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quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

LÚCIFER DA GLÓRIA DE DEUS PARA AS TREVAS INFERNAIS...


                               LÚCIFER DA GLÓRIA DE DEUS PARA AS TREVAS INFERNAIS...
Lúcifer foi um dos três Anjos ( Miguel, Uriel e Lúcifer ) criados por Deus para Sua Glória eterna, Deus quis dar-lhes mais ‘consistência e densidade’ para que a Luz pudesse ser mais brilhante e o ‘som corporal’ mais alto para o reino da alegria crescer em Deus.
Deus criou-os de Si mesmo, do seu próprio núcleo, dai a grande Força deles.
Não eram espíritos novos mas sempre ‘existiram’ em ‘potência‘ no Pai. 
Um Pai espera que seus filhos criados à sua imagem cumpram as suas leis enquanto moram em sua casa e não desrespeitem quem lhes deu origem.
Que se passou com Lúcifer que de Anjo de Luz passa a demônio das trevas ?
Lúcifer era um Príncipe muito belo, muito querido pelo Pai Criador.
Se tivesse se comportado como um filho humilde perante seu Pai teria ficado à semelhança dos seus ‘irmãos’ Miguel e Uriel a presidir aos Reinos de seu Pai.
Acontece que nesta criação a partir do próprio núcleo de Deus endivido a uma maior ‘consistência corporal’ emanada (era essa a intenção divina como se disse acima), surge uma Luz mais intensa e brilhante, como que um relâmpago mais brilhante que antes.
Lúcifer ao ver esse relâmpago mais brilhante que dele irradia, ilude-se e pensa (erradamente) que esse ‘brilho’ é de tal grandeza que lhe permite se elevar ‘acima’ de quem o criou em vez de ficar quieto e humilde a ‘jogar’ com o Pai.
O ser humano quando lhe acontece, por mérito próprio ou acaso, ter um grande êxito e sucesso (ver nascer um ‘relâmpago’ fora do normal na sua vida), ‘enche o peito’ com orgulho e tende a se glorificar e a pensar acima das suas próprias capacidades em vez de humildemente ficar na ‘sombra’ desse êxito a ‘gozá-lo’ interiormente.
Essa tendência surge de nos persuadirmos que somos ‘super-homens‘ nesse momento e capazes de ser o Pai, de ser capazes de criar sem limites, nada existe nesse momento que nós no nosso orgulho e ambição não pensemos ser capazes de realizar.
Esta analogia humana serve para ter uma ‘vaga’ noção do que se passou com Lúcifer e se passa todos os dias com o ser humano.
Lúcifer, como espírito antigo e não novo (no sentido que sempre existiu em ‘pensamento’ na Divindade eterna), sabia muito bem:
--- Que não era o Deus Universal e Total, apenas uma porção ou centelha Dele.
--- Que tinha sua própria zona de domínio e até onde se estendia não lhe pertencia o ‘espaço’ inteiro universal e aí devia se harmonizar e se qualificar com tudo o que estava fora do seu espaço, da sua zona.
--- Como foi engenhado pela Divindade.
--- Como o Coração ou Filho de Deus, a sua ‘faceta’ de Amor e Luz tinha a primazia na Divindade, ou seja, ninguém seria capaz de usurpar este lugar por mais forte, tenebroso e ambicioso que fosse.
--- Que a Divindade se engendrava ‘fora’ do seu ‘corpo’(de Lúcifer), como fizera desde toda a eternidade.
Mas cego pela força do brilho da Luz que dele irradiava, não quis ficar apenas no seu domínio mas na sua ambição quis alargar esse domínio e ser ele próprio o Rei acima do Criador, dominar a Deus e não ter rival.
Não quis ’jogar’ o jogo cordial com Deus, o ‘jogo’ eterno de Deus antes da criação dos anjos, onde as criaturas dispõem das suas configurações, formas e vegetações, onde até as podem quebrar para sua diversão, mas sempre ‘dentro’ do jogo com Deus.
Deus se é Deus não deveria ter conhecimento ‘prévio’ que esta situação se ia passar?
Não, se soubesse haveria uma premeditação para isto acontecer e não uma luta e combate, uma inimizade de Lúcifer contra Deus, mas Lúcifer teria sido criado já assim desde o inicio, pois assim estaria ‘determinado’.
Mas de fato Deus ‘sabia’... Deus é Totalidade, Luz-Amor e Cólera, Deus não sabia segundo seu Amor (a partir do qual Deus é chamado de Deus), mas sabia segundo sua Cólera.
Deus afinal tem mal e bem, Amor e cólera?
Não, se chamarmos Deus apenas ao Deus do Amor que apenas vê o Bem e não o mal.
Mas na sua Totalidade, na expressão da sua Palavra, onde a Natureza do mundo espiritual se origina, onde é concebido a tangibilidade e onde Deus chama a Si mesmo de Deus colérico e devorador, ali Ele de fato soube desde toda a eternidade que, se um dia Se movesse nessa fonte ou qualidade colérica, ela também se tornaria criatura.
Contudo, aí Ele não é chamado de Deus mas um Fogo devorador.
Lúcifer conhecia a majestade mas não a Palavra do centro de Deus e ‘equivocou-se‘, pensou ser fácil substituir o Pai mas desconhecia todo o potencial eterno da Palavra e da cólera da Natureza e sobretudo da primazia do Filho,do Coração do Amor de Deus sobre outra qualquer emanação divina.
O Bem e o Mal existem na criação como que numa ‘magia’ divina, cada um conhece apenas o que lhe é próprio, a sua própria fonte, o Amor à ciência do bem, a cólera a ciência do mal, só Deus apreende o Todo.
Deus tentou evitar este combate?
Deus, a fonte de Amor tentou evitar a ‘loucura’ de Lúcifer, mas a Luz de Deus foi rejeitada e desprezada.
Assim como o ser humano rejeita, no auge do seu sucesso, que algo lhe pode escapar e que ele tenha de obedecer a alguém na sua euforia louca (faz orelhas ‘moucas’ a todo o conselho de ‘acalmia’ seja de pais ou amigos).
Lúcifer tinha força para se opor assim a Deus, seu Criador afinal ?
Sim, porque não era uma criatura qualquer, tinha origem no próprio núcleo de Deus, era uma poderosa emanação da Divindade e daí a sua força, era Deus (gerador) contra Deus (produzido), forte contra forte.
Lúcifer quis ter a primazia na inteira Divindade e foi castigado e a sua zona considerada terreno pestilento e morto.
Como isso ocorreu?
Por Lúcifer ter levado a Divindade à cólera (ter inflamado a Natureza eterna em seu primeiro principio) assim Deus teve de ‘recorrer’ a essa Sua ‘faceta’ de Natureza eterna e colérica e despertar a Sua própria inflamação, as Suas qualidades coléricas que cobriram Lúcifer com essa Cólera, Cólera essa que era ‘fora’ e ‘acima’ da de Lúcifer e o remeteu para as Trevas pois da água seca e inflamada pelo Fogo só resulta cheiro pestilento e não Luz alguma como pensava e queria Lúcifer .
A cólera de Deus não toca o núcleo mais ‘interno’ da Divindade, o Filho de Deus e muito menos a oculta santidade do Espírito Santo, mas chega á geração donde Lúcifer foi criado.
Lúcifer era muito próximo de Deus, era seu filho querido, assim o ser humano é um filho querido de Deus e deve atentar no que envia a seu Pai.
Assim como Lúcifer pôs a cólera de Deus em movimento (que sem isso teria permanecido oculta por toda a eternidade) assim o homem também o faz quando pensa que está acima de tudo com o seu orgulho vaidade e ambição desmedida e resultando daí a terrível cólera que ainda predomina neste mundo material.
Ambos os filhos com livre arbítrio e que serão aquilo a que se agarrarem, ao bem ou ao mal.
Todo o homem é uma estalagem onde reside Lúcifer, o segredo é mantê-lo hospede para assim o mantermos tranquilo e domesticado, caso percamos as rédeas e se o deixamos ser mestre de nós, da nossa estalagem, então temos a estalagem devastada.
Lúcifer permanecerá eternamente afastado de Deus no fim dos tempos ?
Alguns dizem que será o homem redimido que ocupou o reino de Lúcifer por lei divina que um dia fará a redenção total e deixará de haver separação entre Luz e trevas e tudo regressará à Unidade.
Outros dizem que não, que haverá separação eterna das águas.
Argumentam que Lúcifer não foi expelido eternamente aguando da sua rebeldia porque existia ainda um núcleo ‘puro’ nesse reino de Lúcifer e Deus queria aí colocar o ser humano para usar esse núcleo como ‘semente’ para ‘limpar e resgatar’ espiritualmente esse reino e só então deixar Lúcifer e os espíritos das trevas restritos eternamente à escuridão e dor eternas no local onde hoje existe a terra onde serão deuses para eles próprios, prisioneiros em sua própria prisão e jamais verão a Luz de Deus.
O sábio dirá que bastará o homem cumprir a sua missão de combate espiritual enquanto vive na terra e deixar tais altas especulações teóricas para quem sempre tratou delas!
Sem combate nesta vida é que nada se consegue, de que servem altos conhecimentos se não levam o homem ao combate, de que serve o combate fugaz e não contínuo se não rompe a barreira da escravidão do homem perante Lúcifer e suas tentações mundanas...

Bispo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciência da Religião Dr. Edson Cavalcante

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