Pages

quinta-feira, 10 de julho de 2014

ESTOU VOLTANDO PARA A MINHA CASA, PARA OS BRAÇOS DE MEU DEUS...


                  ESTOU VOLTANDO PARA A MINHA CASA, PARA OS BRAÇOS DE MEU DEUS...
2 Coríntios 5:19
A Bíblia fala, frequentemente, sobre o desejo de Deus que seu povo volte para ele. Deus criou o homem para gozar a comunhão especial com o Criador, e tem feito tudo para nos dar este grande privilégio. Deus quer uma relação especial e eterna com você, e comigo.
Jesus veio à terra com o propósito de buscar e salvar os perdidos (Lucas 19:10). Ele dedicou a vida, e até se sacrificou, para possibilitar a reconciliação de pecadores com Deus (2 Coríntios 5:18-21).
A volta de um pecador é importante para Deus, e deve ser importante para todos os servos do Senhor. Cada pessoa – cada pecador – precisa saber que a reconciliação é possível. Mesmo se tiver feito coisas terríveis, você pode voltar para casa – para a casa de Deus.
Todos nós desviamos
Deus nos criou à sua imagem e semelhança, capazes de amar e de obedecer (Gênesis 1:26-27). O amor é voluntário, não forçado. Deus não criou uma raça de robôs que seriam incapazes de fazer o mal. Ele criou homens e mulheres com a capacidade de escolher, sabendo que poderiam amar ou odiar, agradar ou desprezar, obedecer ou se rebelar.
Decidimos pecar: “Pois todos pecaram e carecem da glória de Deus” (Romanos 3:23). Quando cedemos à nossa própria vontade ao invés de obedecer a vontade de Deus, pecamos. João disse: “...o pecado é a transgressão da lei” (1 João 3:4). Quando desobedecemos a palavra de Deus, pecamos. Esta desobediência pode ser, também, por omissão de coisas que Deus pede (Tiago 4:17).
Paulo descreveu a vida egoísta e errada que vivemos anteriormente: “Ele vos deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados, nos quais andastes outrora, segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe da potestade do ar, do espírito que agora atua nos filhos da desobediência; entre os quais também todos nós andamos outrora, segundo as inclinações da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos, por natureza, filhos da ira, como também os demais” (Efésios 2:1-3). Com este entendimento do problema do pecado, a questão de voltar para Deus é de grande importância a todos nós.
Apesar do nosso pecado, Deus ainda quer uma relação especial de comunhão conosco. A mensagem das Escrituras – de Gênesis ao Apocalipse – é uma história do desejo de Deus de restabelecer este relacionamento com os homens. Isaías escreveu no VIII século a.C., chamando o povo de Judá ao arrependimento: “Buscai o SENHOR enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto. Deixe o perverso o seu caminho, o iníquo, os seus pensamentos; converta-se ao SENHOR, que se compadecerá dele, e volte-se para o nosso Deus, porque é rico em perdoar” (Isaías 55:6-7). O apóstolo Pedro explicou que Deus ainda não trouxe o Juízo final porque “ele é longânimo para convosco, não querendo que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento” (2 Pedro 3:9).A vinda de Jesus ao mundo é a maior prova deste desejo de Deus de estar perto dos homens que ele criou. “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3:16). Jesus mostrou o mesmo sentimento de compaixão quando, no final de sua vida na terra, olhou para os judeus rebeldes e disse: “Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que te foram enviados! Quantas vezes quis eu reunir os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintinhos debaixo das asas, e vós não o quisestes!” (Mateus 23:37).
Todos nós desviamos. Deus nos quer de volta. Nós precisamos da misericórdia dele. Como podemos voltar para o nosso Criador?
Como voltar?
O exemplo de Davi e suas palavras de arrependimento no Salmo 51 mostram as atitudes necessárias para voltar ao Senhor. Davi, um homem que amava a Deus, caiu no pecado. Cometeu adultério com uma vizinha e causou a morte do marido dela para poder ficar com ela. Foram pecados gravíssimos, e Davi chegou a ver o estrago na sua vida por causa da sua desobediência ao Senhor. Neste salmo, ele expressa o seu desejo ardente de restaurar a comunhão com Deus. Vamos observar alguns pontos importantes nas suas palavras. Para voltar para Deus, é necessário:
1. Querer estar bem com o Senhor. A coisa mais assustadora no pensamento de Davi foi a real possibilidade de ficar longe de Deus – até afastado do Senhor para sempre. Ele disse para Deus: “Não me repulses da tua presença, nem me retires o teu Santo Espírito. Restitui-me a alegria da tua salvação e sustenta-me com um espírito voluntário” (11-12).
2. Reconhecer o nosso problema do pecado. Numa sociedade em que a maldade é explicada e justificada de diversas maneiras sociológicas e psicológicas, é fácil esquecer que o pecado é a transgressão da vontade de Deus (1 João 3:4) que cria uma barreira entre Deus e os pecadores (Isaías 59:1-2). A pessoa que quer voltar para Deus precisa identificar o problema de pecado na sua vida. Davi escreveu: “Pois eu conheço as minhas transgressões, e o meu pecado está sempre diante de mim.” (3).
3. Assumir responsabilidade pelo nosso pecado. Não é suficiente reconhecer que o pecado nos afasta de Deus. É necessário assumir responsabilidade pessoal pelos pecados que temos cometido. Diferente de crianças que apontam os dedos para jogar a culpa nos outros, precisamos agir como adultos e assumir a responsabilidade pelas nossas próprias transgressões. Embora o pecado de Davi tenha atingido várias outras pessoas (Bate-Seba, Urias, Joabe, a família dele, etc.), Davi entendeu que o principal problema foi a ofensa contra Deus: “Pequei contra ti, contra ti somente, e fiz o que é mal perante os teus olhos, de maneira que serás tido por justo no teu falar e puro no teu julgar” (4). O meu pecado não é culpa da família, da igreja, da sociedade, etc. É culpa minha!
4. Entender que precisamos de ajuda para resolver o nosso problema. Um certo espírito de independência é bom e necessário em muitos aspectos da vida, mas a pessoa que se acha capaz de vencer o pecado sozinha está perigosamente enganada. Dependemos da graça de Deus manifesta no sacrifício de Jesus para alcançar a salvação. Davi, um dos fiéis que confiava na promessa de um Salvador, disse: “Compadece-te de mim, ó Deus, segundo a tua benignidade; e, segundo a multidão das tuas misericórdias, apaga as minhas transgressões. Lava-me completamente da minha iniquidade e purifica-me do meu pecado....Purifica-me com hissopo, e ficarei limpo; lava-me, e ficarei mais alvo que a neve. Faze-me ouvir júbilo e alegria, para que exultem os ossos que esmagaste. Esconde o rosto dos meus pecados e apaga todas as minhas iniquidades.” (1-2,7-9). Deus nos ajuda de muitas maneiras – pelo sangue de Jesus, pela intercessão do Espírito Santo, pelo encorajamento de cristãos fiéis, pela instrução da palavra, etc. Precisamos da ajuda dele para voltar ao Senhor.
5. Confrontar e mudar o nosso coração. Talvez o maior obstáculo no caminho à reconciliação seja o próprio coração. Depois de anos de egoísmo e da busca carnal de prazer, é difícil desejar as coisas boas e puras que Deus deseja. Davi percebeu esta necessidade: “Cria em mim, ó Deus, um coração puro e renova dentro de mim um espírito inabalável” (10). A decisão de voltar e o desejo de estar em comunhão com Deus nos motivam a purificar os nossos pensamentos para deixar o Senhor dominar as nossas vidas. Jeremias desafiou o povo rebelde de Jerusalém com estas palavras: “Lava o teu coração da malícia, ó Jerusalém, para que sejas salva! Até quando hospedarás contigo os teus maus pensamentos?” (Jeremias 4:14). Paulo salientou a importância de um coração espiritual para nos aproximar de Deus: “Porque os que se inclinam para a carne cogitam das coisas da carne; mas os que se inclinam para o Espírito, das coisas do Espírito. Porque o pendor da carne dá para a morte, mas o do Espírito, para a vida e paz. Por isso, o pendor da carne é inimizade contra Deus, pois não está sujeito à lei de Deus, nem mesmo pode estar. Portanto, os que estão na carne não podem agradar a Deus. Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito, se, de fato, o Espírito de Deus habita em vós. E, se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele. Se, porém, Cristo está em vós, o corpo, na verdade, está morto por causa do pecado, mas o espírito é vida, por causa da justiça. Se habita em vós o Espírito daquele que ressuscitou a Jesus dentre os mortos, esse mesmo que ressuscitou a Cristo Jesus dentre os mortos vivificará também o vosso corpo mortal, por meio do seu Espírito, que em vós habita. Assim, pois, irmãos, somos devedores, não à carne como se constrangidos a viver segundo a carne. Porque, se viverdes segundo a carne, caminhais para a morte; mas, se, pelo Espírito, mortificardes os feitos do corpo, certamente, vivereis. Pois todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus. Porque não recebestes o espírito de escravidão, para viverdes, outra vez, atemorizados, mas recebestes o espírito de adoção, baseados no qual clamamos: Aba, Pai” (Romanos 8:5-15).
Decidir e Agir
O grande desafio para nos reconciliar com Deus é o próprio coração. Mas o desejo de estar com Deus nada resolve se não for acompanhado por ação. João Batista disse aos judeus do primeiro século: “Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento” (Mateus 3:8). Tiago diz: “Porque, assim como o corpo sem espírito é morto, assim também a fé sem obras é morta” (Tiago 2:26).
Na continuação deste estudo, consideraremos mais especificamente o que Deus quer de nós – como devemos agir para voltar para o Senhor. Mas primeiro, devemos examinar e preparar os nossos corações...

Bispo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ênfase e Divindades Dr. Edson Cavalcante

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.