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sexta-feira, 17 de outubro de 2014

LÍNGUA MALDITA DE ALGUNS CRENTES...


                                             LÍNGUA MALDITA DE ALGUNS CRENTES...
1ª medida – Tropeço: v.2 “Porque todos tropeçaram em muitas coisas. Se alguém não tropeça no falar, é perfeito varão capaz de refrear também todo o corpo”
A primeira medida da língua é um tropeço ou obstáculo pequeno que pode fazer a pessoa tombar ao chão. Interessante que ninguém tropeça num grande bloco de granito, mas pequena brita pode fazer cair por terra. A língua é um tropeço quando falamos algo que poderia ficar sem dizer.
Antes de falar a pessoa sabe que pode guardar sua língua. Contudo, depois que solta a fala, não tem como retornar de volta. Semelhante a quem joga sabão sobre o chão molhado é preciso tomar cuidado com quem fala demais porque é escorregadio e perigoso.
Você já tropeçou em sua língua?
Guarde as palavras somente para quando for necessário!
2ª medida - Freio: v.3 “Ora, se pomos freio na boca dos cavalos, para nos obedecerem, também lhes dirigimos o corpo inteiro”
A segunda medida da língua é o freio ou o momento em que a pessoa tem que começar a se esforçar para soltar mais a língua, como se esticasse o órgão para conseguir falar. É neste ponto que o ‘sinal vermelho’ acende e a consciência tem a última oportunidade de parar o erro que começou. Se não frear agora, pode se tornar como um carro desgovernado morro abaixo.
A bíblia nos adverte para não ser “como o cavalo ou a mula, sem entendimento, os quais com freios e cabrestos são dominados; de outra sorte não te obedecem” (Salmos 32.9). Uma característica de fofoqueiros é não ter freios na boca. Vive sempre fazendo perguntas para colher informações sobre os outros e sempre tem uma novidade pra contar.
Você já tentou em frear sua língua?
Resista a vontade de falar!
3ª medida - Leme: v.4 “Observai, igualmente, os navios que, sendo tão grandes e batidos de rijos ventos, por um pequeníssimo leme são dirigidos para onde queira o impulso do timoneiro”
A terceira medida é comparada ao pequeno leme de um grande navio. A função do leme é guiar a direção correta. Isso mostra que o que falamos direciona nossas vidas.
Quem fala muito de futebol, quem conversa muito com política, televisão e tantos outros assuntos, acaba se envolvendo demasiadamente com o que fala, pois “a boca fala do que está cheio o coração” (Mateus 12.34).
O fofoqueiro, entretanto não tem direção em sua vida. Vive querendo conduzir a vida alheia. Com isso acaba seguindo os passos errados das pessoas que persegue.
Como você tem guiado sua língua?
O que você fala conduz a sua vida!
4ª medida - Fogo: v.5,6 “Assim, também a língua, pequeno órgão, se gaba de grandes coisas. Vede como uma fagulha põe em brasas tão grande selva! Ora, a língua é fogo; é mundo de iniqüidade; a língua está situada entre os membros de nosso corpo, e contamina o corpo inteiro, e não só põe em chamas toda a carreira da existência humana, como também é posta ela mesma em chamas pelo inferno”
A quarta medida é comparada a uma fagulha de fogo que pode provocar grande destruição. Uma palavra é algo tão pequeno como uma fagulha, mas pode ter consequências incontroláveis. As palavras são como uma caixa de fósforo que guarda o fogo e depois de acesos os palitos não se pode mais conter seus efeitos.
Quando você sente aquela vontade de falar o que vêm na ‘ponta da língua’ este fogo está se acendendo e quando você solta a palavra, o fogo consome quem estiver perto.
Você já sentiu a língua queimar com vontade de falar?
Cuidado para não provocar incêndios!
5ª medida - Indomável: v.7,8 “Pois toda espécie de feras, de aves, de répteis e de seres marinhos se doma e tem sido domada pelo gênero humano; a língua, porém, nenhum dos homens é capaz de domar; é mal incontido, carregado de veneno mortífero”
A quinta medida da língua é ‘indomável’. Pense bem, se já passou pelas medidas do tropeço e caiu; do freio e não se controlou; do leme e não se guiou e do fogo e não se conteve, quando chega aqui a língua já não tem controle mais.
O texto declara que todos os animais são domáveis, contudo a língua não tem sido domada pelo ser humano. A arte de domar animais exige paciência e muito treinamento. Do mesmo modo, para domar a língua é preciso se treinar, colocar limites e se esforçar muito.
Uma estratégia que aconselho para domar a língua é cantar um hino de louvor,  meditando na letra de um cântico para se distrair e tentar esquecer o que deseja falar e mudar de assunto assim que possível com uma “palavra seja sempre agradável, temperada com sal, para saberdes como deveis responder a cada um” (Colossenses 4.6).
Você tem domado sua língua?
Adestre sua boca para falar somente o que edifica!
6ª medida - Fonte: v.10,11 “De uma só boca procede bênção e maldição. Meus irmãos, não é conveniente que estas coisas sejam assim. Acaso, pode a fonte jorrar do mesmo lugar o que é doce e o que é amargoso?”
A sexta medida se compara a uma fonte. A fonte é onde brota água. Esta se mistura facilmente e absorve sabor. Desta maneira, não há meio termo. Ou é boa ou ruim, pois “um pouco de fermento leveda toda a massa” (Gálatas 5.9).
O profeta Eliseu certa vez curou uma fonte de água amarga jogando um pouco de sal (II Reis 2.21). Muitas vezes nossas palavras estão faltando este ‘sal da terra’ que cura para temperar nossas palavras. Falar do Evangelho e compartilhar a Palavra é uma maneira garantida de manter a boca ocupada com coisas edificantes.
A água depois que sai da fonte não retorna nunca mais. Assim também é a palavra que sai da boca e nunca mais tornará de volta. Então é preciso muito cuidado antes de falar, pois depois de dito e ouvido, os efeitos surgirão naturalmente.
Que tipo de palavras têm fluído de sua boca?
Procure dizer palavras que edificam quem ouve!
7ª medida - Fruto: v.12 “Acaso, meus irmãos, pode a figueira produzir azeitonas ou a videira, figos? Tampouco fonte de água salgada pode dar água doce”
A sétima medida da língua mostra que nossas palavras dão fruto. Cada semente dá um tipo de fruto e no seu tempo. Então devemos ter muito cuidado com as palavras que estamos plantando porque certamente colheremos de acordo com elas. E “não vos enganeis: de Deus não se zomba; pois aquilo que o homem semear, isso também ceifará” (Gálatas 6.7). Quem semeia confusão colhe contenda. Quem semeia bênção colhe edificação.
O fofoqueiro vive semeando contendas, espalhando conversas que cruzam e aumentam passando de um por um até a confusão estar formada. Depois o fofoqueiro se faz de vítima e diz que não entendeu ou desmente tudo.
O que você tem semeado e colhido?
Semeie bênçãos para colher vitórias!
Cuidado com a língua!
Tiago 4.11,12
Para a língua há uma solução. Guardá-la na boca. Cada um cuide de sua vida. Deus deu a cada um dois ouvidos e uma só boca para que “seja pronto para ouvir, tardio para falar” (Tiago 1.19).
Além disso devemos orar pedindo “SENHOR, livra-me dos lábios mentirosos, da língua enganadora” (Salmos 12.2) e “põe guarda, SENHOR, à minha boca; vigia a porta dos meus lábios” (Salmos 141.3).
Se você fosse medir sua língua a qual destas medidas chegaria?
1ª medida – Tropeço: está tropeçando em suas palavras?
2ª medida - Freio: precisa se controlar mais?
3ª medida – Leme: falta guiar melhor o que diz?
4ª medida – Fogo: está acendendo incêndios?
5ª medida – Indomável: não tem mais limites?
6ª medida – Fonte: tem jorrado vida ou morte?
7ª medida – Fruto: tem colhido bênçãos ou confusão?
Consagre seus lábios para ser usado pelo Senhor!
Se algum homem achar que é adorador formal...
Alguém talvez imagine ser devoto, e estar plenamente dedicado a Deus. Talvez faça até mesmo algumas obras justas, parecendo aos seus próprios olhos como sendo adorador que empenha todo o coração. Contudo, pode haver uma grave falha na sua conduta — falha que poria seriamente em dúvida sua afirmação de ser cristão. Todo o modo de vida do cristão deve harmonizar-se com a “palavra” da verdade. Isso deve vir do coração, não ser mera aderência a certas formalidades ou a uma rotina prescrita. O que realmente vale é a avaliação que Deus faz dele, não a sua própria. (1 Cor. 4:4)
Contudo não refrear a sua língua...
O defeito sério que Tiago menciona aqui é não se controlar a língua quanto a falar o que é mau. Isto incluiria conversa caluniosa, crítica, declarações irrefletidas, lisonjas, raciocínios enganosos, e assim por diante. Não importa qual o pretexto, sua maneira de falar o condena como hipócrita. Os fariseus eram justos aos seus próprios olhos, mas com a língua lisonjeavam, mentiam, procuravam a sua própria glória e falavam mal dos que consideravam inferiores. (Mar. 12:38-40; João 7:47, 48; veja Romanos 3:10-18.)
Mas prosseguir enganando seu próprio coração...
Considerar-se alguém justo aos seus próprios olhos resulta em enganar a si mesmo. O cristianismo requer que os membros de nosso corpo, inclusive a língua, sejam controlados. ‘Todo pensamento deve ser trazido ao cativeiro e feito obediente ao Cristo.’ (2 Cor. 10:5) Portanto, quem pensa que está vivendo como cristão e ainda assim deixa sua língua ser desenfreada, para o prejuízo de outros ou seu próprio, engana-se a si mesmo. Ele pode ter muitas aptidões, e até mesmo zelo e benevolência externa. Mas ele realmente não reconhece o que significa ser cristão. (1 Cor. 13:1-3) Ninguém que ainda se entrega a alguma prática que desonra a Deus pode ser servo devoto Dele. Tiago diz mais sobre a língua, no capítulo 2.
A forma de adoração de tal homem é fútil...
Visto que há um grande defeito na conduta dele, sua adoração não é aceitável ao Senhor. Não é realmente adoração de Deus, mas apenas formalismo, contaminado pela falta de controle da língua. Tal suposta adoração é maculada, impura, e, portanto, fútil ou vã. Veja Ageu 2:14, onde o profeta mostra que a negligência de Israel quanto à reconstrução do templo tornou todas as suas obras impuras do ponto de vista de Deus. Eles tinham uma forma de adoração, mas ela não era de valor algum aos olhos de Javé.
A forma de adoração que é pura e imaculada do ponto de vista de nosso Deus e Pai é esta...
A referência feita é à adoração que Deus encara como “pura”, limpa, santa e “imaculada”, sem mancha de qualquer maldade. Além de ser o Deus dos cristãos, Javé é também seu Pai, porque os gerou por meio de Seu Espírito, para serem seus filhos. Tiago não procura dar uma definição plena da verdadeira adoração, com todos os seus requisitos; ele não está dizendo que cuidar das viúvas e dos órfãos, e manter-se imaculado do mundo, é tudo o que esta envolvido na verdadeira adoração. Ele está mostrando que o genuíno serviço prestado a Deus é mais do que uma formalidade, cumprida segundo regras fixas, mas que ele atinge o coração, incluindo a pessoa inteira e envolvendo tudo na sua vida, inclusive compadecimento com os outros e amor a eles. (1 João 3:18)
Cuidar dos órfãos e das viúvas na sua tribulação...
Um sinal distintivo dos verdadeiros cristãos é a preocupação ativa com os necessitados, inclusive os órfãos e as viúvas, que amiúde se encontram entre os afligidos que sofrem tribulação. (Gál. 2:10) O cristão deve estar disposto e ansioso de ir em auxílio deles. A dádiva cristã com a motivação correta é de grande valor aos olhos de Deus (2 Cor. 9:6-15; Heb. 6:10; 13:16) Deus revela-se como Protetor do menino órfão de pai e da viúva. (Deu. 10:17, 18; Sal. 68:5)
Desde o começo, a primitiva congregação cristã tomou interesse especial em fazer provisões para as viúvas. (Atos 6:1-6) Jesus mostrou na parábola das ovelhas e dos cabritos que o amor e o serviço bondosos presta-los aos mínimos dos irmãos de Cristo que estiverem em necessidade fornece uma base para um julgamento favorável. (Mat. 25:35, 36, 45) O apóstolo Paulo admoestou: “Realmente, então, enquanto tivermos tempo favorável para isso, façamos o que é bom para com todos, mas especialmente para com os aparentados conosco na fé.” (Gál. 6:10; 1 João 3:14-18; Tia. 2:14-17) A preocupação com os de condição humilde e necessitados inclui também falar consoladoramente com a consolação que as Escrituras provêem. Isto se mostrará espiritualmente edificante. (1 Tes. 5:14; 2 Cor. 1:3-5)
E manter-se sem mancha do mundo...
O “mundo” aqui, como em muitos outros lugares da Bíblia, refere-se aos homens em geral, que não servem a Deus, mas que ‘jazem no poder do iníquo’. (1 João 5:19) O cristão deve distinguir-se do mundo, visto que não deve fazer parte dele. (João 17:14) Devemos refrear-nos da violência e da corrução do mundo, não participando de sua política divisória, de seu nacionalismo ou de suas tramas injustas. Também, não podemos ser cristãos genuínos se adotarmos alguma atitude, conversa ou conduta em desacordo com a vontade de Deus.
Adotar um proceder paralelo ao do mundo, fazendo as coisas injustas dele mesmo sem ter associação direta com as pessoas do mundo, seria igualmente corruto aos olhos de Deus. Ainda ficaríamos maculados e manchados pelo mundo. (Rom. 12:2) Deve-se ter em mente que tal coisa é possível até mesmo na congregação, conforme Paulo advertiu a Timóteo: “Ora, numa casa grande não há só vasos de ouro e de prata, mas também de madeira e de barro, e alguns para fim honroso, mas outros para fim sem honra. Portanto, se alguém se mantiver livre destes últimos, será vaso para fim honroso, santificado, útil para o seu dono, preparado para toda boa obra. Por isso, foge dos desejos pertinentes à mocidade, mas empenha-te pela justiça, pela fé, pelo amor, pela paz, ao lado dos que invocam o Senhor dum coração puro.” (2 Tim. 2:20-22)...

Bispo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciência da Religião Dr. Edson Cavalcante

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