ANGUSTIA
DOR SEM FIM...
"Está
alguém entre vós sofrendo, faça oração" (Tg 5.13).
O que é
angústia? Muitos poderiam dar uma resposta bem pessoal e subjetiva a essa
pergunta. Falando de modo geral, angústia é um sentimento que acompanha o homem
desde seu nascimento até a morte em todas as situações da vida; a angústia é
companheira do ser humano. A angústia é uma das mais fortes opressoras da
humanidade, é um sentimento da alma que pode atacar na mesma medida tanto o rei
como o mendigo. Angústia é uma emoção que pode ser abafada, mas não desligada.
O homem natural não pode se desviar nem escapar dela. Na verdade existiram e
existem pessoas de caráter forte que, com sua determinação, se posicionam
obstinadamente diante da angústia, mas elas também não conseguem vencê-la
totalmente. Podemos tentar ignorar a angústia, mas não escaparemos de situações
dolorosas.
O que a Bíblia
diz sobre a angústia? Ela diz, por exemplo, que angústia e sofrimento podem se
tornar visíveis. Gênesis 42.21 nos relata um exemplo disso quando os irmãos de
José chegaram ao Egito para comprar cereal e se encontraram no palácio de José,
e, não sabendo o que fazer disseram uns aos outros: "Na
verdade, somos culpados, no tocante a nosso irmão, pois lhe vimos a angústia da
alma, quando nos rogava, e não lhe acudimos..."A angústia,
assim diz a Bíblia, não só paralisa a língua, mas também faz com que ela fale.
Em Jó 7.11 ouvimos Jó dizer: "Por isso não reprimirei a minha
boca, falarei na angústia do meu espírito, queixar-me-ei na amargura da minha
alma". Mas angústia também faz com que até ímpios cheios de
justiça própria se sintam perturbados. Bildade descreve o ímpio em Jó 18.11
dessa maneira: "Os assombros o espantarão de
todos os lados, e o perseguirão a cada passo". A Escritura
também ensina que a angústia é mais forte do que a maior abastança. Zofar nos
comunica isto em Jó 20.22: "Na plenitude da sua abastança,
ver-se-á angustiado, toda a força da miséria virá sobre ele".
Angústia também provoca trevas. Quando Isaías teve que anunciar uma punição
sobre Israel, falou acerca das conseqüências desse juízo: "Bramam
contra eles naquele dia, como o bramido do mar; se alguém olhar para a terra,
eis que só há trevas e angústia, e a luz se escurece em densas nuvens" (Is
5.30). E em Isaías 8.22 o profeta tem que proclamar sobre o povo
apóstata:"Olharão para
a terra, eis aí angústia, escuridão, e sombras de ansiedade, e serão lançados
para densas trevas".
Esses são
exemplos negativos, mas também há exemplos positivos. No Salmo 119.143, Davi
nos ensina que a palavra de Deus sempre é mais forte que a angústia: "Sobre
mim vieram tribulação e angústia, todavia os teus mandamentos são o meu
prazer". A angústia está presente, mas a alegria na palavra de
Deus é maior. Uma outra tradução diz: "Fiquei cercado por sofrimento e
desespero, mas os teus mandamentos foram a minha grande alegria".
O poder de Deus também sempre é maior do que a angústia: "Se
ando em meio à tribulação, tu me refazes a vida; estendes a mão contra a ira
dos meus inimigos, e a tua destra me salva" (Sl 138.7). Em
Isaías 9.2 temos a promessa: "O povo que andava em trevas viu
grande luz, e aos que viviam na região da sombra da morte, resplandeceu-lhes a
luz". No Novo
Testamento, Paulo confirma essa gloriosa verdade: "Quem
nos separará do amor de Cristo? Será tribulação, ou angústia, ou perseguição,
ou fome, ou nudez, ou perigo, ou espada?... Porque eu estou bem certo de que
nem morte, nem vida, nem anjos, nem principados, nem cousas do presente, nem do
porvir, nem poderes, nem altura, nem profundidade, nem qualquer outra criatura
poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor"
(Rm 8.35;38-39).
E o que disse
o Senhor Jesus sobre a angústia? É muito esclarecedor e elucidativo observar
que Ele nunca afirmou que neste mundo não haveria sofrimento. Na verdade,
muitas vezes, se prega que ao se tornar cristão, a pessoa não terá mais
tribulações ou tentações. Mas isso não é verdade. O próprio Senhor Jesus disse
claramente: "No mundo passais por
aflições..." (Jo 16.33) .
E então Ele acrescenta o glorioso ‘mas’: "mas tende bom ânimo, eu venci o
mundo". Em outras palavras: o mundo é o reino de Satanás, mas
Minha vitória sobre esse mundo pode ser a sua vitória também, isto é, em Mim
vocês têm a possibilidade de vencer a própria angústia. Essa é a posição de
Jesus em relação à angústia!
Quem foi o
primeiro homem que se defrontou com a angústia? Foi Adão, logo após cair em
pecado. Antes da queda, Adão não conhecia esse sentimento. Contudo, depois do
pecado ter entrado em sua vida, ele foi invadido pelo terrível sentimento de
temor: "E chamou o Senhor Deus ao homem,
e lhe perguntou: Onde estás? Ele respondeu: Ouvi a tua voz no jardim, e, porque
estava nu, tive medo e me escondi" (Gn 3.9-10). De repente
Adão e Eva tiveram medo de Deus, seu Criador, com o qual antes formavam uma
unidade , uma harmonia perfeita! Antes de caírem em pecado, eles se alegravam
quando Deus vinha ao jardim, mas agora, de repente, foram invadidos pelo medo.
Que conseqüências devastadoras tem a sua desobediência até os dias de hoje!
Agora chegamos
à pergunta mais importante: quem provou os mais profundos abismos da angústia
em todos os tempos? Foi o homem Jesus Cristo no Jardim do Getsêmani. Ali Ele
sofreu uma angústia tão grande que não fazemos a menor idéia do que possa ter
sido passar pelo que Ele passou. Quando temos medo, quando não sabemos mais o
que fazer, podemos olhar para Jesus e nos lembrar de que Sua tribulação ainda
foi muito maior. Desse sentimento angustiante do nosso Senhor já lemos
profeticamente no Salmo 22: "Não te distancies de mim, porque
a tribulação está próxima, e não há quem me acuda. Muitos touros me cercam,
fortes touros de Basã me rodeiam. Contra mim abrem as bocas, como faz o leão
que despedaça e ruge. Derramei-me como água, e todos os meus ossos se
desconjuntaram; meu coração fez-se como cera, derreteu-se-me dentro de mim.
Secou-se o meu vigor, como um caco de barro, e a língua se me apega ao céu da
boca; assim me deitas no pó da morte" (vv. 11-16). Essas
palavras do Senhor sofredor descrevem a profundeza abismal e ilimitada que
Jesus Cristo sofreu no Jardim do Getsêmani: a agonia da morte. Lucas 22.44 fala
disso: "E, estando em agonia, orava mais
intensamente. E aconteceu que o seu suor se tornou como gotas de sangue, caindo
sobre a terra". Ele lutou com a morte não só na cruz mas
também no Getsêmani, pois ali Ele estava morrendo. Ali Ele estava em terríveis
e pavorosas agonias de morte. Este fato é refletido nas palavras: "E,
estando em agonia..." Ele
se encontrava em agonia de morte porque Satanás estava a ponto de matá-lO.
Satanás, o príncipe e dominador desse mundo, nessa ocasião, lutou pelo seu
reino pois sabia muito bem que o Getsêmani era a última etapa antes do
Calvário, e se Jesus alcançasse a cruz salvaria a humanidade. Por isso no
Getsêmani, Satanás se lançou com todas as forças sobre o Cordeiro de Deus e
tentou matá-lO. Ali Jesus estava à beira da morte; Ele lutou com a morte. Esse
ataque à Sua vida e à Sua obra redentora provocou uma violenta e mortal
angústia, uma verdadeira agonia de morte. Isso Ele suportou como homem e não
como Deus, caso contrário Ele teria chamado legiões de anjos, e Satanás teria
que retirar-se imediatamente. É uma grande mentira e uma ofensa à honra dizer
que no Getsêmani Jesus teve medo da cruz. Aconteceu o contrário: Ele enfrentou
a angústia de morrer no Getsêmani, de morrer antes da cruz, pelo que Seu
sacrifício expiatório teria sido frustrado. Ele não teve medo da morte na cruz,
pois Ele mesmo testificou de maneira bem clara: "Por
isso o Pai me ama, porque eu dou a minha vida para a reassumir. Ninguém a tira
de mim; pelo contrário, eu espontaneamente a dou. Tenho autoridade para a
entregar e também para reavê-la. Este mandato recebi de meu Pai" (Jo
10.17-18). Jesus Cristo não quis morrer no Getsêmani, mas Ele
estava morrendo, e isso O afligiu tanto que entrou em agonia e suou gotas de
sangue. Jesus teve que experimentar as piores profundezas da angústia, o que
significa que sofreu grande aflição. Isto deveria e pode nos ajudar e nos
consolar em nossas angústias e tribulações.
Como podemos
vencer nossas angústias? Depositando nossa confiança no Deus Todo-Poderoso.
Como podemos fazer isso? Jesus já fez isso antes de nós e nos serve de exemplo.
Em Hebreus 5.7 lemos algo maravilhoso a esse respeito: "Ele,
Jesus, nos dias da sua carne, tendo oferecido, com forte clamor e lágrimas,
orações e súplicas a quem o podia livrar da morte, e tendo sido ouvido por
causa da sua piedade...". Aqui se trata do momento no
Getsêmani, quando Jesus, em Sua ilimitada angústia, confiou no Deus
Todo-Poderoso e O invocou em oração. Isto não é novidade para nós. Mas talvez
precisamos aprender de maneira totalmente nova a aplicar isto também em nossas
vidas. Jesus nos deixou o melhor exemplo de como confiar no Deus Todo-Poderoso
em nossa angústia. Em Hebreus 2.18 está escrito de maneira tão consoladora: "Pois
naquilo que ele mesmo sofreu, tendo sido tentado, é poderoso para socorrer os
que são tentados". Com outras palavras: tendo sofrido e
vencido e triunfado no Getsêmani, Ele também pode nos ajudar em nossos medos e
angústias, e nos ajuda a vencê-los. Ele quer nos ensinar a orar com
perseverança justamente nesses momentos. Ele próprio não viu outra maneira para
sair da Sua angústia do que por meio de petições e súplicas. Quanto mais
devemos nós também trilhar esse caminho para sair de todas as nossas angústias
e apertos que nos surpreendem quase que diariamente. Tiago acentua muito esse
aspecto quando diz: "Está alguém entre vós sofrendo?
Faça oração. Está alguém alegre? Cante louvores" (Tg 5.13).
Será que não seria válido começarmos a considerar e interiorizar essa verdade
de maneira totalmente nova em nossas vidas? Vamos começar a confiar nEle
incondicionalmente em qualquer situação? Confiar significa orar, e orar
significa confiar! Os seguintes exemplos da vida de Davi devem nos mostrar o
quanto ele também acreditava nessa realidade:
– "Responde-me
quando clamo, ó Deus da minha justiça; na angústia me tens aliviado; tem
misericórdia de mim e ouve a minha oração" (Sl 4.1).
– "Na
minha angústia invoquei o Senhor, gritei por socorro ao meu Deus" (Sl
18.6).
– "Sendo
assim, todo homem piedoso te fará súplicas" (Sl 32.6).
– "Desde
os confins da terra clamo por ti, no abatimento do meu coração" (Sl 61.2).
– "Não
escondas o teu rosto do teu servo, pois estou atribulado" (Sl 69.17).
– "Em
meio à tribulação invoquei o Senhor, e o Senhor me ouviu e me deu folga"
(Sl 118.5).
Não são
testemunhos maravilhosos? Davi creu que só havia uma escapatória na angústia: invocar
o Senhor em perfeita confiança.
O que
significa invocar o Senhor na angústia, orando? Essa pergunta é respondida
pelas orações de Davi. Por exemplo, várias vezes aparece a expressão ‘clamar’: "Responde-me
quando clamo, na minha angústia... gritei", "desde os confins da
terra clamo por ti", "em meio à tribulação invoquei o Senhor".
Percebemos que Davi pediu socorro ao céu. Aqui temos uma chave para sermos
realmente libertos das angústias. Não se trata de simplesmente orar, mas temos
de clamar e suplicar. Para compreender isso devemos também observar melhor as
orações de nosso Senhor Jesus feitas ao Pai quando Ele se encontrava
angustiado. Tomaremos como exemplo as Suas orações e Sua confiança no Deus
Todo-Poderoso. Pois do ponto de vista bíblico, a expressão ‘invocar o Senhor‘
significa ainda muito mais. "Ele, Jesus, nos dias da sua
carne, tendo oferecido, com forte clamor e lágrimas, orações e súplicas a quem
o podia livrar da morte, e tendo sido ouvido por causa da sua piedade" (Hb
5.7). Quando se toma essa declaração literalmente, então chegamos
irrefutavelmente à conclusão de que o Senhor, na verdade, gritou, clamou e até
chorou de forma audível. Não sabemos a que distância os discípulos estavam do
seu Senhor no Jardim do Getsêmani, mas eles devem ter dormido profundamente,
pois aparentemente não ouviram a oração de Jesus. O que nosso Senhor padeceu
ali nem conseguimos explicar nem entender a fundo, mas deve ter sido uma
situação terrível. Em Lucas 22.44 está escrito: "E,
estando em agonia, orava mais intensamente". Mas se queremos
saber com mais precisão o que significa o que nosso Senhor "...ofereceu
com forte clamor e lágrimas, orações e súplicas" a Deus, então devemos nos dar ao
trabalho de estudar essas orações. Algo interessante chama a nossa atenção, ou
seja: exceto no texto já citado de Hebreus 5.7, em nenhum evangelho é dito que
o Senhor começou a clamar ou a gritar nessa oração. Somente Lucas indica tal
situação com a expressão "...e orava mais
intensamente". Mateus descreveu o episódio da seguinte
maneira: "Adiantando-se um pouco,
prostrou-se sobre o seu rosto, orando e dizendo: Meu Pai: Se possível, passe de
mim este cálice! Todavia, não seja como eu quero, e, sim, como tu queres!
Tornando a retirar-se, orou de novo, dizendo: Meu Pai, se não é possível passar
de mim este cálice sem que eu o beba, faça-se a tua vontade!... Deixando-os
novamente, foi orar pela terceira vez, repetindo as mesmas palavras" (Mt
26.39;42 e 44). E Marcos escreve: "E, adiantando-se um pouco,
prostrou-se em terra; e orava para que, se possível, lhe fosse poupada aquela
hora. E dizia: Aba, Pai, tudo te é possível; passa de mim este cálice; contudo,
não seja o que eu quero, e, sim, o que tu queres!... Retirando-se de novo, orou
repetindo as mesmas palavras... E veio pela terceira vez..." (Mc
14.35;36;39 e 41). Aqui vemos melhor o que a oração de nosso Senhor
podia significar, pois duas cousas chamam a nossa atenção:
1. Jesus
Cristo não pronunciou essa oração apenas uma vez, mas três vezes.
2. Ele orou
três vezes, mas não deixou de submeter-se à perfeita vontade de Seu Pai cada
vez que orou. Que profundo mistério está oculto nessas orações!
Nosso Senhor,
portanto, orou três vezes. Se Hebreus 5.7 diz que o Senhor "nos
dias da sua carne, tendo oferecido, com forte clamor e lágrimas, orações e
súplicas" então
não se trata, em primeiro lugar, da forma de Sua oração. Não se trata da
questão se o Senhor clamou e gritou de maneira pungente, e, sim, que o Senhor
fez esta oração três vezes! Em outras palavras: Ele orou com persistência.
Jesus Cristo se encontrava na maior angústia, e esta angústia O levou a orar.
Mas essa oração não foi apenas um grito curto e isolado ao Pai. Não, Ele orou
três vezes de maneira muito consciente e lúcida repetindo sempre as mesmas
palavras. Depois da primeira oração, a Bíblia diz claramente: "Tornando
a retirar-se, orou de novo, dizendo..." e depois da segunda vez: "E
deixando-os novamente, foi orar pela terceira vez...". "
como seria bom se compreendêssemos isso para a nossa vida pessoal de oração!
Muitas vezes
nos defrontamos com todo tipo de angústias e apertos, e o que fazemos então,
quando somos tentados dessa maneira? No mesmo momento enviamos um fervoroso
pedido de socorro ao céu. Mas assim que nos sentimos mais ou menos bem,
seguimos novamente a rotina do dia. Não é de admirar se logo em seguida a mesma
angústia nos surpreenda outra vez. A oração de nosso Senhor pronunciada
conscientemente três vezes nos mostra de maneira bem clara que nós, se de fato
queremos vencer as angústias que se repetem, não devemos apenas orar de vez em
quando ao céu. Precisamos chegar ao ponto de levar uma vida de oração
perseverante, regular. Somente assim nos tornamos filhos de Deus que conseguem
lidar de maneira correta com suas angústias. Somente assim venceremos as nossas
tribulações. Três testemunhos claros das Escrituras nos exortam a orar dessa
maneira:
– "Regozijai-vos
na esperança, sede pacientes na tribulação, na oração perseverantes" (Rm
12.12).
– "Perseverai
na oração, vigiando com ações de graça" (Cl 4.2).
– "Com
toda oração e súplica, orando em todo tempo no Espírito, e para isto vigiando
com toda perseverança..." (Ef 6.18).
Se a Bíblia
diz em Hebreus 5.7 que a oração de Jesus foi ouvida e que Ele encontrou
livramento da Sua angústia, então isso só aconteceu depois da Sua oração
insistente e perseverante.
Mas ainda
havia um outro ponto importante: nosso Senhor continuamente se entregava
totalmente à vontade de Seu Pai: "E, adiantando-se um pouco,
prostrou-se em terra; e orava para que, se possível, lhe fosse poupada aquela
hora. E dizia: Aba, Pai, tudo te é possível; passa de mim este cálice; contudo,
não seja o que eu quero, e, sim, o que tu queres" (Mc 14.35-36).
Não fazemos idéia de como isso é importante. Não apenas orando três vezes as
mesmas palavras, mas, com isso, sempre se submetendo à vontade de seu Pai,
Jesus demonstrou uma confiança tão grande que jamais haverá confiança maior.
Foi algo grandioso, em Sua angústia, Ele ter se apresentado três vezes a fim de
orar as mesmas palavras. Mas por Ele – por assim dizer no tom fundamental da
sua oração – sempre voltar a Se submeter a Deus foi uma prova bem especial de
Sua confiança no Seu Pai celestial. Ele sabia: Eu posso orar que este cálice
passe de mim, mas se meu Pai celestial o quer de outra maneira, então eu aceito
e me coloco totalmente em Suas mãos. Isso é confiança total no Deus
Todo-Poderoso! Devemos ter isso em mente, pois apesar de irmos a Deus em
oração, clamando e levando a Ele a nossa angústia, em última análise esperamos
que Ele faça o que nós queremos. Reflitamos no que estava em jogo ali no
Getsêmani: ou Ele morria ali mesmo, deixando de salvar a humanidade, ou Ele
morria na cruz, como estava previsto, salvando a humanidade por tomar sobre Si
a maldição do pecado. E embora a Sua obra redentora estivesse em jogo, Ele não
fez a sua própria vontade, mas se submeteu totalmente à vontade de Seu Pai.
Você não quer
se tornar uma pessoa assim, que aprenda a lidar com as suas angústias e a
vencê-las? Então confie no Deus Todo-Poderoso, começando a levar uma vida de
oração regular e perseverante. Mas nunca se esqueça de submeter-se totalmente à
vontade do Senhor Jesus enquanto ora. Essa entrega, seja o que for, sempre deve
ser expressa em cada oração que você faz. Se você segue esse caminho, você se
tornará um cristão que, na verdade, ainda sente todas as angústias e apertos
desse mundo, mas apesar disso permanece totalmente tranqüilo em tudo. Estará
seguro nas mãos do Senhor, aconteça o que acontecer. O que Ele faz é sempre
bom! "No mundo passais por aflições; mas tende bom ânimo,
eu venci o mundo" (Jo 16.33). Essas são palavras do Senhor
Jesus. Você crê nelas? Então viva de acordo com esta fé, confiando – justamente
quando o medo quer se apoderar de suas emoções – no Deus Todo-Poderoso e
invocando-O em oração...
Apóstolo.
Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciência da Religião Dr. Edson Cavalcante.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.