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sexta-feira, 3 de março de 2017

AFASTE-SE DE JANES E JAMBRES...


                                          AFASTE-SE DE JANES E JAMBRES...
"Então Moisés e Arão foram a Faraó, e fizeram assim como o Senhor ordenara; e lançou Arão a sua vara diante de Faraó, e diante dos seus servos, e tornou-se em serpente. E Faraó também chamou os sábios e encantadores; e os magos do Egito fizeram também o mesmo com os seus encantamentos."
-  Êxodo 7.10,11.
INTRODUÇÃO:
Nos últimos dias haverá tempos difíceis. Estamos extasiados (no bom sentido) de tanto ouvir essa afirmação, mas não podemos negar que as perplexidades bíblicas concernentes ao fim da humanidade estão se cumprindo.
As palavras do apóstolo Paulo à Timóteo pela segunda vez fala, principalmente, das responsabilidades do cristão quando este aproxima-se do fim. Neste caso Paulo aconselha seu fiel e escudeiro amigo acerca da manutenção da força e da fé que um fiel soldado de Cristo deve ter. Afinal, todo evangelista um dia morrerá, salvo, claro, se Cristo vier.
A Bíblia mostra que os líderes ministeriais devem ser fiéis e diligentes quanto ao vosso ministério, e que o exemplo que eles (nós) adquirem com estes cuidados são de suma importância para o próximo (I Timóteo 4.6-16). Portanto, devemos levar nossos liderados ao caminho proveitoso... Porém, não é isso o que acontece em muitos lugares que deveriam ser santos.
1. Janes e Jambres (II Timóteo 3.1-9 NVI):
Aqui temos um triste quadro do desenvolvimento do pecado nos últimos tempos.
Parece muito pesado chamar muitos cristãos de xingadores, desobedientes aos pais, caluniadores, incapazes de se controlarem, violentos, traidores, atrevidos e orgulhosos, mas, precisamos entender que essas más qualidades descritas no texto não podem ser atribuídas em sua totalidade a uma única pessoa, ou seja, uma possui três qualidades, outra obtém duas e assim sucessivamente.
Se há uma pessoa responsável por essas palavras, ela se chama Paulo. Acima disso, toda a responsabilidade é divina.
Felizmente, conhecemos pessoas que nem professam a mesma fé que nós, mas encontramos nelas qualidades bem mais suaves, como pacíficos, honrados, leais, altruístas e até amáveis (cf. I Timóteo 5.8 NVI). Em contrapartida, existem cristãos que não se humilham para dizer "pela graça de Deus sou o que sou" (I Coríntios 15.9,10 NVI).
• Quem são Janes e Jambres?
Não encontramos esses nomes no Antigo Testamento, mas achamos os tais nas palavras de Paulo; "Como Janes e Jambres se opuseram a Moisés, esses também resistem à verdade..." (v. 8).
Assim, pesquisando sobre a Bíblia, encontramos um perseguidor do cristianismo que se tornou um grande ensinador da Palavra de Deus afirmando que os dois reprovados na fé são os ocultistas que imitaram (de forma bem fajuta) os sinais de Deus e não creram nas palavras de Moisés (cf. Êxodo 7.11).
O nome dos mágicos não são citados em nenhum outro lugar da Bíblia a não ser por Paulo quando escreve a Timóteo. Esses nomes aparecem diversas vezes no Talmude (livro sagrado dos judeus), no Targum (reunião de comentários aramaicos da Bíblia hebraica), noutros escritos rabínicos e em alguns de Qumran (estes conhecidos como "Manuscritos do Mar Morto").
Isso mostra-nos que no século I muitos manuscritos apócrifos circulavam com informações históricas dos tempos do AT e muitos cristãos estudiosos das Escrituras, como Paulo, usava-os brevemente como fontes seguras de dados memoráveis concernentes aos seus antepassados.
Mostra-nos também que nós, estudiosos da Palavra, podemos nos aproveitar bem de alguns conhecimentos extra bíblicos para a melhor compreensão cultural, regional e contemporâneo de certas passagens bíblicas. Paulo tinha uma mente aberta.
Na verdade, nem importaria muito saber quem eram esses dois, pois o próprio teólogo afirma que ambos são opositores e resistentes à verdade. Essa resistência de Janes e Jambres fez com que Faraó endurecesse ainda mais o seu coração contra Moisés.
O uso dos dois ilusionistas no Êxodo, citado por Paulo, é trazer à existência pessoas ligadas às artimanhas de Satanás e contrárias à verdade divina.
O trecho dos amantes", porque menciona cinco vezes no grego a palavra "amantes":
(1) "amantes de si mesmos" (v. 2);
(2) "amantes do dinheiro" (v. 2);
(3) "não amantes dos bons" (v. 3);
(4) "não amantes de Deus" (v. 4);
(5) "amantes dos prazeres" (v. 4).
Pesquisadores afirmam ainda que Janes e Jambres eram escribas do antigo Egito pertencentes a uma classe inferior de sacerdotes. Eram, também, habilidosos encantadores e que se pareciam muito com seguidores da verdade. É possível, baseado nessas informações, afirmar que estes homens sábios ajudavam, de certa forma, Faraó nas suas investidas contra Moisés. No Novo Testamento, portanto, Paulo cita-os de forma profética, referindo-se à pessoas que surgiriam no decurso dos tempos, semelhantes a estes, reprovadas na fé e com as mentes depravadas; resistentes e contrários ao plano de libertação da igreja que ainda está no mundo.
2. Fique longe deles! (II Timóteo 3.5 NVI [NTLH]):
Nos dias atuais estamos vendo uma propagação do suposto Evangelho; famosos estão se infiltrando em organizações ímpias poderosas e influenciadoras até do governo nacional, com uma desculpa de estarem aproveitando a oportunidade de pregar a Palavra.
Esta "inovação" em levar a mensagem divina tem dado resultado, segundo eles, porque usam da propaganda de seus ministérios em rede nacional e ótima cobertura internacional. Entretanto, fazem competições entre eles para se presentearem, se engajam na divulgação dos eventos, publicam lançamentos de seus trabalhos em gravadoras parceiras e elogiam a iniciativa da grande empresa.
Em equivalência, (correndo por fora, como dizem), criticam bruscamente outros trabalhos da mesma empresa.
Semelhantemente, ministros do suposto Evangelho surgem em redes sociais, sites e blogs, ensinando a Verdade (até aí tudo bem), contudo, logo aparecem comercializando exageradamente seus produtos de autoajuda, confundindo informações verídicas com vendas, criticando colegas de ofício, respondendo palavras de mal gosto de outrem, etc.
Devido a essas esquisitices eu venho me entristecendo e me opondo aos opositores do Verbo ultimamente. Nessas horas eu sempre me lembro quando Jesus expulsou os comerciantes e suas mercadorias da Casa de Deus, munido de um chicote de cordas, virando as mesas; "Parem de fazer da Casa do meu Pai um mercado!" (João 2.16 NVI [NTLH]).
Também me lembro das palavras de Paulo, quando este diz que muitos "aparentam ser piedosos, mas negam a sua eficácia".
Isto tem que ser visto por nós como uma granada. O que você faria se jogassem uma granada perto de você? "Afastem-se desses também!"
Os últimos dias serão, de fato, assim; um colapso no fervor dos crentes (II Pedro 3.3; Judas 1.17,18).
3. O que não é de Deus nunca será dele (Mateus 22.15-22; Marcos 12.13-17; Lucas 20.19-26):
Existem muitas perguntas que não podem ser respondidas com apenas "sim" ou "não".
Os céticos não desistem facilmente, e continuavam a testar Jesus: “É lícito pagar o tributo a César, ou não”?
Notemos que os inimigos de Jesus testemunharam quatro coisas verdadeiras a seu respeito: Ele é verdadeiro, não tem medo dos homens, não olha aparências e ensina a verdade (Marcos 12.14).
A resposta de Jesus é notável por sua compreensão, sabedoria e por não ser o que ninguém esperava: "Dai, pois, a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus." (Lucas 20.25).
Temos deveres cívicos e religiosos e não devemos nos esquivar deles, nem de Deus, sob pretexto social, a não ser que sejam totalmente incompatíveis entre si (Romanos 13.1-3; I Pedro 2.13-15).
Em palavras fáceis de compreensão, Jesus quis dizer que à lei humana (o governo da nossa cidade, estado e país) devemos dar o que lhe pertence (não praticar crimes, não usar drogas, pagar corretamente os impostos, não dever favores ou dinheiro, não comprar produtos ou ideias falsificadas, etc - cf. Jeremias 22.13), e à Deus devemos dar o que lhe é devido; adoração. E isto somente a Ele (Mateus 4.10). Deus nunca vai querer impostos, nunca pedirá ao homem o que é dos outros, mas sempre exigirá só para ele adoração e reconhecimento.
Baseando-me nessas e outras propostas da Bíblia, me oponho totalmente a algumas atitudes recentes de quaisquer ministros da Palavra.
Lembro-me bem o fato atual a respeito das taxações de músicas entoadas nas igrejas (com informações de Renato Vargens), onde todos os músicos, através de sociedades arrecadadoras, cobram impostos por cada hino de sua autoria entoado nas igrejas. Isso é um absurdo!
O que é isso? A igreja perseguindo a própria igreja (Marcos 3.24,25)? O que é isso senão incapacidade de autocontrole, orgulho, atrevimento, desobediência aos pais da fé, egoísmo, arrogância, presunção, ingratidão, precipitação e aparência? Onde foi parar o velho ensinamento de que fomos feitos para a glória de Deus? Nada disso é do Senhor e nunca virá a ser dele (cf. Efésios 1.3-14).
Um verdadeiro ministério de louvor que canta músicas de outro não o faz para seu próprio valimento, mas para Deus. A atitude dos criadores da taxação de hinos não podem ter a razão porque o intuito da cobrança (que eles preferem chamar "reconhecimentos autorais") é referente ao ato de cantar e não de gravar, e quanto a este último, a cobrança deve ser mantida.
O engraçado é que em shows ou grandes eventos onde estes estão à frente, não se satisfazem enquanto a multidão não "cantar" a sua música em resposta à suas ministrações, enquanto que, nas igrejas, longe da presença deles, isso não é permitido. Que Evangelho é esse?
4. O verdadeiro Evangelho (Lucas 14.26,27,33 NVI [NTLH]):
Certa vez uma grande multidão acompanhava Jesus. Nosso Senhor percebeu que muitos o seguiam superficialmente, sem compreender, de fato, o que significava realmente segui-lo. Então ele disse: "Quem quiser me acompanhar não pode ser meu seguidor se não me amar mais do que ama o seu pai, a sua mãe, a sua esposa, os seus filhos, os seus irmãos, as suas irmãs e até a si mesmos. Não pode ser meu seguidor quem não estiver pronto para morrer como eu vou morrer e me acompanhar." (vv. 26,27).
Pensando nisso eu me pergunto: "Será que os famosos artistas da onda gospel que estão frequentemente confusos quanto às empresas que dão oportunidades (quando na verdade querem audiência e dinheiro) abririam mão desse sucesso para seguirem Jesus? Será que eles abririam mão do próprio ministério que lhes dão o reconhecimento e o dinheiro para viverem para seguirem Jesus, se fosse este o caso? Será que abririam mão de serem as influências de muitos (jovens, principalmente) no mundo afora?
E nós, abriríamos mão da nossa vida para seguir o Mestre? Ou estamos cantando aquela famosa música apenas por ser uma melodia bonita e de um ministério famoso? Estamos falando a verdade quando gritamos e ministramos 'abro mão', ou apenas nos preocupando com as pessoas que estão vendo e comentando entre si 'eles são uma bênção'?"
Servir e seguir a Jesus não é apenas declarar que o país do futebol é o país de Deus e pronto, mas ter a certeza de que a jornada tende a piorar entre os homens (Atos 14.21,22; II Timóteo 3.1-9): "Assim nenhum de vocês pode ser meu discípulo se não deixar tudo o que tem." (v. 33).
Para que possamos morar no lindo céu que a Bíblia tanto fala, precisamos não nos conformar com que o mundo vem impondo na sociedade. Isso implica em ter que, muitas vezes, discordar de quem amamos ou de pessoas famosas que levam multidões com as suas opiniões, pois mesmo o nosso Senhor Jesus foi divergido pelo Pai (Lucas 22.41-43).
CONCLUINDO:
Cuidado com as granadas que estão sendo lançadas pelas janelas das igrejas vindas da mão de Satanás e também de alguns "cristãos", que meio sem querer (ou não) contribuem para a mutilação de muitos.
Eu nunca vi na igreja primitiva eventos entre a sociedade ao qual os apóstolos de Cristo competiam entre si para verem quem era o "apóstolo revelação" ou o que merecia o prêmio de "melhor pregação" ou ainda o melhor apóstolo "pra curtir". Francamente, isto não seria um relato poderoso da vitória triunfante do Evangelho, e sim um evento aplaudidíssimo pelos fãs (cf. Efésios 4.17,19 - confronte com várias versões).
"Tenham cuidado para que ninguém os torne escravos por meio de argumentos sem valor, que vem da sabedoria humana. Essas coisas vem dos ensinamentos de criaturas humanas e dos espíritos que dominam o Universo e não de Cristo."  -  Colossenses 2.8 NVI [NTLH].
"Será que agora, por ter dito a verdade, eu me tornei inimigo de vocês?"  -  Gálatas 4.16 NVI [NTLH].

Apóstolo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciência da Religião Dr. Edson Cavalcante

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