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quinta-feira, 9 de março de 2017

ALTAR É LUGAR DE ENTREGA, SACRIFÍCIO E ALIANÇA...


                       ALTAR É LUGAR DE ENTREGA, SACRIFÍCIO E ALIANÇA...
1 Reis 18.30b
“Então, Elias disse a todo o povo: chegai-vos a mim. E todo o povo se chegou a ele; e reparou o altar do Senhor que estava quebrado.”
O altar é lugar para três coisas:
ENTREGA, SACRIFÍCIO E ALIANÇA...
O MONTE FUMEGANDO
“E todo o monte Sinai fumegava, porque o senhor descera sobre ele em fogo; e a sua fumaça subia como fumaça de um forno, e todo o monte tremia grandemente.”
Êxodo 19.18
Basicamente, uma estrutura ou um lugar elevado em que se oferecem sacrifícios ou se queima incenso em adoração ao Deus verdadeiro ou a outra deidade. a palavra hebraica “mizbéahh” (altar) deriva do verbo radical “zaváhh” (abater; sacrificar) e refere-se assim basicamente a um abatedouro ou a um lugar de sacrifícios. (Gênesis 8:20, 12:21 e 16:2) de modo similar, a palavra grega “thysiastérion” (altar) deriva do verbo radical “thýo”, que também significa “abater; sacrificar”. (Mateus 22:4; Marcos 14:12) a palavra grega “bomós” refere-se ao altar dum deus falso. — (Atos 17:23).
No passado bíblico o altar sempre foi lugar santo e muito temido. Um lugar para desafios hercúleos e para gigantes da fé. é aonde não se vai por qualquer motivo. Vai para buscar a Deus e suas respostas. Revendo a História Hebreia o povo de Deus encontrava-se no deserto já havia três meses da partida do Egito e acampados defronte ao monte Sinai. Deus havia escolhido e pedido a Moisés que subisse ao dito monte e lá o patriarca permaneceu por longos quarenta dias num jejum sobrenatural com o Senhor Jeová. No momento em que deus se manifestou o monte se transformou num gigantesco altar de sacrifício.  Jejuando por um tempo tão prolongado e num esforço sobre-humano e impensável o homem mais manso da face da terra, o líder, o servo, com toda certeza se rende e entrega sua alma, praticamente sua vida que literalmente fica nas potentes mãos divinas naquele momento de uma comunhão tão especial a qual nenhum homem até então jamais havia experimentado. Era o El Shaday, o próprio Deus Altíssimo no monte que, ao mesmo tempo em que fumegava também vigorosamente tremia. Foi ali o lugar escolhido onde Deus falou com o homem, falou com a humanidade transmitindo Sua vontade. Entretanto, ao líder, o servo Moisés entrega-o as tábuas da Lei, o decálogo, os estatutos e as ordenanças onde continham os desejos divinos os quais deveriam ser cumpridos pelo povo hebreu para agradar e louvar ao Deus Eterno por toda a vida.
Analisando este tão lindo e sublime momento onde a potente presença celeste pairava sobre o Sinai percebo que o altar é realmente o lugar de entrega, sacrifício e aliança e de submissão à vontade do Pai. Uma entrega sem nada de reservas. Davi diz isso em Salmos 37.4,5. O próprio salmista se expressa e pede isso com ardente desejo no coração ao Senhor para ficar na Sua presença (salmos 27.4).  Queria aprender a se entregar a Deus de uma forma sem receios. Amado (a) irmão (a) saiba que o altar é lugar de o ser humano se reencontrar e fazer uma autoanálise (1 coríntios 11.25) para mudar de atitude ante novos desafios na caminhada cristã. Em João 3.16 há uma expressão bíblia que bem conhecemos “porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu único filho… “(grifo nosso). Analisando a expressão “dar, entregar, devolver” percebe-se que são termos semelhantes os quais nos dão uma clara ideia de compromisso. Deus fez isso conosco. Ele deu, ou melhor, entregou seu único filho como o cordeiro mudo por nos de uma forma tão dolorosa e triste num altar incomum: numa horrenda, cruenta, dura e pesada cruz. Dependurado por horas ele não gemeu, não reclamou e não murmurou ou rogou pragas sobre seus algozes. Ele amou… ele amou… ele nos amou ate o fim! Era a mais pura e linda entrega que o mundo já havia presenciado. ELE estava ali entre dois ladrões malfeitores. Deus fez isso, Deus fez assim, entregou o melhor que possuía no céu  por mim e por você, por nós, vis pecadores desde o ventre materno (Sl 51.5). O altar da entrega foi na cruz, meu amado… Na rude e triste cruz!
Você já meditou quantas e quantas vezes se entregastes tão pouco a ELE? ELE não nos pede muito. Há uma doçura no que Deus deseja de nos ele quer nossa fidelidade. Meditemos: Quando Moisés desce do monte… Que momento maravilhoso! O rosto do patriarca brilhava refletindo a doce glória divina que pairava sobre si! Você pode até perguntar… mas eu já entreguei a minha vida a ele quando o aceitei. Isso já basta! Não, não  é tudo quando há milhares de almas oprimidas pelo adversário ainda a alcançar pelo evangelho de Cristo. Lembre-se de Atos dos Apóstolos 1.8? Temos o nobre dever sermos testemunhas do que Jesus fez em nosso coração, a transformação de vida que o Espírito Santo operou pelo processo da regeneração e da santificação. E lá em nossa casa? Não há nada dizer? Então a entrega parte do princípio de que todos nós temos uma chamada para o ide. E só atende a esta chamada quem se entrega de todo o coração no altar.
Percebeu que é chegado o tempo de entrega? Tempo de novos desafios. De se lançar nos braços do pai, deixando que nos leve a novas experiências sobrenaturais com o sagrado, com o Espírito Santo de Deus e dizer: “Eis me aqui” (Isaías 6.8).  Não demore a compreender que o próprio Senhor o tem convocado para estar diante de um altar restaurado e fumegante da presença Dele para tocar-te. Seu coração ainda não arde, não fumega, não se comove (Lucas 24.32)? Não sentes a poderosa presença do Espírito dentro em si? Venha para o altar, lugar de incondicional entrega.
O FOGO ARDERÁ CONTINUAMENTE SOBRE O ALTAR
“O fogo ardera continuamente sobre o altar e não se apagará.”
A primeira menção de um altar ocorre após o Dilúvio, quando “Noé começou a construir um altar a Jeová” e fez nele ofertas queimadas. (Gênesis 8:20) As únicas ofertas mencionadas antes do Dilúvio foram as de Caim e de Abel, e embora seja provável que fizessem isso, não se diz se usaram altares, ou não. — (Gênesis 4:3, 4). Todavia, vamos recordar de uma personagem bíblica por nome de Ana, esposa de Elcana lá em Siló (1 Samuel 1: 1.10). Era uma mulher muito triste e havia um forte motivo. Não tinha filhos. Era estéril. Um dia resolver ir ao sacrifício anual (1 Samuel 1.3) mesmo assim partiu para Siló com um desejo enorme de sair do opróbrio que lhe era imposto por Penina, sua rival(1 Samuel 1.6) que, neste caso representa toda uma sociedade inquiridora, julgadora e opressora. Claro que tudo isso que sua oponente fazia contrapõe a palavra de Deus que diz para não julgarmos  as pessoas (Mateus 7.1.). Ana não comeu naquele dia (1 Samuel 1.7) pois decidiu sacrificar e  jejuar para que Deus a ouvisse. Quando nós queremos que Deus nos ouça devemos tomar posição, tomar atitude. E o jejum é uma das armas mais poderosas que dispomos  afim de usarmos a nosso favor em momentos de tempestades espirituais quais abatem sobre nós. Ana, então, depois de sacrificar um jejum ora a deus (1 Samuel 1.10) foi para dentro do tempo, pela inferência bíblico-textual, provavelmente ela deve ter se postado ante o altar do holocausto que ficava defronte ao tabernáculo na cidade de Siló, onde o sacerdote Eli numa cadeira e de longe a tudo observava estando junto a um dos pilares. Imaginemos a bela cena: Ana solitária, chorando e gemendo ante um frio monumento de cobre  ­— o “altar de cobre” (Êxodo 27. 1-8 e 39:39) ali , por ser um lugar de oração publica já naquela época, havia este acesso ao povo de israel.  mas o que nos chama a atenção aqui é a forma de sacrifício executada por esta corajosa mulher. Ela foi só. Significa que ninguém pode sacrificar aquilo que eu devo sacrificar. Foi em jejum. Era esta a sua melhor oferta. Que atitude! Devemos continuamente imitá-la. Porque se Deus requer isso de mim, (sacrifício) outro não poderá fazê-lo por mim. Recordemos de Abraão e Isaque no Monte Moriá. Pois bem, voltemos nossa personagem: Ela abundantemente chorou diante do altar. Claramente demonstra que para ir ao altar dever apresentar um coração quebrantado e contrito.
Afirma a Bíblia que nos dias de hoje o sacrifício para Deus são um coração quebrantado o qual ELE não despreza de forma alguma.  O Apóstolo Paulo em Romanos 12.2 fala de um “sacrifício vivo, santo e agradável a Deus ” e nos responde afirmando que este sacrifício deve ser o “culto racional” de cada um de nos. Indiscutivelmente Deus criou o homem para dois grandes propósitos: 1° para glória do SEU poder e 2° para adorá-lo na beleza da SUA santidade como fazem os querubins ante a magna, pura e santa presença. Então, dileto irmão (a) te pergunto neste exato momento, qual seu melhor sacrifício? Ou, quando foi seu último ato de sacrifício? Ou ainda, há quanto tempo não sacrifica a Deus com o coração?
Sacrificar, segundo Paulo é apresentar culto agradável a Deus e culto sem sacrifício que culto é este? Responda a si mesmo… Que culto é este? Como se entregar sem sacrifício algum? É muito importante que saiba disto amado (a) que o altar só arderá se houver sobre ele algum tipo de sacrifício agradável a Deus. Recordemos das ofertas de Caim e Abel ante ao Senhor. Recordemos ainda o sacrifício de Elias ante os profetas. E por ai vai.
A FORNALHA DE FOGO
“O fogo ardera continuamente sobre o altar e não se apagará.”
Levíticos 6.13
Aliança. A terceira coisa a ser depositada no altar, a terceira etapa do processo de intimidade com o altar. Recordemos: 1ª entrega, 2ª sacrifício e a 3ª aliança. Aliança na verdade significa pacto, acordo, ajuste, concerto. Teologicamente, diz respeito a concerto entre Deus e o seu povo. O Antigo Testamento é chamado Antiga Aliança, e o Novo Testamento, Nova Aliança. O nosso Deus é Deus de alianças. Através delas, Ele, pelo seu imenso amor, nos dá a garantia de muitas bênçãos, se houver fé e obediência. A iniciativa do concerto sempre foi de Deus, que estabelece as condições. Vejamos as alianças de Deus:

Concerto com Adão – A primeira aliança Deus fez com Adão e Eva – aliança adâmica ou edênica – no Éden: deu-lhes a Terra e pleno domínio sobre os animais; deu-lhes fartura de alimento, abençoou-os e disse-lhes que deveriam frutificar e multiplicar. Mas estabeleceu condições: Não deveriam comer do fruto da árvore da ciência do bem e do mal. O princípio da obediência estava criado. Se comessem da árvore proibida, morreriam. Desobedeceram, quebraram a aliança, e experimentaram imediatamente a morte moral e espiritual, e, depois, a morte física. Convém lembrar que em todos os concertos há promessas de bênçãos, mas há a contrapartida da fé e fiel obediência. (Gênesis 1.27-30; 2.16-17; 3.2-20). 2. Concerto com Noé – Após o dilúvio, do qual se salvaram Noé e sua família, num total de oito pessoas (Gênesis 7.13), Deus falou: “Convosco estabeleço o meu concerto, que não será mais destruída toda carne pelas águas do dilúvio e que não haverá mais dilúvio para destruir a terra”. Como sinal perpétuo dessa aliança Deus deixou o arco sobre as nuvens (Gênesis 9.11-17). Chamada aliança noética. 3.  O Concerto com Abraão – O concerto entre Deus e Abraão – aliança abraâmica – foi chamado “concerto perpétuo”, porque extensivo às gerações vindouras e já apontando para o Reino Eterno de Cristo (Gênesis 17.7). Como parte da aliança Deus prometeu fazer de Abraão uma grande nação, e abençoar todas as famílias da terra através dele (Gênesis 12.2-3); dar a terra de Canaã aos seus descendentes, que seriam grandemente multiplicados: “E te farei frutificar grandissimamente e de ti farei nações, e reis sairão de ti” (Gênesis 12.7,15; 13.16; 15.5; 17.2,6-9). O concerto foi feito com Abrão, nome mudado por Deus para Abraão (pai da multidão) (Gênesis 17.39). Como parte da aliança, Abraão deveria circuncidar todos os machos, filhos e servos sob sua autoridade, como selo do concerto, e de aceitação de Deus como Senhor (Gênesis 17.10-14, 23). Deus prometeu estender a aliança a Isaque, o filho da promessa que iria nascer (Gênesis 17.16,19).  Há outros concertos ou aliança como por exemplo: 4. Concerto com Abraão também chamado “concerto perpétuo”, porque seria extensivo às gerações vindouras e já apontando para o Reino Eterno de Cristo (Gênesis 17.7). 5. Concerto com Isaque. Disse Deus: “Não temas, porque eu sou contigo, e abençoar-te-ei, e multiplicarei a tua semente por amor de Abraão, meu servo” (Gênesis 26.2-5,24). 5. Concerto com Jacó. “Esta terra em que estás deitado te darei a ti e à tua semente. E tua semente será como o pó da terra… e em ti serão benditas todas as famílias da terra” (Gênesis 28.13-14). 6. Concerto com os Israelitas – Passados uns três meses da saída do Egito, Deus falou ao seu povo através de Moisés, ao sopé do monte Sinal (Horebe), para, basicamente, renovar e relembrar os termos do concerto com Abraão, Isaque e Jacó: a) a terra de Canaã seria deles; b) Deus seria o único Deus de Israel; o povo assumiria o compromisso de guardar suas leis e mandamentos; c) seriam castigados em caso de desobediência (Êxodo 6.3-8; 19.4-6; 23.20-25). E por último: 7. A nova e eterna aliança em Cristo – A promessa de uma nova aliança está em Jeremias 31.31-33: “Vêm dias, diz o Senhor, em que farei uma aliança nova com a casa de Israel e com a casa de Judá… porei a minha lei no seu interior, e as escreverei no seu coração. Eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo.” A nova aliança foi selada com o sangue de Jesus, com seu sacrifício voluntário, com sua morte expiatória: “Isto é o meu sangue, o sangue da nova aliança, que é derramado por muitos, para remissão de pecados” (Mateus 26.28). A nova aliança é superior à antiga: “Mas agora alcançou ele ministério tanto mais excelente, quanto é mediador de UM MELHOR CONCERTO, que está confirmado em melhores promessas” (Hebreus 8.6). E as melhores promessas são: os que se arrependem têm seus pecados totalmente perdoados (Hebreus 8.12); um novo coração e uma nova natureza recebem aqueles que verdadeiramente amam e obedecem a Deus (Ezequiel 11.19-20); são recebidos como filhos de Deus (Romanos 8.15-16); têm experiência maior em relação ao Espírito Santo (Joel 2.28; Atos 1.5,8). Como vimos, de aliança em aliança Deus prosseguiu na execução do seu plano de salvação dos homens, sempre oferecendo novas oportunidades. A primeira manifestação desse plano está em Gênesis 3.15: “E porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua descendência e o seu descendente; este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar.” Para isso, “Deus mandou o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” (João 3.16). Já não é mais necessário sacrifício de animais para reparar nossas culpas, como no antigo concerto. O sangue do “Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” manifestou-se por um ato único, perfeito e eficaz; o sacrifício voluntário de Jesus Cristo abriu o caminho da reconciliação do pecador com Deus. Em Hebreus, capítulos 8 e 9, o apóstolo Paulo mostra claramente que todas as coisas relacionadas com o serviço no tabernáculo e no templo eram típicas. (Hebreus 8:5; 9:23) A significância do altar se torna evidente através da informação contida nas Escrituras. O altar das ofertas queimadas onde Ana se apresentou representava a “vontade” de Deus, quer dizer, sua disposição de aceitar o perfeito sacrifício humano do seu Filho unigênito. (Hebreus 10:5-10) Sua localização diante da entrada do santuário enfatiza o requisito da fé neste sacrifício resgatador como pré-requisito da aceitação por Deus. (João 3:16-18) A insistência num único altar de sacrifícios está em harmonia com a declaração de Cristo: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim”, e também com os muitos textos que declaram a unidade a ser manifestada na fé cristã. — (João 14:6; Mateus 7:13, 14; 1 Coríntios  1:10-13; Efésios  4:3-6), note também a profecia de Isaías, em (Isaías 56:7; 60:7) de que pessoas de todas as nações viriam ao altar de Deus.
Apóstolo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciência da Religião Dr. Edson Cavalcante


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