IGREJA QUE NÃO TEM OBRA SOCIAL, NÃO É
IGREJA, PASTORES AJUDEM OS NECESSITADOS...
I Co. 9.7
Leitura Bíblica em Classe: I Co. 9.6-12
Objetivo: Mostrar que a ajuda aos necessitados
é um grande privilégio e responsabilidade que Deus concede a cada crente.
INTRODUÇÃO
Paulo instrui a igreja
de Corinto em relação ao cuidado com os necessitados. Na aula de hoje, veremos,
a princípio, que a contribuição é uma doutrina genuinamente bíblica. Em
seguida, aprofundaremos a questão da contribuição em I Co. 16. Ao final,
apresentaremos algumas sugestões para contribuição cristã para os necessitados.
1. A CONTRIBUIÇÃO
BÍBLICA
A palavra grega
“koinonia” significa não apenas “comunhão”, ela abrange também o sentido de
“contribuição”, da “partilha de bens”. Desde o princípio da igreja, no capítulo
6 de Atos, está registrado que havia necessidade de cuidar das viúvas da igreja
de Jerusalém. Compreendemos, assim, que esse princípio de partilha de bens era
bastante comum nos primórdios da igreja (At. 2.44,45, 4.34,35). Essa, entretanto,
não era uma prática apenas dos crentes de Jerusalém. Os cristãos de Antioquia
compartilharam suas bênçãos materiais com os de Jerusalém (At; 11.27-30). Por
causa da perseguição romana, os crentes judeus ficaram em situação de pobreza
extrema. Isso mostra que nem sempre a prosperidade é resultante de pecado ou
desobediência à Palavra de Deus. Ciente dessa realidade, Paulo mostrou
preocupação com os crentes necessitados (O Co. 16.1; II Co. 9.12; At. 24.17;
Rm. 15.25,26; II Co. 8.1). A contribuição aos necessitados era, sobretudo, um
ato de amor e prova de genuína espiritualidade. Quando as contribuições partiam
de igrejas gentílicas, era um sinal evidente de fraternidade, principalmente
para alguns cristãos judeus que tratavam os gentios com desdém. Por isso, o
apóstolo mostra interesse que os próprios contribuintes entregassem
pessoalmente as ofertas aos irmãos necessitados (I Co. 16.3,4).
2. PRINCÍPIOS PARA A
CONTRIBUIÇÃO CRISTÃ EM I CO. 16
As contribuições não
eram apenas de uma igreja, mas de todas aquelas que haviam sido fundadas por
Paulo (II Co. 8.1; 9.2). Para tanto, a cada primeiro dia da semana - com certa
regularidade - cada um dos crentes - individualmente - e independentemente da
condição financeira, deveria se dispor a contribuir, de acordo com as
possibilidades, e esse dinheiro coletado deveria ser bem administrado (v.2). A
contribuição para os irmãos necessitados deveria ser feita com liberalidade,
pois o que semeia pouco também pouco ceifará (II Co. 9.6; Gl. 6.7). Mas para
que seja válida, a contribuição precisa ser feita com alegria, “não com
tristeza ou por necessidade, porque Deus ama ao que dá com alegria” (II Co.
9.7). Ninguém deva ser constrangido a doar, é estabelecido, nesse ensinamento,
o princípio da generosidade, motivado pelo Espírito Santo (Rm. 12.8). Aqueles
que assim o fazem demonstram confiança no Senhor, cientes que Ele “é poderoso
para tornar abundante em vós toda graça, a fim de que tendo sempre, em tudo,
toda suficiência, superabundeis em toda boa obra” (II Co. 9.8; Rm. 8.32). Um
dos princípios apresentados por Paulo nessa coleta é o da lisura. Por isso
Paulo queria que os próprios irmãos entregassem a oferta aos crentes de
Jerusalém, ainda que ele tivesse interesse de acompanhá-los, o que veio a
acontecer (Rm. 15.25; II Co. 1.16). Ciente da tentação que o dinheiro pode
causar, e a fim de evitar falatórios, não apenas uma pessoa deveria fazer a
entrega da contribuição, um grupo de pessoas confiáveis (v. 3).
3. RECOMENDAÇÕES GERAIS
QUANTO A CONTRIBUIÇÃO
Os cristãos devem doar
não apenas aqueles que fazem parte da igreja. Os de fora também precisa ser
alvo da liberalidade eclesiástica (16.1). Não é fácil ser generoso com alguém
que nunca vimos antes. Ainda que alguns digam que os olhos não vêem o que o
coração não sente, a Bíblia ensina que devemos ser graciosos também com aqueles
que estão distantes e que desconhecemos, mais que isso, que são nossos
inimigos. É evidente que, de acordo com o ensinamento bíblico, os membros da
casa devam ter prioridade (I Tm. 5.8). Devemos fazer o bem a todos, mas
principalmente aos da família da fé (Gl. 6.10). Aqueles que precisam devam ser
claros em suas petições, e, principalmente, éticos. Os pastores, desde que com
fins apropriados, e principalmente, bíblicos, não devam ter vergonha de pedir
dinheiro à igreja. E essa, por sua vez, precisa saber que mais bem-aventurado é
dar que receber (At. 20.35). Uma igreja que tem recursos financeiros tem a
responsabilidade de ajudar os pobres e reconhecer que tal ato é adoração. Faz
parte do culto divino o momento da contribuição, seja com os dízimos, ofertas e
contribuições aos necessitados. Quem recebe deve demonstrar gratidão a Deus e
aqueles que contribuíram (Fp. 4.18). Muitos veem com os cestos vazios, mas
esquecem de voltar para agradecer. A contribuição financeira não deve ser
casual, mas sistemática e proporcional ao ganho individual. Quem administra as
contribuições deva ser transparente a fim de não causar escândalo e para não
perder a credibilidade.
CONCLUSÃO
Há uma estória
interessante que ilustra a condição de muitos crentes da atualidade. Conta-se
que um mendigo passou na residência de três pessoas e pediu-lhes ajuda. A
primeira era espírita, a segunda, católica, e a terceira, evangélica. Cada uma
dessas delas tinha apenas um pão e deu uma resposta diferente ao mendigo.
Quando o mendigo pediu algo para comer, o espírita, por acreditar na evolução
do espírito pelas caridades, deu todo o pão e ficou com fome. Ao chegar à casa
do católico, por via das dúvidas, já que não tinha certeza da salvação se pela
fé ou pelas obras, resolveu dividir o pão ao meio, comeu a metade e deu a outra
ao mendigo. Ao chegar à casa do evangélico, o mendigo nada recebeu, o irmão
disse que “iria orar por ele”, pois só tinha um pão e iria comê-lo. Afinal,
pensou ele, sou salvo pela graça, não pelas obras, conforme está escrito em Ef.
2.8,9. O irmão estava parcialmente correto, pois, de fato, somos salvos pela
graça, por meio da fé. Ele, porém, esqueceu-se do versículo 10, que diz que
fomos criados para as boas obras. Em suma, não fazemos boas obras para sermos
salvos, mas porque já somos salvos...
Bispo. Capelão/Juiz.
Mestre e Doutor em ênfase e Divindades Dr. Edson Cavalcante
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