A MINHA VIDA ESTÁ NAS MÃOS
DE DEUS...
A Poderosa Mão do Senhor
“O teu braço é armado de poder, forte é a tua
mão, e elevada a tua destra” (Sl. 90:13).
Introdução
A poderosa mão de Deus é a mão protetora, que nos
segura e abençoa. É a mão do Pai que ama a seu filho e que o guia pelos
caminhos corretos. A Bíblia diz que Aquele que se coloca humildemente debaixo
da poderosa mão de Deus, esse será honrado no tempo certo, será exaltado no
tempo devido.
Quem está perto de Deus enxerga melhor, reconhece o
Seu poder e a Sua grandeza, por isso louva, engrandece e adora ao Senhor.
Quando estamos nas mãos de Deus sabemos que, embora a nossa caminhada aqui na
terra não seja fácil, pois às vezes enfrentamos as adversidades da vida, nós
temos a convicção de um destino seguro. Estar nas mãos de Deus é termos a
direção e o caminho certo, é termos a plena certeza que chegaremos ao destino
final. Estar nas mãos de Deus é reconhecer a Sua grandeza, é viver com Ele, é
termos sentido para a nossa vida.
Sem Deus somos frágeis. Para sermos fortes temos
que depender de Deus; e diante de Deus, não podemos ter vontade própria, mas
devemos nos render à Sua vontade. Devemos ser a matéria-prima nas mãos de Deus.
Portanto, rendamo-nos ao Senhor hoje... Permitamos que Ele dê uma nova forma à
nossa vida..., que nos transforme em pessoas de grande valor! “… Senhor,
tu és o nosso Pai. Nós somos o barro; tu és o oleiro. Todos nós somos obra das
tuas mãos” (Is. 64:8).
Na poderosa mão daquele que é Bendito e Senhor Deus
de Israel, nosso pai, de eternidade em eternidade, há força e poder. Do Senhor
é a magnificência, e o poder, e a honra, e a vitória, e a majestade; porque
dele é tudo quanto há nos céus e na terra; do Senhor é o reino, e Ele se
exaltou por cabeça sobre todos. E riquezas e glória vêm de diante dele, e
domina sobre tudo, e na Sua mão há força e poder; e nela está o engrandecer e o
dar força a tudo.
O nosso Deus é Deus dos deuses, é Senhor dos
Senhores, é Rei dos Reis, é Deus soberano, terrível e tremendo, que não faz
acepção de pessoas, nem aceita recompensa! Com as Suas mãos Ele estendeu os
céus e formou a terra. As Suas poderosas mãos criaram as grandes estrelas e os
planetas e também formaram o homem do pó da terra! Ninguém há semelhante ao
nosso Deus, cuja mão abate o orgulho dos príncipes, mas também do monturo ergue
o necessitado. E a Sua poderosa mão está estendida para operar maravilhas e
decretar a vitória do Seu povo!
Este Deus não pode ser percebido pelos sentidos
humanos, pois é espírito eterno, infinito e invisível. Sendo Ele espírito, é
invisível, sem substância material, sem partes ou paixões físicas, portanto, é
livre de todas as limitações temporais. Deus, na qualidade de Espírito, deve
ser compreendido não pelos sentidos do corpo, mas antes, pelas faculdades da
alma, vivificadas e iluminadas pelo Espírito Santo.
É fundamental, para o nosso sucesso, saber se
estamos sob a poderosa mão do Senhor. Entretanto, é bom que saibamos, também,
se estamos sob a Sua mão protetora ou sob a sua mão julgadora. Deus tanto pode
assumir a posição de abençoador quanto a de juiz. A poderosa mão que abençoa é
a mesma que julga. A ação da poderosa mão do Senhor revela-se de acordo com a
nossa conduta. Isso é complicado para alguns que veem tantas catástrofes.
Quando o ser humano não aceita se submeter ao
Senhorio do Deus Todo-Poderoso, acaba agindo segundo o seu instinto e a sua
própria vontade. Logo, a poderosa mão de Deus se encolhe, permitindo que o
homem faça uso de seu livre arbítrio.
Para entender essa e outras tantas questões, que
nos envolve de forma direta ou indireta, consideremos o modus operandi da
poderosa mão do Senhor, como ela retrata Seu Poder, Sua Suficiência, Sua
Providência, Sua Paciência, Sua Magnificência, Sua Complacência, Sua
Autossuficiência, etc. Prepare-se para mergulhar nas Escrituras e relembrar
factos relacionados com a poderosa mão de Deus. “Os céus declaram a glória
de Deus e o firmamento anuncia a obra das Suas mãos” (Sl. 19:1).
1. A Poderosa Mão do Senhor
Formando e Moldando.
Comecemos pelo princípio de tudo. No livro dos
“começos” lemos: “No princípio criou Deus os céus e a terra” (Gn. 1:1).
Este versículo é a chave que abre a porta do mundo que hoje existe. Aceitem os
céticos, incrédulos, evolucionistas e ateus ou não, vale o que está escrito no
Livro dos livros – a inerrante e infalível Palavra de Deus.
Esta afirmação do livro de Génesis 1:1, já foi tema
de muitos debates. Entretanto, o texto é claro e enfático ao dizer que tudo o
que há, visível e invisível, tem um princípio e um Criador. Deus fez tudo o que
existe. Ele é o Senhor e Criador da terra, do céu e de tudo o que neles há.
O capítulo 1 de Génesis foca-se na criação do mundo
físico - os céus e a terra. Deus é designado em hebraico pelo nome Elohim, um
plural que indica a majestade e a magnitude divina. O nome Elohim acentua a sua
glória e o seu poder como o Deus Todo-poderoso.
O livro de Génesis já apontava para uma doutrina
claramente revelada em outras partes da bíblia, a saber, que se Deus é um, há
uma pluralidade de pessoas na Divindade - Pai, Filho e Espírito Santo, que
estavam engajados na obra da criação.
O verbo utilizado para descrever a criação do céu e
da terra em hebraico é o termo “bara”, que está no singular e significa trazer
do nada à existência e moldar sob nova forma.
O verbo “bara” tem sempre Deus como sujeito. O céu,
a terra e o universo não foram formados a partir de materiais pré-existentes,
mas foram feitos do nada. Este versículo, “E a terra era sem forma e vazia;
e havia trevas sobre a face do abismo; e o Espírito de Deus se movia sobre a
face das águas” (Gn. 1:2), declara a grande e importante verdade, que nada
foi originado por acaso, ou da habilidade de qualquer agente inferior; mas que
o universo inteiro foi produzido pelo poder criador de Deus. Esta expressão, “Sem
forma e vazia”, dá-nos a entender um único conceito: O caos. As palavras
trevas e abismo retratam o caos, o desastre e a devastação.
“O espírito de Deus se movia...”, já
indicava uma esperança de vida que se erguia na escuridão, sobre o abismo, o
caos e o vazio. A ação poderosa do Espírito Santo, sobre elementos mortos e
discordantes, fez deste cenário de ruína uma criação ordenada. Deus transformou
o caos em cosmos, a desordem em ordem e o vazio em abundância.
Isso já, no princípio da criação, demonstrava a
habilidade, o poder e a autoridade do Espírito Santo em arranjar, moldar,
transformar e trazer do caos para uma nova existência. Eis um dos motivos pelos
quais Jesus disse a Nicodemos, que lhe era necessário nascer da água e do
espírito. Ninguém pode entrar no Reino de Deus, se não nascer da água e do
Espírito.
O Espírito de Deus trouxe luz à escuridão. A vida e
a criação começam com a luz e o nascer do dia. A escuridão pode ter durado
muito tempo, mas chegava naquele momento o fim do domínio das trevas. Toda a
alegria da vida nascia com a luz de Deus, assim como o Seu filho Jesus viria a
ser a luz do mundo.
Como está escrito: “Porque a sua ira dura só um
momento; no seu favor está a vida. O choro pode durar uma noite, mas a alegria
vem pela manhã” (Sl. 30:5). Este texto nos ensina que Deus tem o poder de
trazer, do nada, luz e alegria às nossas vidas.
O poder criador da palavra de Deus ecoou pelo
cosmos, transformando morte em vida, escuridão em luz. Bem descreveu o apóstolo
João sobre a palavra criadora de Deus, o verbo vivo, que estava no princípio da
criação. “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era
Deus” (Jo. 1:1).
O verbo de Deus, a sua palavra, criou a luz porque
ele mesmo é a própria luz. Jesus, em sua maestria poética, declarou palavras de
beleza incomparáveis, revelando a sua sublime e altíssima origem. “Falou-lhes,
pois, Jesus outra vez, dizendo: Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará
em trevas, mas terá a luz da vida” (Jo. 8:12). Quando essa luz penetra em
nosso ser, o caos se transforma em ordem, a morte em vida, é tudo recriado, é o
tempo de nascer de novo.
Em suma, o capítulo 1 de Génesis trata da origem
dos mundos animal, mineral e vegetal. Dentro desse contexto encontramos o
momento em que Deus formou o homem do pó da terra e a sua esposa, Eva, duma das
costelas de Adão. “E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a
nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e
sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo o réptil que se move sobre a
terra. E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; homem e
mulher os criou” (Gn. 1:26-27).
A obra-prima das mãos de Deus, o homem, coroa da
criação, é demonstrada, metaforicamente, nas palavras do profeta das lágrimas.
Ao receber a ordem de Deus, para descer à casa do artesão do barro, Jeremias
vislumbrou uma das maiores lições quanto ao poder restaurador das mãos de Deus.
“Palavra do Senhor que veio a Jeremias, dizendo: Dispõe-te, e desce à casa
do oleiro, e lá ouvirás as minhas palavras. Desci à casa do oleiro, e eis que
ele estava entregue à sua obra sobre as rodas. Como o vaso que o oleiro fazia
de barro se lhe estragou na mão, tornou a fazer dele outro vaso, segundo bem
lhe pareceu. Então, veio a mim a palavra do Senhor: Não poderei eu fazer de vós
como fez este oleiro, ó casa de Israel? – diz o Senhor; eis que, como o barro
na mão do oleiro, assim sois vós na minha mão, ó casa de Israel” (Jr.
18:1-6).
A lição principal das palavras registadas por
Jeremias é a lição do poder reciclador e restaurador das mãos de Deus. Da mesma
forma como o oleiro não descartou os fragmentos de barro do vaso que se partiu,
também Deus levanta o homem do monturo e do lamaçal do pecado e o transforma
num “novo vaso”, uma “nova criatura”, num vaso melhor que o primeiro.
Permita que a poderosa mão de Deus transforme as
suas trevas em luz e o seu caos espiritual num paraíso de sucesso e prazer de
viver.
2. A Poderosa Mão do Senhor
Libertando.
“Moisés disse ao povo: Conservareis a memória
deste dia, em que saístes do Egito, da casa da servidão, porque foi pelo poder
de sua mão que o Senhor vos fez sair deste lugar; não comereis pão fermentado”
(Ex. 13:3).
As palavras de Moisés se fazem ouvir até ao
presente. As orientações que o grande Legislador de Israel recebeu de Deus e
repassou ao povo foram e continuam a ser importantes para Israel e para a
Igreja de Deus.
A expressão “conservareis a memória deste dia”
é a chave da história da libertação de Israel da escravidão, pelo poder da
poderosa mão de Deus. O povo jamais deveria esquecer-se do dia de seu triunfo
sobre a escravidão. Não importava o que viesse a acontecer daí para a frente,
“conservar ou preservar a memória” ou o evento daquele dia era uma ordem. Só assim
o povo andaria sempre para a frente e avante rumo à Canaã prometida – “terra
que mana leite e mel”.
A não lembrança ou o esquecimento daquela data, os
faria pensar (como alguns na travessia pelo deserto) em voltar para a casa de
sua escravidão. Mas a manifestação do poder da mão do Senhor, operara um
milagre que seria transmitido ou contado de geração para geração.
Saber que a mão de Deus continua estendida, para
libertar de todo e qualquer tipo de escravidão, nos consola. Lamentavelmente
alguns cristãos, ainda que saibam que estão perdoados e seguros, limitam o
senso de poder sobre a carne. Infelizmente, eles não chegaram ao conhecimento
da “completa libertação” de sua natureza má. É preciso entender que pelo sangue
de Cristo estamos seguros, e por Sua poderosa mão Ele destrói o poder do pecado
que atua em nossa natureza. Ainda que o pecado (a natureza Adâmica) habite em
nós, quando a poderosa mão de Deus se manifesta em nossa vida, impede que o
pecado nos governe.
O homem se esforça e busca supostos mediadores que
o libertem da força do pecado. Entretanto, o que é necessário ao homem é
atentar para as palavras proféticas de Isaías: “Eis que a mão do Senhor não
está encolhida, para que não possa salvar...” (Is. 59:1a). Mesmo tomando
conhecimento de que a poderosa mão de Deus está à disposição dos que a Ele
recorrerem, a humanidade reluta em se submeter ao poder libertador de Suas
mãos. Tal relutância justifica-se, se considerarmos o orgulho, o senso de
justiça humanista e a teologia mística que não aceitam o facto da libertação do
domínio do pecado ser efetuada somente pelo poder de Deus e não pela capacidade
humana.
Não há poder mental que possa libertar o homem da
escravidão do pecado. O homem não tem poder para resolver o problema do pecado
nem para libertar as pessoas. Mas a mão do Senhor ferida na Cruz do Calvário,
cravejada de pregos por Seus algozes, tem o poder de libertar o mais vil
pecador.
Não há cadeias ou grilhões de Satanás que possam
amarrar o homem que decide se posicionar sob as mãos do Senhor. As mãos feridas
de Cristo afugentam Satanás e desfazem a ação deletéria (que corrompe) do
pecado na vida do pecador arrependido. “Se, pois, o Filho vos libertar,
verdadeiramente sereis livres” (Jo. 8:36).
Da mesma forma que os judeus, que “eram escravos
do faraó, no Egito, e foram libertos”, do Egito (símbolo do mundo
pecaminoso), pela “mão poderosa do Senhor” (Dt. 6:21), também hoje
a Sua mão tem-se manifestado para libertar o homem da escravidão do pecado.
Como podemos observar em Êxodo 12 e 13, o sangue
protegeu Israel do juízo divino, a poderosa mão de Deus os livrou do poder da
carne. Eles experimentaram a proteção e se alegraram por isso; agora precisavam
de poder! Poder, para de uma vez para sempre, afastarem o velho inimigo, e
poder para se armarem contra todos os novos inimigos que se levantariam durante
a sua jornada. Este poder para proteger, libertar e capacitar encontra-se nas
poderosas mãos de Deus.
Não ore para obter vitória sobre os pecados da
carne, até que tenha cultivado um ódio contra eles. “Não ameis o mundo, nem
o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele. Porque
tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e
a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo. E o mundo passa, e a sua
concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre”
(1 Jo. 2:15-17). Deus não aceitará desculpas esfarrapadas de quem quer que
seja, uma vez que o ódio contra o pecado não seja a tónica de nosso pensamento.
Veja que o ódio é contra o pecado! Não vá saindo por aí odiando as pessoas.
Há muitos que estão vivendo em angustiante aflição
na alma, por causa de sérios problemas que tem provocado aflitivas devastações
em suas vidas, mas não pedem ajuda a Deus e se recusam a se submeter à poderosa
e libertadora mão do Senhor, porque não creem que Deus tem poder suficiente
para fazer alguma coisa com a sua situação.
Deus não transige com o pecado e nem com aqueles
que tomam prazer nas obras da carne. Chegou o momento da libertação! A hora é
agora! E Cristo é o nosso meio de vitória nesta luta aparentemente sem
esperança. Eis aí a poderosa mão do Senhor estendida para libertar!
3. A Poderosa Mão do Senhor
Provendo.
“Far-me-ás ver a vereda da vida; na tua presença
há fartura de alegrias; à tua mão direita há delícias perpetuamente” (Sl.
16:11).
Para muitos é algo equidistante e até utópico
acreditar que a poderosa mão de Deus está em plena atividade. É difícil para
aqueles, cuja fé só funciona à base de amuletos, acreditar que Deus possa
prover algo do nada para as suas vidas.
É preciso que entendamos que as grandes e preciosas
promessas que são concedidas agora por Deus, transcendem as que foram dadas a
Israel. Veja o que canta o Salmista: “Louvai ao Senhor, porque ele é bom,
porque a Sua benignidade dura para sempre. Digam-no os remidos do Senhor, os
que remiu da mão do inimigo, e os que congregou das terras do oriente e do
ocidente, do norte e do sul. Andaram desgarrados pelo deserto, por caminhos
solitários; não acharam cidade para habitarem. Famintos e sedentos, desfalecia
a sua alma. E clamaram ao Senhor na sua angústia, e os livrou das suas
dificuldades. E os levou por caminho direito, para irem para uma cidade de
habitação. Louvem ao Senhor pela sua bondade, e pelas suas maravilhas para com
os filhos dos homens. Pois fartou a alma sedenta, e encheu de bens a alma
faminta” (Sl. 107:1-9). Quantas promessas herdaram os que seguiram e
obedeceram a voz de Deus!
Então o que é que devemos fazer para tomarmos posse
das grandes e preciosas promessas de Deus? Apenas precisamos de aprender a
odiar o pecado – sem acordo, sem compromisso com as trevas e as obras da carne.
Os que “cozinham o pecado em banho-maria”, brincam e convivem pacificamente com
ele, e se recusam a desarraigá-lo de suas vidas, um dia terão que suportar as
dores mais profundas no corpo, na alma e no espírito que o pecado - cancro
espiritual - impõe.
Para a maioria dos que se dizem cristãos – e não
autênticos discípulos de Cristo – a provisão diária só acontece por meio de
esforço pessoal, como trabalho, estudo, conta bancária abastada, cargos
elevados em certas empresas, etc. Essa coisa de que Deus faz cair maná do Céu é
algo do passado e há até aqueles que, mesmo lendo o que aconteceu, duvidam que
foi uma provisão literal.
O facto incontestável é que Deus “trabalha em favor
daquele que nele espera”. Essa é uma verdade que deveria ser absorvida por
todos nós, os que amamos a Deus e o servimos de todo o nosso coração.
Então, será que devemos cruzar os braços e esperar
que as coisas caiam do céu? Será que devemos entregar tudo nas mãos de Deus e
esperar que Ele apresente soluções práticas e viáveis para o nosso viver
diário?
As perguntas como as que acabei de fazer são
naturais que aconteçam, especialmente na mente de pessoas que ainda não
alcançaram um nível de maturidade cristã que lhes permita entender o que
significa a provisão de Deus para a vida de Seu povo.
A falta de maturidade é resultado de pouco ou
nenhum conhecimento bíblico. Por sua vez, a imaturidade é causada pelo elevado
índice de analfabetismo bíblico. As pessoas não estudam a Bíblia, não a leem,
não a pesquisam, não a examinam conforme Jesus mandou: “Examinais as
Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de mim
testificam” (Jo. 5:39).
Isso é um péssimo sinal na vida da maioria dos
crentes. Quando Isaías profetizou sobre “o Deus que trabalha em favor
daquele que nele espera”, em hipótese alguma estava dizendo que as pessoas
deixassem de trabalhar. A sua mensagem deve ser entendida dentro do contexto da
época em que ele profetizou, e contextualizada ou aplicada à nossa realidade.
Entendemos que, esperar, confiar, acreditar e
entregar tudo nas mãos de Deus é a melhor coisa a fazer, enquanto estamos nos
esforçando para vencer e as circunstâncias fogem ao nosso controle. Ninguém,
melhor do que o nosso Deus, poderá suprir o que nos falta em tempo de angústia
e de adversidade. “Muitas são as aflições do justo, mas o Senhor o livra de
todas” (Sl. 34:19).
Os celeiros de Deus não estão em falência! E é deles
que nos “advém a maior abastança”. Todas as áreas de nossa vida são,
devidamente, supridas quando agimos de acordo com as palavras de Jesus. “Se
pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o farei” (Jo. 14:14). Não importa o
que necessitemos. Se o que precisamos está em consonância com a boa, agradável
e perfeita vontade de Deus para as nossas vidas, Ele o fará. E mais, se o que
pedimos não é tudo o que precisamos para levar a cabo os Seus planos por meio
de nossas vidas, Ele também o fará. Observe as palavras de Paulo aos Efésios: “Ora,
àquele que é poderoso para fazer tudo muito mais abundantemente além daquilo
que pedimos ou pensamos, segundo o poder que em nós opera” (Ef. 3:20).
Os textos que lemos em João e Efésios revelam a
poderosa mão de Deus provendo para aqueles cuja fé está ancorada Nele e em Sua
palavra.
A compreensão de Deus, portanto, se inicia e se
sustenta pela fé, mas é aperfeiçoada pelo conhecimento, podendo evoluir para
experiências naturais com Deus, tais como ouvir a própria voz de Deus, como
Isaías e os demais profetas; ver o Mar Vermelho se abrir, como o povo hebreu no
deserto; receber os Dons do Espírito Santo, como os discípulos no Pentecostes;
e muitas outras experiências que ainda hoje são possíveis. E é isso que a
Escritura declara em Hebreus 11:6: “Ora, sem fé é impossível agradar-lhe;
porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe, e
que é galardoador dos que o buscam”.
Deste modo, para que se compreenda Deus é
necessário que se creia que Ele existe, o que só então possibilitará ao homem
conhecê-Lo, aproximar-se e ter experiências naturais com Ele. Nesse ponto,
citando o pastor e teólogo John Owen, podemos tentar conceituar Deus como: “Um
ser eterno, não causado, independente, necessário, que tem poder ativo, vida,
sabedoria, bondade e qualquer outra excelência na mais elevada perfeição em si
e de si mesma”.
A existência de Deus é conhecida pelo homem quando,
apesar das suas limitações, fraquezas e mortalidade, consegue conceber a ideia
de um Deus ilimitado, perfeito, completo, eterno e que com a Sua poderosa mão
provê, miraculosamente, tudo quanto necessitamos, mesmo quando, à nossa volta,
tudo é completa devastação. “Assim o Senhor salvou Israel naquele dia da mão
dos egípcios; e Israel viu os egípcios mortos na praia do mar. E viu Israel a
grande mão que o Senhor mostrara aos egípcios; e temeu o povo ao Senhor, e creu
no Senhor e em Moisés, seu servo” (Ex. 14:30:31). Durante toda a trajetória
pelo deserto, Israel experimentou o poder provedor das mãos do Senhor.
O momento pode ser de angústia e de aflição, mas
Deus não desampara os Seus filhos. “Porventura pode uma mulher esquecer-se
tanto de seu filho que cria, que não se compadeça dele, do filho do seu ventre?
Mas ainda que esta se esquecesse dele, contudo eu não me esquecerei de ti”
(Is. 49:15).
Jamais nos esqueçamos que a mão da provisão Divina
está conectada às riquezas que são encontradas em Jesus Cristo! “O meu Deus,
segundo as suas riquezas, suprirá todas as minhas necessidades em glória, por
Cristo Jesus” (Fp. 4:19). A verdadeira felicidade é deleitarmo-nos em Deus,
é alegrarmo-nos com o sorriso de Deus, é bebermos dos rios de seus prazeres
(Sl. 36:8).
4. A Poderosa Mão de Deus
Capacitando.
“Este Esdras era escriba versado na lei de
Moisés, dada pelo Senhor Deus de Israel; e, segundo a boa mão do Senhor seu
Deus, que estava sobre ele, o rei lhe concedeu tudo quanto lhe pedira” (Ed.
7:6).
Uma das questões mais discutidas sobre quem usar
para determinadas funções é a capacidade que este ou aquele demonstra. Afinal,
há cargos ou funções chaves que não se confia e nem se delega a qualquer
pessoa. É preciso responsabilidade de quem delega e habilidade para quem se
delega cargos e atividades. A não observância desses princípios compromete a
missão a ser executada.
O apóstolo Paulo sabia muito bem o que isso
representava nas atividades ministeriais. E, em poucas palavras - libertando-se
de sua prolixidade (qualidade) na argumentação e defesa do Evangelho - ele
resumiu, o que se espera de alguém para quem foi delegada a missão de pregar o
Evangelho. “Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem
de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade” (2 Tm. 2:15).
Parafraseando o pensamento Paulino “é preciso
dedicação e compromisso para não se envergonhar diante de Deus. Para tanto, o
conhecimento e a aplicação da palavra de Deus faz-se preponderante.” É disso
que resulta a capacidade que Deus nos dá para a realização do chamado que Dele
recebemos.
Diante da missão a ser executada, devemos nos
apresentar a Deus cônscios de nossa total dependência dele. A nossa aprovação
não depende de nosso reconhecimento de quão limitados somos. Paulo escreve: “Não
que sejamos capazes, por nós, de pensar alguma coisa, como de nós mesmos; mas a
nossa capacidade vem de Deus” (2 Co. 3:5). Não foi sem propósito que Paulo
se tornou, dentre os apóstolos, o maior expoente do Novo Testamento. Ainda que
como “um abortivo”, Paulo entrou para o cenário da história da Igreja como uma
mola propulsora, rompendo culturas, costumes, tradições, fronteiras e
barreiras.
Sem dúvida alguma, a poderosa mão do Senhor esteve
sempre presente na vida de Paulo, o abortivo. “E por derradeiro de todos me
apareceu também a mim, como a um abortivo” (1 Co. 15:8).
A Bíblia Sagrada, NVI, traduzindo do grego “to
ektromati” como “a um nascido fora do tempo”, capta bem a perplexidade que
talvez habitasse a interioridade de Paulo; mas ela dissolve um pouco o caráter
tenso da afirmação paulina e, principalmente, o escândalo que representou a adesão
de Paulo à fé cristã. Provavelmente a expressão era usada contra Paulo por seus
adversários, gente de dentro da própria igreja que via o seu ingresso como
indesejado, como fermento de tumultos (sobretudo por conta de sua pregação do
evangelho da graça livre de Deus). Um aborto é uma deformação; mas Paulo se
vale dessa imagem violenta para afirmar de maneira categórica: “Até mesmo a
mim, o aborto, o nascido fora do tempo, Cristo apareceu!”
Após tal afirmação, Paulo justifica a razão de ter
Cristo se manifestado a ele. “Porque eu sou o menor dos apóstolos, que não
sou digno de ser chamado apóstolo, pois que persegui a igreja de Deus. Mas pela
graça de Deus sou o que sou; e a sua graça para comigo não foi vã, antes
trabalhei muito mais do que todos eles; todavia não eu, mas a graça de Deus,
que está comigo” (1 Co. 15:9-10).
Primeiro, ele reconhece a sua insignificância diante da
superioridade dos que acompanharam Jesus durante os três anos e meio de Seu
ministério terreno. Privilégio que ele, Paulo, não teve. E como agravante
pesava contra ele o facto de ter perseguido a Igreja de Deus.
Segundo, após afirmar ter sido um perseguidor da
Igreja, Paulo revela o que o tornou proeminente entre os apóstolos. “Mas
pela graça de Deus sou o que sou” (v. 10). A graça ou favor imerecido que
Paulo desfrutava, pode ser, perfeitamente, compreendido como a “poderosa mão do
Senhor” capacitando-o.
De facto, quando a poderosa mão do Senhor se
manifesta, somos revestidos de Sua graça para a realização de proezas. Enquanto
alguns perdiam tempo com picuinhas e desconfiança quanto ao que perseguira a
Igreja, Paulo seguia a sua jornada de fé no cumprimento da missão que Deus lhe
confiara. “...e a sua graça para comigo não foi vã, antes trabalhei muito
mais do que todos eles...”.
Paulo não desperdiçou o favor de Deus. Ele soube
aproveitar a oportunidade que Deus lhe deu. Diferentemente de muitos dos que
militam na obra de Deus que, usurpam a graça de Deus para se auto projetarem e
se auto beneficiarem.
Infelizmente, muitas pessoas choram, gemem e
imploram pelo favor de Deus visando a sua projeção pessoal. Ocupam cargos e
exercem atividades sem o mínimo de qualificação ética ou moral. Sem
considerarmos que, biblicamente, estão reprovados, posto que o resultado de
suas obras testifica contra si mesmos. “Confessam que conhecem a Deus, mas
negam-no com as obras, sendo abomináveis, e desobedientes, e reprovados para
toda a boa obra” (Tt. 1:16).
O apóstolo Pedro faz um alerta geral quanto a esse
tipo de comportamento. “Apascentai o rebanho de Deus, que está entre vós,
tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância,
mas de ânimo pronto; Nem como tendo domínio sobre a herança de Deus, mas
servindo de exemplo ao rebanho. E, quando aparecer o Sumo Pastor, alcançareis a
incorruptível coroa da glória” (1 Pe. 5:2-4).
Quem apascenta deve ter em mente cinco qualidades
apresentadas por Pedro, quais sejam: 1) O caráter voluntário da missão –
ninguém deve se sentir obrigado a trabalhar para Deus; 2) O desapego à
materialidade da missão – ninguém deve visar benefícios próprios para
locupletar-se; não se pode esquecer a máxima neotestamentária: “…buscai
primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão
acrescentadas” (Mt. 6:33); 3) A disposição no cumprimento da missão –
ninguém deve ser negligente; 4) O trabalho a ser desenvolvido como líder na
missão – ninguém deve apropriar-se do que não lhe pertence; e, 5) O exemplo a
ser dado na missão – ninguém deve perder a simplicidade.
É disso, segundo Pedro, que depende a nossa
recompensa das mãos do Sumo Pastor, “a incorruptível coroa de glória”!
Agora é aplicar às nossas vidas, para, em seguida, ministrar aos outros.
De volta à reflexão na vida de Paulo, percebe-se
que a sua preocupação não consistia em ocupação de cargo de confiança, de
posição social ou status quo; Paulo estava inteiramente comprometido com a
expansão do Reino de Deus – “São ministros de Cristo? (falo como fora de
mim) eu ainda mais: em trabalhos, muito mais; em açoites, mais do que eles; em
prisões, muito mais; em perigo de morte, muitas vezes. Recebi dos judeus cinco
quarentenas de açoites menos um. Três vezes fui açoitado com varas, uma vez fui
apedrejado, três vezes sofri naufrágio, uma noite e um dia passei no abismo; Em
viagens muitas vezes, em perigos de rios, em perigos de salteadores, em perigos
dos da minha nação, em perigos dos gentios, em perigos na cidade, em perigos no
deserto, em perigos no mar, em perigos entre os falsos irmãos; Em trabalhos e
fadiga, em vigílias muitas vezes, em fome e sede, em jejum muitas vezes, em
frio e nudez. Além das coisas exteriores, me oprime cada dia o cuidado de todas
as igrejas” (2 Co. 11:23-28). Aqui temos uma breve biografia de Paulo. O
resultado da graça de Deus em sua vida; da poderosa mão do Senhor capacitando-o
para a realização de tantos feitos e proezas.
Ninguém consegue realizar absolutamente nada, sem
que a mão poderosa do Senhor esteja sobre a sua vida para capacitá-lo. E isso é
o que Paulo explica quanto à graça ou o favor de Deus que permitiu que ele
produzisse tanto para o sucesso da Igreja Primitiva. “...todavia não eu, mas
a graça de Deus, que está comigo” (2 Co. 15:10b). É com essa consciência
que nós precisamos de militar na Seara do Mestre.
É preciso nos humilharmos sob a potente mão de
Deus, conforme nos recomenda Pedro. “Humilhai-vos, pois, debaixo da potente
mão de Deus, para que a seu tempo vos exalte” (1 Pe. 5:6). Somente os que
se dobram sob a poderosa mão do Senhor são capacitados para fazer a Sua obra.
“...e sede todos sujeitos uns aos outros, e revesti-vos de humildade, porque
Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes” (1 Pe. 5:5b). A
poderosa mão do Senhor está estendida, para capacitar todos aqueles que a Ele
se sujeitam.
5. A Poderosa Mão do Senhor
Protegendo.
“Porque eu sou o Senhor teu Deus, que agito o
mar, de modo que bramem as suas ondas. O Senhor dos Exércitos é o seu nome. E
ponho as minhas palavras na tua boca, e te cubro com a sombra da minha mão;
para plantar os céus, e para fundar a terra, e para dizer a Sião: Tu és o meu
povo” (Is. 51:15:16).
O cuidado de Deus é mesmo especial. Nos momentos de
maior necessidade, percebemos que as Suas poderosas mãos estão trabalhando em
nosso favor. Ele jamais abandona aos que Nele confiam. Mesmo que as coisas não aconteçam
da maneira que imaginamos ou desejamos, Ele nos cobre com “a sombra de sua
mão”, em nosso viver diário.
Para tirar o seu povo do Egito, Deus estendeu a sua
forte e poderosa mão, e de lá os tirou devastando o Egito com as suas pragas.
Porém, os israelitas, ao chegarem ao Mar Vermelho, se deparam com uma situação
difícil, pois Faraó veio com todo o seu exército para novamente escravizar o
povo de Deus! Montes à sua direita, montes à sua esquerda e o Mar à sua frente.
O medo e a angústia levaram o povo a murmurar, mas Moisés clamou ao Senhor que
lhe disse: “Por que clamas a mim? Diz aos filhos de Israel que marchem. E tu
levanta a tua vara, e estende a tua mão sobre o mar, e fende-o, para que os
filhos de Israel passem pelo meio do mar em seco” (Êx. 14:15-16). Porque
aos egípcios que hoje vistes, nunca mais os tornareis a ver. E o mar se abriu e
Israel passou a pés enxutos enquanto os egípcios pereceram no mar!
Quem pode impedir o Senhor de nos abençoar? Ainda
que nos ponham na prisão, lá mesmo seremos exaltados! Se permaneceres fieis ao
Senhor, onde pusermos a nossa mão, o Senhor colocará a Sua, e grandes serão as
maravilhas: os enfermos serão curados, os tristes serão consolados e os
mistérios serão revelados porque Deus estará connosco!
Oh! Quão grande, poderoso e fiel é o nosso Deus!
Ele prometeu tirar o seu povo do Egito e com a mão forte e poderosa os tirou.
Guiou o seu povo através do deserto, fazendo chover pão do céu e brotar água
das rochas, porque ele é o Deus que supre toda a necessidade! Nenhum dos Seus é
desamparado ou padece fome. Confie no Senhor! Na sua poderosa mão está a Sua
providência! Ele não deixará faltar nada, tudo proverá! E quando ele puser
diante de si a porta aberta, ninguém a poderá fechar! Porque na Sua mão está a
força e o poder! Entregue os seus cuidados na poderosa mão do Senhor, descanse
em suas promessas e grandes coisas ele fará em sua vida!
A poderosa mão do Senhor opera também na vida
daqueles que se humilham perante ele! Foi assim na vida de Mardoqueu! Depois
que a sua sobrinha foi elevada à posição de rainha, todos os dias ele se
assentava à porta do rei. E ali, por não se prostrar perante o príncipe Hamã,
despertou neste um tão grande ódio, que Hamã fez planos para enforcá-lo! Mas o
nosso Deus que não dorme, nem tosqueneja, todas as coisas estão patentes aos
seus olhos, mudou o quadro de Mardoqueu. E Hamã teve que sair pela cidade a pé,
conduzindo o cavalo real, no qual estava sentado Mardoqueu com as vestes reais,
dizendo: “assim se faz ao homem de cuja honra o Rei se agrada!” E
depois, foi enforcado na própria forca que fez e Mardoqueu assumiu o seu lugar
no reino!
Nenhum servo de Deus é envergonhado ou confundido!
O inimigo se levanta, faz planos para o destruir, mas o Senhor dos Exércitos
está com ele! A Sua poderosa mão está estendida sobre a sua vida e quem a fará
voltar atrás? Se o Senhor determinou que a bênção esteja consigo, quem a poderá
revogar? Na Sua poderosa mão está o engrandecer e o abater! Tirar a vida e
tornar a dá-la! O humilhar e o exaltar! Como ele fez na vida de Mardoqueu, irá
fazer também na sua! Com a sua poderosa mão endireitará os caminhos tortuosos;
quebrará as portas de bronze, e despedaçará os ferrolhos de ferro! Humilhe-se
debaixo da potente mão de Deus e a seu tempo Ele o exaltará!
A mão de Deus é poderosa. Deus pode lidar com
qualquer problema que venhamos a colocar em Suas Mãos. Criar planetas não
apresenta nenhuma dificuldade para Ele, nem também ressuscitar mortos. Nada é
complicado demais que Ele não possa tratar – mas Ele está esperando por nós,
para que reconhecendo o Seu poder, venhamos a Lhe pedir ajuda. É impossível
militarmos neste mundo sem que contemos com a poderosa mão do Senhor nos
protegendo e nos sustentando.
Nada impedirá que nos assentemos no trono que Deus
reservou para dali governarmos! Até mesmo aqueles que nos humilharem e
caluniarem prostrar-se-ão diante nós, pois em nós está o Espírito do Senhor! E
se Deus quer operar em nossa vida, quem o impedirá? Ele é o Senhor! Vida longa
de dias está na Sua mão direita; e na esquerda, riquezas e honra. Se nós o
honrarmos com a vida na terra, Ele também nos honrará, pois Ele é fiel em
cumprir as Suas promessas. E Ele nos diz hoje: Porque eu, o Senhor vosso Deus,
vos tomo pela vossa mão direita; e vos digo: Não temam, eu vos ajudo! Para que
todos vejam, e saibam, e considerem, e juntamente entendam que a poderosa mão
do Senhor fez isto. Confiemos no Senhor! A Sua Mão, que é forte, está estendida
e ele está trabalhando.
O profeta Isaías, o maior evangelista do Antigo
Testamento, também conhecido como profeta Messiânico, ouviu de Deus as
seguintes palavras: “...ponho as minhas palavras na tua boca, e te cubro com
a sombra da minha mão...”. Imagine que apenas “a sombra da mão do Senhor” o
protegeria em seu ofício profético.
Como podemos ter a certeza de que a poderosa mão do
Senhor está sobre nós para nos proteger de todo mal? Como caminhar seguros e
confiantes nos momentos sombrios de nossa peregrinação?
Quando os discípulos faziam aquela difícil
travessia no Mar da Galileia, eis que Jesus vem ao encontro deles andando por
cima do mar. Eles pensavam que era um fantasma, mas Jesus lhes disse: “Não
temais, sou Eu!” E Pedro pediu para andar sobre as águas até ao encontro do
Senhor e Jesus lhe disse: vem! Mas quando Pedro percebeu que a força dos ventos
e do mar eram violentos, fraquejou e começou a se afundar. Mas Jesus, com a sua
forte e poderosa mão o protegeu dizendo: porque duvidaste, homem de pouca fé? A
mão do Senhor também é poderosa para nos proteger! Jesus apenas quer pegar em nossas
mãos hoje! Não duvidemos, mas creiamos! Ele nos fortalecerá, nos protegerá com
as suas mãos e debaixo das suas asas estaremos seguros! Mesmo que estejamos a
ponto de fracassar, ele não nos deixará cair!
Agora, debrucemo-nos atentamente ou acuradamente
sobre o Salmo 121, que nos ajudará a entender a forma como Deus nos protege com
as Suas poderosas mãos. Se hoje abrir a sua mente e o seu coração a Deus,
ficará maravilhado daquilo que Ele irá fazer. Você não tem a menor ideia de
quão mais rica, mais gratificante, mais empolgante e mais eficiente será a sua
vida quando tomar a simples decisão de se entregar totalmente e sem a menor
resistência Àquele que tudo pode.
O Salmista revela como a “sombra da mão de Deus”
está presente em nossa peregrinação. O título deste Salmo é: Peregrinação ou
Cânticos das Subidas, ou como em algumas Bíblias, Cânticos de Degraus.
No cabeçalho de cada um dos Salmos 120 a 124
encontra-se a expressão “shir hama´alot”, que significa, literalmente, cânticos
ou canções das subidas. A expressão “das subidas” está ligada a palavra
“ma´alot”, que tem a raiz verbal na palavra (‘alah), que significa subir.
Essas canções foram usadas no período pós-exílio
pelos peregrinos que iam em direção às festas cultuais no reconstruído Templo
em Israel, a saber, as celebrações: da Páscoa (Pesach), das Semanas ou Colheita
(Shavuot) e dos Tabernáculos (Sucot). Estas são as três festas de peregrinação
descritas na Bíblia como mandamento. Cada Israelita deve subir a Jerusalém para
ser visto ou ver a Deus no Templo.
Um facto curioso neste grupo de Salmos é que apenas
o Salmo 122 faz menção especificamente à peregrinação para o Templo da cidade
santa, a Jerusalém. Os versos 1 e 2, que diz: “Alegrei-me quando me disseram:
vamos à Casa do Senhor. Colocados estão os nossos pés, nos teus portões, ó
Jerusalém”, revela-nos uma ação contínua, evocando uma ideia de
movimentação no sentido de peregrinar, com destino à Jerusalém, no Templo.
O Salmo 121 é um dos 15 Salmos cantados pelos
adoradores, enquanto subiam da Palestina para Jerusalém. Basicamente, o Salmo
fala sobre os perigos de nossa jornada e do socorro que Deus provê enquanto
caminhamos rumo à Jerusalém Celestial.
O versículo 1 não é uma declaração de esperança, pelo
contrário, é um clamor de desespero. O Salmista está dizendo-nos que o perigo
está escondido no topo dos montes e espera por uma oportunidade para
surpreender o viajante afadigado. Quando isso acontece, para onde o peregrino
se volta a fim de ser socorrido? A resposta do Salmista para a sua própria
pergunta é uma afirmação, nos lembrando que do Senhor vem o nosso socorro!
A nossa peregrinação começou no exato momento
quando aceitamos a Cristo como Senhor e Salvador e continuará até que deixemos
esta vida e entremos pela vida eterna. Que glória nos aguarda quando chegarmos
finalmente ao lar eternal! “Porque para mim tenho por certo que as aflições
deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há-de ser
revelada” (Rm. 8:18).
Entretanto, ao longo do caminho, há perigos
iminentes ao nosso redor. Há ladrões que podem roubar-nos a paz, a alegria e a
vitória. Há pecados que podem apagar a chama do fogo pentecostal em nossas
almas. Há percalços e dissabores que podem desvirtuar nosso foco em servir e
seguir a Deus. Há o risco de perdas irreparáveis sem que tenhamos para elas uma
explicação plausível.
Enfim, a verdade nua e crua é que todos temos
vivido tempos difíceis em nossa vida. Quando somos agredidos pela realidade do
mal, presente neste mundo catastrófico, e quando somos traídos por nossas
próprias concupiscências. Quando indagamos: de onde virá o nosso socorro? É
possível que esteja passando neste exato momento, momentos como estes. Se este
é o seu caso, leia e releia o Salmo 121 até absorver as palavras proféticas no
âmago de sua alma. Esta é a palavra de Deus para o seu coração cansado! Sempre
há esperança quando elevamos os nossos olhos para o Céu e clamamos pelo Senhor.
A Sua poderosa mão vem sobre nós para nos proteger e nos confortar!
Voltemos o nosso olhar para o Salmista. Ele nos
revela a fonte de socorro Daquele que é maior que todos os problemas
imagináveis. Nestes versículos, sempre encontraremos socorro e proteção para a
nossa jornada. A “sombra da mão de Deus” está chegando para protegê-lo!
a) Deus é a Fonte de Nosso
Socorro (Sl 121:2-4).
O Salmista sabia que a sua ajuda não viria dos
montes. Em tempos passados, os montes eram lugares de idolatria e falsa
religião. Portanto, o socorro não seria encontrado em algo falso! Então, o
Salmista volta a sua atenção para o Senhor. Ele sabia que a real fonte de sua
ajuda era somente o Deus Todo-Poderoso. Ele não se refere a um amigo ou a
qualquer outro, mas ao Criador do Universo. O pensamento é o seguinte: “se Deus
criou o mundo, certamente tem poder para cuidar de mim”. É a verdade mais
verdadeira de tudo o que se pode conceber neste mundo. Nosso Ajudador e
Protetor não é outro além Daquele que se posicionou sobre o nada e criou o
Universo com o poder de Sua Palavra. “Pela fé entendemos que os mundos pela
palavra de Deus foram criados; de maneira que aquilo que se vê não foi feito do
que é aparente” (Hb. 11:3). Jamais se esqueça disso! Ele é poderoso para
nos guardar, nos livrar, nos ajudar e nos proteger! (Ef. 3:20).
1) No
versículo 3, Ele é nosso Sustentador.
Este versículo 3 nos diz que o Senhor não permitirá
que o nosso pé escorregue. Deus sabe que, durante o tempo de nossa
peregrinação, quão facilmente podemos escorregar no pecado e sermos
desencorajados diante dos reveses da vida. Ainda assim, devemos nos lembrar que
Ele está sempre connosco e prometeu nos sustentar com a Sua presença e com o
Seu poder. “Sejam os vossos costumes sem avareza, contentando-vos com o que
tendes; porque ele disse: Não te deixarei, nem te desampararei” (Hb. 13:5);
“…guardem todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou
convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém” (Mt. 28:20).
Não nos esqueçamos que o Senhor jamais construiu
uma casa que caia ou uma fundação que desmorone. Haverá momentos nos quais
sentiremos vontade de desistir e ceder, mas temos de perceber que Ele nos
retirou do barro, do lodo deste mundo e estabeleceu os nossos passos. Estamos
constantemente sendo reforçados e ajudados pela poderosa mão de Deus. O
Senhor nos tem protegido e guardado devido ao seu extraordinário poder e,
sobretudo, ao Seu incomensurável amor por nós. Quando lemos a Bíblia notamos
claramente que Deus nos tem escolhido para sermos o alvo do Seu amor, da Sua
atenção e do Seu propósito. Veja o que o Salmista diz no Salmo 40:1-3: “Esperei
com paciência no Senhor, e ele se inclinou para mim, e ouviu o meu clamor.
Tirou-me dum lago horrível, dum charco de lodo, pôs os meus pés sobre uma
rocha, firmou os meus passos. E pôs um novo cântico na minha boca, um hino ao
nosso Deus; muitos o verão, e temerão, e confiarão no Senhor.”
O relato da vida do rei Davi, em segunda de Samuel
22, é uma prova incontestável desse grande amor. Vemos que Deus se apresenta
como sendo uma rocha firme, que firma a nossa vida e se torna um refúgio
perfeito e completo, que nos assegura proteção e nos dá salvação (vs. 2-3).
Quando Davi cantou ao Senhor um cântico de vitória,
ele o fez por se achar devedor, reconhecido e agradecido. “Eu clamo ao
Senhor pedindo ajuda, e Ele me salva dos meus inimigos” (4). “No meu
desespero eu clamei ao Senhor; eu pedi que Ele me ajudasse. No seu templo
Ele ouviu a minha voz, Ele escutou o meu grito de socorro” (7).
É assim que Deus age quando nós lhe rogamos ajuda.
Imediatamente Ele dá as providências necessárias quando confiamos completa e
exclusivamente nEle. A Sua atitude para conosco é imediata e
perfeita. Davi diz assim: “Lá do alto o Senhor me estendeu a mão
e me segurou; Ele me tirou do mar profundo” (17).
Quando Deus estende a sua poderosa mão é para nos
proteger, nos livrar do perigo e nos salvar, porque nos ama. Podemos ter esta
confiança e sempre vivermos na dependência dEle.
Por mais difícil e complicada que esteja sendo a
nossa vida, podemos ter a certeza absoluta que Deus nos sustentará e nos
salvará. A mão protetora de Deus nunca é curta para nos livrar das lutas e
dificuldades. Em Isaias 50:2 encontramos a pergunta: “Acaso se encolheu
tanto a minha mão que já não pode remir ou já não há força em mim para livrar?”
A mão do Senhor é poderosa para nos salvar e nos sustentar, apenas continuemos
confiantemente caminhando no Poder do Senhor.
2) Os
versículos 3b-4 do Salmo 121 revelam que Ele é o nosso Constante Ajudador .
O cuidado de Deus pelos Seus não é algo ocasional,
é constante. Deus não é como o médico que vem a nós quando há problemas. Deus
anda constantemente connosco e providencia para nós. Deus não nos promete um
caminho fácil, mas promete ajudar-nos e providenciar para nós. Deus não
removerá as pedras do caminho, mas ordenará aos Seus anjos que se certifiquem
de que não tropeçamos nelas. Deus ajuda-nos porque nos ama. Do mesmo modo que
um pai terreno cuida dos seus filhos, o nosso Pai celestial cuida de nós.
Deus prometeu cuidar de nós, em qualquer situação.
Quando passamos pelo fogo, Ele está lá, como esteve com os três rapazes Hebreus
em Babilónia. Quando passamos pelas águas, Ele está lá, como esteve com os
discípulos naquela tempestade na Galileia. Sim, até mesmo quando passarmos pelo
vale da sombra da morte, Ele estará connosco! Nós somos filhos de Deus, foi
devido à Sua graça que fomos salvos. Deus derramou sobre nós as riquezas da Sua
graça e do Seu amor. Nós pertencemos-Lhe, e o nosso Pai celestial, de maneira
alguma, nos deixará à mercê do inimigo, e jamais nos abandonará! É a Sua
promessa, e esta promessa é certa. Mesmo que a nossa fé vacile, Deus
permanecerá fiel, e a Sua Palavra nunca mudará.
Nunca estaremos sozinhos por mais difíceis que
sejam as provas pelas quais vamos passar. Por mais escuro que seja o vale da
sombra da morte, por mais aquecida que esteja a fornalha, por mais acusações
que o vil tentador lance contra nós, teremos sempre connosco o nosso Ajudador.
Cremos que tudo o que há no céu e na terra, e em
todas as criaturas, é preservado e governado pela providência deste Deus sábio,
eterno e omnipotente. Davi o testifica e diz: “Excelso é o Senhor acima de
todas as nações, e a sua glória acima dos céus. Quem há semelhante ao Senhor
nosso Deus, cujo trono está nas alturas; que se inclina para ver o que se passa
no céu e sobre a terra?” (Sl. 113:4ss).
O Senhor sabe que além de facilmente virmos a
escorregar, podemos também dormir, cochilar, tosquenejar. Momentos há quando
nos cansamos e queremos repousar. Há momentos em que abaixamos nossa guarda e
somos apanhados cochilando. Mas não é assim com o Senhor! Ele está sempre
“acordado” e ativo em nosso favor. Ele não se cansa, não se fadiga e nem
tosqueneja no apagar das luzes. “Não sabes, não ouviste que o eterno Deus, o
Senhor, o Criador dos fins da terra, nem se cansa nem se fatiga? É inescrutável
o seu entendimento” (Is. 40:28). Portanto, não há com que se preocupar. Não
há o que temer. Não há por que perder o sono por causa deste ou daquele
problema. Deus não dorme! Ele está constantemente trabalhando. “E Jesus lhes
respondeu: Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também” (Jo. 5:17).
Quão maravilhoso é saber que podemos depender Deus e contar com Ele. “As
misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos, porque as suas
misericórdias não têm fim; Novas são cada manhã; grande é a tua fidelidade!”
(Lm. 3:22-23).
b) Deus é a Força de Nosso
Socorro (Sl. 121:5-6).
Todos nós passamos em nossa vida por momentos
difíceis, por problemas, situações desagradáveis e coisas que tiram a nossa
paz. Essas situações nos levam a buscar uma solução, um socorro que possa nos
trazer alívio, paz e vitória. As pessoas costumam procurar em diversos lugares
esse socorro. Buscam por pessoas ou coisas que possam socorrê-las, mas quase
sempre não o encontram, pois o socorro verdadeiro não existe onde estão
procurando. O socorro eficaz está na força de Deus.
Deus acompanha os seus servos, não os deixa, não os
desampara. Ele está totalmente próximo, participando da nossa vida de perto,
inclusive quando passamos por dificuldades. O Senhor sempre nos socorrerá nas
intempéries da vida, com a Sua força.
1) No
versículo 5, Ele nos protege de nossos inimigos.
O texto diz que o Senhor é o nosso escudo à nossa
mão direita. Todos sabemos que antigamente os guerreiros carregavam dois
importantes itens para a guerra: uma espada e um escudo. Normalmente o escudo
era sustentado pela mão esquerda para proteger o coração, a parte mais vulnerável,
e a espada era sustentada pela mão direita. Significa dizer que o lado direito
estava vulnerável ao ataque, uma vez que o escudo protegia o lado esquerdo. O
Salmista está nos dizendo que Deus assume, deliberadamente, uma posição
defensiva para nos proteger onde mais somos vulneráveis. Oh glória!
O inimigo ataca os pontos fracos de nossa vida,
achando que nos vencerá. O inimigo tenta se levantar querendo fazer a obra
parar, mas o nosso Deus o abate com sua mão poderosa e forte! As lutas vêm, mas
as vitórias têm sido maiores! O Senhor é o nosso Escudo, Socorro bem presente
na hora da tribulação! Aleluia!
Nunca sabemos de onde virão os ataques. Às vezes,
somos atacados nas áreas onde estamos mais enfraquecidos. Nosso inimigo sabe
tudo sobre as nossas fraquezas. Mas, quando estamos fracos, o Senhor nos
fortalece; se o inimigo arma laços para nos fazer cair, Deus nos sustenta em
Suas mãos e prosseguimos vitoriosos! Por isso o louvamos e só nele confiamos...
“Sede sóbrios; vigiai; porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor,
bramando como leão, buscando a quem possa tragar” (1 Pe. 5:8). Outras
vezes, os ataques surgem contra as áreas de nossa vida onde somos mais fortes.
Elias é lembrado por sua coragem, mas, mesmo assim,
fugiu de Jezabel. A grande força de Moisés consistia em sua humildade, mas, em
sua ira, acabou ferindo a “Rocha” e sendo proibido de entrar na terra da
promessa. A grande força de Abraão estava em sua fé em Deus, mas ele entrou no
Egito tomado de incredulidade (mentiu acerca de Sara). A grande lição é que
seremos atacados, e jamais saberemos de onde virá o ataque. Mas tenha a certeza
que nenhum ataque surpreenderá o nosso Deus, o nosso Protetor!
2) No
versículo 6, Ele nos protege dos Elementos da natureza.
Neste verso, o Salmista fala de duas possíveis
fontes de perigo que eram comuns para o antigo soldado. Uma era a insolação,
condição quando o corpo ficava extremamente aquecido e apagava, por ter sido
exposto ao sol durante muito tempo. Esta condição pode ser fatal. Especialmente
se pensarmos nas condições em que viviam as pessoas à época da composição dos
Salmos.
A outra fonte de perigo era a demência provocada
pela lua, segundo a tradição dos antigos. Nos tempos antigos, pensava-se que a
doença mental era causada pela lua. Os antigos achavam ser tão perigoso quanto
a insolação. A demência, ao contrário da insolação, não afeta o corpo, mas a
mente. Daí origina-se a palavra “lunático” para se referir a alguém que tem um
distúrbio mental.
Esta é a realidade dos factos, o quanto estamos
sujeitos aos ataques em nossas vidas. Estamos sujeitos aos ataques tanto no
corpo quanto na mente. Entretanto, Deus nos guardará de todo o mal, de todos os
ataques do maligno. E não somente isso, também nos guardará de toda tentação,
dos ataques que surgem de dentro para fora.
Não importa se o ataque é declarado ou secreto. Se
vem de dia ou de noite. Tenha a certeza que Deus está contemplando tanto a sua
vida quanto ao que acontece. Por isso, podemos sentir segurança no meio de
desastres naturais. A Bíblia diz em Salmos 46:1-3: Deus é o nosso refúgio e
fortaleza, socorro bem presente na angústia. Pelo que não temeremos, ainda que
a terra se mude, e ainda que os montes se projetem para o meio dos mares; ainda
que as águas rujam e espumem, ainda que os montes se abalem pela sua braveza.
Deus sempre estará presente para protegê-lo,
guardá-lo e outorgar os recursos necessários para que você permaneça firme na
batalha contra o mal. Deus é a nossa Torre Forte! “Pois tens sido um refúgio
para mim, e uma torre forte contra o inimigo” (Sl. 61:3). Nosso maior
presente em tempos de tribulação é podermos correr para Ele. “Torre forte é
o nome do Senhor; a ela correrá o justo, e estará em alto refúgio” (Pv.
18:10); “Ele te cobrirá com as suas penas, e debaixo das suas asas te confiarás;
a sua verdade será o teu escudo e broquel” (Sl. 91:4); “O Senhor é o meu
rochedo, e o meu lugar forte, e o meu libertador; o meu Deus, a minha
fortaleza, em quem confio; o meu escudo, a força da minha salvação, e o meu
alto refúgio” (Sl. 18:2).
c) Deus é a Segurança de Nosso
Socorro (Sl. 121:7-8).
Deus é o nosso refúgio, por isso ao enfrentarmos um
problema o lugar para onde devemos ir é a presença de Deus. Ele também é a
nossa fortaleza, nosso muro de proteção, nosso escudo e nos protege do perigo!
E ainda é aquele que nos socorre bem no meio dos problemas. Esse é o nosso
Deus, aquele que certamente nos livrará das situações difíceis e impossíveis.
O Salmo 40:2b diz: “...colocou-me os pés sobre
uma rocha e me firmou os passos”. Deus firmou Davi numa rocha segura, onde
a sua alma experimentava a segurança eterna. Quem é socorrido por Deus tem os
seus caminhos trilhados por ele. Por isso anda seguro. Deus não é apenas o
provedor de nossos abrigos; Ele é o nosso abrigo! Ele é o nosso refúgio! E assim
encontramos conforto e segurança porque Deus é a nossa defesa. O socorro divino
ilumina os lugares escuros dessa vida. Assim podemos andar na segurança da luz.
Jesus é a luz do mundo (Jo. 8:12) e quem segue os seus passos tem a segurança
divina em sua vida.
Descansemos, pois, em segurança nos braços eternos
do Senhor. E sigamos em frente na nossa peregrinação rumo à Jerusalém
Celestial, enfrentando as dificuldades, barreiras e inimigos que possam surgir.
Vamos com segurança e alegria, porque o Senhor está connosco, Ele guarda-nos e
nos livra de todo mal! A Ele seja a glória pelos séculos dos séculos, amém!
1) No
versículo 7, somos preservados do mal.
Nossos corpos são muito parecidos com vulcões. A
qualquer momento o pecado que está reprimido em nós pode estourar e nos levar a
cometer barbáries! Esta carne que carregamos, se não estiver crucificada com
Cristo na cruz, é totalmente depravada. Sua índole permanente inclina-se para
satisfazer as suas concupiscências (Rm. 7:18)! Como podemos ter a esperança de viver
para Deus? A resposta está no Espírito Santo. Quando somos salvos, Ele entra em
ação! Quando Ele vem para a vida do crente, Ele vem com todos os recursos
necessários para que vençamos a tentação e tenhamos força para dizer não ao
pecado. “Não veio sobre vós tentação, senão humana; mas fiel é Deus, que não
vos deixará tentar acima do que podeis, antes com a tentação dará também o
escape, para que a possais suportar” (1 Co. 10:13).
Observou quão fácil é para pecar? Não exige nenhum
esforço. Por quê? Porque nascemos com uma tendência nessa direção. Nós – em
tese - gostamos dele, do pecado. Nós – em tese - somos bons nisso. No entanto,
o Senhor nos ajudará a vencer o mal nesta vida, se tivermos esse desejo em
nossos corações. O Senhor vai nos proteger do mal, Ele guardará a nossa alma.
Há um ponto em que o inimigo não pode fazer-nos mal, é na alma. Deus disse ao
diabo que podia tocar o corpo de Jó, mas não na sua alma. “E o Deus de toda
a graça, que em Cristo Jesus vos chamou à sua eterna glória, depois de haverdes
padecido um pouco, ele mesmo vos aperfeiçoará, confirmará, fortificará e
fortalecerá” (1 Pe. 5:10).
2) No
versículo 8, somos preservados para a eternidade.
Versículo 8: "O Senhor guardará a tua saída ea
tua entrada, desde agora e para sempre" inspirado por Deus.
O Salmista nos lembra que o Senhor nos guardará
enquanto aqui vivermos. O salmista nos diz que Deus guarda a nossa saída e a
nossa entrada em todos os lugares por toda a eternidade. Que bom o nosso Deus
que cuida de nós. Aleluia! E Ele continuará este ministério por toda
eternidade! Nossa garantia é sem preço e sem fim. Aqui está uma simples
lembrança da doutrina da segurança do crente. Em Jesus, somos preservados para
sempre! “De maneira que nenhum dom vos falta, esperando a manifestação de
nosso Senhor Jesus Cristo, O qual vos confirmará também até ao fim, para serdes
irrepreensíveis no dia de nosso Senhor Jesus Cristo. Fiel é Deus, pelo qual
fostes chamados para a comunhão de seu Filho Jesus Cristo nosso Senhor” (1
Co. 1:7-9). Eu glorifico a Deus por ter essas promessas de proteção em minha
jornada. E você?
Há um grande e glorioso Deus no Céu que está
interessado em tudo o que acontece na minha vida. Meus fardos são Dele, meus
problemas são Seus problemas, minhas preocupações são Suas. Meu trabalho é
confiar Nele, o trabalho Dele é cuidar de mim. Ele sempre executa Seu trabalho!
Será que estou fazendo o meu?
E você precisa de ajuda do Senhor neste exato
momento? Se a resposta é sim, corra para Ele agora mesmo e clame pelo nome de
Jesus. Ele virá com os Seus braços de amor abertos para socorrê-lo, no lugar
aonde se encontra!
6. A Poderosa Mão do Senhor
Disciplinando.
“Porque o Senhor corrige a quem ama e açoita a
todo filho a quem recebe. É para disciplina que perseverais (Deus vos trata
como filhos); pois que filho há que o pai não corrige?” (Hb. 12:6-7).
A disciplina tem como objetivo educar-nos para a
vida. Diariamente somos confrontados ou afrontados por opostos. Pessoas que não
compartilham de nossas ideias, militam na rota da contradição e conspiram no
âmbito da ambição pessoal. Contra esse tipo de gente, somos levados a uma
reação que nem sempre corresponde ao nosso modus vivendi e nem ao nosso modus
operandi. Esses momentos de tensão testam a nossa disciplina.
A disciplina visa “equipá-lo” para melhor enfrentar
as tentações e para enfrentar a luta e as exigências da vida. Mas, a disciplina
cristã nunca é vingativa, nem retributiva, nem sádica. Sempre é construtiva. É
aplicada sempre e somente com a intenção de ajudar o homem que errou a fazer o
melhor.
A correção é a essência da disciplina. E o amor, a
alma da correção, pois o Senhor Deus castiga a todos quantos ama, e aqueles a
quem toma por filhos. Disciplinar não é banir; é tornar o santo mais santo, é
ensinar tendo como base o amor, a justiça, a santidade e a sabedoria; é tornar
o santo mais santo.
A igreja primitiva praticava a disciplina
eclesiástica, e a Igreja de hoje não está dispensada desta obrigação. É somente
a respeito da Igreja verdadeira que será dito no dia da volta de Cristo: “cuja
esposa a si mesma se ataviou” (Ap. 19:7). Nestes dias de lassidão e
frouxidão na vida da igreja, esta doutrina precisa de ser de novo enfatizada.
Somos qual diamante bruto a ser lapidado e
limpo, para nos tornarmos algo belo e especial! Uma vez lapidado, o diamante
apresenta seu real valor. Todos o desejam e o apreciam. Todos querem tê-lo e
usufruir sua beleza.
É certo que o valor do diamante é aquilatado por
seu grau de pureza e por sua forma após a lapidação. Na vida, de um modo geral,
também somos disciplinados, lapidados e moldados com o passar dos anos.
No contexto da Igreja, Deus é quem nos lapida (à
medida de nossa entrega a Ele) e nosso valor espiritual torna-se percetível.
Valemos tanto quanto a nossa entrega nas mãos do Senhor. Sem que nos rendamos a
Ele, jamais seremos lapidados e moldados conforme Sua vontade em nós.
É preciso entendermos que há uma necessidade diária
de sermos purificados de nossos pecados. Mesmo como membros do Corpo de Cristo,
por causa da natureza Adâmica que herdamos, somos suscetíveis a erros, faltas,
falhas, pecados, iniquidades. Embora isso aconteça involuntariamente,
precisamos de confessar os nossos pecados ao Senhor para que Ele tenha
misericórdia de nós e nos purifique de toda imundícia. “Se dissermos que não
temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e não há verdade em nós. Se
confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados,
e nos purificar de toda a injustiça. Se dissermos que não pecamos, fazemo-lo
mentiroso, e a sua palavra não está em nós” (1 Jo. 1:8-10).
O processo de lapidação ao qual um diamante é
submetido aplica-se à realidade espiritual. Para lapidá-lo é preciso outro
material que seja tão duro quanto o próprio diamante. E o mais interessante de
tudo isso é que apenas o diamante é tão duro quanto ele próprio.
Ao iniciar um processo de disciplina em nossa vida,
Deus nos toma em Suas mãos e nos coloca diante de “outro diamante”, tão duro
quanto nós, para nos lapidar e dar forma. Certas arestas em nossa vida só são
lapidadas e removidas por pessoas cujo caráter seja firme.
Segundo os entendidos no processo de lapidação de
diamantes, usa-se o azeite para facilitar o trabalho. Isso é muito
significativo, pois para que as nossas feridas, chagas e mazelas sejam curadas,
a presença do Espírito Santo é requerida. O azeite é um dos símbolos dos
Espírito Santo. Quando damos liberdade de ação ao Espírito Santo, a unção se
manifesta promovendo o nosso crescimento, a nossa valorização, o nosso brilho e
a nossa importância para Deus.
O profeta Oseias revela-nos como a mão do Senhor
nos disciplina. Oseias 6:1 diz: “Vinde, e tornemos ao Senhor, porque ele
despedaçou, e nos sarará; feriu, e nos atará a ferida”. A mesma mão que nos
disciplina é a mesma que nos consola.
Ainda, segundo o lapidador, quanto mais perfeita
for a lapidação do diamante, mais ela fará com que a luz seja refletida de uma
face para a outra até ser dispersa no topo do mesmo.
Ao nos entregarmos nas mãos de Deus, Ele nos põe
diante de pessoas capazes de nos ajudar no processo de lapidação. É preciso
resignação para não reagirmos durante o processo. Qualquer alteração pode pôr
tudo a perder. É dessa forma que deixamos de “agir na carne”, de forma
inadequada e desqualificada por quem nos cerca. O processo é lento e doloroso,
mas a luz de Deus invadirá todos os cantos e recônditos do nosso ser e,
finalmente, há-de resplandecer em nossa face. Nossas atitudes altruístas e
educadas darão testemunho do lapidar das mãos de Deus em nossa vida. “Assim
resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras
e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus” (Mt. 5:16).
Para que o texto em apreço seja uma realidade, não
podemos sair das mãos disciplinadoras do Senhor. Sua disciplina tem como
objetivo nos mudar e nos moldar. É possível que aconteça na vida de alguns, o
que ocorre com as chamadas “lapidações imperfeitas”, em que o brilho não chega
ao topo da pedra, mas se perde em um dos lados.
Quando não aceitamos, plenamente, o tratamento de
Deus interrompemos o aperfeiçoamento, impedindo-o de ir até ao fim. Isso
significa que, embora tenhamos Cristo em nós, Seu brilho não está em todas as
áreas de nosso ser. É preciso atentar para as palavras de Salomão: “Mas a
vereda dos justos é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser
dia perfeito” (Pv. 4:18).
Mas como é que as palavras de Salomão são possíveis
se a nossa “lapidação é curta”, ou seja, onde é que a luz passa por uma parede
e não brilha em lugar algum? Será que isso acontece? Sim! É como acontece!
Ao sentirmos o peso do tratamento divino,
reclamamos e fugimos de Seu lapidar, sem termos consciência do verdadeiro
propósito Dele em nossa vida. Não nos esqueçamos que a disciplina visa nos
moldar à vontade de Deus. “E ele disse: O Deus de nossos pais de antemão te
designou para que conheças a sua vontade, e vejas aquele Justo e ouças a voz da
sua boca” (At. 22:14).
Submeter-se à disciplina de Deus é entregar-se
inteiramente em suas mãos. Davi, corajosamente, aceitou a disciplina de Deus ao
promover o Censo, incitado que foi por Satanás. Veja que, por um momento de
estupidez, Davi pagou um alto preço. Diante dele havia um “duro diamante”,
Joabe, que o aconselhou a não cometer tal delito. A Palavra de Deus veio a Davi
pela boca do profeta Gade: “Falou, pois, o Senhor a Gade, o vidente de Davi,
dizendo: Vai e diz a Davi: Assim diz o Senhor: Três coisas te ofereço; escolhe
uma delas, para que ta faça. Veio, pois, Gade a Davi e lhe disse: Assim diz o
Senhor: Escolhe o que queres: ou três anos de fome, ou que por três meses sejas
consumido diante dos teus adversários, e a espada de teus inimigos te alcance,
ou que por três dias a espada do Senhor, isto é, a peste na terra, e o Anjo do
Senhor causem destruição em todos os territórios de Israel; vê, pois, agora,
que resposta hei-de dar ao que me enviou. Então, disse Davi a Gade: Estou em
grande angústia; caia eu, pois, nas mãos do Senhor, porque são muitíssimas as
suas misericórdias, mas nas mãos dos homens não caia eu” (1 Cr. 21:10-13).
Davi, arrependido, opta por cair nas mãos do
Senhor. Seu relacionamento com Deus dava-lhe a certeza de que o Senhor o
perdoaria e o ajudaria a passar por aquele processo de lapidação.
Essa experiência de Davi nos ensina quão importante
é termos ouvidos abertos para ouvir a Sua voz. Decisões precipitadas, à
revelia, trazem prejuízos incalculáveis no processo de lapidação de Deus em
nossa vida. Nada do que Davi passou, teria acontecido, caso ele ouvisse o seu
“diamante duro”, Joabe, aconselhando-o a não fazer o Censo.
Falar sobre a poderosa mão do Senhor julgando ou
disciplinando é um assunto que incomoda, que inquieta, que nos tira da zona de
conforto etc. Entretanto, a Bíblia não pode ser mutilada. Não se pode tirar
parte do todo, a fim de satisfazer os nossos caprichos. A Palavra de Deus não é
amuleto! Não é “caixinha de promessas”, cujos versículos só falam de coisas
boas. É preciso aceitar “todo o conselho de Deus”, conforme Paulo nos admoesta:
“Porque nunca deixei de vos anunciar todo o conselho de Deus” (At.
20:27).
Está sendo provado pelo Senhor? Veja o que disse
Davi: “Provai, e vede que o Senhor é bom; bem-aventurado o homem que nele
confia” (Sl. 34:8). Portanto, ser disciplinado pela mão do Senhor é
vivenciar a Sua bondade. Se fôssemos “bastardos”, não seríamos por Ele
julgados. “Porque o Senhor corrige a quem ama e açoita a todo filho a quem
recebe. É para disciplina que perseverais (Deus vos trata como filhos); pois
que filho há que o pai não corrige?" (Hb 12:6-8). Alegre-se ao ser disciplinado
pelo Senhor! Isso prova que você é filho de Deus!
7. A Poderosa Mão do Senhor
Direcionando.
“Assim diz o Senhor, o teu Redentor, o Santo de
Israel: Eu sou o Senhor teu Deus, que te ensina o que é útil, e te guia pelo
caminho em que deves andar” (Is. 48:17).
O horário de tráfego intenso, nas grandes
metrópoles, tira a paciência dos mais calmos dentre os mortais. São carros de
todos os tipos e tamanhos buscando um espaço para seguir viagem. É um que
buzina, que reclama, que xinga (os maus educados), que implora, que chora... é
o caos!
Lá na frente, sob o sinal luminoso, está o guarda
de trânsito, gesticulando para que os carros sigam a direção certa, na hora
certa. Certamente que os movimentos das mãos do guarda são importantes; sem a
sua presença no horário de maior fluxo do trânsito, a coisa fica pior (ou
melhor). O facto é que com o movimento das mãos os carros conseguem se
movimentar na direção certa.
A nossa vida depende muito dos sinais feitos pelas
mãos, quando a comunicação com as mesmas se faz necessário. Seja em momentos de
alegria ou tristeza, os sinais feitos com as mãos visam transmitir uma
mensagem.
A nossa jornada transitória neste mundo depende,
sobretudo, do direcionamento das mãos de Deus. Os que obedecem à direção que a
Sua poderosa mão aponta têm total certeza de uma jornada segura e de um final
feliz. Infelizmente, a humanidade caminha à deriva, sem rumo e sem direção.
O profeta Isaías dá-nos uma dica de como podemos
contar com o direcionamento da mão do Senhor. As suas palavras são
inspiradoras. Vejamos: “Assim diz o Senhor, o teu Redentor, o Santo de
Israel: Eu sou o Senhor teu Deus, que te ensina o que é útil, e te guia pelo
caminho em que deves andar” (Is. 48:17).
Primeiro, Isaías
fala dos nomes que revelam o Deus que fez o céu e a terra.
(1)
Senhor – Deus é Senhor. Jesus se refere ao Pai como
Senhor do céu e da terra (Lc. 10:21). Isto tem sentido se entendemos que Deus é
o criador de tudo. Ele fez tudo. Ele possui tudo. Ele é Senhor de tudo. O
apóstolo Paulo se refere a Ele como Rei dos reis e Senhor dos senhores (1 Tm.
6:13-16). Senhor significa que ele tem autoridade. Senhor de todos significa
que Deus tem toda autoridade. Possuir toda autoridade é a marca da divindade. O
que tem o controle de tudo e de todos. Aquele que domina, governa e determina o
que deve ser feito. “Porque o reino é do Senhor, e ele domina entre as
nações” (Sl. 22:28).
Na Bíblia, quando o termo “Senhor” é aplicado a
Cristo significa, na maioria das vezes, autoridade máxima, o número um, o Homem
que está acima de todos os outros, o dono de toda a criação.
(2)
Redentor – O que livra da escravidão ou das aflições.
O termo hebraico é também traduzido por resgatador, aplicado em referência ao
responsável pela proteção dos interesses dos membros necessitados de toda uma
parentela (Rt. 3:9). Aplicado a Deus como protetor e libertador de Israel (Is.
41:14).
O que redime, resgata, adquiri outra vez. Embora a
humanidade se encontre no “mercado de escravos” do pecado e do Diabo, o
Redentor “não leva em conta o tempo da ignorância”; Ele deseja resgatar todo
aquele que clama por justiça e misericórdia. “Porque eu sei que o meu
Redentor vive, e que por fim se levantará sobre a terra” (Jó 19:25).
Embora Jesus não seja especificamente chamado
“Redentor” no Novo Testamneto, é nele que os crentes têm a redenção (Ef. 1:7).
Jesus, através da cruz, tornou-se redentor e perdoador daqueles que nEle creem.
(3) Santo
de Israel – A frase “Santo de Israel”, que aparece
pouco mais de 30 vezes no Antigo Testamento e principalmente no livro de
Isaías, é notável. A frase é importante por várias razões. A primeira é que
YHWH, criador de tudo, iria escolher para se identificar a Si mesmo, em tudo,
no contexto de Sua união com um grupo muito pequeno de pessoas. Os nomes são
importantes para Deus e é grande a Sua humildade para se chamar o próprio Deus
de Israel.
O único que merece honra, louvor, adoração e ação
de graças. Como Santo de Israel, Ele é inigualável, ímpar, singular, sublime,
puro, majestoso... oh glória! “Também eu te louvarei com o saltério, bem
como a tua verdade, ó meu Deus; cantarei com harpa a ti, ó Santo de Israel”
(Sl. 71:22). Como Santo de Israel é Aquele que santifica o Seu povo. “E não
profanareis o meu santo nome, para que eu seja santificado no meio dos filhos
de Israel. Eu sou o Senhor que vos santifico” (Lv. 22:32). Glória ao Santo
de Israel!
(4)
Senhor Teu Deus – Além de ser o que controla e determina,
Isaías fala da Soberania do Senhor como o único Deus. Assim, o Senhor Deus nos
controla desde os altos céus, de seu alto e sublime trono. Como Deus Ele é
temido, respeitado e reverenciado. Não há outro “deus” diante do qual devamos
nos curvar e reverenciar. “Não vos virareis para os adivinhadores e
encantadores; não os busqueis, contaminando-vos com eles. Eu sou o Senhor vosso
Deus” (Lv 19:31).
Segundo, Isaías
fala da preocupação de Deus quanto ao que devemos observar e absorver. “Eu
sou o Senhor teu Deus, que te ensina o que é útil...”. Certamente que é
preciso aprender a distinguir entre o certo e o errado. Sem esse conhecimento
prévio, qualquer sinal da mão de Deus será ininteligível. E aí a confusão é
generalizada.
Neste mundo cada vez mais complexo, cheio de
informações distorcidas, aprender o que é útil faz toda diferença. Há os que se
ocupam com coisas fúteis e inúteis; coisas das quais não se extrai qualquer
lição ou proveito. Mas o Deus a quem servimos é seletivo. Ele sabe
perfeitamente o que contribuirá para a nossa formação e edificação. “Ensinar-vos-ei
acerca da mão de Deus, e não vos encobrirei o que está com o Todo-Poderoso”
(Jó 27:11). “Instruir-te-ei, e ensinar-te-ei o caminho que deves seguir;
guiar-te-ei com os meus olhos” (Sl. 32:8).
Na arte de ensinar, Deus tem como propósito
imprimir o Seu caráter em nós. Neste sentido, todos podemos ser mais parecidos
com Deus. Basta que entendamos o que sejam os atributos de Deus. Os atributos
divinos são as características de Deus, a soma das quais definem quem Ele é.
Eles refletem diversos aspetos da mesma essência divina.
É importante destacarmos que “a Bíblia não procura
comprovar que Deus existe. Em vez disso, ela declara a sua existência e
apresenta numerosos atributos Seus. Muitos desses atributos são exclusivos
dEle, como Deus; outros existem em parte no ser humano, pelo facto de ter sido
“criado à imagem de Deus.” É neste último aspeto que podemos ser semelhantes a
Deus. Ao absorvermos Seus atributos morais, como veremos abaixo, passamos à
condição de filhos de Deus. Também neste sentido Paulo nos concita a imitá-lo,
tanto quanto ele imita o Senhor. “Sede meus imitadores, como também eu de
Cristo” (1 Co. 11:1).
a) Atributos Naturais
(Exclusivos) de Deus.
Deus não pode ser definido por uma palavra ou por
uma frase. Portanto, é necessário que tentemos, mesmo que de forma limitada,
descrever as “qualidades de Deus”, ou seus “atributos”. Essa descrição é
limitada, pois Deus é incompreensível a nós. Por isso, o descrevemos com base
apenas no que ele nos revelou a seu respeito. Tais descrições apontam
igualmente para o Pai, o Filho e o Espírito Santo.
(1) Deus
é omnipresente. Significa que Deus está presente em todos os
lugares. Onipresença não é o mesmo que “panteísmo”, que iguala o universo a
Deus. Há distinção entre Deus e a criação, apesar de a sua presença estar em
toda parte. Ele não se torna difuso ou transposto pelo universo. Aprendemos com
a onipresença que ninguém pode fugir de Deus e que ele está presente em todas
as circunstâncias da nossa vida.
Deus pode fazer qualquer coisa compatível com sua
própria natureza. Mesmo podendo tudo, o que Ele escolhe fazer ou não tem
motivos que só Ele conhece. Ele está presente em todos os lugares ao mesmo
tempo. O salmista afirma que, não importa para onde formos, Deus está ali (Sl.
139:7-12; Jr. 23:23-24; At. 17:27-28); Deus observa tudo quanto fazemos.
(2) Deus
é omnisciente. Ele sabe todas as coisas (Sl. 139:1-6; 147:5).
Ele conhece, não somente o nosso procedimento, mas também os nossos próprios
pensamentos (1 Sm. 16:7; 1 Rs. 8:39; Sl. 44:21; Jr. 17:9-10). Deus nunca
tem dúvidas, nem busca respostas (a não ser quando, de modo didático, inquire
os homens para o próprio bem deles). Quando a Bíblia fala da presciência
de Deus (Is. 42:9; At. 2:23; 1 Pe. 1:2), significa que Ele conhece com precisão
a condição de todas as coisas e de todos os acontecimentos exequíveis, reais, possíveis,
futuros, passados ou predestinados (1 Sm. 23:10-13; Jr. 38:17-20). A
presciência de Deus não subentende determinismo filosófico. Deus é plenamente
soberano para tomar decisões e alterar os seus propósitos no tempo e na
história, segundo a sua própria vontade e sabedoria.
(3) Deus
é omnipotente. Deus pode fazer qualquer coisa compatível com a
sua própria natureza. Mesmo podendo tudo, o que Ele escolhe fazer ou não tem
motivos que só Ele conhece. Deus revelou-se como “o Forte, o Potente” (Sl.
24:8-10), Aquele para quem “nada é impossível” (Lc. 1:37). Ele é o
Todo-poderoso e detém a autoridade total sobre todas as coisas e sobre todas as
criaturas (Sl. 147:13-18; Jr. 32:17; Mt. 19:26; Lc. 1:37). Isso não quer dizer,
que Deus empregue todo o seu poder e autoridade em todos os momentos. Por
exemplo, Deus tem poder para exterminar totalmente o pecado, mas optou por não
fazer assim até o final da história humana. Em muitos casos, Deus limita o seu
poder, quando o emprega através do seu povo (2 Co. 12:7-10); em casos assim, o
seu poder depende do nosso grau de entrega e de submissão a Ele.
(4) Deus
é transcendente. Ele é diferente e independente da sua criação
(ver Êx. 24:9-18; Is. 6:1-3; 40:12-26; 55:8-9). Seu ser e a sua existência são
infinitamente maiores e mais elevados do que a ordem por Ele criada (1 Rs.
8:27; Is. 66:1-2; At. 17:24-25). Ele subsiste de modo absolutamente perfeito e
puro, muito além daquilo que Ele criou. Ele mesmo é incriado e existe à parte
da criação. A transcendência de Deus não significa, porém, que Ele não possa
estar entre o seu povo como seu Deus (Lv. 26:11-12; Ez. 37:27; 43:7; 2 Co.
6:16). O Deus transcendente é “mais íntimo que o mais profundo do nosso
ser e mais elevado que o nosso ponto mais alto”.
(5) Deus
é eterno. O atributo da eternidade significa que Deus
não tem começo nem fim. Sua existência é eterna, tanto no passado como no
futuro, sem interrupções ou limitações causadas por uma sucessão de eventos. A
autoexistência de Deus está intimamente ligada com sua eternidade, pois, por
não ter começo, ele não foi criado por outro, existindo por si só.
Ele é de eternidade à eternidade (Sl. 90:1-2;
102:12; Is. 57:12). Nunca houve nem haverá um tempo, nem no passado nem no
futuro, em que Deus não existisse ou que não existirá; Ele não está limitado
pelo tempo humano (cf. Sl. 90:4; 2 Pe. 3:8), e é, portanto, melhor descrito
como “Eu Sou” (cf. Êx. 3:14; Jo. 8:58).
Uma das implicações da eternidade de Deus é que ela
nos dá muito conforto, visto que Ele nunca deixará de existir e que o Seu
controle sustentador e providencial de todas as coisas e eventos está
assegurado.
(6) Deus
é imutável. Significa que Deus não muda. Não quer dizer
que ele esteja imóvel ou inativo, mas que não se altera, cresce ou se
desenvolve. Ele é inalterável nos seus atributos, nas suas perfeições e nos
seus propósitos para a raça humana (Nm. 23:19; Sl. 102:26-28; Is. 41:4; Ml.
3:6; Hb. 1:11-12; Tg. 1:17). Isso não significa, porém, que Deus nunca altere
os seus propósitos temporários ante o proceder humano. Ele pode, por exemplo,
alterar as suas decisões de castigo por causa do arrependimento sincero dos
pecadores (cf. Jn. 3:6-10). Além disso, Ele é livre para atender às
necessidades do ser humano e às orações do seu povo. Em vários casos a Bíblia
fala de Deus mudando uma decisão como resultado das orações perseverantes dos
justos (Nm. 14:1-20; 2 Rs. 20:2-6; Is. 38:2-6; Lc. 18:1-8).
A imutabilidade de Deus nos conforta e encoraja,
pois sabemos que suas promessas não falharão (Ml. 3:16; 2 Tm. 2:13). Deus
também mantém sempre a mesma atitude contra o pecado.
(7)
Deus é perfeito, misericordioso e santo. Não há como falarmos de perfeição
sem aplicarmos esse atributo ao Deus Todo-poderoso, pois perfeição faz parte da
própria natureza divina. Ele é absolutamente isento de pecado e
perfeitamente justo (Lv. 11:44-45; Sl. 85:13; Mt. 5:48). A perfeição
absoluta só existe em Deus (Jó 11:7). Isso nos ensina a Palavra de Deus, ou
seja, que Ele é perfeito, completo e não falta nada na sua Pessoa e obras. Ele
é perfeito moralmente e também é perfeito em cada aspecto do que Ele é, e no
que faz. Adão e Eva foram criados sem pecado (cf. Gn. 1:31), mas com a
possibilidade de pecarem. Deus, no entanto, não pode pecar (Nm. 23:19; 2 Tm.
2:13; Tt. 1:2; Hb. 6:18). Sua santidade inclui, também, sua dedicação à
realização dos seus propósitos e planos.
A Bíblia até nos exorta a sermos perfeitos, mas
isso não implica ausência de pecado, e sim agir conforme a prática da justiça e
amor estabelecidos por Deus (Mt. 5:48).
(8) Deus
é trino e uno. A união de três pessoas. Pai. Filho e o
Espírito Santo, em uma só Divindade. As três pessoas são distintas, iguais e
por consequência, coeternos e consubstanciais em uma só individual natureza.
Cada uma dessas pessoas é Deus. E no entanto só há um Deus (Dt. 6:4; Is. 45:21;
1 Co. 8:5-6; Ef. 4:6; 1 Tm. 2:5), manifesto em três pessoas: Pai, Filho e
Espírito Santo (Mt. 28:19; 2 Co. 13:14; 1 Pe. 1:2). Cada pessoa é plenamente
divina, igual às duas outras; mas não são três deuses, e sim um só Deus (ver
Mt. 3:17; Mc. 1:11). O vocabulário não se encontra nas Escrituras. Mas veja:
Mt. 28:19; I Co. 12:4-6; II Co. 13:13; Ef. 2:18, 3:14-17, 4:4-6; II Ts.
2:13-15; Hb. 6:4-5; I Jo. 3:23-24; Ap. 1:4-5.
b) Atributos Morais de Deus.
Muitas características do Deus único e verdadeiro,
especialmente os seus atributos morais, têm certa similitude com as qualidades
humanas; sendo, porém, evidente que todos os seus atributos existem em grau
infinitamente superior aos humanos. Por exemplo, embora Deus e o ser humano
possuam a capacidade de amar, nenhum ser humano é capaz de amar com o mesmo
grau de intensidade como Deus ama. Além disso, devemos ressaltar que a
capacidade humana de ter essas características vem do facto de sermos criados à
imagem de Deus (Gn. 1:26-27); noutras palavras, temos a sua semelhança, mas Ele
não tem a nossa; Ele não é como nós.
(1) Deus
é bom (Sl. 25:8; 106:1; Mc. 10:18). Tudo quanto
Deus criou originalmente era bom, era uma extensão da sua própria natureza (Gn.
1:4, 10, 12, 18, 21, 25, 31). Ele continua sendo bom para a sua criação, ao
sustentá-la, para o bem de todas as suas criaturas (Sl. 104:10-28; 145:9; Ele
cuida até dos ímpios (Mt. 5:45; At. 14:17). Deus é bom, principalmente para os
seus, que o invocam em verdade (Sl. 145:18-20).
(2) Deus
é amor (1 Jo. 4:8). Seu amor é altruísta, pois
abraça o mundo inteiro, composto de humanidade pecadora (Jo. 3:16; Rm. 5:8). A
manifestação principal desse seu amor foi a de enviar o seu único Filho, Jesus,
para morrer em lugar dos pecadores (1 Jo. 4:9-10). Além disso, Deus tem amor
paternal especial àqueles que estão reconciliados com Ele através de Jesus (ver
Jo. 16:27).
(3) Deus
é misericordioso e clemente (Êx. 34:6; Dt. 4:31; 2 Cr. 30:9; Sl. 103:8;
145:8; Jl. 2:13); Ele não extermina o ser humano conforme merecemos devido aos
nossos pecados (Sl. 103:10), mas nos outorga o seu perdão como dom gratuito a
ser recebido pela fé em Jesus Cristo.
(4) Deus
é compassivo (2 Rs. 13:23; Sl. 86:15; 111:4). Ser
compassivo significa sentir tristeza pelo sofrimento doutra pessoa, com desejo
de ajudar. Deus, por sua compaixão pela humanidade, proveu-lhe perdão e
salvação (cf. Sl. 78:38). Semelhantemente, Jesus, o Filho de Deus, demonstrou
compaixão pelas multidões ao pregar o evangelho aos pobres, proclamar
libertação aos cativos, dar vista aos cegos e pôr em liberdade os oprimidos
(Lc. 4:18; cf. Mt. 9:36; 14:14; 15:32; 20:34; Mc. 1:41).
(5) Deus
é paciente e lento em irar-se (Êx. 34:6; Nm. 14:18; Rm.
2:4; 1 Tm. 1:16). Deus expressou esta característica pela primeira vez no
jardim do Éden após o pecado de Adão e Eva, quando deixou de destruir a raça
humana conforme era seu direito (cf. Gn. 2:16-17). Deus também foi paciente nos
dias de Noé, enquanto a arca estava sendo construída (1 Pe. 3:20). E Deus
continua demonstrando paciência com a raça humana pecadora; Ele não julga na
devida ocasião, pois destruiria os pecadores, mas na sua paciência concede a
todos a oportunidade de se arrependerem e serem salvos (2 Pe. 3:9).
(6) Deus
é a verdade (Dt. 32:4; Sl. 31:5; Is. 65:16; Jo. 3:33).
Jesus chamou-se a si mesmo “a verdade” (Jo. 14:6), e o Espírito é chamado de
“Espírito da verdade” (Jo. 14:17; cf. 1 Jo. 5:6). Porque Deus é absolutamente
fidedigno e verdadeiro em tudo quanto diz e faz, a sua Palavra também é chamada
a verdade (2 Sm. 7:28; Sl. 119:43; Is. 45:19; Jo. 17:17). Em harmonia com este
facto, a Bíblia deixa claro que Deus não tolera a mentira nem a falsidade
alguma (Nm. 23:19; Tt. 1:2; Hb. 6:18).
(7) Deus
é fiel (Êx. 34:6; Dt. 7:9; Is. 49:7; Lm. 3:23; Hb.
10:23). Deus fará aquilo que Ele tem revelado na sua Palavra; Ele cumprirá
tanto as suas promessas, quanto as suas advertências (Nm. 14:32-35; 2 Sm. 7:28;
Jó 34:12; At. 13:23, 32-33). A fidelidade de Deus é de consolo inexprimível
para o crente, e grande medo de condenação para todos aqueles que não se
arrependerem nem crerem no Senhor Jesus (Hb. 6:4-8; 10:26-31).
(8)
Finalmente, Deus é justo (Dt. 32:4; 1 Jo. 1:9). A Bíblia diz em Salmos
145:17: ”Justo é o Senhor em todos os seus caminhos, e benigno em todas as
suas obras”.”Ser justo significa que Deus mantém a ordem moral do universo,
é reto e sem pecado na sua maneira de tratar a humanidade (Ne. 9:33; Dn. 9:14).
A decisão de Deus de castigar com a morte os
pecadores (Rm. 5:12), procede da sua justiça (Rm. 6:23; cf. Gn. 2:16-17); a sua
ira contra o pecado decorre do seu amor à justiça (Rm. 3:5-6; ver Jz. 10:7).
Ele revela a sua ira contra todas as formas da iniquidade (Rm. 1:18),
principalmente a idolatria (1 Rs. 14:9, 15, 22), a incredulidade (Sl. 8:21-22;
Jn. 3:36) e o tratamento injusto com o próximo (Is. 10:1-4; Am. 2:6-7).
Jesus Cristo, que é chamado o “Justo” (At. 7:52;
22:14; cf. At. 3:14), também ama a justiça e abomina o mal (ver Mc. 3:5). Note
que a justiça de Deus não se opõe ao seu amor. Pelo contrário, foi para
satisfazer a sua justiça que Ele enviou Jesus a este mundo, como sua dádiva de
amor (Jo. 3:16; 1 Jo. 4:9-10) e como seu sacrifício pelo pecado em lugar do ser
humano (Is. 53:5-6; Rm. 4:25; 1 Pe. 3:18), a fim de nos reconciliar consigo
mesmo. A revelação final que Deus fez de si mesmo está em Jesus Cristo (cf. Jo.
1:18; Hb. 1:1-4); noutras palavras, se quisermos entender completamente a
pessoa de Deus, devemos olhar para Cristo, porque nEle habita toda a plenitude
da divindade (Cl. 2:9).
Terceiro
e Último, Isaías enfatiza o cuidado de Deus para nos guiar –
“...e te guia pelo caminho em que deves andar”. Certamente que “este é o
caminho”, no qual devemos prosseguir.
A poderosa mão de Deus se manifesta para que
andemos em seus caminhos. “E a terra seca se tornará em lagos, e a terra
sedenta em mananciais de águas; e nas habitações em que jaziam os chacais
haverá erva com canas e juncos. E ali haverá uma estrada, um caminho, que se
chamará o caminho santo; o imundo não passará por ele, mas será para aqueles;
os caminhantes, até mesmo os loucos, não errarão” (Is. 37:7-8). Veja que,
implicitamente, a poderosa mão de Deus trabalha para tornar nossa jornada mais
agradável e segura. Além disso, separa o santo do profano, o vil do precioso.
Finalizo, fazendo
minhas as palavras de Moisés: “Seja sobre nós a graça do Senhor, nosso Deus;
e confirma sobre nós a obra das nossas mãos; sim, confirma a obra das nossas
mãos” Sl. 90:17. Esta é a certeza que temos. Uma vez que a sua poderosa mão
está sobre nós, a obra de nossas mãos há-de ser confirmada.
Confie no Senhor! A Sua Mão, que é forte, está
estendida e ele está trabalhando. E no tempo certo, verá que a vitória chegará
em suas mãos.
Bispo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciência da
Religião Dr. Edson Cavalcante.
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