NÃO ANDEIS ANSIOSO...
2Crônicas 20.3-12
“Então, Josafá teve medo, e se pôs a buscar ao
Senhor; e apregoou jejum em todo o Judá… e não sabemos nós o que fazer; porém
os nossos olhos estão postos em ti” (2Cr 20.3,12).
Alvo da lição
Você perceberá que todos nós estamos
sujeitos a momentos de ansiedade e medo e, como o rei Josafá, precisamos
aprender a colocar sempre os nossos olhos em Deus.
Leia a Bíblia diariamente
SEG Sl 121.1-8
TER 1Jo 4.17-18
QUA Mt 8.23-27
QUI Sl 46.1-11
SEX Is
41.10-13
SÁB Sl 40.1-4
DOM Js 1.6-9
Introdução
Ainda que tenhamos recebido a Cristo
como Salvador, e com Ele o perdão de todos os nossos pecados (1Jo 1.7),
continuamos vulneráveis em nossos sentimentos e emoções. Já somos novas
criaturas (2Co 5.17), mas a nossa velha natureza ainda é suscetível às
circunstâncias que nos advêm. Sendo assim, não é anormal ficarmos ansiosos, com
medo, desanimados e abatidos. O próprio apóstolo Paulo experimentou tais
sentimentos em sua vida cristã (2Co 6.4-10; 7.5-6). Mesmo o Senhor Jesus, nos
Seus últimos dias, revelou a nós a tristeza do Seu coração (Mc 14.34); contudo,
essa tristeza não provém de uma velha natureza no caso de Jesus e nem havia
vulnerabilidade Nele.
Qual de nós não se sente ansioso e
com medo diante de uma enfermidade, do desemprego, de uma crise familiar, da
violência que nos cerca, dos desafios que temos que assumir ou mesmo diante das
lutas pelas quais a nossa igreja passa?
O terapeuta cristão Gary R. Collins
faz uma distinção entre a ansiedade normal, que é uma reação natural diante dos
perigos e ameaças, que é controlada ou diminuída quando as circunstâncias
exteriores se modificam; e a ansiedade aguda ou neurótica, que desenvolve
sentimentos exagerados de desespero e medo, mesmo quando o perigo é
inexistente. Para ambas Deus providenciou recursos para nos ajudar nestes
momentos. No texto de Filipenses 4, a partir do versículo 2, notamos que a
igreja ou alguns de seus membros estavam em crise de relacionamento.
Aparentemente, as irmãs Evódia e Síntique andavam em desacordo. Tal desavença
estava entristecendo demais os irmãos. Paulo, então, pediu a um obreiro amigo
que promovesse a reconciliação (v.3) e à igreja que, resolvida a questão,
voltasse a se alegrar no Senhor (v.4). Vejamos, nos versículos 6 e 7, o
apóstolo Paulo ensinando o que fazer para vencer a ansiedade e o medo.
I – IDENTIFICAR A CAUSA DO PROBLEMA
Talvez a dor dos irmãos e a sua
ansiedade tivessem como origem a briga das duas irmãs (v.2), e Paulo foi direto
ao ponto de tensão. Ou seja, descobrir a causa da ansiedade dá início à solução
do problema. Através da observação, reflexão, autoanálise, leitura da Bíblia,
aconselhamento, podemos descobrir o que de fato nos preocupa. Às vezes, não é
fácil esse exercício, mas pode nos fazer muito bem, se feito adequadamente.
Você sabe bem as causas da sua ansiedade quando a sente? Davi, certa vez, pediu
que Deus vasculhasse o seu coração e fizesse aflorar os males que ali estavam
(Sl 139.23-24).
II – CONSIDERAR A AJUDA DE UM IRMÃO
EM CRISTO
Depois de descobrirmos a causa de
nossa ansiedade, devemos atacá-la. O apóstolo Paulo não teve dúvida, repreendeu
as irmãs e as admoestou a pensarem concordemente no Senhor.
Para ajudar na resolução do conflito,
pediu ajuda de um obreiro. Não sabemos quem era esse “companheiro de jugo”
(v.3), mas o certo é que a sua ajuda foi muito importante naquela hora. Todo
crente deve ter os seus companheiros de jugo, aquelas pessoas que, em momentos
difíceis, ajudam-no em oração e aconselhamento. Esse apoio fraternal é de
especial significado quando o problema é o tratamento do medo e da ansiedade. A
Bíblia afirma que o “perfeito amor lança fora o medo”. Collins, já citado,
afirma que o inimigo do medo é o amor. Especialmente, demonstrar o amor de
Cristo é ajudar também aqueles que sofrem de ansiedade e medo. Pregar o
evangelho do Salvador com paciência e amor é a melhor maneira de levar outros a
expulsar de sua vida o medo e a ansiedade.
III – ALEGRAR-SE SEMPRE NO SENHOR
Possivelmente a crise de relacionamento
das duas irmãs estava tirando a alegria da igreja. De fato, toda divisão no
corpo de Cristo traz consigo uma tristeza imensa. Talvez seja por isso que
Jesus orou tanto pela unidade de Seus filhos ( Jo 17.11).
No entanto, em meio às lutas, os
irmãos foram exortados a se alegrar no Senhor (v.4). Por maiores que sejam as lutas sempre haverá no
Senhor, motivo de alegria. No versículo 6, no meio da ansiedade e medo,
deveria, ainda assim, haver ações de graças. Se olharmos somente para os
problemas, ficaremos mais ansiosos ainda. Se olharmos para alegrar sempre Nele.
Segundo Collins, alegrar-se, para os
cristãos, é uma ordenança permanente do Senhor, pois Ele disse que jamais nos
deixaria. Temos ainda a expectativa de Sua volta e da vida com Ele num lugar
especialmente feito para nós, Seus filhos. Baseados nessa promessa, podemos
viver livres do medo. Precisamos conhecer a palavra do Senhor para que sejamos
consolados e fortalecidos!
IV – CONFIAR EM DEUS EM ORAÇÃO
Em Filipenses 4.6, está escrito que a
oração é o melhor remédio à ansiedade e ao medo. Foi em oração que muitos dos
heróis da Bíblia aprenderam a confiar no Senhor.
Jó orou muito durante a sua crise
existencial. Foi crescendo tanto em confiança em Deus que, no final de suas
provações, ele declara: “Eu te conhecia só de ouvir, mas agora os meus olhos te
veem” ( Jó 42.5). Ana, por sua vez, foi embora contente após ter orado com
tanta dedicação ao Senhor e ouvido as palavras do sacerdote Eli (1Sm 1.9-18).
Asafe se mostrou confiante na soberania de Deus após entrar no santuário e orar
(Sl 73.17-28). À medida que confiamos mais no Senhor em oração, menos a
ansiedade e o medo habitam em nós. Em Mateus 6.25-34, o Senhor Jesus ensina que
não devemos ficar ansiosos com a nossa vida. O que devemos fazer é buscar o
reino de Deus e a Sua justiça (v.33). A oração vence a ansiedade. Quem ora
bastante vive bem.
Conclusão
O texto de Filipenses começa
relatando uma crise de relacionamento (v.2), mas termina com uma promessa de
paz (v.7). É possível ter a paz de Cristo ocupando o lugar do medo e da
ansiedade em nossa mente e coração, mesmo que as circunstâncias externas não
mudem.
O que determina a paz no barco não é
a ausência da tempestade lá fora, mas a presença de Jesus do lado de dentro (Mt
8.23-27). Jesus nos prometeu uma paz que o mundo não pode dar ( Jo 14.27), no
entanto, afirmou, também, que no mundo teríamos aflições ( Jo 16.33). Paz não é
a ausência de problemas e aflições, mas é uma dependência completa do cuidado
de nosso Pai Celeste. Que os recursos espirituais citados neste texto nos
ajudem a vencer a ansiedade e o medo. Que o Espírito Santo aplique em nosso
coração Filipenses 4.2-8, o que nos fará muito bem. Faz-nos bem refletir esta
estrofe de um hino que diz: “Com Tua mão segura bem a minha, e pelo mundo
alegre seguirei. Mesmo onde as sombras caem mais escuras, Teu rosto vendo, nada
temerei...”
Bispo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor
em Ênfase e Divindades Dr.Edson Cavalcante
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