Pages

segunda-feira, 30 de novembro de 2015

ESTUDO BÍBLICO SOBRE VITÓRIAS E DERROTAS DE DAVI...


                    ESTUDO BÍBLICO SOBRE VITÓRIAS E DERROTAS DE DAVI...
 1 Sm 16.1,3,10 - 13
Introdução
Neste trimestre aprenderemos sobre a vida de Davi, um dos maiores personagens da Bíblia, "um homem segundo o coração de Deus". A sua trajetória é destacada como um marco da História bíblica (2Sm 7.8). Davi um homem que saiu de detrás das ovelhas de seu pai para governar a nação de Israel. Em Davi graça vão muitas promessas sobre a linhagem que levaria ao nascimento do Messias (Lc 1.32). Davi, que significa "amado" em hebraico, é o tema do nosso quarto trimestre.
No livro de Neemias (12.36) há duas peculiaridades a respeito de Davi:
1ª A primeira é o fato de o hagiógrafo associar o nome do rei aos instrumentos musicais, "instrumentos músicos de Davi"– expressão que no contexto remoto refere-se tanto aos instrumentos criados por Davi para adorar a Javé (1 Cr 23.5; 2 Cr 29.26) quanto ao mandado e os Salmos de Davi referentes à adoração (2 Cr 29.25-30).
2ª A segunda descreve o rei como [dāwid 'îsh hā 'Ĕlōîm (דּויד אישׁ האלהים)] "Davi, homem de Deus", expressão que no profetismo israelita identifica o sujeito como profeta, enviado especial de Deus ou alguém que está na presença do Senhor (Dt 33.1; Jz 13.6; 1 Sm 12.27; 2 Rs 1.10ss.). Estas duas características de Davi, músico e homem de Deus, resumem adequadamente o biografado, bem como a singular vocação do jovem Davi.
Uma graciosa lição que aprendemos do texto de Neemias e da vida de Davi é que a vocação divina para o ministério cristão, às vezes, envolve mais de uma ocupação, algumas associadas à principal. Davi foi ungido rei, no entanto, a unção real deu-lhe muitas outras competências e habilidades para a poesia, música, engenharia, guerra, etc., tornando-o um líder completo.
1.   AS CIRCUNSTÂNCIAS EM QUE DAVI FOI CHAMADO
1.           Um período de transição.
Após a conquista da terra de Canaã, pelo povo de Israel, ocorreram muitas transformações. A posse da nova terra fez com que um povo que era nômade passasse a usufruir de uma promessa divina, feita muitos séculos antes ao patriarca Abraão; "Ora, o SENHOR disse a Abrão: Sai-te da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei. E far-te-ei uma grande nação, e abençoar-te-ei e engrandecerei o teu nome; e tu serás uma bênção"(Gn 12.1,2).
A partir do momento que Josué assume a liderança do povo, após a morte de Moisés (Dt 34) A história de Israel passou a ser guiada pelos mandamentos feitos pelo Senhor ao povo quando estavam fora da terra; "Porquanto te ordeno hoje que ames ao SENHOR teu Deus, que Andes nos seus caminhos, e que guardes os seus mandamentos, e os seus estatutos, e os seus juízos, para que vivas, e te multipliques, e o SENHOR teu Deus te abençoe na terra a qual entras a possuir. Porém se o teu coração se desviar, e não quiseres dar ouvidos, e fores seduzido para te inclinares a outros deuses, e os servires. Então eu vos declaro hoje que, certamente, perecereis; não prolongareis os dias na terra a que vais, passando o Jordão, para que, entrando nela, a possuas." Dt 30.16,18. O que aconteceria se com o passar dos anos o povo não guardasse a Palavra do Senhor? O povo não permaneceu fiel as palavras do Altíssimo, mas Ele permanece fiel (2 Tm 2.13).

Por ser o princípio religioso a principal motivação para o povo permanecer ligados a Lei divina, mesmo que isso significasse muitas e onerosas dores, o povo chamado de dura cerviz, afastavam-se dos padrões requeridos pelo altíssimo atraindo sobre si ira divina (Dt 31.27).
A história de Davi começa num período de transição muito importante para o povo de Israel. Os juízes comandaram o povo de Israel durante os 300 primeiros anos em que habitaram a terra de Canaã. Durante este período, Deus levantava os juízes para combater a imoralidade e a apostasia, pois o povo era guiado pelo seu próprio coração, "e fazia o que achava reto aos seus olhos" (Jz 21.25).
1.           Em meio a uma crise espiritual
1.           Antes de ter um rei, o povo de Israel possuía uma liderança teocrática (Jz 2.16-17)
2.           Entretanto manifestou o desejo de esquivar-se do sistema político da teocracia para se tornar uma monarquia como as nações. (1Sm 8.1-7,19-22)
Para aquele povo que por anos estiveram sobre o comando de sacerdotes e juízes, a mudança para a monarquia representaria, naquele momento histórico, um passo importante de se igualar as nações que estavam ao seu redor. A figura de um rei iria satisfazer a exigência do povo; "Eis que já estás velho, e teus filhos não andam pelos teus caminhos; constitui-nos, pois, agora um rei sobre nós, para que ele nos julgue, como o têm todas as nações" (1Sm 8.5). A consequência  da escolha foi um rompimento com aquilo que era algo legal - a presença de Deus -, tornou-se um ato de insubmissão ao Altíssimo. "E disse o SENHOR a Samuel: Ouve a voz do povo em tudo quanto te dizem, pois não te têm rejeitado a ti, antes a mim me têm rejeitado, para eu não reinar sobre eles (1Sm 8.7).
1.    Não era uma simples mudança de regime, mas uma troca de governante (1Sm 8.6,7),o que entristeceu o profeta Samuel.
1.           TEOCRACIA X MONARQUIA(tabela)
1.           O primeiro Rei
A escolha pela monarquia levou a escolha do primeiro rei sobre as tribos, e Saul assume o posto mais alto; "E quando Samuel viu a Saul, o SENHOR lhe respondeu: Eis aqui o homem de quem eu te falei. Este dominará sobre o meu povo" (1 Sm 9.17).Saul reinou em Israel pelo período de 40 anos, um governo marcado no princípio pela presença de Deus nas vitórias diante dos seus inimigos (1Sm 11.9,11). Mas Saul não permaneceu em conformidade com as palavras de Deus, afastando-se do projeto divino para sua vida, e no final buscou inclusive ajuda de uma pitonisa. "Assim morreu Saul por causa da transgressão que cometeu contra o SENHOR, por causa da palavra do SENHOR, a qual não havia guardado; e também porque buscou a adivinhadora para a consultar" 1 Cr.10.13.
1.    O surgimento de Saul é notório nesse contexto, haja vista, ser ele, na visão do povo, quem preenchia os requisitos e as expectativas do povo 1Sm 8.4-6.
2.    Deus, em sua Graça, tocou o povo para seguir o novo rei 1Sm 10.26.
3.    Logo demonstrou suas más qualidades 1Sm 13.14;15.26-28.
A desobediência pode eliminar oportunidades de serviço pela desqualificação do indivíduo para uma posição de liderança.
1.           A gravidade da crise
1.           Samuel muito se abateu, tal como Israel pela crise gerada, entretanto, Deus que se antecipa, declarou que já havia se provido de um rei (1Sm 16.1)
2.           O Projeto de Deus e Seu Empreendimento nunca serão frustrados por quem quer que seja:
1.           Ele não aceita desobediência ou rebeldia, por essa razão não permitiu que Moisés entrasse na Terra Prometida (Nm 20.11,12; Dt 32.51,52)
2.           Entretanto proveu outro líder para finalmente introduzir Seu povo na Terra Prometida (Dt 1.37,38)
3.           A vocação ou o chamado de Davi surgiu ante a rejeição de Saul pelo Senhor (1Sm 13.13,14;15.26-28).
4.           A NATUREZA DA VOCAÇÃO DE DAVI
Davi não era o primogênito, mas o caçula, o oitavo filho de Jessé. Se tomarmos como base que o rei Davi ascendeu ao trono de Judá em 1011 a.C., com cerca de trinta anos (2Sm 5.4), e, que provavelmente nascera em 1041 a. C., pouco tempo depois de Saul sagrar-se rei, concluímos que Davi não possuía mais de 13 anos quando foi consagrado rei de Israel. Logo, a vocação ministerial não se limita à condição social e à idade do escolhido. É o Senhor Quem escolhe. Ele é Soberano em Suas escolhas!
A escolha de Davi se deu ao passo que o reinado de Saul começou a ruir. É a partir da rejeição de Saul que Samuel recebe a incumbência de ungir outro rei sobre Israel. "Então Samuel lhe disse: O SENHOR tem rasgado de ti hoje o reino de Israel, e o tem dado ao teu próximo, melhor do que tu" 1Sm 15.28.
1.           Um desígnio divino - Davi uma escolha divina.
1.           Ele quem quer, quando quer e capacita como quer e para o que quer Sl 89.20
2.           A ordem divina era que entre os filhos do belemita haveria o futuro rei e a missão do profeta não foi uma tarefa fácil, pois Samuel colocou em risco a sua vida (1Sm 16.2).
Todavia, a menoridade de Davi ante seus irmãos colocava-o como o último na hierarquia familiar e tribal (1Sm 16.5,11-13). O termo "menor" (ARC), ou o "mais moço" (RA), do hebraico qātōn (קטן),significa "ser pequeno", mas também "ser insignificante", ou "ser jovem insignificante".
1.   Essa condição independia do jovem Davi.
2.   Ele era o menor dentre seus irmãos, não apenas na hierarquia familiar, mas também nos direitos sociais e tribais que pertenciam primeiramente ao primogênito.
3.   O fato de o Senhor escolher a Davi dentre os seus irmãos, significa que Deus, embora respeite, pouco se preocupa com as condições sociais do escolhido.
4.   É o Senhor quem habilita e capacitada o eleito independente da classe social do sujeito. Deus "não vê como o homem"! (1Sm 16.7)
5.   Deus escolheu o menor, aquele que a princípio seria o último, este deveria receber a menor parte, na lei de Moisés a benção estava sobre o primogênito (Dt 21.17).
6.   Em um contexto maior, é importante entender que o Messias prometido ao povo de Deus seria um descendente da tribo de Judá e, portanto, Davi é parte direta do cumprimento das promessas divinas a Israel (Is 11.1,2;Jr 23.5,6;At 2.29,30;Rm 1.3)
A escolha de Davi foi feita por Deus, o jovem pertencia a família de Jessé o belemita, um efrateu de Belém de Judá (1 Sm 17.12). Como é importante que os homens estejam na direção divina, cumprindo plenamente a sua vontade. Este foi o objetivo de Jesus em seu ministério terreno, de cumprir a vontade de seu pai. "Porque eu desci do céu, não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou" (Jo 6.38).
1.   Samuel estava numa posição de grande responsabilidade e ele não poderia errar, pois um erro significaria a rejeição do próprio Deus.
2.   Ao entrar na casa de Jessé, o profeta teve de imediato a impressão de estar diante do novo rei, quando olhou para Eliabe, o primeiro filho de Jessé a se apresentar (1Sm 16.6).
3.   Olhar somente a aparência, já não é algo só dos nossos dias, o próprio profeta Samuel foi tentado a tomar esta decisão, "certamente está perante o Senhor o seu Ungido".
Encontramos neste episódio um ensinamento muito especial para nossas vidas, as "nossas escolhas" muitas vezes não representam aquilo que realmente deveríamos escolher. Ao olhar para "exterior" somos tentamos muitas vezes a procurar entender o que as pessoas estão sentindo por dentro, se elas estão tristes, tentamos imaginar o que esta acontecendo. Quando encontramos alguém bem vestido, com roupas caras ou em carros de luxo, pensamos se este ou aquela tem dinheiro. Pode ocorrer que muitos de nós entramos em situações complicadas por não estarmos atentos aos "detalhes".
Ao atentarmos para o exterior nada enxergamos, apenas o que nossos olhos querem ver, mas Deus olha para o que está embaixo da pele, ele olha para o homem interior, onde se descobre as intenções do coração (Hb 4.13). Desta forma, o segundo filho de Jessé também não passou no crivo divino, e ao passar todos os filhos que estavam na casa o profeta faz uma pergunta ao dono daquela casa acabaram-se os jovens? (1Sm 16.11).
1.           A resposta e responsabilidade humana
1.           A Soberania de Deus é um dos princípios da vocação divina 1Cr 28.4,5
2.           Entretanto, Ele considera e leva em conta a responsabilidade humana e realização de seu propósitos 1Cr 28.6,7
3.           À pretensão e ao desejo do povo, Saul subiu ao trono (1Sm 8.9-18;10.17-27)
4.           Em resposta ao injusto clamor do povo, o Eterno deu-os Saul (At 13.21)
5.           A Escolha divina de homens para seu serviço leva também em conta a liberdade humana e não a invalida
6.           Saul não estava predestinado ao fracasso (1Sm 13.13)
7.           Tampouco Davi estava destinado ao sucesso (1Rs 11.38)
2.           Davi uma escolha segundo o coração de Deus.
1.           Faltava o menor, aquele que até o momento não haviam sido lembrado, mas Deus não se esquece de ninguém, havia aquele que estava detrás das ovelhas (1 Cr 17.7), talvez esquecido pela sua família naquele momento, mas nunca pelo Senhor.
2.           Deus estava contemplando aquela ocasião, era algo notório, pois o novo rei abriria uma nova perspectiva para o povo de Israel.
3.           Davi era o caçula entre os seu irmãos, o menor entre todos (1 Sm 16.11), e foi o último a passar diante do profeta Samuel.
4.           Ao aproximar-se do profeta aquele jovem ruivo, versículo 12, o Senhor ordenou ao profeta que o ungisse no meio dos seus irmãos.
Ao chegar o profeta, os filhos de Jessé puseram-se apostos para aquela cerimônia. Contudo, existe um número expressivo de pessoas que estão sempre "prontas" para fazer algo para o Senhor, mas poucos estão aptos. Aqueles que o Senhor quer usar realmente não aparecem, estão por ai "atrás das ovelhas", cuidando do rebanho do Senhor sem muitas vezes serem vistos. A obra feita no silêncio, feita nas lágrimas e fadigas, às vezes debaixo de sol escaldante e o nome destes pequenos não aparecem na mídia, são "esquecidos" pelos seus irmãos, mas estes estão no coração de Deus, esperando para serem lembrados e honrados no momento certo (Ap 22.12).
O Dicionário Internacional de Teologia do Antigo Testamente afirma que a raiz qtin "denota pequenez de quantidade ou qualidade". Davi era o mais moço (1 Sm 17.14, 33) e, segundo a tradição do núcleo familiar (bayît 'āb), seus irmãos tinham a proeminência (veja 1 Sm 17.28, 29). Esta é a principal razão pela qual eles são chamados ao sacrifício e à mesa enquanto Davi permanece no pastorício (v.11; 17.15). Deus, porém, honrou a Davi diante de seu pai e de todos os seus irmãos (vv.12,13;17.12,13). Se você é um servo ou serva de Deus, chamado ou escolhido pelo Senhor, saiba que suas condições sociais não são entraves para a realização da obra de Deus.
1.           A unção de um novo Rei. "Então Samuel tomou o chifre do azeite, e ungiu-o no meio de seus irmãos; e desde aquele dia em diante o Espírito do SENHOR se apoderou de Davi; então Samuel se levantou, e voltou a Ramá." (1Sm 16.13).
1.           Ao receber a unção observamos que a partir daquele momento o Espírito de Deus estava sobre a vida de Davi aumentando a sua capacidade (1 Sm 17.33,37).
2.           Não havia dúvidas que a escolha foi confirmada pela presença sobrenatural do Espírito Santo.
3.           A vida daquele jovem mudou por completo com a benção de Deus sobre sua vida. Deus sempre faz a escolha certa, mesmo que alguns não queiram permanecer na Sua vocação, sempre o Altíssimo escolhe os melhores para Sua obra (Jo 15.16).
Embora escolhido rei, Davi não tomou a princípio o governo de Israel, ele voltou para cuidar das ovelhas do seu pai; "E Saul enviou mensageiros a Jessé, dizendo: Envia-me Davi, teu filho, o que está com as ovelhas". (1Sm 16.19). Mesmo recebendo a unção e estando cheio do Espírito Santo, Davi teve paciência e soube aguardar o tempo certo, o tempo de Deus (Ec 3.1).
1.   O PROPÓSITO DA VOCAÇÃO DE DAVI
1.         Abençoar a nação judaica
1.        Apesar de estar atualmente sob provação divina e temporária por causa de sua incredulidade, Israel continua ser uma nação profética (Rm 11.15-26).
2.        Deus escolheu Israel dentre os demais povos para que, através desta nação, tivesse lugar o seu maravilhoso plano de salvação para a humanidade inteira. (2Sm 7.23ª)
2.         Abençoar a humanidade
3.         Cristo Jesus, o legítimo herdeiro de Davi, abençoaria a humanidade com o Seu reinado e domínio em todos os sentidos (Lc 1.32)
4.         Ele é Rei e brevemente reinará em dimensões nunca conhecidas entre os homens
 Conclusão
Nesta lição aprendemos que o projeto de Deus na nossa vida pode começar a qualquer momento. Davi estava no campo cuidando das ovelhas de seu pai, sem se preocupar com a política, governo, crises e guerras, mas ele estava no projeto de Deus. Davi teve a oportunidade de comandar uma nação, sem talvez nunca imaginar que isso aconteceria. Aprenderemos neste trimestre sobre a vida de um dos maiores nomes da bíblia, sua vida e trajetória, e poderemos tirar lições preciosas para nossas vidas...
Bispo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciência da Religião Dr. Edson Cavalcante.


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.