A GANÂNCIA...
A igreja primitiva em
Jerusalém se mostrou generosa. Encontrou-se, no meio da igreja, um bom número
de irmãos necessitados. Para suprir as necessidades desses santos, os irmãos
fizeram grandes sacrifícios e ofereceram seu próprio dinheiro. Alguns, como Barnabé,
venderam propriedades e doaram o dinheiro recebido (Atos 4:36-37).
A atitude louvável de
discípulos como Barnabé apresentou uma tentação para irmãos carnais, como o
casal Ananias e Safira. Eles também venderam uma propriedade para fazer uma
contribuição à igreja. Mas no dia em que levaram sua oferta aos apóstolos,
foram condenados e caíram mortos. Hoje, alguns líderes religiosos citam esse
caso para exigir o dízimo, sugerindo que Ananias e sua mulher foram castigados
por não dar o dízimo. Foi esse o motivo da morte deles?
Perguntas bíblicas
merecem respostas bíblicas. Devemos primeiro ler o texto (Atos 5:1-11) para
entender o pecado desse casal. Estes versículos nem mencionam o dízimo!
Pregadores modernos que querem obrigar as pessoas a dar o dízimo não encontram
nenhum apoio neste trecho.
Se Deus não exigiu o
dízimo dos cristãos primitivos, qual foi o motivo de sua ira contra Ananias e
Safira? A resposta se encontra nos versículos 3 e 4 – mentiram ao Senhor! Eles
venderam um terreno e afirmaram que ofertaram o valor total da venda para
ajudar os irmãos pobres. Eles queriam parecer pessoas generosas, mas, ao mesmo
tempo, queriam ficar com uma parte do dinheiro. Decidiram mentir, dizendo que
sua oferta foi o valor integral da venda do terreno.
Deus não obrigou
ninguém a vender terras ou a dar o valor total de suas propriedades. Pedro
reconheceu o direito de Ananias e Safira de ficar com o seu terreno:
“Conservando-o, porventura, não seria teu?” (5:4). Uma vez que decidiram
vender, não foram obrigados a doar o valor total. Pedro acrescentou: “E,
vendido, não estaria em teu poder?” (5:4).
Ananias e Safira
queriam o “crédito” por uma doação generosa, sem o sacrifício de perder todo o
valor do terreno. Mentiram aos homens, e Deus cobrou!
O Novo Testamento, a aliança
que governa os homens nos dias atuais, não exige que todos doem 100% de suas
posses, e nem estipula 10% (o dízimo) como oferta obrigatória. Devemos
contribuir ao trabalho do reino de Deus conforme a nossa prosperidade (1
Coríntios 16:2), com alegria e sinceridade (2 Coríntios 8:8; 9:7), segundo
proposto no coração (2 Coríntios 9:7), com generosidade (2 Coríntios 9:11) e
com um espírito de sacrifício (2 Coríntios 8:5; Filipenses 4:18).
Seguindo esses
princípios, muitos discípulos de Cristo darão até mais de 10% de sua renda, mas
farão as suas ofertas com alegria e por livre vontade, não pela imposição de
exigências humanas. Cristãos verdadeiros que fazem parte de igrejas dedicadas
ao Senhor terão prazer em participar do trabalho de Deus...
Bispo. Capelão/Juiz.
Mestre e Doutor em Ênfase e Divindades Dr. Edson Cavalcante
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