ESTUDO É NA DOR QUE APRENDEMOS MAIS
DE DEUS, VEJA O EXEMPLO DE JÓ...
CAPÍTULOS 1-10
Esboço do Livro de
Jó
Tema: Jó, um
exemplo de paciência nas aflições. (Ou, por que o justo sofre?)
1: 1-5 - A
FELICIDADE E PIEDADE DE JÓ
1: 6-22 - O
PRIMEIRO ATAQUE DE SATANÁS – PERDA DOS BENS E FILHOS
2: 1-10 - O SEGUNDO
ATAQUE DE SATANÁS – DOENÇA
2: 11 ATÉ 37: 24 O
TERCEIRO ATAQUE DE SATANÁS- ACUSAÇÕES DOS AMIGOS
3 - A LAMENTAÇÃO DE
JÓ
4-14 - PRIMEIRA
SÉRIE DE DEBATES
4-5 ELIFAZ
6-7 JÓ
8 BILDADE
9-10 JÓ
11 ZOFAR
12-14 JÓ
15-21 SEGUNDA SÉRIE
DE DEBATES
15 ELIFAZ
16-17 JÓ
18 BILDADE
19 JÓ
20 ZOFAR
21 JÓ
22-26 TERCEIRA
SÉRIE DE DEBATES
22 ELIFAZ
23-24 JÓ
25 BILDADE
26 JÓ
27-31 JÓ CONTINUA A
DEFENDER SEU CASO
32-41 A SOLUÇÃO DAS
AFLIÇÕES
32-37 A RESPOSTA DE
ELIU
38-41 A RESPOSTA DE
DEUS
42 O ARREPENDIMENTO
DE JÓ E AS GRANDES BÊNÇÃOS DE DEUS
O Problema: Não é a
questão do “Por que o povo sofre?” Mas antes, “Por que o justo sofre?”
O ponto: não para
explanar porque nós sofremos, mas para mostrar que a submissão é o caminho da
sabedoria. Deus sabe o que é melhor para nós!
Há muitas coisas
que nós não entendemos.
Deus está ensinando
seus atributos para os seres angélicos pelo modo como trata com seus eleitos.
Ver Efésios 3:10.
No final, Deus é
glorificado, Satanás derrotado e Jó santificado (o homem bom é feito melhor).
Deus está no
controle das causas secundárias, apesar deles reconhecerem a responsabilidade
pessoal para com Deus.
A confusão de
satanás sobre o “por que” alguém serve a Deus.
A meta de Satanás:
Fazer Jó amaldiçoar Deus.
Métodos de Satanás:
- A remoção de
todas as bênçãos externas.
- A remoção da
saúde
- Amigos que não
entendem o que está ocorrendo. Eles pensam estar falando por Deus. Não há maior
prova terrena do que a de ser mal entendido e rejeitado pelos melhores amigos e
pelas pessoas mais consagradas que conhecemos.
Jó tem bons
argumentos, mas sua defesa é pobre. Seu amigo tem argumentos fracos, mas os
defendem muito bem.
Dilema de Jó: Abrir
mão da sua integridade ou acusar Deus de injustiça.
A resposta de Jó:
Deus é Justo e tem me afligido por razões que eu desconheço.
Jó amaldiçoa tudo,
exceto a Deus. Deus só precisa aumentar um pouco a temperatura do forno para
que a impureza apareça no melhor de todos os santos. Entretanto, foi necessário
mais calor no caso de Jó do que no de sua esposa e amigos.
Satanás quer que os
crentes pensem que Deus é seu inimigo.
O evangelho da
prosperidade está correto no contexto da eternidade, mas forçá-lo no presente é
um erro. Ele é insuficiente, unidimensional e incompetente para tratar com os
sofrimentos dos justos.
Conflito:
Sentimento versos Fé.
Sem lugar para onde
ir, Jó tem que confiar na mão dAquele que o açoita. Não há outra opção para o
verdadeiro crente!
Seus amigos o
responsabilizam dizendo que o que está ocorrendo é fruto de algum pecado. Jó
insiste que Deus é quem fez isto com ele, não como uma forma de castigo por
algum pecado específico. (Jó admite que seja pecador, mas não um hipócrita. Ele
não pecou na proporção em que seus amigos insistem em acusá-lo.)
A consciência de Jó
é clara. Ele sabe que estas provações não estão ocorrendo devido ao seu pecado.
Mas ele é levado a pensar que elas não têm nenhum propósito. (Veremos isto
melhor nos capítulos 1 e 2.)
Quando a
providência parece discordar das promessas, continue a confiar nas promessas. A
mão de Deus nem sempre revela seu coração!
Em certo sentido,
Jó errou. Ele faria melhor argumentando com seus amigos do que com Deus.
O capítulo (19:
25-27) é a virada do livro. Quanto disso ele por si mesmo entendeu claramente?
Talvez não fosse
claro para Jó o estado da alma após a morte. Mas Deus deu a ele esperança na
verdade da ressurreição final.
No contexto de
“Quem conhece Deus melhor?”, o perigo é sempre o orgulho.
Mais tarde, Jó iria
se arrepender de algumas declarações (27: 2; 30: 21; 31: 37.)
O silêncio de Jó
fala por ele mesmo, prova que a perspectiva de Elifaz é muito diferente da
perspectiva dos seus outros amigos. (Como alguém ousaria dizer que ele não
acrescentava nada as discussões!) Elifaz acrescentou muito.
Os três amigos só
podiam defender a Deus acusando a Jó – “Aflição é uma forma de julgamento”. Jó
podia apenas defender a Deus dizendo: “Deus aflige tanto o justo quanto o
ímpio.” (9: 22). Mas Elifaz defende a Deus dizendo: “Aflição é para o teu bem!
Ela é uma prova da graça e misericórdia de Deus. Jó seria edificado,
santificado e seu ouro seria refinado muito mais do que antes! O método que
Deus utiliza em cada caso é de acordo com as Sua soberana vontade. Ele sabe o
que é melhor! Sendo assim, Deus é justo e sua justiça se torna mais evidente o
tempo todo, e Jó é um homem de integridade, integridade esta, que aumenta o
tempo todo.
Jó foi muito longe
ao defender-se. Ele “pecou com seus lábios” após a prolongada provocação de
seus três amigos. (Quem não faria o mesmo naquelas circunstâncias?!)
O silêncio de Jó
diante de Elifaz (e diante de Deus no cap. 42) indica que ele ouviu alguma
coisa distinta da parte de Elifaz.
“Matthew Henry”:
Tudo isto Jó não somente suportou pacientemente, mas gentilmente, porque ele viu
a boa intenção de Elifaz; e embora seus outros amigos o tivessem acusado
daquilo que sua consciência estava em paz, Elifaz o responsabilizava por aquilo
pelo qual, é provável, seu próprio coração, agora refletindo, começava a
acusá-lo.”
Green: “Na boca de
Elifaz era diferente, pois seu discurso não continha uma censura oculta ou
dissimulada .....nenhuma insinuação....distorção ou falsas conclusões.”
Elifaz simplesmente
justifica a justiça de Deus, mostrando aonde Jó tinha insistido tão fortemente
na sua inocência.
Deus em seu
discurso não se desvia do objeto a sua frente. Antes, o confronta, ainda que
indiretamente. Seu poder, sabedoria e bondade são evidentes na criação, e,
portanto, Jó não deveria questionar estes atributos no seu próprio caso. Deus
estava direcionando os assuntos primordiais e falando exatamente as coisas que
Jó precisava ouvir. A resposta de Jó é prova disso: Ele é humilhado por ter
duvidado da bondade de Deus no exercício da Sua soberania.
A criação é uma
escola para nossa instrução. Deus não revela a Jó o desafio envolvendo a
Satanás. Por quê? Porque Jó não necessita saber disso e assim tirar proveito
desses eventos em sua vida. (Nem nós!)
Deus tem motivos
para tudo o que Ele faz, mas não tem que revelar para nós a razão de todos
estes motivos.
O Jó que emerge
após isto é um Jó mais humilde e santo. Assim, Deus frustra o propósito de
Satanás. Seu ataque, inconscientemente, se torna uma ocasião para promover a
santificação!
Qual foi o
propósito para o do exame feito a respeito da Ciência de Deus? Falando
claramente, isto foi para o benefício de Jó. Para ele crescer em humildade,
pois este é o efeito que ela produz. Mas como isso tornou Jó mais humilde?
Alguns dizem que isto ocorreu ao dominá-lo totalmente, lançando-o para longe.
Porém, como Green aponta, foi mais pela demonstração de sua bondade em toda
criação. Jó não pode conter-se de questionar a bondade de Deus. (Ele admitiu
sua confusão e transtorno.) E aqui Deus abundantemente prova Sua bondade sobre
toda criação.
A mensagem não foi meramente:
Eu sou Todo-Poderoso. Você não tem alternativa a não ser se submeter. Nem “Eu
tenho sabedoria e mistério além do seu alcance.”...embora isso seja uma
verdade! Nem “Nenhum conhecimento mais profundo pode ser alcançado. Você terá
que esperar até chegar ao céu para obter uma resposta.”
Não, há uma solução
aqui para Jó. O poder e sabedoria de Deus, unidos a sua bondade, brilham
através deste diálogo. Jó veio a conhecer mais do que o caráter de Deus, (42:
5) Especialmente sua misericórdia e piedade (Tiago 5:11). Há uma face
sorridente atrás da franzida providência! Um Deus de propósitos...propósito de
graça.
A harmonia entre
poder, sabedoria e bondade. Green: “Deus é igualmente amoroso e gracioso quando
permite aflição e quando concede prosperidade e abundância...É muito bom se
Deus faz isto; é a melhor coisa que pode acontecer.”
Deus está
determinado a fazer com que Jó confesse seus erros.
Por que Deus é tão
duro com Jó e ainda não fala nada para seus três amigos? Talvez porque Ele vá
usar a Jó como exemplo de um verdadeiro e humilde arrependimento para eles.
Quando Jó tem a sua
tão desejada oportunidade de falar com Deus, sua coragem havia partido, ele se
encontra humilde, arrependido e vê a si mesmo como homem vil. Não somente por
ter pecado com seus lábios, mas por tudo que ele é diante de Deus, o leva a
estar de boca fechada. Um humilde silêncio é tudo o que ele pode trazer diante
de Deus!
Resumindo:
Submeta-se a Deus com alegria.
#1 Introdução ao
Livro de Jó
Jó 1: 1; 42:17
Quanta coisa exala
destes dois versos! Um sonho meu se realiza ao começar este estudo. Ainda que
reconheça minha incapacidade. (Quem é idôneo para estas coisas?)
Talvez mais sábio
dos homens desistisse ao se deparar com tantas dificuldades encontradas neste
livro. Não se trata da falta de material, mas, infelizmente, a falta de
consenso. Dificilmente dois escritores concordam no objetivo principal do livro
e em uma multidão de detalhes. (Eu consultei cerca de 15 ou mais professores.
Nenhum deles reivindica originalidade.)
Se somente aqueles
que sofreram tivessem o direito de pregar este livro, então eu não seria muito
qualificado. Talvez Deus nos prepare para o sofrimento por meio disto.
Considerações
Gerais
1. Um livro
literal. Um relato verdadeiro de pessoas reais. Veja Ezequiel 14: 14 -20. Jó é
tão real quanto Noé e Daniel.
2. Inspirado. Veja
citações de Jó 5: 17 em Hebreus 12: 5. E de Jó 5: 13 em I Coríntios 3: 19.
(Outros paralelos em Provérbios, Isaías.) Ver Henry Morris p. 21.
3. A Época em que
Jó viveu. A julgar pela sua idade (140 anos após os eventos aqui ocorridos; e
ele tinha 10 filhos maduros no começo deste relato), assim como outras dicas,
ele provavelmente viveu em 2.000AC, sendo contemporâneo dos patriarcas. (Após o
dilúvio, antes da escravidão no Egito.)
No próximo estudo,
veremos a linhagem de Jó. Mas, por agora, ele parece não ter tido nenhuma
prévia revelação escrita (31: 35). Todos os argumentos levam a tradição dos
pais.
Nomes de pessoas e
lugares correspondem ao povo que fora recentemente disperso na Torre de Babel.
Também, não temos nenhuma menção de panteísmo, politeísmo, idolatria, etc..
Sistema Patriarcal
de Oferecimento de Sacrifícios
4. Autor. Moisés é
o candidato mais provável. Moisés esteve em Midiã por 40 anos, com muitas
oportunidades de ouvir a história daquela parte da terra, ou mesmo ter
conversado pessoalmente com os descendentes de Jó. Moisés era um homem
inteligente, letrado e instruído em toda a ciência dos egípcios e poderoso em
suas palavras e obras (Atos 7: 22), sendo qualificado para escrever na
linguagem científica encontrada aqui. Além disso, o problema de sofrimento do
povo de Deus era, sem dúvida, relevante na vida de Moisés. Sem dúvida nenhuma,
um livro antigo, talvez só sobrepujado por Gên. 1-11.
Embora o autor
humano seja incerto, não há dúvidas a respeito do divino!
A maior parte do
diálogo foi feito de forma poética.
Propósito e Tema do
Livro
Não “O problema do
sofrimento humano” em geral. Pois é fato: o pecado trouxe ruína para o mundo. A
causa do sofrimento pode ser encontrado em Gênesis 3.
Mas, de maneira
mais específica “O problema do sofrimento do justo”. Apesar de tudo, eles são
favorecidos por Deus, e aqueles a quem Ele concedeu misericórdia e graça
salvadora. Por que o justo sofre nesta vida? Jó é um exemplo de paciência na
aflição. Este é o tema principal do livro.
[Nota: Quanto Jó
sabia? Ele não tinha Romanos 8: 28 ainda. O que ele sabia a respeito da
existência de Satanás? Do estado da alma após a morte? Eu me inclino a
concordar com aqueles que falam de Jó como “um santo no escuro” que vence
Satanás pela fé, sustentado graciosamente pela mão de Deus.]
Outras Lições do
Livro
Elas são quase que
ilimitadas. Mencionaremos algumas que considero mais importantes:
- Os filhos de Deus
devem esperar pacientemente nEle para resolver toda dificuldade e providência
misteriosa. Romanos 8: 28; Tiago 5: 11.
- Todo Cristão tem
pontos fortes e pontos fracos. Alguns ataques parecem não nos afetar, mas
outros, nos levam ao limite de nossa tolerância. Quando colocado em tais
testes, mesmo o mais consagrado, pode e irá vacilar. Porém, nunca iremos nos
perder.
Ou, todo crente tem
o pecado habitando nele, o qual permanece adormecido, até que colocado em teste
e pressionado até ao seu limite.
- Nossa
perseverança depende inteiramente da graça de Deus, nos capacitando a estarmos
sob pressão, a despeito de nós mesmo.
- Nós todos
deveríamos ser humilhados pela nossa ignorância a respeito de Deus, por seus
inescrutáveis e incompreensíveis caminhos.
- Nunca tire
conclusões precipitadas.
- Todos nós estamos
errados! (Em certo sentido)
- Deus não tem que
dar respostas ou defender a si mesmo quanto a Seus atos. Nenhum homem está
acima de Deus em julgamento. Ele pode fazer conosco o que bem entender. Porém,
Ele nunca é caprichoso e nem apressado (Impulsivo), mas faz tudo para o nosso
bem. Aqueles que questionam que “Deus nunca responde a pergunta: `Por que o
justo passa por aflições?”´ deveriam considerar que a resposta de Deus nos
capítulos 38-41 é a resposta que Deus achou adequada para aquele estágio da
história humana, mais tarde, viria mais, de acordo com a revelação progressiva
de Deus.
- As aflições fazem
do justo um homem melhor. Compare Jó no capítulo 1 e no capítulo 42.
O Evangelho da
prosperidade não tem uma perna aonde se apoiar!
Esboço do Livro
No final: Deus
ganha em glória e Jó em piedade (é refinado; aprende a respeito da misericórdia
e piedade de Deus); Satanás é derrotado (Jó não amaldiçoou a Deus). Assim, Jó é
uma miniatura da história da redenção, a experiência, por extensão, de cada
filho de Deus; também uma alegoria do conflito de Gênesis 3: 15, um quadro
ainda informe de Cristo sendo ferido no calcanhar, enquanto esmaga a cabeça de
Satanás.
A Chave de Calvino:
Jó tem bons argumentos, mas sua defesa é pobre. Seu amigo tem argumentos
fracos, mas os defendem muito bem. A pergunta: “Deus sempre castiga os homens
na terra de acordo com a medida dos seus pecados?” Ou, “Todo sofrimento é uma
espécie de retribuição ou castigo?” Eles afirmam, mas Jó nega. O debate
continua.
*Nunca abuse das
escrituras para vencer um argumento!
(Eles pensam em
justificar a Deus acusando Jó em seu caráter. Jó deseja justificar a Deus, mas
sabe que é “inocente”; ele fica confuso, chega ao ponto de ficar contente de
ser visto como um inimigo de Deus, enquanto espera justificar tanto a si mesmo
quanto a Deus na eternidade.)
Conclusão: É sempre
estimulante começar uma exposição e poder completá-la. Espero que não venhamos
a nos perder nos detalhes desta exposição. (Joseph Caryl pregou uma vez por
semana, durante 25 anos, o livro de Jó. Dizem que ele esvaziou a igreja durante
este processo.) Vamos manter em mente a mensagem principal do livro enquanto
prosseguimos neste estudo.
Este livro foi
escrito para nós! Romanos 15: 4. Vamos estudá-lo em espírito de oração, com o
desejo de aprender com ele.
#2 Um Homem
Perfeito
Jó 1:1
Na semana passada
nós fizemos a introdução no Livro de Jó e abordamos seu(s) tema(s). A paciente
fé de um santo sofrendo sob a mão de Deus. No final nós vemos que:
- Deus ganha em
glória.
- Jó em piedade (é
refinado; aprende a respeito da misericórdia e piedade de Deus (Tiago 5: 1)
- Satanás é
derrotado (Jó não amaldiçoou a Deus).
Assim, Jó é uma
miniatura da história da redenção, a experiência, por extensão, de cada filho
de Deus; também uma alegoria do conflito de Gênesis 3: 15, um quadro ainda
informe de Cristo sendo ferido no calcanhar, enquanto esmaga a cabeça de
Satanás.
Agora vamos
considerar o primeiro versículo.
1- A LINHAGEM E
HISTÓRIA DE JÓ.
Um Homem. Um homem
real. Não é ficção. Sujeito as mesmas paixões que nós.
Na terra de Uz.
Este termo é usado em duas possíveis conexões que remontam a época de Jó.
Gênesis 10: 23
bisneto de Noé (através de Sem)
Gênesis 22: 21
Sobrinho de Abraão (através de seu irmão Naor). Vale à pena notar que Deus é
chamado de “Deus de Naor” (Gênesis 31: 53). Uz tinha um irmão chamado Buz, e
Elifaz é chamado de Buzita (Jó 32: 2, 6).
A localização de Uz
é incerta. Provavelmente perto de Sabá e da Caldéia (Jó 1: 15, 17). Oriente,
v.3.
Possivelmente,
localizada na mesma região de Ur. *Se assim for, Deus deixou um testemunho
mesmo antes de Abraão ter saído da Mesopotâmia!
Cujo nome era Jó.
Seu significado é debatido, talvez “odiado”.
II. O CARÁTER DE JÓ
Declarado de quatro
maneiras, dois pares de termos. Temos aqui, no Velho Testamento, os termos que
definem o que é um Cristão. (Se você acha estes versos enfadonhos, eu temo pela
sua alma! “Vamos pular esta parte....?” seria uma vergonha para você!
1. Os Primeiros
pares de termos:
(1.) Integro
(perfeito). Raramente significa sem pecado, como na eternidade. No V.T (com
homens como Noé) isto significava puro, irrepreensível, honesto. Imaculado em
Cantares de Salomão. Denota o caráter interior; o que você é. No N.T, isto
significa maduro, completo, totalmente desenvolvido, que atingiu a plenitude.
Jó rapidamente
confessa sua própria falta de perfeição com relação ao pecado, cap. 9: 20; 42:
1-6 e 6: 24.
Esta não é a marca
de um coração perfeito?!
*O que você é
interiormente? Quando Deus olha para você, o que Ele vê?
(2.) Reto. É mais
do que uma ênfase externa. A qualidade anterior determina esta. Jó vivia o que
pregava. O termo significa: correto, justo, franco. Indica honestidade,
integridade. Jó era um bom vizinho. Decente, justo e inofensivo.
A virtude da
piedade se resume nestes termos. Salmo 37: 37.
*O verdadeiro
cristão é alguém interna e externamente correto, justo. Será que o que falamos
é aquilo que realmente vivemos? Você é consistente? Vamos nos esforçar para
vivermos assim. Jó era consistente.
E, além disso, ele
se destacava (distinguia, sobressaía) nestas graças. Não um menino na fé, mas
forjado, sincero, um homem provado....prestes a ser mais provado ainda.
Segundo par de
termos:
(3.) Temente a
Deus. Não um serviçal, servil, amedrontado e assustado. Mas um temor filial,
semelhante ao afeto entre pai e filho, reverência, temor, submissão. De fato,
isto significa estar consciente da presença de deus, colocando Deus em primeiro
lugar na vida, acima de tudo e de todos.
Nesta frase, toda a
verdadeira religião na alma é entendida, sendo a soma daquilo que toda criatura
deve a Deus. É o começo da sabedoria espiritual (Salmo 111:10; Prov. 9: 10).
Bem-aventurado o homem que continuamente teme (Prov. 28: 14).
(4.) Ele
desviava-se do mal. Desviar = Evitar. Jó fugia do pecado, passava longe dele, batia
em retirada, corria. Esta é a contraparte do temor a Deus (Jó 28: 28; Prov. 8:
13; 16: 6. Aqueles que não fogem do mal, mostram que o temor de Deus é algo
estranho em suas almas. III João: 11
Implica em:
- Evitar ambientes
que conduzem ao pecado; sem dúvida, ele cuidadosamente escolheu seus amigos!
- Resistir a
tentação. José é um exemplo clássico de como escapar.
- Abster-se de todo
mal, “o prazer temporário do pecado”, como em 31: 1.
- Abster-se da
aparência do mal (I Tessalonicenses. 5: 22).
- Arrepender-se
imediatamente do pecado cometido. Philip Henry, redargüido se tinha se
arrependido muito nesta vida, ele disse que esperava adentrar as portas do céu
carregado de arrependimento.
A tentação não era
algo estranho para Jó. Seu sucesso em passar por várias delas, foi o que o
capacitou a enfrentar um dos testes mais severos.
*Um dever para nós.
I Pedro 3: 11. Você teme a Deus e se desvia do mal? É isto que define ser um
Cristão. O cristianismo popular de hoje é vazio do temor a Deus tanto quanto o
desviar-se do mal. Não seja enganado por uma tão obvia falsificação!
Por que precisamos
conhecer estes fatos a respeito de Jó?
1. Certamente, para
dar ênfase ao que já temos ressaltado, ou seja, um exemplo para nós do que
devemos ser. Ênfase no caráter espiritual, nas qualidades internas que
determinam e governam nossas atitudes externas. Falar é fácil! O que somos é o
que realmente interessa, e um dia virá à tona.
2. Também, mostrar
que as acusações feitas pelos seus três amigos eram falsas. Eles o acusaram de
ser “hipócrita”.
Porém, Deus mesmo
se encarregou de aprová-lo (1: 8). A própria consciência de Jó estava tranqüila
neste assunto.
E mais ainda, após
o inicial e severo golpe que sofreu, Jó permaneceu firme na graça (2: 3). Não
foi facilmente abalado. Isto, por si só, é uma prova da graça presente na alma.
3. Nós poderíamos
pensar que Jó era tão bom que estava acima das dúvidas e temores. Mas, embora
sendo justo e consagrado, foi provado em extremo, até que suas fraquezas
começaram a aparecer. Evidentemente, sua vida consagrada foi a razão pela qual
ele foi colocado diante de Satanás como um alvo, e Deus disse: “Jó está em suas
mãos!”
*Não espere já
estar maduro o suficiente para não ser provado. Esteja pronto para que Deus
permita que você venha a ser um alvo de Satanás! Esteja pronto para isso,
esperando vencer e ser carregado nos braços eternos de Deus como um triunfo.
Dos tais, Deus não se envergonha de ser chamado de “seu Deus.”!
#3 A prosperidade e
piedade de Jó
Jó 1: 2-5
Tendo visto, de
forma geral, a conduta espiritual e moral de Jó diante de grandes provas,
veremos alguns detalhes a respeito de quem ele era e seu caráter. Um olhar mais
no intimo de sua vida pessoal.
1. Prosperidade. Vs
2-4
(1.) Bens
materiais. V3.
(1.) Animais. Uma
forma de medir riqueza, como o dólar em nossos dias.
- 7.000 ovelhas.
Forneciam lã e alimento.
- 3.000 camelos.
Para viagens e expedição de negócios.
- 1000 Bois Para
trabalhar na terra (Não como nômade, como os Patriarcas)
- 500 Jumentas.
Transporte e leite
(2.) Um grande
número de empregados domésticos. Servos para cuidar de todos os bens
mencionados acima!
Jó era um bom
comerciante, empreendedor. Um bom gerente de recursos humanos.
Tudo isso era
simplesmente uma benção de Deus. (Não há nenhuma evidência desses bens terem
sido adquiridos de maneira escusa.). Alguns santos do V.T foram abençoados com
riquezas por Deus. Porém, mesmo no V.T eles parecem ter sido uma exceção. I
Cor. 1: 26. Se Deus te der riquezas, agradeça a Ele, seja consciente dos
perigos que acompanham as riquezas, e utilize-as para glória de Deus.
• Embora tudo isso
seja relativo, há algumas coisas a serem ditas com respeito ao justo
normalmente não ser menos abastado financeiramente por ser um cristão. Eles
desperdiçam menos e são mais sábios na administração daquilo que Deus lhes dá.
Ademais, eles desfrutam mais daquilo que possuem, pois não estão tentando
encontrar alegria nas coisas materiais (principalmente)!
[“O egoísmo
derrota-se a si mesmo” (Green). Se você quer encontrar a sua vida, deverá
perdê-la para Cristo! Luca 9: 24.]
2. Família, v 2, 4.
Uma benção muito
maior do que os bens mencionados acima. Sete filhos e três filhas.
Todos (ou pelo
menos os homens) já eram adultos e tinham suas próprias casas. Eles, assim como
Jó, também eram ricos. Uma família com coisas muito raras de ser ver hoje em
dia, pois eram unidos em afeto e proximidade, v4. Reuniões familiares agendadas
regularmente durante o ano. Vários dias de festa. As irmãs eram convidadas,
mostrando que não eram festas para solteirões, mas, antes, que seus irmãos
tinham um conceito elevado a respeito da mulher, diferente dos demais daquela
época (as mulheres eram obrigadas a comer separadamente). Jó, provavelmente,
não participava, devido a sua idade, e também para deixá-los mais a vontade.
(Henry diz: Aos jovens deve ser permitida uma liberdade saudável a fim de que
fujam dos desejos da mocidade.) Como eles deviam ser felizes!
Importante: Uma
festa legítima é: 1. Moderada. 2. Na ocasião apropriada. 3. No temor de Deus.
4. Com espírito de gratidão a Deus. 5. Sem ofender a outros. 6. Lembrando-se
dos pobres e necessitados.
Estes jovens
parecem caminhar nos mesmos passos de seu pai, demonstrando a mesma graça. Não
falhe em deixar de observar a influência de Jó sobre seus filhos e filhas. Ele
era um homem que construiu uma boa família.
*Aqui vemos a
família ideal. Grande, feliz, próspera e amigável. Vivendo uma boa vida.
Mas Jó não estava
iludido ou cego por sua prosperidade e felicidade temporária. Ele buscava o
reino de Deus e toda a sua justiça e Deus acrescentou a ele todas as outras
coisas (Mateus 6: 33). Embora suas riquezas aumentassem, ele não colocava seu
coração nelas (Salmo 62: 10). Acima de tudo isso, estava o temor de Deus e o
desviar-
se do mal (v.1).
II. Piedade, v5.
Vemos aqui um dos
maiores e mais extraordinário exemplo, em todo V.T, de um coração cheio do amor
ao único Deus.
Aparentemente, após
as festas, Jó chamava seus filhos e os recordava das suas responsabilidades com
Deus. Embora ele não pudesse santificá-los em suas almas, ele os mantinha
cerimonialmente limpos como sacerdote da família (como nos tempos
pré-levítico). Ele os trazia para sua casa, após as festas, e oferecia
sacrifícios matinais. Não eram poucos, mas um sacrifício para cada membro da
família. A preocupação de Jó era que eles pudessem ter pecado, como é o caso
quando estamos numa festa, onde os excessos de vários tipos tendem a ocorrer
mais do que o normal, e onde as fraquezas carnais tendem a aparecer. Veja como
Jó tinha um especial interesse a respeito dos pecados do coração.
Amaldiçoar a Deus.
Um termo interessante para estudarmos. Talvez a melhor interpretação seja a de
ter esquecido a Deus em meio aos seus afazeres diários e divertimentos
legítimos. (Compare Provérbios 30: 9.)
Um fascinante e
breve olhar das prioridades de Jó:
1. Ele era o líder
espiritual de sua família. Ele tomava iniciativa.
2. Ele colocava
Deus acima de todo e qualquer prazer terreno.
3. Ele possuía um
conhecimento apurado da natureza humana caída, uma saudável desconfiança dela.
Potencial de pecar.
Ele não era descuidado, presunçoso ou orgulhoso- “Meus filhos nunca farão nada
de errado.” Mas, era humilde, interessado e sempre alerta pelas almas de sua
família. Tinha lucidez!
4. Ele não podia
fazer deles adoradores espirituais, mas podia trazê-los as ordenanças
espirituais. Embora nem sempre podendo abrigá-los debaixo do seu teto, podia
abrigá-los em suas orações e ofertas!
5. Ele estava
primeiramente interessado em seus corações.
6. Ele era
consciente da necessidade do constante perdão e confissão do pecado.
*Temos aqui algumas
lições para todos os pais que temem a Deus. Jó é um excelente exemplo.
Obviamente, Jó
tinha um grande amor por seus filhos e desfrutou de muitos dias felizes com
eles. Quão cedo todos eles morreriam em um só dia!
Conclusão:
V.3b. Jó era um
grande homem, não somente exteriormente, como interiormente. Aqui estava um
homem que reunia todas as qualidades. Sem dúvida nenhuma a sua fama se
espalhou. Era respeitado, estimado e uma autoridade moral. Ele era o que você
gostaria de ser quando crescer!
O capítulo 29 nos
mostra esta verdade. Isto ajuda a montar o cenário para a grande virada, o
contraste, a esmagadora devastação. Nos bastidores, planos estão sendo
elaborados para testá-lo.
Tudo isso lhe será
tirado, exceto Deus. Como Jó reagirá?
Tudo o que você tem
hoje e desfruta pode ser tirado, exceto Deus. Como você reagiria? Deus é tudo o
que você precisa? A nossa “alegria no Senhor” é apenas uma alegria por todos os
benefícios terrenos que recebemos da parte de Deus?
#4 Atrás dos
bastidores
JÓ 1: 6-12
A cena diante do
trono de Deus com seus mensageiros (os filhos de Deus aqui mencionados, devem
ser os anjos) os quais vinham prestar contas v6.
Pode parecer uma
surpresa que esta passagem seja considerada por muitos como uma parábola (assim
como para Calvino, Matthew Henry, Durham. Ela corresponde a palavra de Micaías
para acabe.)
“Como Satanás podia
estar presente?” (Quando ele foi expulso?)
“Por que Deus
questionaria Satanás? V.7? (Deus questionou Adão, Caim.)
Tenho por certo que
há algum antropomorfismo aqui. De qualquer forma, nós pretendemos aprender
alguma verdade substancial a respeito de Satanás, Deus e Jó.
Satanás
Um ser criado, que
está sob autoridade de Deus. Uma pessoa real. Um anjo caído. “O adversário.”
Notemos:
1. Ele está
presente juntamente com outros anjos, v6. Ele também deve prestar contas de si
mesmo e de suas ações a Deus. V7 “Donde vens.” Um pensamento que nos conforta:
Deus chama satanás para prestar contas.
2. Ele é ativo, v7.
“De rodear a terra e passear por ela.” Deus entende os propósitos das idas e
vindas de Satanás (v.8 Observastes = provou seu coração). Ele está ativamente
buscando a quem possa tentar e destruir. I Pedro 5: 8; II Coríntios 2: 11 tirar
vantagem. Acusa constantemente os irmãos diante de Deus (Apocalipse 12: 10).
Mas para os eleitos
de Deus, ele nem mesmo pode intentar alguma acusação, Romanos 8: 33. Ele nem
mesmo pode mencionar o nome de Jó até que Deus o convide a fazê-lo!
*Imagine Satanás
considerando você!
3. Ele não é
onipresente. Somente Deus o é. No livro de Daniel, os anjos são retratados como
estando atrasados (Daniel 10: 13). Aqui Satanás está a rodear. Ele está
inquieto, um errante, um vagabundo como Caim, vagueando, malicioso, buscando,
mas não encontrando descanso.
*Cuidado para não
atribuir a Satanás além do lhe é devido. (Mas não deixe de considerá-lo
seriamente.)
4. Satanás já havia
sido derrotado em Jó. Deus, vs8, pode usar a Jó como uma testemunha de que o
plano de Satanás em Gênesis 3 falhou em se concretizar, pois alguns dos
descendentes da raça de Adão, estão ainda servindo a Deus. [Note que Jó servia
a Deus continuamente e não em espasmos.]
Satanás deve ter
imaginado: Por que Jó não caiu em tentação à semelhança de Adão ou prossegui a
pecar como Caim?”
5. Satanás não entende
a motivação daqueles que servem a Deus. V9. Como ele não encontrou nada em que
acusar Jó quanto ao serviço que este prestava a Deus, ele passa a difamá-lo e
acusá-lo de motivos interesseiros e egoístas. “Porventura teme Jó a Deus
Debalde? O Senhor o fez rico, por isso te serve. Ele é um adorador dos tempos
fáceis, um profissional da fé” v10.
Satanás sabe que
Deus leva em conta a motivação! Porém, ele não pode enxergar a motivação do
coração de Jó. (Ele não é onisciente! Nem sabe quem são os eleitos).
Satanás pensa que
Jó é semelhante a ele, egoísta e interesseiro. (freqüentemente, as pessoas
esperam ver nos outros algo que abrigam em si mesmos.)
Ele entende a
motivação do evangelho da prosperidade que é: “Sirva a Deus esperando obter
alguma coisa por isso. Ou, “Tire a prosperidade da vida do cristão e você
tirará dele a sua religião. Você pode desfrutar das bênçãos sem ter que tratar
com um Deus Santo! “V.11 “Eu posso fazer Jó apostatar assim como eu o fiz um
dia!”
Sem dúvida, Satanás
tinha inveja da prosperidade de Jó e queria destruir isto, assim como fez com
Adão. (Quando teve oportunidade, ele se lançou com furor contra Jó, v12.)
Em se tratando da
natureza humana, Satanás é um expert, porém, não pode entender a natureza de
Deus, que em Sua Graça, preserva os pecadores salvos por Ele! “Por que alguém o
serviria?”
“Os amigos de Jó o
acusaram de hipocrisia porque ele foi tremendamente afligido; Satanás o acusou
porque ele foi tremendamente próspero.” (Henry)
Deus
É um Monarca que em
Seu trono governa toda a criação, que faz com que todas as coisas contribuam
para o bem do seu povo e para a destruição de Satanás. Ele possui um total e
absoluto controle de toda e qualquer situação.
Ele conhece a sua
criação pessoalmente, tanto a Jó como a Satanás e todos os outros.
Até mesmo Satanás
confessa que Deus é Soberano, v10. “Não posso fazer coisa alguma sem a Sua
permissão.” O poder de Satanás deriva-se de Deus. Não é Dualismo. Ele não é
soberano em um reino rival, mas um rebelde a quem Deus dá muita corda a fim de
glorificar Seu nome (Ellison). Em Jó, Satanás simplesmente se torna uma
ferramenta para uma santificação ainda maior de Jó (embora ele não queira
admitir isto). Como Hitler, que quando em apuros, não podia acreditar que a
guerra havia terminado! (Derek Thomas).
Satanás não é um
ateísta e nem um arminiano!
Deus estabelece os
limites, v12. Satanás é um Leão enjaulado. (Pense quão facilmente Cristo disse:
Vai-te, Satanás e Então o diabo o deixou, Mateus 4: 10-11.) Olhe para ele
implorando para ter permissão no v.11.
Nós dependemos
totalmente de Deus. Sem Ele, pereceríamos 100.000 vezes por dia (Calvino).
Sejamos agradecidos pelas cercas que Ele coloca ao nosso redor.
Deus não foi
conduzido a deixar que Jó fosse provado e tentado. Antes, tudo ocorreu conforme
o seu eterno propósito. Ele é que trouxe a tona o nome de Jó. Mais do que
Satanás desafiar a Deus, è Deus quem desafia Satanás!
Deus deu a Satanás
mais do que ele pediu. Satanás disse: “estende a tua mão e toca-lhe em tudo
quanto tem. Deus replicou: Eis que tudo quanto ele tem está na tua mão.
“Satanás, faça o seu melhor”
Observe
Satanás ainda está
fazendo rondas? Cuidado com os seus ataques. Não fique surpreso quando ele
vier.
Prosperidade,
tranqüilidade e conforto não são provas da satisfação e aprovação de Deus.
Assim como a pobreza não é prova da sua insatisfação.
Caminhe por fé e
não por vista! (como evangelho da prosperidade trai a si mesmo!)
As provações são
proporcionais a nossa fé. I Coríntios 10: 13. Ninguém foi provado como Jó (v.8)
e ninguém tão severamente. Jó deve ter visto nestas provas a respeito de um Pai
extremamente amoroso. “Deus deve me amar muitíssimo!”
Evite creditar a
Satanás além da conta, negando assim a soberania de Deus (Carismania.)
Evite creditar a
Satanás menos do que o devido, culpando a Deus pelo pecado e tentação. Deus não
é o autor do mal, mas aquele que decreta e controla todas as coisas
(Restringindo ou permitindo).
Dr. Nicolle: “O
silêncio das escrituras quanto a origem do mal é um testemunho da sua
sutileza.”
Satanás é o exator
que executa os julgamentos de Deus sobre os ímpios. Ele também é a vara de Deus
para castigo dos Seus filhos (Calvin).
Com relação ao
ímpio, Ele é o Deus deste século que cega o entendimento dos homens para que
não vejam e creiam (II Coríntios 4: 4). Ele, conforme a sua vontade, leva
cativo, em suas armadilhas, aqueles que estão dormindo espiritualmente (II
Timóteo 2: 25). Ele, em certo sentido, tem o poder da morte (Hebreus 2: 14).
Quanto aos Crentes,
Satanás impediu a Paulo de ir a Tessalônica não somente uma vez (I
Tessalonicenses 2: 18), porém, Deus tinha algo melhor em mente, ou seja,
escrever cartas todo o tempo! O espinho na carne de Paulo foi um mensageiro de
Satanás (II Coríntios 12: 8), mas ainda assim, para o bem dele.
Calvino: “Deus
torna o mal em bem ao fazer com que todos os aguilhões sirvam como remédio,
para nos expurgar dos vícios que estão ocultos em nós.”
Resumo: Há,
certamente, um mistério aqui, mas devemos nos alegrar em aguardar por mais luz
no céu.
#6 Um dia
Inesquecível
Jó 1: 13-19
O dia de Jó começou
de forma habitual. Mais um dia sob o temor de Deus, desfrutando de Sua bondade
terrena.
Ele soubera da
reunião costumeira de família na casa de seu filho mais velho. Jó já estava
antecipando a vinda de seus dez filhos á sua casa em poucos dias, aonde, mais
uma vez, ele iria liderá-los em adoração e sacrifício. Mas, antes do cair da
noite, o mundo de Jó desabou. Ele estava quebrado, um homem quebrado, em
pobreza, desolação e uma inimaginável angústia.
Jó não sabia nada a
respeito do desejo de Satanás de arruiná-lo, nem do desafio feito por Deus a
Satanás a seu respeito, e nem mesmo do fato de Deus ter entregado a Satanás
tudo o que ele possuía.
Lembre-se: O alvo
de Satanás para Jó era vê-lo amaldiçoar a Deus (v.11), ex: apostatar, retroceder,
abandonar a Deus. Ele começou a tirar vantagem da oportunidade que lhe fora
permitida por Deus.
[Foi Satanás ou
Deus quem tocou em Jó? Em certo sentido, ambos. Satanás intencionava o mal, mas
Deus é quem determinou que tipo de mau Satanás iria fazer, sendo que Deus
intencionava o bem de Jó e a Sua própria glória. Note mais uma vez o v.11, onde
Satanás confessa que o poder está nas mãos de Deus, e no v12, quando Deus
coloca todos os bens de Jó nas mãos de Satanás. Embora nem um pardal cai sem
que Deus o saiba, Satanás tem em suas mãos a responsabilidade dos bens
materiais de Jó]
*Santo, há uma
coisa que Satanás deseja de você: Que você amaldiçoe a Deus. Nosso texto contém
um quadro detalhado de como ele tenta realizar isso através dos bens materiais,
prosperidade e família.
1. Ele escolhe a
ocasião mais apropriada para nos tentar.
V13, um dia de
festa. Um dia de alegria e felicidade.
Compare: Elias após
o grande dia no Monte Carmelo, foge de uma mulher e pede para que Deus lhe tire
a vida!
*Esteja em alerta
em tempos de calmaria, conforto, grandes vitórias espirituais, quando se sente
invencível e intocável.
2. Ele envia seus
dardos inflamados em uma seqüência muito rápida.
V. 16, 17, 18. Sem
tempo para se recompor, avaliar, aplicar as escrituras, orar ou encontrar
conforto. Simplesmente devastador.
Compare: As táticas
de Bin Laden contra os Estados Unidos em 11 de setembro de 2001. Choque, medo e
um efeito cascata.
* Se você for
tomado de forma abrupta por diversas provas a fim de derrubá-lo de uma só vez,
provavelmente Satanás está tentando fazer com que você amaldiçoe a Deus. (E
Deus está testando você. Refinando seu ouro.)
3. Ele envia uma
variedade de provas.
Não são todas
focadas em uma área apenas. Diferentes formas, algumas atingem seus bens, enquanto
outras, sua família.
Diferentes fontes.
Algumas aqui na terra (assassinos, saqueadores, v.15, 17), outras do céu (v.
16, 19). Como se Satanás utilizasse uma metralhadora, dando tiros para todos os
lados.
*Espere o mesmo.
Grandes dificuldades no trabalho, com os filhos, na área financeira (veremos
mais tarde, doenças, instabilidade no casamento, e, finalmente, falsas
acusações feitas por amigos).
Nenhuma área da
vida é poupada de ataques.
Vamos considerar as
quatro mensagens trazidas a Jó:
(1.) V. 14-15. Os
Sabeus roubaram 1000 bois e 500 jumentas (importantes na produção de leite);
todos os servos que guardavam o rebanho foram assassinados. (A destruição não
foi causada por negligência humana, falta de cuidado ou rebelião por parte dos
servos). Simplesmente por inimigos estrangeiros que eram maliciosos e cruéis.
Satanás quer que Jó pense: “Como vou adquirir comida para o próximo ano? Como
posso confiar em Deus?”
*Não se preocupe
com o dia de amanhã. Se os seus melhores planos não deram certo, confie em
Deus!
(2.) V. 16. 7.000
ovelhas, e todos os servos que com elas se encontravam, foram queimadas a fogo.
Talvez um raio? Uma lembrança de Sodoma e Gomorra. Satanás queria que Jó
pensasse: “Não somente os homens estão contra mim, mas Deus mesmo está contra
mim. Eu poderia muito bem amaldiçoá-lo.”
Provavelmente, eram
os mesmos animais que Jó utilizava para o sacrifício de holocausto. Satanás
queria que Jó dissesse:
“Não tem sentido
oferecer sacrifícios a Deus, pois Ele vai queimar tudo mesmo!”
*Nunca pense que
Deus está conta você! (se você é um cristão)
*Nunca pense que é
vão servir a Deus.
*Não tente medir o
amor de Deus por você através dos bens materiais e prosperidade. O evangelho da
prosperidade não se encaixa no livro de Jó.
(3.) V17. 3.000
camelos roubados pelos notórios e furiosos Caldeus (comp. Habacuque 1: 6-10), e
os servos assassinados a sangue frio.
*Roubo e
assassinato são satânicos. Caso seja provado nisto, não amaldiçoe a Deus.
*Jó era
evidentemente invejado por muitos. Espere ser provado nesta parte também. (ex:
José)
(4.) V18-19. O pior
guardado para o final. Se houvesse sido o primeiro, o restante não teria
importância. Um tornado destrói a propriedade e seus 10 filhos que lá se
encontravam. Satanás assim planejou, a fim de levar Jó a uma grande angústia e
ira, para que viesse assim a culpar a Deus, blasfemando dEle. Não foi uma
tempestade usual, pois atingiu os quatro cantos da casa derrubando as paredes
sobre os filhos de Jó. Não foi um evento comum, pois todos tiveram morte
instantânea e prematura, em meio a uma tempestade incomum, e no momento em que
Jó mais necessitava deles. “Isto foi a mão de Deus! Você devia amaldiçoá-lo!”
Satanás sussurra. (é claro que a princípio, isto veio de Deus, Provérbios 30:
4. Maravilhoso mistério.)
*Uma fina, mas
essencial distinção entre creditar e culpar a Deus. Pense como muitos hoje em
dia dizem: “O diabo fez isto, se fosse Deus, eu não iria querer saber dEle.”
Não se torne amargo contra Deus.
*Satanás quer nos
confundir com dúvidas, temores e questionamentos deste tipo: Será que meus
filhos pecaram e blasfemaram de Deus em seus corações, como imaginei que um dia
ocorreria? Deixe as questões sem respostas para Deus, aguardando até o dia do
julgamento para saber a resposta.
4. Ele quer que nos
afundemos no poço da autopiedade.
Toda espécie de
conforto foi tirada de Jó. Somente sua esposa foi deixada (!), e quatro
mensageiros com más notícias. Nesta situação, somos vulneráveis a pensamentos
de abandono de Deus. “Nenhuma razão para continuar vivendo.”
Entre na profunda
tristeza de Jó. Que perda! Talvez ninguém sofreu mais, com exceção de Nosso
Senhor Jesus Cristo.
*Não deixe que
nenhuma prova o afaste de Deus, mas o aproxime dEle. (V. 20-22). Como o menino
que aprendeu que remar é menos doloroso perto do seu pai.
*Nunca se dê ao
luxo da autopiedade. Mantenha os seus pensamentos centrados em Deus, não em
você mesmo. Não vale a pena viver para Deus? Se, não, você precisa de um Deus
melhor ou um melhor conhecimento de Deus.
Observe: Somos
criaturas vulneráveis. A vida é uma incógnita. Não sabemos como um dia pode
mudar para melhor ou para pior para nós. Provérbios 27: 1. “Mudanças e
decadências estão presentes em todos os lugares para onde olhamos.”
*Seja humilde,
dependente, agradecido e fique surpreso quando tudo vai muito bem. Seja
consciente como Jó, que sabia mudanças podem ocorrer.
2. Seja super
cauteloso em tempos de tranqüilidade e prosperidade. Veja a citação de Calvino.
É mais doloroso
sofrer a perda de tudo do que ter sido sempre pobre.
3. Pense a respeito
de todas as coisas que Jó não perdeu, como John Gill escreveu:
Podemos observar,
entre todas as perdas de Jó, que ele não perdeu nada de natureza espiritual,
nenhuma benção espiritual, embora tenha perdido as bênçãos externas, não perdeu
o Deus das bênçãos, nem Seu interesse por Jó, nem Seu amor, favor, e aceitação,
todos os quais ainda continuaram. Ele não perdeu o interesse pelo redentor que
vive. Todos seus filhos morreram, mas seu redentor vivia, e ele sabia disso,
ele não perdeu o princípio da graça presente nele, sua raiz ainda estava lá,
nenhuma graça particular, nem sua fé e confiança em Deus, nem sua esperança de
vida eterna, nem seu amor e afeição a Deus, e o desejo de segui-lo, nem sua
paciência e humildade, nem sua integridade, fidelidade e honestidade, as quais
ele reteve e as mantinha firme, nenhuma de suas riquezas espirituais guardadas
no céu, onde os ladrões não minam nem roubam, uma melhor e mais firme
possessão, uma herança incorruptível, guardada nos céus.”
*Mantenha esta
perspectiva a qualquer custo!
4. Mais uma vez,
Satanás deseja que você se volte contra Deus, fazendo-o pensar que Deus se
voltou contra você. Não caia nesta mentira!
#7 Jó mantém sua
Perspectiva
Jó 1: 20-22
Que extraordinária
compostura!...depois de uma inimaginável e devastadora angústia. Ao invés de
amaldiçoar a Deus em sua face, ele o adora com uma submissão e alegria
incomuns. Oh, se fossemos como Jó!...com a mesma confiança e autodisciplina.
Será que servimos ao mesmo Deus?
*A maneira como
reagimos às aflições é um indicador importante da presença ou ausência da graça
de Deus em nós. As provações irão nos fazer ou desfazer. A graça fará com que
adoremos enquanto somos corrigidos.
*As aflições provam
o que realmente somos e que Deus é na verdade (ex: Jeová ou materialismo).
Nosso amor a este mundo é provado quando somos chamados a nos desligarmos dele.
A Aflição de Jó,
v.20.
Ele se levanta do
seu assento (para realizar algum negócio?).
Ele rasga o seu
manto. Uma demonstração de emoção, muito comum naqueles tempos. (Gênesis 37:
29, 34)
Ele raspa a sua
cabeça. Não se trata de arrancar os cabelos, como numa atitude descontrolada,
mas raspá-lo de forma deliberada e calculada. Mais um costume daqueles tempos,
em demonstração de tristeza e angústia. (Isaías 5: 2.)
Ele se lança em
terra. Novamente, uma ação premeditada, após raspar-se. Não como uma criança
mimada numa ação de rebeldia e raiva. Uma marca da angústia, humilhação
(rebaixado ao chão), submissão, arrependimento e adoração.
*Não é pecado
demonstrar tristeza (ver v.22). Tristeza e luto são demonstrações apropriadas
em situações e calamidades destas dimensões. Não devemos nos entristecer como
os demais que não tem esperança (I Tessalonicenses 4: 13 – desespero). Antes,
uma tristeza moderada, lembrando-se das mesmas verdades que Jó se lembrou.
*É muito triste
vermos pessoas “rindo” nos funerais. Como uma mãe jovem disse no funeral de sua
filha “Este é o dia mais feliz da minha vida.” Chamá-lo de “celebração da vida”
para tentar escapar da realidade da morte. Não devemos imitar os Estóicos em
sua indiferença e negação, assim como demonstrar “alegria”, seria puro orgulho.
“Jesus chorou no
túmulo de Lázaro e a religião não tem como propósito tornar o coração do homem
insensível ou incapaz de sentir tristeza. Piedade, como todo tipo de virtude,
sempre aumenta a suscetibilidade da alma pelo sofrimento. A filosofia e o
pecado destroem a sensibilidade, mas a religião se aprofunda nisso. A filosofia
faz isso por principio, -- pois seu grande objetivo é a banir a sensibilidade
dos corações mortificados, vale lembrar, que o pecado produz naturalmente o
mesmo efeito. O homem bêbado, imoral, e o avarento, são insensíveis as cenas de
ternura da vida. A culpa neutralizou seus sentimentos, mortificando-os. Mas a
religião permite ao povo a demonstração de sentimentos, mostrando seu poder de
sustentar a alma e compartilhar consolo com o coração que está quebrantado e
triste. Enxuga as lágrimas dos que choram, ao invés de proibi-las, derrama o
bálsamo da consolação sobre o coração, ao invés de ensiná-lo a ser desprovido
de sentimentos.” (Barnes)
*Lembre-se da sua
frágil condição humana ao moderar suas demonstrações de tristeza e aflição,
para que sejam feitas de forma apropriada aos costumes da nossa cultura.
*Não tente ser o
que você não é. Seja sempre autêntico, como filho de Deus.
II. A Adoração de
Jó, v.20-21.
Nu saí e nu
tornarei. Não deve ser considerado como algo absurdamente impossível. Jó
simplesmente indicou que da mesma maneira que ele veio a este mundo, com
absolutamente nada, também o deixaria da mesma maneira. Veja esta a mesma
verdade em Salmo 139: 13, 15 e Eclesiastes 5: 15.
“Eu tinha tudo e
perdi tudo, mas na verdade, não era realmente meu. Tudo aqui é temporário, e é
só uma questão de tempo para saber para as mãos de quem irão passar.” (Isto é
uma realidade!)
*Em tempos de
tristeza, pense a respeito da sua vida e da sua morte. Isto coloca as coisas
dentro de uma perspectiva correta. O mesmo princípio utilizado em I Timóteo 6:
7 que reforça o dever do contentamento. Ninguém nasce com uma colher de prata
na boca. Nada aqui é realmente nosso. Não somos Senhores e Reis. Até mesmo
nossos filhos não são nossos....pertencem a Deus e estão a sua disposição.
*Seja agradecido
pela roupa do corpo. É mais do que você tinha no começo e mais do que você
poderá levar com você um dia. É mais do que você merece! Estar ainda vivo não é
uma pequena benção. (Jeremias 45: 5).
Nós merecemos o
inferno. E ser poupado mesmo por um momento, é uma grande benção.
*As únicas bênçãos
que podemos manter são aquelas que não retemos, ou seja: trabalhos, ofertas e
orações.
O Senhor o tomou.
Deus é a fonte de tudo.
“Tudo que temos nos
foi emprestado por Deus. Ele não prometeu que seria permanente. Somos apenas
Seus mordomos e administradores. Ele não tem nenhuma obrigação de nos dar ou
nos manter com alguma coisa. Ao tirar o que nos deu, está simplesmente
exercendo seu direito de proprietário e dono de tudo.”
*Fique confortado
pela soberania total de Deus....acompanhada pela Sua sabedoria e bondade para
com seus remidos. Ele não veio para destruir sua alma, mas para salvar,
edificar, refinar e restaurar Sua imagem em você, aquela que Adão perdeu.
Confie em Sua excelsa sabedoria e propósito. “Se Deus decretou algo, certamente
será para o meu bem.”
Não há outro conforto
neste mundo de tristezas. Calvino: “Se pretendemos glorificar a Deus e bendizer
o seu nome como digno de nossa adoração, devemos crer que tudo o que Ele faz,
tem um propósito.
*Seja agradecido
pela lembrança dos momentos de felicidade que Deus proporcionou através das
bênçãos do passado. Henry diz, “Quando nosso conforto nos é tirado, deveríamos
ser gratos a Deus pelo tempo que nos concedeu desfrutando dele, que certamente
foi muito maior do que merecíamos.” Pense naquilo que Henry escreveu na noite em
que foi assaltado.
*Seja agradecido
pelas bênçãos que Deus prometeu que nunca seriam tiradas de nós, ou seja: Ele
mesmo, A vida eterna, Sua graça. Olhe para as promessas! Firme-se nelas! Isaías
50: 10
Bendito seja o nome
do Senhor. É o oposto de amaldiçoar! Jó verdadeiramente adorou e agradeceu, e
não foi apenas de boca. O caráter de Deus e Suas obras são retos, admiráveis,
nobres e uma fonte de felicidade. Note que três vezes aparece a palavra Senhor.
O foco estava nEle!
*Não espere
encontrar alegria eternal nas coisas temporais (incluindo família). Você só
pode ser eternamente feliz com Deus.
III. Satanás
Frustrado, v22.
Quão chocante deve
ter sido! Ele pensava que a piedade de Jó era fruto de um “egoísmo refinado”
(Green). “Seu deu é o seu ventre.” Mas Jó prova que Satanás era um mentiroso.
(Quantos que fazem
um “profissão de fé fácil” provam que Satanás está certo?!)
Nenhum pecado ao
dizer ou fazer as coisas que mencionamos acima. Nenhuma acusação contra Deus do
tipo: “Ele cometeu um erro.”
Jó não errou ao
creditar a Deus, em ultima estância, tudo o que estava ocorrendo. Não foram os
Sabeus, os Caldeus, a tempestade, a má sorte e nem mesmo Satanás, embora
tivesse a sua mão nisso tudo. As flechas pertencem a Deus, ainda que o arqueiro
seja Satanás! Ver 2: 3.
*Olhe além das
causas secundárias, meios e instrumentos. O poder exercido por eles provém de
Deus.
Conclusão.
Jó é um pioneiro
para nós. Dele vamos:
- Aprender a nunca
acusarmos a Deus, nem amaldiçoá-lo. (Já o culpamos algum dia por nossas
frustrações? Arrependamo-nos!)
- Entender que as
nossas maiores provas são, com freqüência, nossas maiores bênçãos de
misericórdia. Elas nos amadurecem, alimentam e abrem um espaço maior em nossas
vidas para Deus.
- Esteja preparado
para mudanças. (Somente Deus é quem nunca muda.) Fique firme e mostre ao mundo
que o Deus de Jó é o seu Deus. Seja totalmente submisso. Em tudo dê graças (I
Tess. 5: 18). Esteja contente como Paulo aprendeu a estar em toda e qualquer
situação (Fil. 4: 11-13). Quando as coisas não derem certo, adore a Deus, até
que você aprenda que com Deus, nada pode dar errado! Diga como José, “Homens e
demônios fizeram isso para o mal, mas Deus o transformou em bem!”
#8 O Segundo Ataque
de Satanás
Jó 2: 1-6
A despeito das
violentas mudanças, da grandeza e riqueza para o rebaixamento e pobreza, Jó
adorou. Agora, vamos olhar mais uma vez para a forma de Deus tratar com os
anjos, especialmente aquele caído, Satanás. Novamente, vamos repetir algumas
coisas importantes.
Qualquer coisa que
possa ser dita em termos de acomodar o limitado conhecimento do homem (ex: Deus
questionando Satanás, Satanás incitando a Deus contra Jó), nós vemos que Deus
exerce um controle total e Satanás aparece quando intimado por Deus, v.1,
Satanás está verdadeiramente numa cadeia e Deus o guarda do outro lado.
V. 2 A mesma
resposta dada anteriormente...adequada ao Todo-Poderoso e Imutável Deus!
Ele continua a se
“orgulhar” de Jó perante Satanás. A mera repetição envergonha Satanás –
Satanás, você perdeu!”Deus não se envergonha de ser chamado de o Deus de Jó.
(Tudo isso devido a graça, é claro.)
A perspectiva de
Efésios 3: 10. Deus está ensinando aos anjos (e demônios?). Seu caráter através
do modo como trata com os Seus remidos.
*Nós devemos
guardar o nome de Deus na terra. Não devemos envergonhar o nome da nossa
família. Poderá Deus se orgulhar de você perante Seus inimigos?
Homem íntegro
(mesma raiz de perfeito cap.1. v.1). A constância e perseverança de Jó,
(paciência em Tiago 1: 1).
*Fique firme! O
quanto é necessário para abalar você, ou fazê-lo desistir, se render, fugir de
medo, comprometer a verdade, se conformar com o mundo? Tenha o propósito, com a
ajuda de Deus, em ficar firme, custe o que custar. Hebreus 3: 14; 4: 14; 10:
23. Conservando a fé , e a boa consciência - I Timóteo 1: 19.
James Durhan:
“Nenhuma parte da religião agrada mais a Deus, e o honra mais, do que manter a
integridade e a sinceridade durante as provações.”
Havendo-me tu
incitado...Não é que Satanás pode manipular a Deus. Deus é quem decide. Mas,
Deus certamente fala desta maneira, a fim de entendermos que Ele não é o autor
do pecado, Porque não aflige nem entristece de bom grado aos filhos dos homens
(Lamentações 3: 33).
Deus não estava
contra Jó, mas a seu favor. Não tinha a intenção de destruí-lo, mas de destruir
Satanás!
Assim, Deus cumpre
o Seu propósito ao fazer com que todas as coisas cooperem para o bem de Jó,
através de um instrumento diferente como Satanás! (comp. Nabucodonosor, rei da
babilônia, meu servo – Jeremias 25: 9).
Sem causa.
Novamente, isto mostra a mentira do evangelho da prosperidade.
Jó, como Cristo,
está sendo odiado sem causa.
Como se Deus
dissesse: “Satanás, Jó é muito melhor do que você pensa! Agora ele é testado e
prova que é Meu filho!”
*Somos ignorantes a
respeito dos pensamentos de Deus sobre nós em meio a provações. Oh, Se Jó tão
somente pudesse ter ouvido esta declaração de Deus dirigida ao Adversário!
Aprendamos com Jó a não deixar que nossa ignorância nos torne desencorajados e
murmuradores.
V. 4-5 Satanás não
ficou satisfeito com isso.
“Aquilo foi
injusto, mas não severo demais. Vá mais fundo, pressione mais e então verá quem
ele realmente é.”
Pele por
pele...Provavelmente um antigo provérbio. Obviamente indica que a
autopreservação é um instinto extremamente poderoso da humanidade, o qual
Satanás supõe ser um dos mais poderosos instintos do homem.
- Ele é conhecedor
da personalidade humana, composição e feitura. Doença e dor alcançam nosso
interior como nenhum outro meio o faz. Uma dor intensa e a pior das provações
de todas é o que Jó sofreu até aqui.
- Satanás mostra
seu ponto de vista a respeito da motivação de Jó. “A pele dos outros não é do
interesse genuíno de Jó, ele é egoísta e busca seus próprios interesses, sendo
assim, quero permissão para tocar fisicamente nele. Todo homem tem seu preço e
Jó não é diferente.”
- Talvez Satanás
pensasse em matar Jó, como fez com seus 10 filhos, na esperança de que o veria,
em seu último suspiro, amaldiçoar a Deus em Sua face. (Talvez Jó pensasse que
iria morrer.)
E verás se não
blasfema...O mesmo objetivo anterior.
Pense em Apocalipse
16: 10-11 - E o quinto anjo derramou a sua taça sobre o trono da besta, e o seu
reino se fez tenebroso; e eles mordiam as suas línguas de dor. E por causa das
suas dores, e por causa das suas chagas, blasfemaram do Deus do céu; e não se
arrependeram das suas obras. O Arcebispo Cranmer renunciou a sua fé a fim de
escapar de ser queimado vivo (mais tarde, voltou atrás e morreu gloriosamente
como mártir).
*Considere a
persistência de Satanás. Embora derrotado, ele continua a pressionar. Ele
deveria estar de cabeça baixa e com vergonha, mas, ao invés disso, dobra seus
esforços na tentativa de derrubar Jó. Não espere entrar em batalha com Satanás
apenas uma vez! Ele não desiste, nem nós deveríamos. Devemos buscar forças nos
esforçando.
V. 6 Mais uma vez,
note as duas mãos – a de Deus e a de Satanás. Grande mistério; Deus no absoluto
controle de tudo, ainda que permita as causas secundárias (mesmo que más)
operarem com uma aparente liberdade e nenhum impedimento. Deus controla e
limita os estragos (Preserva a vida de Jó). Deste modo, Satanás é limitado ao
acesso que Deus lhe dá, sendo responsável pela suas obras e desígnios maldosos.
Compare Lucas 17: 1 e João 19: 10-11.
Satanás está preso.
Deus pode alongar esta cadeia conforme Sua vontade, mas nunca irá abrir tal
cadeia (ou deixar Satanás sem controle).
*Encontre conforto
na verdade. Satanás podia matar Jó? Não. Jó era como um imortal neste ponto
(devido aos propósitos de Deus). Deus não tinha decretado a morte de Jó, assim
Satanás e toda a sua hoste infernal não podiam matá-lo.
*Nossa vida está
nas mãos de Deus. Ele pode dispor dela a qualquer momento. Mas, até que Ele
determine, somos imortais. Busque conforto no Pai soberano e amoroso que você
tem, cujo amor está colocado sobre você, cujos propósitos de graça devem ser
consumados em você!!! Satanás não pode tocar em você sem a permissão de Deus, e
Deus não permitirá, a menos que seja para o seu bem, para glória dEle e para a
derrota de Satanás. (E Suas permissões são nada menos do que decretos da Sua
vontade eterna.)
Mantenha esta
perspectiva na hora em que a próxima surpresa vier. PENSE BIBLICAMENTE.
“Nem bomba nem
artifício nenhum pode me atingir sem que Deus permita isto primeiro.”
#9 Doente e Tentado
Jó 2: 7-10
Satanás, com a
permissão de Deus, vem agora até Jó para um segundo ataque. Pior do que o
primeiro, pois engendrará uma tortura física, da qual não há escape. Satanás
está confiante de que isso irá quebrar Jó.
Este ataque é feito
em duas fases, após o golpe da doença, o golpe da esposa.
1. A doença de Jó,
v. 7.
Solapado com
úlceras malignas (no Hebraico está no singular, como se o corpo todo fosse uma
só ferida).
Úlceras inflamadas.
Sintomas: Pele desfigurada (7: 5), aparência de quem está prestes morrer (16:
8); Cheiro insuportável (16: 16), (17:1), descoloração e Febre (30: 30).
Barnes: “A doença
parece ter sido uma úlcera universal, produzindo uma erupção sobre o seu corpo
inteiro, atingindo-o com violentas dores e uma constante inquietação. Uma
moléstia ou série de moléstias sobre o corpo, de acordo com o relato da doença
em várias partes do livro.” (Alguns dizem assemelhar-se com a Elefantíase
(Moléstia caracterizada por um inchaço volumoso e duro da pele e do tecido
adiposo, ou algum tipo de lepra.)
Causava insônia (7:
4) e pesadelos (7: 14). Um estado miserável. Aparentemente fatal?
O homem mais
íntegro da terra torna-se o mais afligido.
Nem toda doença é
fruto do julgamento de Deus. (Neste caso, isto era mais um julgamento sobre o
próprio Satanás!). No fim do dia, Jó ainda continuava a ser “perfeito”, v. 10.
(OH! Que alegria goza a consciência pura em tempos de doenças! Jó não tinha
nada, em especial, do que se arrepender.)
*Graça especial é
necessária em tais situações. O espinho na carne de Paulo clamava por graça
extra (II Coríntios 12: 9). Uma contínua e constante dor leva a uma prova
severa do caráter. Jó se deparou com isto, e nós também iremos.
*Entenda que as
doenças físicas são o caminho para uma maior saúde espiritual, vigor e força.
2. A Resposta de
Jó, v. 8.
Um caco de barro
era o seu único remédio, com o qual ele raspava suas feridas ou sentia algum
alívio ao se coçar. (Nenhum dinheiro, nem médico.)
Ele parecia estar
totalmente abandonado. Ninguém para ajudá-lo ou confortá-lo.
Assentando no meio
das cinzas. Talvez, cumprindo quarentena como um leproso, mas cap. 19: 15 pode
indicar que talvez ele estivesse em casa. Cinzas simbolizam humilhação e
proximidade com a morte. Pode ser que tinham algum valor medicinal na secagem
das úlceras.
Entretanto, ele não
diz nada. Nem amaldiçoa a Deus!
*Em tempos de
doença e enfermidade, submeta-se pacientemente ao seu Pai Celestial. Ele ama
seus filhos e os castiga tendo um bom propósito.
*Não se queixar é
uma marca da maturidade na graça. Silenciosamente confie em Deus.
3. Jó é tentado por
sua esposa, v. 9.
Por que Satanás não
a destruiu no primeiro ataque? “Se Satanás deixar qualquer coisa que ele tenha
permissão de tirar, é porque ainda vai usá-la para futuros propósitos
malignos.” Agora ela, como Eva, se torna uma fonte de tentação e adicional
provação para Jó.
Quem era ela?
Alguns pensam que tenha sido uma daquelas pessoas de profissão vazia, pois aqui
ela amaldiçoa a Deus e a si mesmo, tornando-se uma apóstata no final.
Mas, é mais
provável que ela tenha sido uma cristã verdadeira. Ela tinha sido fiel até
aqui, e a alegria e piedade do seu lar aponta para uma mulher consagrada,
juntamente com um marido consagrado. Ela pacientemente suportou a perda dos
bens e família. A declaração dela aqui não condiz com o seu caráter (v. 10).
Evidentemente, ela sobreviveu e foi a mãe dos outros filhos que Deus deu a Jó
(cap. 42). Mas, sua fé foi colocada “sob suspeita” neste tempo, e ela realmente
pecou com seus lábios. Ela aparentemente desistiu. (Conceda a ela o benefício da
dúvida, pois talvez amasse tanto a Jó, que ficou com muita raiva de vê-lo
sofrendo desta maneira. Seu conforto humano estava prestes a morrer. Por que
não acompanhá-lo. Afinal de contas, sua qualidade de vida estava diminuindo
rapidamente e a morte parecia certa.)
*Os santos podem
ser tentados da fonte mais surpreendente e improvável. Irmãos e irmãs, cuidado
para não se tornarem um impedimento para o seu cônjuge!
*Alguns santos
podem suportar o que outros não agüentariam. A mesma provação que Jó sofreu, foi
o suficiente para abater sua esposa, mas ele permaneceu firme (mesmo com esta
carga adicional a sua provação).
Isto deve ter sido
um grande choque para Jó. Agora ele não tinha conforto nem da pessoa mais
querida da terra, com a qual ele era uma só carne. (Não tinha outras esposas).
Era pior do que a doença? (Estava verdadeiramente abandonado, exceto por Deus).
Ainda reténs a tua
sinceridade? Cap. 2 v. 9. Ela já não existe mais!
Amaldiçoa a Deus.
“Diga-lhe adeus! Abandone-o.”
Ela se tornou
porta-voz de Satanás! Como Pedro, que foi repreendido por Cristo (Mateus 16:
23). Ela segue os passos de Eva, que “alimentou pensamentos” errados a respeito
de Deus (“Ele não quer a sua felicidade”).
Pense em Cristo
sendo tentado no Calvário, “Desça daí”. Sem dúvida, este foi o teste mais duro
para Jó até aqui.
Morre. Henry e
outros acham que isso foi um convite ao suicídio.
A mentira de
Satanás: A morte termina com tudo isso. Deixando assim uma brecha no sexto
mandamento com nenhuma possibilidade de arrependimento. Ademais, o este é o ato
mais egoísta do qual o ser humano é capaz. Se entregue a vontade daquele que
introduziu a morte no mundo, ao introduzir o pecado.
Assim Jó, um dos
homens mais santos da terra, fica a mercê da mais horrível e blasfema tentação.
*Pensamentos de
blasfêmia contra Deus e o desejo de suicídio, vem de Satanás. Não lhe dê
ouvidos nem por um momento, Antes, responda como Jó...
4. A resposta de
Jó, v.10.
“Querida esposa,
você fala como um descrente! O que é normal para você! Preste atenção no que
disse. Você fala como um ateu! Uma gentil repreensão, desprovida de amargura
(Col. 3: 19). Não “Sua tola!”
Repreenda com amor,
paciência e especial gentileza: a sua esposa e aos mais velhos.
Receberemos o bem
de Deus, e não receberíamos o mal? Jó não estava limitado a uma visão
unidimensional de Deus. Ele tinha noção que todo direito de reivindicar as
bênçãos foi perdido em Adão.
*Seja grato pelas
bênçãos do passado, ainda que elas já não façam parte da sua vida.
*O bem sempre se
sobrepõe ao mal para o crente que tem um interesse genuíno (salvação eterna)
por Cristo.
*Não limite Deus a
uma maneira única de tratar com seus filhos. Erro dos carismáticos. “Todo
conforto, nenhuma Cruz.” Visão utilitária de Deus-“Minha felicidade temporária
é o seu objetivo maior, Sua razão de existir.” Não, nossa santidade aqui e a
futura é o Seu objetivo, e nisto está a verdadeira felicidade.
*Não “perdoe a
Deus” pela maneira que tem tratado conosco.
5. Recomendação de
Jó, v. 10.
Nada errado na
maneira de falar (resposta a sua esposa e a Deus). Mais do que vencedores!
Maior do que suas misérias. A língua sob controle (Tiago 2: 10). *História do
hino 398 “Sou feliz com Jesus”.
#10 O Conforto
Chega
Jó 2: 11-13
De forma exemplar,
Jó sobrevive espiritualmente intacto aos primeiros dois ataques. Ele passa pelo
teste de maneira digna. Ao invés de amaldiçoar a Deus, ele o adora e o defende.
(Você não tem a impressão de que estamos olhando para um gigante espiritual?!
Andrew Fuller disse: “Um homem não tem mais de sua religião do que quando ele
passa por provações. Tudo o que desaparece nestes tempos não é real, e ficamos
mais ricos sem elas.”)
Mais recentemente,
vimos o ataque de Satanás a saúde de Jó, acompanhado com uma vil tentação por
parte de sua esposa. Satanás esperava que Jó provasse que a vida do homem é a
sua possessão mais preciosa, que a autopreservação seu maior objetivo e
instinto (v. 4). Mas para Jó, a benignidade de Deus é Melhor do que a vida
(Salmo 63: 3)! *Vamos pensar da mesma maneira.
Vemos Jó como
alguém que foi abandonado, sem ninguém para ajudar, nem mesmo com uma palavra
de conforto ou simpatia. Nós não sabemos quanto tempo isto durou. Porém, foi o
suficiente para que a doença o consumisse a ponto de deixá-lo com a aparência
de quem estava prestes a morrer. Mas, finalmente o conforto chega!
1. A chegada dos
três amigos, v. 11.
Elifaz, descendente
de Temã, que foi neto de Esaú (Gênesis 36: 11). A terra de Temã ficava ao Sul
da Palestina ou Península do Sinai, conhecido por sua sabedoria (Jeremias 49:
7). Ele foi o líder dos outros, em todas as ocasiões sempre falou primeiro,
enquanto os outros repetiam ou baseavam opiniões em cima de seus argumentos.
Bildade era
descendente de Suá, um dos filhos que Abraão teve com Quetura (Gênesis 25: 2).
Zofar, talvez Zefô
de Gênesis 36: 11? Se sim, então temos outro descendente de Esaú.
Possivelmente,
todos os três eram descendentes de Abraão, mas não da linhagem de Isaque e
Jacó. Eles tinham idade suficiente para ser pai o de Jó (15: 10).
2. O caráter deles:
Evidentemente, eram
amigos chegados e especiais para Jó. Viviam a certa distância, mas mantinham
contato constante. Possivelmente, os amigos mais íntimos, com quem
compartilhava as mesmas convicções. Outros amigos o abandonaram (19: 14).
Estes, porém, faziam parte de um círculo de amigos fiéis. (Sem dúvida outras
vieram, ex: Eliú.) Estes três combinaram em se encontrar para visitar Jó. Cada
um do seu lugar e todos se encontraram na casa de Jó.
3. O propósito em
visitar Jó.
Combinaram
condoer-se dele, para o consolarem. Não temos razão para duvidar da amizade que
demonstravam e de suas boas intenções para com Jó. Se tivessem uma má
reputação, arrogância ou orgulho, seus discursos não teriam sido uma provação
tão grande para Jó. A preocupação, interesse e amor deles fez com que os dias
subseqüentes fossem os mais difíceis. No começo, eles provaram que
verdadeiramente eram amigos, ao permanecerem ao lado de Jó, compartilhando do
seu luto (Ecles. 7: 2).
*A benção de se ter
amigos. Em certo sentido, Deus escolhe os amigos que você vai ter. Amigos
cristãos são tesouros especiais a serem valorizados, apreciados, guardados e
cultivados. Eles nos ajudam na adversidade (Pro. 17: 17). “Muito do conforto
que recebemos nesta vida, vem do relacionamento e amizade com aqueles que são
prudentes e virtuosos, e aqueles que têm, ainda que poucos amigos assim,
deveriam valorizá-los muito.” (Henry).
Seja amigo e
procure ser amigável. Seja leal e fiel. Seja um filho da consolação como
Barnabé. Conforte, chorando com os que choram (Rom. 12: 15). Compartilhe dos
sentimentos dos outros, tenha simpatia, encoraje e edifique.
É normal e
aconselhável visitar os amigos nas adversidades, dificuldades e aflições, a fim
de oferecer ajuda, encorajamento e conforto. Seja tudo o que estes três aparentam
ser até aqui.
II. O choque na
chegada, v. 12-13.
Evidentemente Jó
estava fora de casa, sentado sozinho num monte de cinzas e se coçando, quando
eles lançaram primeiramente o olhar para ele. Eles não estavam preparados para
aquilo que estavam prestes a ver. Ele estava tão diferente na aparência e nas
circunstâncias que eles não o reconheceram a primeira vista. “Este não pode ser
o mesmo homem! A situação dele é pior do que nos contaram. Muito pior do que
podiam ter imaginado! É inacreditável! Nunca poderíamos imaginar uma cena como
esta”
Um choque,
impressionante! Um sofrimento e dor inigualáveis.
Eles se identificam
com Jó o tanto quanto lhes é possível. Eles lamentam, choram, rasgam suas
capas, se cobrem de cinzas e se sentam na terra (prova de angústia, surpresa e
humilhação perante Deus).
Eles se juntam a
ele na dor e na miséria. Uma semana de lamentação, típica do V.T.
*Novamente, um bom
exemplo para nós de sincera simpatia. Dedique tempo para se identificar com
aqueles que são provados.
Eles não perguntaram
nada a Jó a respeito do que tinha acontecido.
- Devido a estarem
muito chocados e não saber o que dizer.
- Devido a estarem
despreparados para tratar com uma situação tão difícil. “Que tipo de esperança
podemos oferecer a Jó?” Talvez eles mesmos perderam a coragem.
- Devido a confusão
de como Deus estava tratando com um homem de tão elevado caráter.
- Devido a estarem
formulando uma nova opinião sobre Jó.
Isto parece um
pouco estranho para nós. Sentar-se e não dizer nenhuma palavra de conforto por
uma semana inteira, isto é difícil de imaginar em qualquer cultura ou tempo.
Temos a dizer em
favor deles, que não fizeram nenhuma acusação ou repreensão, ainda que
estivessem pensando em tais coisas.
(Não era ocasião
apropriada para isto. Embora, após as palavras de Jó no cap. 3, a porta para
falar tivesse sido aberta).
*Em certas
ocasiões, o silêncio é a melhor opção. Melhor que a repreensão, as frases
vazias e de nenhum valor (expressão sentimental de quem não conhece nada a
respeito das profundezas da dor e tristeza). Mas a oração é sempre apropriada!
Observe
É desta maneira que
começa o terceiro e mais severo ataque de Satanás. Não nos é mostrado o diálogo
entre Deus e Satanás neste momento, mas podemos seguramente assumir, que ele
ocorreu. Este ataque começa de maneira inocente, com a visita de amigos
amorosos e com boas intenções de ajudar. “Estamos aqui para ajudá-lo, Jó.
Falaremos por Deus.” Cedo eles se tornaram seu pior inimigo, acusando-o de
vários tipos de maldade e a suspeitar de cada palavra que ele dizia. Eles
agiram (esperamos que inconscientemente) como a voz de Satanás.
A ajuda deles era
tão cruel como o evangelho da prosperidade de hoje.
*Coisas piores que
a morte! Ser ferido em casa de amigos (Zacarias 13: 6).
Nenhuma provação é
tão grande quanto aquelas que se estendem, prolongam e persistem no sofrimento.
“A dor que pode ser tolerada pacientemente durante um curto período, pode
tornar-se insuportável após um período longo. (Green)
As muitas formas da
dor de Jó: doença, luto, solidão e a falsa acusação e incompreensão dos amigos
mais chegados que ele tinha nesta vida.
A persistência da
dor de Jó: Parece que nunca acabaria.
*Pense no que
Cristo suportou! Esteja preparado para suportar as mesmas coisas. Agradeça a
Deus pelos amigos, porém, às vezes somos reduzidos a um apenas, Deus!..nada
exceto a Deus.
#11 Jó amaldiçoa o
dia em que nasceu.
Jó 3: 1-10
Aqui vemos um
contraste com o homem que vimos anteriormente, pacientemente confiando em Deus
durante as provações e não pecando com seus lábios (2: 10). Aqui ele aparenta
recuar. Vamos observar esta porção das escrituras com muito cuidado.
Não devemos ser
críticos demais com Jó. “Aqui é um momento em que Jó pecou!” É a atitude dos
seus três amigos que não devemos imitar.
Não devemos ser tão
complacentes com Jó. Ele está sempre pronto a admitir que é um homem pecador.
Devemos entender
que ele é um homem sujeito as mesmas paixões como nós! (Se não tivéssemos este
capítulo, pensaríamos que ele fosse mais do que um ser humano. Um paralelo com
nosso Senhor no Getsêmani.)
Observações gerais
sobre este capítulo.
1. Sete dias sem
nenhuma palavra de conforto dos melhores e mais sábios amigos deve ter levado
Jó a beira do desespero. Dúvida, depressão, confusão e autocomiseração. È neste
estado que ele fala.
*Cuidado com o que
você fala o tempo todo, mas principalmente em tempos de grande estresse,
sofrimento e desânimo. É muito fácil pecar com os lábios nestas ocasiões.
O silêncio pode ter
sido a melhor política aplicada a Jó. (Mas a situação clamava por algo a mais
que os homens não poderiam dar.)
2. Jó pecou aqui?
(Esta pergunta deve ser feita com humildade e senso de justiça). Com tristeza e
consciência de nossos próprios pecados, devemos responder: “Sem dúvida”. Ele
questiona a sabedoria de Deus ao permitir que ele viesse ao mundo. Ele reprova
Deus.
Nenhum homem pode
domar a sua língua (Tiago 3: 8). O limite da perfeição de Jó (Salmo 119: 96 -
Tenho visto fim a toda a perfeição. Eclesiastes 7: 20 - Na verdade que não há
homem justo sobre a terra, que faça o bem, e nunca peque.
*O salvo pode
pecar, e grandemente, mas não pode abandonar a Deus para sempre.
3. Satanás obteve
sucesso? Não. A promessa de Satanás a Deus não era provar que Jó era um
pecador, mas um hipócrita, apóstata e egoísta. Durham: “O grande debate entre
Deus e Satanás não se tratava de discutir se Jó era ou não um homem pecador,
mas se ele se revelaria como hipócrita, possuindo ou não a graça de Deus.
Jó realmente
amaldiçoou o seu dia, mas não seu Deus!
4. Jó foi
preservado pelo fio da graça. Quão perto ele chegou do ponto de amaldiçoar a
Deus!
*Não falhe em
enxergar a grande graça preservadora de Deus trabalhando neste capítulo. Se
deixado sozinho, Jó certamente teria sucumbido e derrotado, sem chances de
recuperação. Mas Deus sustenta Seus servos, a despeito de suas fraquezas,
fragilidades e confusão.
Santos, agradeçam a
Deus pelo fio da graça que continuamente nos sustenta!
5. Resumo: Tendo
visto o melhor de Jó, aqui o vemos em seu pior. Isto não é um fato incomum, ver
(Jeremias 20: 14-18 e Romanos cap. 7, onde vemos Paulo no seu pior). Mas ainda
o princípio da graça estava vivo nele! * Não exija perfeição dos crentes, ou
você ficará desapontado. Você ficará desapontado um dia com você mesmo!
* Não veja neste
capítulo apenas um santo em pecado, mas um santo sob agonia, confusão e dor
insuportável. Considere quantas vezes pecou em palavras e terá compaixão de Jó.
Um olhar mais
apurado nestes versos.
V. 3 é um esboço
dos versos 4 a 10. Dia e noite
V. 4-5 Amaldiçoa o
dia do seu nascimento.
Linguagem forte:
“Que aquele dia e ato da criação sejam revertidos: de luz para trevas.” Ex:
Apague aquele dia da história.
V. 6-7 Amaldiçoa o
dia da concepção.
Que aquela data
seja apagada do calendário! (V. 6)
Que seja estéril e
árido! (V. 7 solitário; usado para mulheres sem filhos)
V. 8-10 Dia do
nascimento é novamente amaldiçoado.
V. 8 Lamento =
Leviatã (41: 1) Que os encantadores que pronunciam maldição e atraem as
criaturas mais ferozes para destruí-las. – Sejam eles que amaldiçoem e destruam
o dia em que nasci.”
“Oh que eu nunca
tivesse nascido ou mesmo concebido!” Jó chega ao fundo do poço. Isto é o ponto
mais baixo que alguém pode chegar! (amaldiçoar os passado – é fútil e
irracional.)
Aplicações:
1- Se você nunca
disse as mesmas palavras de Jó (ou até pior), não seja propenso ao orgulho, mas
reconheça que você não foi tão severamente tentado como ele o foi, levado ao
limite. Agradeça a Deus por poupar você. Fique alerta, para não cair!
2- Somente Cristo,
o Salvador é sem pecado. O melhor dos santos luta contra o pecado. Durhan: “A
maior medida de graça quando colocada a prova, apresentará muita corrupção
acompanhando-a.” Em temos de extrema dificuldade, qualquer um de nós pode ser
irracional como Jó. Um cristão pode ser levado ao fundo do poço e ainda assim
levantar vitorioso. Deus preserva os Seus...por aquele fio de graça!
3- Não se defenda a
si mesmo culpando a Deus, Suas providências e decretos. Pois isto é
extremamente perigoso por chegar muito perto da blasfêmia.
4- Se Satanás não
puder fazer você blasfemar na face de Deus, nem se tornar um ateísta, tentará
fazê-lo duvidar da sabedoria e bondade de Deus. Quando a esposa de C.S Lewis
estava morrendo, devido a um câncer, ele disse: O perigo de eu deixar de crer
em Deus não é tão grande quanto o de pensar em coisas horríveis sobre Ele. A
conclusão que eu temia não era a de: “Deus não existe”, mas a de pensar: “Isto
é o que Deus é realmente, não se deixe enganar”. Em ocasiões como esta diga:
Para trás de mim, Satanás!(Mateus 16: 23).
5- Quem pode
legitimamente amaldiçoar o dia em que nasceu? Aqueles cujo destino final é o
inferno. Mateus 26: 24 (Judas).
6- Os santos quando
a beira do desespero podem chegar a amaldiçoar o dia em que nasceram, mas
nenhum amaldiçoou o dia do seu novo nascimento.
7- Agradeça a Deus
por trazê-lo ao mundo! Pense biblicamente. “Deus me trouxe ao mundo para a sua
glória. Ele tem um propósito...! Compare Salmo 139: 14-17.
Que o dia do seu
nascimento seja um dia de ação de graças a Deus.
Considere o exemplo
de Cristo. No momento de maior angústia e sofrimento da Sua alma e do Seu
corpo, Ele se regozijou do dia do seu nascimento (Salmo 22: 9-10).
8- Agradeça a Deus
por não nos dar tudo o que pedimos. (Ele não deu a Jó o que este pediu).
9- Admire a
paciência de Deus para com Jó. Ele considera Jó um homem paciente! Tiago 5: 11.
Sua avaliação geral é a de que Jó foi um homem paciente. Que bondade da parte
de Deus em ocultar nossos pecados em Cristo e apenar enxergar a bondade que sua
graça nos concede!
10. Quando as
trevas parecerem ocultar a face de Deus, descanse na Sua imutável graça. Isaías
50: 10.
#12 Jó Amaldiçoa
sua vida
Jó 3: 11-19
Um diamante
“Perfeito” tem que ser ampliado 10 vezes para que qualquer inclusão possa ser
vista. Jó era perfeito, até que pressionado ao extremo, e então pudemos
enxergar algum pecado. Porém, ainda assim, ele não amaldiçoa a Deus. Somente
uma vez ele menciona Deus neste capítulo (V. 23). Isto nos dá uma dica para
qual direção segue o primeiro discurso de Jó. Ele está pensando nas coisas
terrenas, temporais, na doença e no corpo, na alma e suas aflições. Esta perda
de perspectiva é o assunto e conteúdo do seu discurso tão forte.
*Cuidado quando sua
visão se torna muito focada neste mundo, para que as tuas palavras não cheguem
a beira da blasfêmia.
Vemos Jó (1.)
amaldiçoando a sua concepção, assim como (2.) seu nascimento. Agora o vemos
lamentando mais.
1. Ele lamenta ter
sobrevivido ao nascimento e não ter sido um natimorto. Ele deseja ter morrido
no ventre, v. 11, 16. Abortado, um aborto natural.
Quão mórbido e
egoísta! Desejar que seus parentes tivessem sofrido e passado por uma grande
angústia para que ele fosse poupado disso.
II. Ele lamenta ter
sido alimentado e cuidado, v. 12.
Os joelhos da
parteira que o receberam e sustentaram. “Por que não me deixaram cair no chão
para lá morrer!”
“Porque minha mãe
não me abandonou e me deixou morrer de inanição!”
Ingratidão para com
seus pais e com aqueles que o amaram e cuidaram dele (mesmo Deus, ainda que de
forma indireta). Ele fala como se todos tivessem que agir de forma desumana
para que ele pudesse escapar do atual sofrimento.
III. Ele fala da
cova com expectativa e desejo, considerando-a como um convite atrativo e uma
alternativa para o tipo de vida que está vivendo neste momento.
1- “É um lugar de
paz”, v. 13 (não dormir, como vemos no N.T, mas simplesmente comparando a
similar aparência do corpo em ambos estados v. 17-18 “Ali não teria problemas
com os Sabeus, Caldeus e etc.)...descanso para o fraco e
cansado....prisioneiros estão livres dos seus senhores, e os endividados de
seus cobradores.”
“Seria boa esta
mudança! Eu desejaria estar morto!”
2- “É um lugar de
igualdade”, v.14 (constroem grandes túmulos?), 15, 19. Jó entendia que a morte
era um grande nivelador da humanidade. Um rei não é melhor na morte do que um
infante. (Mas isto dificilmente se torna uma razão para se desejar a morte! O
que faz com que a sepultura tenha pouca atração ao pensador mais racional!)
Aprenda:
1- Não somos sábios
ao questionarmos o “por quê?” Como Jó fez aqui repetidamente. Isto coloca o
coração numa condição perigosa (não necessariamente irregenerável). Deus não é
obrigado a nos dar explicações sobre o “por quê?” (mesmo que sejamos capazes de
entender suas razões). Deus agiu desta maneira e pronto. Deus tem nos dado a vida
e as experiências de alegria e provações na proporção que Ele determinou.
Simplesmente confie que tudo o que Ele fizer em sua vida tem bons propósitos.
Confie mesmo não tendo nenhuma resposta a respeito se seus questionamentos.
Novamente, note que
Jó faz uma série de questionamentos a Deus, porém, não o amaldiçoa. Apegue-se
àquelas coisas que são dignas. Nunca cruze esta linha! Fique o mais longe
possível do seu limite.
2- Como pode um
cristão chegar a um estado tão desesperador como Jó chegou? Vamos responder a
esta questão com grande humildade e não com arrogância, considerando a nós
mesmos para que não sejamos tentados. (você não se vê a si mesmo em Jó?)
Resposta:
Certamente Jó perdeu a perspectiva. Ele estava pensando mais de maneira
temporal do que eterna neste momento. Contestar enquanto afligido interna e
externamente, nós podemos entendê-lo, embora não possamos justificá-lo. Não
teria sido melhor que ele orasse ao invés de amaldiçoar? (Mas quantas vezes nós
murmuramos ao invés de orarmos?)
Perspectiva Cristã:
Olhe para as coisas eternas II Coríntios 4: 16-18.
3- Vamos ficar de
olho na nossa própria hipocrisia, para que possamos evitá-la e vencê-la.
Jó havia
repreendido amorosamente sua esposa por lhe tentar a tirar a sua própria vida
(2: 9-10). Naquele momento ele estava alicerçado na soberania absoluta de Deus.
Mas agora, ele está falando a língua dela! Embora ele nunca tenha saltado para
o abismo, ficou olhando a beira deste com algum desejo de fazê-lo. Mas o
suicídio seria como amaldiçoar a Deus em Sua face, e a graça de Deus poupou a
Jó deste terrível pecado.
*É fácil resistir a
tentação num primeiro momento, mas a exposição prolongada a ela, pode nos
enfraquecer. É fácil dar bons conselhos, mas falhamos em segui-los quando
estamos sob teste.
Seja cuidadoso ao
aconselhar, não faça com orgulho e autoconfiança. Lembre-se que não viveremos
mais um dia sequer sem que Deus assim o queira.
4- Pensamentos ou
desejo de morrer, ou mesmo nunca ter nascido, ou que a morte seja uma solução
atrativa, são diabólicos, devendo ser reconhecidos como tal, cabendo a nós
fugir imediatamente deles. Leia a Palavra de Deus, ore e pense em coisas dignas
(Fil. 4:8). Pense em Cristo e em Sua agonia no Getsêmani e no Calvário.
5- Não pense mal de
Deus pela benção de conceder a você o dom da vida. Isto é ser manipulado pelas
mãos de Satanás para colocá-lo contra o Deus das bênçãos e da vida. (Não que Jó
tivesse feito isto, mas chegou bem perto de fazê-lo.)
6- Ao invés disso,
agradeça a Deus pelo seu nascimento e por tê-lo sustentado até aqui. (Assim
como Cristo fez no Salmo 22.)
7- Agradeça a Deus
pelo nascimento de Cristo, em Belém, há 2.000 anos, o qual deu sentido e
propósito a nossa vida agora, não importando o quanto cheio de problemas ela
possa estar.
8- Agradeça a Deus
por não abandonar o Seu povo mesmo quando pensamos e falamos coisas tolas em
meio a dor, depressão e autocomiseração. Ele tem propósitos muito mais elevados
do que pensamos.
Deus cumpriu o Seu
propósito em Jó ao permitir que suas fraquezas fossem expostas tão abertamente
e com isso nos mostrar que o poder e graça de Deus, por si só, é que sustaram a
Jó.
(Felizmente, o
propósito de Jó não se cumpriu, pois ele não teria feito nada, exceto morrer,
caso sua vontade prevalecesse. Agradeça a Deus por não nos conceder o que
queremos em tempos como estes!)
#13 “Deixe-me
morrer agora”
Jó 3: 20-26
Tendo desejado
nunca ter nascido (v. 1-10) ou nascido morto (v. 11-19), Jó agora deseja que
Deus rapidamente tire a sua vida, e que de modo algum a preserve mais.
Vamos considerar o
que Jó diz nestes versos e fazer algumas observações.
Note que ele
pergunta novamente “Por que”. (vs. 11, 12 e 20). Ele faz duas perguntas.
I. Primeira
pergunta v. 20-22.
Embora ele não
mencione Deus até a segunda pergunta, Deus e Providência estão implícitos aqui.
“Por que Deus
mantém vivo uma pessoa que deseja morrer? Já que estou cercado de miséria e
amargura, e minha qualidade de vida chegou ao fundo do poço, a morte seria um
ato de misericórdia para comigo. Não posso tirar a minha própria vida, porém
Deus pode fazê-lo a qualquer momento.... e por que não agora? (v.20). Eu anseio
pela morte, pareço estar sendo conduzido rapidamente para ela, mas a doença me
puxa (ao invés de me matar). (v. 21). Se eu pudesse apenas morrer, isto seria
uma grande alegria para mim! (v. 22).”
*A morte parece
convidativa a distância, mas quando está realmente próxima, todos nós nos
recuamos naturalmente dela.
*A qualidade de
vida tem se tornado um tema extremamente difícil, mesmo com o avanço da
medicina e tratamentos, como nos mostra o caso de Terry Schiavo, cujo marido
optou pela eutanásia, embora seus sogros fossem contrários a isso. È suficiente
dizer, que o suicídio nunca será uma opção para o cristão.
*Nossa vida está
nas mãos de Deus. Ele é quem determina os nossos dias. Nós devemos receber
humildemente o que Ele nos dá, seja uma vida longa ou curta. Ele é quem aponta
o dia da nossa morte e devemos deixar este assunto em suas mãos.
II. Segunda
pergunta v. 23.
“Por que Deus
preserva a minha existência miserável aqui? Ele tem me cercado de aflição
(contr. a 1: 10) e não tenho como sair disso. Estou tateando no escuro e
preferiria não ter vida (Luz) de forma alguma.
Jó está perdido em
um labirinto. “Qual é a direção onde posso encontrar a saída? Por que Deus está
fazendo isto comigo? Ele apenas está prolongando a minha miséria. Isto parece
cruel, uma tortura, é como zombar de uma pobre criatura.”
Note que ele não
amaldiçoa Deus, mas faz severos questionamentos. Pecado, mas não de apostasia.
III. A avaliação de
Jó sobre sua situação, v. 24-26.
v. 24 “Eu não posso
nem desfrutar da minha comida. Sou um completo miserável. Não tenho como evitar
gritar de dor. Meus gemidos são como o som das muitas águas.”
v. 25 Jó não era
uma pessoa pessimista, que ruminava seus problemas de um dia para o outro (caso
contrário, não seria considerado um homem íntegro e reto). Ele era um humilde
servo de Deus, dependente dEle em tudo. Este verso poderia ser interpretado
desta maneira:
(1.) Que os temores
de Jó começaram a partir do momento que ele recebeu a primeira má notícia, e
assim temeu que mais notícias ruins chegariam, como realmente aconteceu.
Uma série de ondas
de notícias ruins, uma após a outra. E então, após uma breve pausa, mais uma
onda de problemas vieram (cap. 2).
(2.) Jó sempre
esteve consciente de que Deus poderia, em algum momento, por um fim em todos
aqueles anos de prosperidade e bênçãos temporais. Como pudemos ver, ele
oferecia sacrifício por seus filhos com “receio” de que tivessem amaldiçoado a
Deus (1:5). (Nós todos não temos também a tendência de fazermos esta pergunta
em temos de calmaria: “Quanto tempo isto vai durar? Por quanto tempo minha
saúde vai continuar?”)
V. 26 “Em tempos em
que gozava de calmaria, não fui descuidado, autoconfiante, presunçoso e
auto-indulgente. Eu fui vigilante e andava no caminho da obediência a Deus.
Entretanto, todos estes problemas me assolaram.”
*Erro do evangelho
da prosperidade: “Aflição só vem para aqueles que são desobedientes, descrentes
e que não oram etc.”
Observações
adicionais
1. Nossa vida é um
dom de Deus e não devemos desprezar isto. Devemos valorizar e ter o desejo de
viver enquanto Deus nos der vida. Ele não está preparado para tirar a vida
daqueles que não desejam mais viver...Suportar as cargas desta vida é melhor do
que ter a vida tirada. A graça faz o homem desejar a vida, mesmo em meio a
grandes sofrimentos e privações, e o faz desejar a morte, mesmo em meio aos
maiores confortos e prazeres (Thomas Robinson) “A graça nos ensina, no meio dos
maiores confortos da vida, a desejar a morte, e no meio da cruz mais pesada, a
desejar a vida.” (Henry)
2. Devemos nos
submeter a vontade de Deus em tudo. Veja o exemplo de Cristo no Getsêmani:
todavia, não seja como eu quero, mas como tu queres. faça-se a tua vontade.
Marcos 26: 36-42.
3. Use esta vida
para a glória de Deus e o bem de nossas almas. “Faça com que as grandes e
constantes preocupações o preparem para o mundo vindouro, e então deixe que
Deus cuide dos detalhes de como nos levará para lá, da maneira que achar mais
conveniente.” (Henry)
4. Seja paciente
com aqueles que sofrem fisicamente. Mostre simpatia. “Pessoas na condição de Jó
não conseguem reagir de maneira racional ou pensar além da sua dor. (Derek
Thomas) Poucas provas desafiam mais a nossa fé do que a doença, a dor e o luto.
(Mas quem poderia, além de tudo isso, suportar ser acusado pelos amigos?!)
5. Não deseje a
morte apenas para escapar das provações terrenas. (Um ateísta pode desejar a
morte com base nisto). Não confunda este desejo com a declaração de Paulo em II
Coríntios 5: 8 (também v. 4b); Filipenses 1: 21-23. É bom desejar o céu.
Escapismo versos estar com Cristo! (Jó parece ter somente “pensado alto” em
escapar.)
6. Há razões para o
“por quê?” Sim, porque Deus é um Deus de propósito. Jó não conseguia enxergar
este propósito, e nós também, na maioria das vezes. Todavia, olhe para o que
Deus fez para Jó e para nós, através de tudo isso! Deus tem muitos propósitos
naquilo que não entendemos e alcançamos! (Nós mencionamos muitas delas
anteriormente.) Ele purifica, ensina (nós e outros), gera frutos, conforto em
Cristo, nos conduz ao céu e faz que tudo isso se torne mais doce. Em tudo, Ele
recebe maior glória desta maneira!)
#14 Elifaz entra
Jó 4: 1-6
Simão, chamado
Pedro, andou sobre as águas e começou a afundar, mas nosso Senhor não permitiu
que se afogasse. Jó era um homem (relativamente) perfeito, e começou a se
afundar nas águas da aflição, mas Jeová o susteve em meio a isto tudo!
Tendo agora
quebrado o longo silêncio com palavras compreensíveis, porém sem fundamento, um
dos seus três amigos começa a falar. (*Um disrcurso errado pode ser o alicerce
de toda uma estrutura de discursos errados!)
Observações Gerais
1. Não devemos
olhar estes homens como sendo maus e frios diante da aflição de Jó. Eles eram amigos
que vieram com a intenção de confortá-lo. Provavelmente, eram homens tementes a
Deus e regenerados (e por isso Deus lhes pede um sacrifício no cap. 42). Isto
faz com que uma série de discursos se tornem uma provação maior para Jó.
*Extrema dificuldade
e dor de um bom homem, engajado numa disputa com um outro bom homem. (Compare
Paulo e Barnabé.) Cada um com suas boas intenções, mas com pontos de vista bem
diferentes. Somente Deus pode por isto em ordem.
2. Elifaz fala
primeiro. Provavelmente o líder. (Ele fala em nome dos outros, v.2) Ele parece
mais polido e gentil que os outros. Ele até oferece alguma esperança no
primeiro discurso (5: 17-19). Mesmo assim, ele acaba se tornando cada vez mais
antagônico e crítico contra Jó.
3. Como é comum nas
relações humanas, os outros dois amigos, na maioria das vezes, repetiam o que
ouviam de Elifaz, porém seguiam sempre para o extremo e acrescentavam mais
prejuízo. E como é típico, as disputas se agravavam cada vez mais. E quanto
maior era a disputa, mais determinados, confiantes e severos eles se tornavam.
4. O centro do
conflito girava em torno da dificuldade de reconciliar a justiça de Deus e a
integridade de Jó. “Como a justiça de Deus se harmoniza com Sua providência
para com Jó, se este é, como afirma e aparenta ser, um homem íntegro?”
II. Paráfrase com
algumas explicações
v. 1-2. “Jó, minha
intenção não é prejudicar você, mas tem certas coisas que sou obrigado a dizer.
Não posso evitar falar sobre a sua situação e responder ao que você falou.
*Eu não tenho dúvidas
sobre as boas intenções de Elifaz, embora no final ele acabe pecando com suas
palavras (42: 7-8). Cuidado para não fazer mais estragos do que o bem. Ore para
que Deus lhe dê sabedoria. Seja disciplinado ao falar. (Pais, não agradem seus
filhos em meio a disciplina, dando a eles um mau exemplo enquanto está no
processo de corrigi-los “ajudá-los”.)
v. 3-4. “Jó, você
(não eu!) freqüentemente é aquela pessoa que está sempre falando e instruindo.
E você tem sido um dos melhores nesta função. Você é um grande homem. Você tem
ajudado e fortalecido muitas almas cansadas.”
*Jó tinha vivido
desta maneira e ninguém podia repreender sua conduta. Aqui Elifaz dá testemunho
da sua retidão. É muito melhor do que ser capaz de apontar para um padrão
completo de erros. Que possamos nos manter na mesma trilha clara deste relato!
v. 5. “Jó, agora
você não encontra conforto para si mesmo. Você não está praticando o que
pregava. O confortador sem conforto. Médico, cura-te a ti mesmo!”
*Jó era um alvo
fácil devido ao seu excelente caráter e visibilidade. Não pise num gigante (ou
qualquer cristão) enquanto está caído. Antes, seja um ajudador, como o bom
Samaritano. Busque edificar, não destruir. Cortar a cabeça de alguém não
aumenta uma polegada da sua estatura.
*Jó experimenta o
mesmo sofrimento de Cristo. “Cura-te a ti mesmo.”
*Elifas minimiza a
severidade das aflições de Jó – “tocando-te”. É muito mais do que tocar, é
ferir! Ele esperava que Jó não demonstrasse nenhuma emoção, que ficasse
passivo. O que faria com que tudo isso não fosse realmente um teste, e Jó não
fosse . considerado um homem normal. Seja cuidadoso em demonstrar carinho,
simpatia, compaixão e consideração. Coloque-se no mesmo lugar da outra pessoa!
Como seria melhor se Elifaz tivesse agido assim!
v. 6. (Tradução
difícil, mas provavelmente...) “Jó, esta é a sua religião? È o que há de maior
valor em sua religião. É para onde ela te leva e te deixa – desmaiar no dia da
adversidade?” Não uma afirmação ou acusação, mas um questionamento.
*Inconscientemente,
Elifaz se torna um tentador para Jó, dando a entender em suas perguntas que Jó
poderia ser um hipócrita, que é exatamente o que Satanás tinha esperança de
provar a respeito de Jó. “Seja um hipócrita! Volte-se contra Deus. Tenha
coragem de amaldiçoá-lo.” Vamos guardar nossas palavras, para que não venhamos,
na tentativa de fazer o bem, a nos tornar uma fonte de dificuldades, tentações
ou pedra de tropeço para irmãos ou irmãs em tempos de adversidade.
III. Mais
Aplicações
1. Cuidado em não
se apressar no seu julgamento, tirando conclusões precipitadas. Henry admoesta:
“Aqueles que são precipitados e sem amor, censurando seus irmãos e os
condenando como hipócritas, fazem o trabalho do Diabo e servem os seus
interesses, mais do que possam estar cientes.” É melhor permanecer em silêncio,
quando em dúvida, do que arriscar-se, pela acusação precipitada (apressada), a
causar um grande estrago.
2. Não julgue o
caráter de uma pessoa por uma simples ação. Pessoas boas são capazes de fazer
coisas muito estúpidas, ações e palavras tolas e tristes.
-Erramos ao julgar
Jó por suas palavras de maldição no cap 3. O panorama geral é muito diferente.
-Erramos
(provavelmente) ao julgar Elifaz por este discurso de acusação.
*Seja paciente,
generoso e conceda o benefício da dúvida até que não haja mais uma boa razão
para agir assim.
3. Devemos prestar
muita atenção para a prática daquilo que pregamos. Nós todos não falhamos muito
nisso, mais do que admitimos? Jó era culpado...e assim também Elifaz! – Ele
veio para confortar, mas foi tão antipático, que seu conforto se tornou em pura
miséria para Jó!
4. Cuidado com a
inadequada e unidimensional visão de Deus que o leve a ficar sem explicações,
sem esperança e sem conforto, restando somente a suspeita e a condenação. Se
não tem uma boa resposta, não ofereça uma tola e pobre! (aguarde outra
oportunidade.)
5. Maravilhe-se da
graça de Deus que o sustenta quando está ferido na casa de seus amigos. Olhe
para Ele. Você tem todo direito de esperar ajuda da parte de Deus, que se
responsabiliza por tudo que acontece com você, pela Sua graça.
#15 O.T. Evangelho
da Prosperidade
Jó 4: 7-11
Foi uma dura prova
para Jó que o seu melhor amigo, Elifaz, fosse tão antipático e questionasse a
sinceridade da sua fé. Ele ficou muito longe do conforto que veio trazer e
daquilo que Jó esperava receber.
No texto, vem á
tona o tema principal do debate que vai continuar. Na mente de Elifaz, o
sofrimento de Jó só evidencia uma coisa: Deus está irado com Jó porque ele
pecou. Dois assuntos, ambos do interesse dos três amigos, estão em pauta: A
impaciência de Jó em suas aflições e as aflições por si só. “Pense no que elas
implicam!” dizem eles.
I. Elifaz expõe sua
opinião em dois pensamentos paralelos
1. Os homens bons
nunca sofrem, v7. “Homens inocentes e justos (como você tem sido, Jó) não
perecem, nunca são destruídos. Antes, suas vidas são plenas, felizes e
tranqüilas.”
2. Os homens maus
sofrem, v.8. “O princípio de plantar e colher se aplica aqui. Semeie iniqüidade
e maldade – colha iniqüidade e maldade.”
V. 9 “Deus se vinga
rapidamente contra os malfeitores. Ele os assopra para longe em sua ira.”
Compare com o vento de 1: 19.
V. 10-11 Os leões
representam, freqüentemente, as pessoas de grande poder, que abusam desta
prerrogativa de maneira cruel e tirânica. Henry diz que o Hebraico têm cinco
palavras diferentes para leão, e todas a cinco estão aqui. Tudo foi quebrado,
espalhado e pereceu nas mãos da justiça de Deus. “Sendo eles tão grandes (como
você, Jó) Deus os esmagou!”
Aqui temos o
Evangelho da prosperidade no Velho Testamento! Ele não é novo. Enquanto este
apelo parece soar errado aos nossos ouvidos, está, entretanto, compelindo
multidões hoje em dia, e fez o mesmo com pessoas mal orientadas, até no tempo
do Velho Testamento.
Por que tantas
pessoas estão confusas a respeito disso? Porque há algum tipo de mérito neste
caso.
II. O mérito no
caso de Elifaz.
Em termos de
eternidade, no que diz respeito a final e eterna destruição, o princípio é
verdadeiro, ou seja: os justos nunca perecerão (porque Deus, que os fez justos,
os conduzirá para a glória), mas os ímpios, (todos os incrédulos) perecerão e
serão lançados eternamente fora da presença de Deus, no inferno.
O perigo: Todo erro
contém alguma parcela de verdade a fim de ser aceito (até um relógio parado
está certo duas vezes por dia). Minta raramente, caso sinta uma coceira para
fazê-lo. De preferência, distorça a verdade, manipule, torça os fatos, ou como
neste caso, aplique incorretamente. Então, a decepção virá!
III. A aplicação
errada do seu argumento.
Aplicando princípios
eternos no tempo apropriado. “Todas as calamidades temporais são devido aos
pecados temporais.” (Tanto Jó quanto Elifaz, parecem pensar somente em termos
do tempo aqui.)
Certamente, todo
sofrimento é, em última estância, resultado do pecado (ex: o pecado de Adão e a
maldição universal sobre toda a criação). Mas, ligar qualquer aflição que
ocorra com algum pecado específico cometido aqui, não tem apoio das escrituras.
(Não fique confuso!
Esteja sempre pronto para responder aos Elis da vida.)
Assumir que Deus
sempre trata com os homens nesta vida de acordo com os seus merecimento.
Embora Ele possa
tratar desta maneira com alguns, não temos base para assumir que Ele fará com
todos.
Simplificação
demasiada do princípio de semear e colher.
Falha em distinguir
entre o fim e o imediato, o eterno e o temporal, o espiritual e o material
(como é freqüente em nossos dias).
Brechas no caso:
1. O primeiro homem
a morrer, morreu como mártir por causa da sua fé. Abel não morreu sendo porém
inocente? Um padrão para milhões que viriam a seguir. Pense em Romanos - 8:
36-Por amor de ti somos entregues à morte todo o dia.
2. A experiência
prova que um mesmo evento ocorre com todos (Ecles. 9: 2), que nem sempre o
julgamento é tão rápido como também nem sempre é administrado aqui (Ecles. 8:
11)
3. Jó não foi
cortado, nem pereceu! O capítulo final da vida de Jó ainda não tinha sido
escrito. O que Elifaz fez, foi nas melhores das hipóteses, um julgamento
prematuro.
Observação:
1. Seja cauteloso
ao tirar conclusões através das evidências de um julgamento baseado em fatos
momentâneos ou mesmo no exercício da misericórdia. Ter a certeza, tendo somente
isto como base, é impossível. Nosso melhor palpite, não passa de um palpite.
“Deus tirou a vida
de fulano de tal como forma de julgamento pelo pecado de....” (Porém,
deveríamos temer e estar atentos.)
A maneira como Deus
trata com o homem em determinada ocasião nem sempre indica a natureza do seu
caráter (homem).
Espere
pacientemente para ver qual será o fim.
Aplique este princípio
em sua vida, especialmente em tempos de tribulação.
2. Cuidado em não
aplicar aquilo que geralmente ocorre com freqüência como uma regra universal
que sempre deva ocorrer.
3. As religiões
pagãs pensam como Elifaz. Atos 28: 3-6.
4. Não faça confusão
entre o material e o espiritual.
5. Não julgue
baseado em uma fase de experiência, mas num padrão de longo prazo.
6. As vezes Deus
trata com maior rigor os seus amigos do que os seus inimigos, e isto por um
determinado tempo e razão.
7. Alguns homens
sofrem por causa dos seus pecados, alguns porque são santos! Sempre tenha um
lugar em sua teologia para o último caso. Evite a visão unidimensional de Deus.
8. Um diagnóstico
errado levará a um tratamento errado.
9. Alguns mistérios
não podem ser solucionados sem que nosso entendimento receba ajuda. Somente a
revelação nos mostra que as aflições podem ser uma prova de amor, um meio de
graça e uma benção na angústia. (compare com a disciplina dos pais Prov. 3:
11-12).
10. Agradeça a Deus
por ter punido Seu inocente e justo Filho para servir de resgate a nós! (Jó foi
uma sombra de Cristo)
Evangelho da
prosperidade não! Somente o evangelho!
#16 A visão de
Elifaz
Jó 4: 12-21
Vimos a repreensão
de Elifaz e sua unidimensional visão de Deus (falha em reconhecer os outros
propósitos de Deus nas aflições). Agora veremos a sua visão ou sonho.
Se trata de uma
passagem difícil em alguns aspectos. Importante por colocar alguns fundamentos
para tudo o que veremos em seguida. Os 3 amigos estão entrincheirados na
posição de que Jó está errado, por causa da visão da Palavra de Deus, que eles
tem como certa.
Algumas
possibilidades:
1. Elifaz realmente
recebeu uma revelação de Deus. O conteúdo estava correto, mas a aplicação era
errada. (Deus, naqueles dias, revelava verdades para homens desta maneira.
Muito pouca revelação escrita. O teor disso tudo concorda com o que veremos
mais tarde entre Deus e Eliú. Esta é uma visão tradicional de Deus.
2. Elifaz recebeu
uma revelação, mas não de Deus. Isto deve ter sido um engano de Satanás para
confundir Elifaz e para levar Jó a crer que Deus estava contra ele. (Esta
mensagem contém verdades, mas somente parciais, nenhuma indicação de bondade,
misericórdia, redenção, e nem da derrota de Satanás. Deus, mais tarde, irá
acusar Elifaz por não falar o que é reto, cap. 42: 7-8. Tudo isso é parte do
plano de Satanás para sabotar Jó). Este argumento não deve ser totalmente
descartado.
3. Elifaz não teve
realmente nenhuma visão, mas maquinou tudo isso a fim de tornar legítima sua
posição equivocada de Jó. (Uma maquinação extravagante. A mensagem da visão era
tão simples que não era necessário uma revelação para saber disto! Isso soa
como as pessoas de hoje em dia que dizem: “Deus me revelou...” ou “Eu orei
sobre isto e....”)
Respostas:
#3 Pode ser descartada,
se cremos que Elifaz era um homem sincero e consagrado. Ele não poderia, em sã
consciência, inventar tudo isso e apresentar como sendo verdade.
Quanto a mim, não
consigo dizer qual das duas primeiras possibilidades é mais convincente. Este é
um dos grandes mistérios deste livro. (Estou aberto a sugestões!)
[* Sejamos
agradecidos a Deus por Sua completa e Inspirada Palavra! E temos, mui firme, a
palavra dos profetas (II Pedro 1: 19). Assim como o seu Autor, ela é uma grande
benção.]
Qualquer que seja o
caso, podemos concordar que o princípio do que está escrito é verdade, mas o
erro de Elifaz foi o de aplicá-lo na época errada na vida de Jó. Como Barnes
diz: “Tudo o que foi dito estava de acordo com a verdade revelada nas
escrituras, embora Elifaz a tenha pervertido a fim de provar que Jó era
hipócrita e mentiroso.”
Outra dificuldade:
Qual parte diz respeito a mensagem da visão? V. 17 somente ou v. 17-21?
Resposta: Não temos com saber. (Felizmente, isto não faz diferença alguma.)
I. O cenário da visão,
v. 12-16.
Não é necessário
muita explanação. Note que ele não diz que foi Deus quem falou, ele não
conseguia ver quem era! V.16. Simplesmente uma voz. Mas de quem? (Talvez Elifaz
mesmo não soubesse!)
II. A mensagem da
visão, v. 17.
Deus, que é a essência
da vida, o doador da vida para a sua criação, é maior do que suas criaturas
caídas. O homem, que é mortal (sujeito a morte por causa do pecado) nunca
poderá ser mais justo ou reto do que o Deus imortal (sem pecado) que o fez.
Desde que todas as
coisas procedem da pureza de Deus, seria possível que qualquer criatura O
superasse em Sua pureza? Nunca! Deus é infinito e nós somos finitos, assim como
caídos. Tudo isso é verdade, mas:
Implicações: “Jó,
você pretendia ser mais justo e puro do que Deus. Este é um grande erro da
nossa parte.” Entretanto, Jó nunca declarou nada semelhante a isso. Ele, como
um homem regenerado, nunca pensou em tais coisas!
*Vamos nos
preocupar não somente em dizer a verdade, mas aplicá-la corretamente. Esta não
era a verdade que Jó precisava ouvir naquele momento. Falar isto, implicava que
ele não conhecia, acreditava ou tinha dito o contrário disto. Seja cuidadoso
quanto as implicações e aplicações que você faz.
Compare Atos 21:
11. Seja cuidadoso quantos as suas conclusões. Não seja apressado!
*Não seja
precipitado para repreender. (Na verdade, você encontrará pecado em toda pessoa
que você conviver por algum tempo, mas não é necessário repreendê-la a todo
momento.) Sim, Jó falou inadvertidamente, mas seja benevolente com ele! – Se
trata de alguém muito angustiado. Elifaz, de maneira irrealista, espera que ele
sofra todas estas calamidades sem ao menos notá-las.
III. A visão
reforçada, v. 18-21.
V. 18 Servos ou
anjos acusados de loucura, tolice? Obviamente, são aqueles caídos. Mas isto se
refere provavelmente aos não caídos. Eles são (foram) sujeitos a caírem,
finitos, vãs e vazios, comparados com Deus. (Conhecimento imperfeito: Efésios
3: 10; I Pedro 1: 12; Lucas 15: 10) Deus é independente dos seres criados. Nada
podemos acrescentar á Ele.
V. 19. Do maior
para o menor. “Se Ele não precisa dos anjos, e se eles estão infinitamente mais
abaixo dEle, quanto menos ainda precisa dos homens, Jó! ....Quão infinitamente
mais abaixo dEle nós devemos estar?!” Esta distância deve ser bem maior. Nós
temos corpos, seres formados de espírito e poeira. Somos frágeis, fracos,
sujeitos a decadência e a morte física a qualquer momento.
V. 20. A morte é um
procedimento padrão e operante para nós (diferente dos anjos). Não somos nada!
(Vaidade = Aquilo que carece de sentido ou valor - Eclesiastes.)
V. 21. Na morte,
tudo se perde! Somente uma concha vazia é deixada. Morremos com menos sabedoria
do que os anjos, que são taxados de tolos!
Aprenda:
1. Cuidado como
você liga os pontos. Diagnóstico errado, tratamento errado. “Este julgamento é
de Deus. Jó deve ter pecado. Jó, você tem que se arrepender! Deus é justo!”
Deixe um lugar para poder respirar quando treinado por Deus, mesmo diante de
desafios satânicos.
2. Princípio: A
verdade, ainda que erroneamente aplicada, é muito melhor do que o erro em sua
totalidade. Peça sabedoria a Deus para falar e aplicar a verdade corretamente
em cada situação.
3. Não pense que já
sabe de tudo! Não haja como quem já sabe tudo. Admita sua ignorância.
Sabedoria: Reconhecer quão pouco nós sabemos.
4. Não pense o pior
a respeito dos outros. O amor não suspeita mal. Não pensa mal.
5. Não condene
totalmente uma pessoa por causa de uma ação ou palavra. Neste padrão, ninguém
seria considerado como redimido! Cuidado com o espírito excessivamente crítico.
6. Mostre compaixão
diante do sofrimento. Esta não é a ocasião apropriada para repreensões.
7. Vigie suas
palavras! A explosão de Jó no capítulo 3 foi errada e levou a esta repreensão.
Não murmure contra a providência de Deus, não fique descontente. Isto pode ser
tomado como “Eu sou mais sábio, reto e puro do que Deus.”
#17 O conselho de
Elifaz
Jó 5
Um longo discurso
num livro longo. Talvez seja a maneira de Deus ressaltar o ponto todo;
sofrimento é insuportavelmente longo! Paciência é levada ao seu limite!
Elifaz, um enigma.
Como ele poderia ser um amigo tão bom, um dos mais consagrados homens da terra,
e ainda assim ser tão falho em trazer conforto a Jó? Por que ele foi tão
insensível e tinha uma visão tão curta (unidimensional)?
*Você procura
confortar seus amigos? Vamos aprender através dos pontos fortes e fracos de
Elifaz para que não venhamos a causar mais estrago do que fazer o bem. Ore
diariamente por sabedoria!
Algumas qualidades
admiráveis: Sincero, honesto, firme e possuía muito conhecimento dos caminhos
de Deus. (Não o tenha como um ignorante.) Mas também: Apressado, não muito
amoroso e simpático e falava como se possuísse todo conhecimento dos caminhos
de Deus. Era autoconfiante, confuso, mas achava que era esclarecido.
As vezes declarava
muitas verdades, embora em outras ocasiões, se parecesse com um carismático
moderno.
Seu grande erro
estava na aplicação das verdades que ele conhecia... assumindo que todos os
princípios eternos de justiça são aplicados de acordo com o tempo e as regras
de medida dos homens.
*Vamos fazer a
correta aplicação da verdade que conhecemos – Primeiro para nós mesmos e depois
para os outros.
Lembre-se que neste
estágio da história, os homens estão aprendendo a respeito de Deus, sem terem
uma revelação escrita. Sem as escrituras para apelar.
Análise do conselho
de Elifaz no capítulo 5.
1. v. 1-7 Mais
evangelho da prosperidade. “Simplesmente plantar e colher aqui e agora.”
v. 1 O favorito dos
Romanistas para ensinar a oração aos santos. Mas, há somente um exemplo na
Bíblia da oração dirigida a um santo que já partiu. Lucas 16 (Literal?) onde o
rico pede duas vezes a Abraão (por uma gota de água e depois por um
mensageiro), cujos pedidos foram negados!
Lemos muitas vezes
nas escrituras que há somente um Mediador, um Advogado, ninguém vai a Deus
exceto por Ele (I Timóteo 2: 5; I João 2: 1; João 14: 6).
O apelo sugerido
aos santos não era par ajuda ou proteção, mas como exemplo. “Jó, nenhum santo
sofreu como você está sofrendo. Ninguém passou por isso antes. Portanto, você
deve estar errado de alguma maneira!” Sem dúvida, em alguns aspectos isto é
verdade. Jó deixa pegadas em um caminho novo; nós o seguimos e voltamos muitas
vezes para ouvi-lo novamente.
Novamente, Jó é uma
figura de Cristo, que foi assim tentado. Salmo 22: 4-6.
v. 3 “É verdade, o
ímpio pode prosperar por um tempo, mas isto logo acaba.” Mas, Elifaz não pode
ver o oposto! – o justo pode sofrer um pouco (I Pedro 5: 10).
v. 4 Quão
insensível e cruel! Culpando a Jó pela morte dos seus filhos.
v. 5 Culpa Jó pela
perda da lavoura, animais e riquezas. “Julgamento de Deus!” (na verdade foi
Deus, mas não da forma como Elifaz pensa! Não tinha o conceito de que os filhos
obedientes de Deus as vezes passam alguns semestres na Sua escola de
aprendizado!)
v. 6-7 “Não foi um
evento inesperado. O sofrimento é dado a todo que é nascido neste mundo.” (V.7
parece suavizar um pouco a margem fina. A aflição comum a todos. Elifaz parece
confuso!)
Problemas com o
evangelho da prosperidade – pois assume que as bênçãos de Deus são um direito,
não dons, recompensas ou favor imerecido. Deus não deve nada ao homem.
2. v. 8-16 O
caminho de Deus com o homem.
v. 8 “Isto é o que
eu faria....” como se Jó não houvesse feito isto!
*Não seja apressado
em dar conselhos ou dizer o que você faria. É fácil falar, até que nos
encontremos em circunstâncias desconhecidas para nós. Você já não ficou
tristemente surpreso com você mesmo antes? Humildade. Conheça você mesmo.
v. 9-16 Muitas
verdades. v.13 citado em I Coríntios 3: 19. Mas não é relevante para a situação
em que Jó se encontra. A verdade de uma declaração não justifica a sua
aplicação errada.
Elifaz, um teólogo
de banco. Frio, distante e pretensioso: expõe sua “filosofia do sofrimento” de
maneira antipática, distante e fria. Um amador que nunca passou por tal
experiência! Os melhores confortadores são aqueles que já passaram por algum
sofrimento (II Coríntios 1: 4).
3. v.17-18 Elifaz
no seu melhor.
O mais perto que
ele vem de um real conforto, esperança. Citado no Salmo 94: 12, similar em
Provérbios 3: 11-12 (Hebreus 12: 5-6). Dica de misericórdia! Misericórdia
freqüentemente vem encoberta, disfarçada! Correção precede as bênçãos. Mantenha
isto em vista.
Mas, como acontece
com muitos, esta declaração pode ser interpretada de diversas maneiras. Será
que Elifaz queria dizer a Jó que ele deveria sempre sentir alegria e nunca
demonstra nenhuma dor ou pesar? (Se for isso, que espírito crítico ele deve ter
tido em resposta a esta situação tão grave e séria?!) * Como dizemos certas coisas,
e o que pretendemos com isso, é tão importante quanto o que falamos. Ore por
sabedoria! Busque desenvolver discrição e diplomacia.
5. v. 19-26 De
volta a uma visão unidimensional.
“Viva sempre
alegre!” Como se você vivesse em outro mundo! Como a utopia retratada nas
revistas “Torre de vigia – Testemunhas de Jeová”
v. 25 Insensível.
Como soou dolorido aos ouvidos de Jó!
*Esta não é a
verdade toda. Deus cuida e sustenta os Seus. Ele nos preserva de acordo com Sua
vontade. Ao invés de nos privar das aflições, Ele nos fortalece, nos sustenta,
nos purifica no fogo das aflições e nos livra delas de uma maneira ou de outra.
5. v. 27 “O caminho
é este. Q.E.D. O qual já foi demonstrado”
“Eu trabalhei neste
assunto e fiz um cuidadoso estudo sobre ele. Ouça e aprenda. Isto é para o seu
bem, Jó.”
Certamente que isto
não prova por si só ser verdadeiro. Confiança no erro. Tome cuidado com a
autoconfiança. Esteja certo de estar se baseando na Palavra de Deus, não na sua
própria opinião, não importando o quanto você se sinta seguro dela.
Observe:
Elifaz não
suspeitou nenhum pouco de que pudesse ser uma ferramenta de Satanás para
agravar a tentação de Jó.
Como Pedro. Alvo de
Satanás: Nos separar de Cristo, questionar Sua bondade e justiça.
Esteja certo de que
tenha algum lugar em seu sistema de crenças para dizer: “Provações podem vir
sobre aqueles que já são obedientes. Deus tem propósitos que não entendemos
neste tempo presente.”
Isto era uma coisa
que Elifaz não podia dizer por si mesmo. Era simplista em extremo.
Nós precisamos de
um sistema de teologia cujo coração não seja frio e indiferente, mas de carne e
osso, completo, profundo, vivo e com uma alma. Compare João 9: 2, interesse
especulativo versus, simpatia, que Cristo manifestou.
Certifique-se de
que esteja falando a verdade no tempo e no espírito correto.
#18 A ira de Jó
Jó 6
Elifaz pensou que
havia feito uma completa e inquestionável argumentação, 5: 27. (Note o que ele
fala aos outros.) Embora ele se faça perfeitamente entendido, e não tão
ofensivo quanto poderia ter sido, ele, entretanto, falha em oferecer conforto e
é muito simplista, super confiante e distante. Vagas acusações, insinuações e
generalidades não específicas.
*Convicção do
Espírito Santo e usualmente precisa, específica e definida. (Elifaz, a despeito
de suas boas intenções, se torna um acusador, como o próprio demônio.)
Agora Jó responde.
Resumo:
“Particularmente Jó, em tudo isso, falou muitas coisas razoáveis, mas com uma
mistura de fortes emoções e enfermidade humana. E neste contexto, como na maioria
dos contextos, há falhas dos dois lados.” (Henry) Jó estava certos em alguns
pontos mas errado em alguns aspectos. Santificado, mas não sem pecado.
1. Jó se defende,
v. 1-7.
As lamentações de
uma alma em profunda dor – e aprofundando-se.
* Há ocasião para a
autodefesa. Mas, precisamos de sabedoria para saber quando e como.
v. 2-3 “Você diz
que eu não sei lidar com a calamidade (4: 5). Mas, você não sabe quão grande é
a minha dor e sofrimento. Estes não são pequenos montes, mas grandes montanhas.
Mais pesados do que areia molhada! Portanto, longe de ter falado muito, eu não
falei tudo o que poderia ser dito! Eu tenho engolido mais palavras do que
dito1” Dor insuportável.
*Não subestimemos o
grau e a intensidade e das provações de outros.
*Esteja certo de
ter entendido o caso antes de tratá-lo. Elifaz apressou-se em responder (depois
de 7 dias de silêncio!).
v. 4 “Deus tem Sua
mão nisso. Fui atingido por flechas agudas, Seu exército está contra mim.” Note
que ele não culpa Satanás (como sendo uma autoridade maior).
* Mas esta é a pior
aflição de todas, sentir o terror do Senhor, ser tratado como Seu inimigo!
Durham: É uma das maiores alegrias ter Deus como nosso amigo, e uma das piores
misérias tê-Lo como nosso inimigo.”
* Jó aqui é uma
figura do nosso Senhor Jesus Cristo, quando Sua alma agonizava, diante da cruz.
Veja João 12: 27, Mateus 26: 38 (Getsêmani). Nenhum sofrimento é tão severo
quanto estar sob a ira de Deus! Sabendo que isto vem da parte de Deus é
amargoso (Isaías 53: 10a.)
* Lembre-se, em
Cristo, Deus não é nosso inimigo! Isto é engano e dúvida plantado por Satanás.
Deus é por nós! Cristo na cruz é a prova disso. Dúvida, ira, autopiedade são
assaltos do maligno contra a nossa alma. (Espere ser tentado e testado da mesma
maneira.)
v. 5-7 “Eu não tenho
reclamado injustamente. Suas palavras só acrescentaram mais motivos as minhas
queixas! Elifaz, as suas palavras tem um gosto tão bom quanto a clara do ovo.
Mas o meu prato está cheio de coisa alguma, exceto de coisas insípidas. Estou
verdadeiramente desesperado!”
Resumo: “Eu não
estou sendo irracional, tenho boas razões para as minhas queixas.”
2. Jó reitera seu
desejo de morrer, v. 8-13.
Para a nossa
admoestação, não para imitarmos!
Ele deseja isso (v.
8). Reconhece que somente a mão de Deus o sustém (v. 9). “Eu ficaria tão feliz
se morresse. A morte parece muito melhor do que a vida!” (v. 10a, ou deveríamos
ler um pouco mais sobre isto?). “Eu me apegaria a morte - deixe que ela venha!
(v. 10bc). “Minha consciência é clara. Eu tenho falado a verdade a respeito da
minha situação (v. 10d.)
v. 11 “Não há mais
esperança para mim nesta terra. Estou além de qualquer recuperação. Não há mais
necessidade da minha existência. Minha utilidade já se foi.”
* É verdade, se
nosso trabalho acabasse, não haveria mais motivo para permanecermos aqui! Mas,
nunca assuma que sua utilidade tenha acabado! Não podemos ver o futuro. Embora
possamos estar nos minutos finais da prorrogação, Deus pode fazer muita coisa
nos minutos finais! Ele pode pedir que você fique e faça umas horas extras.
v. 12-13 “Eu não
sou invencível, permanente; Eu sou fraco, frágil, temporário e passageiro. Meus
recursos se esgotaram, não sobrou nada.”
* Seja cuidadoso
com o que você pede em oração. Você pode estar pedindo algo incorreto (ex:
errôneo) por motivos egoístas, que são um insulto a Deus e um mau uso do
privilégio de orar.
* Seja paciente.
Espere em Deus. Romance da vida Cristã: Você nunca sabe que bênçãos podem estar
reservadas para você!....bem pertinho de alcançá-las.
3. Jó expõe os maus
tratos da parte de seus amigos, v. 14-30.
v. 14 “Vocês
deveriam demonstrar compaixão (lit. misericórdia) e ser verdadeiros amigos.”
* Um dever que
acompanha a amizade: ter compaixão do aflito. “A maior da misérias é não ter um
amigo que se simpatize conosco em nossas tristezas.”
*Novamente, como
nosso Senhor no Getsêmani: Nenhum amigo para apoiá-lo, sustentá-lo,
encorajá-lo, encorajá-lo e ter compaixão. Totalmente só. (Pense em Paulo na sua
primeira audiência.)
v. 15-20 uma
ilustração mais abrangente. Um riacho que surge da geada e do tempo úmido: das
camadas de neve. Parece ser bom, mas lamacento, impróprio para beber e logo
seca-se. Uma esperança para os exércitos fatigados que a ele se atiram. Promete
algo que não pode realizar. Assim eram os três amigos: enganoso (v13) e assim
Jó fica confundido (v. 20 confuso e envergonhado).
[Note que Jó os
chama de meus irmãos! Era mais amigo do que eles eram.]
v. 21 “vocês vieram
para nada! A compaixão demonstrada, que parecia tão promissora, quando chegaram
há uma semana, se secou. Agora vocês tem receios de me chamar de amigo, para
que eu não peça nenhum favor a vocês. Não tenho pedido nada (v. 22-23), além de
um pouco de simpatia!”
v. 24-25 Um pedido
sincero: “Mostre qual é o meu pecado. Palavras de verdade e carregadas de peso.
Vocês não podem provar nada do que tem dito.”
v. 26-27 “Vocês
encontraram pecado em minhas palavras, mas eu tenho falado a verdade, e além
disso, palavras não são nada comparadas a deslealdade para com o seu velho
amigo Jó.” (v. 27 uma metáfora usada para ilustrar o pecado). Vocês estão tão
focados em corrigir cada sílaba minha, que negligenciam a forma desleal com que
me tratam e me acusam.”
v. 28-30 Exortação:
“Faça a gentileza de olhar para mim: Minha face se parece com a de um
mentiroso? Reveja seus conceitos, pense corretamente, não de forma errada. O
que há de incorreto no que falei? Será que eu não tenho discernimento para
saber quando alguma coisa errada é dita?”
Observe:
1. “Sem esperança.
Ninguém se importa. Nenhuma razão para viver. Deus é meu inimigo.” Estas são as
armas da tentação. Fique em guarda contra elas. Reconheça-as e se oponha a
elas. Arme-se com a verdade e com a preceptiva eterna.
2. Temos a
tendência de reforçar nossa posição, ao invés de abandoná-la, mesmo que seja
errada. (Elifaz, com certeza, mas Jó no seu desejo de morrer.) Jonas, fazes bem
que assim te ires?”“ Faço bem que me revolte até a morte.” Seja rápido para
detectar e abandonar o erro.
3. Jó um homem
irado. Nem toda a ira é pecado. Tente manter o eu fora de cena.
4. Recebemos menos
do homem do que esperamos, mas muito mais de Deus! Ele faz mais do que
pensamos! Os homens nos despontam, mas Deus, nunca!
5. Seja paciente
com os irmão na fé que passam por tribulações. Não espere perfeição e nem
julgue cada pequena palavra. Olhe para o quadro geral. Seja um genuíno
confortador. (Procure a ocasião certa para a repreensão.)
#19 Ansioso pela
morte
Jó 7
Dificuldades na
interpretação. Algumas passagens admitem mais de uma interpretação ou atitudes
da parte de Jó. Queremos ser justos, errarmos para o lado da generosidade, sem
negligenciarmos seus erros. Certamente há algumas grandes verdades, mas
misturadas com enfermidade humana, ira, impaciência (embora ele agora seja
conhecido por sua paciência!). *Não ocorre o mesmo conosco? Nossas melhores
ações misturadas com muito do nosso ego. Num momento nós louvamos, no outro,
murmuramos. Oh, como é difícil ser sempre constante nas ações de graças!
Cap. 6 – “Meus
problemas são piores do que você imagina. Eu tenho o direito de desejar a
morte. Vocês não servem de conforto algum.”
V. 1-6 Jó continua
a se queixar com Elifaz.
Desespero, 6: 26.
Consumido pelo seu desejo de morrer. Porém, mais como um escape do que como uma
esperança positiva.
v. 1 Perguntas
retóricas. Guerra. Como um soldado mercenário (contratado), que é pago para
lutar apenas num certo período de tempo. “Não seria o término do meu tempo? Já
não lutei e servi o bastante?...tempo de passar em revista?
v. 2-3 Comparações.
“Servos aguardam ansiosos o fim do dia a fim de descansarem. Os assalariados
aguardam o pagamento. Da mesma forma, eu estou ansioso para chegar este fim.
Mas, ao invés disso, meses de vazio, inutilidade e futilidade continuam a vir.
Eu nem mesmo consigo descansar a noite!”
v. 4 A noite não
oferece descanso e forças, apenas temor e insônia.
Note o v. 3
preparam. Embora em um estado desesperado de espírito, Jó não perdeu totalmente
a perspectiva, ainda reconhece que é Deus prepara todas estas provas. “Ele tem
um propósito pré-programado e alguns desígnios para mim”
*Mantenha em mente
o fato de que Deus está no controle! (e agradeça a Ele pela boas noites que
você tem.)
v. 5 A doença
física tem cobrado o seu preço. Coberto de úlceras, as vezes vertendo líquido,
as vezes formando crostas e ficando expostas. “Este tipo de lepra
(Elefantíase?) tem me deixado dolorido, cheirando mal, feio e um abrigo para
proliferação de vermes.”
*Não coloque muita
ênfase neste corpo. Não seja orgulhoso de sua beleza e aparência. Ela logo
murchará, podendo se tornar muito feia e doente, curvada e quebrada. Um dia
você poderá vir a detestar o corpo que agora mima!
v. 6 “Minha vida
tem rapidamente chegado ao fim.” (Sem dúvida ele se arrastava naqueles dias.)
“Agora eu não tenho esperança... até onde eu entendo a vida neste mundo. Eu já
era.”
*Não enfatize
demasiadamente a vida neste mundo, mantenha a perspectiva eterna. Lá está a
nossa esperança! Olhar somente para esta vida é exercitar-se na falta
esperança. Tudo está sob maldição, até mesmo os melhores prazeres e alegrias
são temporários. “Cada sorriso termina som um suspiro.”
Resumo: “Você não
deveria ser tão duro comigo por desejar a morte, eu sou realmente miserável.”
V. 7-21 Jó faz as
suas queixas para Deus.
v. 7 Implica num
discurso dirigido a Deus, juntamente com o v. 12b
v. 7-11 Resumo: A
morte é uma coisa horrível a ser considerada, mas é melhor do que a vida que
estou vivendo agora.”
v. 7ª Um clamor por
misericórdia, para ser lembrado. “Lembre-se, olhe quão fraca e frágil minha
vida está. Conhece a minha estrutura; lembra-se de que sou pó.” (Salmo 103:14)
v. 7b “Eu não
viverei para ver mais nada de bom na terra.”
v. 8 “Ninguém mais
me verá. Eu morrerei com os teus olhos terríveis a me contemplar, Oh Deus!”
v. 9-10 “Minha vida
é um vapor, que aparece e logo se desvanece. Uma vez que se desvanece, nunca
reaparece. Não retorna.”
*Passamos por este
caminho apenas uma vez. Morrer dá trabalho só uma vez e, portanto, tem que ser
um trabalho bem feito.” (Henry)
v. 11 “Portanto, Eu
estou certo de dizer o que estou dizendo, até mesmo para Deus!”
Não podemos
desculpar Jó aqui, mas podemos entendê-lo. É melhor se queixar com Deus do que
se queixar de Deus!
É muito melhor
responder como Davi no Salmo 39 (especialmente v. 9). Emudeci; não abro a minha
boca, porquanto tu o fizeste.
Pergunta: Por que
tão pouca ênfase na perspectiva eterna? (Apesar de tudo, Jó tinha algum
conhecimento dela.)
A. Quando em meio a
duras provações, nós temos a tendência de nos focarmos nelas e neste mundo.
Embora o sol de Jó estivesse obscurecido, ainda não era um eclipse total! Ele
ainda ora!
*Por que empregamos
tanto a nossa vida neste mundo passageiro? Com tantas passagens das escrituras
para nos ensinar, nós não temos desculpas de perder a perspectiva quando
passamos aflições.
*Admire a paciência
de Deus, Devemos ser pacientes com aqueles que, em sua tolice, explodem durante
as aflições.
v. 12-21 Uma série
de perguntas dirigidas a Deus. Todas implicam em descontentamento com
Providência, mas misturadas com confissão de pecado e um desejo de perdão.
v. 12 “Eu sou um monstro,
caçado para ser morto.”
v. 13-16 Novamente,
sem conforto ou paz quando do descanso do sono da noite. Pesadelos. “Eu odeio
minha vida e ela se tornou, Deixe-me morrer! Deixe-me chocar-me com a morte,
tire o fôlego da minha vida!”
v. 17-18 A pequinês
do homem. Similar ao Salmos 8, falado em meio a assombros e adoração, porém
aqui, num tom mais de ira. “Deus, por que estás tão interessado em mim? Sou tão
pequeno, e o Senhor tão grande. Por que se aborrece comigo? Por que me envia
provações?”
v. 19 “Olhe para
outro lado e deixe-me respirar!”
v. 20 Confissão
(boa coisa!), mas ainda não como aquela do capítulo 40: 4-5. Esta é mais
teórica e parcial. Ainda em forma de queixa. “O que eu fiz? Por que sou seu
alvo?”
v. 21 Pedido de
perdão (boa coisa!)... mas ainda com muito do eu em vista?
“Se eu morrer em
meu pecado, estarei eternamente sem esperança.” *Pensamentos de morte nos
preparam para sabermos que nossos pecados estão todos perdoados.
Observe:
1. Este é o ponto
mais baixo que um santo pode atingir. “Fim da vida = fim das tribulações.” Uma
verdade somente para os cristãos. Escolher a morte ao invés do pecado (como os
mártires), porém, escolher a vida e o serviço a Deus ao invés de escapar das
tribulações.
2. Não esqueça as
misericórdias passadas. Não presuma que não haverá futuras misericórdias aqui.
Seja agradecido pelas pequenas bênçãos, até mesmo por uma boa noite de
descanso.
3. As provações
fazem brotar o melhor e o pior em nós, normalmente as duas ao mesmo tempo. O
mais forte dos santos não está isento de pecar, assim como mais fraco, não está
sob o domínio do pecado.
4. Combata o
combate da fé versus sentido. Fé: “Provações são boas.” Sentido: “Provações são
más.” Esta é a guerra! Pense biblicamente! Renove bastante a sua mente na
Palavra de Deus.
5. Não deixe que a
brevidade e provações desta vida faça de você uma pessoa amarga contra a vida e
contra Deus.
Descontentamento
com providência = discutir com Deus. “Melhor morrer orando e louvando do que
morrer queixando-se e brigando.” (Henry)
6. Embora Jó
estivesse impaciente aqui, ele iria crescer no final em paciência. Testado. O
final é que importa.
#20 “Hipócrita
injusto!”
Jó 8
Bildade tenta
novamente ter acesso a Jó. Como os mensageiros no capítulo 1, seus amigos se
revezam numa rápida sucessão.
(Se Jó tivesse
respondido como Davi, no Salmo 39, Talvez Bildade não falaria.
Entretanto, *o erro
de Jó não serve de desculpas para eles. A responsabilidade é pessoal.)
Resumo: Ele fala
muitas verdades de maneira abstrata, mas falha na aplicação. Ele pensa muito no
tempo presente e muito pouco na eternidade. Ele não diz nada de novo, mas fala
com mais rigor e menos simpatia do que Elifaz. Primeiras palavras: “Cala a
boca, seu saco de vento!” v. 2. (ele deveria ter demonstrado misericórdia, 6:
14)
*Quão rapidamente
os amigos podem ofender!...virar-se contra e desapontar.
V. 3-7 “Jó, você
não é justo, nem reto.”
v. 3 “Você espera
que Deus torça a Sua justiça por tua causa?” Correto, mas não era o que Jó
precisava ouvir. Sob a aparência de conforto, Bildade está condenando.
*Nós somos pobres
juízes da justiça Divina. Compare Lucas 13: 2, 4. Quanto o pseudo-discernimento
não passa de orgulho disfarçado! “Eu conheço Deus melhor do que você. De fato,
eu sou como um deus para você.”
v. 4 A sentença
mais cruel, vazia de todo tato.
v. 5-7 “Você
precisa se arrepender. Arrependa-se e tudo vai se acertar, as suas
circunstâncias serão corrigidas imediatamente.”
Bildade tinha um
lugar em sua teologia para o pecador arrependido ser abençoado, mas não para o
homem justo ser provado. Mas, como Henry diz: Aflições Extraordinárias nem
sempre são formas de castigar os pecados Extraordinários, mas, algumas vezes, a
prova de graças extraordinárias.
Ele presume que Jó
não seja um homem de oração, v.5, *Não presuma o pior dos outros, deixe que as
evidências falem por si mesmas. (E esteja certo de que saiba quais evidências
deve procurar!)
Deus sempre dá
alívio imediato? A fórmula de Bildade: Os injustos sempre são julgados nesta
vida; todos os que estão sendo julgados, são injustos.
Interessantemente,
Deus dá a volta, mas isto ocorre mais tarde (no cap. 40).
V. 8-10 Apelo a
história, tradição
“A história prova
que minha posição é correta. (Nós somos meninos quando comparados com as
gerações que viveram centenas de anos, e ajuntaram mais conhecimento.)”
Mas e quanto a
Abel, que morreu jovem, como um mártir? E Caim que viveu muitos anos, embora
sendo mau? E Enoque, cuja mensagem de julgamento deve ter lhe causado ameaças e
rejeição?
V. 11-19 O legado
dos hipócritas (em 3 ilustrações)
1. Junco, espadana
ou papiro, v. 11-13. “Começa em lodo, floresce, mas bruscamente morre por
simples causas naturais. Assim ocorre com o hipócrita. Os hipócritas não têm
esperança.” Assim Jó é tido e tratado como sendo um hipócrita. Sem esperança.
2. Teia de aranha,
v. 14-15. “A aranha trabalha muito e tece uma teia, mas ela é frágil e
facilmente destruída por qualquer transeunte. Assim ocorre com a casa do
hipócrita.” Como se a casa terrena fosse a única esperança! Tudo o que Bildade
pensa é baseado nas coisas terrenas.
3. Árvore, v.
16-19. “Tem a aparência de forte e de raízes bem firmes! Mas quando
desarraigada, o lugar onde estava fica completamente coberto. Não há mais
memória dela. Outras vem a crescer no mesmo lugar. Assim acontece com o
hipócrita.” Muita verdade é dita aqui, como no Salmo 37: 35-36, mas não era o
que Jó necessitava.
Ponto de vista de
Bildade: “Jó, os hipócritas injustos sempre caminham da riqueza para a
pobreza.”
*Desmascarar um
hipócrita é um esporte popular. Cristo corretamente fez isto. Esteja certo de
você não é um Fariseu! (Bildade foi alguém injusto aqui, apesar de tudo!)
V. 20-22 Resumindo
o Argumento: Evangelho da Prosperidade.
Problemas com o
evangelho da prosperidade: Está correto em uma parte! Muitas passagens dizem o
mesmo, como Salmos 112; 128. Mas, considere:
- Devemos sempre
deixar um lugar para exceções como a de Jó. (Deus é muito grande para caber em
nossa caixa!)
- Estas promessas
do Velho Testamento tinham uma implicação de âmbito nacional, para Israel,
enquanto eles fossem obedientes. A terra prometida, etc.
- No Velho
Testamento, estas promessas tinham implicações espirituais, como nós hoje somos
a semente espiritual de Abraão.
* Seja cuidadoso na
aplicação de verdades eternas para época de hoje, elas nem sempre se aplicam.
Observe:
1. Há uma maneira
de apresentar a verdade e defender a Deus que é cruel, dura e sem amor. Seja
misericordioso (I Pedro 3: 8), tenha compaixão daqueles com quem você fala.
2. É mais fácil
aprender a verdade, repetir a verdade, do que sabiamente aplicar a verdade.
3. Imagine a
pressão que Jó estava sofrendo, sabendo que estavam olhando para sua
prosperidade exterior a fim de avaliarem sua piedade. Não coloque outros sob
tal pressão, pois se trata de uma regra de medida sem sentido e desprovida de
fundamento bíblico!
4. Não se alegre
com os erros alheios (quer sejam reais ou imaginários). Isto é uma marca de
imaturidade. (Não faça piadinhas a respeito, mesmo que seja verdade).
5. Não meça a sua
maturidade pelas evidências de suas orações atendidas. (v. 5-7) Não há dúvidas
de que Jó estivesse orando, mas suas orações ainda não tinham sido atendidas.
“Não julgue o Senhor pelos seus sentimentos de fraqueza...”
6. Seja paciente,
espere pelo tempo de Deus. Aguarde a justiça eterna, se necessário. Somente a eternidade
é que irá desvendar completamente a justiça de Deus. Não podemos forçar Deus a
cumprir o nosso calendário!
Sofre, pois,
comigo, as aflições, como bom soldado de Jesus Cristo.
7. Não deixe que eu
raciocínio seja apenas terreno. Tempo versus eternidade. “Deus não abandona um
homem justo, pode abandoná-lo por um tempo, mas não para sempre (Isaías 54:
7-8). É verdade que, ainda que não seja neste mundo, mas no vindouro, a boca do
justo se encherá de alegria. Embora o seu sol possa estar nebuloso pela
presença de nuvens, surgirá novamente em pleno esplendor, para nunca mais ser
obscurecido” (Henry) Abatidos, mas não destruídos (II Coríntios 4: 9). “A fé
não é a maneira pela qual a nossa cruz nos é tirada, mas a maneira pela qual a
tomamos.” (Mike Mason)
8. O evangelho da
prosperidade nos deixa sem esperança. Não precisamos dela....tudo é pra agora,
neste momento...não no futuro ou na eternidade. “Deus não manterá esta regra
aqui. Aquele de quem Ele é o Pai e Salvador vive numa vida de calmaria e
descanso aqui? Isso não faria sentido para nós. Por exemplo: Se em nossos dias
os homens bons fossem tratados gentilmente nas mãos de Deus, tivessem tudo o
que desejassem, e o ímpio fosse duramente punido, onde estaria a esperança dos
últimos dias? (Calvino)
9. Pense em Cristo
na Cruz, sofrendo mais do que Jó: Salvou os outros, e a si mesmo não pode
salvar-se. Se é o Rei de Israel, desça agora da cruz, e crê-lo-emos. Confiou em
Deus; livre-o agora, se o ama; porque disse: Sou Filho de Deus. (Mateus 24:
42-43). Deus o livrou de muito mais, até mesmo da sepultura! (Mas os
sacerdotes, anciãos e escribas tinham um calendário como o de Bildade!)
#21 Jó responde a
Bildade
Jó 9
Não podemos deixar
de ter compaixão de Jó. A miséria prolongada, juntamente com o contínuo ataque
dos seus amigos, o levaram a exaustão. Sua fé foi abalada. Deus parece
distante. Ele deseja a morte a fim de escapar da aflição. Talvez o melhor
resumo destes dois capítulos seja a passagem do capítulo 10, verso 15: farto
estou da minha ignomínia. Ele não está falando diretamente a Bildade (como num
argumento pessoal), mas mantém Deus como o foco da discussão. Aqui vemos
algumas declarações importantes e outras não tão grandes.
I. A grande
questão, v. 2.
Jó admite que muito
do que Bildade fala, seja verdade, ou seja: Deus pune os malfeitores e
recompensa os justos. Porém, há mais a ser dito a este respeito.
“Como o homem se
justificaria para com Deus?” “Como alguém pode até mesmo se aproximar dEle?”
Eu não considero
isto como uma reclamação contra Deus (como se Ele fosse tão restrito), mas
antes uma genuína confissão da pecaminosidade do homem e a falta de\esperança
em si mesmo. Jó está se humilhando diante da grandiosidade de Deus.* Um lugar
seguro para se estar! Talvez a resposta das perguntas do cap. 8, v. 3.
“Bildade, todos nós somos pecadores!”
II. O grande poder
e sabedoria de Deus, v. 3-13.
v. 3 “Se entrarmos
num debate com Deus, Sua sabedoria nos deixará sem palavras.”
V. 4 “Sabedoria e
poder pertencem a Ele. Opor-se a Ele é uma proposição perdedora. Eu não sou tão
tolo para lutar contra Deus!”
v. 5-10
Demonstrações do grande poder de Deus:
Montanhas
(dilúvios), terremotos, eclipses e dias nublados, atmosfera, mares, universo
distante (estrela: Ursa maior, constelação de Orion, (Plêiade) Sete estrelas, e
todas aquelas do hemisfério sul). A primeira de várias passagens neste livro
que detalham a criação. Resumo: v.10 Estas são apenas algumas poucas!
*Quem ousaria
resistir a tamanho Deus! Ele é um inimigo terrível, mas um grande amigo.
*O que podemos fazer,
exceto nos submeter a Ele? Adorá-lo?
v. 11 “Estou em
trevas, não sei o que Ele está fazendo comigo. Nem posso imaginar!”
*Não tenha medo de
admitir sua ignorância! É bom para nós ser humilhados.
*Esta é a batalha
da fé, continuar confiando em Deus, embora você não possa vê-LO.
Não pode operar
onde existe vista.
Faz parte da glória
de Deus ocultar algo (Provérbios 25: 2) O que eu faço não o sabes tu agora, mas
tu o saberás depois (João 13: 7).
v. 12 “Quem pode
questioná-lo em qualquer negócio? Ele tem tirado muito de mim...Eu posso
impedi-lo de fazer isso? Eu poderia colocá-Lo a prova somente por
questioná-Lo?”
v. 13 “A menos que
Deus seja misericordioso e retire a Sua ira, os inimigos que obstinadamente se
ajuntaram contra Ele, serão destruídos.” Compare Salmo 2.
*É importante para
nós que sempre nos lembremos da grandeza de Deus. É uma parte vital para
mantermos a perspectiva correta diante de uma longa provação. Olhe para a
criação e ficará humilhado. Considere o quão pequeno você é, e quão grande é Deus.
“Pensamentos duros a respeito de Deus, são pequenas brechas para pensamentos
muito mais enganosos” (Henry).
III. A indignidade
de Jó, v. 14-21
v. 14 “Quem sou eu
para entrar num debate com tamanho Deus?!”
v. 15 “Mesmo que eu
tivesse sem pecado, eu ainda teria razões para me humilhar e submeter á Ele,
que é o Criador. Melhor se submeter do que disputar.”
*Mesmo que o pecado
não tivesse entrado na criação, nós teríamos razões suficientes para nos
humilharmos diante de Deus. Muito mais agora, estando em pecado!
v. 16 “Minhas
orações são tão fracas! Ele não precisa da minha fraca e imperfeitas orações.”
(Ou talvez um tom de amargura, como vs 17 indica.)
v.17-18 Fácil de
ver a razão dos três pensarem que ele estava dizendo que Deus não é justo, pois
eles interpretaram erroneamente estas palavras. Para eles, ele fala como se não
fosse um pecador – Alguém que sofre sem motivo.
Será que Jó está
dizendo que Deus não tem nenhum propósito nestas provações? Eu penso que não.
(Sem motivo no caso de Jó, mas não totalmente sem motivo! – Como vemos no
capítulo 1 e 2.)
Jó não se
defenderia diante de Deus, mas ele o faria diante dos homens.
Talvez, estas
linhas se tornem um pouco embaçadas! *Seja cuidadoso aqui!
v. 19 “Eu não me
comparo á Ele.”
v. 20 Talvez
explique o v. 17. Jó não estava reivindicando sua perfeição diante de Deus,
somente uma perfeição relativa diante dos homens, como o capítulo 1 e 2
corrobora.
“Eu quero que Deus
me justifique. Minha própria autojustificação termina quando encaro o meu
estado de condenação.” Há muita verdade aqui!
v. 21 “Se eu
falasse que sou perfeito, estaria somente mentindo e me tornando meu próprio
inimigo.”
*È bom pensarmos
com humildade a respeito de nós mesmos diante de Deus. Cuidado com a autoestima
e o orgulho daquilo que aprende. Mantenha Deus sempre em vista.
IV. O argumento
inquestionável de Jó, v. 22-24.
“Os caminhos de
Deus não são tão fáceis de discernir como vocês pensam. O justo sofre com os
injustos. As circunstâncias externas nem sempre indicam o caráter de uma pessoa
(Salmo 73). A questão não é se Deus é justo, mas se: “As minhas provações são
evidências de que há algum pecado em mim?”
v. 24 “Olhe para
todas as autoridades malignas na terra. Os juízes justos são privados de
enxergar. Se não é Deus quem faz isto, diga-me então, quem é!”
*há somente um
Deus, e Ele está no absoluto controle de tudo!
V. As lamentações
de Jó, v. 25-35.
v. 25-26 A
brevidade da vida.
v. 27-28 Vãs
tentativas de encontrar conforto: “Simplesmente ignore os fatos”, “Deus não
pedirá contas para mim.” não funcionam. Desespero “Tristeza e temor não irão me
abandonar.”
v. 29 “Se eu sou o
pecador que Bildade diz que sou, então é sem serventia nenhuma minha defesa
diante de Deus”
v. 30-31
“Tentativas de melhorar-se, não uma resposta. “Deus vê quem eu sou realmente.”
“Não posso ocultar nada.”
Resumo: Estou
perdido. Não sei o que fazer!”
v. 32 “Não estou
tratando de igual para igual. “Não posso trazê-lo a mesa de negociações."
v. 33 “Não há
ninguém acima dEle para trazê-lo a mesa a fim de negociar uma solução. Nenhuma
corte suprema para apelar” Árbitro: Juiz. “De outra maneira, eu encontraria
conforto, não medo; solução, não a vara, mas isto está longe da realidade” (V.
34-35).
Jó não era muito
claro a respeito de alguns detalhes da redenção, apesar de confiar em Deus.
*Agradeça a Deus
pela luz do Novo Testamento! Deus tem apontado um Árbitro, Mediador (I Timóteo
2: 5), Advogado (I João 2: 1). Faça uso do seu Árbitro! Veja nEle, um pai
gracioso!
#22 A fé versus
sentimento
Jó 10
É interessante
notar que enquanto o diálogo progride, os amigos falam menos e Jó fala mais
(como de regra).
Revisão:
Pontos que Satanás
quer provar: que Jó serve a Deus somente visando tirar proveito e benefícios
temporais, um interesseiro. “Ele vai amaldiçoá-Lo!”
Deus permite que Satanás
remova todos os benefícios temporais, exceto a vida de Jó.
Jó ainda serve a
Deus. Embora em meio a uma nuvem de dúvidas e confusão, não amaldiçoa a Deus.
A maior de todas as
armas de Satanás são os seus próprios amigos, que vieram para confortá-lo! Eles
oferecem respostas fáceis a questões difíceis, falando verdades suficientes
para se tornarem perigosos. Eles dão a Jó somente duas opções:
1. “Admita o seu
pecado. Todo este sofrimento é merecido.” Eles agem como sua consciência.
2. “Considere Deus
injusto pela maneira como está tratando você.
Como estudamos no
#2, Jó não ousou dizer tal coisa. Isto seria a mesma coisa que amaldiçoar a
Deus! Ele estaria se jogando nas mãos de Satanás. Porém, seus amigos
consideraram suas reclamações como sendo demasiadas.
Como estudamos no
#1, Isto seria como confessar aquilo que não é verdade. Seria como perder sua
integridade. Sua clareza de consciência não o permitiria fazer isto. (É
evidente que ele é um pecador como todo homem o é, mas não havia nenhum pecado
tão extraordinário assim para levá-lo a um tão extraordinário sofrimento, como
seus amigos propuseram.)
A posição de Jó:
“Não há respostas fáceis. Nenhuma das posições é aceitável. Deus é justo e eu
sou sincero e reto. Portanto, o justo sofre por alguma razão que está fora do
nosso alcance. Eu gostaria de obter alguma resposta por parte de Deus sobre o
que está acontecendo. Eu desejaria que Ele simplesmente liquidasse comigo!
Jó parece mais
interessado em defender a si mesmo do que a Deus. Ele acabou sendo justamente
reprovado por causa disso.
Aqui Jó se dirige á
Deus (como no capítulo 7).
Jó fala algumas
coisas boas e outras ruins. Ele, no mesmo capítulo, freqüentemente se move das
profundezas para as alturas. Ele está no meio de uma luta feroz da fé contra o
sentimento (ex: o que ele sente e vê), promessas versus providência. Henry:
“Longe está de Jó pensar que Deus fez alguma coisa errada para ele, mas ele
está quase que totalmente perdido tentando reconciliar Suas providências com
Sua justiça, como alguns bons homens tentaram, e tiveram que aguardar até que
“aquele dia” o declare. Portanto, não vamos abrigar pensamentos errados contra
Deus, pois um dia veremos que não havia motivos para isso.
O que você diria se
estivesse na situação de Jó?
I. Jó desabafa suas
queixas, v. 1-2.
v. 1 “Eu vou
desabafar tudo aquilo que sinto.” Capítulo 7: 11. *Isto geralmente é uma
posição perigosa. Na vossa paciência possuí as vossas almas (Lucas 21: 19). Num
momento de dificuldades, uma vida inteira de confiança pode ser manchada, se
não destruída.
v. 2 Ele não perdeu
completamente a perspectiva! “Direi a Deus: Não me condenes; faze-me saber por
que contendes comigo” *Agradeça a Deus por Romanos 8: 1!
Pelo menos Jó
continua a confiar em Deus, que Ele tem um motivo e que poderia revelá-lo se
assim o quisesse. “Faze-me saber por que contendes comigo.”
*Deus não tem nos
que revelar as Suas razões em permitir que sejamos provados. Vamos manter um
coração humilde diante dEle.
II. Jó questiona
Deus (teoricamente – O que ele diria), v. 3-17.
(Esboço de Durham)
V. 3 è a base para os vs 4-17. Mostra um a um os três pensamentos que Jó
levanta.
- “Oprimes alguém
sem que haja uma boa causa?” (v. 4-7).
- “Tendo permitido
que tais problemas me atinjam, agora vais me lançar fora? 9v. 8-13).
- “Justificarás
estes três homens em seus erros? (v. 14-17).
1. v. 4-7. “Deus
deve tem um motivo para estar fazendo tudo isso. Ele não é ignorante como o
homem, que tortura os prisioneiros para extrair alguma confissão deles. Senhor,
Tu sabes e conheces tudo, sabes tudo a meu respeito. Conheces o meu caráter.
Não estou escondendo nada.”
*O tesouro de uma
consciência pura. “Se uma mosca pudesse falar, ela testificaria das minhas
orações, comprometimento e pureza.”
2. v. 8-13. “Há
incongruência aqui: Tu me fazes, mas me destróis.”
V. 10-11 Intrigante
descrição do desenvolvimento da vida no ventre materno.
V. 12 Preservação.
v. 13 *Fique firme
na verdade que você já conhece! O combate da fé. “Deus sabe o que está
fazendo!” Atos 15: 18. Conforto da criação (neste caso das almas,
individualmente). Ela (criação) mostra sabedoria, poder e bondade. O propósito
principal de Deus, Sua grandeza.
3. v.14-17 Jó numa
maré baixa. “Eu sei que Tu és justo e que julgas o culpado. Meus amigos estão
certos? – Há algum pecado assim tão grande em mim? Eu não espero que Tu vás
isentar a culpa.”
V. 15 “Se não
tivesse cometido nenhum pecado, não me vangloriaria disto. Eu sou tão fraco!
Estou tão confuso! Tem misericórdia de mim, Ó Deus!” (“Meus inimigos estão
certos, apesar de tudo? Tu vais ficar do lado deles contra mim?”)
*A criança debaixo
da vara da disciplina pode ficar muito confusa. Ele dificilmente poderia
compreender seus próprios pensamentos e palavras. Que nível tão baixo podemos
chegar!
*Quando confuso,
guarde seus lábios (e coração).
V. 16-17 “Aparentas
ser meu inimigo! Todas estas mudanças foram para pior, não foram apenas um ou
dois golpes, mas Tu desencadeaste uma série de ataques numa guerra total contra
minha vida.” Henry: “Enquanto vivermos neste mundo, devemos esperar que as
nuvens voltem após as chuvas, e que talvez uma provação mais séria e difícil
esteja reservada para o final.”
III. Jó lamenta por
sua vida, v. 18-22
...pela 3º vez.
(Capítulo 3, 7). *Algumas tentações e pensamentos retornam. Podemos lutar com
alguns até a hora da morte.
Ele tinha
considerado a vida como um favor (v. 12), agora era uma maldição. (Que
inconstância!)
v. 20 “Me deixe
sozinho, me deixe morrer em paz!”
V. 21-22 Jó tinha o
mesmo ponto de vista terrível sobre a morte como os outros homens, mas sua
presente miséria era tão grande, que esta lhe parecia pior do que a morte. (Os
santo do V.T não viam a felicidade da partida de suas almas, isto não lhes foi
revelado até o tempo do N.T, II Coríntios 5, Filipenses 1.)
*Há conforto na
própria oração e não somente na resposta dela. Veja o comentário de Durham:
Mesmo que sua oração seja fraca e deficiente, continue orando! Orai sem
cessar...
Bispo.
Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciência da Religião Dr. Edson Cavalcante
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