LIVRO DE ESTER A VERDADE
NUNCA CONTADA...
O livro de Ester é único entre todos os livros da Bíblia, porque
em nenhum dos seus dez capítulos são mencionados o nome de Deus. Tal fato tem
levado alguns estudiosos a concluírem que ele não possui caráter canônico.
Certa vez, Martim Lutero chegou a dizer que gostaria que ele nem tivesse
existido. Mas quanto mais você lê esse livro relativamente pequeno, mais reconhece
a providência divina. Essa providência não é revelada de nenhuma forma
miraculosa; antes, podemos observar que ela acontece de forma muito natural, à
medida que contemplamos o desfecho de circunstâncias que culminam com a
ascensão dos judeus, contrariando dessa forma a sua tão cuidadosamente
planejada aniquilação.
“Nos dias de Assuero, o Assuero que reinou desde a Índia até à
Etiópia, sobre cento e vinte e sete províncias, naqueles dias, assentando-se o
rei Assuero no trono do seu reino, que está na cidadela de Susã, no terceiro
ano de seu reinado, deu um banquete a todos os seus príncipes e seus servos, no
qual se representou o escol da Pérsia e Média, e os nobres e príncipes das
províncias estavam perante ele” (Ester 1.1-3).
O nome do filho de Dario foi decifrado como Khshayarsha, que, ao
ser traduzido para o grego, é Xerxes, e que, traduzido para o hebraico, é,
praticamente, letra por letra, Akhashverosch, o que corresponde a Assuero em
português.
A riqueza de detalhes dos eventos documentados nas Escrituras
sempre me impressiona. A história não começa com “era uma vez”, mas identifica
o nome do rei da época: Assuero. A extensão do império também é claramente
definida: “da Índia… até à Etiópia”. Onde esse homem governava? “… Na cidadela
de Susã”. Quando isso ocorreu? “No terceiro ano do seu reinado”. Quem estava
envolvido? “… Os poderosos da Pérsia e Média, e os nobres e príncipes”. Se
alguma dúvida surgir, podemos comparar esses dados com evidências arqueológicas
obtidas de pratos de cobre, tabuinhas de barro, remanescentes de ruínas ou
inúmeras outras fontes de documentos históricos.
O evento sobre o qual iremos falar começa quando a rainha se
recusa a obedecer às ordens do rei. Já li vários comentários sobre a razão pela
qual a rainha Vasti se recusou a atender o convite de seu marido. Um grande
número de estudiosos da Bíblia concluiu que a rainha era uma pessoa de caráter
íntegro que se recusou a participar de uma orgia de bêbados, promovida pelo seu
marido e os demais membros da nobreza. Essa conclusão é baseada no estudo da
história que identifica o rei Xerxes como um indivíduo emocionalmente instável,
que era cruel em suas atitudes e imprevisível em suas ações. Isso pode soar um
tanto lógico para muitas pessoas hoje em dia, uma vez que não é mais comum
atualmente que uma esposa atenda a uma ordem do marido. Esse tipo de
comportamento foi a base para o movimento de busca de direitos iguais para
homens e mulheres. Em nossa sociedade moderna, tornou-se quase impossível
continuar seguindo os costumes antigos. Na maioria das famílias, tanto o marido
quanto a mulher trabalham a fim de sustentar o lar. Em muitos casos, o salário
da mulher é até mais alto que o do marido; por isso, parece não haver sentido
em que um dos parceiros do casamento esteja acima do outro. Em outras palavras,
esse é um processo evolucionário natural. Quem pode discutir com essa conclusão
lógica: se a sua esposa trabalha o dia inteiro e volta para casa para encontrar
um lar desarrumado, por que você não deveria ajudá-la com os afazeres
domésticos? Eu apoio esse comportamento de todo o coração e acrescento ainda um
forte “Amém!”
Podemos nos opor a esse desenvolvimento o quanto quisermos;
podemos identificá-lo como uma filosofia da Nova Era ou algo anti-família. Esse
até pode ser o caso e não discordo disso. Mas, fatos são fatos. Nós não estamos
apenas vivendo em um tempo onde a igualdade entre maridos e esposas é uma
realidade, mas também em uma época em que as crianças também são frequentemente
incluídas nas decisões familiares.
Contudo, três fatores me fazem discordar dos meus colegas a
respeito da reação da rainha Vasti:
1) No versículo 5 lemos: “…deu o rei um banquete a todo o povo
que se achava na cidadela de Susã, tanto para os maiores como para os menores…”
Tratava-se de um evento oficial e autorizado, baseado em uma ordem do rei.
2) “Também a rainha Vasti deu um banquete às mulheres na casa
real do rei Assuero” (v. 9). É enfatizado o fato de a rainha ter oferecido uma
festa para as mulheres na casa que pertencia ao rei Assuero, indicando que ela
lhe era sujeita. Aparentemente, nenhuma provisão legal foi feita para que a
rainha Vasti realizasse seu próprio evento; portanto, ela agiu fora da lei.
3) No versículo 8 lemos: “Bebiam sem constrangimento, como
estava prescrito”. Essa civilização era bem avançada e governada pela lei.
Várias evidências de antigos artefatos testificam que essa era uma civilização
bem desenvolvida. Veremos mais tarde que as leis eram tão poderosas, que nem o
próprio rei poderia passar por cima delas. Por isso, a interpretação de que a
rainha Vasti teria justificadamente se oposto ao banquete de bêbados não tem
fundamentação bíblica.
A rainha havia infringido a lei! Vasti havia se rebelado contra
a autoridade estabelecida pela civilização persa.
Arriscando a possibilidade de ser mal-entendido, eu me aventuro
a dizer que a rainha Vasti era uma feminista, que estava interessada somente em
fazer a sua própria vontade, mesmo se isso importasse em desrespeitar a
autoridade de seu marido, o que podemos constatar no versículo 12: “Porém a
rainha Vasti recusou vir por intermédio dos eunucos, segundo a palavra do rei,
pelo que o rei muito se enfureceu e se inflamou de ira”.
Embora vejamos que o rei estava de fato irado, ele não agiu como
um bêbado irresponsável, ou como um ditador insensível que abusava de sua
autoridade. O rei Assuero convocou todos os seus conselheiros oficiais: “…Os
sábios que entendiam dos tempos (porque assim se tratavam os interesses do rei
na presença de todos os que sabiam a lei e o direito” (v. 13). Uma questão foi
levantada: “O que deveria ser feito à rainha Vasti, segundo a lei?” Novamente,
vemos que o manejo da situação envolvia um procedimento ordenado, uma questão
legal, com conseqüências nacionais. A rainha havia infringido a lei! Vasti
havia se rebelado contra a autoridade estabelecida pela civilização persa. É
interessante observar que o rei deu uma ordem quase idêntica ao que é dito no
Novo Testamento: “…cada homem deve ser senhor de sua própria casa” (Ester
1.22). Em 1 Timóteo 3.5 lemos: “pois se alguém não sabe governar a própria
casa, como cuidará da igreja de Deus?” Para um homem servir a Deus, é
necessário que ele governe sua própria casa. A rainha Vasti estava dando seu
banquete na casa do rei.
Mordecai, o judeu
O povo judeu, que tinha sido disperso de Jerusalém e levado
cativo à terra de Babilônia, que mais tarde acabou sendo governada pelos
medo-persas, vivia aparentemente em paz e gozava de prosperidade. Dentre
aqueles judeus havia um de nome Mordecai, que tinha uma sobrinha chamada Ester.
Quando Mordecai descobriu que a rainha Vasti havia se separado do rei Assuero,
o que resultou em sua dispensa, e que o rei procurava uma nova rainha, ele
apresentou Ester como candidata.
Ester logo tornou-se a favorita do rei e lemos: “Assim foi levada
Ester ao rei Assuero, à casa real, no décimo mês, que é o mês de tebete, no
sétimo ano do seu reinado” (Ester 2.16).
O povo judeu tinha sido disperso de Jerusalém e levado cativo à
terra de Babilônia, que mais tarde acabou sendo governada pelos medo-persas.
Dentre aqueles judeus havia um de nome Mordecai.
O tio Mordecai permanecia observando tudo de longe. Ele era um
servo fiel do rei gentio e aparentemente cumpria tudo o que a lei exigia.
Contudo, havia uma exceção: Mordecai, o judeu, recusou-se a curvar-se diante do
primeiro-ministro do reino, chamado Hamã, o agagita: “Todos os servos do rei
que estavam à porta do rei, se inclinavam e se prostravam perante Hamã; porque
assim tinha ordenado o rei a respeito dele. Mordecai, porém, não se inclinava,
nem se prostrava” (Ester 3.2).
Será que Mordecai se recusou a se prostrar diante de Hamã porque
ele reconhecia a arrogância desse homem? Será que ele não o honrou porque
estaria sendo hipócrita? Nós sabemos através de outros versículos que o ato de
se curvar perante uma autoridade ou um hóspede estimado era muito comum
naqueles dias. Uma coisa é certa, Mordecai não se curvaria perante Hamã. Até os
servos do rei perguntaram: “por que transgredes as ordens do rei?” (Ester 3.3).
Mordecai deliberadamente violou o mandamento do rei. Obviamente Hamã tinha
autoridade para eliminar Mordecai. Aparentemente, esse homem estava tão cheio
de orgulho e ódio, que matar somente um homem não iria satisfazer-lhe os
desejos. Então, ele planejou a aniquilação de todo o povo judeu existente no
reino: “Porém teve como pouco, nos seus propósitos, o atentar apenas contra
Mordecai, porque lhe haviam declarado de que povo era Mordecai, por isso,
procurou Hamã destruir todos os judeus, povo de Mordecai, que havia em todo o
reino de Assuero” (Ester 3.6).
A fim de cumprir seus intentos malignos, Hamã tinha que proceder
de conformidade com a lei. Sendo um confiável oficial do governo, ele
apresentou seu caso ao rei: “Então disse Hamã ao rei Assuero: Existe espalhado,
disperso entre os povos em todas as províncias do teu reino, um povo cujas leis
são diferentes das leis de todos os povos e que não cumpre as do rei, pelo que
não convém ao rei tolerá-lo. Se bem parecer ao rei, decrete-se que sejam
mortos, e, nas próprias mãos dos que executarem a obra, eu pesarei dez mil
talentos de prata para que entrem nos tesouros do rei. Então, o rei tirou da
mão o seu anel, deu-o a Hamã, filho de Hamedata, agagita, adversário dos
judeus” (Ester 3.8-10). Hamã misturou a verdade com mentiras. O fato de que as
“leis [do povo judeu] são diferentes das leis de todos os povos” era verdade,
mas ele acrescentou uma mentira óbvia: “…e não cumpre as [leis] do rei…”
Mordecai foi quem quebrou a lei, não os demais judeus. De qualquer forma, o
destino dos judeus estava selado! O versículo 13 nos dá os detalhes:
“Enviaram-se as cartas, por intermédio dos correios, a todas as províncias do
rei, para que se destruíssem, matassem e aniquilassem de vez a todos os judeus,
moços e velhos, crianças e mulheres, em um só dia, no dia treze do duodécimo
mês, que é o mês de adar, e que lhes saqueassem os bens” (Ester 3.13). O
terceiro capítulo conclui: “o rei e Hamã se assentaram a beber, mas a cidade de
Susã estava perplexa”. As pessoas estavam impressionadas, o rei não sabia de
nada, e Hamã se regozijava porque seus planos estavam se realizando.
Sem dúvida os judeus, que tinham ganhado riquezas na terra do
cativeiro, tornaram-se parte integral desse reino próspero. De repente, essa
nova lei foi introduzida e consistia em uma sentença de morte para todo o povo
judeu. Que terrível tragédia foi para os judeus saberem que todos iriam ser
executados no dia 13 do mês de adar.
As propriedades e as riquezas que eles haviam acumulado seriam
dadas para seus piores inimigos. Como eles devem ter clamado a Deus: “Oh!
Senhor, como podes deixar isso acontecer conosco? Nós somos o teu povo, a quem
o Senhor tirou da escravidão do Egito. O Senhor nos fez uma grande nação, mas
temos pecado contra ti. O Senhor nos rejeitou novamente, mas prometeu que nos
traria de volta, e agora toda a nossa esperança está perdida e estamos por
perecer”. O que os judeus não sabiam é que todos os seus inimigos seriam
identificados pela sua sentença de morte. Não havia muita dúvida de que aqueles
que odiavam os judeus estavam deixando bem claro que viriam ao seu encalço.
Eles provavelmente os atormentaram contando os dias. Os inimigos não podiam
tocá-los enquanto o dia determinado não chegasse, porque os judeus estavam
protegidos pela lei como o restante do povo. A lei e a ordem foram
implementadas pela autoridade do rei. Os judeus estavam seguros até o dia 13 do
mês de adar, quando uma outra lei se tornaria efetiva.
Nesse meio tempo, Mordecai e todos os judeus do reino começaram
a orar: “…havia entre os judeus grande luto, com jejum e choro, e lamentação; e
muitos se deitavam em pano de saco e em cinza” (Ester 4.3).
A rainha Ester
Foi nessa hora que Ester entrou em cena. Mordecai a contactou
com uma afirmação profundamente profética: “Porque se de todo te calares agora,
de outra parte se levantará para os judeus socorro e livramento, mas tu e a
casa de teu pai perecereis; e quem sabe se para conjuntura como esta é que
foste elevada a rainha?” (Ester 4.14). A profunda fé de Mordecai no Deus de
Israel é evidente. Ele ainda acreditava em um livramento mas não sabia como
este iria acontecer.
Ester reconheceu que sua situação era precária porque ela não
poderia se aproximar do rei sem a sua permissão. Contudo, essa mulher
determinada, que teve um papel fundamental na salvação física dos judeus, tinha
tomado uma decisão. Se fosse necessário, ela estava preparada para dar a vida
pelo seu povo: “…se perecer, pereci” (Ester 4.16).
Ester chegou à conclusão de que a vida do seu povo era mais
importante que a dela.
Ester chegou à conclusão de que a vida do seu povo era mais
importante que a dela. Ela infringiu a lei, aproximando-se do rei sem um
convite formal, e encontrou graça perante o rei Assuero: “Quando o rei viu a
rainha Ester parada no pátio, alcançou ela favor perante ele; estendeu o rei
para Ester o cetro de ouro que tinha na mão; Ester se chegou e tocou a ponta do
cetro” (Ester 5.2). Esse gesto foi o primeiro sinal de esperança para a
salvação de Israel. O cetro é um símbolo e uma expressão do poder real. Embora
esse cetro estivesse nas mãos do rei Assuero, o verdadeiro poder repousa sobre
o cetro ao qual Jacó se referiu profeticamente quando falou a respeito de Judá:
“O cetro não se arredará de Judá, nem o bastão de entre seus pés, até que venha
Siló; e a ele obedecerão os povos” (Gênesis 49.10).
Mais tarde na história, lemos sobre Balaão, o profeta gentio que
descreveu o povo do cetro: “Vê-lo-ei, mas não agora; contemplá-lo-ei, mas não
de perto; uma estrela procederá de Jacó, de Israel subirá um cetro que ferirá
as têmporas de Moabe e destruirá todos os filhos de Sete” (Números 24.17).
Por isso, quando lemos que: “o rei apontou para Ester o cetro de
ouro que estava em sua mão”,devemos perceber que esse era mais do que um
ornamento decorado de ouro na mão de um rei gentio; era a providência de Deus
para Israel que estava naquele cetro.
Como Ester reagiu? Ela falou ao rei imediatamente sobre a
catástrofe que aconteceria ao seu povo? Ela implorou por misericórdia? Não.
Ester sabia que estava na presença do rei que possuía o poder pelo qual poderia
decretar uma nova lei. De forma sábia, Ester primeiro procurou criar uma
amizade não somente com o rei, mas também com o inimigo: “Respondeu Ester: Se
bem te parecer, venha o rei e Hamã, hoje, ao banquete que eu preparei ao rei”
(Ester 5.4).
Durante o banquete, o rei perguntou: “Qual é a tua petição?”
(Ester 5.6). Ester respondeu: “se achei favor perante o rei, e se bem parecer
ao rei conceder-me a petição, e cumprir o meu desejo, venha o rei com Hamã ao
banquete que lhes hei de preparar amanhã, e então farei segundo o rei me
concede” (Ester 5.8). A rainha Ester foi cautelosa. Ela se comportou com
dignidade real e convidou Hamã e o rei para um outro banquete no dia seguinte.
Cheio de alegria e completamente cego quanto ao seu destino,
Hamã proclamou a sua esposa e amigos: “Contou-lhes Hamã a glória das suas
riquezas e a multidão de seus filhos, e tudo em que o rei o tinha engrandecido,
e como o tinha exaltado sobre os príncipes e servos do rei” (Ester 5.11). A
grande honra que lhe fora dada não o fez consciente da sua própria desgraça;
aliás, o que aconteceu foi exatamente o oposto: ele mergulhou em uma escuridão
ainda maior. Hamã disse: “Porém tudo isto não me satisfaz, enquanto vir o judeu
Mordecai assentado à porta do rei” (Ester 5.13). Aí sua esposa se envolveu:
“Então, lhe disse Zeres, sua mulher, e todos os seus amigos: Faça-se uma forca
de cinqüenta côvados de altura, e, pela manhã dize ao rei que nela enforquem
Mordecai; então, entra alegre com o rei ao banquete. A sugestão foi bem aceita
por Hamã, que mandou levantar a forca” (Ester 5.14). A execução de Mordecai foi
agendada para o dia seguinte, antes que Hamã comparecesse ao banquete.
O rei não conseguia dormir
No começo do capítulo 6, ficamos sabendo que o rei, a quem o
cetro fora concedido, não estava conseguindo dormir à noite. Se o rei tivesse
conseguido dormir, Mordecai provavelmente teria sido executado e Hamã teria
conseguido agir com autoridade. Mas Deus não havia planejado as coisas assim.
Primeiro era necessário que Mordecai fosse poupado, e que o orgulhoso Hamã
fosse humilhado e preparado para sua própria execução.
Quando foram lidas as crônicas diante do rei insone, achou-se
escrito que certa vez Mordecai tinha salvado a vida de Assuero. Então o rei
perguntou: “Que honras e distinções se deram a Mordecai por isso?” (Ester 6.3).
Semelhantemente aos nossos dias, esse fato havia-se perdido em meio à
burocracia do reino: “Nada lhe foi conferido” (v. 3), foi a resposta do servo.
Nesse caso, a insônia fez com que o rei ficasse alerta. Ele não
agiu irracional e irresponsavelmente como fez quando deu ouvidos ao argumento
de Hamã a respeito da aniquilação do povo judeu.
Uma observação pessoal: talvez a solução para sua insônia não
esteja em remédios, visitas a médicos ou terapeutas. Pode ser que a hora da sua
insônia seja um tempo em que Deus deseja falar com você. Sei que muitos sofrem
de uma ou mais das inúmeras causas físicas ou emocionais que podem causar
insônia. Mas em certas ocasiões não há razão para ela; você simplesmente não
consegue dormir. Essa é uma hora ideal para se ocupar com o seu Criador; abra o
livro, o Seu livro, e perceba que Ele salvou a sua vida. Você escapou de uma
eternidade perdida e sem Deus para a presença na mansão real. Que honra foi dada
a Ele que lhe salvou? Ele fez com que nossas Bíblias fossem escritas para que
pudéssemos entender Suas intenções. Em suas páginas você encontrará uma
declaração de amor: “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu
Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida
eterna” (João 3.16). Você já ofereceu uma resposta a essa oferta? Se ainda não,
faça-o hoje.
Você já leu a acusação que Jesus fez às pessoas de Jerusalém:
“Nunca lestes nas Escrituras…?” (Mateus 21.42)? Você quer saber sobre o futuro?
Use a sua insônia para ler mais sobre ele e então reaja ao que tiver lido
através de uma conversa com Jesus. Ninguém nunca orou tanto como Jesus; Ele
passava noites inteiras em oração. Durante Seus últimos dias, Ele teve que
repreender Seus discípulos: “Então, nem uma hora pudestes vós vigiar comigo?”
(Mateus 26.40). Pode muito bem ser que Deus providenciará essa insônia para que
você tome uma posição sacerdotal em favor daqueles que estão por perecer. Vidas
estão em jogo! Conforme Apocalipse 1.6, Jesus, “nos constituiu reino,
sacerdotes para o seu Deus e Pai”. Seja como a rainha Ester, que estava pronta
a abrir mão de sua vida para ir à presença do rei e interceder sacerdotalmente
pelo seu povo. Você fará isso hoje?
Hamã levou Mordecai montado em um dos cavalos do rei,
elogiando-o em alta voz, para todos ouvirem.
A confiança que o rei tinha em Hamã era impressionante. Parece
que, coincidentemente, Hamã estava no átrio do palácio do rei, pronto para
pedir permissão para enforcar Mordecai na forca que já havia preparado. Naquele
exato momento, o rei o chamou e perguntou: “Que se fará ao homem a quem o rei
deseja honrar?” (Ester 6.6). Com presunção, cegueira espiritual e o coração
cheio de ódio, Hamã só conseguia pensar que ele era esse homem a quem o rei
tinha o desejo de honrar. Por isso, disse sem hesitar: “tragam-se as vestes
reais, que o rei costuma usar, e o cavalo em que o rei costuma andar montado, e
tenha na cabeça a coroa real; entreguem-se as vestes e o cavalo às mãos dos
mais nobres príncipes do rei, e vistam delas aquele a quem o rei deseja honrar;
levem-no a cavalo pela praça da cidade e diante dele apregoem: Assim se faz ao
homem a quem o rei deseja honrar” (Ester 6.8-9). O rei sabia que Mordecai era
judeu? Ele sabia que Hamã o odiava? A ordem do rei para Hamã foi a pior coisa
que lhe poderia ter acontecido. Ele estava tão confiante em sua vitória que o
orgulho lhe subiu à cabeça. Agora, porém, ele teria que desfilar pela cidade
falando para as pessoas que Mordecai era o homem que o rei se alegrava em
honrar. Os cidadãos de Susã estavam indubitavelmente confusos. Eles ficaram
chocados com a proclamação de que todos os judeus deveriam ser mortos em
determinado dia. Certamente eles sabiam que tinha sido Hamã quem havia expedido
tal ordem. No entanto, agora ele estava levando Mordecai montado em um dos
cavalos do rei, elogiando-o em alta voz, para todos ouvirem.
Assim que retornou ao palácio, “Hamã se retirou correndo para
casa, angustiado e de cabeça coberta” (Ester 6.12). Aí ele recebeu notícias
ainda piores: “Então, os seus sábios e Zeres, sua mulher, lhe disseram: Se
Mordecai, perante o qual já começaste a cair, é da descendência dos judeus, não
prevalecerás contra ele; antes, certamente, cairás diante dele” (Ester 6.13).
Com certeza, o povo de Susã já estava familiarizado com os judeus. Eles viviam
juntos na mesma cidade que abrigava as sinagogas onde os judeus se reuniam.
Eles trabalhavam para se sustentar. Alguns eram bem-sucedidos e contratavam
outros, criando empregos. Não temos razão nenhuma para acreditar que os judeus
daquela época em Susã eram diferentes dos de hoje. A frase “Se Mordecai… é da
descendência dos judeus…”, indica que eles eram respeitados e conhecidos pela
sua adoração ao Deus invisível e pelo estudo da Sua Palavra.
Hamã havia articulado uma estratégia infalível, e a aniquilação
dos judeus estava certa; apenas um curto período de tempo os separava da vida e
da morte. Eles também sabiam que a lei outorgada pelo rei não poderia ser
revogada. Uma vez que a lei fora sancionada com o selo real, ela tinha que ser
aplicada. Isso indica claramente que o governo medo-persa era de qualidade
muito superior às formas de governo que temos hoje. Agora, os políticos podem
prometer muitas coisas aos seus eleitores, mas quando são eleitos eles não são
obrigados, por lei, a manter suas promessas. Portanto, compreendemos que das
quatro potências gentílicas – Babilônia, Medo-Pérsia, Grécia e Roma – a última
é a inferior. No livro de Daniel, capítulo 2, vemos a composição das quatro
potências mundiais: Babilônia, representada pelo ouro; Medo-Pérsia, prata;
Grécia, cobre; e Roma, ferro e barro. Portanto, a inferioridade de todos os
governos após a Babilônia e a Medo-Pérsia é evidente.
Hamã nem tinha bem terminado de ouvir as terríveis notícias de
sua própria esposa e de seus conselheiros quando uma mensagem urgente do rei o
interrompeu: “Falavam estes ainda com ele quando chegaram os eunucos do rei e
apressadamente levaram Hamã ao banquete que Ester preparara” (Ester 6.14).
Hamã é desmascarado
Esse banquete privado que a rainha Ester havia preparado era
realmente muito especial. O convidado de honra era Hamã, e pela terceira vez o
rei perguntou: “Qual é a tua petição, rainha Ester?” (Ester 7.2). Aí, outra
revelação devastadora foi feita: “Então, respondeu a rainha Ester e disse: Se
perante ti, ó rei, achei favor, e se bem parecer ao rei, dê-se-me por minha
petição a minha vida, e, pelo meu desejo, a vida do meu povo. Porque fomos
vendidos, eu e o meu povo, para nos destruírem, matarem e aniquilarem de vez;
se ainda como servos e como servas nos tivessem vendido, calar-me-ia, porque o
inimigo não merece que eu moleste o rei” (Ester 7.3-4). O rei Assuero, que
havia depositado sua total confiança em Hamã, aparentemente não tinha investigado
coisa alguma sobre as origens da rainha Ester. Ele não sabia que ela era judia.
“Então, falou o rei Assuero e disse à rainha Ester: Quem é esse e onde está
esse cujo coração o instigou a fazer assim?” (Ester 7.5). De forma triunfante,
Ester havia chegado ao ponto final de seu plano. Essa frágil e bonita mulher,
que arriscou sua vida para salvar seu povo, agora tinha a atenção do rei, a
maior autoridade naquela terra.“Respondeu Ester: O adversário e inimigo é este
mau Hamã. Então Hamã se perturbou perante o rei e a rainha” (Ester 7.6).
“Hamã, porém, ficou para rogar por sua vida à rainha Ester, pois
viu que o mal contra ele já estava determinado pelo rei”. (Ester 7.7).
Hamã tinha toda a razão de estar com medo. Agora esse homem, que
antes fora tão ousado e corajoso, revelou-se um covarde: “Hamã, porém, ficou
para rogar por sua vida à rainha Ester, pois viu que o mal contra ele já estava
determinado pelo rei” (Ester 7.7). O fim de Hamã tinha chegado; não havia mais
chance para misericórdia: “Tendo o rei dito estas palavras, cobriram o rosto de
Hamã” (Ester 7.8). Um homem condenado não poderia mais olhar para a face do
rei. A forca que Hamã havia construído para matar Mordecai, o judeu, tornou-se
instrumento de sua própria execução: “Enforcaram, pois, Hamã na forca que ele
tinha preparado para Mordecai. Então, o furor do rei se aplacou” (Ester 7.10).
O último pedido da rainha Ester
Hamã foi executado e Mordecai foi exaltado. Contudo, os
problemas do povo judeu no reino ainda não estavam resolvidos.
Novamente, Ester arriscou sua vida: “Falou mais Ester perante o
rei e se lhe lançou aos pés; e, com lágrimas lhe implorou que revogasse a
maldade de Hamã, o agagita, e a trama que havia empreendido contra os judeus”
(Ester 8.3). Novamente, “estendeu o rei para Ester o cetro de ouro…” (Ester
8.4). Esse era o sinal da graça, e agora ela poderia novamente apresentar seu
caso em favor do seu povo: “…escreva-se que se revoguem os decretos concebidos
por Hamã, filho de Hamedata, o agagita, os quais ele escreveu para aniquilar os
judeus que há em todas as províncias do rei” (Ester 8.5). Mas havia um
problema: o rei não poderia conceder esse último desejo à rainha Ester. A lei
daquela terra era irrevogável. Uma vez que o rei havia autorizado e selado
referida lei com seu anel, ela não poderia ser revertida, “…porque os decretos
feitos em nome do rei e que com o seu anel se selam não se podem revogar”
(Ester 8.8).
Isso deve nos lembrar das eternas leis de Deus. Quando o Senhor
avisou a Adão que ele morreria se comesse do fruto proibido, essa Lei não
poderia ser revogada. Daquele dia em diante, cada pessoa na face da terra
estava destinada a morrer, desde o momento de seu nascimento. Não existe
possibilidade de se revogar uma Lei Eterna de Deus. Portanto, qualquer um que
quiser viver sob a Lei, nunca terá a chance de ter a vida eterna. Para podermos
escapar da morte eterna, precisamos aprender uma nova Lei. Essa Lei é baseada
em uma outra Lei, estabelecida pelo Filho de Deus. João 3.36 diz: “Por isso,
quem crê no Filho tem a vida eterna; o que todavia, se mantém rebelde contra o
Filho não verá a vida, mas sobre ele permanece a ira de Deus”. Esse é o ponto
principal da mensagem da Bíblia: a fé no sacrifício substituto do Filho de Deus
nos coloca sob a jurisdição de uma nova Lei, a Lei do amor. A morte certamente
está sob a Lei antiga; contudo, essa sentença de morte já foi executada sobre o
Senhor Jesus Cristo, que pagou pelas nossas transgressões em sua totalidade.
Qualquer tentativa em manter leis estabelecidas por assembléias, em guardar
certos dias santos ou o sábado, a fim de se obter a justificação, é vã. Nada
disso levará à salvação eterna, mas sim à condenação. A Bíblia diz claramente:
“Todos quantos, pois, são das obras da lei estão debaixo de maldição; porque
está escrito: Maldito todo aquele que não permanece em todas as coisas escritas
no Livro da Lei, para praticá-las. E é evidente que, pela lei, ninguém é
justificado diante de Deus, porque o justo viverá pela fé. Ora, a lei não
procede de fé, mas: Aquele que observar os seus preceitos por eles viverá.
Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se ele próprio maldição em
nosso lugar (porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado em
madeiro)” (Gálatas 3.10-13).
No caso da rainha Ester, vemos que uma nova lei teria que ser
escrita: “Então, foram chamados, sem detença, os secretários do rei, aos vinte
e três dias do mês de sivã, que é o terceiro mês. E, segundo tudo quanto
ordenou Mordecai, se escreveu um edito para os judeus, para os sátrapas, para
os governadores e para os príncipes das províncias que se estendem da Índia à
Etiópia, cento e vinte e sete províncias, a cada uma no seu próprio modo de
escrever, e a cada povo na sua própria língua; e também aos judeus segundo o
seu próprio modo de escrever e a sua própria língua” (Ester 8.9). Qual era o
conteúdo dessa lei? “…o rei concedia aos judeus de cada cidade que se reunissem
e se dispusessem para defender a sua vida, para destruir, matar e aniquilar de
vez toda e qualquer força armada do povo da província que viessem contra eles,
crianças e mulheres e que se saqueassem os seus bens” (Ester 8.11).
Quem eles iriam destruir? Que propriedade eles saqueariam?
Anteriormente, vimos que os inimigos dos judeus se identificaram pelos
preparativos que estavam fazendo para a sua destruição. Tenho certeza que os
judeus sabiam exatamente onde moravam seus inimigos. A lei anterior, redigida
por Hamã, havia causado a identificação de tais inimigos.
Um evento similar aconteceu quando Israel estava sob o jugo de
Faraó. Depois que Moisés requisitou a liberação do povo, Faraó se recusou a
deixá-lo partir e ordenou que os israelitas fossem pelo campo e ajuntassem sua
própria palha. Assim fazendo, eles se familiarizaram com os vizinhos egípcios,
suas casas, e também o conteúdo destas. Então, quando chegou a hora do êxodo,
eles foram até a casa daquelas pessoas e pegaram seus bens mais valiosos.
Os judeus ainda tinham uma sentença de morte pairando sobre suas
cabeças, mas também tinham uma nova lei selada pelo rei: “No dia treze do duodécimo
mês, que é o mês de adar, quando chegou a palavra do rei e a sua ordem para se
executar, no dia em que os inimigos dos judeus contavam assenhorear-se deles,
sucedeu o contrário, pois os judeus é que se assenhorearam dos que os odiavam;
porque os judeus, nas suas cidades, em todas as províncias do rei Assuero, se
ajuntaram para dar cabo daqueles que lhes procuravam o mal; e ninguém podia
resistir-lhes, porque o terror que inspiravam caiu sobre todos aqueles povos.
Todos os príncipes das províncias, e os sátrapas e os governadores, e os
oficiais do rei auxiliavam os judeus, porque tinha caído sobre eles o temor de
Mordecai” (Ester 9.1-3).
O livro de Ester.
A rainha Ester arriscou sua vida. Ela estava disposta a
sacrificar-se por seu povo e passou a ser a principal personagem envolvida na
salvação física da raça judaica. Seu primo Mordecai foi elevado à realeza:
“Então, Mordecai saiu da presença do rei com veste real azul-celeste e branco,
como também com grande coroa de ouro e manto de linho fino e púrpura; e a
cidade de Susã exultou e se alegrou” (Ester 8.15). É importante observar o
resultado dessa elevação de Mordecai: “Sucedeu isto no dia treze do mês de
adar; no dia catorze, descansaram e o fizeram dia de banquetes e de alegria”
(Ester 9.17). É assim que o Senhor trabalha. Em meio à fraqueza, Ele demonstra
Sua força; em meio ao desespero, Ele dá eterna segurança. E através da morte,
Ele traz a vida eterna. Nenhuma campanha, protesto organizado ou resistência
teria ajudado os judeus durante o reinado de Assuero. Apenas a resolução firme
da rainha Ester em arriscar a sua vida fez a diferença.
Quando o Evangelho é pregado em verdade, como foi o caso da
igreja primitiva em Jerusalém, o Senhor age. Lemos em Atos 2.42-43,46-47: “E
perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas
orações. Em cada alma havia temor; e muitos prodígios e sinais eram feitos por
intermédio dos apóstolos. Diariamente perseveravam unânimes no templo, partiam
pão de casa em casa e tomavam as suas refeições com alegria e singeleza de
coração, louvando a Deus e contando com a simpatia de todo o povo. Enquanto
isso, acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos”.
Na igreja primitiva eles “perseveravam na doutrina dos
apóstolos”. Novamente, não lemos nada sobre qualquer tipo de marchas de
protesto, oposição contra o governo, ou de luta contra todos os tipos de
maldade social. Porém, a verdadeira dedicação dos crentes ao Evangelho fez com
que tivessem o favor do povo. Eles não eram respeitados por sua posição social,
mas por causa da sua simples fé, obedecendo ao que o Senhor havia ordenado,
pregando o Evangelho a todas as pessoas em todo lugar.
No desenvolvimento da igreja primitiva, nada lemos sobre
cruzadas especiais ou grandes eventos ecumênicos, mas sim sobre a adesão à
doutrina dos apóstolos. A última frase diz: “…acrescentava-lhes o Senhor, dia a
dia, os que iam sendo salvos”. Essa é a chave para a evangelização nos últimos
dias. É de suma importância fazermos a vontade de Deus. Quando formos obedientes
a Deus e nos dispusermos a nos sacrificar pela causa do Evangelho,
verdadeiramente o Senhor acrescentará à Igreja diariamente os que forem salvos.
Até o dia de hoje, a festa de Purim é celebrada em Israel e nas
casas dos judeus em todo o mundo.
A instituição da festa de Purim
Até o dia de hoje, a festa de Purim é celebrada em Israel e nas
casas dos judeus em todo o mundo. É a celebração da vitória da rainha Ester
sobre Hamã, o inimigo dos judeus: “Mordecai escreveu estas coisas e enviou
cartas a todos os judeus que se achavam em todas as províncias do rei Assuero,
aos de perto e aos de longe, ordenando-lhes que comemorassem o dia catorze do
mês de adar e o dia quinze do mesmo, todos os anos, como os dias em que os
judeus tiveram sossego dos seus inimigos, e o mês que se lhes mudou de tristeza
em alegria, e de luto em dia de festa; para que os fizessem dias de banquetes e
de alegria, e de mandarem porções dos banquetes uns aos outros, e dádivas aos
pobres. Assim, os judeus aceitaram como costume o que, naquele tempo, haviam
feito pela primeira vez, segundo Mordecai lhes prescrevera; porque Hamã, filho
de Hamedata, o agagita, inimigo de todos os judeus, tinha intentado destruir os
judeus; e tinha lançado o Pur, isto é, sortes, para os assolar e destruir. Mas,
tendo Ester ido perante o rei, ordenou ele por cartas que o seu mau intento,
que assentara contra os judeus, recaísse contra a própria cabeça dele, pelo que
enforcaram a ele e a seus filhos. Por isso, àqueles dias chamam Purim, do nome
Pur. Daí, por causa de todas as palavras daquela carta, e do que testemunharam,
e do que lhes havia sucedido” (Ester 9.20-26).
Apóstolo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciência da Religião
Dr. Edson Cavalcante.
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