma.
Aos profetas eram direcionadas as palavras do SENHOR. Uma frase frequentemente usada para se referir à revelação recebida do Senhor e comunicada por intermédio de um profeta. Não foi comunicada por homens, nem por anjos, nem por espíritos, mas pelo próprio Senhor.
É muito diferente tais comunicações com a comunicação do Senhor, a única que é verdadeira, inspirada, revelada.
II. O JULGAMENTO DIVINO (1.2-18).
Nesta parte, o profeta predisse que um terrível dia de julgamento viria em breve para Judá e para as nações.
Veremos nos dezoito versículos que se sequem o julgamento divino. A profecia começa com uma extensa revelação do julgamento de Deus contra Judá e as nações por meio da agressão babilônica.
Esse capítulo divide-se em duas partes principais: urna dramática descrição do julgamento que se aproximava (vs. 2-6) e dois oráculos relativos ao iminente Dia do Senhor (vs. 7-18) que formarão as seguintes divisões. A. A aproximação do julgamento (1.2-6) – veremos agora; e, B. O iminente dia do Senhor (1.7-18) – veremos agora.
A. A aproximação do julgamento (1.2-6).
Dos versos de dois a seis, veremos essa aproximação do julgamento. A profecia começa com o anúncio de um julgamento universal (vs. 2-3), mas rapidamente reduz o seu foco para tratar de Judá e Jerusalém (vs. 4-6).
1. Contra todas as nações (1.2-3).
A frase é forte e logo o Senhor diz que irá consumir completamente tudo sobre a terra. A profecia era contra todas as nações. O Senhor devastaria o mundo com a destruição impetuosa causada pelos exércitos babilônicos. 
Ele diz que haveria de consumir, isto é, a expressão hebraica é enfática e pode ser traduz da por "consumirei absolutamente” ou (“completamente”, "totalmente'').
O julgamento a caminho foi comparado com o do dilúvio de Noé por causa do uso de frases como “o homem e o animal” (Gn 6.7) e “as aves do céu” (Gn 7.23).
O Senhor – vs. 3 - haveria de consumir por completo tudo de sobre a terra:
·           Os homens e os animais.
·           As aves do céu.
·           Os peixes do mar.
·           AS impiedades juntamente com os ímpios.
Embora no contexto de Sofonias essa linguagem seja hiperbólica, ela expõe de modo atenuado o futuro julgamento de Deus na ocasião do retomo de Cristo (2Pe 3.3-7).
2. Contra Judá (1.4-6).
Dos versos 4 a 6, as profecias contra Judá. Três pecados específicos de Judá são denunciados: a idolatria (vs. 4), o sincretismo (vs. 5) e a indiferença religiosa (vs. 6).
A idolatria – vs. 4.
O Senhor iria estender as suas mãos contra Judá e contra todos os habitantes de Jerusalém - essa frase refere-se ao poder de Deus desencadeado contra os seus antagonistas (2.13; Ex 3.20: Dt 4.34; Is 5.25) -, e exterminar o resto de Baal, o nome dos sacerdotes dos ídolos e os próprios sacerdotes. Ou seja, todos os vestígios do culto a Baal. A expressão talvez estabeleça uma comparação entre a geração de então e as anteriores. Esses sacerdotes funcionavam nos lugares altos e "incensavam a Baal, ao sol, e à lua, e aos mais planetas, e a todo o exército dos céus" (2Rs 23.5).
O sincretismo – vs. 5.
O culto a Baal e o culto aos exércitos do céu eram pecados que haviam contribuído para a extinção do Reino do Norte (2Rs 17.16). Os altares aparentemente eram erigidos sobre os telhados das casas (2Rs 23.12; Jr 19.13).
O povo se inclinava perante o Senhor, mas juravam por Milcon ou “Moloque". O culto a esse deus amonita era especificamente proibido (Lv 18.21; 20.2-5). O hediondo ritual de sacrifício infantil fazia parte do culto dos amonitas (veja 1 Rs 11.5; 2Rs 23.10; Jr 32.35).
A indiferença religiosa – vs. 6.
No verso 6, fica claro que o povo, em relação ao Senhor, deixavam de andar após ele, não o buscavam, nem mesmo perguntavam por ele.
Viviam completamente apáticos com relação ao Deus verdadeiro que os tinha livrado tantas vezes.
B. O iminente dia do Senhor (1.7-18).
Por essas razões estaria vindo o iminente dia do Senhor. O tema do julgamento continua, com atenção específica dada à proximidade do Dia do Senhor (vs. 7,14). Esses versículos se referem primeiro a Judá (vs. 7-13), mas incluem as outras nações (vs. 14-18).
1. Contra Judá (1.7-13).
Dos versos 7 ao 13, veremos essas palavras contra Judá. O Dia do Senhor traria severo julgamento contra o povo da aliança do Senhor.
O verso 7, fala para se calar diante do Senhor Deus (SI 46.10; Hc 2.20; Zc 2.13.). O profeta exigiu reverente submissão ao soberano Deus da aliança. A ordem de "cala-te" é frequentemente ligada ao fato de estar na presença do Deus santo.
Era para se calar porque o Dia do SENHOR estava perto. Também expresso por "naquele dia" (vs. 9-10,15; 2.2; 3.11,16; e "naquele tempo" (1.12; 3.19-20).
Conforme a BEG, a frase se refere a qualquer tempo específico quando o Senhor é glorioso na vitória - seja ela contra a Babilônia por meio da Média (veja Is 13.1-. 14.27, especialmente 13.6), contra o Egito por meio da Babilônia (veja 2.3,12; Ez 30.2-4) ou contra Israel por meio da Assíria (Am 5.18).
Essa passagem é particularmente vívida na descrição daquele dia.
Aquele dia da vingança do Senhor pode ser a ocasião de libertação de Israel (Is 34.2-35.10), o qual é representado como o Senhor decisivamente derrotando toda oposição contra Israel 12.3-15; 3.8-20; JI 3.14-16).
Também pode ser um dia de destruição para aqueles em Israel que se rebelaram contra o Senhor, como é o caso nesse contexto (veja 2.1-2; Am 5.18-20).
O dia do Senhor estava perto porque o Senhor mesmo preparou o sacrifício e já santificou os seus convidados. O iminente julgamento que vem sobre Judá é comparado a um sacrifício (Is 34.6; Jr 4610; Ez 39.17-19), onde os convidados provavelmente se referem à nação que serve como instrumento do julgamento divino (Is 10.5-11; Hc 1.6). Ou, então, os convidados são o povo da aliança, sendo eles mesmos a oferta sacrifical.
Nesse dia, em especial, o Senhor haveria de castigar os filhos do rei – vs. 8. Refere-se aos filhos do rei israelita e outros oficiais reais. Sua falta de compromisso para com a aliança era evidenciada pela adaptação aos costumes e vestimentas estrangeiros, um sinal de deslealdade religiosa.
Também seriam castigados todos os que subiam o pedestal dos ídolos e se enchiam de engano e violência. Ou seja, subiam o limiar de um santuário (1 Sm 5.5). Uma prática religiosa dos filisteus que, provavelmente, estava sendo imitada.
Ainda mais seriam castigados todo o povo, ou, "os negociantes". Os gritos de angústia vindo de todas as partes da cidade revelam a extensão do mal e do julgamento. A rica classe dos mercadores é mencionada de modo especial por causa de sua ganância e práticas corruptas de comércio (Am 8.4-6).
E assim, haveria de ser que naqueles tempos, o Senhor esquadrinharia a Jerusalém com lanternas, isto é, não haveria nenhuma possibilidade de escapar do escrutínio divino (SI 139.1-16,23-24; Am 9.1-4). 
O castigo seria geral e em especial aos homens que se espessavam com a borra do vinho e eram apegados a ela. Conforme a BEG, no processo de fabricação do vinho, o sedimento engrossa e endurece se for deixado em descanso. É necessário que o vinho seja despejado em outro recipiente para ser filtrado dessas impurezas antes que elas endureçam.
Esses judaítas espiritualmente apáticos tinham perdido a fé no Deus vivo que governa o mundo. Para eles o Senhor não fazia bem, nem mal. Eles eram indiferentes quanto à posição que ocupavam diante de Deus.
2. Contra todas as nações (1.14-18).
Dos versos 14 ao 18, a palavra profética será contra todas as nações.
Ao falar mais detalhadamente do Dia do Senhor, Sofonias foi além, ampliando a sua visão para incluir a destruição de todas as nações (vs. 18).
Vejam os adjetivos empregados para esse grande dia – vs. 14 a 16:
·           O grande dia do Senhor.
·           O dia do Senhor.
·           Dia de indignação.
·           Dia de tribulação.
·           Dia de angústia.
·           Dia de alvoroço.
·           Dia de assolação.
·           Dia de trevas.
·           Dia de escuridão.
·           Dia de nuvens.
·           Dia de densas trevas.
·           Dia de trombeta.
·           Dia de alarido contra as cidades fortificadas e contra as torres altas.
Nesse dia, os homens se angustiariam e andariam como cegos. Uma das maldições da aliança (Dt 28.28-29). Isso tudo porque pecaram. A razão de ser do julgamento do Senhor contra Judá é apresentada em termos gerais (3.1-5).
»SOFONIAS [1]
Sf 1:1 A palavra do Senhor que veio a Sofonias,
filho de Cuche, filho de Gedalias, filho de Amarias, filho de Ezequias,
nos dias de Josias, filho de Amom, rei de Judá.
Sf 1:2 Hei de consumir por completo tudo sobre a face da terra,
diz o Senhor.
Sf 1:3 Consumirei os homens e os animais;
consumirei as aves do céu, e os peixes do mar,
e os tropeços juntamente com os ímpios;
e exterminarei os homens de sobre a face da terra,
diz o Senhor.
Sf 1:4 E estenderei a minha mão contra Judá,
e contra todos os habitantes de Jerusalém;
e exterminarei deste lugar o resto de Baal,
e os nomes dos sacerdotes de ídolos,
juntamente com os sacerdotes;
Sf 1:5 e os que sobre os telhados adoram o exército do céu,
e aqueles adoradores que juram ao Senhor,
e juram por Milcom;
Sf 1:6 e os que deixam de seguir ao Senhor,
e os que não buscam ao Senhor,
nem perguntam por ele.
Sf 1:7 Cala-te diante do Senhor Deus,
porque o dia do Senhor está perto;
pois o Senhor tem preparado um sacrifício,
e tem santificado os seus convidados.
Sf 1:8 E no dia do sacrifício do Senhor castigarei os oficiais,
e os filhos do rei, e todos os que se vestem
de trajes estrangeiros.
Sf 1:9 Castigarei também naquele dia todos aqueles que saltam
sobre o umbral, que enchem de violência e de dolo
a casa do seu senhor.
Sf 1:10 E naquele dia, diz o Senhor,
far-se-á ouvir uma voz de clamor desde a porta dos peixes,
e um uivo desde a segunda parte,
e grande estrépito desde os outeiros.
Sf 1:11 Uivai vós, moradores de Mactes,
porque todo o povo de Canaã está arruinado;
todos os que pesam a prata são destruídos.
Sf 1:12 E há de ser que, naquele tempo,
esquadrinharei a Jerusalém com lanternas,
e castigarei os homens que se embrutecem
com as fezes do vinho,
que dizem no seu coração:
O Senhor não faz o bem nem faz o mal.
Sf 1:13 Por isso as riquezas deles se tornarão em despojo
e as suas casas em desolação;
e edificarão casas, mas não habitarão nelas;
e plantarão vinhas, mas não lhes beberão o vinho.
Sf 1:14 O grande dia do Senhor está perto;
sim, está perto, e se apressa muito;
ei-la, amarga é a voz do dia do Senhor;
clama ali o homem poderoso.
Sf 1:15 Aquele dia é dia de indignação,
dia de tribulação e de angústia,
dia de alvoroço e de assolação,
dia de trevas e de escuridão,
dia de nuvens e de densas trevas,
Sf 1:16 dia de trombeta e de alarido
Contra as cidades fortificadas
e contra as torres altas.
Sf 1:17 E angustiarei os homens,
e eles andarão como cegos,
Porque pecaram contra o Senhor;
e o seu sangue se derramará como pó,
e a sua carne como esterco.
Sf 1:18 Nem a sua prata nem o seu ouro os poderá livrar
no dia da indignação do Senhor;
Mas pelo fogo do seu zelo será devorada toda a terra;
Porque certamente fará de todos os moradores
da terra uma destruição total e apressada.
Nem sua prata nem seu ouro os poderiam livrar desse dia - vejam SI 49.6-9; Pv 11.4; Mt 16.26; Lc 12.13-21. O zelo de Deus (Ex 20.5; 34.14; Dt 4.24.) pressupunha o seu amor pactual que havia redimido um povo para fazer dele a sua propriedade pessoal (Ex 19.5), e exigia, como resposta, a lealdade absoluta desse povo.
Como nem ouro nem prata os poderiam livrar, eles seriam consumidos pelo fogo do zelo do Senhor e assim toda a terra seria consumida, bem assim com todos os moradores da terra. Essas referências indicam que Sofonias outra vez tem em mente as nações gentílicas assim como Judá (vs. 2-3).

Apóstolo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciências da Religião Dr. Edson Cavalcante