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domingo, 24 de maio de 2015

ESTUDO BÍBLICO SOBRE O LIVRO DE TIAGO...


                                        ESTUDO BÍBLICO SOBRE O LIVRO DE TIAGO...
CAPITULO - 1

Um dos primeiros problemas em nosso estudo é exatamente descobrir quem é o Tiago que escreveu a epístola que leva o seu nome. Vejamos na própria carta:

Quem é Tiago (1) 1:1 

1 _Tiago, servo de Deus e do Senhor Jesus Cristo,

É tudo o que ele diz a respeito de si mesmo. Quem é esse homem?

Segundo dados bíblicos existem cinco homens chamados de Tiago no Novo Testamento. Sigamos a pista de cada um deles.

1º - Tiago é o pai de um dos doze apóstolos de Jesus, chamado Judas (não Iscariotes) Lucas 6:16.

2º - Tiago é um dos discípulos, filho de um homem chamado Alfeu. Mateus 10:3, era irmão do evangelista Mateus.

3º - Tiago é denominado de “Tiago, o menor” Marcos 15:40.

4º - Tiago é aquele sobre quem temos mais informações. Era irmão de João e filho de Zebedeu, eram apóstolos.

5º - Tiago chamado por Paulo de “irmão do Senhor” Gálatas 1:19. Jesus possuía um irmão com esse nome, conforme esta escrito em Mateus 13:55.

O evangelista João nos informa que “nem mesmo seus irmãos criam nEle” João 7:5. Mas no livro de Atos dos Apóstolos, encontramos uma surpreendente mudança. Os irmãos de Jesus estão entre os crentes de Jerusalém, perseverando em oração Atos1:14. O que teria acontecido? Como se converteram os irmãos de Jesus e, particularmente, Tiago?

Em I Coríntios 15:7 está escrito que Jesus apareceu ressuscitado a Tiago (após aparecer aos doze). Muitos acham que foi sua conversão se deu após esta aparição de Jesus.

O Livro de Tiago foi escrito por volta do ano 62, quando ele foi martirizado. Alguns diz que foi 41 d.C.

Tiago o irmão de Jesus era casado, como podemos confirmar em I Coríntios 9:5, e desfrutava de grande conceito na igreja primitiva. Paulo o chamou de “apóstolo” mesmo não sendo um dos doze em Gálatas 1:19.

Alguém pode até presumir que seja desnecessária e até julgar maçantes as informações sobre o autor desta carta, mas achamos que são de grande valor.

Porque estaremos estudando o livro de um homem que conheceu Jesus de forma muito pessoal que os outros escritores. Os dois dormiram sob o mesmo teto e cresceram juntos. Mais tarde, Tiago deve ter visto quão diferente era seu irmão. Discordou dEle, julgou-o dizendo que era louco. Que temperamento esquisito! Que comportamento estranho! Por fim, Tiago acabou colocando sua vida a serviço de Jesus. Para que isso acontecesse, sem dúvida algo de revolucionário acontece em sua vida. Considerar que Tiago, autor desta carta, é o Tiago irmão do Senhor, parece-nos um forte argumento para crer na divindade de Jesus Cristo e no poder de sua ressurreição. Vidas foram radicalmente transformadas.

Apresentação e Cumprimento (2) (Cap.1:1) 

1 _Tiago, servo de Deus e do Senhor Jesus Cristo, às doze tribos da Dispersão, saúde.

Um dos traços positivo de seu caráter podemos ver logo no inicio da Epístola. Ele não se vale do grau de parentesco, o que poderia fazer sem nenhum constrangimento, ser irmão do Senhor lhe daria um grande primazia sobre os demais líderes. O triste hábito do nepotismo ou patronato é inexistente aqui. Ele se intitula “servo”. Ele não é chefe. É servidor de Deus e do Senhor Jesus Cristo.

É pena que a consciência de “servo” esteja se esvaindo entre os cristãos. Alguns são senhores de suas igrejas. Outros, de suas denominações, outros preferem fazer a sua vontade sem nenhuma liderança, ele é seu próprio líder. Algumas igrejas são lideradas por um sistema monárquico, com a voz do líder sendo inquestionável. Há alguns que age e pensam que a Igreja cristã não é uma oportunidade para servir aos irmãos, a comunidade e a Deus, mas para compensar frustrações emocionais. O individuo teve uma vida inexpressiva antes de ser cristão, na vida secular, mas encontram na igreja oportunidades para se projetar e impor sua vontade a outros, inclusive a pessoas de posição secular superior a sua. Na igreja, então, este individuo compensa sua inexpressiva agindo de forma arbitraria, deixando de olhar para homens como Tiago, que poderia ter usado de seus diretos legais na igreja primitiva, mas não o fez. Antes preferiu se autodenominar “servo”.

Precisamos voltar a nos ver como servos. Sem busca de aplausos, de poder e de prestigio. Tiago não se intitula de nada mais que um cristão, colocando-se a serviço da obra de Deus. Que antes não o fez, mas como nova criatura esta se dispondo a fazer.

A carta é endereçada “as doze tribos da Dispersão”. Em João 7:35, os judeus se indagaram se, porventura, Jesus iria para a “Dispersão”. O que é isto?

“O termo ‘Dispersão’ (em grego diáspora) que é os judeus sendo espalhados pelo mundo não-judaico (onde passaram a residir) para levar as boas novas”.

O autor diz claramente “doze tribos”. Ora, dez tribos se perderam em 722 a.C. (antes de Cristo) com a ida de Israel, o Reino do Norte, para o cativeiro assírio. As outras duas que formavam Judá, o Reino do Sul, foram levadas para a Babilônia em 587 a.C. (antes de Cristo). De lá regressaram em 537 a.C. (antes de Cristo). A quem se aplica o termo “doze”?


Não se entende as doze tribos no sentido literal, pois as antigas divisões tribais de Israel já haviam desaparecido há séculos. O termo significa apenas, que o novo Israel corresponde ao antigo e que sua carta foi dirigida à igreja em sua totalidade. O autor esta se dirigindo especificamente a cristãos dispersos, presentes em vários lugares, ficando implícito alcançar a igreja de uma forma geral.

O fato mais importante, porem, é que, inspirado pelo Espírito Santo o autor aconselha os cristãos de sua época e, por extensão, a nós, cristãos que os sucedemos, mostrando-nos princípios que devemos vivenciar para um cristianismo autêntico.

O estilo do autor da carta de Tiago é bastante parecido com o Sermão do Monte. Comparar Tiago 4:11 com Mateus 7:1 e Tiago 5:12 com Mateus 5:34-37.

Muitos conceitos encontrados em Tiago são também encontrados, algumas vezes, em outras palavras, no livro de Provérbios. O tema visado por ambos os livros é o procedimento correto de um filho de Deus. Alguns estudiosos do Novo Testamento denominam a Epístola de Tiago de “Provérbios do Novo Testamento”.

A preocupação do autor é ética, e não teológica. Em sua carta ele não se ocupa da crucificação, ressurreição, ascensão, segunda vinda de Cristo, etc. Sua linha de pensamento segue o tempo todo em uma direção: como um cristão deve se comportar. Tiago não é místico nem está preocupado com os mistérios do além. Sua preocupação é com o aqui e agora. Ele deseja mostrar que a vida cristã tem parâmetros. O que caracteriza um cristão não é sua roupa, seu corte de cabelo, sua igreja, sua forma de discutir sobre a palavra, seu rigor lingüístico, suas técnicas de pregação. O que caracteriza um cristão é a qualidade da sua vida pessoal.

É por onde vamos começar andar agora.

Como um Cristão Encara as Crises (3) (Cap.1:2-4) 

2_Meus irmãos, tende por motivo de grande gozo o passardes por várias provações, 3_ sabendo que a aprovação da vossa fé produz a perseverança; 4_ e a perseverança tenha a sua obra perfeita, para que sejais perfeitos e completos, não faltando em coisa alguma.


Por que o homem bom sofre? Esta questão tem desafiado as mentes mais inteligentes e os corações mais piedosos. O drama de Jó trata desse tema, o sofrimento de um homem bom e puro. O profeta Habacuque também entrou em profunda crise espiritual e existencial, porque via a injustiça aprofundar-se, o homem desonesto e iníquo prosperar e o homem decente e trabalhador ser oprimido e esmagado. A questão é tão séria que tem levado alguns a perderem a fé na providência divina, desviando-se assim do evangelho. No Salmo 73, Asafe preocupou-se com o mesmo problema. Chegou, inclusive, a pensar em abandonar a Deus. Ele pensava: Melhor ser injusto do que justo. Talvez a questão se resuma com mais simplicidade na pergunta de um menino numa classe de E. B. D. (Escola Bíblica Dominical): “Por que Deus não mata o Diabo a pauladas e acaba com o problema?”.

Dificilmente poderemos responder a questão do sofrimento do justo. Na realidade, este não é o nosso propósito aqui. É preciso registrar algo, no entanto: os cristãos têm crises pessoais, e muitas vezes crises violentas. Em nossos dias, na igreja, prolifera uma pregação falsa e que ensina assim: Siga a Cristo e seus problemas se acabarão. Muitos dão crédito a tal ensinamento, envolvem-se com Cristo, passam por tribulações e se desorientam por completo. São confundidos por magia, superstição. Seguir a Cristo não é ter um seguro contra os problemas. Os cristãos têm problemas. E com têm!

“tende por motivo de grande gozo o passardes por várias provações,” O que Tiago quis dizer com sentir-se alegra em meio as provações? A Bíblia na linguagem de Hoje traduz este vs. Assim: “Sintam-se felizes quando passarem por todo tipo de aflições.” Como pode a aflição trazer felicidade?

Nosso estilo de vida está todo orientado para o prazer. Tudo que produza prazer deve ser tentado. Nossa sociedade é hedonista (Doutrina moral que considera ser o prazer à finalidade da vida) e colocou o prazer como o bem máximo a ser alcançado. Tudo o que é desagradável deve ser evitado.

A ótica de Tiago é realmente extraordinária. “a aprovação da vossa fé produz a perseverança.” A BL Hoje traduz este vs. Assim: “Quando sua fé vence essa provações, ela produz perseverança.” Pense bem: “Quando sua fé vence...” As dificuldades existem para serem vencidas. É possível vencê-las, não no poder da carne, mas no poder do Espírito, na força da fé. E nas provações que o caráter se enrijece, torna-se mais forte, na força da fé.

Citar exemplo da guerra entre Argentina e Inglaterra pela posse das ilhas Malvinas. Os ingleses venceram por tem mais tradição de guerra e lutas.

Boa lição para nós, esta! As dificuldades vencidas nos fortalecem, para que enfrentemos outras que surjam, com mais capacidade e confiança.

“produz a perseverança.” A palavra grega usada é hypomoné, que significa “ação de perseverar, sofrer, suportar calma e heroicamente”. Não é, no entanto, uma atitude passiva. Pelo contrário, é uma atitude dinâmica.

A palavra “perseverança” é usada em conexão com a fé, sendo um produto da fé ativa. Somente a fé pode produzir perseverança. Isto porque perseverança não é o estoicismo humano (um indivíduo firme, senhor de si mesmo; inabalável, impassível, austero), a manifestação de um caráter indômito (soberbo, arrogante) por questão de temperamento. Perseverança não é também a manifestação de derrotismo, do tipo “deixa estar para ver como é que fica”. Tampouco é um fatalismo resignado. Perseverança é aquela virtude que faz um homem continuar avançando, mesmo sob golpes. É a fé provada que produz perseverança. Quando enfrentamos uma crise e a superamos, tornamos nosso caráter mais perseverante.

“para que sejais perfeitos e completos,” O termo “perfeitos” merece explicação. Não significa uma ausência de defeitos. A palavra grega usada é téleios, que pode apresentar vários sentidos: perfeito, adulto, maduro, plenamente desenvolvido. No VT esse termo era usado para designar a maioridade civil das pessoas, que se tornavam, assim, responsáveis. Era usado tb para frutos maduros e para mercadorias em boas condições ou completas. Estas explicações permite-nos entender as exortações bíblicas a que sejamos perfeitos, principalmente a de Jesus em Mt. 5:48, que diz: “Sede vós, pois, perfeitos, como é perfeito o vosso Pai celestial.” Há um nível de perfeição, de maturidade, para Deus, a absoluta. Há tb um nível para nós. Evidentemente não se diz que devemos ser como Deus, mas que devemos alcançar o nível que de nós se espera. Entendemos, então, que na medida em que vamos vencendo as provações e fortalecemos a nossa fé, vamos nos tornando adultos espirituais.

Fugir das lutas não conduz a maturidade. Desviar-se ou ignorar os problemas, também não. Mas, enfrentá-los e vencê-los isso sim, conduz a um estado de adultos, tanto espiritual quanto emocionalmente.

“Não faltando em coisa alguma.” A Bíblia na linguagem de Hoje traduz este vs. “sem faltar nada”. Este é um aspecto desafiador. Por que tantos cristãos vivem, hoje, vidas incompletas, onde falto tanto? Porque o enfoque da vida cristã está errado. Muitos foram atraídos para o evangelho por causa das bênçãos que ele pode dar-lhes, por causa do que poder receber de Cristo. Na realidade, isto não esta de todo errado. Mas, o trágico é quando a vida cristã não é vista tb como um luta, como um comprometimento na obra de Cristo, com o suportar uns aos outros, como uma dádiva de Deus por sua misericórdia, e sim como fuga. Como conseqüência, temos muito de um cristianismo ridículo, meloso, de pessoas que transformou a igreja em um gueto onde se pode esconder do mundo e se refugiar das dificuldades. Ocultando assim o verdadeiro cristianismo, que é forte, desafiador de estruturas de um mundo decadente, onde o cristão é, não um pedinte, mas um herói, um lutador, um agente transformador de uma sociedade corrompida. A preocupação maior de um seguidor de Cristo não é esconder-se do mal, mas combatê-lo, onde quer que ele se encontre. Nosso Senhor manifestou-se para destruir as obras do Diabo. I João 3:8.

“sem faltar nada”. Não é, evidentemente, uma promessa ou uma exortação com a finalidade de limitar a realização material. O cristianismo surgiu exatamente entre a classe social menos favorecida. Entre os destinatários de Tiago havia um grande contingente de pobres. Uma pessoa firme em Cristo, enfrentando suas crises pessoais e vencendo-as, tornar-se-á cada vez mais uma pessoa equilibrada e segura, a quem não faltará ânimo para enfrentar as dificuldades da vida, sem desespero.

Aprendemos que o evangelho não é para se viver choramingando pelos cantos, reclamando dos problemas, constantemente derrotado, com tropeços aqui e acolá. Não é tb um par de muletas para se arrastar pela vida, nem ainda um sedativo para amenizar as dificuldades que enfrentamos. O evangelho é um chamado para a maturidade, para lutar, para vencer e para crescer. E quando um servo de Cristo compreende o que Tiago quer dizer, descobre que a cada batalha vencida em sua vida está mais fortalecido em seu caráter. Fracos e indecisos nunca entraram para a história. O que caracteriza os heróis da fé em (Hebreus 11) é exatamente sua coragem em permanecerem firmes, como quem vê aquele que é invisível. (Hebreus 11:27). O cristão não pode viver como um derrotado. Por isso, se você tem problemas e sofre, não entregue os pontos. Enfrente suas dificuldades com fé no Senhor. Nas lutas travadas está à firmeza. As dificuldades e os sofrimentos fazem parte da vida. Não podemos impedi-los de desabarem sobre nós. Mas, superá-los é descobrir a beleza da vida e crescer emocionalmente como cristão.

A Busca de Sabedoria (4) (Cap.1:5-8) 

5_Ora, se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente e não censura, e ser-lhe-á dada. 6_ Peça-a, porém, com fé, não duvidando; pois aquele que duvida é semelhante à onda do mar, que é sublevada e agitada pelo vento. 7_ Não pense tal homem que receberá do Senhor alguma coisa, 8_ homem vacilante que é, e inconstante em todos os seus caminhos.

A sabedoria era a forma de conhecimento mais apreciada entre os hebreus. Livros como os de Provérbios, Eclesiásticos e Jó, eram tidos em alta conta. São livros que apresentam os princípios divinos para a vida ajustada. Assim como todo VT são princípios para vida cristã. Viver corretamente era uma das grandes aspirações dos homens piedosos de Israel. Em Provérbios 4:7 “A sabedoria é a coisa principal; adquire, pois, a sabedoria; sim, com tudo o que possuis adquire o entendimento.” Valia a pena investir tudo na aquisição da sabedoria. Um dos alvos do judeu do VT era ser sábio, ter o conhecimento correto. Você pensa assim, age como tal?

O que significa exatamente sabedoria? Evitemos confundi-la com cultura. Esta é a forma de expressão de um grupo, de uma sociedade. A maneira de uma pessoa se vestir, sua alimentação, a faixa de vocabulário dentro do seu idioma que ela utiliza seus hábitos, enfim, formam a sua cultura. Também devemos evitar identificá-la com instrução acadêmica, produto da educação escolar. Há bacharéis, mestres e doutores que possuem senso escasso, deixando de manifestar qualquer ato de sabedoria. Há gente de bom nível acadêmico, mas de vida um tanto desastrada.

Alguns (por que não dizer muitos), insubmisso não concordaram e não concordam com idéia de buscar em Deus conhecimento e sabedoria. Entre os gregos se desenvolveu o tipo de pensamento que denominamos filosofia.

O que é filosofia?
à É o estudo de problemas fundamentais relacionados à existência, ao conhecimento, à verdade, aos valores morais e estéticos, à mente e à linguagem. A filosofia ocidental surgiu na Grécia antiga no século VI a.C. A partir de então, uma sucessão de pensadores originais - como Tales, Xenófanes, Pitágoras, Heráclito e Protágoras. Resumindo a filosofia empenha-se em responder, racionalmente, questões acerca da realidade última das coisas, das origens e características do verdadeiro conhecimento, da objetividade dos valores morais, da existência e natureza de Deus. Nunca tem fim às perguntas, sempre têm um por quê? Por quê? Alguns tipos de filosofia: filosofia antiga, filosofia medieval, filosofia moderna e filosofia contemporânea.

O pensamento desenvolvido pelos hebreus não foi especulativo (como é na filosofia). Sempre foi moral, crendo num Deus pessoal que se revelara e se manifestara aos homens, mostrando seu querer. Não havia preocupações com o universo (como hoje de desvendá-lo) e sim com a vida: Como viver bem? Como descobrir o sentido da vida e aproveitá-lo ao mesmo tempo em que se agradava a Deus? A filosofia dos hebreus procurava responder a estas perguntas. E não com especulações sem fim, mas com a observação e a revelação divina.

Não era propriamente uma filosofia, e não deixa de ser pois, se preocupa com a maneira correta de como se viver. Seu caráter era pratico e funcional, nunca abstrato ou teórico. Não se alcançava com a idade, como se apenas observar a vida e tirar conclusões bastasse para possuí-la. No Salmo 119:100 está escrito: “Sou mais entendido do que os velhos, porque tenho guardado os teus preceitos.” O salmista declara ter mais sabedoria do que os de mais idade. Estes, teoricamente, tendo vivido mais, teriam acumulado o que chamamos de “experiência de vida” e saberiam mais que ele. Mas, o salmista tem mais entendimento (sabedoria) porque guarda os preceitos do Senhor. Isto nos leva a entender que a sabedoria esta com Deus. Ele é a fonte de sabedoria. Esta é a linha de pensamento adotada por Tiago. “Ora, se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus,” vs. (5a).

A sabedoria devia ser buscada com toda intensidade possível. Sendo equivalente a verdade, tudo deveria ser investido nela. Provérbios 23:23 “Compra a verdade, e não a vendas; sim, a sabedoria, a disciplina, e o entendimento.” É na busca destas virtudes “verdade” e “sabedoria/conhecimento”, “disciplina e entendimento” que a vida deve ser empregada. Será que pensamos assim? Nosso foco é realmente estes?

“Peça a Deus” A ausência de sabedoria dever ser motivo de oração. A sabedoria é um dom divino. Vem do Senhor. Deus quer que seus filhos sejam sábio, que tenham orientação correta para esta vida. O crente que não sabe viver corretamente deve pedir a ajuda de Deus. Ele supre as deficiências do vosso viver.

A oração, portanto, é uma das maneiras de se alcançar a sabedoria. Há outra maneira que a Escritura apresenta. Já vimos no Salmo 119:100 que o salmista era mais sábio que os de idade avançada porque guardava os “preceitos” (a Palavra) de Deus. A simples leitura da Bíblia não trará sabedoria, mas sim estudar e guardar os ensinos de Deus.

Vamos então repetir o que ministramos anteriormente no Sermão do Monte. Sobre as pessoas ensinadas pela Palavra, mas não ensinadas pelo Espírito Santo Como elas se comportam. Pode parecer um contra-senso, mas a diferença entre o conhecimento meramente intelectual e informativo que uma pessoa pode adquirir das Escrituras e o conhecimento da Bíblia que o E. S. transmite, vejam em João 14:26 “Compra a verdade, e não a vendas; sim, a sabedoria, a disciplina, e o entendimento.” É necessário ler, com fome, e aplicar a vida o que foi lido, buscando corrigir-se.

“com fé, não duvidando;” vs. (6a). A verdadeira oração exige fé, sem vacilações. Hebreus 11:6 “Sem fé é impossível agradar a Deus”. É conselho de Deus que seus filhos aceitem as suas recomendações, em nada duvidando: Atos 10:19, 20 “Estando Pedro ainda a meditar sobre a visão, o Espírito lhe disse: Eis que dois homens te procuram. Levanta-te, pois, desce e vai com eles, nada duvidando; porque eu tos enviei.”

O homem que duvida é como a onda do mar. É agitado de um lado para outro, nunca encontrando paradeiro. É uma figura de inconstante, a dúvida produz inquietação e instabilidade. Não deve ser assim a vida do cristão.

Qual a melhor época para se buscar a sabedoria? Provérbios 8:17 “Eu amo aos que me amam, e os que diligentemente me buscam me acharão.” Uma outra versão diz: “E os que de madrugada me buscam me acharão.” Alguns pregadores se utilizando desta versão falam que Deus amava os madrugadores na oração. O que foge ao sentido do texto e ao próprio contexto bíblico. Afinal, Deus ama até mesmo quem o odeia, João 3:16, o mesmo mundo que rejeitou seu amor e crucificou seu filho. E tb é muita precipitação daquele que pensa, sem estudar e guardar os ensinos de Deus.

No texto de Provérbios 8:17, não é Deus quem esta falando. É a sabedoria. Provérbios 8:4 e 12 “A vós, ó homens, clamo; e a minha voz se dirige aos filhos dos homens...”, “Eu, a sabedoria, habito com a prudência, e possuo o conhecimento e a discrição.” A sabedoria, ela sim, ama quem a ama e se dá a quem a procura. Quem a desejar, encontrá-la-á. E os que a procuram de madrugada (cedo, na sua vida) a acharão.

A razão pela qual podemos pedir sabedoria, na consciência de que a receberemos, está na bondade de Deus. Ele é bondoso e derrama sabedoria sobre os seus filhos. Seu amor para conosco não se resume a nossa salvação. Ele nos oferece a possibilidade de uma vida real. Tampouco nos salvou ele para nos deixar no tempo e no espaço, sem um contexto histórico para vivermos. Sua bondade não é algo místico que só provaremos depois da cessação da física. Ela funciona aqui e agora. É sua bondade que permite aos crentes encontrarem condições para uma vida madura, exibindo sabedoria no cotidiano. O grande ensino de Tiago neste trecho é que podemos viver bem, na terra. Não é necessário, como tantos cristãos fazem viver de mal com a vida, sempre emburrados, entregando o mundo para os incrédulos e se refugiando no além. Deus pode ensinar-nos como viver na terra.

“Mas se alguém tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, e ele dará, porque é generoso, e dá com bondade a todos.”

Gloriar-se em Que? (5) (Cap. 1:9-11)

9_Mas o irmão de condição humilde glorie-se na sua exaltação, 10_e o rico no seu abatimento; porque ele passará como a flor da erva. 11_ Pois o sol se levanta em seu ardor e faz secar a erva; a sua flor cai e a beleza do seu aspecto perece; assim murchará também o rico em seus caminhos.

Além do titulo acima, poderíamos dar outro titulo bem adequado e que poderia ser aplicado aqui é: “A Atitude Humana Para com as Possessões Materiais”. As duas idéias se harmonizam na discussão objetiva aqui empreendida por Tiago. A maior parte dos problemas enfrentados pelos cristãos diz respeito ao mundo material. É muito justo que em nossas pregações excedemos nas verdades do além, mas, por vezes desprezamos o mundo material. Muitas das vezes encontramos cristãos não acomodados com o mundo material, já que recebe mais sobre o mundo espiritual, que o mundo material, passando então a perder o equilíbrio do mundo real.

Como devemos relacionar-nos com o mundo concreto, com as coisas? Ter posses, ser rico, é pecaminoso? Sendo que determinadas correntes teológicas contemporâneas fazem exaltação do pobre e ameaçam o rico, será a pobreza uma virtude?

Por outro lado, a moderna maquinaria publicitária coloca o sentido da vida nas riquezas. A televisão e as revistas, com suas cores, mostram que a pessoa bem-sucedida é aquela que tem o carro do ano, cheque especial, tem lancha marítima, veste a esquisita moda lançada pelas griffes famosas. Esta é a imagem que estes meios de comunicação querem mostrar!

ESTÁ CERTO TAL ÓTICA? Ter coisas é o bem supremo? Qual é a relação correta entre o homem e os bens? Todas estas questões podem ser enfocadas aqui e respondidas a luz do livro de Tiago.

“O irmão de condição humilde” e “o rico”. O que significam estes termos? Qual o sentido destas expressões na epistola. Faz parte do estilo de Tiago estabelecer contrastes entre as duas classes sociais retratadas. Em Tiago 2:6 “Mas vós desonrastes o pobre. Porventura não são os ricos os que vos oprimem e os que vos arrastam aos tribunais?” O rico oprimindo o pobre. Em Tiago 5:6 “Condenastes e matastes o justo; ele não vos resiste”. O rico explora o pobre ao ponto de levá-lo a ter fome e causar-lhe a morte. Tiago esta falando de homens bem financeiramente e homens desprovido de nenhum bem. Área econômica. Não espiritual.

O pobre aqui é o cristão: “o irmão de condição humilde”. E o rico? Com certeza, diante do contexto é um incrédulo!

Na realidade, o mais importante é o seguinte: Qual a recomendação bíblica para o pobre, no tocante a sua pobreza? Qual a recomendação bíblica para o rico, no tocante a sua riqueza?

Quais os conselhos do “servo de Deus e do Senhor Jesus Cristo”? TIAGO.

Para o pobre, economicamente!

• O irmão de condição humilde glorie-se na sua exaltação, na sua dignidade!

A glória do pobre é o seu caráter, aquilo que ele é, na sua natureza moral e espiritual. O cristão que não goza de muito prestigio neste mundo deve sentir-se alegre, pois ele é grande aos olhos do Senhor.

A glória do Altíssimo é pelo que ele é e não pelo que ele tem. Assim é a glória do crente pobre. Não pense que é inferior.

Não aceite o padrão do mundo que julga as pessoas por aquilo que elas possuem. Deus julga o homem por aquilo que ele é.

Tiago vem combater a ilusão contemporânea, segundo a qual a realização esta no ter. Engano, puro engano. Veja o que diz Provérbios. 22:1 “Mais digno de ser escolhido é o bom nome do que as muitas riquezas; e o favor é melhor do que a prata e o ouro".

Ao invés de se envergonhar de ser pobre, mantenha o tesouro da dignidade. A busca de bens, por quaisquer que sejam os meios, tem arruinado nossa sociedade.

Veja o que o mundo diz: “Seja bem-sucedido economicamente, custe o que custar! Lance mão de todos os meios: roube, fraude, minta, seja desleal, faça tudo o que puder, mas seja rico”! Esta é a filosofia que parece nortear mundo hoje.

Nós, cristãos, precisamos ser coerentes com a nossa fé, mesmo correndo o risco de sermos chamados de “ultrapassados”. Devemos sustentar nossos princípios. É melhor ser um pobre honesto e em paz com a consciência e com Deus do que ser um rico desonesto e não ter paz e glória moral.

Isto não quer dizer que todo rico é desonesto. Mas que preferimos a honra (pobre) a desonra (riqueza). Como cristãos precisamos reafirmar bem alto a superioridade dos valores morais e espirituais a nossa geração, que vive na busca de um materialismo descabido, alucinado.

Os conselhos do “servo de Deus e do Senhor Jesus Cristo”? TIAGO.

Para o rico, economicamente!

“e o rico no seu abatimento”, ou “insignificância”

• O rico também deve gloriar-se, mas não nas suas riquezas.

“Abatimento” no grego “tapeínosis” significa: baixeza, humildade, humilhação. O rico deve aprender a ajustar-se a um nível econômico mais baixo, conformar-se a uma nova situação financeira. É “saber viver na pobreza”.

Já vimos que “gloriar-se” é “regozijar-se com confiança”. Que o rico se regozije confiantemente, não no seu poder econômico, mas num quebrantamento diante de Deus. Aqui é que esta a sua segurança. Da mesma forma, o pobre não deve buscar riquezas a qualquer preço, mas sim, preservar a sua dignidade.

Tiago esta dizendo que as circunstancias terrenas são transitórias, não são o valor último, final!

O pobre não deve direcionar toda a sua vida em melhorar de situação a qualquer custo!

O rico não deve confiar nas suas riquezas, como se estas fossem um deus que o garantisse no momento de aflição espiritual. Que sua glória seja a humildade em reconhecer que não é poderoso, pois tudo pertence a Deus (somos apenas administradores), e os bens materiais se acabam, desaparecem!

“Pois o sol se levanta em seu ardor e faz secar a erva;”

A parte “a” do vs. 11 nos remete ao livro do profeta Isaías, no cap. 40:6-8 “6_Uma voz diz: Clama. Respondi eu: Que hei de clamar? Toda a carne é erva, e toda a sua beleza como a flor do campo. 7_Seca-se a erva, e murcha a flor, soprando nelas o hálito do Senhor. Na verdade o povo é erva. 8_Seca-se a erva, e murcha a flor; mas a palavra de nosso Deus subsiste eternamente.”

O profeta aqui traz uma mensagem de consolo para Judá cativo na Babilônia. Seu tempo de escravidão esta completado. Vocês voltarão para suas terra conduzido pelo Senhor. O profeta esta dizendo que a Palavra de Deus é imutável, em contraposição ao poder humano. “O povo é erva.” O grande reino caldeu estava secando. Mas a palavra de Deus permanece para sempre. Ela anunciou a ida para o cativeiro e agora anuncia a saída. Os caldeus tinham um formidável poderio. Foi o maior dos impérios mundiais. Os outros que o sucederam foram inferiores. Mas a poderosa Babilônia ia passar (como passou) enquanto a palavra de Deus ia permanecer.

Quando o hálito do Senhor alcançasse a erva, esta murcharia. No hebraico “ruah” que significa “vento”, vento quente e seco, vindo deserto. Acompanhado do Sol devastava toda vegetação.

Assim é o homem, na sua imponência, manifestando grande poder. Este hálito do Senhor é o toque divino que extingue o poderio humano. Veja o que diz o salmista: 37:35,36 “Vi um ímpio cheio de prepotência, e a espalhar-se como a árvore verde na terra natal. Mas eu passei, e ele já não era; procurei-o, mas não pôde ser encontrado. A erva seca é reduzida a nada.

“Assim murchará também o rico em seus caminhos”.

Se a confiança do rico estiver depositada nos bens materiais, ele murchará. Secará. Será reduzido a nada. A glória do rico não deve ser a sua riqueza material. Ela é frágil, apesar de seu aparente poder. O Novo Testamento cita dois exemplos de homens ricos e suas opções: O jovem rico e Zaqueu, que compreendeu que a amizade de Jesus valia mais que suas riquezas.

Conclusão de Tiago sobre o GLORIAR-SE!

O posicionamento do cristão diante das riquezas é de grande relevância para os nossos dias. A posse de bens materiais não é o mais alto valor. Importa afirmar, sejamos pobres ou sejamos ricos, que os valores espirituais são eternos, e o desenvolvimento dos valores morais agrada a Deus.

Mais importante que ter coisas é ser. Viver corretamente, como Deus deseja. Recordemos as palavras do Senhor a Samuel, sobre o porquê da rejeição de Saul: I Samuel 16:7“Mas o Senhor disse a Samuel: Não atentes para a sua aparência, nem para a grandeza da sua estatura, porque eu o rejeitei; porque o Senhor não vê como vê o homem, pois o homem olha para o que está diante dos olhos, porém o Senhor olha para o coração.”

A Questão da Tentação (6) (Cap.1:12-15) 

12_Bem-aventurado o homem que suporta a provação; porque, depois de aprovado, receberá a coroa da vida, que o Senhor prometeu aos que o amam. 13_Ninguém, sendo tentado, diga: Sou tentado por Deus; porque Deus não pode ser tentado pelo mal e ele a ninguém tenta. 14_Cada um, porém, é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência; 15_então a concupiscência, havendo concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, sendo consumado, gera a morte.

A discussão de Tiago agora é a respeito da origem do pecado na esfera da vida humana. Como sempre, o autor é pratico e não se perde em discussões sobre a origem do pecado. Preocupa-se em mostrar como o pecado surge na vida humana e conduz os homens a pratica do mal.

De inicio, Tiago nos traz uma bem-aventurança para os que suportam a provação. Vs. 12a “Bem-aventurado o homem que suporta a provação;”. Significa “feliz, bendito”, e aplica-se ao homem digno de felicitações e admiração, possuidor de um verdadeiro bem-estar. O que suporta a provação é uma pessoa que sofre (calma e heroicamente).

Esse crente vs. 12b “receberá a coroa da vida”. É a mesma de Apocalipse 2:10 onde a fidelidade dos esmirnianos, mesmo que a custa da morte, lhes daria a coroa da vida. “Coroa” são as flores que o atleta vitorioso recebe como vencedor de algum dos jogos e tb para o galardão dos fiéis. É o reconhecimento da vitória daquele que suporta com firmeza a provação. É a recompensa que “o Senhor prometeu aos que o amam”. Tiago fala em provação e tentação. Segundo ele há uma preocupação em mostrar que, se as provações trazem um beneficio, o da recompensa pelo próprio Senhor, não se deve pensar que as tentações também são trazidas pelo Senhor.

A Culpa da tentação não pode ser atribuída a Deus. “Ele a ninguém tenta”. Vs. 13b “Deus não pode ser tentado pelo mal”. Ocasionalmente, alguém pergunta se Deus, que tudo pode, pode tb pecar. O pecado é uma impossibilidade moral em Deus. De uma pessoa muito santa se diz que ela é incapaz de praticar a maldade. Na realidade, não o é. Ninguém é incapaz da pratica do mal, pois todos somos pecadores. Romanos 3:23. Mas, quanto mais acentuada é a qualidade moral de uma pessoa, mais julgamos ser ela incapaz de qualquer atitude maldosa. Ora, a santidade de Deus não é relativa. É santidade absoluta. O mal é uma impossibilidade para Deus. Disse o profeta Habacuque, 1:13: “Tu que és tão puro de olhos que não podes ver o mal, e que não podes contemplar a perversidade, por que olhas pára os que procedem aleivosamente, e te calas enquanto o ímpio devora aquele que e mais justo do que ele”.

O mal é uma impossibilidade para Deus, não que ele queira cometê-lo e não possa, mas no sentido de que sua absoluta santidade é incompatível com tudo que se choca com seu caráter santo. Sendo Deus tão oposto ao mal e ao pecado, ninguém pode colocar sobre Deus a culpa das tentações nas quais a pessoa esta envolvida.

Há, porém um fato que não podemos deixar de considerar. A tentação é real. Como ela surge? Muitas pessoas têm colocado sobre os ombros do Diabo muitas culpas que são delas, voluntária e decididamente nossas. O individuo aguarda uma oportunidade para errar, busca e força ocasião para pecar e depois diz: “O Diabo me tentou e eu caí”. Tiago diz: “Cada um, porem, é tentado quando atraído e iludido, enganado pela sua própria concupiscência”. Concupiscência é um ato que praticamos repetidamente, é o desejo intenso, ardente de gozar os bens terrestres. Não é algo momentâneo. Surge depois de acalentado, de ser alimentado. Esse desejo, sendo muito forte, tolerado e estimulado, impele-nos para o pecado. Somos atraídos. Pois nos parece bonito, atraente, mas por baixo dela esta a morte. É assim o pecado. Ele nunca se apresenta feio e destruidor, mas sempre agradável. Somos, então, iludidos e levados para o mal.

A concupiscência é a mãe do pecado. “A concupiscência havendo concebido, da à luz o pecado”. Tiago esta seguindo a mesma linha de raciocínio de Jesus. O mal procede do interior do homem. Este não é vitima dos astros nem produto do meio. Não é um manancial de virtudes e pureza, como algumas correntes filosóficas e psicológicas querem fazer crer. O homem pensa, sente, quer, toma decisões, é um ser responsável. São os maus desejos do seu interior que o levam ao pecado. A força determinante não é nada mais que interior. Foi isso que Jesus ensinou quando reinterpretou a lei de Moisés.

• A lei proibia matar: “Não matarás” (Êxodo 20:13).

o Jesus, porem diz: “... TODO AQUELE QUE SE ENCOLERIZAR CONTRA SEU IRMÃO, SERÁ RÉU DE JUÍZO; E QUEM LHE DIZER: TOLO, SERÁ RÉU DO FOGO DO INFERNO” (Mateus 5:22).

Se a lei mosaica proibia o assassinato, Jesus proibiu o ódio. É o ódio que produz o assassinato. Da mesma forma, a lei mosaica,

• Proibia o adultério: “Não adulterarás” (Êxodo 20:14).

o Jesus, disse: “EU, PORÉM, VOS DIGO QUE TODO AQUELE QUE OLHAR PARA UMA MULHER PARA COBIÇAR, JÁ EM SEU CORAÇÃO COMETEU ADULTÉRIO COM ELA” (Mateus 5:28). Vale também para mulheres!

O Senhor Jesus não proibiu apenas o ato, foi mais fundo, foi às intenções. Sua exortação é uma exigência para a pureza moral do coração. É o pensamento que gera o ato.

A bíblia na linguagem de hoje, diz: 15_"Então esses desejos fazem com que o pecado nasça, e o pecado, quando já está maduro, produz a morte”.

Tiago esta dizendo que a sede das decisões esta na mente, Paulo recomenda: Colossenses . 3:1, 2 “1_Vocês ressuscitaram com Cristo. Portanto, ponham o seu interesse nas coisas que são do céu, onde Cristo está sentado ao lado direito de Deus. 2_Pensem nas coisas lá do alto e não nas que são aqui da terra.”

Uma pessoa que só fala coisas pejorativas, imorais, piadas indecentes, sempre de mau humor, só fala mal dos outros e dos irmãos, não se pode presumir que venha a ter uma vida limpa, com saúde. I Coríntios 15:33 “Não vos enganeis. As más companhias corrompem os bons costumes.”

Por causa disso, alguém declarou: “Você se torna o que você pensa.” A isto, pode-se ajuntar outra frase: “Você se torna o que você lê”.

Os pensamentos determinam as ações e os sentimentos. Pensemos coisas boas e as possibilidades de fazermos o bem serão maiores. Encha-se de lixo e tudo que produzirá será lixo.

O que está semeando em sua mente? Encha-se de decência e dignidade, e você será decente e nobre.

Encha-se de amargura, e você será um individuo insuportável para os outros, além de arruinar a sua própria vida. Por isso é que lemos em Provérbios 4:23 “Tenha cuidado com o que você pensa, pois a sua vida é dirigida pelos seus pensamentos.”

Examine sua própria vida. Reavalie suja concepção de vida, seus pensamentos, sua forma de ver e julgar o mundo. Veja bem o que você está pensando. Sobre os outros, sobre si mesmo, sobre a vida. Ordene seus pensamentos de forma correta.

O Que é Bom vem de Deus (7) (Cap.1:16-18)  

16_ Não vos enganeis, meus amados irmãos. Toda boa dádiva e todo dom perfeito vem do alto, 17_descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sobra de variação. Segundo a sua própria vontade, 18_ ele nos gerou pela palavra da verdade, para que fôssemos como que primícias das suas criaturas.

“Não vos enganeis” esta ligando duas idéias. Não se enganem, pensando que o pecado vem de Deus (vs. 13), pois dele só vem o bem, tanto que “ele nos gerou pela palavra da verdade” (vs. 18), e a partir do vs. 21 temos a apresentação do que seja a “palavra da verdade”.

Nosso ponto de partida, portanto, deve ser o vs. 13. Não nos enganemos, pensando que Deus nos conduz ao mal. Não nos desculpemos dos nossos pecados, colocando a culpa em Deus. Ele não tenta a ninguém. Dele só vem o que é bom e nunca o mal.

“Meus amados irmãos”. Apesar da advertência a ser feita, o tom é carinhoso. Tiago repreende sem ira, mas até com ternura. Uma lição que devemos aprender aqui é a tratar a todos com carinho, sem concordar com o erro. Não lança duvidas sobre a conversão genuína dos cristãos daqueles dias, (muito menos hoje) embora percebesse que tinham caído em alguns erros doutrinários e práticos.

“Toda boa dádiva e todo som perfeito vêm do alto”. “Alto” é empregado aqui como substituição para “Deus”. Embora várias vezes Tiago use o nome de Deus na sua carta, era prática comum aos hebreus substituírem o nome divino por outra forma de expressão.

Além do termo “Alto” ser um sinônimo de Deus, outra consideração deve ser feita sobre o mesmo. Ele mostra a transcendência de Deus. Ele é o que esta lá em cima, em contraposição aos homens, que estão cá embaixo. Há uma diferença entre Deus e os homens. Em João 8:23, por exemplo, encontramos as seguintes palavras de Jesus: “Vós sois de baixo, eu sou de cima; vós sois deste mundo, eu não sou deste mundo.” Há uma diferença entre Jesus e seus opositores. A diferença moral, portanto, é acentuada pelo termo “Alto”.

Transcendência de Deus: É o Caráter do que está fora do alcance de nossa ação ou até de nosso pensamento.

• Ele é diferente e independente da sua criação (ver Êxodo 24.9-18; Isaías 6.1-3; 40.12-26; 55.8,9).

• Seu ser e sua existência são infinitamente maiores e mais elevados do que a ordem por Ele criada (1Reis 8.27; Isaías 66.1,2; Atos 17.24,25).

• Ele subsiste de modo absolutamente perfeito e puro, muito além daquilo que Ele criou. Ele mesmo é incriado e existe à parte da criação (ver 1Timóteo 6.16).

• A transcendência de Deus não significa, porém, que Ele não possa estar entre o seu povo como seu Deus (Levítico 26.11,12; Ezequiel 37.27; 43.7; 2Corintios 6.16).

“Boa dádiva... dom perfeito”. Os dois termos “dádiva , perfeito” são derivados, significa “dou, concedo, ofereço”. Parece mais uma repetição para enfatizar o argumento, uma forma de expressar, do que propriamente duas realidades distintas. O ensino de Tiago é que Deus dá boas coisas ao seu povo. Tudo o que é bom vem de Deus. Dele não nos vem o mal, a tentação. Vem o bem, que está no vs. 18.

“Descendo do Pai das luzes”. O dom vem dele, descendo, para nós. Uma conclusão lógica, já que ele é lá do alto e nós somos cá de baixo.

A figura de Deus como luz é comum, tanto no Velho Testamento quanto no Novo Testamento. No Salmo 27:1 “O Senhor é a minha luz e a minha salvação...”, Em João 1:5 lemos que “Deus é luz”. O Salvador também aplicou a si a significativa figura: João 8:12 “Eu sou a luz do mundo; quem me segue, de modo algum andará em trevas, mas terá a luz da vida”.

Mas, Tiago ultrapassa esta metáfora, ele amplia e declara que Deus é “Pai das luzes”. A linguagem é alusiva a Deus como Criador dos luminosos, ensino que fica patente em Gênesis 1:14-18. Ele é Pai das coisas mais elevadas da criação, os astros. Os astros se localizam muito acima dos homens. Mas, quem os criou é maior do que os astros e está acima deles, por ser “o Pai das luzes”.

A Linguagem cosmológica e confirmada pelo final do vs. 17 “em quem não há mudança nem sobra de variação.” O Pai é imutável. Faça-se, porém, uma observação necessária: Não confundamos imutabilidade com imobilidade. Deus não muda seu caráter e sua essência, mas age de maneiras diferentes de como agiu no passado. Ele não esta preso a esquemas. Não há nele sombra de variação. Até os astros mudam.

Naqueles dias viam as luzes no céu brilharem, viam o sol nascer e se pôr, tendo o brilho diminuído durante o dia, viam as fases da lua. As luzes do firmamento mudavam, mas o Pai que os criou não muda nunca. É o mesmo sempre. Sempre é bom, Nunca deixará de ser bom e de dar boas coisas aos seus filhos.

Não é suficiente, porém, dizer que “toda boa dádiva e todo dom perfeito vêm do alto”. Qual é a evidência desta declaração? O que tem Tiago para apresentar como prova de sua afirmativa? A resposta está no vs. 18 “Segundo a sua própria vontade, ele nos gerou pela palavra da verdade...”. É o novo nascimento: “ele nos gerou”.

É oportuno observar que foi “segundo a sua própria vontade” que ele agiu. A salvação é produto do querer de Deus. É a sua vontade e o seu amor para conosco que estão como elementos motivadores da nossa salvação. Não encontramos na Bíblia um Deus relutante aos apelos de um homem desesperado por uma salvação que lhe é negada. Desde o Éden encontramos um Deus que procura e um homem que se esconde. Deus quer o nosso bem. Foi o seu querer, a sua vontade, que o levou a salvar-nos.

Pelo seu querer, Deus “nos gerou”. Gerou significa literalmente “dou à luz” cujo sentido é “estou grávida”. A idéia de 1:18 é bastante curiosa. No processo de novo nascimento do cristão, Deus reúne em si tanto as funções masculinas como as femininas: “ele nos deu à luz”. Ele nos fez nascer espiritualmente porque assim o desejou.

Como fomos gerados? Qual o processo pelo qual se deu a gravidez e o parto do cristão? “Ele nos gerou pela palavra da verdade”. A mesma idéia encontramos em I Pedro 1:23, que diz: “tendo nascido, não de semente corruptível, mas de incorruptível, pela palavra de Deus, a qual vive e permanece”.

Os termos variam, mas a idéia é a mesma. Em Tiago, temos “palavra da verdade”. Em Pedro temos “semente... incorruptível... palavra de Deus, a qual vive e permanece”. O que é “palavra da verdade” e “palavra de Deus”? É evidente que tanto Tiago, quanto Pedro está revelando aquilo que foi dito pelo Espírito Santo aos homens e que se completou com a vinda de Jesus Cristo, o clímax da revelação. A idéia de Cristo como o ápice da revelação é bem sustentada pelo autor de Hebreus, em 1:1, 2. Este conjunto é chamado por Tiago de “Lei da Liberdade” em Tiago 1:25 “...a lei perfeita, a da liberdade,” e 2:12 “...ser julgados pela lei da liberdade.” e de a “...lei real segundo a escritura” em Tiago 2:8. A revelação completa de Deus ao homem traz a indicação de como se tornar livre.

Deus nos fez nascer pela palavra da verdade, “para que fossemos como que primícias das suas criaturas”. “Primícias” significam “primeiros”. Os cristãos nascidos pela palavra, são os primeiros? E isto significa que há outros? Quem são os segundos? São os gentios, aqueles que não têm o Senhor como seu Deus.

As primícias eram o principio da colheita que se oferecia a Deus. Deviam sempre ser o principio, porque este é o fundamento da mordomia. Deus deve ter prioridade. A Deus não se dá o resto nem o que sobeja. Assim sendo, os primeiros frutos eram consagrados a Deus, dados a ele. Em Levítico 27:28, 29 fala exatamente sobre os regulamentos sacerdotais, incluindo as ofertas ao Senhor. E termina tratando das coisas consagradas ao Senhor. “28_Todavia, nenhuma coisa consagrada ao Senhor por alguém, daquilo que possui, seja homem, ou animal, ou campo da sua possessão, será vendido nem será remida; toda coisa consagrada será santíssima ao Senhor. 29_ Nenhuma pessoa que dentre os homens for devotada será resgatada; certamente será morta.”

O que a Deus fosse oferecido, seria dele, irremediavelmente dele. O texto do Livro de Deuteronômio 26:1-11 tratam do oferecimento das primícias. Dadas a Deus, passavam a ser dele. “10_E eis que agora te trago as primícias dos frutos da terra que tu, ó Senhor, me deste. Então as porás perante o Senhor teu Deus, e o adorarás; 11_e te alegrarás por todo o bem que o Senhor teu Deus te tem dado a ti e à tua casa, tu e o levita, e o estrangeiro que está no meio de ti.”

Cristo nos resgatou do poder do Inimigo e nos deu ao Pai. Somos propriedade divina. Não pertencemos mais ao poder das trevas. Somos de Deus. E não somos um presente dado de forma irrefletida e recebido de má vontade. Foi o querer de Deus que operou o processo de nosso novo nascimento. E foi sua revelação consumada em Jesus Cristo, numa sintonia entre as pessoas da divindade, que nos gerou. Por isso, tudo o que temos de bom, a começar da salvação e da comunhão, vem-nos de Deus. Ele nos ama e nos dá o que é bom.

A Ira e o Mau Temperamento (8) (Cap.1:19-21)

19_ Sabei isto, meus amados irmãos: Todo homem seja pronto para ouvir, tardio para falar e tardio para se irar. 20_ Porque a ira do homem não opera a justiça de Deus. 21_Pelo que, despojando-vos de toda sorte de imundícia e de todo vestígio do mal, recebei com mansidão a palavra em vós implantada, a qual é poderosa para salvar as vossas almas.

Tiago desenvolve especial atenção em sua linha de raciocínio. “Sabei isto,...” é uma forma de expressão que reclama importância para o que vai ser dito. Ele deseja toda a atenção de seus leitores, pois é fundamental para a vida deles o que vai ser dito.

A advertência é a respeito do uso da palavra; sobre a ira e o temperamento descontrolado. O falar do cristão deve ser de acordo com o caráter do Salvador, e esse caráter do Senhor deve ser assimilado pelo cristão. O homem espiritual deve saber se controlar, tanto verbal quanto emocionalmente.

“Pronto para ouvir”. A palavra “pronto” significa literalmente, rápido. Quando se esta com pressa não se espera um ônibus, toma-se um táxi. Assim deve proceder o cristão sábio, ter rapidez em ouvir. Falar, todos nós sabemos. Qualquer pessoa com capacidade para ouvir, entender e decodificar os sons que recebe pode reproduzi-los. Gostamos de falar. É natural o nosso desejo de tentar comunicar o que achamos importante. Mas, e ouvir? Temos interesse em ouvir? Tiago nos exorta a sermos rápidos em ouvir o ponto de vista alheio. Com que incrível facilidade tendemos para a intolerância! Alias, este é um risco que as pessoas que lidam com religião correm. Elas já sabem a verdade, já conhecem Deus e suas realidades. Estas coisas lhes são tão familiares! Ouvir o que mais? Que os outros a ouçam, eu não estou a fim! O dialogo se torna um discurso de mão única.

A palavra que Deus mais usa, tanto no Velho Testamento quanto no Novo Testamento, é exatamente esta: “OUVE”. Será que grande parte de nossos problemas não esta exatamente no fato de não sabermos ouvir? Muitas dificuldades de nosso temperamento não se devem à nossa incapacidade de dialogo, de conhecer as razões alheias? Já sabemos tudo, temos a verdade e não queremos ouvir! Queremos falar.

“Tardio para falar”. O sentido da palavra “tardio” traz curiosas peculiaridades. É o mesmo termo para “estúpido”, denotando uma pessoa com dificuldades intelectuais para compreender logo de inicio o que lhe foi dito e necessita, portanto, de reflexão. É esta a idéia de Tiago: refletir para falar. Não falar de imediato. É preciso saber à hora de falar e também saber o que falar. Quem muito fala, muito erra. Vários problemas surgem no meio da Igreja de Cristo exatamente por falta de obediência a este conselho.

• Fala-se antes de pensar. Fala-se antes de orar. Fala-se sem medir as conseqüências que advirão.

Por isso, lê-se em Provérbios 10:19 “Na multidão de palavras não falta transgressão; mas o que refreia os seus lábios é prudente.”BLH “Quanto mais você fala, mais perto está de pecar; se você é sábio, controle a sua língua.” Ainda em Provérbios 15:28 diz: “As pessoas corretas pensam antes de responder; as pessoas más respondem logo, porém as suas palavras causam problemas.” Devemos tomar muito cuidado com nossas palavras. Elas podem levantar uma vida ou, então, destruir uma pessoa. “Somos reféns daquilo que falamos”.

“Tardio para se irar”. Tiago continua a nos mostrar algo que deve ser feito com reflexos lentos, com certa dificuldade em fazer a ira entrar em ação. Com muita propriedade, Provérbios 16:32, diz assim: “Vale mais ter paciência do que ser valente; é melhor saber se controlar do que conquistar cidades inteiras.”

A maior demonstração de força, segunda a Bíblia, esta no autodomínio, e não no domínio sobre os outros.

Vamos ver seis aspectos sobre a ira, que devemos considerar, e muito.

1º) A ira é proibida aos crentes. Mateus 5:22 “Mas eu lhes digo que qualquer um que ficar com raiva do seu irmão será julgado. Quem disser ao seu irmão: "Você não vale nada" será julgado pelo tribunal. E quem chamar o seu irmão de idiota estará em perigo de ir para o fogo do inferno.”

à O CULTIVO de sentimentos negativos contra um irmão é vedado ao seguidor de Jesus Cristo.

2º) A ira não é um sentimento digno de estar no coração de um crente. Efésios 4:31 “Abandonem toda amargura, todo ódio e toda raiva. Nada de gritarias, insultos e maldades!”Colossenses 3:8 tb diz:” Mas agora livrem-se de tudo isto: da raiva, da paixão e dos sentimentos de ódio. E que não saia da boca de vocês nenhum insulto e nenhuma conversa indecente.”

à O CORAÇAO DO CRENTE DEVE ESTA LIMPO DE TODA IMPUREZA!

3º) A ira é obra da carne, da natureza não regenerada. Gálatas 5:19, 20 “ As coisas que a natureza humana produz são bem conhecidas. Elas são: a imoralidade sexual, a impureza, as ações indecentes, a adoração de ídolos, as feitiçarias, as inimizades, as brigas, as ciumeiras, os acessos de raiva, a ambição egoísta, a desunião, as divisões.”

à A ira e a dissensão estão ao mesmo nível da idolatria e da feitiçaria!

4º) A ira não traz beneficio para ninguém. Nem para quem a cultiva. Alias, faz mais mal a quem a cultiva do que a quem é objeto dela. Agasalhar ira no intimo é como colocar ácido corrosivo num recipiente não tratado. Se uma pessoa odeia outra, esta odiada continuará a comer, a beber e a dormir normalmente, levando a vida em rotina. Mas, o odiador, cada vez que vir o objeto de sua ira se sentirá mal. Muitas doenças nervosas são conseqüências de sentimentos destrutivos acalentados contra outros.

à Doenças que podem ser causadas pela ira: Gastrites e Úlceras; Dermatite Seborréia, Acne e Eczemas; Hipertensão Arterial;

5º) A ira e a crueldade andam juntas. Esta é uma das mais fortes razões pelas qual o servo de Jesus deve fugir da ira. Ela produz à crueldade. À beira da morte, Jacó amaldiçoou Simeão e Levi por causa da raiva e da maldade de ambos: Gênesis 49:7 “Maldito seja o furor deles, pois é violento! Maldita seja a sua ira, pois é cruel! Eu os dividirei na terra de Israel, eu os espalharei no meio do seu povo."

à A nossa atitude impedem de recebermos as bênçãos de Deus, espirituais e materiais.

6º) A ira não deve ser alimentada por um cristão. Efésios 4:26 nos recomenda: “Se vocês ficarem com raiva, não deixem que isso os faça pecar e não fiquem o dia inteiro com raiva.” Há um sentimento momentâneo diante de determinadas circunstancias, que não nos deixam pensar direito. Mas, acalentar a ira, deixar o sol se pôr sobre ela é errado. Ela é inútil: Tiago 1:20 “porque a ira do homem não opera a justiça de Deus” Nossos sentimentos não obrigarão Deus a agir desta ou daquela maneira.

à Os frutos da raiva humana não são aprovados por deus.

A questão é: Como superar a ira? Sei que não devo me irar, mas constantemente o faço. Como posso superar esse pecado? O Vs. 21 dá a resposta: “Pelo que, despojando-vos de toda sorte de imundícia e de todo vestígio do mal, recebei com mansidão a palavra em vós implantada, a qual é poderosa para salvar as vossas almas."

O verbo “despojando-vos” significa “remover, afastar”. É algo que vem de dentro para fora. A idéia é tirar de nós a impureza, a imundícia e a maldade.

Usando uma figura, A TROCA DA ROUPA SUJA: A pessoa que vai trocar de roupa. Não é algo que lhe é posto em cima, mas que, pelo contrário, parte dela. Ela vai se trocar, vai tirar uma roupa velha e suja.

O Cristão transformado no poder do Espírito Santo mudou de roupa. Deixou as imundícias do traje antigo. Na sua vida se cumpriu o conselho paulino: Romanos 13:12 “A noite é passada, e o dia é chegado; dispamos-nos, pois, das obras das trevas, e vistamos-nos das armas da luz.”

Tirar a ira de dentro de si, porém, é insuficiente. É preciso colocar um substituto em seu lugar. “Recebei com mansidão a palavra em vós implantada,” assim ensina a parte b vs 21. A ira volta muito cedo. É uma emoção, e as emoções, via de regra, são muito fortes para que a simples racionalidade as elimine. Jesus contou a historia do homem que o espírito maligno foi expulso, e por não ter colocado nada no lugar, sete espíritos entrou e seu estado ficou pior que o anterior.

Tiago exorta-nos a tirar tudo que sujo (a ira que é roupa suja) e colocar no seu lugar a Palavra de Deus. “Recebei com mansidão a palavra em vós implantada.” É um implante, um enxerto no tronco original, para que os frutos sejam melhores. Tudo que posso produzir são apenas frutos maus, inclusive a ira e o descontrole verbal. Somente com implantação da Palavra de Deus em mim, então, posso produzir bons frutos.

O segredo para vencer a ira e o mau temperamento esta na Palavra de Deus: Salmo 119:11 “Escondi a tua palavra no meu coração, para não pecar contra ti”.

Por fim, vimos que o forte não é o guerreiro, mas o que doma o seu temperamento. Para o mundo que não conhece a Deus e não possui o esclarecimento de sua palavra, forte é o truculento, o sanguinário e sem controle. Para a Bíblia, o homem verdadeiramente forte é aquele que domina a si mesmo. Somos fortes segundo o mundo ou fortes segundo Deus?

Vivendo a Palavra (9) (Cap.1:22-25)

22_E sede cumpridores da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos. 23_Pois se alguém é ouvinte da palavra e não cumpridor é semelhante a um homem que contempla no espelho o seu rosto natural; 24_ porque se contempla a si mesmo e vai-se, e logo se esquece de como era. 25_Entretanto aquele que atenta bem para a lei perfeita, a da liberdade, e nela persevera, não sendo ouvinte esquecido, mas executor da obra, este será bem-aventurado no que fizer.

No estudo anterior já vimos que a Palavra de Deus deve ser enxertada para produzir bons frutos na vida da pessoa. A discussão é sobre a produção de um caráter cristão pela implantação da palavra divina na vida. A questão continua a ser desenvolvida agora. Tiago emprega três figuras para designar a Palavra.

A 1ª figura esta no vs. 18: “ele nos gerou pela palavra da verdade,” Fomos tornados novas criaturas por um ato divino, mas o instrumento utilizado foi a Palavra: “pela palavra da verdade”. A Palavra de Deus tem o poder de nos tornar novas criaturas. Ela é o gérmen da nova vida.

A 2ª figura encontramos no vs. 21. Ela é o enxerto que, implantado no tronco de nossa vida, pode melhorar a qualidade dos frutos. Melhor dizendo, ela pode produzir frutos em nós que de outra maneira não conseguiríamos produzir. Tiago enfatiza e dá à Palavra de Deus para moldar e corrigir a vida dos seguidores de Jesus Cristo.

A 3ª Figura a palavra chave é espelho. Todos sabem da utilidade de um espelho. E também sabemos de suas limitações. Em termos de utilidade, o espelho reflete a imagem que somos. Mostra-nos como estamos. Assim é a Palavra de Deus. Ela nos mostra o que somos e como estamos. “O homem é precisamente o que a Bíblia diz que ele é”, disse Billy Graham. Em termos de limitação, o espelho, por si só, não muda nossa fisionomia, como muitos gostaríamos. Eu me sentiria feliz se olhando para o espelho ele pudesse me tornar mais bonito, mais atlético, mais jovem. Infelizmente, ele registra apenas o que eu sou. A simples leitura da Bíblia não é um ato mágico que mudará as pessoas. Indicará suas deficiências, confrontando-as com a verdade de Deus para suas vidas, e as pessoas, sabendo de suas deficiências, poderão corrigi-las.

Com estas três figuras Tiago nos mostra o valor das Escrituras. E nós como cristãos estamos convencidos disso. Mas, o alvo principal de Tiago não é discutir o valor da Palavra. É, sim, mostrar o que ela pode fazer na vida das pessoas. A partir daqui, ele define dois tipos de ouvintes, conforme o posicionamento das pessoas diante da Palavra.

Há o tipo de ouvinte que se limita a ouvir. “Se alguém é ouvinte da palavra e não cumpridor, é semelhante a um homem que contempla no espelho o seu rosto natural; porque se contempla a si mesmo e vai-se, logo se esquece de como era” v. 23. Ou seja: O espelho mostra aquilo que somos de verdade!

Com isso podemos dizer que o cristianismo não deve ser um mero dever social. Deve ser um relacionamento vivencial, profundamente preocupado com a personalidade integral do cristão, buscando levá-lo a uma qualidade de vida cada vez melhor aos olhos de Deus.

O mero ouvinte vê as falhas por corrigir, mas não se incomoda e as esquece. Esse não é o procedimento adequado. O conhecimento que temos de Deus e de sua santidade deve levar-nos também à santidade. Deus não espera de nós que sejamos enciclopédias bíblicas ambulantes, mas santos. Em nossos dias a maior necessidade das igrejas é ter cristãos santos!

Não estou usando o termo “santo” no sentido costumeiro, ou seja, que todos os salvos, por serem separados para Deus, são santos. Mas, não é esta a conotação que dou à palavra aqui. “Santo” como agora emprego, é o cristão que leva uma vida tão perto de Deus que impressiona o mundo com seu caráter. O escritor A.W. Tozer disse: “Santos não santos são a tragédia do cristianismo.” É preocupante a falta de santidade dos cristãos.

“Os nossos modelos são homens de negócios bem-sucedidos, atletas famosos e celebridades teatrais.” Precisamos mudar nossos conceitos em relação àqueles que vão herdar o Reino dos Céus. Sem dúvida, precisamos de santos autênticos. E isto acontecerá na medida em que os seguidores de Jesus Cristo acatar mais a Palavra de Deus em suas vidas.

Em contrapartida, há a classe do executor da obra: “aquele que atenta bem... não sendo ouvinte esquecido, mas executor da obra, este será bem-aventurado no que fizer”. É prometido aqui uma bem-aventurança em tudo àquele que é obediente à Palavra. A expressão “atenta bem” nos traz a idéia de uma pessoa debruçada sobre a Palavra de Deus, examinando-a com muita atenção. Não é um leitor fortuito, banal, desinteressado, daqueles cuja preocupação é terminar a leitura no menor tempo possível. É o leitor lento, acurado no que examina. Ele verifica cuidadosamente se ensinamentos da Escritura. É um examinador.

Tiago chama o evangelho de “Lei perfeita”. É completo. Está terminado. Não há mais nada para se acrescentar a ele. O Autor de Hebreus começa sua obra declarando: “Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias a nós nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, e por quem fez o mundo” Hb 1:11 2. O evangelho, a revelação de Jesus Cristo, é a última palavra de Deus. Esta “Lei perfeita” que é a revelação de Jesus é chamada de “Lei da liberdade”. Há uma concordância aqui entre Tiago e Paulo, porque, em Gl 4, o apostolo aos gentios apresenta a lei judaica como algo que escraviza e mostra que a liberdade plena é trazida pelo evangelho de Jesus. A lei escravizava o homem a regrinhas e preceitos (infelizmente, temos irmãos que querem transformar o ensino de Jesus em regrinhas também, mas o evangelho concede a liberdade a todos). Obedecer à Palavra é encontrar o caminho da liberdade do pecado e caminhar na trilha das bênçãos de Deus. É ser adulto e livre.

Uma das maiores bem-aventurança de Jesus foi exatamente para os que obedecem à Palavra. O Evangelho de Lucas 11:28 diz: “... Antes bem-aventurados os que ouvem a palavra de Deus, e a observam.”

Esta segunda classe ouve e pratica a palavra. Mas, pratica exatamente o quê? O contexto do cap. Nos mostra que o que atenta para a palavra e a cumpre, assim o faz em três aspectos: controle da língua, compaixão pelos necessitados e vida santa.

Poucas vezes estivemos tão próximos do farisaísmo como agora. Como se traçam regrinhas sem sentido para os cristãos! Em alguns grupos (falar das doutrinas dos homens), etc. Muitos estão transformando as suas igrejas em um local separado para cumprir regras que eles mesmos fizeram, refugiam-se e sentem-se felizes. Consideramo-nos gente boa, gente de responsabilidade, bons cidadãos, cumpridores de nossos deveres, embora insensíveis ao mundo sofredor.

Não caiamos no erro de pensar que seguir Jesus significa isto. Uma vida respeitável e com ausência de vícios faz parte do caráter cristão, mas não é isso o cristianismo. Muitas pessoas levam vidas respeitáveis e privadas de vícios, mas não são cristãs. O cristianismo é essencialmente vida, vida com Deus que se reflete no relacionamento com os homens. E a vida cristã, aqui, manifesta-se nos aspectos citados CONTROLE DA LINGUA, COMPAIXAO PELOS NECESSITADOS E VIDA SANTA. Cuidaremos mais deste assunto no próximo estudo.

A Verdadeira Religião (10) (Cap.1:26-27) 

26_ Se alguém cuida ser religioso e não refreia a sua língua, mas engana o seu coração, a sua religião é vã. 27_ A religião pura e imaculada diante de nosso Deus e Pai é esta: Visitar os órfãos e as viúvas nas suas aflições e guardar-se isento da corrupção do mundo.

Às vezes podemos pensar em religião em termos de corpo doutrinário ou de seita. A palavra grega threskéia traz o significado de “culto, reverência formulada em atos rituais”. Não se trata, portanto, de um corpo de doutrinas, mas de uma postura adequada diante de Deus. Como o Senhor espera que seja a vida de seus servos? Uma vida a ser avaliada pelo que eles dizem, por palavras? Ou envolvendo atos? Qual a forma verdadeira do culto que agrada a Deus?

Tiago parte do principio segundo o qual uma pessoa pode pensar que está agradando a Deus, fazendo tudo com sinceridade, mas não o está agradando realmente. “Se alguém cuida ser religioso e não refreia a sua língua, mas engana o seu coração...” A primeira manifestação de uma adoração sincera é língua refreada. Quantos “santos fofoqueiros”! E quantas “santas faladeiras”!

O verdadeiro cristão controla a sua língua. Em Eclesiásticos 5:2 diz: “Não te precipites com a tua boca, nem o teu coração se apresse a pronunciar palavra alguma na presença de Deus; porque Deus está no céu, e tu estás sobre a terra; portanto sejam poucas as tuas palavras.” Isto tem faltado a muitos dos seguidores de Jesus Cristo: sobriedade no falar, piedade no relacionamento com o mundo e austeridade nas palavras. Infelizmente, alguém definiu acertadamente a maledicência (falar mal de alguém com intenção de ferir) como sendo o “divertimento predileto dos cristãos”. É triste que a ironia seja verdadeira.

O cristão deve entender que o que ele fala, é que ele é. O caráter de uma pessoa fica explicito em suas palavras. Com o servo de Cristo tb deve ser assim: a sua palavra é a extensão da sua personalidade cristã. Ele não aumenta, ele não diminui, ele não difama, ele não sente prazer em passar para frente noticias desagradáveis, não exulta com infâmias.

Tiago continua: “A religião pura e imaculada diante de nosso Deus e Pai é esta: Visitar os órfãos e as viúvas nas suas aflições e guardar-se isento da corrupção do mundo.” Ele nos incomoda... É tão agradável esta na igreja cantando, orando, ouvindo as promessas de nosso Deus. “Que culto maravilhoso! Seria capaz de passar a noite toda na igreja!” É uma expressão que já ouvimos mais de uma vez. Talvez até mesmo a tenhamos pronunciado. Mas, Tiago não apregoa uma religião mística (devoção fanática), de contemplação, que tantos adoradores fez bem, mas que, na realidade, não prova muita coisa. “Visitar os órfãos e as viúvas nas suas aflições”. É manifestar simpatia e solidariedade aos que sofrem, aos que estão necessitados. Existe um estaticismo (ficamos parado) entre nós que nos faz ver as pessoas como almas por salvar e não como pessoas reais, concretas. As pessoas têm necessidades reais materiais. “Visitar” não é minha praia. Não visito para agregar, mas quando visito e para orar, de uma forma de descarrego de consciência, tipo: “Deus te abençoe minha irmã e supra suas necessidades”. Deveria ser uma visita para ajudar suprir as necessidades da irmã, no entanto, sou apenas religioso e nada mais. Os adjetivos usados por Tiago, “pura” e “imaculada” são alusivos aos sacrifícios judaicos do Velho Testamento, que deviam ser de animais puros e sem manchas. Era o tipo de oferta que agradava a Deus. A oferta que agrada realmente a Deus é socorrer os necessitados em nossos dias.

O órfão e a viúva eram as pessoas mais necessitadas economicamente, no judaísmo. Sem o chefe da família para manter o lar e prover o sustento da casa, a situação era aflitiva. Cabia, então, aos irmãos na fé prover o sustento dos carentes. Aliás, este é o pano de fundo em At cap. 6, no momento da escolha dos sete para servirem às mesas.

Muitos cristãos bem intencionados têm caído no erro de ver o mundo material como inferior e apenas à alma como digna. Não é de admirar que, como conseqüência lógica, a visão do mundo material seja tão negligenciada entre nós. Para que cuidar do corpo, se o que vale é a alma? E, convenhamos, falar é bem mais fácil do que desembolsar bens e dinheiro para ajudar os outros. Por isso, a característica maior do movimento evangélico contemporâneo é a palavra e o não interesse pelo homem integral. Recordemos que Deus criou o mundo material e o considerou como muito bom (Gênesis 1:31).

Por que temos tanto receio em reconhecer na Bíblia o que está lá? A parábola do bom samaritano não ensina nada além do que diz: o seguidor de Jesus Cristo deve fazer o bem e socorrer os necessitados. Espiritualizar a passagem, dando-lhe um sentido que Cristo não quis dar, é violentar a Bíblia, é fazê-la dizer o que nós queremos que ela diga, ao invés de dizermos o que ela diz. O cristão dever sentir compaixão pelos que sofrem. Lemos em Atos 10:38 “concernente a Jesus de Nazaré, como Deus o ungiu com o Espírito Santo e com poder; o qual andou por toda parte, fazendo o bem e curando a todos os oprimidos do Diabo, porque Deus era com ele.” Jesus de Nazaré andou fazendo o bem.

Contava um crente, com muita satisfação, do acontecido em sua igreja. Uma pessoa carente, sem se alimentar a si e a sua família adequadamente havia dias, procurou a igreja e pediu comida. A resposta, por incrível que pareça, resposta que encheu a quem contava o fato de satisfação, foi esta: “Aqui, nós salvamos almas. Se você quer comida, procure os católicos e os espíritas. Eles é que fazem essas coisas. Quando quiser salvar a sua alma, então nos procure.” Lamentável!

O vs. 27c não tem apenas uma linha horizontal. Há também uma dimensão moral: “guardar-se isento da corrupção do mundo.” O cristão deve guardar-se do mal. Já se disse que a Bíblia é uma unidade e não uma colcha de retalhos. Estes dois aspectos que surgem em Tiago 1:27 estão em Miquéias 6:8 “Ele te declarou, ó homem, o que é bom; e que é o que o Senhor requer de ti, senão que pratiques a justiça, e ames a benevolência, e andes humildemente com o teu Deus?” Tanto no Velho Testamento quanto no Novo Testamento, a verdadeira religião apresenta duas linhas, uma vertical e a outra, horizontal. Uma, para cima, na direção de Deus, e a outra, para os lados, na direção dos homens. “Mundo” é um sistema de valores organizados contra Deus. No livro de Tiago 4:4 está afirmando: “Infiéis, não sabeis que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus.” O homem não vive apenas em um contexto vertical. Vive em grupo, vive tb num contexto horizontal. Mas, ao mesmo tempo, reconheçamos que o ativismo social sem uma pureza de vida é inócuo, sem sentido. A tentação de poder é muito grande. A força da corrupção não pode ser minimizada. Guardar-se da corrupção do mundo e ter uma vida limpa e santa diante de Deus é extremamente necessário.

Os dois conceitos de Tiago 1:27 não podem se dissociar. Bondade e Santidade devem andar juntas. Um homem bom que não seja santo, quando as tentações do poder se avolumar, logo deixará de ser bom. As pressões do mal serão muito fortes sobre ele. Um homem santo que não pratica a bondade manifesta, sem dúvida, grande incoerência. A santidade não poder ser uma manifestação fisionômica ou a exibição de um semblante adocicado, mas sim uma atitude para com Deus que, inevitavelmente, se refletirá nas atitudes para com os homens. São de Jesus, afinal, as palavras de Mateus 7:16 “Pelos seus frutos os conhecereis...”. Santidade e insensibilidade não devem caminhar lado a lado.

A luz de tudo isso, podemos concluir nossas considerações sobre a conduta correta diante de Deus com duas indagações.

1ª: Será que conseguimos guardar silêncio, quando de nós se espera tal coisa? Sabemos controlar o fluxo de palavras?

2ª: Pensamos que Deus se agrada de cânticos e orações apenas, e, por isso, a manifestação de amor e interesse pelas pessoas é secundário?

Não é isto que Tiago defende! Não.

Para Tiago e para os verdadeiros cristãos “A religião pura e imaculada diante de nosso Deus e Pai é esta: Visitar os órfãos e as viúvas nas suas aflições e guardar-se isento da corrupção do mundo...”

Bispo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciência da Religião Dr. Edson Cavalcante

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