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sábado, 28 de fevereiro de 2015

JEZABEL UMA RAINHA PAGÃ NO GOVERNO DA NAÇÃO DE DEUS...


                    JEZABEL UMA RAINHA PAGÃ NO GOVERNO DA NAÇÃO DE DEUS...
Jezabel é uma das personagens femininas mais intrigantes do Antigo Testamento. Inteligente, dominadora e hedonista, ela viveu contrário a tudo o que o seu nome significa. No hebraico, 'Iyzebel quer dizer “casta”, todavia essa rainha é conhecida na história bíblica como mulher impudica e idólatra.
Jezabel era uma princesa sidônia, filha do poderoso Etbaal (no hb. “com Baal”) – um poderoso rei da Fenícia – adoradora de Baal-Melcarte, um falso deus fenício, e rainha de Israel durante o reinado de Acabe, cerca de 870-853 a.C. (1Rs 16.29-31; 18.19). Conjecturo que Jezabel era alta sacerdotisa da deusa Astarte, divindade, que, conforme crido na época, era esposa de Baal. No culto a esses deuses eram praticados todos os tipos de orgias, como explico em minha obra A Família no Antigo Testamento.
Embora a Lei Mosaica proibisse o casamento com os povos pagãos, o incrédulo Acabe casou-se com a mais poderosa e vil mulher da Fenícia. Este casamento não fora realizado pelos sacerdotes diante do Senhor, mas pelos sacerdotes de Baal, diante desta mesma divindade (1Rs 16.31). A confiança de Acabe não estava em Iavé, mas nos acordos diplomáticos feitos por Onri, seu pai.
Esta união, no entanto, trouxe a ruína moral, espiritual e social do reino do norte, Israel. A capital Samaria tornara-se a partir de então o centro religioso do culto a Baal e a Astarte, contendo no palácio 450 profetas de Baal e 400 sacerdotisas de Astarote ou Asera (1Rs 18.4). Isto significa que não apenas foram mortos os profetas, mas também muitos sacerdotes fiéis a Iavé.
Neste período lúgubre, o palácio transformou-se em antro de luxúria, malandragem, excessos e vícios sexuais. Tudo com a participação do rei Acabe, da rainha Jezabel e dos profetas e sacerdotisas de Baal e Astarte. O paganismo de Jezabel unia prostituição e homossexualismo com religião e religiosidade. Esta é uma das principais razões pelas quais Jezabel é conhecida como prostituta. E na verdade o era, entretanto, uma hieródula, ou prostituta sagrada.
É impossível desassociar o culto pagão ao casal herogâmico Baal e Astarte da prostituição sagrada, da falolatria, dos sacrifícios de crianças, das ervas alucinógenas, feitiçaria entre outros desvios (2Rs 9.22). E, segundo a tradição fenícia e canaanita, o rei e a rainha eram elementos indispensáveis nessas festividades, pois a presença deles assegurava o favor das divindades cultuadas. A rainha Jezabel incitava o rei Acabe para fazer o que era “mau aos olhos do Senhor”, diz o redator das crônicas dos reis (1 Rs 21.25).
Uma das primeiras iniciativas da rainha Jezabel foi exterminar os profetas do Senhor e colocar no palácio os sacerdotes, sacerdotisas e profetas de Baal e Astarte. Depois, preocupou-se em matar os poucos servos de Deus que lhe resistiam o poder inconteste. Assim, começa a perseguir Elias, o único profeta ainda a lhe resistir o poder publicamente (1Rs 18 e 19) e, mais tarde, o indefeso Nabote (1Rs 21.14).
A vida impudica de Jezabel recebeu a justa retribuição divina pelo modo como morreu. Leia 2 Reis 9.30-37. O nome desta mulher tornou-se sinônimo de idolatria, falsos profetas, prostituição, falsos ensinos, tolerância ao pecado, perseguição aos servos de Deus, heresias entre outros. É com esse sentido que o nome Jezabel aparece em Apocalipse 2.20.
No entanto, a associação de Jezabel com ornamentos femininos e com o chamado “kit Jezabel”, é uma brincadeira de mau gosto. Provavelmente resulta de má compreensão do texto de 2 Rs 9.30 que relata a visita de Jeú e o fato de a rainha se pintar e se adornar para receber o profeta.
Todavia no Antigo Testamento era muito comum as mulheres se adornarem com artefatos de ouro, prata e cobre, além é claro, de usarem maquiagem. A imagem caricata que se faz dessa personagem é jocosa e não representa a realidade, mas apenas tenta exprimi-la.
A Bíblia está repleta de exemplos de mulheres santas que usavam esses artefatos e que se adornavam, conforme o costume da época. Todavia, o apodo “jezabel” é usado mais freqüentemente para descrever os costumes imorais e a impiedade que crassa na religião e, infelizmente, adentrou numa comunidade cristã nos idos do primeiro século depois de Cristo.
Modernamente, os nomes “Jezabel” e “Balaão” são associados aos pecados morais, à apostasia, à ganância financeira, à simonia, e amor ao dinheiro. Infelizmente, não poucos cristãos e líderes que estão presos pelos tentáculos que acorrentaram Jezabel e Balaão. Fujamos em tempo oportuno...
Bispo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciência da Religião Dr. Edson Cavalcante


sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

ESTUDO SOBRE SACRIFÍCIO AO SENHOR NOSSO DEUS...


                              ESTUDO SOBRE SACRIFÍCIO AO SENHOR NOSSO DEUS...


"As Ofertas que Deus falou a Moisés a respeito, eram um meio de adoração, e também um sacrifício para perdão e restauração pessoal diante de Deus. Muitas das ofertas estavam relacionadas com o Altar de Holocausto.

Os sacerdotes sacrificavam várias ofertas à Deus, que eram oferecidas pelos seus próprios pecados e também pelos pecados do povo (tanto pecados conhecidos como desconhecidos). Algumas ofertas eram oferecidas regular e frequentemente, enquanto outras eram oferecidas apenas em certos casos de necessidade".

OFERTA DO HOLOCAUSTO

LV 1.3-17; 6.8-13

DESCRIÇÃO

1. Ao falarmos sobre a Oferta do Holocausto, precisamos entender que este tipo de sacrifício corresponde a toda carne queimada sobre o altar do holocausto. A palavra holocausto vem do termo hebraico "hle" - `olah, e tem como significado "queimado que sobe". No dizer de Shedd:

O termo original ‘olah de significado ‘aquilo que sobre’, tanto podia referir-se à oferta que subia ao Senhor, como ao ‘cheiro suave’ (Lv 1.17), ou ainda ao animal inteiro, e não apenas parte dele, que era oferecido, ou erguido sobre o altar. Embora não seja o mais importante, é no entanto este sacrifício o que se menciona em primeiro lugar, talvez por ser o mais grandioso" (2)

2. Alguns detalhes importantes relacionados aos holocaustos:

a) Os holocaustos deveriam ser oferecidos a cada manhã e também ao cair da tarde. Nos dias comuns deveria ser oferecido apenas um cordeiro com um ano de idade, sem defeito, mas aos sábados, dois cordeiros deveriam ser oferecidos pela manhã e outros dois à tarde, Nm 28.9-10, "9 No dia de sábado, oferecerás dois cordeiros de um ano, sem defeito, e duas décimas de um efa de flor de farinha, amassada com azeite, em oferta de manjares, e a sua libação; 10 é holocausto de cada sábado, além do holocausto contínuo e a sua libação".

b) Em virtude da frequência e regularidade em que ocorriam estes sacrifícios, eles eram também chamados de "sacrifícios contínuos", Êx 29.42, "Este será o holocausto contínuo por vossas gerações, à porta da tenda da revelação, perante o Senhor, onde vos encontrarei, para falar contigo ali". Os israelitas podiam somar aos holocaustos, ou sacrifícios contínuos as chamadas "ofertas queimadas".

c) O ofertante colocava as mãos sobre o animal destinado ao sacrifício, reconhecendo nele o seu substituto. Um detalhe importante é que o próprio ofertante abatia o animal na presença dos sacerdotes, os quais aspergiam o seu sangue sobre o altar, Lv 1.4-5, "4 E porá a mão sobre a cabeça do holocausto, para que seja aceito a favor dele, para a sua expiação. 5 Depois, imolará o novilho perante o SENHOR; e os filhos de Arão, os sacerdotes, apresentarão o sangue e o aspergirão ao redor sobre o altar que está diante da porta da tenda da congregação". O animal inteiro, com exceção do seu sangue era, então, queimado e a fumaça subia representando a consagração do ofertante diante de Deus. Não podemos nos esquecer que o holocausto seria sempre uma "... “Oferta queimada, de aroma agradável ao SENHOR”, Lv 1.9.

SIMBOLISMOS

a) No Holocausto, o animal sacrificado deveria ser entregue sobre o altar para ser queimado. Isto era agradável a Deus, "cheiro suave": "Assim queimarás todo o carneiro sobre o altar; é um holocausto para o Senhor; é cheiro suave, oferta queimada ao Senhor", Êx 29.18. Da mesma maneira, Cristo entregou-se por nós em sacrifício a Deus, Ef 5.2, "... e andai em amor, como Cristo também vos amou, e se entregou a si mesmo por nós, como oferta e sacrifício a Deus, em "cheiro suave". A expressão "cheiro suave", vem dos termos gregos: "osmh" (osme) – cheiro, aroma e "euwdia" (euodia) – "cheiro doce", "fragrância", "perfume agradável". O sacrifício de Cristo pelos nossos pecados subiu a Deus como uma fragrância agradável a Deus. Falando sobre o sacrifício de Cristo nos escreve Mesquita:

"Jesus, nosso holocausto, foi entregue, nada reservando de sua santa personalidade, Seu sangue, sua mente, sua vontade, sua alma, Ele entregou ao fogo da vida e da cruz. Não será repetição dizer que o sacrifício de Cristo no Calvário reuniu todos os antigos sacrifícios numa forma perfeita e infinita, Toda a vida de Jesus foi um holocausto, mas a morte foi o seu clímax. É certo que ele não foi literalmente queimado, mas também nada lhe faltou para que fosse consumido pelos sofrimentos da cruz. Ali, te se deu todo inteiro em substituição, em obediência ao Pai. Nós, que agora vivemos e levamos o resto das aflições de Cristo, também oferecemos diariamente o nosso sacrifício. Nisso não fazemos mais que imitar o Senhor".(3)

b) Assim como o animal era levado ao sacrifício sem oferecer qualquer resistência, Cristo também, no dizer do profeta Isaías foi conduzido ao "matadouro", não demonstrando qualquer resistência aos seus opressores e algozes, Is 53.7, "Ele foi oprimido e afligido, mas não abriu a boca; como um cordeiro que é levado ao matadouro, e como a ovelha que é muda perante os seus tosquiadores, assim ele não abriu a boca". Pelo contrário, as Escrituras nos dizem que Jesus entregou-se a si mesmo para o sacrifício, Gl 2.20, "Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé no filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim". Esta entrega foi motivada pelo verdadeiro amor! No dizer de Paulo: "Mas Deus dá prova do seu amor para conosco, em que, quando éramos ainda pecadores, Cristo morreu por nós", Rm 5.8.

c) Um ponto importante a considerar é que nos sacrifícios, o animal era uma representação do pecador; o sacerdote era representação da divindade. Homem e Deus estavam presentes ali! Em seu sacrifício, Cristo cumpriu estas duas exigências legais. Ele foi o "Cordeiro" oferecido em holocausto – "... eis o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo", Jo 1.29. Mas, foi também ao mesmo tempo o Sacerdote, que conduz o homem à presença de Deus. Como diz Mesquita:

"O sacerdote tinha de ser da própria natureza do pecador, para poder interceder por ele e sentir todas as suas necessidades; tinha também de ser da natureza divina, para poder aproximar-se dela. De sua identidade com a raça em geral e com o pecador em particular, nada se pode dizer em contrário, porque ele era homem como os demais. Sua relação com a divindade era obtida por meios cerimoniais, que por sua vez eram prototípicos. O sacerdote devia ser consagrado, conforme veremos nos capítulos 8-10 de Levítico, e, por essa consagração, era inteiramente separado, para fins religiosos, dos demais homens. Era uma pessoa que, não obstante ser homem, era olhada como vivendo acima dos homens, partilhando dos privilégios da divindade mesmo. Assim, de um lado, ele era aceitável ao pecador como pertencente à mesma raça; por outro, era aceitável a Deus em virtude de sua consagração.

Era, pois, para todos os efeitos, o mediador entre o pecador e Deus. A temporalidade deste ofício é inquestionável, considerando-se que ele não podia simpatizar em toda a extensão com a raça, nem podia partilhar perfeitamente da natureza divina. Sua obra era, pois, para o tempo somente, e as lições dela, para a eternidade"...
Bispo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em ciência da Religião Dr. Edson Cavalcante


quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

SENHOR SOMENTE TU PODES NOS DÁ LIVRAMENTOS...


                            SENHOR SOMENTE TU PODES NOS DÁ LIVRAMENTOS...
Depois do silêncio vem o livramento
Bom é ter a esperança e aguardar em silêncio a salvação do Senhor (Lm 3:26)
Creio que uma das coisas mais difíceis para os cristãos de hoje é esperar no Senhor. Não é fácil “esperar no Senhor” em tempos como os atuais, onde tudo corre a mil por hora.
Creio também que mais difícil ainda é esperar em silêncio o livramento de Deus. Mas muitas vezes o silêncio em Deus significa confiança e calma.
O salmista Davi dizia:
“Somente em Deus, ó minha alma, espera silenciosa; dele vem a minha salvação”.(Sl 62:1).
Existem momentos da nossa vida que a melhor coisa é o silêncio. Embora não seja fácil manter-se em silêncio, principalmente diante de perseguições, afrontas, injúrias e difamações. Mas a palavra de Deus nos mostra que muitas vitórias do povo de Deus , aconteceu quando o povo se calou.
Diz a palavra de Deus no livro de Isaías que nos anos do Rei Ezequias de Judá, subiu Senaqueribe, rei da Assíria, contras as cidades fortificadas de Judá e as tomou. Muitas tentativas tentou Senaqueribe para conquistar Judá. Primeiro tentou desmoralizando o Senhor (Is 36:10), depois tentou fazer as pazes com Judá, subornando-os com comidas e terra abundante, já que estavam famintos. Diz a palavra que após mais uma afronta, o povo se calou e não lhe responderam nenhuma palavra, pois assim havia ordenado o rei dizendo: Não lhe responderei. Após esta última afronta o Rei Ezequias se pôs a orar a Deus e qual foi a palavra do profeta em resposta do Senhor: Não temas, por causa da palavra que ouviste, com os quais os servos do rei da Assíria blasfemaram contra mim. Eis que meterei nele um espírito, e ele, ao ouvir certo rumor, voltará para a sua terra; e nela eu o farei cair morto a espada (Is 36:7). O foi o que aconteceu, houve destruição do exército assírio, pois um anjo do Senhor feriu no arraial a 185 mil e os restantes que se levantaram pela manhã, todos eram cadáveres. Senaqueribe se retirou a Nínive, sucedeu que estando ele para adorar na casa de Nisroque,seu deus,seus filhos Adrameleque e Sarezer o feriram a espada , o matando (2 Cr 32:21;Is 37:36-38). Isso foi para mostrar que de Deus ninguém zomba e que não devemos discutir quando afrontados. Muitos acham que aquele se cala consente. Mas não é bem assim. Vemos que Israel se calou diante do inimigo, mas não diante do Senhor. A palavra de Deus diz que: “ a nossa luta não é contra carne , nem sangue, mas contra principados e potestades”. (Ef 6:12), mas que devemos colocar diante de Deus nossas petições. Foi isso que fez Ezequias , se calou diante da afronta, mas clamou a Deus(Is 37:14-20).
Diz o profeta Daniel que ao Senhor pertence a justiça, mas a nós o corar de vergonha (Dn 9:7) O Senhor dará pago aos soberbos e ímpios.
Quando não nos calamos, diante das acusações, a nossa tendência é murmurar, ou seja, reclamar em voz baixa. Muitas vezes reclamamos a outros e nem ao menos oramos ao nosso Deus. Confiamos muito mais em pessoas do que a homens. O Senhor diz: Maldito é o homem que confia no homem
Nossa confiança deve estar no Senhor.
Diz a palavra de Deus que após Moisés libertar o povo, estava o povo de Israel sendo perseguido por faraó. Chegou certa altura que havendo visto os egípcios o povo temeu dizendo: Nós tiraram de lá para que morramos neste deserto? Porque nos trataste assim, nos fazendo sair do Egito? Melhor seria servir os egípcios do que morrer no deserto. Moisés, porém respondeu ao povo: Não temais , aquietai-vos e vede o livramento do Senhor, que hoje vedes, nunca mais tornareis a ver. O Senhor pelejará por vós
E vós os calareis. Após essas palavras veio o livramento, o povo marchou, Moisés estendeu sua vara e dividiu o mar , o povo passou em terra seca e os egípcios foram submergidos pelas águas e pereceram no mar.
Diz a palavra do Senhor : Aquietai-vos e sabei que eu sou Deus…(Sl 46:10)
O maior exemplo
Jesus, mesmo silenciou diante de acusadores: Quando interrogado por Pilatos ouve a pergunta: Não ouvem quantas acusações te fazem? Diz as escrituras que Jesus não respondeu nenhuma palavra, vindo o governador a admirar-se (Mt27:14). Mesmo diante de falsas acusações, Jesus não se justificou, pois sabia que a justificação da humanidade estava na sua morte. Mesmo sabendo que Pilatos o poderia soltar, Jesus preferiu o silêncio. (Jo 19:9-10). Pois sabia que o Senhor era autoridade sobre ele. (Jo 19:11).
Jesus cumpriu o que a seu respeito foi dito pelo profeta Isaías : Ele foi oprimido e humilhado, mas não abriu a boca, como cordeiro foi levado ao matadouro e, como ovelha muda perante seus tosquiadores, ele não abriu a boca. (Is 53:7).
Amados, Jesus ficou calado, pois tudo que Ele precisava dizer, já foi dito pela Sua Palavra.
Basta hoje você crer !!!
Certa vez , amados, ouvi rumores de acusações sobre a minha vida, muitos boatos , difamações , justamente na época que passava maior necessidade e deserto e isso muito me trouxe tristeza.
Foi aí que ante a afronta, eu resolvi colocar assim, em meu FACEBOOK: “Acusação hipócrita eu respondo com silêncio”. Foi uma palavra forte e acertou em cheio sobre aqueles que me acusavam .E aquilo que era suspeita acabou sendo fato para mim, mas aquele comentário poderia ter manchado meu ministério e em parte não trouxe nenhum benefício para mim.
A palavra de Deus , amados, diz que o muito falar , não falta iniqüidade. Muitas vezes falamos demais, nos justificamos demais, agimos em justiça própria e esquecemos que existe um Deus que já nos justificou.
Injúrias, críticas e difamações, sempre haverão e o inimigo se utilizará disso, através de alguma pessoa, quer parente, amigo ou até “irmãos” para destruir o chamado , a vida e as promessas de alguém. Mas o Senhor nos manda a esperar e nos aquietar Nele. Um dos trunfos da vida de Davi era que ele esperava silenciosamente em Deus, porque do Senhor vem a sua esperança (Sl 62:7).
Devemos entender que diante de perseguições, afrontas e acusações, é o Senhor quem peleja por nós.
Se você está sendo afrontado por alguém injustamente ou sendo injuriado pelo que não fez, lembre-se que é o Senhor que luta por ti e nenhuma palavra maldita contra ti prosperará. Aquieta-se em Deus e espera o livramento.
Abaixo vai uma palavra profética para você que está em 2 Cr 20:15;17
Não temais, nem vos assusteis por causa desta grande multidão, pois a peleja não é nossa, mas de Deus. Neste encontro, não tereis de pelejar, tomai posição, ficai parados (aquietai-vos) e vede o salvamento que o Senhor vós dará, ó Judá e Jerusalém.
Não temais nem vos assusteis; amanhã, sai-lhes ao encontro, porque o Senhor é conosco...
Bispo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciência da Religião Dr. Edson Cavalcante


quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

DEUS VAI USAR O HAMÃ QUE TE HUMILHOU PARA TE EXALTAR...


              DEUS VAI USAR O HAMÃ QUE TE HUMILHOU PARA TE EXALTAR...

Hamã

Filho de Hamedata, o agagita. A designação “agagita” pode significar que Hamã era da realeza amalequita. (Est 3:1) Se Hamã, de fato, era amalequita, isto já explicaria por que tinha tão grande ódio aos judeus, porque Yehowah havia decretado que os amalequitas, por fim, seriam exterminados. (Êx 17:14-16) Isto se deu porque eles mostraram ódio a Deus e ao Seu povo por tomar a iniciativa de lançar ataques contra os israelitas quando estes passavam pelo ermo. — Êx 17:8.

Hamã era servo do Rei Assuero (Xerxes I), da Pérsia, o qual governou no começo do quinto século AEC. Hamã foi honrado e designado primeiro-ministro do Império Persa. Enfurecido pela recusa de Mordecai, o judeu, de se curvar diante dele, Hamã tramou a destruição de Mordecai e de todos os judeus no império. Retratou os judeus como indesejáveis no império, como violadores da lei, que tinham leis “diferentes de todo outro povo”. Acrescentou um atrativo financeiro, dizendo ao rei: “Escreva-se que sejam destruídos; e eu pagarei dez mil talentos [c. US$66.060.000] de prata nas mãos dos que fizerem a obra, trazendo-os ao tesouro do rei.” O rei entregou a Hamã seu anel de sinete e respondeu: “Dá-se-te a prata, também o povo, para fazer com eles conforme for bom aos teus próprios olhos.” — Est 3:1-11.

Hamã ficou cheio de orgulho, por ter recebido do rei a autorização para emitir um decreto de aniquilamento e despojo dos judeus, e, além disso, por ser depois convidado a dois banquetes oferecidos pela Rainha Ester. (Est 3:12, 13; 5:4-12) Mas justamente quando Hamã pensava que estava prestes a realizar suas mais elevadas ambições, a situação se inverteu para ele. Egotistamente esperando ser enaltecido, Hamã sofreu uma esmagadora humilhação, quando o rei lhe ordenou que realizasse uma cerimônia pública em honra do odiado Mordecai, o qual anteriormente havia descoberto uma trama contra a vida do rei. (Est 6:1-12; 2:21-23) Os sábios de Hamã e sua esposa tomaram isso como presságio de que Hamã cairia diante do judeu Mordecai. — Est 6:13.

A queda de Hamã chegou a um esmagador clímax durante o segundo banquete especial oferecido pela Rainha Ester, que era prima de Mordecai. (Est 2:7) Na presença de Hamã, ela fez corajosamente um apelo ao rei. Revelou ao atônito rei que os próprios interesses dele estavam em perigo; de fato, a vida da sua rainha corria perigo por causa duma trama assassina. Ao passo que o furor do rei aumentava, Ester destemidamente identificou o então já aterrorizado primeiro-ministro como pérfido conspirador, “este mau Hamã”. (Est 7:1-6) Subsequentemente, o rei ordenou que o assassino Hamã fosse pendurado no madeiro de 22 m de altura, que Hamã havia preparado para pendurar Mordecai. (Est 7:7-10) A casa de Hamã, por sua vez, foi entregue a Ester (Est 8:7), e Mordecai foi feito primeiro-ministro, recebendo a autorização de conceder aos judeus permissão para se defenderem. (Est 8:2, 10-15) Em dois dias em que os judeus se vingaram dos seus adversários, eles obtiveram uma esmagadora vitória, matando mais de 75.000 dos seus inimigos. Os dez filhos de Hamã foram mortos; daí, no dia seguinte, foram pendurados perante o povo em opróbrio. — Est 9:1-17; veja 
ESTER; MORDECAI.

Hamã manifestava as características dos amalequitas. Obviamente, era adorador de deuses falsos, e talvez confiasse nos astrólogos quando mandou lançar a sorte para determinar o dia propício para a destruição dos judeus. (Est 3:7) Realizava “as obras da carne”, praticando a idolatria, o espiritismo, manifestando seu ódio assassino aos judeus, mostrando um espírito orgulhoso, altivo, egotístico, com extremo ciúme e inveja de outros, especialmente dos servos de Deus. (Gál 5:19-21) Praticava a mentira e o engano (Est 3:8) e mostrava ser medroso covarde, quando seus planos foram frustrados e ele se viu condenado. (Est 7:6-8) Hamã mostrava ser servo do Adversário de Deus, o Diabo, segundo o princípio de Romanos 6:16...

Bispo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciência da Religião Dr. Edson Cavalcante

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

SE PERSEGUIRAM A MIM, DISSE JESUS, TAMBÉM PERSEGUIRAM A VOS...


      SE PERSEGUIRAM A MIM, DISSE JESUS, TAMBÉM PERSEGUIRAM A VOS...
 “Se perseguiram a mim, também perseguirão a vós outros”. A perseguição é parte da vida cristã. Todo discípulo fiel de Jesus haverá de ser perseguido. Paulo afirmou isso: “Ora, todos quantos querem viver piedosamente em Cristo Jesus, serão perseguidos” (II Tm. 3.12). 
É interessante observar que na oitava e última bem aventurança, Jesus afirmou que seus discípulos são verdadeiramente felizes por serem perseguidos. Ouça o que ele diz: (ler Mt.5.10-12). Vejamos algumas observações gerais dessa bem aventurança:1) Jesus proferiu tais palavras ainda no início de seu ministério a fim de alertar aos seus discípulos de que a perseguição seria uma realidade na vida deles, caso o seguissem fielmente. 2) Jesus repete o termo “bem aventurados”, duas vezes, mas está referindo-se à uma só bem aventurança. Ele quer enfatizar com essa repetição que a perseguição é uma certeza na vida do crente e que ser perseguido por sua causa é de fato uma grande benção. 3) A oitava bem aventurança é o resultado das sete primeiras. A perseguição é conseqüência das demais bem aventuranças. Os bem aventurados dos versos 10 e 11 são os mesmos dos versos 3 a 9. À medida em que o crente fiel manifesta o caráter cristão das bem aventuranças, ele não será aceito pelo mundo mas sofrerá dele perseguição. 
É bem evidente para nós que o tema apresentado por Cristo na oitava bem aventurança é a perseguição como um aspecto da vida cristã. Jesus nos ensina três coisas importantes a respeito da perseguição na vida do crente: a natureza da perseguição; a causa da perseguição e a atitude cristã diante da perseguição.

1.A Natureza da Perseguição:

O que é perseguição? A perseguição é uma das tribulações que pode nos sobrevir durante nossa caminhada cristã na terra. Para entender o que ela significa, precisamos atentar para a palavra que Jesus usou. Jesus usa o verbo perseguir duas vezes em nosso texto (perseguidos; perseguem). A palavra que ele usa transmite a idéia de buscar com diligência e empenho alguém ou alguma coisa. No sentido positivo, a Bíblia exorta o crente a perseguir (buscar com toda dedicação) o amor, a santificação e a justiça (I Co. 14.1; Hb. 12.14; 2Tm. 2.22). O mesmo verbo também é usado na Bíblia no sentido negativo e, nesse sentido transmite a idéia de “alguém ser buscado para receber maus tratos, ser atormentado ou afligido por alguma causa”. Jesus usa o termo neste sentido. Observe que o crente, por perseguir a vida cristã em virtude do seu amor por Cristo, será perseguido. Tal perseguição aos cristãos pode ocorrer de diversas maneiras:
Insultos e zombarias: o crente sofre perseguições quando é maltratado com palavras vis que são lançadas injustamente contra ele. Ele pode ser ofendido verbalmente além de ser alvo de piada e mangação da parte dos outros. Pelo fato de sermos cristãos, é inevitável que isso nos aconteça. O próprio Cristo sofreu esse tipo de perseguição. Nosso Senhor Jesus Cristo, de forma injusta e cruel, foi zombado e insultado por muitos, especialmente no final de sua vida. Jesus já sabia que esse tipo de perseguição o esperava (Lc. 6.32). E foi exatamente o que aconteceu com ele antes e depois de ser pendurado na cruz. Ele foi zombado pelos soldados, (Mt. 27.29-31); pelos que passavam perto da cruz (39,40); pelos líderes religiosos (41-43); pelos dois ladrões que estavam ao seu lado (44). Ninguém foi tão insultado e zombado quanto o Senhor Jesus Cristo e nem será. No entanto, ele afirmou que seus discípulos sofreriam perseguição por meio de insultos e zombarias. “Como o Senhor, também os servos”, ele disse. Seus discípulos foram os primeiros a serem zombados e insultados por causa de sua fé em Cristo. 
Se você é um cristão fiel, não se surpreenda diante dos insultos e zombarias que pode lhe sobrevir do mundo incrédulo. Você está sujeito a isso. Esse tipo de perseguição pode acontecer na sua casa, no seu trabalho, na escola. Alguns exemplos: O jovem cristão que não compartilha com os pecados de seus colegas descrentes na escola, vai ser chamado de quadrado, bobo. O trabalhador fiel que evidencia sua fé cristã em seu ambiente de trabalho pode ser zombado e criticado por seus colegas de profissão que não conhecem a Cristo. Se esse tipo de coisa estiver acontecendo, é sinal de que você está sendo perseguido. Não se surpreenda nem se irrite com isso, mas lembre-se que Cristo, mais do que todos sofreu esse tipo de perseguição e, você, como seu discípulo está sujeito ao mesmo. 
Calúnias e difamações: “Bem aventurados sois vós quando, mentindo, disserem todo mal contra vós”. A perseguição que se dá na vida do crente pode também se expressar por meio de acusações falsas que são levantadas contra ele. Jesus sofreu esse tipo de perseguição da parte de seus oponentes. Acusaram o Senhor de comilão e beberrão, amigo de publicanos e pecadores (Mt. 11.19); afirmaram falsamente que Jesus expulsava demônios pelo espírito de Belzebu (Mt. 12.24). E se chamaram o dono da casa de Belzebu, quanto mais os membros de sua família, disse Jesus (Mt. 10.24). Se aconteceu ao Senhor, pode acontecer na vida dos seus servos. Vemos uma evidência muito forte desse tipo de perseguição na vida dos primeiros cristãos. Muitas acusações falsas foram levantadas contra os cristãos da igreja primitiva. Aqueles nossos irmãos, por causa de adorarem o único Deus e rejeitarem a idolatria do mundo pagão, foram acusados de ateus; aqueles irmãos, por terem Cristo como seu único Senhor e rejeitarem o culto ao imperador romano, foram acusados de anarquistas que desrespeitavam as autoridades; aqueles irmãos, que se reuniam para adorar a Deus, celebrar a ceia do Senhor e expressar a comunhão dos santos, foram acusados pelos incrédulos de se reunirem para cometerem toda sorte de imoralidade. A esse tipo de perseguição os crentes estão sujeitos. O mesmo pode se dá conosco, caso sejamos fiéis a Cristo. Não se surpreenda se falsas acusações forem lançadas contra você pelo fato de ser um crente fiel.
Perseguição física (prisões, açoites e morte): Em outra ocasião, quando Jesus deu uma série de instruções aos seus discípulos acerca da obra missionária deles no mundo, ele os assegurou que, por causa do seu nome, eles estariam sujeitos a prisões, açoites e até mesmo a morte (Mt. 10. 17-22). Esse tipo de perseguição foi muito comum em determinados momentos da história da igreja, como por exemplo, na era apostólica (perseguição dos judeus e romanos) e na época da reforma (perseguição da ICR). Nesses dois períodos, a confissão da fé cristã conforme a Bíblia era sinônimo de morte. Muitos servos e servas de Deus foram presos, torturados e mortos. Uns foram lançados às feras, outros enforcados, queimados em fogueiras e alguns decapitados. Era uma situação totalmente diferente da nossa realidade hoje aqui no Brasil. Pois é bem verdade que no contexto religioso atual do nosso país esse tipo de perseguição não é presente. Não temos nenhum relato de que alguém foi morto aqui no Brasil por ser um cristão. No entanto, devemos aprender algo com isso: 1) não devemos nos acomodar em nossa vida cristã pelo fato de não sermos perseguidos até a morte em nosso país. 2) devemos nos lembrar e orar por nossos irmãos que estão sendo perseguidos e mortos atualmente em países que rejeitam o cristianismo (Ex. Oriente Médio; Ásia); 3) devemos aprender com o exemplo de fé de nossos irmãos do passado e estar dispostos a sofrer qualquer tipo de perseguição, como eles estavam. 

2. A Causa da Perseguição: 

Jesus afirmou: “Bem aventurados os perseguidos”. Isso é uma verdade. Agora é verdade também o fato de que nem todos os perseguidos são bem aventurados. Ao longo da história humana, temos visto várias pessoas serem perseguidas por diversas causas. Muitos mártires já passaram por este mundo. “Pessoas que deram suas vidas por uma causa, para defender um país, seus direitos, um líder, uma idéia.” Por exemplo, alguém pode defender o comunismo, ou movimento sem terra e ser perseguido por isso. Mas isso não quer dizer que ele é bem aventurado. Bem aventurados, conforme o ensino de Jesus, são aqueles perseguidos por outra causa. Bem aventurados são aqueles que são perseguidos por uma causa religiosa, mas não é qualquer causa religiosa, mas a causa de Cristo.
É isso que Jesus diz: “Bem aventurados os perseguidos por causa da justiça… e, por minha causa (Cristo). Já aprendemos anteriormente, ao estudar a quarta bem aventurança (fome e sede de justiça), qual é o significado da palavra justiça no contexto das bem aventuranças. Com este termo, Jesus refere-se ao aspecto ético da vida cristã, caracterizado por uma vida de santidade e obediência aos mandamentos de Deus. A palavra justiça do verso 6 tem o mesmo sentido aqui no verso 10. Portanto, os crentes são perseguidos por causa de sua vida reta e de conformidade com a vontade de Deus. 
Jesus também falou: “e por minha causa”. Ele quer dizer: “por causa do amor e da fé que vocês têm em mim”. Observe o seguinte: “por causa da justiça” e “por minha causa” são duas razões intimamente relacionadas. Pois, com que propósito, você persegue a justiça, uma vida reta e santa? Não é por um propósito qualquer, mas somente porque você ama a Cristo. Quem ama a Cristo, guarda os seus mandamentos, pratica a justiça. Então, a nossa obediência é expressão do amor que temos por Nosso Salvador, e a conseqüência disso é que seremos perseguidos. 
Era de se esperar que aquele que chora pelo pecado, é manso, procura fazer as coisas certas, exerce a misericórdia, a paz e a honestidade entre as pessoas, fosse bem aceito no meio da sociedade em que vive. Mas o que é que acontece? Em vez de aceitação, perseguição. Por que é assim? A razão é que o caráter cristão estabelecido por Jesus é totalmente contrário ao padrão de vida do mundo incrédulo. Isso provoca uma tensão, uma inimizade entre o mundo e a igreja, entre o crente e o ímpio. O crente que demonstra caráter cristão denuncia o pecado do mundo e isso resulta em ódio da parte do mundo. Não pode ser diferente, pois o padrão de vida do mundo é totalmente oposto ao de Cristo. A vida cristã de um crente fiel é insuportável aos olhos dos ímpios que vivem em seus pecados e o resultado é perseguição. Se você procura imitar Cristo em sua vida, sofrerá a mesma reação de ódio que Cristo sofreu quando esteve aqui na terra. Jesus afirmou que o mundo nos odiará por sua causa: (ler João 15.18-20; cf. Mt. 10.22; 24.9). Denuncie o pecado do mundo com seus atos e palavras e verá qual é a conseqüência. Por exemplo, valorize o casamento e condene o adultério e o homossexualismo e muitos rirão de você; condene o suborno e valorize um trabalho justo e honesto, e também serás perseguido com os insultos e a zombaria do mundo. Valorize o dia do Senhor e o mundo dirá a você que isso é perca de tempo. Você está disposto a ser perseguido por causa da justiça e de Cristo?
Para aqueles que não querem ser perseguidos por causa da justiça e por amor a Cristo, existem meios de se evitar a perseguição. Aprove o padrão do mundo, conformando-se as suas idéias e costumes. Ria de suas piadas sujas, deleite-se nas suas novelas, programas e músicas imorais e serás bem aceito por todos; você jovem crente, viva conforme a liberdade dos jovens do mundo, faça o que eles fazem e não serás perseguido. Evitemos a fiel pregação do evangelho que denuncia o pecado e chama o pecador ao arrependimento e a fé em Jesus, e preguemos o que o mundo gosta de ouvir e ninguém vai zombar e criticar nossa igreja. Mas eu pergunto: Isso vale a pena? Existe algum proveito em deixar de ser perseguido por amor a Cristo? Não. Isso é uma atitude de covardia. Os covardes assumem o padrão do mundo para não serem perseguidos. Eles querem Cristo e o mundo, mas isso é impossível. Eles querem achar sua vida no mundo, mas com sua atitude acabam perdendo-a. A Bíblia diz que não há lugar para covardes no reino dos céus (Ap.21.8). Mas por outro lado, Jesus afirma: “Bem aventurados os perseguidos”… porque deles é o reino dos céus. 
Você é chamado por Cristo a ser perseguido por amor a ele. Se você quer ser fiel a Deus, vai ser perseguido. Por isso, não evite a perseguição, mas esteja disposto a sofrê-la quando ela vier. Agora, existe um tipo de perseguição que devemos evitar: é aquela que é sofrida por escândalo ou pecado. Sobre isso Pedro diz: “Não sofra nenhum de vós como assassino, ladrão, criminoso ou como quem se intromete em negócios alheios” (I Pe.4.15). Esse tipo de perseguição é lamentável e vergonhoso e não traz nenhum benefício para quem o sofre. Por outro lado, existe uma perseguição gloriosa e que traz alegria e benção para quem a sofre: aquela que é sofrida por causa de nossa fidelidade a Cristo, conforme diz o apóstolo Pedro: “Se vocês são insultados por causa do nome de Cristo, felizes são vocês… Se você sofre como cristão, não se envergonhe, mas glorifique a Deus com esse nome” (I Pe.4.14,16). 

3. A atitude cristã diante da perseguição: 

Que atitude o Senhor Jesus ordenou aos seus discípulos diante da perseguição por sua causa? Regozijai-vos e exultai-vos… (v.12). Ele está dizendo: “alegrem-se grandemente, saltem de alegria por estarem sofrendo por meu nome”. O que isso significa? Jesus está nos sugerindo a ficar sorrindo no meio do sofrimento? Ou a pular de alegria quando as pessoas nos insultam e zombam por causa da nossa fé nele? Não podemos ficar tristes diante da perseguição? Precisamos entender o seguinte: o que Jesus está nos sugerindo é que não fiquemos desesperados diante da perseguição, mas que tenhamos a plena certeza de que estamos sofrendo pela causa certa e que devemos nos alegrar por isso, pois isso resultará em uma grande benção para nós. Os primeiros discípulos que foram perseguidos por causa de Cristo expressaram essa alegria. Os apóstolos do Senhor, depois de terem sido presos e açoitados pelos líderes religiosos da época, “saíram do Sinédrio, alegres por terem sido considerados dignos de serem humilhados por causa do Nome” (At.5.41). A alegria de Paulo e Silas era tão grande na perseguição que eles cantavam louvores a Deus na prisão (At.16.25). Como explicar essa atitude de alegria dos discípulos de Cristo? Deus dá forças aos seus servos em tempos de perseguição. A alegria do crente na perseguição é resultado da graça do Espírito Santo que neles habita. Além disso, as promessas de Deus nos motivam a ser alegres na perseguição. 
O crente se alegra na perseguição porque ele sabe que isso é uma bem aventurança na vida dele. Ele confia nas palavras de Cristo: “Bem aventurados (abençoados) os perseguidos por minha causa”. O Senhor não está nos encorajando a buscar perseguição, mas ele afirma que estamos sujeitos a ela e que somos verdadeiramente felizes se ela nos acontece. Qual a razão dessa bem aventurança? Por que devemos ser alegres na perseguição? O Senhor nos apresenta três razões:
“Porque deles é o reino dos céus”: Cristo promete o reino dos céus como uma herança para aqueles que são perseguidos por sua causa. Esse reino é caracterizado pelo domínio de Cristo sobre seu povo que, como herdeiro desse reino, tem a responsabilidade de viver conforme as exigências do Rei e também o privilégio de desfrutar das bênçãos desse reino. Observe que Jesus inicia e termina as bem aventuranças com a promessa da herança do reino. Essa é a promessa da primeira e última bem aventurança. As demais promessas das outras bem aventuranças são aspectos desse reino. Significa dizer que, os que são herdeiros do reino em Cristo, participam de todas as bênçãos que há nesse reino: consolo, herança da terra, satisfação da justiça, misericórdia, ver a Deus, ser filho de Deus. Quando você reconhece a grande benção de ser um herdeiro do reino de Deus tanto agora como no mundo porvir, não fugirá da perseguição nem se desesperará com ela, mas se alegrará em ser perseguido por causa da justiça que é conseqüência do seu amor por Cristo, pois ele te deu o seu reino como uma herança e ninguém podem tirar isso de você.
Porque é grande o vosso galardão nos céus: O Senhor promete uma grande recompensa para aqueles que sofrem por seu nome. O galardão do qual Jesus fala aqui é uma recompensa que ele dará a seus servos fiéis que foram perseguidos por seu nome. Essa recompensa é também um aspecto do reino dos céus. Os herdeiros do reino receberão galardão de Deus. Esse galardão que Deus nos promete não é resultado dos nossos próprios méritos, mas é fruto da graça do Generoso Deus para conosco. Por isso, não devemos nos orgulhar de nós mesmos, mas ser humildes em reconhecer que Deus é livre para abençoar e nós, seus servos que fizemos apenas o que devíamos fazer. Quando reconhecemos que nada merecemos de Deus, mas mesmo assim ele tem prazer em nos recompensar por nossa fidelidade, somos, então, motivados ainda mais a enfrentar as perseguições que nos sobrevêm com coragem e alegria, pois temos a certeza de que, pela graça de Deus, é grande o nosso galardão nos céus. 
Porque assim perseguiram os profetas que viveram antes de vós: Considerando o contexto no qual Jesus proferiu estas palavras, logo percebemos que ele tem em mente os fiéis profetas do SENHOR do Antigo Testamento. Profetas tais como Isaías, Jeremias, Elias, Amós e muitos outros profetas que foram perseguidos e até mortos pela causa de Deus. Ao falar dos profetas do AT aqui na oitava bem aventurança, Jesus tem o propósito de identificar seus discípulos e todos os cristãos com eles e, com isso, motivá-los a serem alegres na perseguição. Que alegria traz para nós o fato de sermos identificados com os profetas do Senhor? Devemos reconhecer que nós não somos os primeiros a serem perseguidos e muitos servos do Senhor sofreram piores perseguições do que nós no passado. 2) O fato de sermos identificados com os profetas indica que estamos na mesma posição deles: Perseguidos e, ao mesmo tempo, bem aventurados. Isso é motivo de alegria para nós, pois sabemos que os profetas que sofreram perseguição aqui na terra, já desfrutam do consolo eterno no céu com Cristo, e o mesmo também se dará conosco.

Conclusão:

Os servos de Deus que foram perseguidos no passado até à morte, expressaram alegria e coragem em meio à perseguição. Eles perderam bens, reputação, e até mesmo a vida por amor a Cristo. No entanto, isso não foi motivo de tristeza e desespero para eles, pois tinham a plena certeza de que, perdendo a vida por amor a Cristo, estavam de fato encontrando-a por toda a eternidade. O mundo pode nos perseguir duramente, mas não pode tirar nossa alegria e fé que vem do Senhor, nem tampouco pode desfazer a promessa de Deus de que viveremos com ele em eterna alegria e felicidade na glória por vir. 
Alem disso, é absolutamente certo de que Deus, assim como recompensará seus servos fiéis com a vida eterna, também recompensará com um castigo justo e eterno àqueles que se rebelaram contra ele e perseguiram cruel e injustamente a sua igreja aqui na terra. Os que foram perseguidos clamam por justiça diante de Deus. E vai chegar o dia da vingança do Altíssimo, quando ele retribuirá a cada um segundo as suas obras. Desse dia em diante, os ímpios sofrerão eternamente, enquanto que os santos louvarão a Deus para sempre por sua justiça e bondade (Ap.11.17,18)...

Bispo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciência da Religião Dr. Edson Cavalcante

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

APRENDENDO A TER FÉ...


                                                           APRENDENDO A TER FÉ...
Texto: Marcos 4:35-41
Introdução:
Dos inúmeros dons com que Deus nos abençoou, o maior é muitas vezes esquecido. É algo que Jesus falou muito sobre e algo que nós usamos todos os dias. Esse grande dom é a fé, e para alcançá-la, devemos entender o que realmente significa confiar em Deus.
I. Três tipos de fé
A. Fé Intelectual (Fé Natural) – Crer que algo é verdadeiro, sem prova ou compromisso. Por exemplo, uma pessoa pode intelectualmente acreditar que Jesus era uma pessoa real que fez milagres, mas não aceitar o fato de que Ele era Deus no Homem.
B. A fé em Deus – Crer na existência de Deus e Suas habilidades. Uma pessoa com esse tipo de fé possui uma convicção confiante de que Deus vai cumprir o que prometeu.
C. A fé salvadora – Crer em Jesus Cristo, o Filho de Deus, uma pessoa viva, para o perdão dos pecados e confiar n’Ele porque Ele oferece a vida eterna com Deus. Não basta simplesmente crer nas ações de Jesus Cristo, ou na capacidade de Deus. A verdadeira fé salvadora é mais do que isso, é um relacionamento pessoal com o Salvador.
II. Jesus passou uma grande parte de seu tempo na terra instruindo os seus discípulos e ajudando-os a entender o que é fé verdadeira. Por exemplo:
A. Quando seus discípulos estavam preocupados com o pão, Jesus lembrou-lhes como Ele alimentou milhares de pessoas com apenas um punhado de peixes e pães (Mateus 16:7-11).
B. Quando os discípulos não puderam expulsar os demônios, porque sua fé era pequena, Jesus explicou como a fé do tamanho de um grão de mostarda pode mover montanhas (Mateus 17:14-21).
III. Jesus sabia da oposição que enfrentariam e o que seria necessário para ministrar aos novos crentes.
A. É por isso que ensiná-los sobre a fé era sua prioridade. Ele sabia que para eles serem eficazes como testemunhas e servidores, eles tinham que ter fé absoluta em suas promessas e no poder do Espírito Santo.
IV. Classificação da fé. Os discípulos eram humanos, e sua fé passou por um processo de desenvolvimento.
A. Sem fé – Faltou-lhes que durante a tempestade no mar (Marcos 4:40).
B. Pequena fé – Eles estavam ansiosos sobre muitas coisas, nem sempre confiando que Deus proveria (Mt 6:30).
C. Uma grande fé – Um centurião em Cafarnaum aproximou de Jesus e disse que sua palavra seria suficiente para curar o servo morrendo. Jesus disse aos discípulos: “Em verdade, vos afirmo, que nem mesmo em Israel achei fé como esta” (Mateus 8:10). Eles deveriam aprender com o exemplo deste homem.
D. Fé falha – Pedro experimentou isso quando ele negou a Cristo três vezes (Lucas 22:31-32). Esses momentos são inevitáveis ​​em nossas vidas, no entanto, Deus usa-os para fortalecer a nossa fé e para ensinar aos outros.
V. Como os discípulos, todos nós temos diferentes graus de fé em nosso relacionamento com Deus, e nós respondemos ao Pai com base nesse valor. Se tivermos uma grande fé, Ele pode confiar em nós com grandes desafios e fazer coisas incríveis através de nós.
A. Nossa fé cresce à medida que estudamos a Palavra, e ouvimos a Sua orientação através das Escrituras.
B. Ela também é fortalecida quando enfrentamos e superamos dificuldades. Deus usa as provas para o nosso bem e para nos fazer servos mais capazes.
VI. Ter uma fé salvadora é fundamental, pois determina o nosso destino eterno. Muitas pessoas estão enganadas. Elas acham que porque vão à igreja, são batizados e dizimam regularmente, eles são salvos. Eles conhecem Jesus intelectualmente, mas eles não têm um relacionamento com ele.
A. Uma pessoa que tem a fé salvadora, tanto conhece a verdade da Escritura como a pratica (Rom. 1:32).
B. Até mesmo o diabo e os demônios tem fé intelectual. Ambos creem e tremem (Tiago 2:18-20).
C. Jesus é tratado como “Senhor” 185 vezes nos evangelhos. Isto é importante notar, porque mostra que os discípulos reconheceram seu senhorio. Esta verdade é o fundamento da nossa fé, o alicerce sobre o qual tudo mais é construído.
D. Aqueles que creem também deve expressar arrependimento pelo pecado se realmente reconhece Jesus como nosso Salvador (Lucas 24:45-48, Atos 2:36-38). O arrependimento e a fé caminham lado a lado.
Conclusão:
A fé salvadora em Jesus Cristo significa aceitá-Lo como o Filho de Deus, o único sacrifício que pode expiar nossos pecados. Como resultado, desejamos arrepender-se e entregar todos os aspectos de nossas vidas a ele. Ele então nos transformar e nos conformar à Sua imagem. A medida que andamos com Deus, mais Ele vai abençoar cada um de nós com segurança perfeita em relação à nossa salvação e nossa relação com ele...
Bispo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciência da Religião Dr. Edson Cavalcante.


domingo, 22 de fevereiro de 2015

SENHOR DAÍ-ME SABEDORIA...


                                                     SENHOR DAÍ-ME SABEDORIA...

A Bíblia nos informa que Salomão foi o homem mais sábio que já houve e também um dos mais ricos. Talvez Salomão foi o único que conseguiu reunir essas três coisas em torno de si.

Naquela mesma noite, apareceu Deus a Salomão e lhe disse: Pede-me o que queres que eu te dê. Respondeu-lhe Salomão: De grande benevolência usaste para com Davi, meu pai, e a mim me fizeste reinar em seu lugar. (2 Crônicas 1:7-8).

2 Crônicas 1:11 Disse Deus a Salomão: Porquanto foi este o desejo do teu coração, e não pediste riquezas, bens ou honras, nem a morte dos que te aborrecem, nem tampouco pediste longevidade, mas sabedoria e conhecimento, para poderes julgar a meu povo, sobre o qual te constituí rei,

2 Crônicas 1:12 sabedoria e conhecimento são dados a ti, e te darei riquezas, bens e honras, quais não teve nenhum rei antes de ti, e depois de ti não haverá teu igual.

1 Reis 4:29 Deu também Deus a Salomão sabedoria, grandíssimo entendimento e larga inteligência como a areia que está na praia do mar.

1 Reis 4:30 Era a sabedoria de Salomão maior do que a de todos os do Oriente e do que toda a sabedoria dos egípcios.

1 Reis 4:34 De todos os povos vinha gente a ouvir a sabedoria de Salomão, e também enviados de todos os reis da terra que tinham ouvido da sua sabedoria.

1 Reis 5:12 Deu o SENHOR sabedoria a Salomão, como lhe havia prometido. Havia paz entre Hirão e Salomão; e fizeram ambos entre si aliança.

1 Reis 10:4 Vendo, pois, a rainha de Sabá toda a sabedoria de Salomão, e a casa que edificara,

1 Reis 10:6 e disse ao rei: Foi verdade a palavra que a teu respeito ouvi na minha terra e a respeito da tua sabedoria.
1 Reis 10:7 Eu, contudo, não cria naquelas palavras, até que vim e vi com os meus próprios olhos. Eis que não me contaram a metade: sobrepujas em sabedoria e prosperidade a fama que ouvi.

1 Reis 10:8 Felizes os teus homens, felizes estes teus servos, que estão sempre diante de ti e que ouvem a tua sabedoria!

1 Reis 10:23 Assim, o rei Salomão excedeu a todos os reis do mundo, tanto em riqueza como em sabedoria.

Jesus nos fala da glória que teve Salomão, mas nos alerta que toda sua riqueza não podem ser comparadas as riquezas que Deus nos tem preparado e as criadas por Ele.

E por que andais ansiosos quanto ao vestuário? Considerai como crescem os lírios do campo: eles não trabalham, nem fiam. Eu, contudo, vos afirmo que nem Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles. (Mateus 6:28-29).

Amados! Salomão teve tudo: Sabedoria, riquezas e poder. Sua glória advinha de tudo isso; no entanto, vemos os dissabores que isto lhe causou.

Ora, além da filha de Faraó, amou Salomão muitas mulheres estrangeiras: moabitas, amonitas, edomitas, sidônias e hetéias, mulheres das nações de que havia o SENHOR dito aos filhos de Israel: Não caseis com elas, nem casem elas convosco, pois vos perverteriam o coração, para seguirdes os seus deuses. A estas se apegou Salomão pelo amor. Tinha setecentas mulheres, princesas e trezentas concubinas; e suas mulheres lhe perverteram o coração. Sendo já velho, suas mulheres lhe perverteram o coração para seguir outros deuses; e o seu coração não era de todo fiel para com o SENHOR, seu Deus, como fora o de Davi, seu pai. Salomão seguiu a Astarote, deusa dos sidônios, e a Milcom, abominação dos amonitas. Assim, fez Salomão o que era mau perante o SENHOR e não perseverou em seguir ao SENHOR, como Davi, seu pai. (1 Reis 11:1-6).

Que o Senhor nos dê a Sua sabedoria para que saibamos nos livrar desses anseios.

O Senhor Jesus jamais procurou essas coisas, pelo contrário, sempre fugiu delas.

E, elevando-o, mostrou-lhe, num momento, todos os reinos do mundo. Disse-lhe o diabo: Dar-te-ei toda esta autoridade e a glória destes reinos, porque ela me foi entregue, e a dou a quem eu quiser. Portanto, se prostrado me adorares, toda será tua. Mas Jesus lhe respondeu: Está escrito: Ao Senhor, teu Deus, adorarás e só a ele darás culto. (Lucas 4:5-8).

Sabendo, pois, Jesus que estavam para vir com o intuito de arrebatá-lo para o proclamarem rei, retirou-se novamente, sozinho, para o monte. (João 6:15 )

Ora, entre os que subiram para adorar durante a festa, havia alguns gregos; estes, pois, se dirigiram a Filipe, que era de Betsaida da Galiléia, e lhe rogaram: Senhor, queremos ver Jesus. Filipe foi dizê-lo a André, e André e Filipe o comunicaram a Jesus. Respondeu-lhes Jesus: É chegada a hora de ser glorificado o Filho do Homem. Em verdade, em verdade vos digo: se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas, se morrer, produz muito fruto. (João 12:20-24)

Porque tanto os judeus pedem sinais, como os gregos buscam sabedoria; (1 Coríntios 1:22)

E nós o que buscamos?

As coisas de Deus são contrárias as dos homens.

Certamente, a palavra da cruz é loucura para os que se perdem, mas para nós, que somos salvos, poder de Deus. Pois está escrito: Destruirei a sabedoria dos sábios e aniquilarei a inteligência dos instruídos. Onde está o sábio? Onde, o escriba? Onde, o inquiridor deste século? Porventura, não tornou Deus louca a sabedoria do mundo? Visto como, na sabedoria de Deus, o mundo não o conheceu por sua própria sabedoria, aprouve a Deus salvar os que crêem pela loucura da pregação. Porque tanto os judeus pedem sinais, como os gregos buscam sabedoria; mas nós pregamos a Cristo crucificado, escândalo para os judeus, loucura para os gentios; mas para os que foram chamados, tanto judeus como gregos, pregamos a Cristo, poder de Deus e sabedoria de Deus. Porque a loucura de Deus é mais sábia do que os homens; e a fraqueza de Deus é mais forte do que os homens. Irmãos, reparai, pois, na vossa vocação; visto que não foram chamados muitos sábios segundo a carne, nem muitos poderosos, nem muitos de nobre nascimento; pelo contrário, Deus escolheu as coisas loucas do mundo para envergonhar os sábios e escolheu as coisas fracas do mundo para envergonhar as fortes; e Deus escolheu as coisas humildes do mundo, e as desprezadas, e aquelas que não são, para reduzir a nada as que são; a fim de que ninguém se vanglorie na presença de Deus. (1 Coríntios 1:18-29).

O apóstolo Paulo nos adverte das conseqüências desses nossos anseios.

Se alguém ensina outra doutrina e não concorda com as sãs palavras de nosso Senhor Jesus Cristo e com o ensino segundo a piedade, é enfatuado, nada entende, mas tem mania por questões e contendas de palavras, de que nascem inveja, provocação, difamações, suspeitas malignas, altercações sem fim, por homens cuja mente é pervertida e privados da verdade, supondo que a piedade é fonte de lucro. De fato, grande fonte de lucro é a piedade com o contentamento. Porque nada temos trazido para o mundo, nem coisa alguma podemos levar dele. Tendo sustento e com que nos vestir, estejamos contentes. Ora, os que querem ficar ricos caem em tentação, e cilada, e em muitas concupiscências insensatas e perniciosas, as quais afogam os homens na ruína e perdição. Porque o amor do dinheiro é raiz de todos os males; e alguns, nessa cobiça, se desviaram da fé e a si mesmos se atormentaram com muitas dores. (1 Timóteo 6:3-10 RA)

Eu, irmãos, quando fui ter convosco, anunciando-vos o testemunho de Deus, não o fiz com ostentação de linguagem ou de sabedoria. Porque decidi nada saber entre vós, senão a Jesus Cristo e este crucificado. E foi em fraqueza, temor e grande tremor que eu estive entre vós. A minha palavra e a minha pregação não consistiram em linguagem persuasiva de sabedoria, mas em demonstração do Espírito e de poder, para que a vossa fé não se apoiasse em sabedoria humana, e sim no poder de Deus. (1 Coríntios 2:1-5)

Por isso, irmãos é que nada precisamos saber, senão o sublime conhecimento do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.

O apóstolo Paulo era um homem de grande cultura, no entanto ele nos diz que todo o seu conhecimento, a sua religiosidade, seus conceitos, de nada serviam.

Sim, deveras considero tudo como perda, por causa da sublimidade do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; por amor do qual perdi todas as coisas e as considero como refugo, para ganhar a Cristo (Filipenses 3:8).

Que possamos ter esse mesmo coração para nos despojar do nosso orgulho, da nossa sabedoria, dos nossos conceitos e preconceitos em troca do conhecimento de Cristo Jesus...
Bispo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciência da Religião Dr. Edson Cavalcante




sábado, 21 de fevereiro de 2015

ESTUDO BÍBLICO SOBRE A RESPONSABILIDADE DE JOSÉ MARIDO DE MARIA...


            ESTUDO BÍBLICO SOBRE A RESPONSABILIDADE DE JOSÉ MARIDO DE MARIA...
1 – Introdução
Com esta designação de “José o carpinteiro”, referimo-nos a José, marido de Maria, a mãe de Jesus Cristo.
Parece à primeira vista, que temos muita informação sobre este personagem. Ele aparece logo no início dos evangelhos de Mateus e de Lucas, na descrição do nascimento de Jesus com uma completa genealogia.
Mas, depois desta imponente introdução, fica-se com certa desilusão, porque além destas passagens relacionadas com o nascimento de Jesus, José só volta a aparecer uma segunda vez quando Jesus tinha doze anos de idade e nunca mais é mencionado, pelo menos nos textos canônicos da Bíblia.
A maior parte das informações encontra-se nos textos apócrifos, mas parecem-me pouco credíveis e fruto da piedade dos seus autores.
Entre os textos apócrifos, a “História de José Carpinteiro” é o principal “livro” que pretende colmatar esta falta de informação, mas mencionamos este texto só a título informativo, pois no nosso estudo sobre José só nos iremos basear nos evangelhos canônicos e no que pode ser comprovado pela arqueologia e pela geografia da Palestina que certamente não mudou.

2 – Origens de José
Se acreditarmos nos textos de Mateus 1:1/17, onde temos a genealogia desde Abraão até José e em Lucas 3:23/38, onde temos a mesma genealogia, mas em sentido contrário, desde José até Adão, podemos afirmar que é bem conhecida a origem de José. Mas, parece-me difícil acreditar a 100% nas duas genealogias quando há algumas diferenças na parte em que seria de esperar uma perfeita sobreposição de informação. Julgo, no entanto, que duma maneira geral, as duas informações, de Mateus e de Lucas, são praticamente coincidentes. 
Também Lucas 2:4, confirma que José era da tribo de Judá, a mesma do Rei David, pois teve de ir da Nazaré na Galileia a Belém na Judeia, cidade dos seus antepassados, para o recenseamento ordenado pelas autoridades romanas.

3 – Porque emigrou José para a Galileia
Se José era da tribo de Judá, porque emigrou da Judeia, terra dos seus antepassados, onde poderia ter terrenos, para a Galileia, território de outra tribo, onde ele não poderia possuir propriedades?
Penso que a resposta está na sua profissão. Um carpinteiro necessita de madeira para trabalhar. Nos nossos dias, basta ir a algum fornecedor de material e comprar a madeira ou telefonar a uma serração que umas horas depois está na sua oficina um (caminhão) com o carregamento da madeira indicada, já serrada em tábuas, seca na estufa e pronta a ser trabalhada. Mas José viveu numa época bem diferente. Ele tinha de montar a sua oficina não muito longe duma floresta onde houvesse árvores que pudessem fornecer boa madeira.
Penso que as características geológicas e climatéricas dos nossos dias, serão as mesmas da época de José, bem como a vegetação de crescimento espontâneo.
Na Judeia, terra dos seus antepassados, a precipitação média anual não vai além dos 100 milímetros por ano, enquanto na Galileia, esse valor é de 700 a 1000 milímetros por ano. Nazaré fica na baixa Galileia, região predominantemente agrícola, enquanto as árvores que poderiam fornecer matéria-prima para a pequena indústria de José cresciam na alta Galileia e deve ter sido bem árduo o trabalho de levar os troncos para a sua oficina

4 – Profissão de José
De acordo com Mateus 13:55 e Marcos 6:3, podemos concluir que José era carpinteiro e como era natural nessa cultura, em que os filhos geralmente seguiam a profissão dos pais, José ensinou essa profissão a Jesus.
Mas o que é um carpinteiro?
Mesmo na nossa cultura, tanto é carpinteiro o que ainda trabalha manualmente, com o martelo, serrote, plainas ética, como a maioria nos nossos dias que utiliza ferramentas elétrica, como ainda o que se senta em frente do computador, marca as dimensões da peça de madeira que pretende, e o computador comanda as máquinas que lhe preparam a peça desejada com precisão de milímetro, já aplainada e até envernizada se o equipamento for programado para isso.
Mas, temos também os vários tipos de carpinteiros dos nossos dias, desde o carpinteiro de cofragem da Construção Civil, ao carpinteiro especializado em móveis vulgarmente conhecido por marceneiro, até ao carpinteiro de Construção Naval, talvez o mais especializado dos carpinteiros.
Muito mais difícil é saber o que era, e o que fazia o carpinteiro na época em que José viveu. 
Julgo que esta informação da profissão de José, é a mais importante para este estudo.

5 - O que era o carpinteiro nessa época
5.1 – No aspecto social
Temos várias referências ao carpinteiro no Velho Testamento. Podemos ler em 2º Samuel 5:11, 2º Reis 12:11, 2º Reis 22:4/6.
Em todas estas referências o carpinteiro aparece em primeiro lugar na lista dos profissionais de Construção Civil e não há qualquer referência aos Arquitetos nem Engenheiros. Somente em II Reis que citamos, há essa referência “.. aos que têm o cargo da obra..” como está em Almeida e que alguns tradutores se precipitaram em traduzir por empreiteiros certamente sem o significado técnico que esta palavra tem nos nossos dias.
Isto significa simplesmente que nessa época as profissões não tinham equivalência às dos nossos dias. Ainda não tinham surgido as profissões de Arquiteto nem de Engenheiro de Construção Civil e quem exercia estas funções era o carpinteiro ou o pedreiro mais experiente e especializado.
Noutras referências bíblicas que encontramos como 1º Crônicas 14:1, fala-se em pedreiros e carpinteiros, e em 1º Crônicas 22:15 encontramos canteiros, pedreiros e carpinteiros. Quando nos nossos dias se fala em canteiros e cantaria, só nos lembramos dos materiais de revestimento e rochas ornamentais, que também se usavam nessa cultura em que José viveu. Mas nessa época, havia ainda, outra grande responsabilidade do canteiro, pois era o profissional que escolhia e talhava a pedra, que nesse tipo de construção mantinha a solidez do edifício, numa época em que ainda não havia betão armado (concreto armado). Nos nossos dias, podemos ver em cada uma das pedras dos antigos edifícios históricos em Portugal, como o Mosteiro da Batalha ou o dos Jerônimo, a marca do responsável por cada uma dessas pedras, pois nalgumas zonas do edifício, nomeadamente nas abóbadas, se alguma dessas pedras não resistir ao esforço, pode colocar em risco todas as outras.
Penso podermos concluir que o carpinteiro, assim como o canteiro e o pedreiro, nessa cultura, era pessoa prestigiada e com nível econômico e social acima da média.

5.2 – O que fazia o carpinteiro
Podemos ainda colocar a seguinte questão: Mas, se não há uma perfeita equivalência entre as profissões nessa cultura e nos nossos dias, então o que fazia o carpinteiro?
Penso que o carpinteiro dessa época engloba várias profissões dos nossos dias, pois nós vivemos numa cultura altamente especializada, em que cada profissão se desdobra em várias especializações. Agora, já ninguém fala nos sábios que antigamente pretendiam saber tudo. Há cerca de 50 anos havia os Engenheiros que pretendiam saber tudo de engenharia, o que é impensável nos nossos dias em que há engenheiros das mais diversas especializações.
Podemos imaginar o que seria o trabalho de José.
Primeiro, pegava no machado e procurava uma boa árvore, para obter a madeira para o seu trabalho, numa época em que ainda não havia os madeireiros dos nossos dias. Para isso, teria de subir às montanhas, pois na maior parte do território de Israel só havia pequenos arbustos.
Este pormenor, como já dissemos, pode explicar porque é que José, sendo descendente de David, da tribo de Judá, foi viver na Nazaré, que ficava na Galileia, onde não podia possuir terrenos de acordo com a lei judaica, embora nessa época já estivessem dominados pelos romanos e não sabemos se essa velha lei que dividia o território pelas várias tribos, ainda seria cumprida a rigor. Mas penso que José terá sido bem recebido pelos nazarenos, não só por ser pessoa simpática e pacífica, como pela sua profissão, pois vinha implantar mais uma indústria e arranjar postos de trabalho na pacata cidade de Nazaré.  
Já vimos que o carpinteiro pegava no machado para derrubar a árvore. Mas, e depois, numa época em que não havia máquinas para transportar os troncos?
Certamente que os troncos das árvores seriam arrastados até à sua oficina na Nazaré, possivelmente com a ajuda de bois para esse trabalho. Mesmo admitindo que as árvores maiores crescessem no alto dos montes, sendo este trabalho de certa maneira facilitado pelo declive do terreno, certamente que essa seria uma fase bem difícil da sua profissão.
Podemos imaginar a casa de José com um grande quintal cheio de troncos de árvores.
Mas, continuamos com as nossas dúvidas. Que fazia ele com esses grandes e pesados troncos de árvore? Nessa época ainda não havia serrações com serras elétricas, muito menos estufas para secar a madeira.
É principalmente neste pormenor que podemos obter uma “fotografia”, mesmo que desfocada de José.
Todos esses troncos de árvore, tinham de ser serrados manualmente para depois serem secos ao ar quente e seco da Nazaré.
Não sabemos bem como era o machado e a serra de José. Nessa época, cerca do ano zero da nossa era, o bronze já tinha sido substituído pelo novo metal, o ferro, que iria mudar o mundo, mas não podemos confundir o ferro fundido com o aço dos nossos dias. Era certamente uma pesada serra de ferro fundido, manobrada por dois homens, um em cada extremidade. Trabalho muito violento, para transformar os troncos em tábuas que pudessem ser utilizadas na sua carpintaria.
É impensável que José fosse o velhinho que andava agarrado ao seu cajado, como nos mostram muitas imagens, fruto da “devoção” dos crentes, com a intenção de “comprovar” a virgindade perpétua de Maria, pois esse respeitável velhinho dessas imagens, nunca poderia ser o verdadeiro José, o carpinteiro dessa época.
Pelo contrário, a profissão de carpinteiro leva-nos a imaginar um homem jovem ou de meia-idade, de grande estatura, músculos poderosos, mas também capacidade intelectual, pois ele era também o arquiteto e o engenheiro dos seus trabalhos.
Se Jesus era o Filho de Deus, também não o consigo imaginar um jovem pequeno e magro. Aliás Lucas 1:80 informa-nos que..o menino crescia e se robustecia em espírito... dando a entender que foi um jovem à altura do seu pai adotivo, pois se não fosse assim, não poderia ser também carpinteiro como José. Marcos 6:3

5.3 Que tipo de carpinteiro foi José?
A construção civil da época era geralmente de pedra. Segundo o investigador e historiador Joaquim Jeremias, havia em Jerusalém alguns edifícios com três pisos, que certamente necessitariam de vigamento de madeira para os pavimentos, mas na Nazaré, penso que todas ou quase todas as habitações teriam só um piso. Mesmo assim, só alguns ramos seriam suficientes para a cobertura das habitações mais humildes da Nazaré e isso não exigiria a intervenção dum carpinteiro como o relato bíblico nos apresenta. Nessa época, estava em construção a cidade de Séforis onde o Império Romano colocara a capital da Galileia e onde certamente haveria edifícios de habitação e edifícios públicos mais luxuosos onde as coberturas seriam com asnas de madeira e não os simples ramos das pobres habitações da Nazaré. Séforis ficava somente a seis quilômetros a noroeste da Nazaré e aí haveria certamente trabalho para os bons profissionais de carpintaria. É bem possível que José tivesse trabalhado nesses edifícios ajudado pelo jovem Jesus.  
Não é possível saber que tipo de carpinteiro era José, mas olhando para o mapa de Israel da época, e para a localização da Nazaré, pelo menos suspeito que fosse carpinteiro de Construção Naval.
Nós os portugueses, por influência da nossa Nazaré que é vila piscatória, somos tentados a imaginar a Nazaré bíblica ao pé do Mar da Galileia, o que não é verdade, pois estava a uma distância de 25 quilômetros. Isto parece à primeira vista afastar a possibilidade de José ser carpinteiro de construção naval.
Mas não podemos raciocinar com base na realidade dos nossos dias, em que todos os estaleiros se construção naval estão ao pé do mar.
Para um hábil carpinteiro como José, arrastar o barco por esses 25 quilômetros, talvez fosse mais fácil do que arrastar os pesados troncos necessários à sua construção. Aliás, sabemos que em Corinto já havia a técnica de levar barcos pelas estradas. Esses eram barcos de mercadorias e passageiros, que navegavam no Mediterrâneo, certamente muito maiores do que os barcos de pesca, do lago a que chamamos o Mar da Galileia.
Noto também uma forte ligação de Jesus aos homens do mar, nomeadamente os pescadores, que pode ser o indício do que terá sido a sua vida desde os 12 até aos 30 anos. Grande percentagem dos apóstolos eram pescadores, muitas das parábolas estavam relacionadas com o mar e a pesca, além de Jesus mostrar que estava perfeitamente identificado com o ambiente do Mar da Galileia, embora esse pormenor possa ser atribuído à sua natureza divina.
Admitindo que José foi carpinteiro de Construção Naval, uma das dificuldades do seu trabalho seriam os 25 quilômetros que separam Nazaré do Mar da Galileia, através dum caminho montanhoso. É verdade, que não se sabe por onde passava a tal estrada, ou simples caminho da Nazaré ao Mar da Galileia, pois não ficaram vestígios arqueológicos como no caso das vias romanas, mas qualquer engenheiro civil ou topógrafo ou outro profissional ligado a estradas, em face duma planta topográfica suficientemente ampliada, não teria dúvidas em “adivinhar” qual a provável localização dessa estrada ou caminho, pois nessa época não havia máquinas para grandes trabalhos de escavação ou terraplenagem, muito menos se podia pensar em túneis, e a conclusão seria sempre uma estrada de montanha com várias subidas e descidas. Também o relevo obrigaria a muitas curvas e os 25 quilômetros de distância em linha reta, por estrada seriam certamente muitos mais.

6. Como era José como homem
Encontramos em Mateus 1:19. José, seu esposo, sendo justo, e não querendo denunciá-la publicamente, resolveu repudiá-la em segredo. Aqui refere-se à atitude de José quando soube que Maria estava grávida antes de se juntarem pelo casamento. Aconselho a leitura do meu artigo “Maria, mãe de Jesus”, onde este assunto é tratado com maior desenvolvimento.
Parece um tanto estranha a interpretação de Mateus, que classifica José como “justo” devido à sua atitude. Nesse contexto cultural velho testamentário, justo era o que praticava a justiça de acordo com a Velha Lei. Se José apelasse para a justiça segundo a Lei de Moisés, Maria seria condenada à morte por lapidação se não houvesse alguma intervenção das autoridades romanas para impedir tal execução, pois viviam numa época em que a aplicação da velha Lei tinha algumas limitações impostas por Roma.
Penso que, mais importante do que a classificação de Mateus, é examinarmos a atitude de José, antes da intervenção do anjo que lhe falou.
José não quis acusar Maria de infidelidade e resolveu deixá-la em segredo. Nem sabemos se terá exigido do pai de Maria a devolução do que lhe teria pago, como era tradição entre os judeus. Penso que esta atitude não nos mostra um homem justo, muito menos se pensarmos no que era o homem justo nessa cultura. Eu preferia chamar-lhe de homem pacífico, conciliador, um homem bom, que preferiu ficar prejudicado a apelar para a justiça a que tinha direito.
Em Mateus 1:20/25 temos a descrição do anjo que em sonhos apareceu a José.
Muito se tem dito de Maria como a mulher escolhida por Deus para a concretização dos Seus planos, mas penso que o mesmo podemos dizer de José, que também foi o homem escolhido por Deus.
Apesar de todas as compreensíveis dificuldades, José aceitou prontamente as instruções do Anjo que lhe apareceu. Atendendo à profissão de José, homem realista, habituado a raciocinar, penso que não haja aqui qualquer ingenuidade ou fanatismo religioso. Isto mostra que José era homem de fé, uma fé consciente dum verdadeiro escolhido do Senhor.
Em Mateus 2:13/14  e Mateus 2:19/21 temos novas aparições do anjo a que José prontamente obedece.
Nenhum dos evangelistas assistiu pessoalmente a estes acontecimentos e só Mateus registrou esta fuga para o Egito e o massacre das crianças. Lucas que foi tão meticuloso ao escrever o seu evangelho, como ele próprio afirma logo no início, parece ter rejeitado estas informações, assim como muitas outras dos antigos textos que ficaram conhecidos como os apócrifos do Novo Testamento que tentam colmatar o silêncio do que terá acontecido antes de Jesus iniciar a sua pregação.
Em Lucas 2:41/50 temos uma referência a José, embora o seu nome não apareça. Neste acontecimento, tanto José como Maria, têm o comportamento de qualquer casal que procura o seu filhinho Jesus, nessa altura já um jovenzinho de 12 anos.
Quando encontraram a Jesus, foi Maria que perguntou: Filho, por que nos fizeste isso? Trata-se duma pergunta que tem certo tom de repreensão. A atitude de José e a precipitação de Maria, numa altura em que tal era bem compreensível devido à sua preocupação, mostram um homem pacífico que não intervinha sem necessidade, pois se houvesse alguma repreensão a fazer a Jesus, era a ele, como chefe de família que competia tomar a iniciativa. Mas afinal, nem José nem Maria compreenderam a resposta de Jesus.

7. Conclusão
Não há mais referências a José em toda a Bíblia. A informação que temos é pouca, mas já nos basta para “vermos” um homem fisicamente grande e forte, com qualidades de chefia que se impõe não pelo seu autoritarismo, mas pela sua competência e espírito pacífico e tolerante, além de ser um verdadeiro crente, que cumpriu a função para que o Senhor o chamou, pois quando Deus o escolheu, bem sabia quem era José, o escolhido do Senhor...
Bispo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciência da Religião Dr. Edson Cavalcante