ESTUDO SOBRE O SONHO DE
CLÁUDIA MULHER DE PÔNCIO PILATOS...
Às vezes pessoas comuns, como você e eu, são colocadas diante de
situações que podem ter repercussões enormes, muito além do que é possível
imaginar. Por exemplo, os tripulantes do avião que transportou a bomba atômica
lançada sobre Hiroshima não tinham a menor ideia da dimensão do que estavam
fazendo, tanto assim que o piloto apelidou o avião de Enola Gay, nome da sua
mãe, que acabou ficando tristemente famosa por causa disso. Seu ato, embora
cumprindo ordens, ocasionou a morte de centenas de milhares de pessoas e vários
desses tripulantes viveram o resto das suas vidas com enormes remorsos.
Esse é o caso de Cláudia Prócula, esposa de Poncio Pilatos, o Governador da Judeia que condenou Jesus à morte na cruz. Cláudia vinha de uma família importante e o casamento com ela abriu portas importantes para Pilatos, que subiu no serviço público, culminando com sua designação para governar a Judeia.
Agora, para você entender o que se passou com ela, é preciso falar um pouco do contexto em que os fatos que levaram à condenação de Jesus ocorreram. Ele foi preso na madrugada de quinta para sexta feira, por ordem dos líderes religiosos judeus. Esses líderes tinham poder para prender e julgar qualquer pessoa, mas uma condenação à morte precisava, segundo as leis romanas, ser confirmada pelo Governador (João capítulo 18, versículos 28 a 31).
Os líderes religiosos viveram um dilema. Foram avisados por Judas Iscariotes, o homem que traiu Jesus, que havia uma oportunidade para prendê-lo naquela noite. Esse aviso, segundo o relato bíblico foi dado por volta de 21:00 (Jesus acabou preso já na madrugada de sexta feira).
O dilema consistia que o prazo para julgar, condenar e executar Jesus era muito curto, indo das 21:00 hs de quinta feira até as 18:00 hs de sexta, pois aí começaria o sábado judaico e todo trabalho precisava ser interrompido. E havia um agravante, eles estavam vivendo a época da comemoração da Páscoa e, após o sábado, viriam mais 7 dias de feriado. Assim, se não conseguissem condenar e executar Jesus durante aquelas poucas horas, somente poderiam fazê-lo cerca de 8 dias depois.
Ora, durante feriados importantes, como a Páscoa, Jerusalém ficava lotada de peregrinos (a população era multiplicada por quase 10). E Jesus era uma figura muito popular. Ora, manter uma pessoa tão conhecida presa sem uma condenação legal era ilegal e tal tipo de ato poderia facilmente gerar uma revolta popular, que os líderes religiosos judeus queriam evitar a qualquer custo.
O risco de revoltas nesses períodos especiais era tão grande que o Governador mudava sua residencia para Jerusalém, como Pilatos fez naqueles dias, deixando seu palácio em Cesaréia Marítima. E sempre levava um reforço de tropas romanas.
Portanto, antes de prender Jesus, os líderes religiosos precisavam se assegurar que Pilatos iria confirmar sua sentença e que concordaria em fazer isso muito cedo na manhã de sexta feira. E a única forma de garantir isso seria conversar previamente com Pilatos. Portanto, quando recebeu o aviso de Judas Iscariotes, por volta de 21:00 hs, o sumo-sacerdote precisou correr para o palácio de Pilatos para conversar com ele.
A Bíblia não relata essa conversa, mas sabemos que ela deve ter ocorrido, primeiro porque era a coisa lógica e, segundo, porque houve uma demora de três horas entre o aviso de Judas e a partida do grupo que foi prender Jesus, conforme fica claro na cronologia que a Bíblia relata. Esse foi o tempo necessário para fazer essa conversa e tomar a decisão final.
E essa concordância foi conseguida, tanto assim que os líderes judeus assumiram o risco de fazer a prisão. Agora, como o sumo- sacerdote procurou Pilatos já tarde da noite, o que era inusitado, é natural que ele tenha comentado o ocorrido com sua esposa, que também estava em Jerusalém, como a Bíblia relata.
Cláudia foi dormir com a informação que Jesus seria condenado na manhã seguinte, e executado logo em seguida, sempre com a concordância de Pilatos. E ela sonhou que devia avisar Pilatos a não concordar com o que estava para acontecer. Aliás essa é mais uma prova de que houve a conversa entre Pilatos e os líderes religiosos judeus na noite anterior, senão o tal sonho não teria feito o menos sentido para ela. Veja o que o texto bíblico fala a respeito desse sonho:
Esse é o caso de Cláudia Prócula, esposa de Poncio Pilatos, o Governador da Judeia que condenou Jesus à morte na cruz. Cláudia vinha de uma família importante e o casamento com ela abriu portas importantes para Pilatos, que subiu no serviço público, culminando com sua designação para governar a Judeia.
Agora, para você entender o que se passou com ela, é preciso falar um pouco do contexto em que os fatos que levaram à condenação de Jesus ocorreram. Ele foi preso na madrugada de quinta para sexta feira, por ordem dos líderes religiosos judeus. Esses líderes tinham poder para prender e julgar qualquer pessoa, mas uma condenação à morte precisava, segundo as leis romanas, ser confirmada pelo Governador (João capítulo 18, versículos 28 a 31).
Os líderes religiosos viveram um dilema. Foram avisados por Judas Iscariotes, o homem que traiu Jesus, que havia uma oportunidade para prendê-lo naquela noite. Esse aviso, segundo o relato bíblico foi dado por volta de 21:00 (Jesus acabou preso já na madrugada de sexta feira).
O dilema consistia que o prazo para julgar, condenar e executar Jesus era muito curto, indo das 21:00 hs de quinta feira até as 18:00 hs de sexta, pois aí começaria o sábado judaico e todo trabalho precisava ser interrompido. E havia um agravante, eles estavam vivendo a época da comemoração da Páscoa e, após o sábado, viriam mais 7 dias de feriado. Assim, se não conseguissem condenar e executar Jesus durante aquelas poucas horas, somente poderiam fazê-lo cerca de 8 dias depois.
Ora, durante feriados importantes, como a Páscoa, Jerusalém ficava lotada de peregrinos (a população era multiplicada por quase 10). E Jesus era uma figura muito popular. Ora, manter uma pessoa tão conhecida presa sem uma condenação legal era ilegal e tal tipo de ato poderia facilmente gerar uma revolta popular, que os líderes religiosos judeus queriam evitar a qualquer custo.
O risco de revoltas nesses períodos especiais era tão grande que o Governador mudava sua residencia para Jerusalém, como Pilatos fez naqueles dias, deixando seu palácio em Cesaréia Marítima. E sempre levava um reforço de tropas romanas.
Portanto, antes de prender Jesus, os líderes religiosos precisavam se assegurar que Pilatos iria confirmar sua sentença e que concordaria em fazer isso muito cedo na manhã de sexta feira. E a única forma de garantir isso seria conversar previamente com Pilatos. Portanto, quando recebeu o aviso de Judas Iscariotes, por volta de 21:00 hs, o sumo-sacerdote precisou correr para o palácio de Pilatos para conversar com ele.
A Bíblia não relata essa conversa, mas sabemos que ela deve ter ocorrido, primeiro porque era a coisa lógica e, segundo, porque houve uma demora de três horas entre o aviso de Judas e a partida do grupo que foi prender Jesus, conforme fica claro na cronologia que a Bíblia relata. Esse foi o tempo necessário para fazer essa conversa e tomar a decisão final.
E essa concordância foi conseguida, tanto assim que os líderes judeus assumiram o risco de fazer a prisão. Agora, como o sumo- sacerdote procurou Pilatos já tarde da noite, o que era inusitado, é natural que ele tenha comentado o ocorrido com sua esposa, que também estava em Jerusalém, como a Bíblia relata.
Cláudia foi dormir com a informação que Jesus seria condenado na manhã seguinte, e executado logo em seguida, sempre com a concordância de Pilatos. E ela sonhou que devia avisar Pilatos a não concordar com o que estava para acontecer. Aliás essa é mais uma prova de que houve a conversa entre Pilatos e os líderes religiosos judeus na noite anterior, senão o tal sonho não teria feito o menos sentido para ela. Veja o que o texto bíblico fala a respeito desse sonho:
"E estando ele no tribunal, sua mulher mandou
dizer-lhe: Não te envolvas com esse justo; porque hoje em sonho muito sofri por
seu respeito" (Mateus capítulo 27, versículo 19)
Na manhã de sexta feira, logo cedo, ao acordar e
perceber que Pilatos já saira para tratar desse assunto, Cláudia estava diante
daquele tipo de momento que pode mudar toda uma vida, conforme comentei no
começo deste post. O que deveria fazer.
Ela escolheu mandar uma mensagem para Pilatos não seguir em frente com a combinação que tinha feito com os líderes judeus, pois isso traria um grande mal para sua vida. Pilatos recebeu a mensagem e mudou de comportamento - o relato bíblico nos conta que ele tentou por várias vezes inocentar Jesus, chegando a oferecer trocá-lo por um outro prisioneiro, Barrabás (Mateus capítulo 27, versículos 15 a 18).
E sua mudança de comportamento enfureceu os líderes judeus, que começaram a ameaçar Pilatos, dizendo que iriam denunciá-lo para o Imperador romano (João capítulo 19, versículo 12). E o Governador foi fraco e acabou cedendo à pressão. Mas ainda tentou tirar a responsabilidade dos seus ombros, ao lavar, de forma simbólica, suas mãos (Mateus capítulo 27, versículo 24).
Não adiantou. Pilatos passou para a história como o carrasco de Jesus e, a partir desse ponto, sua carreira desceu ladeira abaixo - poucos anos depois ele acabou perdendo seu cargo e foi exilado, em total desgraça.
Uma pessoa comum - Cláudia - foi colocada numa situação inesperada: sabia que seu marido ia cometer um ato muito grave e precisava evitar isso. Tentou mudar o caminho dos fatos, não teve sucesso.
É provável que ela tivesse tido condições de fazer mais do que fez, não podemos saber com certeza. E, como esposa de Pilatos, Cláudia acabou pagando parte do preço das consequências que vieram sobre seu marido...
Ela escolheu mandar uma mensagem para Pilatos não seguir em frente com a combinação que tinha feito com os líderes judeus, pois isso traria um grande mal para sua vida. Pilatos recebeu a mensagem e mudou de comportamento - o relato bíblico nos conta que ele tentou por várias vezes inocentar Jesus, chegando a oferecer trocá-lo por um outro prisioneiro, Barrabás (Mateus capítulo 27, versículos 15 a 18).
E sua mudança de comportamento enfureceu os líderes judeus, que começaram a ameaçar Pilatos, dizendo que iriam denunciá-lo para o Imperador romano (João capítulo 19, versículo 12). E o Governador foi fraco e acabou cedendo à pressão. Mas ainda tentou tirar a responsabilidade dos seus ombros, ao lavar, de forma simbólica, suas mãos (Mateus capítulo 27, versículo 24).
Não adiantou. Pilatos passou para a história como o carrasco de Jesus e, a partir desse ponto, sua carreira desceu ladeira abaixo - poucos anos depois ele acabou perdendo seu cargo e foi exilado, em total desgraça.
Uma pessoa comum - Cláudia - foi colocada numa situação inesperada: sabia que seu marido ia cometer um ato muito grave e precisava evitar isso. Tentou mudar o caminho dos fatos, não teve sucesso.
É provável que ela tivesse tido condições de fazer mais do que fez, não podemos saber com certeza. E, como esposa de Pilatos, Cláudia acabou pagando parte do preço das consequências que vieram sobre seu marido...
Bispo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciência da
Religião Dr. Edson Cavalcante
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.