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terça-feira, 13 de setembro de 2016

PAI SE POSSÍVEL...


                                                    PAI SE POSSÍVEL...
O Getsêmani, prensa de azeite em hebraico, ficava a leste de Jerusalém, no monte das Oliveiras. No lugar onde as azeitonas eram prensadas e esmagadas, Jesus também foi preso e esmagado.
O Getsêmani tem um formato de quadrilátero, medindo cerca de cinquenta metros de superfície, e está rodeado por um muro.
Jesus após a oração sacerdotal, prosseguiu seu caminho, descendo do vale de Cedrom, muito estreito na parte entre os muros de Jerusalém e o sopé do monte das Oliveiras. Jesus passa por uma ponte sobre o leito de um pequeno rio, e adentra o olival no jardim do Getsêmani.
O mestre ordena a seus discípulos que se assentassem e aguardassem por ele, que iria mais adiante para orar. Jesus chama seus discípulos mais íntimos e leais, Pedro, Tiago e João. Eles são testemunhas da agonia que o Mestre passou no jardim do Getsêmani.
Um lindo ensinamento de que, assim como nós, Jesus, em sua humanidade, precisava de amigos, naquele momento tão difícil.
Quão amargos foram aqueles momentos para Jesus no Getsêmani! Uma indescritível tristeza invade seu coração. A expectativa do sofrimento que o aguardava, ele sabia de todo castigo físico e moral a que seria submetido.
O getsemaniO Jardim do Getsêmani, Próximo ao Monte das Oliveiras.
E o Mestre revela aos seus amigos a dor que se passava em seu coração:
"Então lhes disse: A minha alma está cheia de tristeza até a morte; ficai aqui, e velai comigo." Mateus 26:38
Jesus em um grande esforço separa-se dos seus discípulos e vai para mais adiante, no Getsêmani, afim de abrir seu coração com mais liberdade, diante do Pai. A natureza humana do Mestre estava tão profundamente angustiada que ele se deixa cair de joelhos com o seu rosto prostrado em terra.
Uma atitude de submissão, adoração e desolação. Ele rogou ao Pai que se possível, afastasse dele aquela hora tão terrível!
"E, indo um pouco mais para diante, prostrou-se sobre o seu rosto, orando e dizendo: Meu Pai, se é possível, passe de mim este cálice; todavia, não seja como eu quero, mas como tu queres." Mateus 26:39
Nisso um mistério é revelado. Se houvesse uma outra forma para resgatar o ser humano, se houvesse um outro meio para que os pecados dos homens fossem perdoados, Deus não submeteria o seu Filho a tamanho sofrimento.
Se castigos auto impostos aos homens, se reencarnações seguidas, se rituais com sangue de animais, se algum tipo de obra meritória, jejuns, se longas orações ou qualquer outra coisa pudesse apagar a mácula do pecado, resgatar e redimir o homem, Deus teria usado.
Era a mensagem que Jesus estava passando nesta oração. Mas não há nada que possa perdoar pecados, nada, a não ser o sangue de Jesus que foi derramado por sua morte no madeiro.
Jesus sabia que a redenção do mundo seria conquistada com os sofrimentos e morte do Messias. A consciência desse fato deu ao Mestre forças para seguir em frente.
Entretanto, o que estava diante dos olhos de Jesus, que o trazia tão grande angústia? Sem dúvida o seu sofrimento e a sua morte, sentimento natural da natureza humana do Mestre, pois ele era tão humano quanto nós somos.
Essa, porém não era a principal causa das angústias de Jesus. Como diz Tomáz de Aquino que, "se Cristo foi tão afligido, não foi somente porque ia perder a vida; foi também por causa dos pecados de todos os homens".
O peso gigantesco dos pecados de toda humanidade estava sobre seus ombros. Um homem comum teria sucumbido sob carga tão pesada.
"Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados." Isaías 53:5
Jesus ora no getsemani Jesus Orando no Getsêmani. Seu Suor se Tornou em Sangue.
Jesus com a alma cheia de angústia, retorna ao Getsêmani, onde deixou seus três mais amados discípulos, para buscar consolo em seus amigos. Porém não encontrou este afeto, pois eles estavam dormindo.
"E, voltando para os seus discípulos, achou-os adormecidos; e disse a Pedro: Então nem uma hora pudeste velar comigo?" Mateus 26:40
Um pouco antes, Pedro havia dito que jamais abandonaria Jesus e até morreria por ele. Entretanto, não conseguiu ficar acordado para orar com Jesus quando ele mais precisava. Durante a última ceia de Páscoa no senáculo, todos estavam dispostos a dar a vida pelo Mestre. O que ocorreu com toda aquela coragem?
"Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; na verdade, o espírito está pronto, mas a carne é fraca." Mateus 26:41
Os discípulos precisavam ficar acordados e orar pois em breve seriam provados duramente. O maior perigo naquele momento era abandonar e negar o Mestre. Por isso necessitavam do poder sobrenatural da fé e da oração.
O Mestre, como não encontrou apoio humano, afasta-se de novo e busca auxílio na oração:
"E, indo segunda vez, orou, dizendo: Pai meu, se este cálice não pode passar de mim sem eu o beber, faça-se a tua vontade." Mateus 26:42
O cálice aqui representa a ira de Deus. Jesus como servo obediente, humilde, se entregou totalmente à vontade do Pai.
O Mestre volta mais uma vez, ao Getsêmani, e encontra seus discípulos dormindo. Sem despertá-los, Jesus volta à solidão e em agonia orava ainda mais intensamente.
Sob intensa agonia e ansiedade, o duro combate se inicia na luta espiritual. Os batimentos cardíacos do Mestre se itensificam com rapidez e de tal maneira que seu suor produz grandes gotas de sangue, que lhe cobriu o corpo e correram até o chão.
"E, posto em agonia, orava mais intensamente. E o seu suor tornou-se em grandes gotas de sangue, que corriam até ao chão." Lucas 22:44
Jesus poderia desfalecer e morrer ali mesmo, no Getsêmani, porém o Pai sustentou seu filho e enviou um anjo que o confortava.

Apóstolo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciência da Religião Dr. Edson Cavalcante.

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