ESTUDO
SOBRE A MENSAGEM A EPÍSTOLA DE JUDAS...
Judas é um dos menores
livros do Novo Testamento, contendo apenas 25 versículos. O autor se identifica
como “servo de Jesus Cristo e irmão de Tiago” (Judas 1). É provável que
seja o mesmo Judas citado em Mateus 13:55, irmão de Tiago, José, Simão e do
próprio Jesus. Quando ele se descreve como servo de Jesus, ele mostra sua
humildade em ocupar a mesma posição de discípulo de qualquer outro seguidor do
Senhor, independente da família carnal.
No versículo 3, este autor define o propósito de sua pequena
carta. Inicialmente, ele pretendia escrever sobre outro tema, mas mudou de
ideia porque viu a necessidade de exortar os cristãos a batalhar pela fé. Vamos
considerar algumas implicações deste tema de Judas.
Frequentemente pensamos sobre fé como algo pessoal, os
sentimentos e as crenças particulares de cada pessoa. Neste sentido, é fácil
defender o nosso direito de manter as nossas próprias convicções. Especialmente
no nosso mundo pluralista e ecumênico, muitos acreditam que todas as crenças
sejam igualmente válidas e que discussões sobre diferenças religiosas devem ser
evitadas a todo custo. Judas não pensou desta maneira.
Judas viu “a fé” como algo concreto e absoluto (Judas 3).
Ele não fala aqui sobre alguma fé subjetiva e dependente da interpretação
particular de cada um, mas sobre a fé, uma única verdade oferecida a todos.
Ele afirmou que esta fé foi entregue aos santos, ou seja,
aos cristãos (Judas 3). A verdade espiritual não é descoberta por meditação ou
reflexão; ela foi revelada. Um dos principais motivos da confusão espiritual da
nossa época é a difusão da noção de verdades diferentes que vêm de cada pessoa.
Judas não achou necessário batalhar para defender a prática de buscar a verdade
dentro de cada um, mas viu a necessidade de defender a mensagem entregue aos
santos.
Judas disse que esta fé foi entregue uma vez por todas
(Judas 3). Esta linguagem chama quase todos os religiosos dos nossos dias a
mudarem seus conceitos sobre a verdade. Os católicos defendem a noção do
desenvolvimento (evolução) gradativo de doutrina ao longo dos séculos, enquanto
muitos evangélicos confiam nas supostas revelações particulares de pastores e
outros. Judas rejeita estas abordagens dizendo que a mensagem de Deus tenha
sido entregue uma vez por todas e que isso teria acontecido já no primeiro
século!
Foi esta confiança na revelação completa que levou Judas a
enfatizar a mensagem já dada, ao invés de sugerir que os leitores buscassem
novas revelações. Ele chamou todos a olharem para trás, para fatos já
comunicados, e não para frente, esperando alguma novidade: “Vós, porém, amados, lembrai-vos das palavras anteriormente proferidas
pelos apóstolos de nosso Senhor Jesus Cristo” (Judas 17). O apóstolo Pedro usou
linguagem quase idêntica (2 Pedro 1:12-15).
Judas considerou esta fé tão importante que incentivou os
cristãos a batalharem por ela (Judas 3). Devemos perceber dois fatos
importantes sobre esta batalha:
1) É espiritual, e não carnal. Judas não incentivou alguma
cruzada sangrenta na qual os cristãos tentariam exterminar os descrentes. As
armas e táticas desta guerra espiritual são espirituais. Judas falou da fé,
oração, amor, esperança, misericórdia e compaixão (Judas 20-23). Paulo
descreveu a armadura espiritual em Efésios 6:11-17 e disse em outra carta:“Porque as armas da nossa milícia não são
carnais, e sim poderosas em Deus...” (2
Coríntios 10:4).
2) É necessária! A defesa do evangelho, a fé entregue aos
santos nas Escrituras, é fundamental à vida dos seguidores de Jesus.
Devemos agir com amor e compaixão, mas não devemos nos calar
diante das afirmações falsas de pessoas que rejeitam o Senhor e sua mensagem
salvadora...
Bispo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciência da Religião Dr.
Edson Cavalcante.
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