Pages

quarta-feira, 4 de março de 2015

ESTUDO SOBRE AS ADVERTÊNCIAS DE DEUS ATRAVÉS DO PROFETA MALAQUIAS...


       ESTUDO SOBRE AS ADVERTÊNCIAS DE DEUS ATRAVÉS DO PROFETA MALAQUIAS...
Malaquias é o último profeta menor no Velho Testamento. Profeta menor quer dizer que é um profeta baixinho? Que nada, pessoal. Não tem a ver com a estatura do homem, mas com o tamanho do Livro que ele escreveu. O Livro de Malaquias, por exemplo, só tem quatro capítulos, por isso a denominação de profeta menor.
Pois bem. Malaquias significa “Mensageiro de Deus”, um belo nome para um profeta e Malaquias foi o homem que Deus usou para falar a Seu povo depois do cativeiro em Babilônia. Não há muitas referências históricas a seu respeito, porque o Livro de Malaquias não faz menção a nenhum rei, ou episódio histórico que facilite a identificação do período de suas profecias.
No contexto histórico o que se sabe é que os filhos de Israel ainda estavam sob o domínio persa, apesar de terem regressado da Babilônia. O Templo estava restaurado, mas o povo judeu voltou aos seus pecados de estimação e não foi fiel ao Senhor. É bom lembrar que os judeus regressaram da Babilônia em dois grupos: o de Esdras e depois o de Neemias. O povo estava desanimado, havia um desejo coletivo de tornar ao poderoso reino, sob a liderança de um grande rei, mas isso, efetivamente, não aconteceu naqueles dias. Isso levou o povo à desesperança e foi bem aí que Malaquias começou a ser o “mensageiro de Deus”.
Malaquias enfatiza o amor de Deus por Seu povo, apesar das circunstâncias, e o profeta prega contra o descaso e a arrogância dos sacerdotes pela Lei, que exerciam uma influência negativa sobre o povo. É uma equação: desprezo pela Lei é igual ao aumento do pecado. Malaquias não se tornou nada popular entre os sacerdotes de sua época.
Naquele tempo o povo de Israel estava inseguro do amor de Deus, por causa de suas muitas aflições. É uma realidade isso, sempre que passamos pelos desertos e tempestades da vida, começamos a duvidar que Deus nos ama e não conseguimos levantar os olhos para aceitar os caminhos do Senhor. Aquilo que consideramos o melhor para nós, muitas vezes se revela uma armadilha adiante e é de nós mesmos que nos protege o Senhor.
Quando alguém se perde na floresta, o manual de sobrevivência recomenda que se suba numa árvore alta, para de lá tentar avistar um rio, uma estrada, uma clareira, algum ponto de referência que nos sirva de orientação para sair da mata. Deus é o homem que subiu na árvore, Ele enxerga bem mais longe do que nós e nos orienta a sair da situação difícil.
Muito bem. Logo no comecinho do Livro de Malaquias, Deus ressalta Seu amor pelo Seu povo e diz: “Eu vos tenho amado, diz o Senhor. Mas vós dizeis: Em que nos tens amado? Não era Esaú irmão de Jacó? disse o Senhor; todavia amei a Jacó, e odiei a Esaú; e fiz dos seus montes uma desolação, e dei a sua herança aos chacais do deserto.” (Malaquias 1:2-3). Deus passeia em nossos corações e sabe o que precisamos ouvir Dele.
Os israelitas estavam sofrendo várias aflições e começaram a achar que Deus estava sendo infiel à Sua aliança eterna com Abraão e é aí que Ele fala de Seu cuidado com Seu povo durante todos aqueles anos e que na realidade era o povo quem estava sendo infiel e havia deixado de amar e honrar o Senhor. Observe a inversão de valores: o povo era infiel e atribuía a Deus infidelidade.
De todas as muitas, preciosas e atuais lições do Livro de Malaquias, o destaque fica por conta da pregação a respeito dos dízimos e ofertas, veja: “Roubará o homem a Deus? Todavia vós me roubais, e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas. Com maldição sois amaldiçoados, porque a mim me roubais, sim, toda esta nação.” (Malaquias 3:8-9). Este é o texto mais contundente a respeito de dízimos e ofertas. É duríssimo, mas de grande valor para todos os que querem servir a Deus com fidelidade.
Quem não entrega a Deus a décima parte de seus ganhos está roubando a Ele, mas o texto não termina em maldição, muito pelo contrário, veja só: “Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim nisto, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós uma bênção tal até que não haja lugar suficiente para a recolherdes.” (Malaquias 3:10).
Deus manda levar todos os dízimos à Casa do Tesouro e depois faz um desafio: fazei prova de mim nisto, "e vejam se não vou abrir as comportas dos céus e derramar sobre vocês tantas bênçãos que nem terão onde guardá-las.” (tradução da Nova Versão Internacional).
O dízimo é uma obrigação? Não, dá quem crê, quem topa o desafio com Deus. Os evangélicos têm obrigação de pagar dízimo para os pastores? Esta é uma pergunta constante e recorrente na vida dos evangélicos, isso quando nossos amigos não dizem que pagamos dízimos para os pastores “ladrões”. Estamos acostumados.
Dízimo não é maldição, é bênção. Não pagamos dízimos para pastores, entregamos a parte de Deus em Sua Obra. Se alguém rouba o altar não é conosco, nossa parte termina no altar, na hora em que depositamos o fruto do nosso trabalho para Deus, daí por diante é com Ele.
Malaquias apesar de ter sido usado por Deus para pregar contra os sacerdotes de seu tempo, escreveu a respeito do dízimo, o que nos permite concluir que Deus só quer nossa obediência em entregar o dízimo, independentemente de quem são os pastores de plantão. A questão de pastores ladrões, de obreiros infiéis a Deus, é outra coisa e quem lida com este problema é o Senhor, diretamente, sem intermediários.
Toda a pregação de Malaquias é muito atual, não resta a menor dúvida, e Malaquias fez várias profecias a respeito de Jesus, a quem chama de “Sol da Justiça”, veja: “Mas para vós, os que temeis o meu nome, nascerá o sol da justiça, e cura trará nas suas asas; e saireis e saltareis como bezerros da estrebaria.” (Malaquias 4:2). Jesus é o ponto central de toda a Bíblia. Do Antigo ao Novo Testamento, tudo aponta para o Cristo de Deus, para o nascimento, morte e ressurreição de Jesus de Nazaré. Resta você também reconhecer em Jesus o seu Salvador e passar da morte (pecado) para a vida. O primeiro passo é seu.

LIVRO DE MALAQUIAS

O Livro de Malaquias é um livro profético que faz descrições que mostram a necessidade de reformas antes da vinda do 
Messias. Por ser um livro curto e de acordo com a catalogação, Malaquias é o último dos profetas menores, tendo sido escrito por volta do ano 430 A.C., sendo que o seu nome não é citado em mais nenhum livro da Bíblia.
O profeta Malaquias foi contemporâneo de Esdras e Neemias, no período após o exílio do povo judeu na Babilônia em que os muros de Jerusalém tinham sido já reconstruídos em 445 A.C., sendo necessário conduzir os israelitas da apatia religiosa aos princípios da lei mosaica.
Os temas tratados na obra seriam o amor de Deus, o pecado dos sacerdotes, o pecado do povo e a vinda do Senhor.
Nas últimas linhas deste livro do Antigo Testamento bíblico, vemos uma exortação de Deus às famílias: "converter o coração dos pais aos filhos e dos filhos aos seus pais". No término do livro de Malaquias convida-se ao arrependimento da família como alicerce da sociedade.
Outro tema tratado no livro de Malaquias refere-se às ofertas e aos dízimos, nos versos de 7 a 12 do capítulo 3, passagem esta que é muito utilizada com o objetivo de se justificar com amparo bíblico a contribuição da décima parte das rendas dos fiéis de uma organização religiosa.
Embora o dízimo tenha sido reconhecido desde a época de Moisés, nos dias de Malaquias os sacerdotes do templo recolhiam as ofertas e não repassavam para os levitas, para que eles pudessem utilizá-las para cuidar dos próprios levitas, dos órfãos, das viúvas e viajantes. E isso fez com que o profeta (Malaquias) iniciasse uma advertência a todos sobre o roubo do dízimo: "Com maldição sois amaldiçoados, porque a mim me roubais, vós, a nação toda." (Malaquias 3:9)

ESTUDO DO LIVRO DE MALAQUIAS

INTRODUÇÃO:
Tema: O que acontece com aquele que não percebe o quanto é amado por Deus?
(Cada subtema é uma resposta a esta pergunta).
Versículo Chave: “Eu vos tenho amado, diz o SENHOR; mas vós dizeis: Em que nos tens amado?...” (Ml 1.2).
Objetivo: Com as pregações de Ageu e Zacarias, o povo de Israel se sentiu estimulado a sair da Babilônia e reconstruir a Casa do Senhor. Entretanto, com o passar do tempo, começaram a esfriar na fé pelo fato de não virem todas as profecias se cumprirem (por exemplo Ag 2.8,9,21-23; Zc 12 a 14). Começaram a acusar Deus de ser infiel em cumprir o que prometeu quando, na verdade, eles é que haviam se distanciado do verdadeiro sentido da lei de Deus. Embora fizessem os sacrifícios que a lei determinava, não havia zelo. Faziam só o que queriam, e ainda assim quem qualquer preocupação que os mesmos expressassem o caráter do Criador.
E o pior que ainda tinha coragem de pensar que Deus não os amava (Ml 1.2) e que era canseira (Ml 1.7,8,12,13) e perda de tempo servir ao Senhor (Ml 3.14,15). Ora, como eles podiam esperar resposta favorável cultuando a Deus sem fé (Hb 11.6; Tg 1;5-7), de qualquer jeito, como se a Palavra de Deus se resumisse a rituais vazios (Ml 1.12,13)?
Ninguém se importava em ver o sofrimento dos outros (Ml 1.2-5). Preferia se aprofundar na amargura (Hb 12.15) e na promiscuidade sexual, vindo a se divorciarem de suas esposas (Ml 2.13-16) e casarem com mulheres pagãs (Ml 2.10-13).
Além de não se alimentarem da Palavra de Deus (ver Dt 8.3; Mt 4.4), estavam ensinando errado às pessoas(compare Ml 2.8 com Mt 5.19; Lc 11.52) e fechando a chave da ciência ao reter os recursos necessários para a realização do culto a Deus (Ml 3.7-10). Ao invés de se manterem unidos ao povo do Criador, preferiam fazer alianças profanas, só para tentarem achar suas vidas neste mundo (Mt 10.39).
Enfim, Deus responde às acusações do povo de Israel.
MALAQUIAS 1 NÃO TEM DISPOSIÇÃO NENHUMA PARA O BEM; ANTES, TENTA JUSTIFICAR SUA PREGUIÇA ALEGANDO QUE DEUS NÃO O AJUDA E QUE O AMOR ESFRIOU NOS CORAÇÕES (Mt 24.12). Tal pessoa...)

VS. 1  QUEM ESCREVEU O LIVRO, QUANDO E PARA QUEM ELE FOI ESCRITO?
Malaquias significa “meu mensageiro”. Foi o penúltimo dos profetas do Antigo Testamento (o último foi João Batista, já que a Nova Aliança só entra em vigor com a morte de Jesus (ajunte todos estes versículos e você verá isto - Ef 2.14-16; Cl 2.14; Hb 7.12; 9.16,17)).
Entre Malaquias e João Batista houve silencio de cerca de 400 anos. É bem provável que ele tenha sido contemporâneo de Neemias e ministrado sua palavra na época que Neemias tinha voltado à Pérsia para ter com o rei Artaxerxes (Ne 13.6). Nesta época os israelitas se apostataram da fé (Ne 13.1-12). Note como alguma das queixas de Malaquias tinha haver com os erros do povo na época de Neemias:
     Casamento misto (Ne 13.1-3,23-28; Ml 2.10-16);
     Desobediência ao preceito do dízimo (Ne 13.10-13; Ml 3.7-12);
Um detalhe importante é dizer “Peso da palavra do Senhor contra Israel”. Ora, mas quem voltou da Babilônia não foi Judá? Entretanto, em vários lugares das escrituras, vemos Judá sendo considerado como todo o Israel (Ed 7.10; 2Cr 12.6; 21.2; 28.19).
E não é para menos: como o cetro nunca se apartaria de Judá (Gn 49.10) (e é bem sabido que o líder é o representante dos seus subordinados), logo Judá é o verdadeiro representante de todo o Israel.

VS. 2 a 5  ... NÃO DESEJA VER QUANTAS PESSOAS ESTÃO COM A VIDA ARRUINADA E SEM ESPERANÇA DE MELHORA (Pv 29.7), MAS SÓ FICA SE CONSUMINDO NA SUA AUTOPIEDADE (Pv 11.17)
Em resposta ao sentimento de abandono que tinha tomado conta dos israelitas, Deus diz: “eu vou tenho amado”. Note que Deus não fala apenas que “os ama”, mas sim “os tenho amado”, mostrando que seu amor não era algo que estava começando a partir daquele momento, nem mesmo algo pontual no tempo. Antes, sempre esteve presente e vinha se manifestando desde a época de Jacó e Esaú (VS. 2 e 3).
Eles, porém, não entendiam o amor de Deus e, então, perguntaram: “em quê nos tens amado?”.
Deus mostra que Seu amor não é algo circunstancial, que depende do que somos ou fazemos (ver Dt 7.7,8; Os 11.1). Antes, é algo que faz parte Dele e da Sua escolha soberana (ver Rm 9.10-13) e se manifesta naquilo que Ele deseja fazer por nós e através de nós.
A raiz do pecado de Israel era a insensibilidade deles para o amor de Deus e para a maldade que havia no coração deles. Daí Deus ordenar:
“Circuncidai, pois, o prepúcio do vosso coração e não mais endureçais a vossa cerviz.” (Dt 10.16);
Ao invés de ser grato a Deus por tudo que deixara em suas mãos, eles lamentavam o que lhes foi tirado ou privado. Por mais absurdo que pareça, quanto mais o amor de Deus é manifestado, menos Ele é reconhecido (isto quando a pessoa acaba se voltando contra Ele – ver 2Cr 26.15,16; Ez 28.17). Isto porque, quanto mais bênçãos a pessoa adquire, mais coisas ela tem para se apegar (além do próprio Deus) e, obviamente, mais oportunidades para perder e, com isto, culpar Deus por causa das aflições que vêm (ver Pv 11.24-28), já que mais lhe será requerido (Ec 5.11,12; Lc 12.47,48). Ora, mas Deus não nos deu a bênção para nos cercar de deleites, mas para que dispuséssemos de mais meios para chegarmos até às pessoas. Logo, temos que nos queixar pelos próprios pecados (Lm 3.39), ao invés de acusar impiamente a Deus de indiferença para com nosso bem-estar.
No que Deus deixa de dar atenção a alguém (ou, se preferir, o deixa à sua própria vontade), este passa a sofrer uma série de aborrecimentos. Daí Deus dizer amei a Jacó e aborreci a Esaú (Rm 9.13). Entretanto, ao invés de repararem no quanto sofre aqueles que não são favorecidos pelo amor, misericórdia e compaixão de Deus pelo próximo, ficavam lamentando a disciplina de Deus. Chegavam ao ponto de considerarem os ímpios como bem-aventurados (Ml 2.17; 3.14,15). Em outras palavras, só enxergam coisa ruim (Tt 1.15), mesmo quando o bem e a paz estão ao seu redor (Jr 17.6; Is 48.22; 57.19-21).
Daí Deus lhes mostrar o quanto Esaú estava sendo aborrecido pelo fato de lhes ter deixado à vontade com sua falsa prosperidade material. Chegaria a hora em que seriam destruídos (Jr 49.18; Ez 35.3,4,7,9,14,15; Ob 10) e, quando isto acontecesse, mesmo que eles se esforçassem para recuperar o prejuízo, seria em vão (VS. 3 e 4).
A princípio, à questão de Deus aborrecer Esaú deveria se resumir ao fato de Deus escolher Jacó para ser o instrumento usado por Ele para constituir um povo para si, Ele deu ocasião para Esaú sentir ciúmes, já que ele era o primogênito.
Porém, no que ele se recusou a aceitar o plano de Deus (o maior servirá ao menor - Gn 25.23), ele ficou condenado a tornar-se um termo de impiedade (só fazendo e sofrendo o mal (Is 33.1; 2Tm 3.13; Tt 3.3), com a mão de todos sendo contra ele e a dele contra todos (Gn 16.12)), ou seja, alguém que só será usado como vaso de ira (Rm 9.21.22): viver para ser a vara de Deus contra os desobedientes. Ser capaz de saber que Jesus é o Senhor, só quando sofre perdas e destruição (Ez 35.15). Logo, quando a escritura diz que o Senhor aborreceu (ou odiou, dependendo da versão) a Jacó, lembra o que está escrito nos seguintes trechos (Lc 14:26; Mt 10:37; Gn 29:30,31; Dt 21:15, 16).
Contudo, você já pensou no motivo pelo qual Deus favorece a uns e a outros deixa à vontade dos seus desejos? Justamente para que possamos dar-lhes oportunidade de enxergarem o quão bom é estar debaixo da disciplina de Deus. Daí Deus fazer com que os olhos do Seu povo enxerguem isto: a fim de que eles possam se compadecer dos desfavorecidos e, deste modo, sentirem prazer em serem usados por Ele para poderem contemplar Sua grandeza também fora dos limites de Israel (VS. 5).

VS. 6 a 14  ... NÃO CONSEGUE (E NÃO QUER) ENXERGAR O VALOR DO QUE LHE ESTÁ SENDO OFERECIDO NA MESA DO SENHOR, VINDO A DESONRAR A DEUS EM TODO TRABALHO DAS SUAS MÃOS, FAZENDO AS COISAS DE QUALQUER JEITO
Você já reparou quantas leis são feitas para dificultarem as pessoas de exercitarem a bondade de Deus na vida delas? Você pode ser processado por conduta indevida caso, por exemplo:
      Tente socorrer um acidentado. O correto, segundo dizem, é chamar e esperar pelos bombeiros, que são capacitados para isto;
      Dando um remédio para alguém. A desculpa é que, por não ser médico, você pode agravar o mal na vida da pessoa.
Como o ser humano já é, naturalmente, mau e indolente, é a desculpa perfeita para deixar o amor ao próximo para os outros e, com isto, poder se dedicar mais a si próprio (aliás, este é o slogan desta sociedade hedonista).
Muitos, para justificarem seu desejo em ser mau e egoísta, alegam que não trabalham de graça porque nunca receberam nada de graça, de ninguém. A estas pessoas eu pergunto:
1.    Quando você estava sendo concebido no ventre da mãe, o que você fez para obter todos os nutrientes necessários para o desenvolvimento das tuas células? Aliás, como se deu a formação de cada órgão teu e o que você fez para merecer a formação adequada de cada um deles (Sl 139.13-16)? Aos tais Deus pergunta:
“Quem primeiro me deu, para que eu haja de retribuir-lhe? Pois o que está debaixo de todos os céus é meu.” (Jó 41.11).
Isto não é tudo! Como que cada um dos teus órgãos tem conseguido funcionar adequadamente até hoje, se nem você conhece teus órgãos, tampouco sabe como eles realmente funcionam? Como teu cérebro pode funcionar com tanta exatidão, até dormindo?
2.    E quanto às tuas habilidades? Você acha que você as tem porque é bonzão e esforçado? Quem te deu fôlego de vida, força, energia, saúde e fez com os teus órgãos funcionarem? O problema é que certas coisas vão se tornando tão naturais na nossa vida, que achamos que elas sempre farão parte de nós. Mas até para você se levantar, andar, sentar, etc., você depende de Deus (Sl 139.1-4).
3.    Com relação à tua sabedoria, se Deus não “soprá-la” em teu espírito, até um deficiente mental terá mais êxito do que você (Jó 32.8). Basta você pensar que a humanidade caiu tanto que até as formigas (Pv 6.6), as aves (Mt 6.26) e os lírios do campo (Mt 6.28) estão sabendo mais que a maioria.
4.    E quando você era bebezinho e criancinha, o que você fez para receber o leite materno, bem como todo cuidado, tratamento e proteção dos teus pais?
5.    E quanto à salvação e vida eterna, o que você fez para merecê-la (ver Sl 49.7,8; Ef 2.8,9).
6.    Mesmo com relação às outras pessoas, você realmente nunca recebeu nada de graça, mesmo? Nunca recebeu um “favorzinho” que seja? Na hora que você foi agraciada, seja com a obtenção de uma informação ou com o lugar que alguém lhe cedeu (na fila ou no assento) por ver você necessitado, você não gostou disto? Como, agora, você pode dizer que isto não é nada? O problema é que a falta de Jesus enche alguém de tanta insatisfação que, mesmo que alguém lhe desse o mundo, se comportaria como porco, a saber: pisando com os pés as pérolas que lhe são dadas e se voltando contra quem as deu. Como já dito, o amor de Deus é mais negligenciando justamente na vida de quem mais é favorecido.
Em última instância, eu insisto: você nunca recebeu nada, mesmo de ninguém? Nadinha? Quer dizer que todo o mundo se voltou contra ti e você é mera vítima? Se assim for, eu te pergunto: será que a culpa é de todos? Ninguém presta? Todos estão errados e só você certo?
7.    E quanto ao teu cônjuge e filhos? Eles nunca realmente te deram nada? Nem um abraço, sorriso ou “beijinho”? Ou será que isto não é nada para você?
E se você não recebe mais, é porque não há lugar na tua vida para Deus preencher com Seu amor e compaixão. Você já se cercou de tantos cuidados e provisões que, mesmo que Deus queira lhe dar o que Ele reservou especialmente para os que O amam (1Co 2.9), não há possibilidade: não há lugar para isto na tua vida.
Além disto, quem é Jesus para você? O maior doido, o maior mentiroso ou o Deus vivo e Todo-Poderoso, vindo em carne para nos salvar de nós mesmos? Se você crê que Jesus é tudo que Ele diz ser, então por que duvida do que Ele disse em Mt 6.33 e é confirmado por Paulo em Fp 4.19?
Resumindo: não há desculpa para recusar o amor de Deus pelo próximo, já que Ele prometeu nos dar o que realmente precisamos (Mt 6.11). Inclusive, já parou para pensar no motivo de ser necessária a hierarquia de cargos no mundo? Justamente para nos ensinar que é impossível uma pessoa ser responsável por tantas. Entretanto, se cada uma enxergasse que tem (e terá) que responder diante de Deus por aqueles que Deus coloca na sua porta, não precisaria de um super líder (Rm 14.10; 2Co 5.10).
A verdade é que, cada um é líder quando se aproxima de outro, já que irá, de uma forma ou de outra, conduzí-lo para uma ou outra parte, dependendo apenas de como irá reagir às circunstâncias.
Muitos achavam (e acham) que as ofertas eram para Deus. Ora, Ele não precisa de nada (Jó 35.6-8)! As ofertas representam aquilo que Deus proveu para nós mesmos. Tais momentos foram dados para aproximarem as pessoas umas das e dos seus líderes, além de proverem as necessidades das viúvas, pobres, órfãos, estrangeiros e levitas (ver Dt 14.29; 16.11,14; 26.12,13).
Logo, quando estiver no seu emprego, não trabalhe de qualquer jeito, como se aquele emprego não tivesse proveito algum. Se realmente o teu serviço não serve para nada (ou é algo mau), então, procure outro serviço! Todavia, jamais faça teu serviço de modo porco, mal feito, pois farás teus clientes infelizes e, no final, acabarás colhendo isto (Gl 6.7-9), além de envergonhares o nome de Deus, o que trará Seu juízo para tua vida (como será visto em Ml 2.2) como, por exemplo, ser condenado a ficar só diante de pessoas de baixa posição (Pv 22.29).
Tenha em mente que o emprego, antes de tudo, é a oportunidade que Deus está te dando para trabalhar a salvação Dele em você (ver Fp 2.12,13; Cl 3.22-24; 1Pe 2.18-21). Muitos acham que é para proverem seu próprio sustento, o que não é verdade (ver Ef 4.28). Este vem de Deus (Sl 127.1,2; Fp 4.19).
Usam erradamente Gn 3.19 para dizerem: “já que cada um tem que viver do seu sustento, então não posso ficar preocupado com os outros.  Tenho muito o que fazer por mim e por minha família”. É muita hipocrisia!
Israel já tinha se acostumado tanto a cultuar a Deus de modo errado que nem conseguiam mais enxergar que estavam desonrando o nome do Senhor. Achavam normal, e muitas vezes até certo, o modo de se aproximarem Dele.
Hoje, igualmente, muitos acham que, por estarem debaixo da graça, podem cultuar a Deus de qualquer jeito, se chegarem a presença Dele por qualquer motivo, como se Ele fosse um qualquer.
Israel já estava com a mente tão cauterizada (1Tm 4.2) que tinham coragem de perguntar: “Em que desprezamos nós o teu nome? Em que te havemos profanado?”. Muitos ofertavam como se Ele não fosse ouvir (o que já contraria Hb 11.6).
Não havia amor e temor reverente a Deus, a saber, aquele desejo de que Ele pudesse ser visto por todos (ver Êx 20.12; Lc 6.46). O casamento, melhor meio para que todos pudessem ver zelo de Deus para com Seu povo, através do cuidado amoroso do marido em conduzir Sua esposa ao lugar onde ela poderia enxergar Deus, estava sendo negligenciado (Ml 2.14).
Quanto às ofertas, ofereciam algo imundo, ou seja, sacrifícios manchados pelo pecado (a saber, com defeito e que, por isto, não apaga, mas reforça o pecado, já que os mesmos são consequência do pecado, servindo para comemorar o mesmo (mostrar a todos o quanto ele é atrativo – Dt 15.21) – Hb 10.3).
O que, todavia, se poderia esperar, uma vez que ninguém se preocupava em zelar por aqueles que se consagravam a Deus? Note como era dever do povo de Deus zelar pela santidade dos seus (Lv 21.8; 22.22,24). No entanto, continuavam a fazer tal como antes do cativeiro: desencaminhando os tais (Am 2.11,12). Como?
[Desprezavam o nome do Senhor oferecendo pão imundo.]
[Profanavam o nome do Senhor dizendo que, aquilo que se oferecia em Sua mesa, era desprezível.]
Entendendo que a mesa do Senhor é o Seu altar e o pão, as ofertas que o povo consagrava a Deus (Ez 41.22), logo não podemos desprezar o que as pessoas ofertam a Deus, ainda que tais coisas pareçam sem valor aos nossos olhos (ver 1Sm 2.17).
Aliás, quando não sabemos dar valor àquilo que realmente é digno, com certeza iremos exaltar o que não é. Resultado: aquilo que Deus dá em abundância e de graça (seu jugo leve -  Mt 11.30) passa a ser considerado sem valor, enquanto que as coisas vãs, más e escassas do mundo, supervalorizadas. Contudo, note como Jesus valoriza a pequena oferta da viúva, mas despreza as grandes quantias dos miseráveis (Mc 12.41-44).
Vem então a pergunta: quanto ou o quê as pessoas têm que te dar para que recebam favor de ti? Por isto é que muitos não se consideravam (nem consideram) amados por Deus: estabeleceram algo muito elevado sobre si, que nem mesmo elas sabem o que é, mas sem o qual, a ninguém possível receber sua atenção.
Enfim, a verdadeira ceia do Senhor consiste de oferecermos nossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus (Rm 12.1). Isto implica em oferecer o que há de melhor em nós e estarmos prontos em receber o que as pessoas estão nos oferecendo, mesmo que seja pouco aos nossos olhos ou até ruim. Ora, se o que a pessoa está ofertando é para Jesus, dentro dos padrões estabelecidos por Ele, quem somos nós para recusarmos a pessoa com sua oferta?
No entanto, é preciso saber diferenciar as coisas. Na época de Malaquias, os sacerdotes não podiam aceitar o povo ofertar algo que não glorifica a Deus (Ml 3.7). Eles deveriam fazer tal como fizeram os sacerdotes na época de Uzias: resistirem fortemente (2Cr 26.16-19), mesmo que isto implicasse em receber ódio, desprezo, etc., das pessoas(VS. 7,8). Se quisermos ser aceitos por Deus, teremos que aborrecer o mundo e aos que são dele (Mt 10.37-39; Jo 5.41; 15.19; Gl 1.10; Tg 4.4 – ver Jó 42.8).
Quantas vezes as pessoas estão roubando a Deus (Ml 3.8), negando-lhe a oportunidade para glorificar a Si mesmo através daquilo que Ele colocou na sua dispensa para o próximo (ver Mt 12.45; 1Co 4.1,2; 1Pe 4.10,11). Contudo, no que ela modifica ou troca isto por algo inferior (Ml 1.14), por achar que este próximo não tem nada de bom para oferecer na mesa do Senhor, está se rebelando contra o seu ajudador (Os 13.9), o que só lhe traz perda. Neste caso, sim, temos que repreendê-la.
É bem verdade que, a princípio, quando suplicamos o favor de Deus, Ele tem piedade de nós (VS. 9). Mas, o que é a piedade Dele? É justamente a capacidade de usarmos de misericórdia com os outros. Logo, como podemos esperar que Ele nos aceite e nos dê algo, se levianamente iremos nos apropriar do bem que Deus colocou em nossas mãos para nos unir ao próximo, dando-lhe bênção falsificada? Afinal, quem é capaz de defraudar até a Deus, que tudo vê, o que não fará com o próximo?
De que adianta ofertarmos coisas a Deus, se não temos disposição alguma em estarmos ligados às pessoas por meio de Sua Palavra? De que adianta Jesus perdoar as pessoas, se é para cada um ficar vivendo a solidão dos seus problemas? Para Deus, é melhor não ofertar nada (Is 1.11-15; Jr 6.20; 14.12; Am 5.21-24), nem mesmo conhecer Sua Palavra (Sl 50.16-21; 2Pe 2.21,22). Daí Ele preferir que alguém fechasse as portas do templo para que nada oferecessem (VS. 10). Antes de pensar em ofertar algo a Deus, se preocupe em ser agradável a Ele. A tua oferta só será prazerosa a alguém (incluindo a Deus), quando, antes de tudo, você for uma pessoa agradável a Ele. Não se trata simplesmente de fazer coisas agradáveis, mas de ser agradável (em caráter, pensamentos e sentimentos). Deus ama ao que dá com alegria (2Co 9.7). Mesmo porque, se não for amor a Cristo e ao próximo, que sentido há (2Co 9.13).
E àqueles que se achavam superiores por serem descendentes de Abraão (nos dias de hoje, por pertencerem a uma denominação ou por, supostamente, acharem que acreditam no Criador), Deus estava dizendo que, se eles não se dispusessem a dar glória ao nome Dele, seriam rejeitados e substituídos pelos gentios que eles tanto desprezavam(Is 60.3,5; 66.19,20; Mt 3.9; 8.11,12; Lc 3.8; Jo 10.16; Rm 10.19; 11.11,14; Ap 21.24-27).
O que os israelitas não entendiam é a universalidade do Reino de Deus. Não pense que isto é só agora, após o sacrifício de Jesus. Já pensou, por exemplo, no que significa o título Rei dos Reis (VS. 14; Sl 48.2; 1Tm 6.15). Significa que Ele também usa reis a fim de que eles possam conhecê-lo (ver Is 44.28; 45.1; Ez 29.18-20).
Note como a ordem para encher a terra com a glória de Deus já era conhecida desde o Éden, antes mesmo de entrar o pecado no mundo, sendo parte da primeira ordem dada ao ser humano (Gn 1.28; Is 11.9; Hc 2.14; Jo 4.21,23; 1Tm 2.8).
Inclusive, note como, mesmo no Antigo Testamento, havia gentios que: queimavam incenso, ou seja, oravam a Deus (Sl 141.2; Ap 8.3). Basta pensar que Urias, que era de Hete,  Raabe, a meretriz de Jericó, e Rute, a moabita (povo do qual Deus tinha até mesmo proibido que fizesse parte da Sua congregação – Dt 23.3; Ne 13.1), entraram até mesmo para a genealogia de Jesus (Mt 1.5,6); traziam ofertas puras ao Senhor. Mas como, se sacrifícios podiam ser oferecidos apenas no altar de Jerusalém? Com certeza isto era metafórico (veja Sl 51.17; Hb 13.10,15,16; 1Pe 2.5)
Eles consideravam os gentios como imundos, mas eles é que eram os imundos. E, se a mesa do Senhor estava imunda, é porque eles a estavam deixando neste estado (VS. 7 e 12). Como poderia ser diferente? Se eles tinham a petulância de dizer que Deus estava os cansando com tantas atividades (quando, na verdade, eram eles que estavam cansando a Deus com seus pecados – Mq 6.3; Is 43.22-24; Ml 2.17,18; 3.13), o que mais se podia esperar? É importante ressaltar também que, ao dizer que Ele é temido entre os gentios, estava exortando os israelitas, já que, nem isto, eles faziam.
Os próprios sacerdotes incentivavam o povo a ofertarem o pior (por exemplo, no que faziam concessões para agradar seus amigos), o que, agora, eles esperavam que viesse à mesa? Com certeza só haveria de vir ofertas com defeito (Lv 22.20; Ml 1.8), dilacerada por animais (Êx 22.31). Enfim, só coisas nojentas. Isto, quando não ofereciam o que roubavam (ou incentivavam os outros a roubarem dos outros). Como, depois, eles podiam esperar ser aceitos por Jesus? Aliás, nestas circunstâncias, o que significa ser aceito por Ele?
Se não é para usarmos os dons que Deus nos dá para ajudarmos o próximo e conseguirmos, com isto, a testificação da Palavra no coração de todos pelo Seu Espírito Santo, a fim de sermos unidos com eles, então o que esperamos obter com os recursos deste mundo?
Portanto, se você tem um “animal macho (ver Lv 1.3,10) e sadio no rebanho”, não prometa e ofereça ao Senhor o defeituoso (VS. 14). Ou seja, entregue a Deus aquilo que Ele já proveu na tua vida para Ele mesmo (Gn 22.8).
Uma vez que Jesus morreu para desfazer as obras do diabo na vida de todos (Jo 3.16; 1Jo 3.5,8), logo, pode semear sobre as muitas águas (Ec 11.1) que Deus permitir que passem por você (Is 43.1); com certeza você irá colher tudo que fizeres por amor do nome Dele (Hb 6.10). Uma vez que Jesus levou sobre Si os pecados de todos e Seu nome é terrível entre as nações (o que implica na presença Dele em tais vidas – ver Gn 28.15-17; Ef 4.6), é possível que elas venham a ser mudadas.
MALAQUIAS 2.1-16 SE ISOLA DE QUALQUER EXPRESSÃO DE AMOR E, POR ISTO, ACABA SOZINHO NA SUA MESQUINHEZ E INCAPAZ DE SE ADAPTAR AOS PRECEITOS DE JESUS (At 16.20,21). Tal pessoa...


VS. 1 a 4  ... NÃO DESEJA HONRAR A DEUS, PREFERINDO SER DESTRUÍDO POR AQUILO QUE DEVERIA LHE SALVAR (VER Rm 7.8-10) E AMALDIÇOADO POR AQUILO QUE FOI FEITO ESPECIALMENTE PARA SI
Quem insiste em dizer que não é amado por Deus, não conseguirá ver nada de bom naquilo que Deus lhe concede, não se proporá a honrá-lo através daquilo que Ele lhe deu e, com certeza, acabará indo parar na congregação dos mortos (Pv 21.16), vivendo dos próprios excrementos e do excremento que se lhes atiram na cara(VS. 3).
Os sacerdotes são os primeiros a serem repreendidos (ver 1Pe 4.17) porque, do contrário, eles irão arrastar, consigo, muitos para o erro. Deus tinha um mandamento especial para os sacerdotes (VS. 1), o qual eles deveriam ouvir e colocar no coração (VS. 2), com a disposição de darem honra ao nome do Senhor. De nada adianta guardar os mandamentos só por obrigação, como se eles não tivessem utilidade alguma.
Quando a pessoa não serve a Jesus com Sua abundância, por amor, acabará servindo seus inimigos em troca de ingratidão e uma série de coisas vãs e más (Dt 28.47,48). E o pior: com suas bênçãos amaldiçoadas, não conseguirá ser feliz com aquilo que foi tirado de dentro de si (ver Gn 2.24), feito especial e exclusivamente para ele (VS. 2).
E a situação era tão dramática que eles se tornaram incapazes, até mesmo, de enxergar a miserável situação na qual eles estavam (como se deu com Sansão (Jz 16.20) e Laodicéia (Ap 3.17)). Note que, embora Deus já viesse amaldiçoando suas bênçãos (como disse que faria aos que não ouvissem Sua voz – Lv 26.14; Dt 27.15-26; 28.15-68), eles achavam que esta profecia era para o futuro (VS. 2). Daí dizer: “...amaldiçoarei as vossas bênçãos [futuro]; já as tenho amaldiçoado [passado]...”.
Um exemplo desta maldição estava na comida. Como eles não se importaram em limpar os alimentos antes de oferecê-los ao Senhor (Lv 1.9,13), agora seriam obrigados a comer o bucho do animal (uma das recompensas deles – Dt 18.3) sujo de excremento (o qual, muitas vezes, iria espirrar na cara deles enquanto estivessem comendo – VS. 3). E como esta sentença já vinha sendo executada, eles já tinham se acostumado tanto com o gosto que nem estavam notando a diferença, achando tudo normal (tal como hoje, as pessoas ingerem carne e nem conseguem perceber o gosto de fezes proveniente da ração contaminada que estes animais comem).
Muitos acabam se acostumando tanto à maldição, que até passam a gostar dela. Daí Deus reprovar a descendência de Levi, caso eles não propusessem, de coração, a ouvi-lo (VS. dois e três). Quem se alimentava de excremento, acabava fazendo do mesmo, elemento constituinte do seu ser, sendo condenado a partilhar do destino deste, a saber, ser lançado para fora do arraial e servir de nutriente para a terra e animais imundos (ver 1rs 14.10; Jr 16.4).
É assim que você quer terminar? Vendo todo o fruto do teu trabalho indo parar nas mãos de pessoas más (que só querem prejudicar este mundo), ou nas mãos de feras e animais peçonhentos? Se você não souber dispor teus bens com juízo (Sl 112.5), o diabo o usará para a injustiça. Este é o destino de quem é reprovado por Deus.
Agora eu te pergunto: é preciso chegar neste ponto para sabermos que foi Jesus quem nos enviou Sua Palavra (VS. 4)? Por que temos que sofrer, para depois fazermos aquilo que sabíamos que devia ter sido feito desde o princípio?
Os mandamentos do Senhor como um todo (Ml 4.4), em particular este de dar honra ao nome Dele (VS. 2), eram justamente o requisito para que Sua aliança continuasse com Levi (VS. 4). Para nós, que motivo é suficientemente grande para abandonarmos qualquer relacionamento? Quem assim faz é porque não enxergou o valor do mesmo na sua vida.

VS. 5 a 9  ... NUNCA ENCHERÁ SUAS ENTRANHAS DA VERDADEIRA LEI DE JESUS (AMOR A DEUS E AO PRÓXIMO), SENDO CONSIDERADA INDIGNA E DESPREZÍVEL DIANTE DE TODOS (E SUJEITO A Is 33.1; 2Tm 3.13; Tt 3.3)
A lei deve estar na boca, já que, quem controla a língua, é capaz de refrear o corpo (Tg 3.2). Considerando que nenhum ser humano é capaz de controlar a própria língua (Tg 3.8), mas que a boca fala do que a pessoa entesourou no coração (Lc 6.45), logo a Palavra da Vida e da Paz só poderá estar na nossa boca se nosso coração estiver cheio dela (Mt 12.34). Daí a Escritura Sagrada dizer que a salvação depende de confessarmos Jesus como Senhor com nossa boca (Rm 10.8-10).
Quando Deus levanta alguém como profeta ou servo Dele, não adianta a pessoa buscar conseguir honrarias, tentando agradar os filhos da perversidade (VS. 9). A única coisa que ela conseguirá é se tornar abominável (Pv 17.15).
A lei de Deus não é para nos dar privilégios materiais (concedendo-nos benefícios que, muitas vezes, deveria ser dos outros), mas sim para descobrirmos a forma correta de sermos favoráveis aos outros. Quando Malaquias disse que a aliança de Deus com Levi foi de vida e de paz (VS. 5), não quer dizer que vida e paz são meras consequências que vêm com a obediência. Antes, a própria aliança é a vida e a paz.
Tal paz não significa estar livre de pessoas desagradáveis. Antes, significa ter Jesus como nossa aliança. E a vida que não se acaba (que é o que está sendo prometido aqui – Nm 25.13) consiste em andar em Sua presença (ver Jo 17.3; Gn 5.22-24; 6.9; 17.1). É Sua presença que nos faz descansar (Êx 33.14; Jó 22.21; Is 27.5; At 4.19; Tg 3.18), ou seja, nos liberta daquela sensação insaciável de querer sempre mais e mais (isto é paz, a saber, ser contente com aquilo que se tem – 1Tm 6.7,8).
A lei de Deus é uma expressão de amor (1Jo 5.3), sendo ela uma das dádivas que Deus nos dá (Sl 19.11; Nm 25.12). A outra é a própria presença Dele (Ez 37.26). Inclusive, note como, mesmo no Antigo Testamento, Deus não prometia habitar em lugares luxuosos. O concerto de paz lhes permitiria habitar em segurança no deserto, dormir nos bosques (e não em mansões caríssimas). Deus sacia nossa sede; contudo, fazendo brotar o rio de Vida no nosso interior (Jo 4.14; 7.37-39), e isto quando estamos no deserto (veja Is 41.17,18; 43.19,20). Deus faz resplandecer luz na nossa vida quando estamos nas trevas salvando os que se acham presos ali (Is 9.1,2; Mt 4.15,16; 2Co 4.6). Daí o VS. 6, onde mostra Levi, no passado, apartando a muitos da iniquidade (Dt 33.10).
Inclusive, é justamente nestes momentos obscuros, a saber, nos quais parece impossível obedecer à lei de Deus, que Ele manifesta Sua luz e sacia nossa sede de paz, justiça, etc. Em outras palavras, é quando somos perseguidos (Mt 5.10-12) por querermos manter Sua justiça, verdade, honestidade e bondade, que Deus nos revela a luz da Sua Palavra (Sl 119.105) que nos faz enxergar Seu caminho (Na 1.3; 1Co 10.13).
 Precisamos parar de respeitar as pessoas quando elas estão no erro (Pv 24.23; 28.21). Porque os descendentes de Levi estavam se mostrando parciais na hora de interpretar e praticar a lei (VS. 9), eles perderam o valor deles e se tornaram dignos de desprezo (VS. 9).
Precisamos temer e tremer ante o nome do Senhor (VS. 5), buscando sempre estar no conselho Dele (Jr 23.22)a fim de que todo o povo ouça Suas palavras e se converta do Seu mau caminho (Dn 12.3; Tg 5.20). Infelizmente, as pessoas não estão conseguindo enxergar a vida e a paz contidas na aliança de Deus (VS. 5). Com isto, não conseguem temê-lo (VS. cinco).
Uma coisa é certa: apenas quando enxergamos o amor de Deus por nós é que somos constrangidos a uma mudança (2Co 5.14). Muitos creem, erroneamente, que é a severidade do mal que muda a pessoa. Ninguém pode ser perfeito no amor enquanto estiver preso no medo (1Jo 4.18), já que este mantém o olhar da pessoa fixo em si mesmo e na maldade que ameaça lhe sobrevir (veja o que acontece – Jó 3.25,26).
É preciso viver com Deus, andando o tempo todo com Ele (Gl 5.16,25). Enquanto Levi assim procedeu (ainda que, no caso dele, este andar foi por fé e obediência (e não por uma intimidade profunda com o próprio Deus), retendo a verdadeira justiça na sua boca e em seus lábios), ele permaneceu na paz e retidão, apartando a muitos da iniquidade (VS. 6). A função judicial era cumprida (como deveria ser – Lv 10.10,11; Dt 17.8-10; 19.17), o que mantinha, no coração de todos, a disposição de fazer o que é bom (Ec 8.11).
Afinal, era função dos sacerdotes guardar o conhecimento, de modo que todos os demais homens tivessem a quem se dirigir quando precisassem buscar alguma instrução (Dt 24.8; Ed 7.10; Jr 18.18; Ag 2.11). E ai daquele que não se dispusesse a conhecer a Deus e a manter em Sua mente, constantemente, a lei do Senhor: seria rejeitado e esquecido por Ele (Os 4.6), junto com sua família.
Junto com os profetas, eles eram considerados anjos (mensageiros) do Senhor na vida de todo o grupo de pessoas que se ajuntam para lutar por algo ou alguma coisa (Ag 1.13).
A diferença é que, enquanto que pessoas mortas em seus delitos e pecados iam até o sacerdote para ouvir uma palavra “morta” (ou seja, que foi proferida no passado), de modo a tomarem conhecimento da conduta devida a ser tomada numa dada disputa ou demanda, o profeta era conduzido por Deus em direção a alguém para revelar-lhe algo novo, especialmente para ele.
Hoje, nós, como sacerdotes que têm livre acesso à presença do Pai (1Pe 2.5; Ap 1.6; 5.10), somos o anjo(mensageiro) da Igreja (Gl 4.14). Logo, temos sempre que estar em comunhão com o Pai (Jr 23.18,22) a fim de que, em nossa boca, esta sempre o maná (Dt 8.3; Mt 4.4; Lc 4.4) que edifica (Ef 4.29).
Quem, contudo, não quer ficar ligado a ninguém (preso com os laços do amor – Os 11.4), se torna incapaz de receber, dentro de si, a Palavra que pode salvar a alma sua e a dos outros (Tg 1.21). Obviamente, tal pessoa irá de se desviar do caminho, ou seja, da aliança que Deus fez com todos nós (VS. 8) e, obviamente, irá ensinar isto aos outros, levando-os a tropeçar na fé.
E quando falo em ensino, não estou me referindo apenas ao aspecto teórico. Como cada um é aquilo que crê, todas as atitudes da pessoa servirão de estímulo à maldade (1Sm 2.17; Mt 18.6; Lc 17.1). E o pior de tudo é que muitos estarão vivendo estes princípios, como se estivessem servindo a Deus (Jr 18.15). É por esta causa que muitos acabam desviando da fé: uma vez que Deus não se compromete com as interpretações erradas da Sua Palavra, mas apenas com Sua Palavra pura, logo é logico que nada irá funcionar.
Em outras palavras: quando a pessoa corrompe a aliança ou o ministério (Ne 13.29), estes perdem toda a eficácia (Zc 11.10). A partir de então, não adianta a pessoa tentar colar a aliança quebrada. No que a criança pequena entra em contato com coisas que agradam sua carne, ela vai se distanciando dos pais e de tudo de bom que Deus deu para ela. A única alternativa é nascer de novo: só assim a inocência pode ser restaurada.
Isto significa romper com tudo que tinha adquirido antes (conceitos, valores, bens, amizades, etc.). Sei que isto parece esquisito. Contudo, após a aliança com Jesus, todos os relacionamentos anteriores perdem o significado. Ninguém pode continuar vendo Deus e as pessoas segundo a carne (2Co 5.16). Somente aqueles que se submeterem ao tratamento de Jesus poderão ter paz conosco.
Do contrário, tentar-se-á conciliar Jesus e o mundo (Mt 6.24; Tg 4.4), o que fará de nós sacerdotes desprezíveis e indignos diante de TODO o povo (como se deu com Eli (1Sm 2.30) e os sacerdotes na época de Malaquias (VS. 9)), visto que não seremos capazes de nos mostrarmos integrais na manifestação da lei do amor a Deus e ao próximo (VS. 9, a qual implica em viver a verdade na vida de todos). Usurparemos a posição de juiz, que cabe unicamente a Deus, tentando favorecer uns em detrimento a outros (algo que Deus abominava – Lv 19.15).
Fique claro que o papel de julgar o povo, no Antigo Testamento, não era do sacerdote, mas do juiz. O sacerdote deveria fazer com que a mesma fosse conhecida corretamente por todos, inclusive pelos juízes, de modo que estes pudessem, movidos pelo Espírito de Deus, julgar corretamente. Daí os dois serem vistos juntos em algumas passagens (Lv 10.10,11; Dt 17.8-10; 19.17).
Enfim, se tentarmos, através da lei, determinar quem merece o quê, acabaremos rejeitados por Deus e nos tornando vis.
VS. 10 a 12  ... ACABARÁ ROMPENDO A ALIANÇA COM O POVO DO CRIADOR PARA CRESCER NA SOLIDÃO DA FAMA E DOS RECURSOS MATERIAIS QUE LHES FOI PROMETIDO PELOS ADORADORES FALSOS?
Você já parou para pensar no verdadeiro sentido da aliança de Deus conosco? Levar-nos a sermos leais uns com os outros (VS. 10), principalmente com os domésticos na fé (Gl 6.10). Afinal, além de ter sido o mesmo Deus que nos criou, Ele também é o nosso Pai (Jó 31.15; 1Co 8.6; Ef 4.6), mostrando que nossa criação não foi meramente física. Antes, Deus nos criou para sermos separados dos demais povos (Êx 19.5; Lv 20.24; Dt 7.3), de modo que fôssemos Sua propriedade particular (Dt 32.9,10; Ml 3.17; Sl 102.18; Is 43.1; 60.21; Ef 2.10).
Logo, quando profanamos a aliança que Deus fez com Sua Igreja, não estamos prejudicando apenas a nós. Estamos traindo a Igreja. Sempre que não temos responsabilidade com os compromissos assumidos em Cristo Jesus, estamos prejudicando Sua amada Igreja.
Mas quando se faz aliança com alguém que não adora o Deus verdadeiro (ou O adora, mas do modo errado), tudo que tal pessoa faz é uma expressão exata desse falso deus que a pessoa criou para si. Como já visto, cada pessoa é uma expressão exata daquilo que crê ou, se preferir, cada um é aquilo em quê acredita.
Quem faz este tipo de aliança está profanando a santidade do Senhor, que nada mais é do que a Igreja Dele (veja Sl 47.4), a qual é a guardiã da Sua Palavra (1Tm 3.15). Tanto é assim que a permanência do marido ou da mulher crente em Jesus, no lar, santifica tanto o cônjuge, quanto os filhos (1Co 7.14). É bom lembrar que a família é a primeira célula da Igreja, e esta é uma família.
Os homens de Judá, em particular, tinham se casado com adoradoras de deuses estranhos (VS. 11; Ed 9.1,2; 10.2; Ne 13.23). Tais mulheres eram consideradas filhas desses deuses (Jr 2.27), já que se tornavam iguais a eles (ver Sl 115.8; 135.18).
O destino de tal pessoa é ser desleal e praticante de toda sorte de abominações, o que resultará na exclusão dela da comunhão com todos aqueles que poderiam lhe capacitar para a bondade (VS. 12). Isto vale para qualquer tipo de pessoa, seja para o que:
vela, ou seja, para os estão sendo usados como pastores, já que é este o papel deles; o que responde, ou seja, os que estão sob os cuidados da autoridade;
Com isto Deus quer mostrar que, não importa o quê ou quanto eles ofertem. Nada poderia aplacar a ira de Deus na vida deles, a menos que eles se arrependessem e convertessem. Em outras palavras, a oferta não servia para perdoar pecados (o que condiz com Hb 10.3), mas sim para que houvesse possibilidade da pessoa enxergar Deus exercendo Sua justiça a fim de restaurá-la ao lugar onde ela poderá ouvi-lo e sentir Sua presença. Ou seja, não é o que ofertamos a Deus que nos salva, mas sim aquilo que Ele fez e faz por nós.
Daqui também podemos concluir que esta ideia de que Deus irá punir apenas o mestre, pastor ou profeta que ensina errado, é completamente estranha aos ensinamentos contidos na Escritura Sagrada:
Tanto o que vela, quanto o que responde, serão excluídos (VS. 12);
Tanto o cego que está guiando, como o que está sendo guiado, cairão no barranco (Mt 15.14);
Tanto o auxiliador quando o ajudado cairão (Is 31.3);
Tanto aquele que profetizou, quanto aquele que foi atrás do profeta, serão enganados e destruídos (Ez 14.9,10);
Enfim, quem se envolve com a mulher estranha (ao Reino de Deus e seus princípios), não atinará com as veredas da vida, estando condenada a ser excluída de Israel (Pv 2.18,19).

VS. 13 a 16  ... FATALMENTE IRÁ DESFAZER O LUGAR QUE DEUS PROVEU PARA SUA SALVAÇÃO, A SABER, SEU LAR, VINDO A ADULTERAR O PROJETO DE DEUS EM SUA VIDA COM OUTRO PARCEIRO
A insensibilidade no coração deles era tal, que não conseguiam mais enxergar a verdadeira razão de ser de Israel, de modo que ficavam indignados por Deus não estar aceitando as ofertas deles (VS. 13; ver Is 58.2,3), a ponto de perguntarem a Deus: “por que?”.
Um ponto importante: o que levou os israelitas a deduzirem que Deus não estava aceitando as ofertas? As adversidades na vida deles. Entretanto, ao invés de tentarem descobrir em quê eles estavam errando (como quem tem prazer na presença de Deus), a fim de restaurem o relacionamento deles com Deus, eles preferiram ir atrás de novos relacionamentos com outros deuses que nada tinham haver com eles.
Ora, se não damos certos com o Deus verdadeiro e com aqueles que Ele criou especialmente para nós (família, principalmente), o que nos faz pensar que daremos certo com estranhos que nada tem haver conosco? Tal como numa árvore, os relacionamentos nos são acrescentados à medida que cultivamos os relacionamentos que Deus já colocou na nossa vida (tal como novos ramos surgem a partir do crescimento de um já existente). Não podemos, de modo egoísta, querer nossas amizades apenas para nós. Quem quer ter muitas amizades, nunca desenvolve uma amizade que tenha tudo haver com aquilo que há dentro de si. Resultado: acaba repleto de galhos pequenos, frágeis, estranhos e sem qualquer proveito.
Entretanto, já reparou o quão rápido eles reincidiam no erro. Note como eles aderiram ao casamento misto em (Ed 9.1,2), depois em (Ne 13.23,24) e, por fim, agora (VS. 10-12), como se fosse pouco corromper a mesa e o sacerdócio do Senhor.
 Considerando que a finalidade do casamento é produzir uma descendência de piedosos para Deus (VS. 15), logo não há desculpa para o divórcio. Inclusive, foi também por isto que Deus criou apenas uma Eva: para demonstrar esta verdade e ensinar para Adão (e todos nós) que não existe substituta. Se aquela viesse a faltar por qualquer motivo, ficaria só pro resto da vida. Isto o estimularia a dar sua vida a ela, já que, caso ela viesse a faltar, jamais acharia outra igual (Ef 5.25-27).
No Antigo Testamento isto acontecia porque, no caso de imoralidade sexual de um dos cônjuges, este e seu amante eram mortos (Lv 20.10; Dt 22.22). Daí Jesus dizer:
E “Eu vos digo, porém, que qualquer que repudiar sua mulher, não sendo por causa de fornicação, e casar com outra, comete adultério; e o que casar com a repudiada também comete adultério.” (Mt 19.9).
Quando Jesus disse isto, o Antigo Testamento estava em vigor, de modo que, quando um dos cônjuges fornicava, morria e, uma vez viúvo, estava livre para casar com quem quisesse (Rm 7.1-3), desde que no Senhor (1Co 7.39).
Entretanto, do contrário, a ordem é não separar, já que a utilidade do casamento não é satisfazer nossos desejos carnais, mas sim proporcionar um ambiente favorável onde a semente da piedade possa se desenvolver em nós. Os filhos, por exemplo, são o mecanismo de Deus para que a pessoa possa experimentar Seu amor dentro de si e, com isto, deixar de pensar em si mesmo isoladamente, ou seja, cercado apenas de riquezas.
Muitos israelitas, para defender sua conduta indevida (casamento misto), tomavam Abraão como base, já que ele teve relações com Hagar, à egípcia. No entanto, o que Abraão buscava não era prazer da carne, mas sim o cumprimento da promessa de Deus, a saber, a descendência de piedosos prometida (Gn 15.5).
Já outros procuravam justificar o adultério, alegando o mesmo que os israelitas da época de Jesus: que Moisés tinha permitido (Dt 24.1-3). Contudo, Jesus mesmo disse que este nunca foi o plano original de Deus, sendo permitido apenas por causa da dureza do coração deles, a fim de que eles vissem o quão nocivo é buscar a presença de Deus fora da vontade Dele.
Eles não queriam admitir que a aliança com o cônjuge era, antes de tudo, uma aliança com Deus (ver Pv 2.27; Gn 2.24; Mt 19.6). Deus é testemunha entre o homem e a mulher da sua mocidade, a saber, a primeira mulher com quem ele teve contato sexual. Labão era um que não enxergava isto, preferindo fazer do montão que Jacó e seus descendentes ergueram (Gn 31.45,46 - mas que Labão disse que foi ele quem eregiu (Gn 31.51), pois ainda achava que tudo que era de Jacó ainda era dele (Gn 31.43)), a testemunha diante de Deus entre ele e Jacó, da aliança firmada entre eles (que, por sinal, era uma aliança de condenação, para servir de testemunho contra o transgressor – Gn 31.44), onde um dos termos desta aliança era a fidelidade de Jacó para com suas filhas. Ora, não precisava deste montão chamado Galeede para testemunhar isto. Em se tratando de casamento, o próprio Deus já é a testemunha (VS. 14).
Já reparou na ênfase que a Palavra de Deus dá à mulher da mocidade? Veja (Pv 5.18; Is 54.6). Note, inclusive, a ligação entre ser fiel a esta e a ordem para cuidarmos de nós mesmos (VS. 15; Mc 13.9; Lc 17.3; Lc 21.34; 2Jo 8). Logo o modo para vigiarmos é amando o próximo como a nós mesmos (Mt 24.45), repreendendo-o quando necessário (Lv 19.17; Ez 3.17-21; 33.7-9; Lc 17.3). E quem mais próximo do que o cônjuge? Por isto Deus ordena que a mulher não se separe do homem (1Co 7.10-14) e vice-versa.
Quer uma prova da relação íntima entre igreja e família? Repare que, assim como a família nada mais é do que Deus separando um rapaz e uma moça do mundo para viverem Cristo na vida um do outro, Deus criou somente Adão e, posteriormente, fez aliança apenas com Abraão (embora, na época dele existissem milhares de pessoas na terra), justamente para nos ensinar que o culto a Deus não consiste em falar bem Dele para as pessoas (como se Ele precisasse de advogado ou assessor de imprensa) ou cantar para Ele, mas sim em exercitar Sua piedade na vida do próximo.
Contudo, esta só é possível quando todos constituem uma só carne. Não há como se falar em piedade em seres com necessidades e interesses diferentes. Lembre-se que compaixão é “sofrimento comum”. Daí Deus fazer marido e mulher de uma só carne (Gn 2.21-24). Percebe que Deus não transforma rapaz e moça numa só carne; antes, Ele une aqueles que, antes mesmo de existirem na vida um do outro, já eram uma só carne (analise com calma Mt 19.4,5). Logo, quando duas pessoas pensam em casar, devem se perguntar: “o que existe na minha vida que poderia tanto interessar à outra pessoa? O que existe dentro de mim que poderia lhe ser útil no Reino de Deus?”.
Deus está em busca de alguém em quem Seu Espírito de adoração (Jo 5.22-24), intercessão (Ez 22.30), justiça (Is 64.5), força (2Cr 16.9) e glória (1Sm 13.14) possa repousar. E o casamento é a semente de Deus na terra (VS. 15). Em outras palavras: quem lança na terra semente de laranja, colhe laranja; quem lança a semente do casamento, colhe Jesus (analise, por exemplo, 1Tm 2.14,15).
Por isto Deus odeia tanto o divórcio (VS. 16). Tais pessoas cobrem a violência com suas vestes (VS. 16), sendo que o correto é o homem estar cobrindo sua esposa (ver Dt 22.30; Rt 3.9; Ez 16.8). Se pensarmos que veste é símbolo de justiça, logo eles estavam tentando cobrir a violência que estavam fazendo com as esposas, através da lei mosaica (por exemplo, Dt 24.1-3).
E o pior é que, com isto, eles acabavam manchando a justiça de Deus em suas vidas, seja com a prática do pecado, ou com as consequências dele (neste caso, em particular, o aborto. Quantos, por causa de uma gravidez indesejável, tentam matar o bebê ainda no ventre). Um exemplo disto é Davi que, para esconder seu adultério, tentou induzir Urias a se deitar com sua mulher, a fim de que todos pensassem que o menino era filho dele (2Sm 11.8-13). E, como ele não fez isto, para tentar continuar sendo justo aos olhos do povo, matou Urias com a espada dos filhos de Amon (2Sm 11.15; 12.9).
Por fim, eles acabavam fazendo da violência as suas vestes (Sl 73.6; Is 30.1-3,9-12; 31.1-3). Daí Deus dizer, por duas vezes seguidas, para eles cuidarem deles mesmos e não serem infiéis (VS. 15 e 16)...
Bispo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciência da Religião Dr. Edson Cavalcante


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.