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sábado, 30 de abril de 2016

A ESPADA CRAVADA EM NOSSA CONSCIÊNCIA...


                           A ESPADA CRAVADA EM NOSSA CONSCIÊNCIA...
“E aconteceu, tendo decorrido um ano, no tempo em que os reis saem para a guerra, enviou Davi a Joabe, e a seus servos com ele, e a todo o Israel, para que destruíssem os filhos de Amom e cercassem Rabá; porém Davi ficou em Jerusalém” (2 Sm 11.1).
INTRODUÇÃO
Nesse espaço, veremos uma fase de declínio na vida de Davi, o grande rei de Israel. Sua história ficaria manchada para sempre pela mácula de um adultério e consequente homicidio. No capítulo 11 de 2 Sm, encontramos o relato de um dos crimes mais condenáveis da história bíblica. O homem que já houvera derrubado inimigos quase imbatíveis e vencido guerras quase invencíveis em nome do Senhor rendeu-se incondicionalmente ao desejo carnal desenfreado pela mulher de um de seu melhores súditos. Numa tarde, enquanto passeava pelo terraço da casa real, ao ver Bate-Seba se lavando, Davi mandou perguntar quem era aquela linda mulher e, apesar de saber que se tratava da esposa de um grande amigo, trouxe-a à sua casa e a possuiu. Para desespero do rei, a mulher ficou grávida. Ele então mandou buscar Urias, seu marido, no campo de batalha para que ficasse com sua mulher algum tempo a fim de imputar-lhe aquela concepção. Como Urias se recusou a proceder conforme a ordem do rei de Israel, este arquitetou sordidamente a sua morte, ordenando a Joabe, por meio de carta enviada pela mão do próprio Urias, que o colocasse à frente do campo de batalha, em local indefensável, para que morresse. Morto Urias, Davi tomou a viúva como sua esposa e continuou a vida como se nada tivesse acontecido. Somente depois de confrontado duramente por Deus, o rei de Israel reconheceria seu erro e seria perdoado; todavia as conseqüências do seu pecado seriam danosas e duradouras.
DAVI E A TENTAÇÃO
A tentação é uma realidade com a qual todas as pessoas têm lidado desde o inicio do mundo. No jardim do Éden, ainda antes do fracasso de Adão e Eva, a tentação já era uma realidade, pois quando Lúcifer tentou nossos primeiros pais, eles ainda não haviam pecado. Por isso, vale ressaltar, ser tentado não é pecado, pois nenhum homem está isento disso, nem mesmo o próprio Filho de Deus esteve (Mt 4.1-11), mas pecado é ceder à tentação. Ser tentado também não é sinal de carnalidade, mas uma evidência de nosso caráter humano.
A Bíblia Sagrada é clara sobre a inevitabilidade da tentação. Quer falemos dos patriarcas ou profetas, reis ou apóstolos, todos sentiram o empurrão sutil da tentação impelindo para a prática do mal e, não raro, muitos daqueles herois sucumbiram. Vemos um Abrão, amigo de Deus, entregar-se à tentação de mentir a Faraó, dizendo que Sara era sua irmã e não esposa a fim de livrar a própria pele (Gn 12.10-20). Encontramos um Jacó cedendo à tentação de enganar seu pai para usurpar a bênção de Esaú, seu irmão (Gn 27.6ss). Mais tarde, os filhos de Jacó cederiam ao desejo de se vingarem de seu irmão, José, e o venderiam como escravo (Gn 37.1-28). Moisés, o grande libertador, perdeu o controle e matou um egípcio (Ex 2.11,12). Visto que o objeto do nosso estudo é Davi, com o rei de Israel não foi diferente. Davi, apesar de todas as suas virtudes decantadas na Bilbia, era homem sujeito às mesmas paixões que aliciam a alma de todos os homens. O homem segundo o coração de Deus encontrava-se no apogeu do seu reinado quando, tomado por paixões infames, caiu em pecado de adultério com Bate-seba, esposa de seu fiel soldado Urias. A gravidez resultante do adultério desencadeou uma série de outros pecados, entre eles o homicídio cruel do marido traído, numa tentativa tresloucada do rei de Israel de encobrir o seu pecado.
Na Bíblia Sagrada, encontramos o registro de três fontes de onde a tentação pode fluir: o mundo, a carne e o diabo.
A carne. Quando a Bíblia fala da carne como fonte de tentação, refere-se à natureza humana caída, cheia de paixões e desejos, lícitos ou ilícitos, muitos dos quais conspiram contra a lei do Espírito de vida (Rm 8.1,2).
Devido o efeito degenerativo do pecado na espécie humana, o ambiente em que vivemos passou a ser um lugar cada vez mais estimulador da prática do mal, em oposição à Palavra de Deus. Todos os dias, somos bombardeados por milhares de estímulos internos e externos que nos incitam à prática de atos pecaminosos. É o que Freud chamou de princípio do prazer X princípio da realidade. Dentro de uma relação inseparável, a natureza humana e o mundo proporcionam prazeres de toda sorte, os quais se chocam com o código moral prescrito pela Palavra de Deus, orientadora de como o homem deve viver para encontrar a verdadeira felicidade. Renunciar aos prazeres ilícitos, tendo como contraponto a observância dos mandamentos divinos, é uma questão de sobrevivência da espécie humana.
Em Gálatas 5.16-25, o apóstolo Paulo fala da guerra espiritual que consiste de desejos na carne militando contra o desejo do Espírito. O referido apóstolo cita uma série de obras que são próprias da carne, ou seja, da natureza humana degenerada. Sua recomendação contra as paixões da carne é para que andemos no Espírito (v 16). Em Romanos 13. 14, a recomendação paulina é para que nos revistamos do Senhor Jesus Cristo e não tenhamos cuidado na carne e em suas concupiscências.
O mundo: O vocábulo "mundo", no sentido empregado aqui, diz respeito ao sistema iníquo que rege a vida dos homens (busca do poder, riquezas, independência de Deus etc), em nossos dias, amplamente difundido pelos meios de comunicação em massa, jornais, radio, televisão e revistas. A finalidade é levar os homens a ignorarem a existência de Deus e se tornarem livres para decidir o que fazer de suas vidas. Trata-se de um sistema que se opõe abertamente ao Reino de Deus. Por isso que a Bíblia usa prodigamente a palavra mundo relacionada ao sistema regido pelo maligno. Na sua primeira Epístola Universal, o apóstolo João nos adverte a que não amemos o mundo nem o que no mundo há (2.15), pois este mundo jaz no maligno (15.19). O apóstolo Tiago avisa que qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus (Tg 4.4). Como um ímã, o mundo exerce um magnetismo quase inexorável sobre as paixões humanas, de sorte que os pecadores são arrastados como se por uma correnteza ao encontro dos prazeres e encantos que os levarão à ruína. A única arma capaz de vencer o mundo é a fé decorrente do novo nascimento. “Porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé” (1 Jo 5.4).

O Diabo: Satanás é o agente principal da tentação. Ele é chamado de “o tentador” (Mt 4.3). Em toda a Bíblia Sagrada, vemos suas estratégias e velhos truques a fim de induzir pessoas ao erro. Só para ficar em alguns casos mais importantes: foi Satanás quem incitou Eva a comer do fruto da árvore da ciência do bem e do mal e, portanto,  desobedcer a ordem de Deus, o que resultou em deletérias conseqüências para a humanidade (Gn 3.1); quem incitou Davi a enumerar o povo de Israel em um ato de desobediência ao Senhor, que também suscitou danosas conseqüências (1 Cr 21.1); quem, com genialidade e artifícios impressionantes, tentou Jesus a atropelar a vontade de Deus para a sua vida, porém, neste caso, não teve sucesso (Mt 4.1-11).
Contra o agente da tentação, a Bíblia nos recomenda o revestimento de toda a armadura de Deus (Ef 6.10,11) e, a partir daí, resistir ao diabo até que ele fuja (Tg 4.7).
O PECADO DE DAVI
Muito já se foi dito sobre a tentação e conseqüente pecado do maior rei de Israel. Livros e sermões já foram inspirados nele. Afinal de contas, por que um homem tão amado por Deus, de virtudes inescapáveis, chegou a praticar crime tão covarde contra um de seus fieis súditos? É uma pergunta que tem sido levantada durante os séculos e respondida de várias maneiras por aqueles que se dispõem a analisar o comportamento humano. Como um homem de Deus chega a tamanha crueldade e covardia? Talvez Davi seja o personagem bíblico que melhor representa o ser humano em suas complexas potencialidades, tanto para fazer o bem, como para fazer o mal. Com esse comentário, levanto a questão de o quanto somos circunstanciais, imprevisíveis e vulneráveis. Como disse um professor: "Nos recônditos da alma humana, existe um amontoado de desejos miseráveis, e a linha que separa o desejo do ato é muito tênue". Por isso a necessidade constante que temos de nos policiarmos, pois potencialmente o mal mora logo ali, ou melhor, logo aqui, dentro de cada um.
Antecedentes de uma tragédia.
1) A ociosidade do rei. O escritor bíblico diz que no tempo em que os reis saiam à guerra, Davi enviou Joabe, e a seus servos com ele, e a todo o Israel para que destruíssem os filhos de Amom e cercassem Rabá, porém Davi ficou no palácio (não deixe escapar a importância do porém, o grifo é nosso). Note que era tempo de guerra e não de descanso. Os reis saiam para a batalha a partir da primavera, definindo conquistas e reafirmando as fronteiras de seu país. Davi errou, não apenas em não liderar o povo à guerra, mas principalmente por descumprir a lei da guerra, conforme Deuteronômio 20, a qual rezava que os líderes deveriam estar na dianteira do povo. O rei de Israel, todavia, estava em casa descansando ocasião, ocioso, passeando no terraço da casa real (2 Sm 11.1-2).
Há um adágio que diz: Todos precisam achar alguma forma de gastar o tempo. É preciso matar o tempo em algum lugar. Não nos enganemos: a atenção humana nunca está alheia ou neutra, ela sempre se volta para alguma coisa. Enquanto passeava pelo palácio, o rei teve a sua atenção atraída para uma mulher muito bonita que estava se lavando em algum lugar inadequado. Até aqui tudo bem. O rei poderia ter desviado a atenção ou se dirigido a outro lugar do palácio, porém, condescendente com o próprio desejo, como alguém que aprecia uma simples paisagem ao entardecer, inflamou a lascívia do seu coração e foi dominado pela cobiça. Até aqui, ele ainda tinha a capacidade de dominar sobre o seu desejo.
2) A cobiça desrespeita todos os valores e não mede conseqüências. Davi, fascinado pela beleza da mulher, resolveu dar mais um passo em direção ao perigo: mandou perguntar o nome da da beldade. Era Bate-Seba, filha de Eliã, mulher de Urias. Urias e Eliã faziam parte dos valentes de Davi, dois súditos leiais do rei. No livro de 2 Samuel, capítulo 23, a partir do versículo 24, começa a listagem dos grandes guerreiros de Davi, e ali dois nomes se destacam: “Eliã, filho de Aitofel, gilonita”, (v 34) e Urias, heteu (v 39). Note que este Aitofel, avô de Bate-Seba, era o grande conselheiro de Davi  que, mais tarde,como num ato de vingança, aconselhou Absalão a possuir as mulheres do rei publicamente (2 Sm 16.20-23). Os laços de amizade e lealdade deveriam ter servido de freio ao desejo insano do rei, porém o veneno da cobiça já corria em toda a sua corrente sanguínea e já havia contaminado todas as suas células. A partir daí, o desejo não conhece obstáculo nem mede conseqüências. É por isso que quando uma pessoa se entrega à tentação, pode se encontrar numa situação absolutamente impossível de resistir.
Note que a barreira principal que se interpõe entre a tentação e a prática do pecado é o temor a Deus expressado na observância de sua Palavra (Sl 119.11). Por isso, as leis de Deus deveriam ter servido de freio para Davi, porém, no incidente com Bate-Seba, ele quebraria o sexto mandamento: "Não matarás"; o sétimo mandamento: "Não adulterarás"; e o décimo mandamento: "Não cobiçarás" (Êx 20:1-17). Todas essas barreiras morais seriam dirimidas pelo trator da cobiça.
Quantas histórias já ouvimos de maridos que abandonaram esposas, de amigos que jogaram para o ar anos de lealdade, chefes de família que abandonaram filhos, pastores que abandonaram igrejas; enfim, pessoas que cuspiram em todos os valores e princípios que defenderam a vida toda, porque viraram presa da cobiça quando brincavam com o pecado. Convém salientar que nem todos que procedem desta maneira realmente não amavam seus pares, não eram homens honestos e justos - não é isso -, mas não vigiaram em algum lugar de sua vida, momento em que deveriam ter eliminado o mal no seu nascedouro, e foram envenenados pela concupiscência. Não nos enganemos: se o pecado não fosse realmente tão danoso, a Bíblia não soaria um alarme tão estridente contra ele (1 Coríntios 10:12).
A consumação do pecado.
"Depois, havendo a concupiscência concebido-a, dá à luz ao pecado” (Tg 1.15). Prostrado finalmente à concupiscência, Davi manda trazer Bate-Seba e se deita com ela, totalmente cego às conseqüências de seu ato. A Bíblia mostra que a tentação segue algumas etapas. Tiago diz que cada pessoa é tentada quando atraída ou engodada pela sua própria concupiscência. Primeiro, Davi olhou; depois mandou perguntar o nome da mulher; em seguida, mandou buscá-la para o palácio. Neste ponto, a concupiscência já havia concebido, e daria luz ao pecado. Agora, o homem de Deus era apenas um escravo do seu pecado e desejos. O homem que, outrora, estivera a serviço de Deus, agora estaria a serviço do diabo.
A loucura de querer reparar um erro irreparável.
A Bíblia diz que um abismo chama outro abismo (Sl 42.7). Alguns dias depois do adultério, Davi ficou sabendo que Bate-Seba estava grávida. Tal notícia caiu como uma bomba na cabeça do rei, e então ele começou um vale-tudo para encobrir o seu pecado. Tanto Davi como Bate-Seba estavam cientes das implicações de seu erro. Levítico 20.10 deixa claro: “Se um homem cometer adultério com a mulher de seu próximo, ambos, o adúltero e a adúltera certamente serão mortos”. Bom, o pecado de Bate-Seba estaria visível ante o seu marido; ela seria certamente punida. Será que ela teria coragem de acusar o rei? Se fizesse, as suas palavras teriam alguma credibilidade? Davi assumiria sua culpa ou, uma vez adoecido pelo pecado, refutaria Bate-Seba? Isto nós não sabemos. O que não podemos perder de vista é que qualquer desvio da vontade de Deus abre o caminho para cada vez mais loucura e engano. Transgredindo a vontade de Deus, Davi abriu o caminho para mais tentações. A condescendência com uma paixão, longe de removê-la, só torna essa paixão mais e mais forte. Se Davi tivesse seguido o ideal de Deus, ele teria estado menos sujeito às tentações de Satanás. Neste caso, as comportas foram abertas, e Davi foi arrastado pela inundação.
Um apelo à astúcia
 Atormentado pelo desespero, o rei apelou para a astúcia. Arquitetou um plano, aos seus olhos infalível: resolveu dar férias a Urias, o marido traído, e mandou que o trouxessem do campo de batalha para casa (bondoso, não?). Davi pensava consigo: estando Urias com a sua mulher, entrará a ela, e a gravidez dela será atribuída a ele (2 Sm 11.10-12). Davi só não contava com a lealdade e a sensatez de Urias, o qual se recusou terminantemente aos prazeres do sexo, enquanto seus compatriotas estavam no calor da batalha. “ A arca, e Israel, e Judá estão em tenda, e Joabe, meu senhor, e os servos de meu senhor estão acampados ao relento. Como poderia eu entrar na minha casa, para comer e beber, e para me deitar como minha mulher? Tão certo como vives, não farei tal coisa” (2 Sm 11.11). Todavia a astúcia do rei desviado desconhecia limites. Ele, então, tentou forçar Urias por meio do álcool e o embriagou; porém a lealdade deste também desconhecia limites e ele mais uma vez se recusou a ir à sua casa.
Alguém disse uma vez que a vantagem que o mal às vezes tem em relação ao bem é que o mal não reconhece limites em suas ações, enquanto que o bem só pode atuar dentro de certos limites traçados pela ética e pelo bom senso. O rei de Israel já não conhecia limites às suas ações ímpias. Ele queria se livrar daquela situação a qualquer custo. Ele apelou, então, para uma solução extrema: matar Urias.
Crueldade desmesurada.
Vencido pela persistência de Urias, Davi escreveu uma carta do próprio punho, ordenando a Joabe que pusesse Urias no lugar mais perigoso da batalha e retirasse os homens de detrás dele para que fosse ferido e morresse, e a mandou pelas mãos do próprio Urias (2 Sm 11.15). Como observa o pastor Elinaldo Lima, Como Urias era um servo fiel, não violou a carta. Se o tivesse feito, veria que estava levando a própria sentença de morte.
Às vezes eu me pego pensando na surpresa de Joabe quando abriu aquela carta. Ele estava sendo forçado a ser cúmplice do rei em um assassinato covarde, sem nem saber o motivo. Sem dúvida ficou sabendo mais tarde quando voltou e viu Bate-Seba na casa de Davi. A minha proposição é que, a partir dali, Davi ficou praticamente nas mãos de Joabe, pois os atos deste se tornavam cada dia mais reprováveis e desobedientes, porém o rei Davi não o puniu nenhuma vez, muito pelo contrário, vemos Joabe repreendendo asperamente o rei e o ameaçando quando aquele general matou absalão, desobedecendo a ordem do rei (ver 2 Sm 18.5-18; 19.1-10). Foi Joabe quem enganou o rei para trazer absalão de volta do exílio (2 Sm 14.1-21). Tendo Davi posto Amasa no lugar de Joabe, à frente do exercito de Israel, Joabe o matou covardemente e retomou sua posição (ver 2 Sm 19.13; 20.10). Davi não tomou nenhuma medida para puni-lo. Note ainda a alfinetada que Joabe deu em Davi quando mandou avisar ao rei da morte de Urias em 2 Sm 11.19-21 Somente depois de passar o reino a Salomão, antevendo a sua iminente morte, Davi dar ordem para que, depois de sua morte, Salomão mate Joabe, como punição pelos seus crimes (1 Rs 2.5,6). Davi, depois de seu pecado, era um rei sem autoridade, o que normalmente sucede a todos os que pecam e causam escândalo.
Insensibilidade
Sabendo da morte de Urias, Davi, cinicamente, mandou dizer a Joabe: “Não te pareça mal aos teus olhos; pois a espada tanto consome este como aquele” (2 Sm 11.25). Estava resolvida a questão: Davi tomou Bate-Seba como sua esposa e se portou tranqüilamente como se nada houvera acontecido por cerca de um ano. O homem de Deus estava com a consciência cauterizada (cf 1 Tm 4.2). Seu estado de entorpecimento era tão grande que se não fosse um confronto direto com Deus por iniciativa deste, ele teria morrido em seu pecado sem nunca confessá-lo.
DAVI E A INTERVENÇÃO DE DEUS
Uma das grandes lições deste episódio é a imparcialidade da justiça divina, bem como as riquezas de sua misericórdia. Deus não pode condescender com o pecado, seja lá de quem for - Ele é justo. Certamente Davi pensou que o fato de ser rei de Israel, ungido do Senhor, lhe isentaria do juízo de Deus. “Não fará justiça o Senhor de toda a terra?” (Gn 18.25). Mais ou menos um ano depois – o menino já havia nascido (2 Sm 12.14) – , o rei estava tranqüilo em sua casa, celebrando a chegada de mais um filho, quando o profeta Natã aparece no pátio. Natã estava levando uma causa para que o rei julgasse. O que ele tinha para dizer era muito sério. Tratava-se de um camponês que possuía uma única ovelha e de um fazendeiro que tinha muitas ovelhas. Certa ocasião, o fazendeiro rico tomou a única ovelha que o pobre camponês tinha, a qual ele amava, e ofereceu como guisado ao seu visitante (2 Sm 12.1-6). Quem poderia ficar impassível diante de uma injustiça dessa? Davi ficou irado. “Este homem é digno de morte” ele disse. “Pela cordeira restituirá o quádruplo, porque fez tal coisa e não se compadeceu” (2 Sm 12.6). Davi estava promulgando sua própria sentença.

É comum desculparmos em nós mesmos aquilo que com veemência condenamos nos outros. O comentarista José Gonçalves foi muito feliz neste comentário: “É comum alguém que pecou e não tratou de forma devida o seu pecado projetar um sentimento de justiça e uma falsa santidade perante os outros”.2 Atente para palavra grifada (o grifo é meu). O conceito de projeção em Psicologia consiste em o indivíduo atribuir ao outro aquilo que é predicado seu. Por não aceitar em si, ele reprime e projeta no outro. Foi o que aconteceu com Davi, depois que o grande mestre Natã manipulou tão bem as questões emocionais não resolvidas do rei. Na parábola, Natã expôs o mal de maneira tão clara que conseguiu despertar uma resposta de indignação moral no empedernido coração do rei de Israel.
“Tu és este homem”, replicou o profeta Natã. “Assim diz o Senhor, Deus de Israel: A Urias, o heteu, feriste a espada, e a sua mulher tomaste por tua mulher; a ele mataste com a espada dos filhos de Amom” (2 Sm 12.7,9). O rei de Israel agora estava diante do espelho, de frente às suas misérias, desnudo, algo que só pode acontecer por meio de um confronto com Deus (cf Is 6.5). Há situação em que o estado de cauterização da consciência é tão grande que somente um encontro com Deus é capaz de fazer cair as escamas dos olhos e expor as misérias humanas. E o mais interessante: a iniciativa é sempre de Deus.
CONSEQUÊNCIAS DO PECADO
Uma lição inescapável neste caso é a de que o pecado, uma vez consumado, deixa suas conseqüências deletérias, ainda que seja perdoado por Deus. O pecado nunca acontece no isolamento; cedo ou tarde, de uma forma ou de outra, as conseqüências aparecem. Seus efeitos danosos levam sofrimentos tanto ao que pecou como a muitas outras pessoas inocentes. Nós não podemos nos enganar: depois da queda espiritual, a vida muda em todos os aspectos. Quantos lares destruídos, quantas famílias desmanteladas, sonhos e projetos frustrados, vidas ceifadas precocemente, por causa de um descuido de alguns crentes. “Não vos enganeis: Deus não se deixa escarnecer. Tudo o que o homem semear, isso também ceifará” (Gl 6.7). Davi seria perdoado por Deus, mas beberia um cálice amargo pelo resto de sua vida.
1) Sentenças divinas. Após denunciar o pecado de Davi, ali mesmo, o profeta proferiu duas sentenças divinas conta o rei. “Agora, portanto, a espada jamais se apartará da tua casa”. Foi exatamente o que aconteceu. O filho que nascera daquele adultério morreu logo em seguida (2 Sm 12.14). Amom foi assassinado por Absalão (2 Sm 13.28,29). Absalão foi morto por ter-se rebelado contra o pai (2 Sm 18.9-17). Mais tarde, Adonias também seria morto à espada (1 rs 2.24,25). Lembremos que Davi sentenciou que o homem da parábola, que tomou a ovelha do outro deveria pagar quatro vezes mais (2 Sm 12.6).
“Assim diz o Senhor: Eu suscitarei da tua própria casa o mal sobre ti, e tomarei tuas mulheres perante os teus olhos, e as darei ao teu próximo, o qual se deitará com elas a plena luz do dia. Tu o fizeste em oculto, mas eu farei este negócio perante todo o Israel, a plena luz do dia” (2 Sm 12.11,12). Para começar, Davi teve uma de suas filhas estuprada por um de seus irmãos (2 Sm 13.10-15). Depois Absalão, seu próprio filho, usurpou-lhe o reino e abusou sexualmente de suas mulheres em plena praça pública (2 Sm 15.1ss).
2) Conseqüências emocionais. Davi era um homem de alma despedaçada. As vergonhas, humilhações e execrações (2 Sm 16.5-8) por que passou o rei de Israel não encontram pares na Bíblia. As desgraças que se abateram sobe ele envolveram rompimento de antigas amizades (2 Sm 23.34), vexações familiares, desagregação do seu reino, deslealdade de seus súditos e perda de autoridade. Era um homem com feridas profundas na alma e sulcos profundos sobre as suas costas (Salmo 129). Seus salmos retratam com nítidas cores seus infortúnios (ver os salmos 6, 13, 22, 25, 38, 40, 41). A idade em que morreu - cerca de setenta anos (cp 2 Sm 5.4 e 1 Rs 2.10) - debilitado como estava, talvez tenha muito a ver com as angústias e frustrações de sua alma. Todavia, convém salientar, todas as sua feridas o impeliram para cima de Deus e o levaram a aprofundar suas experiências com Ele. Como já foi dito, o pecado cobra seu preço.
3) Conseqüências espirituais e físicas. No tocante aos efeitos espirituais e físicos, é muito.
Não há dúvida de que os maiores efeitos do pecado de Davi estão na esfera espiritual. O pecado parece doce, inofensivo e natural, no entanto, suas conseqüências são amargas. Paulo, o apóstolo, adverte em sua primeira carta aos coríntios: “Por causa disso [do pecado], há entre vós muitos fracos e doentes e muitos que dormem” (1 Co 11.30). Em outras palavras, aquilo que é espiritual num primeiro plano, tem conseqüências físicas em segundo. Os especialistas advertem que há muitas doenças psicossomáticas, isto é, doenças da alma ou de origem psicológica que afetam o corpo físico. A Bíblia nos
mostra que há também doenças de origem espiritual. A Palavra de Deus adverte: “Confessai as vossas culpas uns aos outros e orai uns pelos outros, para que sareis ; a oração feita por um justo pode muito em seus efeitos (Tg 5.16). Davi pôs em prática isso e clamou ao Senhor: “[...] Tem piedade de mim; sara a minha alma, porque pequei contra ti” (Sl 41.4).
CONCLUSÃO
“Depois de algum tempo você descobre que se leva anos para se construir confiança e apenas segundos para destruí-la, e que você pode fazer coisas em um instante, das quais se arrependerá pelo resto da vida.” Esta frase de Willian Shakespeare é um verdadeiro tratado sobre a condição humana. Ela resume bem este episódio triste da vida de Davi. A sua decisão por ceder à tentação, quando deveria ter resistido, deixaria manchas irremovíveis em sua historia de vida. Mas não é só isso. Sua história com Bate-Seba nos mostra que até os mais piedosos dos homens, se não forem cuidadosos, são capazes de cometer os piores pecados; mostra que as conseqüências de nossos atos são inevitáveis; mas também mostra que, por mais profundo que seja o lamaçal em que o pecador esteja mergulhado, o perdão de Deus pode alcançá-lo...

Apóstolo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciência da Religião Dr. Edson Cavalcante.

sexta-feira, 29 de abril de 2016

LIVROS APÓCRIFOS SÃO CONFIÁVEIS, OBVIO QUE NÃO, DISSE JESUS: CONHECEREIS A VERDADE E A VERDADE VOS LIBERTARÁ...

LIVROS APÓCRIFOS SÃO CONFIÁVEIS, OBVIO QUE NÃO, DISSE JESUS: CONHECEREIS A VERDADE E A VERDADE VOS LIBERTARÁ...
Os Apócrifos (a diferença entre as Bíblias):
Na Constituição Dogmática sobre Revelação Divina, o Concílio Vaticano II, no capítulo sobre Escritura Sagrada na Vida da Igreja, declarou que "Ela (a igreja) sempre considerou as Escrituras junto com a tradição sagrada como a regra suprema de fé, e sempre as considerará assim".

Da declaração anterior, nós, os cristãos evangélicos, rejeitamos, desde logo, a tradição sagrada como regra de fé. Ficamos, pois, em terreno comum com os católicos romanos no que diz respeito às Escrituras. No entanto, nisto também existe uma diferença de suma importância. Isto tem relação com os livros do cânon do Velho Testamento. No livro Consultas dei Clero, parágrafo 207, se transcreve assim o decreto emitido pelo Concilio de Trento sobre as Sagradas Escrituras: "Se alguém não receber como sagrados e canônicos estes livros inteiros, com todas as suas partes, tal como se encontram na Antiga Versão Vulgata, seja anátema."

Seguindo a mesma posição doutrinária, o Concilio Vaticano II, no capítulo sobre "A inspiração Divina e a Interpretação da Escritura Sagrada", se pronunciou da seguinte maneira: "Aquelas realidades divinamente reveladas, contidas e apresentadas na Escritura Sagrada, foram reduzidas à escritura sob a inspiração do Espírito Santo. A Santa Madre Igreja, descansando sobre a crença dos apóstolos, sustenta que os livros, tanto do Velho como do Novo Testamento, em sua totalidade, com todas as suas partes, são sagrados e canônicos, porque, havendo sido escritos sob a inspiração do Espírito Santo, têm a Deus como seu autor e foram transmitidos Como tais à igreja mesma." Mas, quando a Igreja Católica Romana se refere ao cânon do Velho Testamento, ela inclui uma série de livros que os protestantes chamam de "Apócrifos" mas os católicos de "Deuterocanônicos", os quais não aparecem nas versões evangélicas e hebraica da Bíblia. O resultado disto foi que na opinião popular dos católicos existem duas Bíblias: uma católica e a outra protestante. Mas semelhante asseveração não é certa. Só existe uma Bíblia, uma Palavra (escrita) de Deus.

Em suas línguas originais (o hebraico e o grego), a Bíblia é uma só e igual para todos. O que nem sempre é igual são as versões ou traduções dela aos diferentes idiomas. Neste estudo iremos mostrar porque nós, cristãos evangélicos, não aceitamos os chamados, "Livros Apócrifos", e consequentemente rejeitamos com provas sobejas, as alegações romanistas de que tais livros possuem canonicidade e inspiração divina.

Apócrifos: O Que Significa [este nome]?
Na realidade, os sentidos da palavra "apocrypha" refletem o problema que se manifesta nas duas concepções de sua canonicidade. No grego clássico, a palavra apocrypha significava "oculto" ou "difícil de entender". Posteriormente, tomou o sentido de "esotérico" ou algo que só os iniciados podem entender; não os de fora. Na época de Irineu e de Jerônimo (séculos III e IV), o termo apocrypha veio a ser aplicado aos livros não-canônicos do Antigo Testamento, mesmo aos que foram classificados previamente como "pseudepígrafos". Desde a era da Reforma, essa palavra tem sido usada para denotar os escritos judaicos não-canônicos originários do período intertestamentário. A questão diante de nós é a seguinte: verificar se os livros eram escondidos a fim de ser preservados, porque sua mensagem era profunda e espiritual ou porque eram espúrios e de confiabilidade duvidosa.

Natureza e número dos apócrifos do Antigo Testamento
Há quinze livros chamados apócrifos (catorze se a Epístola de Jeremias se unir a Baruque, como ocorre nas versões católicas de Douai). Com exceção de II Esdras, esses livros preenchem a lacuna existente entre Malaquias e Mateus e compreendem especificamente dois ou três séculos antes de Cristo.

Significado da palavra CÂNON e CANÔNICO CÂNON - (de origem semítica, na língua hebraica "qãneh" em Ez 40.3; e no grego: "kanón" em Gl 6.16"), tem sido traduzido em nossas versões em português como, "regra", "norma".
Significado literal: vara ou instrumento de medir.
Significado figurado: Regra ou critérios que comprovam a autenticidade e inspiração dos livros bíblicos; Lista dos Escritos Sagrados; Sinônimo de ESCRITURAS - como a regra de fé e ação investida de autoridade divina. Outros significados: Credo formulado (a doutrina da Igreja em Geral); Regras eclesiásticas (lista ou série de procedimentos) CANÔNICO - Que está de acordo com o cânon. Em relação aos 66 livros da Bíblia hebraica e evangélica.

Significado da palavra PSEUDOEPÍGRAFO - Literalmente significa "escritos falsos" - Os apócrifos não são necessariamente escritos falsos, mas, sim não canônicos, embora, também contenham ensinos errados ou hereges.


Diferenças entre as Bíblias Hebraicas, Protestantes e Católicas:
Diferenças Básicas:
1. Bíblia Hebraica - [a Bíblia dos judeus]
a) Contém somente os 39 livros do V.T.
b) Rejeita os 27 do N.T. como inspirado, assim como rejeitou Cristo.
c) Não aceita os livros apócrifos incluídos na Vulgata [versão Católico Romana)
2. Bíblia Protestante
a) Aceita os 39 livros do V.T. e também os 27 do N.T.
b) Rejeita os livros apócrifos incluídos na Vulgata, como não canônicos
3. Bíblia Católica
a) Contém os 39 livros do V.T. e os 27 do N.T.
b) Inclui na versão Vulgata, os livros apócrifos ou não canônicos que são: Tobias, Judite, Sabedoria, Eclesiástico,Baruque, 1º e 2º de Macabeus, seis capítulos e dez versículos acrescentados no livro de Ester e dois capítulos de Daniel.

A seguir a lista dos que se encontravam na Septuaginta:
LIVROS APÓCRIFOS DA SEPTUAGINTA
1. III Esdras
2. IV Esdras
3. Oração de Azarias
4. Tobias
5. Adições a Ester
6. A Sabedoria de Salomão
7. Eclesiástico (Também chamado de Sabedoria de Jesus, filho de Siraque)
8. Baruque
9. A Carta de Jeremias
10. Os acréscimos de Daniel
11. A Oração de Manassés
12. I Macabeus
13. II Macabeus
14. Judite


Como os Apócrifos foram aprovados
A Igreja Romana aprovou os apócrifos em 8 de Abril de 1546 como meio de combater a Reforma protestante. Nessa época os protestantes combatiam violentamente as doutrinas romanistas do purgatório, oração pelos mortos, salvação pelas obras, etc. Os romanistas viam nos apócrifos base para tais doutrinas, e apelaram para eles aprovando-os como canônicos.

Houve prós e contras dentro dessa própria igreja, como também depois. Nesse tempo os jesuítas exerciam muita influência no clero. Os debates sobre os apócrifos motivaram ataques dos dominicanos contra os franciscanos. O biblista católico John L. Mackenzie em seu "Dicionário Bíblico" sob o verbete, Cânone, comenta que no Concílio de Trento houve várias "controvérsias notadamente candentes" sobre a aprovação dos apócrifos. Mas o cardeal Pallavacini, em sua "História Eclesiástica" declara mais nitidamente que em pleno Concílio, 40 bispos dos 49 presentes travaram luta corporal, agarrado às barbas e batinas uns dos outros...

Foi nesse ambiente "ESPIRITUAL", que os apócrifos foram aprovados. A primeira edição da Bíblia católico-romana com os apócrifos deu-se em 1592, com autorização do papa Clemente VIII. Os Reformadores protestantes publicaram a Bíblia com os apócrifos, colocando-os entre o Antigo e Novo Testamentos, não como livros inspirados, mas bons para a leitura e de valor literário histórico. Isto continuou até 1629.

A famosa versão inglesa King James (Versão do Rei Tiago) de 1611 ainda os trouxe. Porém, após 1629 as igrejas reformadas excluíram totalmente os apócrifos das suas edições da Bíblia, e, "induziram a Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira, sob pressão do puritanismo escocês, a declarar que não editaria Bíblias que tivessem os apócrifos, e de não colaborar com outras sociedades que incluíssem esses livros em suas edições." Melhor assim, tendo em vista evitar confusão entre o povo simples, que nem sempre sabe discernir entre um livro canônico e um apócrifo e também pelo fato do que aconteceu com a Vulgata! Melhor editá-los separadamente.



Por que Rejeitamos os Apócrifos?
Há várias razões porque os protestantes rejeitam os Apócrifos. Eis algumas delas:

1. Porque com o livro de Malaquias o Cânon Bíblico havia se encerrado
Depois de aproximadamente 435 a.C não houve mais acréscimos ao cânon do Antigo Testamento. A história do povo judeu foi registrada em outros escritos, tais como os livros dos Macabeus, mas eles não foram considerados dignos de inclusão na coleção das palavras de Deus que vinham dos anos anteriores.
Quando nos voltamos para a literatura judaica fora do Antigo Testamento percebemos que a crença de que haviam cessado as palavras divinamente autorizadas da parte de Deus é atestada de modo claro em várias vertentes da literatura extrabíblica.

· 1 Macabeus: (cerca de 100 a.c.), o autor escreve sobreo altar: "Demoliram-no, pois, e depuseram as pedras sobre o monte da Morada conveniente, à espera de que viesse algum profeta e se pronunciasse a respeito" (l Mac 4.45-46). Aparentemente, eles não conheciam ninguém que poderia falar com a autoridade de Deus como os profetas do Antigo Testamento haviam feito. A lembrança de um profeta credenciado no meio do povo pertencia ao passado distante, pois o autor podia falar de um grande sofrimento, "qual não tinha havido desde o dia em que não mais aparecera um profeta no meio deles" (l Mac 9.27; 14.41).

· Josefo: (nascido em c. 37/38 d.C.) explicou: "Desde Artaxerxes até os nossos dias foi escrita uma história completa, mas não foi julgada digna de crédito igual ao dos registros mais antigos, devido à falta de sucessão exata dos profetas" (Contra Apião 1:41) Essa declaração do maior historiador judeu do primeiro século cristão mostra que os escritos que agora fazem parte dos "apócrifos", mas que ele (e muitos dos seus contemporâneos) não os consideravam dignos "de crédito igual" ao das obras agora conhecida por nós como Escrituras do Antigo Testamento. Segundo o ponto de vista de Josefo, nenhuma "palavra de Deus" foi acrescentada às Escrituras após cerca de 435 a.c. · A literatura rabínica: reflete convicção semelhante em sua freqüente declaração de que o Espírito Santo (em sua função de inspirador de profecias) havia se afastado de Israel "Após a morte dos últimos profetas, Ageu, Zacarias e Malaquias, o Espírito Santo afastou-se de Israel, mas eles ainda se beneficiavam do bath qôl" (Talmude Babilônico, Yomah 9b repetido em Sota 48b, Sanhedrín 11 a, e Midrash Rabbah sobre o Cântico dos Cânticos, 8.9.3).

· A comunidade de Qumran: (seita judaica que nos legou os Manuscritos do Mar Morto) também esperava um profeta cujas palavras teriam autoridade para substituir qualquer regulamento existente (veja 1QS 9.11), e outras declarações semelhantes são encontradas em outros trechos da literatura judaica antiga (veja II Baruc 85.3 Oração de Azarias 15). Assim, escritos posteriores a cerca de 435 a.C. em geral não eram aceitos pelo povo judeu como obras dotadas de autoridade igual à do restante das Escrituras.

· O Novo Testamento: não temos nenhum registro de alguma controvérsia entre Jesus e os judeus sobre a extensão do cânon. Ao que parece,Jesus e seus discípu1os de um lado e os líderes judeus ou o povo judeu, de outro, estavam plenamente de acordo em que acréscimos ao cânon do Antigo Testamento tinham cessado após os dias De Esdras, Neemias, Ester, Ageu, Zacarias e Malaquias. Esse fato é confirmado pelas citações do Antigo Testamento feitas por Jesus e pelos autores do Novo Testamento. Segundo uma contagem,Jesus e os autores do Novo Testamento citam mais de 295 vezes, várias partes das Escrituras do Antigo Testamento como palavras autorizadas por Deus, mas nem uma vez sequer citam alguma declaração extraída dos livros apócrifos ou qualquer outro escrito como se tivessem autoridade divina. A ausência completa de referência à outra literatura como palavra autorizada por Deus e as referências muito freqüentes a centenas de passagens no Antigo Testamento como dotadas de autoridade divina confirmam com grande força o fato de que os autores do Novo Testamento concordavam em que o cânon estabelecido do Antigo Testamento, nada mais nada menos, devia ser aceito como a verdadeira palavra de Deus

2. Porque a inclusão dos apócrifos foi acidental.
A conquista da Palestina por Alexandre, o Grande, ocasionou uma nova dispersão dos judeus por todo o império greco-macedônico. Pelo ano 300 antes de Cristo, a colônia de judeus na cidade de Alexandria, Egito, era numerosa, forte e fluente. Morrendo Alexandre, seu domínio dividiu-se em quatro remos, ficando o Egito sob a dinastia dos Ptolomeus.

O segundo deles, Ptolomeu Filadelfo, foi grande amante das letras e preocupou-se com enriquecer a famosa biblioteca que seu pai havia fundado. Com este objetivo, muitos livros foram traduzidos para o grego. Naturalmente, as Escrituras Sagradas do povo hebreu foram levadas em conta, apreciando-se também a grande importância que teria a tradução da Bíblia de seus antepassados da Palestina para os judeus cuja língua vernácula era o grego. Segundo um relato de Josefo, Sumo Sacerdote de Jerusalém Eleazar enviou, a pedido de Ptolomeu Filadelfo, uma embaixada de 72 tradutores a Alexandria, com um valioso manuscrito do Velho Testamento, do qual traduziram o Pentateuco. A tradução continuou depois, não se completando senão no ano 150 antes de Cristo. Esta tradução, que se conhece com o nome de Septuaginta ou Versão dos Setenta (por terem sido 70, em número redondo, seus tradutores), foi aceita pelo Sinédrio judaico de Alexandria; mas, não havendo tanto zelo ali como na Palestina e devido às tendências helenistas contemporâneas, os tradutores alexandrinos fizeram adições e alterações e, finalmente, sete dos Livros Apócrifos foram acrescentados ao texto grego como Apêndice do Velho Testamento. Os estudiosos acham que foram unidos à Bíblia, por serem guardados juntamente com os rolos de livros canônicos, e quando foram iniciados os Códices, isto é , a escrituração da Bíblia inteira em um só volume, alguns escribas copiaram certos rolos apócrifos juntamente com os rolos canônicos. Todos estes livros, com exceção de Judite, Eclesiástico, Baruque e 1 Macabeus, estavam escritos em grego, e a maioria deles foi escrita muitíssimos anos depois de o profeta Malaquias, o último dos profetas da Dispensação antiga, escrever o livro que leva o seu nome. O que se pode concluir daí é que, quando a Septuaginta era copiada, alguns livros não canônicos para os judeus eram também copiados. Isso também poderia ter ocorrido por ignorância quanto aos livros verdadeiramente canônicos.

Pessoas não afeiçoadas ao judaísmo ou mesmo desinteressadas em distinguir livros canônicos dos não canônicos tinham por igual valor todos os livros, fossem eles originalmente recebidos como sagrados pelos judeus ou não. Mesmo aqueles que não tinham os demais livros judaicos como canônicos certamente também copiavam estes livros, não por considerá-los sagrados, mas apenas para serem lidos. Por que não copiar livros tão antigos e interessantes? Estes livros, entretanto, têm a importância de refletir o estado do povo judeu e o caráter de sua vida intelectual e religiosa durante as várias épocas que representam, particularmente, a do período chamado intertestamentário (entre Malaquias e João Batista, de 400 anos); é, talvez, por estas razões que os tradutores os juntaram ao texto grego da Bíblia, mas os judeus da Palestina nunca os aceitaram no cânon de seus livros sagrados

3. Testemunhas contra os apócrifos
Traremos agora o depoimento de várias personagens históricas que depõe contra a lista canônica "Alexandrina", como consta na Septuaginta, Vulgata e em todas as versões das Bíblias católicas existentes. Pelo peso de autoridade que representam esses vultos, são provas mais do que suficientes e esmagadoras contra a inclusão dos Apócrifos no Cânon bíblico. Vejamos:

JOSEFO: A referência mais antiga ao cânon hebraico é do historiador judeu Josefo (37-95 AC). Em Contra Apionem ele escreve: "Não temos dezenas de milhares de livros, em desarmonia e conflitos, mas só vinte e dois, contendo o registro de toda a história, os quais, conforme se crê, com justiça, são divinos." Depois de referir-se aos cinco livros de Moisés, aos treze livros dos profetas, e aos demais escritos (os quais "incluem hinos a Deus e conselhos pelos quais os homens podem pautar suas vidas"), ele continua afirmando: "Desde Artaxerxes (sucessor de Xerxes) até nossos dias, tudo tem sido registrado, mas não tem sido considerado digno de tanto crédito quanto aquilo que precedeu a esta época, visto que a sucessão dos profetas cessou. Mas a fé que depositamos em nossos próprios escritos é percebida através de nossa conduta; pois, apesar de ter-se passado tanto tempo, ninguém jamais ousou acrescentar coisa alguma a eles, nem tirar deles coisa alguma, nem alterar neles qualquer coisa que seja" Josefo é suficientemente claro. Como historiador judeu, ele é fonte fidedigna. Eram apenas vinte e dois os livros do cânon hebraico agrupados nas três divisões do cânon massorético. E desde a época de Malaquias (Artaxerxes, 464-424) até a sua época nada se lhe havia sido acrescentado. Outros livros foram escritos, mas não eram considerados canônicos, com a autoridade divina dos vinte e dois livros mencionados.

ORÍGENES: No terceiro século d.C, Orígenes (que morreu em 254) deixou um catálogo de vinte e dois livros do Antigo Testamento que foi preservado na História Eclesiástica de Eusébio, VI: 25. Inclui a mesma lista do cânone de vinte e dois livros de Josefo (e do Texto Massorético) inclusive Ester, mas nenhum dos apócrifos é declarado canônico, e se diz explicitamente que os livros de Macabeus estão "fora desses [livros canônicos]"

TERTULIANO: Aproximadamente contemporâneo de Orígenes era Tertuliano. (160-250 dc) o primeiro dos País Latinos cujas obras ainda existem. Declara que os livros canônicos são vinte e quatro.

HILÁRIO: Hilário de Poitiers (305-366) os menciona como sendo vinte e dois.

ATANÁSIO: De modo semelhante, em 367 d.C., o grande líder da igreja, Atanásio, bispo de Alexandria, escreveu sua Carta Pascal e alistou todos os livros do nosso atual cânon do Novo Testamento e do Antigo Testamento, exceto Éster. Mencionou também alguns livros dos apócrifos, tais como a Sabedoria de Salomão, a Sabedoria de Sirac, Judite e Tobias, e disse que esses "não são na realidade incluídos no cânon, mas indicados pelos Pais para serem lidos por aqueles que recentemente se uniram a nós e que desejam instrução na palavra de bondade".

JERONIMO: Jerônimo (340-420.dc.) propugnou, no Prologus Galeatus. A citação pertinente de Prologus Galeatus é a seguinte: "Este prólogo, como vanguarda (principium) com capacete das Escrituras, pode ser aplicado a todos os Livros que traduzimos do Hebraico para o Latim, de tal maneira que possamos saber que tudo quanto é separado destes deve ser colocado entre os Apócrifos. Portanto, a sabedoria comumente chamada de Salomão, o livro de Jesus, filho de Siraque, e Judite e Tobias e o Pastor (supõe-se que seja o Pastor de Hermas), não fazem parte do cânon. Descobri o Primeiro Livro de Macabeus em Hebraico; o Segundo foi escrito em Grego, conforme testifica sua própria linguagem".

Jerônimo, no seu prefácio aos Livros de Salomão, menciona ter descoberto Eclesiástico em Hebraico, mas declara em sua; convicção que a Sabedoria de Salomão teria sido originalmente composta em Grego e não em Hebraico, por demonstrar uma eloqüência tipicamente helenística. "E assim", continua ele, "da mesma maneira pela qual a igreja lê Judite e Tobias e Macabeus (no culto público) mas não os recebe entre as Escrituras canônicas, assim também sejam estes dois livros úteis para a edificação do povo, mas não para estabelecer as doutrinas da Igreja"). E noutros trechos, prima pelo reconhecimento de apenas os vinte e dois livros contidos no hebraico, e a relegação dos livros apócrifos a uma posição secundária. Assim, no seu Comentário de Daniel, lançou dúvidas quanto à canonicidade da história de Suzana, baseando-se no fato que o jogo de palavras atribuído a Daniel na narrativa, só podia ser derivado do grego e não do hebraico (inferência: a história foi originalmente composta em grego). Do mesmo modo, em conexão com a história de Bel e a do Dragão, declara; "a objeção se soluciona facilmente ao asseverar que esta história especifica não está incluída no texto hebraico do livro de Daniel. Se, porém, alguém fosse comprovar que pertence ao cânone, seríamos obrigados a buscar uma outra resposta a esta objeção"

MELITO: A mais antiga lista cristã dos livros do Antigo Testamento que existe hoje é a de Melito, bispo de Sardes, que escreveu em cerca de 170 d.C. "Quando cheguei ao Oriente e encontrei-me no lugar em que essas coisas foram proclamadas e feitas, e conheci com precisão os livros do Antigo Testamento, avaliei os fatos e os enviei a ti. São estes os seus nomes: cinco livros de Moisés, Gênesis, Êxodo, Números, Levítico, Deuteronômio,Josué, filho de Num, Juizes, Rute, quatro livros dos Remos,'0 dois livros de Crônicas, os Salmos de Davi, os Provérbios de Salomão e sua Sabedoria," Eclesiastes, o Cântico dos Cânticos,Jó, os profetas Isaías,Jeremias, os Doze num único livro, Daniel, Ezequiel, Esdras."

É digno de nota que Melito não menciona aqui nenhum livro dos apócrifos, mas inclui todos os nossos atuais livros do Antigo Testamento, exceto Éster. Mas as autoridades católicas passam por cima de todos esses testemunhos para manter, em sua teimosia, os Apócrifos!

4. A Heresia dos Apócrifos
Uma das grandes razões, talvez a principal delas, porque nós evangélicos rejeitamos os Apócrifos, é devido a grande quantidade de heresias que tais livros apresentam. Fora isso, existem também lendas absurdas e fictícias e graves erros históricos e geográficos, o que fazem os Apócrifos serem desqualificados como palavra de Deus. A seguir daremos um resumo de cada livro e logo a seguir mostraremos seus graves
erros.

RESUMO:
TOBIAS - (200 a.C.) - É uma história novelística sobre a bondade de Tobiel (pai de Tobias) e alguns milagres preparados pelo anjo Rafael.
Apresenta:
· justificação pelas obras - 4:7-11; 12:8
· mediação dos Santos - 12:12
· superstições - 6:5, 7-9, 19
· um anjo engana Tobias e o ensina a mentir 5:16 a 19

JUDITE - (150 a.C.) É a História de uma heroína viúva e formosa que salva sua cidade enganando um general inimigo e decapitando-o. grande heresia é a própria história onde os fins justificam os meios.

BARUQUE - (100 a.D.) - Apresenta-se como sendo escrito por Baruque, o cronista do profeta Jeremias, numa exortação aos judeus quando da destruição de Jerusalém. Porém, é de data muito posterior, quando da segunda destruição de Jerusalém, no pós-Cristo. Traz entre outras coisas, a intercessão pelos mortos - 3:4.

ECLESIÁSTICO - (180 a.C.) - É muito semelhante ao livro de Provérbios, não fosse as tantas heresias:
· justificação pelas obras - 3:33,34
· trato cruel aos escravos - 33:26 e 30; 42:1 e 5
· incentiva o ódio aos Samaritanos - 50:27 e 28

SABEDORIA DE SALOMAO - (40 a.D.) - Livro escrito com finalidade exclusiva de lutar contra a incredulidade e idolatria do epicurismo (filosofia grega na era Cristã).
Apresenta:
· o corpo como prisão da alma - 9:15
· doutrina estranha sobre a origem e o destino da alma 8:19 e 20
· salvação pela sabedoria - 9:19

1 MACABEUS - (100 a.C.) - Descreve a história de 3 irmãos da família "Macabeus", que no chamado período ínterbíblico (400 a.C. 3 a.D) lutam contra inimigos dos judeus visando a preservação do seu povo e terra.

II MACABEUS - (100 a.C.) - Não é a continuação do 1 Macabeus, mas um relato paralelo, cheio de lendas e prodígios de Judas Macabeu.
Apresenta:
· a oração pelos mortos - 12:44 - 46
· culto e missa pelos mortos - 12:43
· o próprio autor não se julga inspirado -15:38-40; 2:25-27
· intercessão pelos Santos - 7:28 e 15:14

ADIÇÕES A DANIEL:
capítulo 13 - A história de Suzana - segundo esta lenda Daniel salva Suzana num julgamento fictício baseado em falsos testemunhos.
capítulo 14 - Bel e o Dragão - Contém histórias sobre a necessidade da idolatria.
capítulo 3:24-90 - o cântico dos 3 jovens na fornalha.

5. Lendas, Erros e Heresias
5.1. Histórias fictícias, lendárias e absurdas Tobias 6.1-4 - "Partiu, pois, Tobias, e o cão o seguiu, e parou na primeira pousada junto ao rio Tigre. E saiu a lavar os pés, e eis que saiu da água um peixe monstruoso para o devorar. À sua vista, Tobias, espavorido, clamou em alta voz, dizendo: Senhor, ele lançou-se a mim. E o anjo disse disse-lhe: Pega-lhe pelas guerras, e puxa-o para ti. Tendo assim feito, puxou-o para terra, e o começou a palpitar a seus pés .

5.2. Erros Históricos e Geográficos Os Apócrifos solapam a doutrina da inerrância porque esses livros incluem erros históricos e de outra natureza. Assim, se os Apócrifos são considerados parte das Escrituras, isso identifica erros na Palavra de Deus. Esses livros contêm erros históricos, geográficos e cronológicos, além de doutrinas obviamente heréticas; eles até aconselham atos imorais (Judite 9.1O,13). Os erros dos Apócrifos são freqüentemente apontados em obras de autoridade reconhecida. Por exemplo:

O erudito bíblico DL René Paehe comenta: "Exceto no caso de determinada informação histórica interessante (especialmente em 1. Macabeus) e alguns belos pensamentos morais (por exemplo Sabedoria de Salomão), Tobias... contém certos erros históricos e geográficos, tais como a suposição de que Senaqueribe era filho de Salmaneser (1 .15) em vez de Sargão II, e que Nínive foi tomado por Nabucodonosor e por Assuero (14.15) em vez de Nabopolassar e por Ciáxares... Judite não pode ser histórico porque contém erros evidentes... [Em 2 Macabeus] há também numerosas desordens e discrepâncias em assuntos cronológicos, históricos e numéricos, os quais refletem ignorância ou confusão.HERESIAS

5.3. Ensinam Artes Mágicas ou de Feitiçaria como método de exorcismo:
a) Tobias 6.5-9 - "Então disse o anjo: Tira as entranhas a esse peixe, e guarda, porque estas coisas te serão úteis. Feito isto, assou Tobias parte de sua carne, e levaram-na consigo para o caminho; salgaram o resto, para que lhes bastassem até chegassem a Ragés, cidade dos Medos. Então Tobias perguntou ao anjo e disse-lhe: Irmão Azarias, suplico-lhe que me digas de que remédio servirão estas partes do peixe, que tu me mandaste guardar: E o anjo, respondendo, disse-lhe: Se tu puseres um pedacinho do seu coração sobre brasas acesas , o seu fumo afugenta toda a casta de demônios, tanto do homem como da mulher, de sorte que não tornam mais a chegar a eles. E o fel é bom para untar os olhos que têm algumas névoas, e sararão"
b) Este ensino que o coração de um peixe tem o poder para expulsar toda espécie de demônios contradiz tudo o que a Bíblia diz sobre como enfrentar o demônio.
c) Deus jamais iria mandar um anjo seu, ensinar a um servo seu, como usar os métodos da macumba e da bruxaria para expulsar demônios.
d) Satanás não pode ser expelido pelos métodos enganosos da feitiçaria e bruxaria, e de fato ele não tem interesse nenhum em expelir demônios (Mt 12.26).
e) Um dos sinais apostólicos era a expulsão de demônios, e a única coisas que tiveram de usar foi o nome de Jesus (Mc 16.17; At 16.18)

5.4. Ensinam que Esmolas e Boas Obras - Limpam os Pecados e Salvam a Alma
a) Tobias 12.8, 9 - "É boa a oração acompanhada do jejum, dar esmola vale mais do que juntar tesouros de ouro; porque a esmola livra da morte (eterna), e é a que apaga os pecados, e faz encontrar a misericórdia e a vida eterna". Eclesiástico 3.33 - "A água apaga o fogo ardente, e a esmola resiste aos pecados"
b) Este é o primeiro ensino de Satanás, o mais terrível, e se encontrar basicamente em todas a seitas heréticas.
c) A Salvação por obras, destrói todo o valor da obra vicária de Cristo em favor do pecador. Se caridade e boas obras limpam nossos pecados, nós não precisamos do sangue de Cristo. Porém, a Bíblia não deixa dúvidas quanto o valor exclusivo do sangue como um único meio de remissão e perdão de pecados:
- Hb 9:11, 12, 22 - "Mas Cristo... por seu próprio sangue, entrou uma vez por todas no santo lugar, havendo obtido uma eterna redenção ...sem derramamento de sangue não há remissão."
- I Pe 1:18, 19 - "sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver, que por tradição recebestes dos vossos pais, mas com precioso sangue, como de um cordeiro sem defeito e sem mancha, o sangue de Cristo,"
d) Contradiz Bíblia toda. Ela declara que somente pela graça de Deus e o sangue de Cristo o homem pode alcançar justificação e completa redenção: - Romanos 3.20, 24, 24 e 29 - "Ninguém será justificado diante dele pelas obras da lei.. sendo justificados gratuitamente por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus. A quem Deus propôs no seu sangue.... Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé, independentemente das obras da lei".

5.5. Ensinam o Perdão dos pecados através das orações
a) Eclesiástico 3.4 - "O que ama a Deus implorará o perdão dos seus pecados, e se absterá de tornar a cair neles, e será ouvido na sua oração de todos os dias".
b) O perdão dos pecados não está baseado na oração que se faz pedindo o perdão, não é fé na oração, e sim fé naquele que perdoa o pecado, a oração por si só, é uma boa obra que a ninguém pode salvar. Somente a oração de confissão e arrependimento baseadas na fé no sacrifício vicário de Cristo traz o perdão (Pv. 28.13; I Jo 1.9; I Jo 2.1,2)

5.6. Ensinam a Oração Pelos Mortos
a) 2 Macabeus 12:43-46 - "e tendo feito uma coleta, mandou 12 mil dracmas de prata a Jerusalém, para serem oferecidas em sacrifícios pelos pecados dos mortos, sentindo bem e religiosamente a ressurreição, (porque, se ele não esperasse que os que tinham sido mortos, haviam um dia de ressuscitar, teria por uma coisa supérflua e vã orar pelos defuntos); e porque ele considerava que aos que tinham falecido na piedade estava reservada uma grandíssima misericórdia. É, pois, um santo e salutar pensamento orar pelos mortos, para que sejam livres dos seus pecados".
b) É neste texto falso, de um livro não canônico, que contradiz toda a Bíblia, que a Igreja Católica Romana baseia sua falta e herege doutrina do purgatório.
c) Este é novamente um ensino Satânico para desviar o homem da redenção exclusiva pelo sangue de Cristo, e não por orações que livram as almas do fogo de um lugar inventado pela mente doentia e apostata dos teólogos católicos romanos.
d) Após a morte o destino de todos os homens é selado, uns para perdição eterna e outros para a Salvação eterna - não existe meio de mudar o destinos de alguém após a sua morte. Veja Mt. 7:13,13; Lc 16.26

5.7. Ensinam a Existência de um Lugar Chamado PURGATÓRIO
a) Este é o ensino herético e satânico inventado pela Igreja Católica Romana, de que o homem, mesmo morrendo perdido, pode ter uma Segunda chance de Salvação.
b) Sabedoria 3.1-4 - "As almas dos justos estão na mão de Deus, e não os tocará o tormento da morte. Pareceu aos olhos dos insensatos que morriam; e a sua saída deste mundo foi considerada como uma aflição, e a sua separação de nós como um extermínio; mas eles estão em paz (no céu). E, se eles sofreram tormentos diante dos homens, a sua esperança está cheia de imortalidade".
c) A Igreja Católica baseia a doutrina do purgatório na ultima parte deste texto, onde diz: " E, se eles sofreram tormentos diante dos homens, a sua esperança está cheia de imortalidade".
- Eles ensinam que o tormento em que o justo está, é o purgatório que o purifica para entrar na imortalidade. - Isto é uma deturpação do próprio texto do livro apócrifo. De modo, que a igreja Católica é capaz de qualquer desonestidade textual, para manter suas heresias.- Até porque, ganha muito dinheiro com as indulgências e missas rezadas pelos mortos.
d) Leia atentamente as seguinte textos das Escrituras, que mostram a impossibilidade do purgatório : I Jo 1.7; Hb 9.22; Lc 23.40-43; I6: 19-31; I Co 15:55-58; I Ts 4:12-17; Ap 14:13; Ec 12:7; Fp 1:23; Sl 49:7-8; II Tm 2:11-13; At 10:43)

5.8 Nos Livros Apócrifos Os Anjos Mentem
a) Tobias 5.15-19 - "E o anjo disse-lhe: Eu o conduzirei e to reconduzirei. Tobias respondeu: Peço-te que me digas de que família e de tribo és tu? O anjo Rafael disse-lhe: Procuras saber a família do mercenário, ou o mesmo mercenário que vá com teu filho? Mas para que te não ponhas em cuidados, eu sou Azarias, filho do grande Ananias. E Tobias respondeu-lhe: Tu és de uma ilustre família. Mas peço-te que te não ofendas por eu desejar conhecer a tua geração.
c) Um anjo de Deus não poderia mentir sobre a sua identidade, sem violar a própria lei santa de Deus. Todos os anjos de Deus, foram verdadeiros quando lhes foi perguntado a sua identidade. Veja Lc 1.19

5.9. Mulher que Jejuava Todos os Dias de Sua Vida
a) Judite 8:5,6 - "e no andar superior de sua casa tinha feito para si um quarto retirado, no qual se conservava recolhida com as suas criadas, e, trazendo um cilício sobre os seus rins, jejuava todos os dias de sua vida, exceto nos sábados, e nas neomênias, nas festas da casa de Israel"
b) Este texto legendário tem sido usado por romana relacionado com a canonização dos "santos" de idolatria. Em nenhuma parte da Bíblia jejuar todos os dias da vida é sinal de santidade. Cristo jejuou 40 dias e 40 noites e depois não jejuou mais.
c) O livro de Judite é claramente um produção humana, uma lenda inspirada pelo Diabo, para escravizar os homens aos ensinos da igreja Católica Romana.

5.10. Ensinam Atitudes Anticristãs, como: Vingança, Crueldade e Egoísmo
a) VINGANÇA - Judite 9:2
b) CRUELDADE e EGOÍSMO - Eclesiástico 12:6
c) Contraria o que a Bíblia diz sobre:
- Vingança (Rm 12.19, 17)
- Crueldade e Egoísmo ( Pv. 25:21,22; Rm 12:20; Jo 6:5; Mt 6:44-48)
A igreja Católica tenta defender a IMACULADA CONCEIÇÃO baseando em uma deturpação dos apócrifos (Sabedoria 8:9,20) - Contradizendo: Lc. 1.30-35; Sl 51:5; Rm 3:23)

Diante de tudo isso perguntamos: Merecem confiança os livros Apócrifos ?
A resposta óbvia é, NÃO...
Apóstolo. Capelão Juiz. Mestre e Doutor em Ciência da Religião Dr. Edson Cavalcante.



quinta-feira, 28 de abril de 2016

DEUS ABOMINA OS MENTIROSOS...


                                          DEUS ABOMINA OS MENTIROSOS...
DEUS NÃO MENTE
Paulo, servo de Deus e apóstolo de Jesus Cristo, para promover a fé que é dos eleitos de Deus e o pleno conhecimento da verdade segundo a piedade, - na esperança da vida eterna que o Deus que não pode mentir prometeu antes dos tempos eternos.
Tito 1. 1,2 (ara)
Aparentemente, a mentira era algo comum em Creta (1.12). Desde o início Paulo deixou claro que Deus não mente. O fundamento de nossa fé é a confiança no caráter de Deus. Ele é a fonte de toda verdade, não pode mentir. Crer em Deus nos leva a viver um estilo de vida que o honra (1.1). A vida eterna que Deus prometeu será nossa porque Ele mantém suas promessas. Edifique uma fé alicerçada em um Deus fidedigno, que nunca mente.
NÃO MINTAMOS AOS OUTROS
Não mintam uns aos outros, visto que vocês já se despiram do velho homem com suas práticas.
Colossenses 3. 9 (nvi)
Mentir uns aos outros rompe a unidade e destrói a confiança. A mentira destrói os relacionamentos e pode levar a um sério conflito em uma igreja. Então não exagere as estatísticas, não espalhe boatos ou fofocas, nem diga algo a fim de aumentar a sua própria imagem. Comprometa-se em dizer a verdade.
A VERDADE FICARÁ PARA SEMPRE
O lábio de verdade ficará para sempre, mas a língua mentirosa dura só um momento.
Provérbios 12. 19 (arc)
A verdade é sempre oportuna; é aplicável tanto ao presente como ao futuro. Por estar relacionada ao caráter imutável de Deus, também é invariável. Pense por um momento sobre os séculos que se passaram desde que esses provérbios foram escritos. Considere as incontáveis horas que foram cuidadosamente gastas para estudar cada texto das Escrituras. A Bíblia tem resistido à prova do tempo. Pelo fato de Deus ser a verdade, podemos confiar em sua Palavra para nos guiar.
QUEM MENTE ANDA NAS TREVAS
Esta é a mensagem que dEle ouvimos e transmitimos a vocês: Deus é luz; nEle não há treva alguma. - Se afirmarmos que temos comunhão com Ele, mas andamos nas trevas, mentimos e não praticamos a verdade.
1 João 1.5,6 (nvi)
Andar nas trevas significa viver no pecado e nos prazeres mundanos. Tais pessoas não têm “comunhão com Ele”, i.e., não nasceram de Deus (cf. 3.7-9; Jo 3.19; 2 Co 6.14). Aqueles que têm comunhão com Deus experimentam a sua graça e vivem em santidade na sua presença (v.7; 2.4; 3.10).
QUEM É JUSTO NÃO MENTE
O justo aborrece a palavra de mentira, mas o perverso faz vergonha e se desonra.
Provérbios 13. 5 (ara)
O justo prefere sofrer por falar a verdade do que evitar o sofrimento usando de mentira (Dn 3.16-18). Tais pessoas sabem que mentir por hábito é pecar contra o Senhor (12.22), que viver desse modo é excluir-se do reino de Deus (Jo 8.44)
ABANDONEMOS A MENTIRA
Portanto, cada um de vocês deve abandonar a mentira e falar a verdade ao seu próximo, pois todos somos membros de um mesmo corpo.
Efésios 4. 25 (nvi)
A mentira rompe a unidade porque cria conflitos e destrói a confiança. Ela também acaba com os relacionamentos e leva a igreja a um evidente clima de hostilidade e conflito.
OS MENTIROSOS ESTARÃO FORA DO REINO DE DEUS
Ficarão de fora os cães e os feiticeiros, e os que se prostituem, e os homicidas, e os idólatras, e qualquer que ama e comete a mentira.
Apocalipse 22. 15 (arc)
Note como os dois últimos capítulos da Bíblia destacam o caso da mentira. Os praticantes da mentira são mencionados três vezes: (1) todos os mentirosos, “a sua parte será no lago que arde com fogo” (21.8); (2) os que cometem mentira não entrarão na cidade eterna de Deus (21.27); e (3) os que amam e cometem mentira estarão fora do reino eterno de Deus. A mentira é o pecado final condenado na Bíblia, possivelmente porque foi uma mentira que levou à queda da raça humana (Gn 3.1-5; cf. Jo 8.44). Estas palavras solenes devem servir de advertência a todos que, inclusive na igreja, acham que Deus tolera a mentira e o engano...

Apóstolo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciência da Religião Dr. Edson Cavalcante.

quarta-feira, 27 de abril de 2016

ABIGAIL UMA MULHER PRUDENTE...


                                         ABIGAIL UMA MULHER PRUDENTE...
1 SAMUEL 25. 1-35
1 Faleceu Samuel; todos os filhos de Israel se ajuntaram, e o prantearam, e o sepultaram na sua casa, em Ramá. Davi se levantou e desceu ao deserto de Parã.
2 Havia um homem, em Maom, que tinha as suas possessões no Carmelo; homem abastado, tinha três mil ovelhas e mil cabras e estava tosquiando as suas ovelhas no Carmelo. 
3 Nabal era o nome deste homem, e Abigail, o de sua mulher; esta era sensata e formosa, porém o homem era duro e maligno em todo o seu trato. Era ele da casa de Calebe.
4 Ouvindo Davi, no deserto, que Nabal tosquiava as suas ovelhas,
5 enviou dez moços e lhes disse: Subi ao Carmelo, ide a Nabal, perguntai-lhe, em meu nome, como está.
6 Direis àquele próspero: Paz seja contigo, e tenha paz a tua casa, e tudo o que possuis tenha paz! 
7 Tenho ouvido que tens tosquiadores. Os teus pastores estiveram conosco; nenhuns agravos lhes fizeram, e de nenhuma coisa sentiram falta todos os dias que estiveram no Carmelo. 
8 Pergunta aos teus moços, e eles to dirão; achem mercê, pois, os meus moços na tua presença, porque viemos em boa hora; dá, pois, a teus servos e a Davi, teu filho, qualquer coisa que tiveres à mão.
9 Chegando, pois, os moços de Davi e tendo falado a Nabal todas essas palavras em nome de Davi, aguardaram.
10 Respondeu Nabal aos moços de Davi e disse: Quem é Davi, e quem é o filho de Jessé? Muitos são, hoje em dia, os servos que fogem ao seu senhor. 
11 Tomaria eu, pois, o meu pão, e a minha água, e a carne das minhas reses que degolei para os meus tosquiadores e o daria a homens que eu não sei donde vêm? 
12 Então, os moços de Davi puseram-se a caminho, voltaram e, tendo chegado, lhe contaram tudo, segundo todas estas palavras. 
13 Pelo que disse Davi aos seus homens: Cada um cinja a sua espada. E cada um cingiu a sua espada, e também Davi, a sua; subiram após Davi uns quatrocentos homens, e duzentos ficaram com a bagagem. 
14 Nesse meio tempo, um dentre os moços de Nabal o anunciou a Abigail, mulher deste, dizendo: Davi enviou do deserto mensageiros a saudar a nosso senhor; porém este disparatou com eles. 
15 Aqueles homens, porém, nos têm sido muito bons, e nunca fomos agravados por eles e de nenhuma coisa sentimos falta em todos os dias de nosso trato com eles, quando estávamos no campo. 
16 De muro em redor nos serviram, tanto de dia como de noite, todos os dias que estivemos com eles apascentando as ovelhas.
17 Agora, pois, considera e vê o que hás de fazer, porque já o mal está, de fato, determinado contra o nosso senhor e contra toda a sua casa; e ele é filho de Belial, e não há quem lhe possa falar. 
18 Então, Abigail tomou, a toda pressa, duzentos pães, dois odres de vinho, cinco ovelhas preparadas, cinco medidas de trigo tostado, cem cachos de passas e duzentas pastas de figos, e os pôs sobre jumentos, 
19 e disse aos seus moços: Ide adiante de mim, pois vos seguirei de perto. Porém nada disse ela a seu marido Nabal. 
20 Enquanto ela, cavalgando um jumento, descia, encoberta pelo monte, Davi e seus homens também desciam, e ela se encontrou com eles.
21 Ora, Davi dissera: Com efeito, de nada me serviu ter guardado tudo quanto este possui no deserto, e de nada sentiu falta de tudo quanto lhe pertence; ele me pagou mal por bem. 
22 Faça Deus o que lhe aprouver aos inimigos de Davi, se eu deixar, ao amanhecer, um só do sexo masculino dentre os seus. 
23 Vendo, pois, Abigail a Davi, apressou-se, desceu do jumento e prostrou-se sobre o rosto diante de Davi, inclinando-se até à terra. 
24 Lançou-se-lhe aos pés e disse: Ah! Senhor meu, caia a culpa sobre mim; permite falar a tua serva contigo e ouve as palavras da tua serva. 
25 Não se importe o meu senhor com este homem de Belial, a saber, com Nabal; porque o que significa o seu nome ele é. Nabal é o seu nome, e a loucura está com ele; eu, porém, tua serva, não vi os moços de meu senhor, que enviaste. 
26 Agora, pois, meu senhor, tão certo como vive o SENHOR e a tua alma, foste pelo SENHOR impedido de derramar sangue e de vingar-te por tuas próprias mãos. Como Nabal, sejam os teus inimigos e os que procuram fazer mal ao meu senhor. 
27 Este é o presente que trouxe a tua serva a meu senhor; seja ele dado aos moços que seguem ao meu senhor. 
28 Perdoa a transgressão da tua serva; pois, de fato, o SENHOR te fará casa firme, porque pelejas as batalhas do SENHOR, e não se ache mal em ti por todos os teus dias. 
29 Se algum homem se levantar para te perseguir e buscar a tua vida, então, a tua vida será atada no feixe dos que vivem com o SENHOR, teu Deus; porém a vida de teus inimigos, este a arrojará como se a atirasse da cavidade de uma funda. 
30 E há de ser que, usando o SENHOR contigo segundo todo o bem que tem dito a teu respeito e te houver estabelecido príncipe sobre Israel,
31 então, meu senhor, não te será por tropeço, nem por pesar ao coração o sangue que, sem causa, vieres a derramar e o te haveres vingado com as tuas próprias mãos; quando o SENHOR te houver feito o bem, lembrar-te-ás da tua serva. 
32 Então, Davi disse a Abigail: Bendito o SENHOR, Deus de Israel, que, hoje, te enviou ao meu encontro. 
33 Bendita seja a tua prudência, e bendita sejas tu mesma, que hoje me tolheste de derramar sangue e de que por minha própria mão me vingasse. 
34 Porque, tão certo como vive o SENHOR, Deus de Israel, que me impediu de que te fizesse mal, se tu não te apressaras e me não vieras ao encontro, não teria ficado a Nabal, até ao amanhecer, nem um sequer do sexo masculino. 
35 Então, Davi recebeu da mão de Abigail o que esta lhe havia trazido e lhe disse: Sobe em paz à tua casa; bem vês que ouvi a tua petição e a ela atendi.

A MULHER SÁBIA

O texto nos apresenta três personagens centrais:
 Davi, Nabal e Abigail.

Davi era o escolhido de Deus para ser o rei de Israel.
Em 1 SAMUEL 16. 11-13 diz o seguinte:
11 Perguntou Samuel a Jessé: Acabaram-se os teus filhos? Ele respondeu: Ainda falta o mais moço, que está apascentando as ovelhas. Disse, pois, Samuel a Jessé: Manda chamá-lo, pois não nos assentaremos à mesa sem que ele venha. 
12 Então, mandou chamá-lo e fê-lo entrar. Era ele ruivo, de belos olhos e boa aparência. Disse o SENHOR: Levanta-te e unge-o, pois este é ele. 
13 Tomou Samuel o chifre do azeite e o ungiu no meio de seus irmãos; e, daquele dia em diante, o Espírito do SENHOR se apossou de Davi. Então, Samuel se levantou e foi para Ramá.

Davi tinha o Espírito do Senhor! Era o homem segundo o coração de Deus!

Eram tempos difíceis para a nação de Israel. Samuel, o profeta-sacerdote aclamado e respeitado por todo o povo faleceu.

Saul continuava rei de Israel e liderava uma intensa perseguição a Davi.

Davi muda de endereço e fixa residência temporária em outra região, e se torna vizinho de um homem chamado Nabal.

Nabal era próspero, rico, muito bem sucedido, mas era homem duro e maligno em todo o seu trato (1 Sm 25. 3b)

Um dia Davi enviou mensageiros a Nabal para pedir um pouco de alimento para os seus homens.

Nabal, além de não atender o pedido de Davi, disse uma série de desaforos e ainda mandou uma vários recados malcriados para Davi.

Davi ficou furioso e ordenou aos seus homens que cingissem suas espadas e jurou que mataria todas as pessoas do sexo masculino – parentes, empregados, tosquiadores, todos que estivessem na propriedade de Nabal.

Nabal não valia nada! Era homem de belial! Não tinha caráter! Era autoritário e dominador. Mas apesar de ser mau, ele tinha uma esposa maravilhosa, chamada Abigail. E foi esta mulher que o SENHOR usou para evitar uma tragédia.

Diz o texto que Abigail era uma mulher sensata, formosa (1 Sm 25. 3a) e prudente (1 Sm 25. 32-33).

Observe que o texto dá mais ênfase à sabedoria de Abigail do que à sua beleza.
 

A maior virtude de Abigail não era a sua beleza, mas a sua sabedoria.

O texto diz que ela era sensata e prudente. Sensatez e prudência são sinônimos de sabedoria.

Abigail surpreendeu Davi com a sua sabedoria.

QUAL A POSTURA DE UMA MULHER SÁBIA?

1 – A MULHER SÁBIA SILENCIA PARA EVITAR O MAL

1 SAMUEL 25. 18-19
18 Então, Abigail tomou, a toda pressa, duzentos pães, dois odres de vinho, cinco ovelhas preparadas, cinco medidas de trigo tostado, cem cachos de passas e duzentas pastas de figos, e os pôs sobre jumentos,
19 e disse aos seus moços: Ide adiante de mim, pois vos seguirei de perto. Porém nada disse ela a seu marido Nabal.
Quantas vezes, você, mulher, sofreu calada e deixou de contar coisas ao seu marido para evitar algum mal!
 

2 – A MULHER SÁBIA CONFIA EM DEUS.
Ela reconhece que Deus está no controle. Não rouba o crédito que a Deus é devido.
Abigail atribuiu a Deus o sucesso de sua negociação.

1 SAMUEL 25. 26
26 Agora, pois, meu senhor, tão certo como vive o SENHOR e a tua alma, foste pelo SENHOR impedido de derramar sangue e de vingar-te por tuas próprias mãos
Abigail abençoou a Davi. Nós, homens, somos abençoados pelas mulheres!

1 SAMUEL 25. 27-28
27 Este é o presente que trouxe a tua serva a meu senhor; seja ele dado aos moços que seguem ao meu senhor. 
28 Perdoa a transgressão da tua serva; pois, de fato, o SENHOR te fará casa firme, porque pelejas as batalhas do SENHOR, e não se ache mal em ti por todos os teus dias
Quantas vezes, você, mulher, com o coração cheio de amor abençoou o seu marido. Quantas vezes você se dirigiu a ele em momentos de tensão e disse: “Deus te abençoe!”

3 – A MULHER SÁBIA FALA A PALAVRA CERTA À PESSOA CERTA , NA HORA CERTA

1 SAMUEL 25. 24-25
24 Lançou-se-lhe aos pés e disse: Ah! Senhor meu, caia a culpa sobre mim; permite falar a tua serva contigo e ouve as palavras da tua serva. 
25 Não se importe o meu senhor com este homem de Belial, a saber, com Nabal; porque o que significa o seu nome ele é. Nabal é o seu nome, e a loucura está com ele; eu, porém, tua serva, não vi os moços de meu senhor, que enviaste.
Abigail assumiu uma culpa que não era sua. Resolveu o problema diretamente com Davi, a pessoa que poderia dar a solução. 

4 – A MULHER SÁBIA ORA COMO SE TUDO DEPENDESSE DE DEUS, MAS AGE COMO SE TUDO DEPENDESSE DELA.
Era uma questão de vida ou morte! Abigail orou a Deus com todas as suas forças pedindo uma solução para o problema.
 

5 – A MULHER SÁBIA FORTALECE O LAR
Em Provérbios 14. 1 diz que:
1 A mulher sábia edifica a sua casa, mas a insensata, com as próprias mãos, a derriba.
 

6 – A MULHER SÁBIA É PRESENTE DE DEUS
Em Provérbios 19. 14 diz:

A casa e os bens vêm como herança dos pais; mas do SENHOR, a esposa prudente...
Apóstolo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciência da Religião Dr. Edson Cavalcante.