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segunda-feira, 31 de agosto de 2015

ESTUDO SOBRE A REDENÇÃO...


                                             ESTUDO SOBRE A REDENÇÃO...
Quem somos de onde viemos e para onde vamos? Fomos criados ou evoluímos de outra espécie? Porque o homem é tão diferente dos outros seres vivos? Essas e outras perguntas são comuns e todos nós, conscientes ou inconscientemente, talvez já fizemos em algum momento da vida. Veremos abaixo o que a Bíblia, a Palavra de Deus, diz sobre quem é o homem.
A origem do homem
Ao contrário do que diz a teoria da evolução, o homem é um ser criado. Em Gênesis 2:7 diz claramente que Deus criou o homem e usou o pó da terra como matéria-prima para esta criação tão especial. Após fazer o homem do pó da terra, Deus assoprou em suas narinas e lhe deu o fôlego da vida.
Segundo Gênesis 1:24 a 31, o homem foi criado à semelhança de Deus e foi lhe dado o governo sobre todos os animais, plantas e toda a terra.
A queda do homem
O propósito de Deus era que o homem fosse santo, assim como Deus é santo, mas o homem pecou e deste pecado resultou corrupção da humanidade e consequentemente a morte. Somos então criados por Deus, mas afastados de Deus por causa do pecado.
Com o pecado e a queda, o homem tornou-se:
·         Separado de Deus
·         Um ser de natureza depravada
·         Escravo do pecado
·         Condenado a morte
·         Dependente do seu esforço e trabalho para a sobrevivência. A terra foi amaldiçoada e perdeu seu vigor e produtividade por causa do pecado do homem.
A redenção do homem
Como vimos acima o pecado trouxe um grande prejuízo para o homem, mas Deus em sua misericórdia decidiu resgatar o homem e livrá-lo da condenação do pecado. Para isto, enviou seu único filho, Jesus Cristo, para morrer em uma cruz e pegar o preço dos nossos pecados.
A morte de Jesus foi substituta, isto é, nós somos pecadores e ele justo, então, quando ele vai para a cruz há uma troca: ele sendo justo toma a nossa natureza pecaminosa e a leva para a cruz e ao mesmo tempo nos oferece a sua natureza justa e santa para que perante Deus fossemos justificados de nossos pecados.
A responsabilidade do homem
Somos responsáveis por nossas escolhas e decisões. Deus por intermédio de profetas, reis, apóstolos e outras pessoas nos deu a conhecer sua vontade e a nossa responsabilidade em cumpri-la. Tudo isso foi registrado por esses homens e posteriormente catalogado em um livro que chamamos de Bíblia.
A Bíblia mostra a provisão de Deus em tudo e ao mesmo tempo mostra que devemos tomar decisões corretas, reconhecer nossos pecados, reconhecer que o sacrifício de Jesus foi em nosso favor e nos aproximar dele com arrependimento e fé.
Em 1 Coríntios 6:19-20 está escrito:
Será que vocês não sabem que o corpo de vocês é o templo do Espírito Santo, que vive em vocês e lhes foi dado por Deus? Vocês não pertencem a vocês mesmos, mas a Deus, pois ele os comprou e pagou o preço. Portanto, usem o seu corpo para a glória dele.
O futuro do homem
A Bíblia é enfática em afirmar que o homem é eterno. Eternidade significa que após a morte física as coisas não terminam ali. A ideia de que o cemitério é a última morada do homem é falsa e pode ser usada apenas no sentido material. Após a morte há dois caminhos distintos: céu ou inferno.
Céu: morada eterna daqueles que em vida entregaram suas vidas a Jesus Cristo. Que firmaram sua fé na obra redentora de Cristo e viveram a causa do reino de Deus aqui na terra. Não estamos falando de pessoas perfeitas muito menos de merecedores, falamos de pessoas que creram que pelos méritos de Jesus seriam salvos e viveram de acordo com este propósito.
Inferno: morada eterna do diabo, seus anjos e todos aqueles que em vida rejeitaram a obra redentora de Jesus Cristo...

Bispo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciência da Religião Dr. Edson Cavalcante.

domingo, 30 de agosto de 2015

ESTUDO TRÊS PREGOS QUE SALVARAM A HUMANIDADE...


           ESTUDO TRÊS PREGOS QUE SALVARAM A HUMANIDADE...
Marcos 8.34-38
-Introdução: Presume-se que na crucificação foram usados três pregos: um para cada mão e outro nos dois pés apoiados um sobre o outro. Por isso vamos usar estes três pregos como ilustração para falar sobre esta crucificação do eu (Gálatas 2.20).
A doutrina da cruz é o Evangelho. Embora pareça algo vergonhoso (v.38) diante dos homens e uma loucura que só pode ser entendida espiritualmente (I Coríntios 1.18). Precisamos ‘pregar’ mais sobre a cruz, mas para isso estamos expostos a estes ‘pregos’ que nos ferem e nos seguram pendurados na cruz.
O que está te crucificando?
Vamos refletir sobre os três ‘pregos’ que nos prendem à cruz:
1º Prego - NEGAÇÃOv.34 “a si mesmo se negue”.
A primeira coisa que nos prende à cruz é a difícil tarefa de negar as vontades da carne. Este negar a si mesmo é dizer não para o próprio querer. Estamos acostumados a dizer não para as pessoas, mas não é fácil dizer não para o eu.
Experimente fazer isso: diante de uma vontade qualquer, diga a você mesmo que não vai fazer. Será uma grande luta entre a carne e o espírito (Marcos 14.38). Isso dói como uma martelada.
 Quando resistimos ao pecado em prol da vontade de Deus estamos crucificando nossa carne com o pecado (Hebreus 12.4).
Diga não às suas vontades pecaminosas!
2º Prego - SEGUIRv.34 “tome a sua cruz e siga-me”.
O segundo prego representa o discipulado. Quando seguimos Jesus estamos indo na mesma direção que Cristo rumo ao calvário. Muitos querem seguir pessoas famosas e bem sucedidas. Mas seguir a um condenado rumo à crucificação é algo que poucos fariam. Contudo Jesus foi à nossa frente levando o peso dos nossos pecados (Isaías 53.3,4).
Seguir significa repetir os mesmos atos. Ir à mesma direção. Ao seguir Jesus estamos deixando de ir para onde queremos para ir onde Jesus está (I Joã2.6).
Como Simão Cireneu que seguiu Jesus na crucificação e por isso teve que ajudar a levar a cruz (Lucas 23.26).
Quando seguimos a Jesus, estamos com os pés presos à cruz e de lá não podemos sair até que sermos ressuscitados para uma nova vida.
Siga o exemplo Cristo em tudo que fizer!
3º Prego - PERDERv.35,36 “quem perder a vida por causa de mim e do evangelho salvá-la-á”.
A terceira martelada é uma das mais dolorosas. Estamos acostumados a ganhar e receber. Ninguém gosta de perder. Por isso dói tanto quando passamos pela cruz nas perdas da vida. Contudo é preciso perder para ganhar (Filipenses 2.7-9).
A mão perfurada pelo prego da perda não tem forças para segurar suas opiniões e desejos. Este prego nos faz sentir incapazes de pegar qualquer coisa, com a mão vazada tudo se escorre pelas feridas. Assim nos sentimos quando perdemos.
Quando passamos pela crucificação abrindo mão de qualquer coisa em prol de nossa fé em Jesus, ficamos presos à cruz como Cristo estava. Mas é neste momento que nossos braços estão abertos para Deus (Colossenses 2.12). Não importa o que você perdeu e sim o que ganhará na ressurreição (I Coríntios 4.14).
Para ganhar é preciso perder!
Não deixe a sua cruz!
-CONCLUSÃO:
Os pregos na cruz não seriam suficientes para prender Jesus, nem mesmo para mata-lo. O que o prendeu ali foi o seu amor pelas almas, que o fez morrer voluntariamente por nós (João 10.18).
O que nos prende à cruz são estes ‘pregos’ do negar a si mesmo, do seguir a Cristo e perder as coisas do mundo. Toda vez que passamos por estas coisas ficamos mais presos à nossa cruz. Embora na cruz não conseguimos fazer nada, isso é ótimo, porque então Deus realiza tudo em nós.
Abra as mãos e leve sua cruz...
Bispo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciência da Religião Dr. Edson Cavalcante.


sábado, 29 de agosto de 2015

ESTUDO BÍBLICO QUANDO UM SENAQUERIBE APARECE NA VIDA DO CRENTE...

ESTUDO BÍBLICO QUANDO UM SENAQUERIBE APARECE NA VIDA DO CRENTE...
O poder  mais forte do oriente, um dos maiores problemas já enfrentados pelo reino do Norte e pelo reino do Sul.
A Assíria devorou todas as nações que estavam em seu caminho tratando duramente seus cativos, cortando suas orelhas, seus lábios e narizes ainda por cima os obrigavam a fazer o trabalho duro.
Os soldados que eram inimigos da Assíria eram muitas vezes esfolados vivos, encravados em estacas e cegados.
Poucas nações se atreveram a desafiar abertamente a Assíria!
Mas, Ezequias rei de Judá revoltou-se contra o rei da Assíria e não quis pagar mais os impostos elevados.
Por conta disso Senaqueribe marchou contra Judá depois de ter destruído o reino do Norte em Israel, percebendo o que tinha acontecido Ezequias se arrependeu do que fez e tentou apaziguar enviando grandes quantidades de ouro e prata.
Senaqueribe, porém, não mostrou piedade. Uma cidade após outra dentro da fronteira de Judá caía com crueldade diante da Assíria. Senaqueribe, chegando na capital de Judá, Jerusalém, desafiou Ezequias e ao Deus de Israel.
O comandante de Senaqueribe aproximou do muro de Jerusalém e leu uma carta de afronta do rei para que todas as pessoas pudessem ouvir.
Ele dizia: Não acreditem no rei Ezequias quando diz que o Deus de Israel pode livra-los da minha mão.
E enfatizava.
Isto não é verdade!

O Rei Ezequias ouvindo isso, rasgou a sua roupa e pediu ao Senhor: 
Inclina Senhor os teus ouvidos!
E escuta as palavras de Senaqueribe as quais 
ele enviou para afrontar o Deus vivo!
Salva-nos da sua mão! 
Para que todos os reinos da Terra saibam que tu és DEUS!
Tu somente!
Deus enviou o Anjo  do Senhor à noite que matou 185 mil dos seus soldados. Pela manhã, quando Senaqueribe despertou  abandonou imediatamente o cerco contra Jerusalém, foi para Nínive e morreu assassinado pelos seus próprios filhos.
A palavra de Deus se cumpriu por intermédio do profeta Isaías.
Isaías disse a Ezequias.
Assim diz o Senhor:
Quanto ao que me pediu acerca de Senaqueribe eu te ouvi, 
portanto despreza e zomba do inimigo, meneia a cabeça.
Pergunte para ele:
A quem afrontaste e de quem blasfemaste?
E contra quem levantou a voz arrogante?
Contra o Santo de Israel!
Por causa da tua arrogância Senaqueribe, não entrará nesta cidade, nenhuma flecha será lançada contra esta cidade.
Eu porei um anzol no teu nariz e um freio na tua boca e pelo mesmo caminho que veio o farei voltar, mas nesta cidade não entrarás.
Porque eu defenderei esta cidade para a livrar, por amor de mim  e por amor de meu servo Davi.
Glória Deus! Glória Deus! Glória Deus! Glória Deus! Glória Deus!
ELE É TREMENDO E NÃO HÁ NADA QUE ELE NÃO POSSA FAZER!
Não importa qual seja a sua dificuldade, Deus deu vitória a Ezequias porque este clamou ao Senhor.
Não sei se foi o maior livramento que Deus deu ao Seu povo, mas com certeza foi um dos maiores.
Ezequias não fez nada a não ser orar e Deus mandou o Anjo do Senhor que matou 185 mil homens.
Deus é tremendo!
Creia neste Deus...

Bispo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciência da Religião Dr. Edson Cavalcante.

sexta-feira, 28 de agosto de 2015

ESTUDO O ÍMPIO PROSPERA NA TERRA, MAS NÃO TEM A SALVAÇÃO ETERNA...


ESTUDO O ÍMPIO PROSPERA NA TERRA, MAS NÃO TEM A SALVAÇÃO ETERNA...

Essa não é uma pergunta nova. É uma pergunta bem antiga, aliás, porque é justamente sobre esse tipo de indagação aflita que o salmista Asafe escreveu o Salmo 73. Asafe observava os ímpios ao seu redor, as pessoas más, os homens violentos, os corruptos dissimulados à sua volta, e notava que todos prosperavam, enriqueciam, pareciam não ter problemas, não passar por provações, não atravessar tribulações, enquanto ele — que procurava servir a Deus, que frequentava o templo, que oferecia regularmente seus sacrifícios, que procura ser sempre justo em suas palavras e ações, que se esforçava para levar uma vida reta, ter uma conduta digna, o coração purificado e a mente voltada para as coisas santas — vivia enfrentando dificuldades, lidando com adversidades, suportando momentos de enfermidades, conflitos familiares, carências financeiras, perdas dolorosas, perseguições, abandono e solidão. 
Diante disso, o salmista perguntava a si mesmo: “Espera aí, o que é que está acontecendo? Como pode ser isso? Como é que o meu vizinho — um incrédulo que zomba da fé, que se deita a cada noite e se levanta a cada manhã sem nenhum reconhecimento da graça divina, sem qualquer respeito pela Palavra do Senhor — está tão bem na vida enquanto eu — que leio a palavra de Deus, reflito sobre a Palavra, vou aos cultos, intercedo por meus irmãos e ando de acordo com a vontade divina — estou passando por todas essas provações e adversidades?”. 
Asafe era o cantor principal do templo nas horas dos cultos, mais ou menos como um ministro de música nos dias de hoje. Liderava o cântico congregacional e compunha as músicas que a congregação cantava. Numa dessas músicas, que vem a ser o salmo 73, Asafe faz referência a essa angústia da dúvida, da fé enfraquecida e da tortura espiritual que resultaram de uma pergunta: por que o ímpio prospera mais do que o justo? 
Vamos ler o Salmo 73 com a consciência de que a crise de Asafe é também, muitas vezes, a nossa crise. As dúvidas dele são as nossas dúvidas. Os questionamentos dele são os nossos questionamentos. A aflição existencial dele é a nossa aflição existencial. Vamos ler esse salmo como se Asafe fosse apenas o nosso porta-voz: ele fala, ele escreve, ele ora, mas o sentimento é nosso, a experiência é nossa, a alma do salmo é nossa, a oração é nossa. 
Certamente Deus é bom para Israel, para os puros de coração. Quanto a mim, os meus pés quase tropeçaram, por pouco não escorreguei. Pois tive inveja dos arrogantes quando vi a prosperidade desses ímpios. Eles não passam por sofrimento e têm o corpo saudável e forte. 
Estão livres dos fardos de todos; não são atingidos por doenças como os outros homens. Por isso o orgulho lhes serve de colar, e eles se vestem de violência. Do seu íntimo brota a maldade, da sua mente transbordam maquinações. Eles zombam e falam com más intenções; em sua arrogância ameaçam com opressão. Com a boca arrogam a si os céus, e com a língua se apossam da terra. Por isso o seu povo se volta para eles e bebe suas palavras até saciar-se. Eles dizem: ‘Como saberá Deus? Terá conhecimento o Altíssimo?’. 
Assim são os ímpios; sempre despreocupados, aumentam suas riquezas. Certamente foi-me inútil manter puro o coração e lavar as mãos na inocência, pois o dia inteiro sou afligido, e todas as manhãs sou castigado. Se eu tivesse dito: Falarei como eles, teria traído os teus filhos. Quando tentei entender tudo isso, achei muito difícil para mim, até que entrei no santuário de Deus, e então compreendi o destino dos ímpios. Certamente os pões em terreno escorregadio e os fazes cair na ruína. Como são destruídos de repente, completamente tomados de pavor! São como um sonho que se vai quando acordamos; quando te levantares, Senhor, tu os farás desaparecer. Quando o meu coração estava amargurado e no íntimo eu sentia inveja, agi como insensato e ignorante; minha atitude para contigo era a de um animal irracional. Contudo, sempre estou contigo; tomas a minha mão direita e me susténs. Tu me diriges com o teu conselho, e depois me receberás com honras. A quem tenho nos céus senão a ti? E na terra, nada mais desejo além de estar junto a ti. O meu corpo e o meu coração poderão fraquejar, mas Deus é a força do meu coração e a minha herança para sempre. 
Os que te abandonam sem dúvida perecerão; tu destróis todos os infiéis. Mas, para mim, bom é estar perto de Deus; fiz do Soberano Senhor o meu refúgio; proclamarei todos os teus feitos. É só ler os jornais e assistir os repórteres televisivos para logo perceber a mesma coisa descrita pelo salmista: aqueles que, em vez de andar nos caminhos do Senhor, trilham os descaminhos da maldade, da corrupção, da infidelidade, da desonestidade, da mentira, da promiscuidade, da violência, juntamente com aqueles que oprimem o pobre, manipulam os ingênuos, desprezam os necessitados e exploram os carentes são os que prosperam financeiramente, os que enriquecem e parecem nunca passar por dificuldades ou tribulações. 
Somos informados acerca dos maiores absurdos protagonizados por personagens da política, da economia e do empresariado, e são essas
pessoas que zombam dos princípios morais, ridicularizam os valores, menosprezam a Palavra de Deus para, depois, subornar policiais e juízes, alinhando-os a seu favor, e desfrutar dos benefícios da impunidade, são essas pessoas que continuam prosperando e lucrando na vida. 

Diante desse quadro, chegamos a uma conclusão: injustiça divina. E perguntamos: como é que Deus permite uma coisa dessas? Deus está sendo injusto, concluímos. Como é que Deus permite que uma pessoa reconhecidamente corrupta e corruptora prospere e passe a vida rindo de tudo e de todos? 
Imagine uma pessoa que tenta viver a vida honestamente, acorda para trabalhar, trabalha para poder comer, come e vai dormir, e no dia seguinte acorda para trabalhar, etc, etc, enfrentando uma série de problemas e de dificuldades, enquanto sabe que o seu vizinho faz e acontece, leva uma vida notoriamente inescrupulosa, mora numa casa muito boa, anda de carro novo, desfruta de excelente saúde e sem maiores dificuldades na vida. É claro que essa pessoa vai parar e refletir: “Isso não é justo!”. 
Pois era o que acontecia no coração do salmista Asafe. E a pergunta que ele fazia, e nós fazemos em nosso próprio contexto, é sempre a mesma: como é que Deus permite que o ímpio prospere mais do que o justo?
A partir da própria experiência do salmista, podemos identificar algumas coisas que acontecem dentro do nosso coração quando buscamos uma resposta para essa pergunta. Comecemos compreendendo que a nossa fé num Deus justo — que exerce sua soberania conduzindo a história — fraqueja quando o mal parece levar vantagem sobre o bem. Nessas horas, quando o ímpio parece prosperar mais do que o justo, a gente começa a duvidar da soberania, da bondade e da justiça de Deus. Por isso, o salmista confessa logo de saída: “Os meus pés quase tropeçaram, por pouco não escorreguei”. 
A primeira coisa que acontece diante das recorrentes injustiças do mundo é o enfraquecimento da nossa fé e da nossa confiança em princípios, em valores, no poder de Deus, na justiça de Deus. A gente começa a duvidar de que realmente Deus esteja realmente conduzindo os rumos história, começa a duvidar de que Deus seja de fato tão bom quanto apregoam, começa a duvidar de que a justiça divina leve os maus à punição e os bons à recompensa. A nossa fé começa a fraquejar, ficamos abalados e a nossa força de vontade para resistir às tentações passa a esmorecer. A maior desgraça em nosso país, bem mais do que toda a corrupção no governo, no Congresso Nacional e até mesmo na área da polícia e da justiça, conforme acompanhamos nos noticiários em
geral, é a cultura da impunidade. O que a população acaba aprendendo? Que podemos aprontar à vontade e sempre conseguiremos escapar da punição. Estamos formando uma geração inteira de adolescentes e de jovens que testemunham as autoridades — que deveriam dar exemplo de ética e conduta — fazerem o que fazem sem que sejam devidamente denunciadas, punidas e extirpadas da vida pública. Não só a fé fraqueja, mas o caráter também fraqueja. Num lugar onde tudo acontece de modo correto, em que há uma cultura de fiscalização e punição, você é obrigado a também fazer o que é certo. Quando estive na Califórnia, para pregar numa igreja de imigrantes brasileiros, pude perceber isso claramente. Por exemplo, no trânsito. Quando você dirige, de quando em vez aparece escrito no asfalto a palavra stop, obrigando o motorista a parar na esquina, olhar, conferir se dá para entrar na transversal em segurança, e seguir. Um brasileiro amigo meu, acostumado a dar um jeitinho e pouco disposto a parar na esquina, fez o que qualquer um faz por aqui: diminuiu a velocidade e, em vez parar, olhou rapidamente para ver se havia algum carro na outra direção e seguiu imediatamente adiante. Logo veio o policial numa moto (não é só em filme, mas o policial aparece mesmo, sabe-se lá de onde, em cima da moto), e ordenou que ele estacionasse o carro, pedindo a sua carteira de habilitação e o documento do veículo. Perguntou, então, ao meu amigo: “O senhor não viu o stop no chão?”. O meu amigo respondeu: “O stop eu vi, sim. Eu não vi foi o senhor”. Bem, é o que eu dizia: quando tudo funciona direitinho, e há uma cultura de se fazer o que é certo, somos estimulados a manter um comportamento correto. Mas num lugar onde tudo acontece errado, e ainda há uma cultura de impunidade estimulando o mal feito, as pessoas sentem-se à vontade para burlar a lei e cometer suas transgressões sem maiores preocupações. Não é só a fé que fraqueja. O caráter também fica enfraquecido diante da desordem moral. Era assim que o salmista se sentia: desestimulado a crer e a continuar defendendo o certo. Também é bom lembrar que passamos a questionar a nossa compreensão acerca dos méritos. 
No verso 4 o salmista diz afirma: “Eles não passam por sofrimento e têm o corpo saudável e forte. Estão livres dos fardos de todos; não são atingidos por doenças como os outros homens”. 
Diante da prosperidade dos ímpios e do sofrimento dos justos começamos a questionar o que realmente é mérito ou demérito. Passamos a perguntar: “Quem, afinal, merece se dar bem? O justo, que faz tudo certinho? Ou o ímpio, que se dá bem sendo desonesto?”. Em seguida, passamos a menosprezar os princípios, os valores, os parâmetros da ética, porque se agir com desonestidade é garantia de se dar bem, o melhor mesmo é deixar de lado os escrúpulos. Além disso,
diante da prosperidade dos ímpios e do sofrimento dos justos começamos a experimentar uma desagradável sensação de estamos em desvantagem. 
No verso 13 o salmista declara: “Certamente me foi inútil manter puro o coração, me foi inútil lavar as mãos na inocência”. Em outras palavras: “Não adiantou nada ser honesto, agir corretamente, manter a pureza de atos e intenções, pois agora estou aqui passando por necessidades e aquele vizinho — que sempre foi desonesto, malandro e inescrupuloso em suas ações — conseguiu se dar muito bem na vida, com um bom emprego, um carro do ano, uma casa espaçosa, e coisa e tal, e tal e coisa.” Então a gente fica com aquela sensação de que ficou na desvantagem por agir corretamente. Parece desvantajoso ser honesto, ser ético, ter uma conduta correta. E é claro que ninguém gosta de sentir-se em desvantagem. Vivemos numa sociedade em que as pessoas estão sempre competindo, concorrendo, onde há um funil de seleção, e por ele parece que só conseguem passar quem é desonesto, quem é corrupto, quem é violento. E os nossos valores, os princípios que a Bíblia ensina, e que aprendemos a defender com nossos pais, parecem extremamente desvantajosos à luz da anarquia moral generalizada. Chegamos a dizer como o salmista, quando comparamos o resultado material da nossa vida ética com o progresso dos que vivem sem escrúpulos: “Está tudo sendo inútil”. E indagamos: de que adianta ser honesto, de que adianta ser puro, de que adianta ser reto? 
Deixem-me ainda mencionar que, diante da prosperidade dos ímpios e do sofrimento dos justos, sentimos o pior tipo de sentimento que há: a inveja. Em certas circunstâncias, somos obrigados a assumir que pensamos assim: “Ah, o que eu queria mesmo era ter a casa que o meu chefe conseguiu fraudando o imposto de renda, e eu que pago meus impostos corretamente não tenho; queria mesmo era ter aquele carrão que aquele meu tio político conseguiu com suas ações corruptas, e eu que fui íntegro e honesto durante a vida inteira ainda não tenho”. A gente começa a ter inveja, e a inveja é o pior de todos os sentimentos, a inveja corrói, a inveja rouba a paz, a inveja mata as boas intenções, a inveja tira o sono, a inveja causa revolta, a inveja arrebenta a alma. 
O salmista teve coragem de assumir que estava com inveja dos ímpios, inveja dos transgressores, inveja dos pecadores, só porque aparentemente eles estavam muito bem, prosperando demais, saudáveis, robustos, felizes, realizados. Imaginem só: um servo de Deus, responsável pelo louvor congregacional, com o coração e a alma envenenados pela inveja. Mas não inveja de grandes heróis, de pessoas de caráter ilibado, de bons exemplos para todos. Não, nada disso. O salmista sentia inveja dos malandros, dos espertos, dos desonestos, dos corruptos, dos transgressores, dos criminosos. E por quê? Porque essa gente toda tinha prosperado financeiramente. 
Agora chegamos ao ponto central da reflexão do salmista. O que fez a diferença na mente e no coração do salmista? O que mudou seus sentimentos em relação à realidade ao seu redor? A partir de que momento Asafe passou a pensar de maneira diferente, a ver de modo distinto do que dissera até aqui? Foi o fato de ter entrado na presença de Deus. No verso 17 — e eu considero o verso 17 como o divisor de águas do Salmo 73. Percebam que o salmista, até então, vai descrevendo seus sentimentos em relação à prosperidade dos ímpios com amarguras e ressentimentos no coração. Mas no verso 17 lemos: “até que entrei no santuário de Deus”, isto é, “até que estive na presença de Deus”. É aqui que encontramos a razão da diferença na argumentação do salmista. 
Eis a diferença, meus irmãos queridos. As nossas ideias são colocadas em ordem e começamos a ver e a entender certas coisas corretamente quando estamos na presença de Deus. No verso 22, Asafe admite: “Agi como insensato”, ou “agi como um cego”, alguém que não está conseguindo compreender a realidade. 
Todos os sentimentos citados até aqui acabam por nublar a nossa visão da realidade, fazem com que passemos a ver através das lentes humanas, terrenas, carnais, gerando grande inconformação, grande revolta, grande incompreensão e, principalmente, enfraquecendo nossa confiança nos propósitos divinos. 
Estar na presença de Deus é a solução mais eficaz para não sermos vítimas dessa cegueira, dessa revolta, dessa inconformação perniciosa. O salmista declara: “Quando entrei na presença de Deus, descobri que muitos sentimentos habitavam em meu coração por causa do que estava vendo, por causa da maneira como estava interpretando a realidade, por causa dos meus desejos caprichosos e mesquinhos, terrenos e carnais. Quando entrei na presença de Deus, a minha visão mudou, a minha mente foi iluminada, como se eu começasse finalmente a enxergar como Deus enxergava, a ver como Deus via, e comecei a entender que a verdade está além do que os olhos terrenos podem ver, mais além do que a mente cega pode compreender”. 
De acordo com o que lemos no Salmo 73, ao entrar na presença de Deus o salmista conseguiu enxergar quatro verdades evidentes. 
A primeira: a prosperidade humana é uma prosperidade relativa. 
O que a gente costuma chamar de prosperidade nem sempre é prosperidade de fato, nem sempre as aparências correspondem aos fatos. Às vezes, determinada situação de prosperidade divulgada na imprensa, ou na mídia de um modo geral, não passa de uma foto, e por trás daquela foto na coluna social dos jornais, há uma trágica realidade desconhecida. Por trás do sorriso na hora da pose, há muito choro. Por trás das valiosas roupas e jóias, há muitas almas empobrecidas e corações afundados no desespero. O que costumamos identificar como prosperidade, muito especialmente em nossa cultura capitalista e shopping-centeriana, está vinculado a aquisições materiais. Como é que se mede a prosperidade de alguém em nossa sociedade, senão a partir da ascensão financeira e patrimonial? 
No verso 18, o salmista adverte: “Certamente os põem em terreno escorregadio e os fazes cair na ruína”. Na presença de Deus o salmista compreendeu que não há coisa mais insegura, mais escorregadia, não há areia mais movediça e perigosa do que depender dos bens materiais. Isso é um terreno perigosamente escorregadio, diz o salmista, porque esse tipo de prosperidade é relativa, é extremamente relativa. 
O que faz do ser humano um ser humano? É o que ele possui? É o que ele consegue acumular? É o carro do ano que ele exibe pelas ruas? É o bairro onde ele mora? São as roupas que ele veste? 
Vale a pena recordar o filme O homem elefante, no qual um homem todo deformado era usado como atração de circo. O dono do circo, por sua vez, que o explorava para tirar vantagens financeiras, não possuía qualquer defeito físico. Mas o filme quer, justamente, lançar a seguinte questão: entre o homem explorado por seus defeitos físicos e o que o explorava, quem é, afinal, o deformado? 
O que é que faz do ser humano um ser humano? O que ele possui? O que ele acumula? O que ele parece ser? O que é, de fato, prosperidade? Ter tudo o que se deseja? De que vale tudo o que acumulou, por exemplo, diante de uma doença terminal incurável? Ou, como o Senhor Jesus perguntou aos discípulos, de que adianta o homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? 
Então, a primeira coisa que o salmista descobriu na presença de Deus foi que o conceito humano de prosperidade é relativo. O que chamamos de prosperidade pode não passar de terreno escorregadio, de areia movediça, e vamos afundar. 
A segunda verdade: as condições humanas são reconhecidamente instáveis. 

Hoje temos algo que amanhã podemos não ter. O salmista se refere a essa verdade no verso 20, ao afirmar que os ímpios e seus valores “são como um sonho que se vai quando acordamos”. A nossa vida é como um sonho. Está tudo ali, aparentemente sob controle, aparentemente seguro, tudo muito ajustado, tudo muito certinho, tudo muito preservado. De repente, você perde tudo. E o que permaneceria para sempre acaba num piscar de olhos, tal qual quando você desperta de um sonho. Lidamos com muitas situações de aparente estabilidade, mas que, na verdade, são tão instáveis como a fumaça ou a névoa. A vida é uma roda sempre girando. E nós giramos juntamente com ela. Quem hoje está por cima, estará por baixo amanhã. Citando o título de um livro que analisa a instabilidade das instituições modernas, tudo que é sólido desmancha no ar. 
E como é possível que esses ímpios assumam uma postura arrogante de quem está perfeita e permanentemente estabilizados? Estabilizado sobre o quê? 
A terceira verdade identificada pelo salmista: mais cedo ou mais tarde a justiça de Deus acaba se manifestando. 
O apóstolo Paulo vai dizer que com Deus não se brinca. E que horrenda coisa é cair nas mãos do Deus vivo. 
O salmo 73 adverte que a manifestação da justiça de Deus pode demorar, mas — quando o Senhor começar a colocar as coisas em ordem — nada nem ninguém será poupado. Será como uma represa que rompe liberando um rio com forças acumuladas ao longo do tempo em que esteve contido. Não há como aplacar a força da sua passagem. Assim a justiça de Deus vai se impor diante dos homens. 
O apóstolo Paulo, na carta aos Filipenses, declara que “todo joelho vai se dobrar, e toda língua vai confessar que Jesus Cristo é o Senhor” Aquele patrão que vive perseguindo e oprimindo você, e o humilha e ridiculariza por causa da sua fé, vai acabar se ajoelhando e confessando que Jesus Cristo é o Senhor para a glória de Deus Pai. Aquele vizinho que, em meio aos seus problemas e aflições, desafia você sempre perguntando onde está o seu Deus, por que Ele permite que você sofra desse jeito, por que Ele não ouve as suas orações, vai acabar se ajoelhando e confessando que Jesus Cristo é o Senhor para a glória de Deus Pai. Herodes, Pilatos, Nero, Domiciano, Hitler, Lênin, Mao Tse-Tung, do tirano mais cruel ao mais incompetente ladrão de galinhas, todos, sem exceção, vão acabar se ajoelhando e confessando que Jesus Cristo é o Senhor para a glória de Deus Pai. 
A justiça divina vai, finalmente, cobrir a face da terra como um imenso oceano, e ninguém terá dúvida de qual é o caminho certo, ninguém terá dúvida de quem é o Deus verdadeiro, ninguém terá dúvida de que a vontade do Senhor é bóia, perfeita e agradável. Essa era a permanente confiante esperança do salmista. E deve ser a nossa confiante esperança também. 
A quarta coisa e última verdade do salmo 73: nosso maior bem não é algo que Deus nos dá, mas é o próprio Deus que se dá a nós. 
Prestem atenção nessa declaração do salmista: “A quem tenho eu no céu, senão a ti, e na terra nada mais desejo além de estar junto a ti; o meu corpo e o meu coração poderão fraquejar, mas Deus é a força do meu coração e a minha herança para sempre”. 
Ouçam ainda esta outra: “Para mim, bom é estar perto de Deus. Fiz do soberano Senhor o meu refugio, proclamarei todos os teus feitos”. 
Não olhe mais para o que os injustos têm, mas olhe agora para o que você tem: você tem Deus na vida, e o maior presente que Deus pode dar a alguém é Ele mesmo, a maior bênção que Deus pode dar a alguém é Ele mesmo estar na vida desse alguém. Foi o que o salmista descobriu ao entrar na presença de Deus: não há mansão, não há emprego, não há remuneração financeira, não há aplicação na bolsa de valores, não há automóvel mais possante, não há viajem turística, não há herança, não há nada que valha e que represente mais para nós do que o grande Deus. Ele mesmo é o grande presente dado por Ele. A maior alegria de alguém que crê é ter o próprio Deus em sua vida. 
O cronista Rubem Braga tinha a grande facilidade de observar o cotidiano e escrever belas crônicas a respeito da realidade humana. Num dos seus escritos, o cronista se refere ao sino de ouro de uma pequenina cidade do interior de Goiás. O texto é mais ou menos assim (cito de memória): 
“Contaram-me que no fundo do sertão de Goiás, num povoado de poucas almas, as casas são pobres, os homens pobres, e muitos são doentes e indolentes. Mesmo a igreja de lá é pequena. Mas me contaram que ali tem uma coisa bela e espantosa, um grande sino de ouro. 
É apenas um sino, mas é de ouro. De tarde, seu som vai voando em ondas mansas sobre as matas, os serrados, as veredas de buritis e a melancolia do chapadão, chegando ao distante e deserto carrascal, e avança em ondas mansas sobre os campos imensos. O som do sino de ouro dá a cada um daqueles homens pobres a sua ração de alegria. Eles sabem que de todos os ruídos, e de todos os sons que fogem do mundo em procura de Deus — gemidos, gritos, blasfêmias, batuques, murmúrios temerosos e agônicos das grandes cidades — Deus, com especial delicia e alegria, ouve o som do sino de ouro perdido no fundo do sertão. Então é como se cada homem, o mais pobre, o mais doente, o mais humilde, o mais mesquinho e triste tivesse dentro da alma um pequeno sino de ouro”. Não importa qual seja a nossa condição, nós temos algo dentro de nós que vale muito mais que um sino de ouro, ecoando em todos os momentos de aparente injustiça da vida, em todos os momentos de charco e lamaçal, em todos os momentos dolorosos e absurdos da existência. Temos dentro de nós muito mais do que o som do sino de ouro que louva a Deus. Temos dentro de nós o Espírito do próprio Deus que é louvado pelo sino de ouro...

Bispo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciência da Religião Dr. Edson Cavalcante

MIRIÃ MESMO SENDO FALHA, MAS UMA JOIA RARA NAS MÃOS DE DEUS...


MIRIÃ MESMO SENDO FALHA, MAS UMA JOIA RARA NAS MÃOS DE DEUS...
"Falha, mas ainda assim, adoradora!"
(Leitura: Êxodo 15: 20 e 21; Números 12: 1 a 14)

Todas nós já ouvimos falar de Miriã, a irmã de Moisés. Ela aparece na história do povo de Deus em momentos importantes e é citada na Bíblia em várias ocasiões.

Miriã foi uma mulher que com certeza desde cedo aprendeu a andar nos caminhos do Senhor. Ela fazia parte do povo hebreu, o povo de Israel que foi libertado da escravidão do Egito. Foi ela quem levou o cesto com seu irmão Moisés, ainda bebê, para o Rio Nilo, e sugeriu a princesa que o encontrou para que o levasse a uma mulher hebréia a fim de amamentá-lo, dando assim oportunidade da sua mãe ficar perto do filho. Esta é a primeira vez que ouvimos falar da moça. Mas talvez o episódio da vida de Miriã que mais comentamos é a celebração que ela fez após o milagre da travessia no mar Vermelho: ela dançou com seu tamborim e adorou a Deus pelo grande livramento que Ele havia lhes concedido. Porém, uma outra citação sobre Miriã que temos na Bíblia não é assim tão festiva e nem um pouco agradável. Deus a repreendeu porque junto com seu outro irmão, Arão, ela estava murmurando e reclamando. Ela se tornou leprosa e precisou ser excluída do acampamento do povo de Israel por sete dias – fato que era sinal de vergonha e impureza naquela época.

Miriã era profetisa. Ela ajudava seu irmão na condução do povo pelo deserto em direção à Terra Prometida. Imaginemos então que era uma mulher que tinha dons, talentos, temor a Deus e era instrumento nas mãos Dele. Nos dias de hoje, seria uma líder, profeta, adoradora... uma “mulher de Deus”. Mas e quanto à repreensão dura de Deus que lhe aconteceu já na sua velhice? Isso nos revela que embora fosse uma mulher abençoada, Miriã também tinha seus defeitos, como eu e você. Se estudarmos a passagem por inteiro, veremos que na verdade Miriã e Arão estavam usando o casamento do irmão como pretexto para critica-lo. Pareciam preocupados, mas na verdade, estavam com sentimentos indignos de verdadeiros profetas, como ciúmes, por exemplo. Talvez até porque, um pouco antes do texto que lemos, vemos que Deus operou através da vida de Moisés e assim deu poder a 70 autoridades do acampamento do povo de Israel para profetizarem (Até então, os profetas era apenas Miriã, Arão e Moisés). Durante a crítica ao irmão, Miriã e Arão agiram como se ele fosse arrogante, mas fica claro nos versículos seguintes que isso não era verdade. Ou seja, o castigo de Deus caiu sobre ambos porque eles estavam agindo com imaturidade e rebelião contra aquele que Deus havia escolhido para ser o líder do povo, o único homem da história da humanidade com quem Deus falava “face a face”.

Com tudo isso quero te desafiar no estudo de hoje a ser uma mulher que adora sempre, independente das circunstâncias ou de quem somos. E uma mulher que adora não apenas com danças e louvores, mas também com palavras, atitudes e pensamentos.

Em 1º lugar, lembre-se de adorar mesmo quando as coisas não acontecem como você imaginava. Miriã adorou a Deus nos momentos de livramento e milagres, mas bastaram alguns anos no deserto para que seu coração se corrompesse. Será que muitas vezes não agimos assim? Enquanto Deus nos presenteia com bênçãos, temos coração grato, mas basta um dia de aflição para que a nossa fé caia por terra e comecemos a reclamar e duvidar da presença de Deus nas nossas vidas. Nunca se esqueça que só o povo de Deus passou pelo deserto. Se você está enfrentando lutas e dificuldades, não desista, não blasfeme. Prossiga firme e confiantemente. Deus te guiará até o oásis mais próximo. Faça do deserto uma escola, e ali mesmo, amadureça, adorando e louvando a Deus.

Em 2º lugar, cuidado com o orgulho. Qualquer tipo de poder que nos é dado, pode nos corromper. Se Deus tem usado sua vida – e com certeza é desejo e plano Dele usar todas nós – glorifique-o por isso. Você pode se alegrar por ser usada para abençoar a vida de alguém, mas não faça disso um troféu. Não aproveite do seu cargo superior na empresa ou até mesmo na Igreja para achar-se suficiente e pronta. Todas nós precisamos do trabalhar de Deus nas nossas vidas todos os dias. É verdade que umas caminham mais rapidamente em direção ao alvo e com isso se sobressaem. Mas todas temos a mesma oportunidade. Então, ore para que sua família, suas amigas e colegas de trabalho sigam junto com você e também prosperem em tudo, para honra e glória do Senhor. Há lugar para todos nesse mundo. Há lugar para todos no Corpo de Cristo. Chega de egoísmo e orgulho. Avalie se você é daquelas que fica muito triste quando acontece uma desgraça na vida da sua amiga mas acaba “morrendo de inveja” quando acontece algo muito bom a ela, como por exemplo, aquela promoção profissional que você tanto queria... Infelizmente, ao ser humano, é muito mais fácil chorar com os que choram do que se alegrar com os que se alegram. Cuidado com a inveja.

Em 3º lugar, submeta-se às autoridades que Deus estabeleceu sobre sua vida. Se você é casada, sua autoridade primeira é seu marido. Não importa o que você acha e nem se concorda ou não. A Bíblia (ou seja, DEUS) é quem diz isso. Você deve amar e submeter-se ao seu esposo independente das falhas dele. Lembre-se que submissão não é escravidão, é proteção: Deus colocou alguém na sua vida para estar à frente na linha de combate. Comece a valorizar seu marido, apoiar as decisões dele, encoraja-lo. Você verá que isso pode transforma-lo no homem dos seus sonhos! É plano de Deus, e a vontade de Deus é boa, perfeita e agradável!

Mas além do marido, todas temos outras autoridades acima de nós. Pode ser seu patrão, seus pais, seus Pastor, o Prefeito, nossa Presidente da República ou todos eles! Autoridade, no dicionário, é todo aquele a quem devemos obedecer. No conceito Bíblico é a mesma coisa, mas, sempre que o povo obedecia alguém, o fazia por convicção de que ele seria a voz de Deus naquele momento, ou seja, eles estariam obedecendo ao próprio Deus em primeiro lugar. Feito isso, homens e mulheres usados por Deus ordenavam coisas que, cá entre nós, pareciam loucura: Moisés mandou o povo atravessar o Mar Vermelho e seguir adiante pelo deserto. Josué garantiu que marchando em volta de uma cidade as muralhas cairiam. E por aí vai... ordenanças aos nossos olhos humanos, “duvidosas”... Mas sabe porque duvidamos? Porque precisamos aprender a andar no sobrenatural de Deus e mais do que isso: precisamos confiar nas autoridades por Ele impostas. No entanto, só conseguiremos fazer isso quando orarmos mais por essas pessoas a quem devemos submissão. Se você ora constantemente pelo seu marido, pode crer que as decisões que ele tomar são as que Deus está mandando. Se ora pelo seu pastor, pode acreditar que Ele é a voz de Deus na sua igreja. Se em lugar de reclamar do seu patrão você orar por ele, ele será mais abençoado e quanto mais abençoado, melhor patrão ele se tornará. O povo de Israel era um povo falho e que muitas vezes caia em desobediência. Mas uma coisa é certa: quando eles obedeciam, Deus agia.

Chegamos então à conclusão de que Miriã foi falha, mas foi uma mulher poderosamente usada por Deus – desde a sua juventude até a sua velhice. Alguns autores acreditam que quando aconteceu a travessia do Mar vermelho ela já tinha cerca de 85 anos – e ainda assim, vibrou e dançou na presença do Senhor! Também existem algumas considerações relevantes a respeito da importância dela na vida de Moisés, talvez como conselheira sábia e mulher virtuosa, pois, foi após a morte dela que Moisés começou a perder a paciência com o povo e, irado, cometeu o erro que fez com que ficasse de fora da terra prometida.

Podemos aprender com erros de Miriã para não os cometermos. Mas também podemos aprender com as atitudes corretas que ela teve: obedeça a Deus, celebre-o sempre, coloque-se a disposição do Reino e seja usada pelo Senhor – mesmo sendo imperfeita e independente da sua idade! Também aceite as conseqüências dos seus atos e tenha certeza que o perdão de Deus está à sua disposição. Sim, porque Miriã não ficou leprosa para sempre. Embora tivesse que sofrer a disciplina e as conseqüências do seu pecado ficando sete dias fora do acampamento, ela voltou para o meio do povo como uma mulher perdoada. E muitos anos depois ainda foi lembrada pelo profeta Miquéias como líder do povo de Israel junto com seus irmãos Arão e Moisés. Com certeza, ela marcou sua geração. Vamos marcar também? Amém...
Bispo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciência da Religião Dr. Edson Cavalcante

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

ESTUDO OBEDECER É O MELHOR CAMINHO PARA BÊNÇÃO...


        ESTUDO OBEDECER É O MELHOR CAMINHO PARA BÊNÇÃO...

Pois, pela desobediência de um só homem, muitos foram feitos pecadores, assim pela obediência de um, muitos serão feitos justos”, Rm 5.19.

Tudo aquilo que contraria uma ordem, lei ou mandamento constitui-se uma desobediência: “Todo aquele que comete pecado, transgride a lei, pois o pecado é a transgressão da lei”, I Jo 3.4. Como também, em cumpri-la se constitui a obediência. Tanto a obediência como a desobediência terão os seus frutos como recompensa. Discorreremos sucintamente sobre os seus resultados.

A lei da Semeadura
O que se planta se colhe, essa lei foi estabelecida por Deus para todos. Plantar é opcional, mas, colher é obrigatório. Devemos estar cientes de quais são os tipos de sementes que amanhamos, pois os seus frutos serão colhidos posteriormente. Os produtos que estamos colhendo hoje são resultados das sementes que plantamos ontem. Muitas vezes queremos transferir a responsabilidade dos frutos que colhemos a terceiros. Há ocasiões em que os agricultores espalham sementes que não são boas, mas logo que eles percebem a má qualidade do produto, procuram na próxima semeadura sementes de primeira qualidade, para posteriormente ter uma boa colheita. Assim são os homens, todos têm o tempo dado por Deus para se utilizar de sementes boas e substituir as de más qualidades. É tempo ainda de você mudar de sementes ruins para boas.

Semeando Desobediência
O homem desobedeceu a Deus infringindo seus mandamentos (Gn 2.16,17). A quebra desse preceito divino deu à luz o pecado e, consequentemente, os detrimentos (Gn 3. 9-24). Tudo o que é abominável e destrutivo a vida moral e espiritual são magníficos e fascinantes aos olhos, escondendo qualquer possibilidade de ter um desfecho ruim, mas “Cada um se farta de bem pelo fruto da sua boca, e o que as mãos do homem fizerem isso ele receberá”, Pv 12.14. “Dos seus próprios caminhos se fartará o infiel de coração, e o homem bom será recompensado pelos seus”, Pv 14.14. Tudo aquilo que o homem semear isso ele ceifará (Gl 6.7b).

As consequências da desobediência
Deus falou a Adão e Eva que se comessem do fruto proibido certamente morreriam; por causa dessa desobediência a vida humana tornou-se limitada em todos os aspectos, por exemplo: Caminho cerrado (Jó 3.23); Pés no tronco (Jó 13.27; 19.8); Tempo limitado (Sl 90.10; Ec 8.8); Vida limitada (Sl 139.5; Lm 3.7); Sem poder de mudar um cabelo (Mt 5.36); e não pode aumentar a sua estatura. (Mt 6.27). Essas coisas nada mais são do que as consequências da desobediência ao criador. A morte espiritual é a última conseqüência do pecado do homem (Gn 2.7; Pv 8.36). “O salário do pecado é a morte,” (Rm 6.23).

A obediência
O preço do êxito é a obediência (Js 1.8). As observações das leis do Senhor resultam em bênçãos de prosperidade, além de nos garantir a entrada no reino celestial (Mt 7.21). É também um dever imperativo da vida (At 5.29). Destacamos alguns vultos importantes da Bíblia que se dispuseram a obedecer a Deus: Abraão (Gn 22.2,3); Bezaleel (Ex 36.1); Josué (Js 11.15); Ezequias (2 Rs 18.6); José e Maria (Lc 2.39); Paulo (At 26.19); Cristo (Hb 5.8).

            Conscientizemo-nos que tanto os frutos da desobediência quanto os da obediência serão colhidos, ninguém escapa da lei da semeadura, todos têm a oportunidade de mudar. Se a sua semente não está apropriada para uma boa colheita, mude para uma melhor, porém não esqueça que a colheita é inevitável e o preço da desobediência deixa sequelas para o resto da vida, como mencionamos anteriormente. Portanto, obedecer é melhor do que sacrificar (I Sm 15.22). Deus olha para a nossa obediência, pois ela é a base de todo o nosso sucesso, tanto no cotidiano quanto na vida espiritual. Devemos rejeitar qualquer oferta pecaminosa, e estar mortos para o pecado, mas vivos para Deus (Rm 6. 11-18). A lei nada podia fazer, mas a graça de Deus foi manifestada por intermédio de Jesus Cristo, foi o maior exemplo para alcançar a todos quanto lhe obedecerem. A obediência é um princípio importante para o seu sucesso...
Bispo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciência da Religião Dr. Edson Cavalcante.