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quinta-feira, 21 de agosto de 2014

O AMOR PATERNAL...


                                                              O AMOR PATERNAL...
TSS 4:9-12
O crescimento do número de pessoas que afirmam crer em Cristo, serem salvas por Cristo, mas não querem vivenciar um vínculo comunitário. A questão é: será que a fé pessoal em Jesus pode abrir mão de um vínculo comunitário por causa de Jesus? será que é possível viver o grande mandamento de Jesus – “amai-vos uns aos outros como eu vos amei” -  sem relacionar-se efetivamente com aqueles que como nós já creram em Jesus? Por mais que se tente provar o contrário a resposta é e sempre será NÃO! O amor só se concretiza pela via do relacionamento, sem ela é um mero discurso vazio e hipócrita!
Por isso, é oportuno ouvir Deus nos exortar hoje em Paulo que faz-se necessário progredir no amor fraternal. Como se dá este progresso?
I – PROGREDIMOS NO AMOR FRATERNAL VIVENCIANDO AS SUAS BASES (v. 9-10a)
Paulo reconheceu que a igreja de Tessalônica já discernira as bases do amor fraternal e, mais do que isto, as vivenciava. Quais são estas bases?
1. Amor envolve aprendizado (v. 9)
No amor não existe “autodidatas” = pessoas que têm a habilidade de aprender sozinhas. Por isso os tessalonicenses matricularam na “escola do amor”, foram devidamente “instruídos” e tiveram a grande vitória de aprender as lições chaves do amor. Só pode amar quem tem a humildade de admitir: “não sei amar” e, humildemente, trilhar todas as etapas do aprendizado do amor.
2. Amor envolve verticalização (v. 9)
Os tessalonicenses não foram autodidatas do amor, pelo contrário, foram instruídos pelo maior e melhor de todos os mestres do amor: o próprio Deus. Assim aprenderam a amar pelo método vertical que podemos chamar de “teodidata”  = o ensino ministrado por Deus pois, na verdade, somente ELE pode nos instruir sobre os grandes mistérios do amor. “Está escrito nos profetas: e serão todos ensinados por Deus, portanto, todo aquele que da parte do Pai tem ouvido e aprendido, esse vem a mim” (Jo 6:45). Jr 31:33-34
3. Amor é mandamento (v. 9)
Os tessalonicenses não viram o amor como uma dentre muitas alternativas de vida ou apenas uma opção a mais no leque da existência. Compreenderam, desde cedo, que amar é uma ordem que precisa ser obedecida: “novo mandamento vos dou – que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros; nisto conhecerão todos que sois meus discípulos – se tiverdes amor uns aos outros” ( Jo 13:34-35), Jo 15:12,17, I Jo 3:11, 23
4. Amor envolve reciprocidade (v. 9)
Os tessalonicenses, em meio ao sofrimento, compreenderam nitidamente que o amor fraterno não admite exclusão, discriminação, rejeição, seleção.... , pelo contrário, ele é um convite permanente à uma reciprocidade sadia. Trocando em miúdos: aquela lista de pessoas especiais por quem você nutre muito apreço e que fazem parte do seu seleto rol do verdadeiro amor precisa ser ampliada imediatamente com a inclusão daquelas  com as quais você tem se empenhado o máximo para “manter distância”.
PAULO arremata com alegria e sinceridade o diagnóstico que ele fazia da igreja de Tessalônica: “na verdade estais praticando isso mesmo para com positivo todos os irmãos em toda a Macedônia” (v. 10a). Enfim, amar para eles não era um mero discurso lembrado no culto dominical das 19 horas, mas uma realidade inquestionável e  indubitável!
 II – PROGREDIR NO AMOR FRATERNAL VIVENCIANDO A SUA PROFUNDIDADE (V. 10)
Apesar deste maravilhoso elogio, Paulo, com a ousadia que lhe era peculiar, exortou aos tessalonicenses sobre a necessidade de “progredirem cada vez mais no amor fraterno”. Aqui ele os está convocando para viverem uma dimensão diferenciada de amor por meio da qual eles não só estarão seguros de que amam, mas, acima de tudo, de que amam verdadeiramente com profundidade. Paulo os convoca para vivenciarem um amor que vai além das convenções humanas de amor, um amor como o de Jesus que no passado exaltávamos cantando: “o amor de Jesus é maravilhoso......” O que envolve esse amor profundo?
1. Amor  profundo envolve insatisfação
A consciência de que quanto mais amo, mais amor eu preciso dar....
2. Amor profundo  envolve submissão
A  consciência de que amar é mandamento para ser obedecido agora...
3. Amor profundo envolve comunhão
A consciência de que nunca imergiremos no amor se não imergimos na comunidade do amor – a igreja....
III – PROGREDIR NO AMOR FRATERNAL VIVENCIANDO OS SEUS LIMITES (V. 11-12)
1. Limite da “privacidade” (“tranqüilidade”) – v. 11
Paulo afirma que eles deveriam “diligenciar” , ou seja, considerar como questão de honra “viver tranquilamente cuidando efetivamente do que é deles”. O sentido desta tranqüilidade não está numa vida de muita mordomia, lazer, descanso no estilo “sombra e água fresca”, mas numa vida onde conforme lembra Howard Mashall eles “não deveriam ser abelhudos” respeitando a privacidade pessoal e familiar das pessoas (II Ts 3:11 “.... pessoas que se intrometem na vida alheia”). “Trocando em miúdos”: amar é administrar bem o que Deus nos tem dado para que não seja necessário explorar de forma injusta e inadequada o irmão que Deus nos tem desafiado a amar..... Amar é respeitar este limite da privacidade.....
2. Limite da produtividade com responsabilidade (v. 11)
A igreja de Tessalônica estava  muito focada na volta de Cristo. Na verdade, desde sua conversão, eles aguardavam com muita esperança que ela acontecesse logo (1:10 e cp 5). Contudo, em nome desta esperança, alguns irmãos estavam deixando o trilho do amor responsável para andar pelo trilho da vagabundagem: “já que Jesus voltará logo, para que trabalhar, vamos servir ao Senhor e deixar que Ele levante pessoas para nos sustentarem”. Paulo, transparentemente, dá um basta nesta distorção lembrando que a ordem clara e objetiva de Deus é que cada um deve “trabalhar com as próprias mãos” (I Co 4:12; Ef 4:28). Traduzindo: quem trabalha honestamente e dedicadamente, não vai precisar de viver às custas dos outros e nem terá tempo para “dar pitaco” na vida dos outros. Amar é respeitar este limite da produtividade com responsabilidade...
3. Limite da irrepreensibilidade (v. 12)
Paulo diz que no relacionamento com aqueles que não são crentes em Jesus (“são de fora”) eles deveriam se portar com “dignidade para que nada viessem a precisar”, ou seja, não basta ter uma boa conduta diante de Deus (2:12), é necessário ter uma boa conduta diante dos homens (Col 4:5 “portai-vos com sabedoria para com os que são de fora...” Rom 13:13, I Tm 3:7, I Pd 2:12). Trocando em miúdos: amar é deixar de ser uma parasita social, alienado, indiferente, insensível, para transformar-se num cidadão do Reino que valoriza a cidadania da nação como um trabalhador honesto, sincero, dedicado, solidário que se vê como uma solução positiva para os desafios que tem à sua volta (II Ts 3:6-13), como fez Neemias no passado....
CONCLUSÃO:
Somos chamados hoje pelo Senhor a progredir no amor fraternal
1. Amando urgentemente
Para isto precisamos reavaliar nossos  planos, prioridades, agenda, nosso foco.... O que adianta progredir sem amor?
2. Amando especificamente
Para isto precisamos nos libertar da correria que nos aprisiona e começarmos a buscar relacionamentos significativos
3. Amando gradativamente
Um grande amor é feito de pequenos gestos de amor...
Bispo. Capelão/ Juiz. Mestre e Doutor em Ciência da Religião Dr. Edson Cavalcante


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