ESTUDO SOBRE MISSIOLOGIA A OBRA QUE VEIO DO CORAÇÃO DE
DEUS...
Se puderes, salva os
condenados à morte; ajuda os que são levados para o suplício. Provérbios 24:11.
INTRODUÇÃO. O
verdadeiro evangelismo brota espontaneamente de um coração regenerado pelo
poder do Espírito Santo. A minha filosofia a este respeito, é a seguinte: “Quem
não evangeliza precisa urgentemente ser evangelizado”. Não existe cristão sem
missão, assim como não há corpo sem coração.
Como disse João Wesley:
“Tua incumbência única sobre a terra é salvar almas”. Mas, no entanto, segundo
o que sabemos a grande maioria dos cristãos nunca levaram uma única alma a
Cristo. O doutor Bily Gram disse certa vez que um cristão que nunca levou uma
alma a Cristo tem uma grande possibilidade de nunca ter nascido de novo.
Segundo o Rev. Lázaro
Soares de Assis, em sua apostila sobre evangelismo, o crente não regenerado
manifesta os seguintes sintomas:
a) Marasmo espiritual;
b) A indisposição para
com a evangelização;
c) E quando se preocupa
com evangelizar é com o objetivo de:
defender seu ponto de
vista;
de disputar;
cumprir uma obrigação
( sem compromisso sério);
de exaltar sua
denominação;
Como disse o Rev.
Alcindo numa de suas mensagens acerca da evangelização: “A teologia da evangelização
é está: O Filho veio para glorificar o Pai, O Espírito veio para glorificar o
Filho; de forma que quem está cheio do Espírito fala do filho”
O crente cheio do
Espírito sente-se molestado pela consciência de que muitos estão indo para o
castigo eterno, e por isto ele evangeliza.
O que vamos estudar
aqui tem haver com a evangelização, numa perspectiva nova e atuante que em nome
de Jesus trará resultados.
Instrumentos da
evangelização
Ninguém mais tem dúvida
quanto ao fato de que se tem que evangelizar, mais muitos ainda não sabem quais
os instrumentos que devem ser usados nesta tarefa. E tais, como trabalhadores
sem ferramentas, Nunca começam a obra; Vejamos quais são nossas ferramentas:
O primeiro instrumento
é a PALAVRA DE DEUS
É inconcebível a idéia
de se evangelizar sem se conhecer a Palavra, é obrigação daquele que trabalha
na obra manejá-la bem( 2 Tm 2.15), pois o campo é grande e ela é a semente( Lc
8.11). Devemos estar cheios dela (Cl3.16) para saber dar razão de nossa fé.
Evangelizar sem a
Palavra, não é evangelizar e sim ideologizar. A exposição da Palavra do
evangelho é o poder de Deus para Salvação.
O segundo instrumento é
a Oração
A igreja primitiva
cresceu tanto, porque sabia orar.
I – PORQUE A IGREJA
DEVE EVANGELIZAR
Entre tantas outras
razões, o crente deve evangelizar devido:
1- Ao grande propósito
da vida do Senhor Jesus (Jo 3:16)
2 - À importância do
trabalho a nós confiado (II Co 5:18-20)
1- Um mandamento que o
Senhor nos deu (Mt 28:19,20; Mc 16:15-18)
2- Uma obrigação de
todo salvo (I Co 9:16)
3- Um dever de todo
cristão (II Tm 7:1,2)
4- Um privilégio de
cada salvo (Mt 10:32)
5- Uma responsabilidade
de cada crente (I Tm 2:4)
6- Um desafio para o
ganhador de almas (Sl 126:5,6; At 13:8,12; 17:32-34)
7- Uma prova de que
temos a natureza de Deus (I Jo 4:8; Jo 4:34; 10:15,16)
8- Uma dívida de todo
cristão (Rm 1:14,15; 13:8)
9- Um sinal de que
somos salvos (Jo 4:39; Lc 19:8,9; Jo 1:39-43)
10- Uma necessidade do
batismo com o Espírito Santo (At 1:8; 2;1-4)
11- A confiança fora o
crescimento da Igreja (Rm 10:14,17s; Ez 37:1-11)
3. Ao fato de que
somente o Evangelho de Cristo tem poder para a salvação do mundo (Rm 1:16; I Co
2:2; Hb 4:12; II Tm 1:10; Ef 1:13; I Rs 15:1,2)
4- À situação
espiritual dos perdidos (At 16:9; I Jo 5:19; II Co 4:4; Jo 14:30; 16:11; II Tm
2:26; Ef 2:2,3; Rm 1:24,26,28-31)
Observação
A situação do pecador é
tão crítica, que, biblicamente, podemos apresentá-los das seguintes maneiras:
a) Com a Bíblia na mão,
sem entendê-la, e esperando que alguém ensine (At 8:31; I Jo 2:20,21).
b) Com fome, sem Ter o
que comer, esperando de alguém o pão espiritual (Mc 6:35-37; Jo 6:35).
c) Caído na estrada,
como morto, esperando que alguém o ajude (Rm 3:23; Lc 10:30-35).
d) No charco de lodo,
sem poder sair, esperando que alguém o retire (Sl 40:2; II Tm 2:26; Jo 8:34; Sl
40:2; Cl 1:13; I Pe 2:9).
e) Levado pela matança,
sem poder sair, esperando que alguém o livre (Pv 24:11,12).
f) Sem refúgio
esperando alguém cuidar da sua alma (Sl 142:4).
5- Ao fato de que o
mundo é uma seara madura para a colheita (Jo 4:35; Mt 9:37; Jl 3:13).
6- Ao fato de que a
salvação é um banquete para todos os homens (Êx 5:1; Sl 23:5; Lc 14:21,22; 15:
24,25).
7- À situação crítica
mundial (Tm 3:13)
a) Crises (diversas)
b) Doenças
8- À liberdade total
para pregar o evangelho (At 28:31)
Analisando estas razões
concluímos que, termos de pregar o evangelho significa:
- Arrancar almas do
fogo da condenação (Jd 23);
- Arrancar as almas da
boca do leão (Salomão – Am 3:12);
- Jogar o salva-vidas
divino para o náufrago no mar da perdição (Cl 1:13);
- Despertar os que
estão prestes a cair no abismo da condenação (Ef 5:14; II Tm 2:23);
- Mostrar a doença, mas
apontar o remédio (Nm 21:4-9);
- Mostrar a nudez
espiritual do pecador, mas indicar-lhe a que veste a alma (Lc 8:27-35).
II – COMO EVANGELIZAR
Se observarmos na
Bíblia, como começar a tarefa de evangelização, podemos enumerar várias
maneiras de alcançar as almas. Porém, sintetizando-as, podemos alcançar as
almas da seguinte maneira:
1- Utilizando métodos
específicos
a) Método direto (At
8:30-35; Mt 16:13,15; 21:40)
b) Método indireto (At
3:1-26; 17:15-34)
c) Método da literatura
d) Métodos diversos (Jo
3:1-21)
2- Apresentando a
mensagem de maneira apropriada
a) Aproximar-se das
pessoas no plano que se encontram
b) Ser atencioso (Jo
4:18)
c) Usar o tato (I Co
9:19-22)
d) Falar com convicção
(At 27:25; II Tm 1:12; Jo 9:25)
e) Nunca discutir (II
Tm 2:24,25)
f) Ser positivo (At
16:31)
g) Usar sabedoria (Pv
11:30; Dn 12:3)
- Devemos usar a
sabedoria divina:
•Na aproximação das
pessoas (Rm 10:8,9)
•Nas palavras a
pronunciar (Mt 10:16)
•Nos métodos a
utilizar (Tg 1:5,6)
h) Dar ênfase ao Senhor
e nunca à Igreja (At 9:12; Jo 14:6)
i) Ter conhecimento da
Palavra de Deus (II Tm 2:15; 3:15)
j) Ter vida vitoriosa
(Rm 12:1,2; I Jo 5:4; Gl 2:20)
k) Fazer diagnóstico e
aplicar o remédio Mc 10:17-21)
l) Ter perseverança (Ec
11:6; Tg 5:6)
m) Depender totalmente
do Espírito Santo (At 1:8)
n) Enfatizar a maior
necessidade (Jo 3:1-3,5)
3- Cooperando de
diversas maneiras
a) Orando (Ef 6:19; Cl
4:3; II Ts 3:1)
b) Contribuindo (II Co
9:6-11; I Co 9:7-14; Ml 3:10)
c) Propagando este
trabalho
d) Incentivando os que
já fazem este trabalho (II Tm 4:5)
e) Incentivando os que
não fazem a fazerem este trabalho (I Pe 2:9)
f) Elaborando e
selecionando literatura apropriada (I Co 7:7; I Pe 4:10)
g) Traduzindo línguas e
dialetos (Mc 13:10; Mt 9:35; Mc 16:15).
4- Cuidados que
precisamos ter quando estivermos evangelizando:
a) Hospitais
Não der palpite
médico ou passe remédio para o enfermo;
Ainda que você ore e
o enfermo seja curado, não der alta ao doente, deixe isso para o médico;
Não faça discursos
prolongados e com alta voz. O hospitale um ambiente que necessita de muito
silêncio.
Peça permissão à
direção do hospital para que você tenha liberdade de fazer suas visitas.
Não extrapole o
horário da visita. Os parentes e amigos querem visitar o doente.
b) Presídio
Não acuse o preso,
pois não é este o seu papel;
Não o jogue contra as
autoridades policiais e vice-versa;
c) Lares
Bata palmas para que
a pessoa venha lhe atender;
Não entre sem
permissão;
Não tome o tempo todo
da pessoa, pois ela tem atividades para cumprir;
d) Rua
Não fique brincando;
Evite discussões
Esteja orando em espírito;
Tenha sempre um
sorriso;
Evite comer, tomar
sorvete, distrair-se com algo ou tomar qualquer uma atitude que indique
displicência.
DICAS PARA O
EVANGELISMO PESSOAL
1. Ore e peça que Deus
lhe dê as palavras certas (Colossenses 4: 2-4)
2. Mostre amor, quando
falar (1Corintios 13:1)
3. Seja sensível e
autêntico (1 Tessalonicenses 2:8)
4. Memorize alguns
versículos principais (2 Timóteo 2:15).
5. Faça uma
apresentação simples (2 Coríntios 11:3).
6. Lembre-se de que
Deus vai usar suas palavras (1 Tessalonicenses 1: 5 a ).
7. Aproveite todas as
oportunidades para falar de Jesus. (Colossenses 4:5).
8. Fale com convicção e
de forma agradável (Provérbios 16:21).
III – ONDE EVANGELIZAR
Disse Jesus "...
ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e
até aos confins da terra" (At 1:8). Com base neste texto bíblico, podemos
identificar e situar o campo do ganhador de almas nos seguintes lugares:
1- Para o crente em
particular – "Jerusalém"
a) A casa onde reside
Evangelização de familiares
b) A rua onde mora
Evangelização de vizinhos
c) O transporte que
utiliza Evangelização de passageiros
d) O local onde
trabalha Evangelização de companheiros
e) A escola onde estuda
Evangelização de colegas
f) O local onde faz
suas compras Evangelização de conhecidos
g) As visitas que faz
Evangelização de parentes, colegas...
2- Para a Igreja local-
"Jerusalém, Judéia e Samaria"
a) O bairro onde se
localiza
b) A cidade onde se
situa
c) Os locais
circunvizinhos
d) Os locais de
aglomeração
e) Os estabelecimentos
de ensino
f) As casas de saúde
g) Os locais de
diversão
h) Presídios e casas de
detenção
i) Religiões e seitas
j) Grupos étnicos
diversos
k) Os desviados
l) Os grupos abastados
m) Áreas carentes de
nossa pátria
3- Para a Igreja
universal – "Confins da terra"
a) Todo o mundo (Mc
16:15)
b) Todas as nações (Mt
28:19)
c) Toda a criatura (Mc
16:15)
d) Todas as gentes e
raças (Mc 13:10)
e) Todas as aldeias (Mt
9:35)
f) Em todo o lugar (At
17:30)
g) Confins da terra (At
1:8)
4- Resumindo, o crente
pode ganhar almas
a) Em sua casa (I Tm
5:8)
b) Entre familiares (Lc
8:39)
c) Entre colegas (Jo
1:41-45)
d) Nas conduções (At
8:27,31)
e) Nas praças (At
17:17)
f) De casa em casa (At
20:20)
g) Em todo lugar (At
17:30)
O campo do ganhador de
almas é o mundo (Jo 4:35; Lc 8:4-15).
IV – QUEM PODE
EVANGELIZAR
1- Anjos não podem (I
Pe 1:12; Hb 1:14)
2- Todos os salvos,
obreiros ou não, foram chamados para esse trabalho
a) obreiros – I Co
9:19-22; At 10:34,35; 7:1-60; 8:4-13
b) Crentes em geral –
At 8:1-4; 11:19-21
3- Fomos chamados para
essa tarefa (I Pe 2:9; Jo 15:16; Sl 126:6)
- A tarefa de
evangelizar é:
Importante (Pv 24:11)
Sublime (Mt 4:19)
Espiritual (II Co 5:20;
At 28:31)
Urgente (Jo 9:4)
4- Somente o cristão
poderá fazer esta obra (Mt 10:8; Lc 9:13)
- O salvo tem plena
condição de pregar, pois está experimentando diariamente o efeito da salvação
da sua alma no tríplice aspecto apresentado pela Bíblia:
Salvação no passado (Rm
6:23)
Salvação no presente
(Rm 6:14)
Salvação no futuro (I
Co 15:52-54)
5- O amor de Cristo
constrange o cristão a ganhar almas (Jo 3:16; I Jo 3:1; Ap 1:5; Rm 5:9; At
5:41; 21:13)
Só a Igreja do Senhor,
que é constituída do seu corpo, é quem pode reagir a tarefa da Evangelização. E
cada membro desse corpo é responsável pela triste situação do mundo, que
desconhece a convicção do senhorio de Cristo como Salvador e Libertador da humanidade,
sendo o único mediador entre Deus e o homem.
Que a Igreja, em cada
cristão, possa através do poder de Cristo Jesus, assumir sua posição da Grande
Comissão, nestes últimos dias, na terra, conscientes da sua responsabilidade e
para com o Reino de Deus.
V – QUALIFICAÇÕES PARA
QUEM VAI EVANGELIZAR
Mencionamos algumas das
condições necessárias para ser um próspero ganhador de almas:
1. Ser convertido (Lc
22:32; At 16:21)
2- Ter bom testemunho
(I Tm 3:7)
3. Ter conhecimento
pessoal do Salvador (Jo 3:11; At 22:15)
4- Ter ardente amor
pelas almas (I Co 9:21)
O amor no coração de
alguns servos de Deuis, na história:
* Henrique Martugn –
"Agora deixem-me consumir por Deus".
* Whitefield – "Se
não queres dar-me almas, retira a minha".
* Hyde – "Pai,
dar-me almas ou eu morro".
5- Ter profundo amor a
Jesus (At 21:13; 5:41; II Co 5:11-14)
6- Ter conhecimento da
palavra de Deus (II Tm 2:15; At 8:35)
7- Ter convicção da
salvação (Rm 8:16: Jo 6:69)
8- Ser cheio do
Espírito Santo (Zc 4:6)
9- Viver o que prega
(Rm 2:21,22)
10- Ser irrepreensível
para não ficar reprovado (I Co 9:25-27; Is 52:11)
11- Ser exemplo para
ganhar almas sem pregar (I Pe 3:1,2) – Eliseu (II Re 4:9),
Abraão (Gn 23:6).
12- Ser um vaso
santificado (II Tm 2:21; I Ts 4:4; Sl 51:7,10,13; Is 52:11; Ef 4:1)
13- Ter a palavra de
Deus no coração (Mt 12:34; Lc 6:45; Rm 10:8)
14- Ter sabedoria (Rm
11:30; Dn 12:3)
15- Ser crente de
oração (Lc 18:1; Mt 26:41)
Quando um crente vive
uma vida de acordo com os padrões bíblicos, o seu trabalho tem êxito. Pois, os
padrões bíblicos qualificam o crente, fazendo dele um cristão, pronto para
atender o apelo da Grande Comissão – que é obedecer a Cristo, na evangelização
do mundo.
VI – QUANDO EVANGELIZAR
A Bíblia diz que
"... há tempo para todo o propósito debaixo do céu" (Ec 3:1); mas,
quando se trata de ganhar almas o cristão deve testificar:
1- Agora (II Co 6:6)
2- Tempo e fora de
tempo (II Tm 4:2)
3- Quer ouçam quer
deixem de ouvir (At 7:54,56; 7:57)
4- De madrugada (Mt
20:1)
5- De manhã (hora
terceira – 9 horas) (Mt 20:3)
6- Na hora do almoço
(hora sexta e nona – 12 e 15 horas) (Mt 20:5)
7- À tarde (hora
undécima – 17 horas) (Mt 20:6)
8- À noite (At
16:31,33)
9- Hoje (Hb 3:15; II Co
6:2)
10- Enquanto é dia (Ec
11:4; Jo 9:4)
VII. A Experiência do
Espírito Santo e a Evangelização
Texto: João 20.19-23 e
Atos 2.1-4
1. Enviados por Cristo:
Ao lermos o evangelho
de João, podemos verificar que, antes de sua ascensão, Jesus visita os seus
discípulos, que após os acontecimentos da crucificação, eram homens
amedrontados.
Medo é o que os
qualifica, fechados dentro da casa, recolhidos em receios e inseguranças. Jesus
aparece ressuscitado diante deles e pronuncia a sua saudação: Paz seja
convosco! Seguindo esta saudação, Jesus pronuncia o envio: Assim como o Pai me
enviou, eu também vos envio. Homens inseguros, medrosos, escondidos, refugiados
no receio da morte; Jesus aparece diante deles e lhes diz: Assim como o Pai me
enviou, eu também vos envio.
Após a ressurreição,
essa missão, é a única palavra que Jesus dirige aos discípulos; ela nos diz
tudo: "eu vos envio"!!!
2. Fortalecidos pelo
Espírito:
Logo adiante os
discípulos iriam provar da perseguição e do martírio, porque o mundo reage
assim, como reagiu diante de Jesus; do mesmo modo reagiria diante dos seus
enviados, porque lhes opõe o testemunho que dão. Se o mundo não os enfrentasse,
seriam ainda os continuadores de Jesus Cristo?
A missão deve suscitar
essa oposição, porque ela não pode deixar de descobrir a mentira, o homicídio,
o ódio que procedem do pai das mentiras e escravizam o mundo. Deixar o mundo na
sua escravidão não é cumprir a missão delegada por Jesus Cristo.
Eis o desafio da missão
em todos os tempos. A tentação do silêncio é grande. Não faltam motivos e
justificativas. A própria preocupação pelo porvir da Igreja seria a tentação
mais insidiosa. Para reservar à Igreja suas possibilidades futuras, prefere-se
ficar calado no presente. A defesa da institucionalização da palavra de Deus
faz com que essa palavra não seja pronunciada. Guardam-na com tantos cuidados e
tanta proteção que essa palavra não ressoa no mundo, ou ela é recitada de modo
puramente ritual ou formal, de tal sorte que não atinge nada nem a ninguém.
A história nos mostrou
isso: enquanto a Igreja estava debaixo da perseguição romana dos primeiros
séculos ela avançava corajosamente. Quando em 311 o imperador romano Galério
proclama o Édito de Tolerância ao cristianismo e dois anos mais tarde, em 313,
o Édito de Milão, pelo imperador Constantino, que havia se convertido ao
cristianismo, inicia-se um período que os historiadores chamam de "a
institucionalização da Igreja" ou a "constantinização do
cristianismo" - agora o cristianismo é a religião oficial do império; aí
se iniciou um período de calmaria e a Igreja deixou de avançar no mesmo ritmo
missionário.
Vejam bem: Não estou
fazendo apologia da perseguição ou do sofrimento, não! Estou tentando
demonstrar que, surpreendentemente, no tempo de dor, de medo e perseguição a
Igreja dava sinais de maior coragem missionária, impulsionada pelo Espírito, e
no tempo de calmaria, dava sinais de acomodação ao status.
O que fez diferença
naquele primeiro momento de coragem e ímpeto missionário? Afinal eram homens
que estavam trancados em seus medos e frustrações. O que transformou estes
homens? O que lhes atribuiu ímpeto?
3. NO Cumprimento da
missão
Diz-nos a seqüência do
texto de João, que, "...havendo dito isto ( Assim como o Pai me enviou, eu
também vos envio), soprou sobre eles e disse-lhes: Recebei o Espírito
Santo" (v 22). Aqui havia uma diferença, Jesus encorajava aqueles homens
com a sua própria presença, com o seu sopro de vida e coragem, com a presença
do Espírito Santo. Eles não estavam sós!
O Evangelho de Mateus,
ao se referir a este último encontro de Jesus com seus discípulos, atribui a
Jesus a seguinte promessa: "E eis que estou convosco todos os dias até à
consumação do século." (Mt 28.20b) A presença de Jesus e do Espírito
Santo, a presença de Deus Pai, Filho e Espírito Santo, em todas as suas
múltiplas expressões, faz a diferença necessária para o cumprimento da missão.
1. Conceitos
MISSIOLOGIA: Ciência
que tem por objetivo o estudo do cumprimento da Grande
Comissão que o Senhor
Jesus entregou à sua igreja. A missiologia dedica-se, principalmente ao caráter
transcultural da tarefa evangelizadora.
MISSÃO: Até o século
XVI o termo “Missão” era utilizado exclusivamente com referência a Doutrina da
Trindade.
O Pai enviou
O Filho
Ambos enviaram o
Espírito Santo
Desde a década de 1950
o sentido de “Missão” aumentou:
a) Mandar missionários
a um território designado.
b) As atividades
realizadas por missionários.
c) Uma área geográfica
receptora da atividade missionária.
d) Uma agência
missionária.
e) O mundo não cristão
“campo missionário”.
f) A sede de uma
missão.
g) Uma congregação
local sem pastor próprio e dependente da igreja mãe.
h) Uma campanha
evangelística em um lugar cheio de cristãos nominais.
Um enfoque mais
teológico de “Missão”:
a) A Propagação da fé.
b) A expansão do Reino
de Deus.
c) A implantação de
novas igrejas.
O termo missão vem do
latim, portanto, não aparece na Bíblia,mas encontramos a ação missionária de
gênesis a apocalipse. Missão é a transmissão consciente e planejada das boas
novas de Cristo além das fronteiras nacionais e culturais. Missão é o ato de enviar
alguém com autoridade para realizar um trabalho.
Dizem que não
deveríamos fazer distinções entre evangelismo e missões. Mas as distinções
existem na extensão e nos objetivos. Evangelismo é restrito, missões é
abrangente. Evangelismo é restrito porque se prende a pregação do evangelho.
Missões é abrangente porque inclui a organização e estruturação de igrejas,
preparo e desenvolvimento de obreiros e, também é essencialmente a
evangelização.
Tipos de Missões
a. Local – está
relacionada às localidades adjacentes à igreja local.
b. Nacional – engloba o
país inteiro. Envolve também os aspectos culturais. Alguns estados brasileiros
têm costumes diferentes (hábitos alimentares , vestuários, palavras regionais,
especialmente entre tribos indígenas).
c. Transcultural
O QUE É MISSÃO
TRANSCULTURAL
Quando falamos de
missão transcultural, estamos falando do esforço da Igreja em cruzar qualquer
fronteira que separe o missionário de seu público alvo. Para se engajar na
missão transcultural, você não tem que, prioritariamente cruzar barreiras
político-geográficas. Porém, em nosso caso teremos que necessariamente cruzar
barreiras mais conhecidas como a da lingüística, dos costumes, das etnias, das
religiões, além das sociais, morais e etc.
Missão transcultural
e/ou a evangelização transcultural deve ser a mais alta prioridade no
evangelismo, hoje. Precisamos alcançar estes 1,5 bilhões de pessoas que estão
distantes culturalmente de nós e que nunca ouviram as boas novas de salvação em
Cristo Jesus. Tornar a igreja acessível para cada um desses povos e permitir
que eles entendam claramente a mensagem e tenham condição de respondê-la
positivamente é nossa missão.
O Deus da Bíblia é o
Deus da História. Ele tem um propósito para ela. A Bíblia toda é clara quanto a
isso e descreve este propósito do inicio ao fim. Se cremos que a Bíblia é a
Palavra de Deus devemos crer necessariamente que missões transculturais é o
programa de Deus, visto que de Gênesis ao Apocalipse ela nos revela o amor de
Deus pelas nações da terra. (Gn.12:3b; Is.49:6; Apoc.5:9)
Alguns obstáculos a
Missão Transcultural:
A. GEOGRAFIA
Muitos dos que
necessitam de evangelização estão longe de nossa casa. O alvo então deve ser
duplicado. Deve-se enviar alguém disponível para ir a esse lugar e também
devemos nos esforçar para conquistar o nosso país, assim partiremos para o
mundo. Precisamos de uma estratégia definida de conquista da nação para Cristo.
O desafio geográfico só
é vencido através de pessoas que saiam de seu lugar de origem e se dirijam aos
lugares remotos. Contudo, a permanência de alguém de fora em um determinado
país vai acarretar custos de transporte, sustento e preparo para o retorno.
Quem sai de sua casa
para pregar o evangelho, deixa para trás todo um alicerce de vida que é
impossível levar consigo. Por isso, a igreja deve ter atitudes que diminuam ao
máximo essa separação.
Um grande desafio para
a evangelização é a JANELA 10/40. É a região onde habita 66% da população
mundial, e ocupa 33% da área total do planeta, compreende 62 países. Essa
região estende-se desde o oeste da África até ao leste da Ásia, e é compara a
uma janela retangular, encontrada entre os 10 e 40 graus ao norte da linha do
Equador. Todas as terras bíblicas encontram-se nessa janela, aqui predomina os
seguidores do Islamismo, induísmo e budismo. A janela 10/40 é conhecida como o
cinturão; nelas se encontram as fortalezas de Satanás, pois 37 dos 50 menos
alcançados do mundo localizam-se nessa região.
No Brasil, há lugares
acessíveis apenas por barcos e após longas horas, ou dias, de uma cidade. Isso
implica em abandono de toda sorte de saneamento básico, eletrificação,
assistência hospitalar, meios de comunicação, etc... Mas lá há vidas pelas
quais Jesus morreu.
B. FINANÇAS
A maior barreira é
converter o bolso do crente. Hoje só se investe naquilo que é palpável. Poucos
querem investir em algo que não poderão mensurar, e nem que seja a longo prazo.
A melhor estratégia é
sustentar o autóctone (nacional) para que ele evangelize.
Uma igreja consciente
de sua missão, estará preocupada em providenciar um sustento digno para o
missionário, para que ele não seja envergonhado diante daqueles a quem pretende
evangelizar. Além disso, deve-se preparar-se para emergências de saúde, viagens
e para o retorno definitivo do missionário (tipo aposentadoria digna, uma casa,
etc...)
C. CULTURA
Muitos vão ao campo
missionário levando sua bagagem cultural como correta e vão encontrar muitos
obstáculos. O livro “Costumes e Culturas” de Bárbara Burns dá alguns exemplos
dessa barreira e o livro “Tochas de Júbilo” demonstra que esse desafio não é
exclusivo do homem branco.
O grande desafio é
identificar o que é pecado e o que é característica cultural. Por ex.: o
jeitinho brasileiro é característica cultural ou mentira disfarçada?
D. AMARRAS
Muitas coisas têm
amarrado nossas vidas, nos impedindo de obedecer ao chamado de Jesus:
CARNE – que não quer
sofrer, quer ter sempre mais benefícios e facilidades, quer ter lazer e
descanso, não quer passar fome, quer ter medicamentos a mão e transporte fácil.
MUNDO – que nos atrai e
nos enche de desejos ambiciosos, nos fazendo crer que necessitamos de todas as
novidades tecnológicas. O mundo nos invade alterando nossa mente para
justificar-se diante da omissão missionária, por ex.: alguém irá em meu lugar;
Deus me chamou só para orar; eu já sou dizimista; quando meus filhos casarem eu
vou; quando me aposentar irei; hoje o evangelho está disponível a todos pela
tv; etc... Rm 12:1-2 para eles
DIABO – que não quer
ver uma igreja fora das 4 paredes. Precisamos ver que muitas das coisas que têm
acontecido que julgamos ser Deus dizendo que não é para irmos na verdade são
armadilhas do diabo para nos impedir de ir (II Tm 2:26; Cl 4:3-5; Rm 1:13;
15:22; I Ts 2:18; Ef 6:11)
2. História de Missões
A história do
cumprimento do mandato de Jesus de se fazer discípulos de todas as nações
confunde-se com a história do Cristianismo. Como não poderia deixar de ser, ao
fazer missões, a Igreja cresce.
Ao logo da história,
tivemos vários períodos distintos, e muitos nomes se destacaram como homens e
mulheres de valor. O Pr. Bertil Ekström, em seu livro “História de Missões” nos
cita uma longa lista deles. Também, segundo Bertil, os discípulos de Jesus
tomaram o seguinte rumo:
João - na Ásia
Pedro - em Ponto,
Galácia, Bitínia e Capadócia
Mateus - outras nações
Bartolomeu – Índia
Tomé - entre os partos
(Iran, Iraque, Paquistão), Índia
Marcos - no Egito
Simão, o zelote - na
Pérsia
Tiago, o grande - na
Espanha
Tiago, o justo - na
Arábia
Filipe - na Frígia”
Após a Reforma
Religiosa de Martinho Lutero, surgiram alguns grupos que tentaram reiniciar
missões protestantes:
1. OS PURITANOS - o
nome é originado da vontade de purificar-se dos resquício católicos romanos. A
idéia puritana expandiu-se também para a purificação da sociedade por parte dos
seus seguidores. Um dos mais famosos puritanos é John Bunyan, autor de “O
Peregrino”. Em termos missionários, apenas a influência puritana deixada a
algumas Igrejas foi contribuição dos puritanos. Este movimento surgiu no século
XVII.
2. PIETISMO -
Originou-se no meio da Igreja Luterana, no final de 1600, e propunha reformas à
tradição protestante que já se acomodava. Phillip J. Spener (1631 - 1705) é
considerado o Pai do Pietismo. Os pietistas influenciaram grandemente o
trabalho missionário de sua época.
3. A MISSÃO HALLE -
Esta foi a primeira missão européia as enviar missionários. Nasceu de uma união
com o governo dinamarquês e os pietistas.
4. OS MORÁVIOS - Talvez
sejam os mais exemplares dos movimentos missionários até hoje. De ca 60
membros, 1 era missionário, que foram enviados a todos os cinco continentes.
Seu Líder era o Conde Nicolau Ludwing Zanzerdof (1700 - 1760).
Ao longo dos 1600 anos
seguintes, a Igreja passou por muitas transformações, mas a partir do ano 1750,
tem-se início o período de Missões Modernas, que resumimos assim: Os dois nomes
mais famosos destas era, também chamada de 1º era de missões modernas são
Willian Carey e Hudson Taylor.
Carey é conhecido com o
pai das missões modernas. Em 1792 publicou um livro, “Uma inquisição sobre a
responsabilidade dos cristãos usarem meios para a conversão dos pagãos”, que
influencia vários líderes posteriormente. Foi ele que disse: “espere grandes
coisas de Deus; tente grandes coisas para Deus”. Ele fundou a Sociedade
Missionária Batista e seguiu para a Índia. Desenvolveu um dos mais expressivos
ministérios missionários.
Hudson Taylor
(1832-1905) - Filho de um farmacêutico, ainda na Inglaterra abdicou do conforto
e, em 1853 viajou para China. Foi o pioneiro nas “missões de fé”. Organizou a
Missão para o Interior da China. Taylor mudou dois conceitos até então não
percebidos por seus antecessores: as necessidades dos povos no interior dos
países e não apenas missões no litoral e, a vida pela fé no ministério.
Destacou-se também pelo grande amor aos chineses e o intenso desejo de se
identificar culturalmente com o povo. Outros nomes importantes são:
• Adoniram Judson (1788
- 1850) - Missionário nas Índia e na Birmânia.
• Robert Moffat ( 1795
- 1883) - Pioneiro em missões na África do Sul.
• David Livingstone
(1813 - 1873) - Um dos mais famosos missionários ao interior da África.
• Robert Morrison (1782
- 1834) - Na China, foi o primeiro a traduzir a Bíblia para Chinês.
• John Paton (1824 -
1907) - Desenvolveu um belíssimo trabalho nas Ilhas do Pacífico.
É importante destacar o
trabalho dos jovens em missões em cerca de 200 anos, desde Zinzerdof até o
Movimento Voluntário Estudantil.
Zinzerdof, líder dos
Morávios foi aluno da Escola Paedagogium, em Halle, Alemanha. Lá organizou a
Ordem Do Grão Mostarda, junto com os outros cinco jovens. Como resultado, em
1732, foram enviados os dois primeiros missionários morávios para a Ilha São
Tomé, nas Antilhas.
Charles Wesley entrou
para faculdade da Igreja de Cristo em 1726, onde seu irmão, John, formara-se no
ano anterior. Ele organizou o “Clube do Santos” e oravam sobre as oportunidades
para operações missionárias. Como conseqüência, John viajou para a colônia da
Georgia (atual estado da Georgia no E.U.A) para evangelizar os índios.
Charles Simeon foi
outro estudante a organizar grupos com motivação a atividades missionárias na
Universidade de Cambridge.
Samuel Mills foi o
fundador de um dos mais expressivos movimentos do séc. XIX. A história formada
por Mills tem sua origem no que ficou conhecido de “a oração do monte de feno”.
Em 1806, Mills e mais quatro colegas foram orar, como de costume, quando foram pegos
de surpresa por uma tempestade. Esconderam-se debaixo de um monte de feno e
enquanto aguardavam a chuva passar, oraram ardentemente por um despertamento no
interesse dos trabalhos missionários entre os estudantes. “ Foi a partir desta
reunião do monte de feno que o movimento de missões estrangeira das Igrejas dos
EUA tiveram seu impulso inicial” Ralph Winter - Missões Transculturais - vol
III).
O Movimento Voluntário
Estudantil - MVE tem suas raízes na oração do monte de feno, realizada no
Willians College. Em 1886, 251 estudantes reuniram-se no Monte Hermon para uma
série de estudos. Como consequência cem alunos se voluntariaram para missões no
exterior. Durante os dois anos seguintes, Robert G. Wilder e John Forman
visitaram 167 escolas e faculdades divulgando a visão do MVE, conseguindo
sensibilizar 2106 estudantes que se decidiram com missionários. Cinco anos
depois, os números eram: 6200 estudantes voluntários de 352 escolas ; 321
voluntários partiram para o exterior; 40 faculdades e 32 seminários participavam
do sustento dos voluntários.
Por que não falarmos de
Gannar Vingre e Daniel Berg, missionários suecos, que vieram para o Brasil em
1910 e que através de suas vidas começa o Movimento Pentecostal, que deu origem
as Assembléias de Deus em 18 de junho de 1911, na cidade de Belém do Pará. As
Assembléias de Deus, hoje, é a maior denominação evangélica do país, graças a
missões.
História das Missões na
Igreja Brasileira do Século XX
Por muito tempo, o
Brasil foi apenas um campo missionário de organizações estrangeiras. As igrejas
brasileiras demoraram a despertar para a sua responsabilidade missionária junto
a outras culturas e povos. Algumas razões para isso são as seguintes:
1. A maioria dos
missionários estrangeiros não ensinou aos membros das igrejas brasileiras o
imperativo da Grande Comissão.
2. As missões
transculturais eram vistas – a continuam sendo para muitos – como um trabalho
para estrangeiros, pessoas com mais dinheiro ou líderes de missões em outros
países.
3. A idéia de “destino”
ou de que Deus vai dar uma solução para os povos que não conhecem o evangelho,
tem levado as igrejas brasileiras a se acomodarem quanto ao trabalho
missionário no próprio Brasil e no restante do mundo.
4. Muitos acham que não
se deve “sacrificar” os obreiros brasileiros, enviando-o a outras terras. O
Brasil precisa deles, pois ainda não está evangelizado.
5. Finalmente, muitos
argumentam que não temos condições nem preparo.
Para este estudo, é
importante traçar as distinções entre alguns tipos de missões. Primeiramente,
existem as missões nacionais e estrangeiras. Em segundo lugar, existem missões
monoculturais e transculturais. Estas últimas são as que visam transpor
barreiras culturais para evangelizar e plantar igrejas. É o caso dos que
trabalham com grupos étnicos no Brasil, como os indígenas, ou com os povos de
outros países. Há também aqueles que se especializam no trabalho com subgrupos
ou subculturas, como viciados em drogas, presidiários, homossexuais,
prostitutas (exemplo de jovens que evangelizam “garotas de programa” em São
Paulo). Por outro lado, é possível fazer missão monocultural em outros países,
como junto aos brasileiros que residem nos Estados Unidos.
As igrejas evangélicas
do Brasil são fruto do trabalho de igrejas e organizações missionárias
norte-americanas e européias. Na primeira metade do século XIX, surgiram as
igrejas protestantes compostas de imigrantes (anglicanos e luteranos). Em
seguida, na segunda metade do século, as principais denominações históricas
iniciaram suas atividades entre os brasileiros (congregacionais,
presbiterianos, metodistas, batistas e episcopais). No início do século XX, o
pentecostalismo também começou a implantar-se firmemente em solo brasileiro.
Alguns missionários de destaque foram: Daniel P. Kidder, Robert e Sarah Kalley,
Ashbel G. Simonton, Anna e William Bagby, e Gunnar Vingren e Daniel Berg.
Foi somente no início
do século XX que as igrejas evangélicas brasileiras começaram a envolver-se em
missões transculturais, no Brasil e em outras terras.
3. COMO FAZER MISSÕES?
A implantação de
igrejas deve obedecer no mínimo, quatro aspectos fundamentais:
ASPECTO JURÍDICO:
Ainda hoje, a maioria
das igrejas continua a fazer missões mais na base da emoção e improvisação, do
sendo com razão e organização. Muitos missionários passam por problemas que
poderiam ser evitados se pequenas e simples providências preliminares, quanto
ao aspecto jurídico do estabelecimento primeiro de uma pessoa ao família em
outro país, assim como do trabalho em si, fossem adotadas (antes) do obreiro
sair do país. A maioria das igrejas (missionárias), preocupa-se mais com o
culto de despedida, do que com a fixação do obreiro no lugar onde vai. O
aspecto jurídico envolve todas as providências de natureza legal e
organizacional que devem ser adotadas para que o enviado possa estabelecer-se
em outro lugar, com reais possibilidades de sucesso.
Exemplo 1- Quais as
exigências que o pais "A" faz para admitir um estrangeiro, quanto a
vistos etç. ? É possível entrar no pais "A" como missionário cristão?
Exemplo 2 - Qual a
moeda em vigor no pais "A" ? De quanto precisa para manter uma
família e um trabalho em si ? É possível fazer remessas de dinheiro ?
Exemplo 3 - Escolas
nacionais aceitam alunos estrangeiros ? Sob que condições ? Qual é a
equivalência escolar seguida ?
Exemplo 4 - É possível
estabelecer-se um trabalho evangelístico ou é necessário usar outra estratégia
? Filantropia, etç.?
Exemplo 5 - Quais as
exigências legais para registrar-se uma igreja, um ministério ou outro tipo de
organização naquele pais ?
Estas perguntas se
respondidas adequadamente antes do missionário e sua família saírem para o
campo, evitarão problemas e muitas decepções.
ASPECTO CULTURAL
O aspecto cultural diz
respeito a cultura de cada povo ou grupo social, com o qual se pretende
trabalhar. O respeito a cultura pode conduzir a um sucesso mas rápido e um
alcance mais abrangente. Não respeitar os valores culturais de um povo ou grupo
social, reduzem as possibilidades de sucesso, o alcance do trabalho e quase
sempre conduzem o obreiro ao fracasso.
IMPORTANTE: Não
confundir cultura com tradição, nem aceitar como valor cultural aquilo que a
Bíblia Sagrada, declara ser pecado contra Deus.
MISSÃO TRANSCULTURAL
Em rápida análise, nada
mais é do que evitar aculturar-se, isto é: assimilar a cultura do povo para
onde vai, assim como evitar impingir, forçar há culturas avançadas ou
atrasadas, todas elas são iguais. O grande objetivo do missionário no estrangeiro,
depois de ganhar as pessoas para Cristo, é transferir para elas uma cultura
bíblica, cristã, substituindo os valores culturais que contrariam a Palavra de
Deus, pelo seguir a Cristo como um valor e objetivo melhor.
Ex. As tradições da
África quanto ao casamento, esposas, trajes etç.
As tradições culturais
de outros povos quanto aos usos e costumes, assim como ao uso moderado de
bebidas, charutos etç.
IMPORTANTE: Cada país
tem uma cultura eclesiástica diferente, relativa a ordem do culto, uso de véu,
joias, e adereços, roupas etç. Muitos por não respeitarem isso entram em choque
com as lideranças locais, em valores que poderiam ser perfeitamente
compreendidos, devido as diferenças culturais.
O QUE A BÍBLIA FALA
SOBRE ISSO ?
Gn. 24 ( a história de Isaque
e Rebeca, especialmente no princípio e no fim )Gn. 46:33,34 ; 1Cor. 11:13-16;
1Tim. 3:3-8, etç. etç.
ASPÉCTO ÉTICO
O aspecto ético diz
respeito a ética bíblica e ministerial que deve ser obedecida quando alguém
decide abrir um trabalho, implantar uma igreja etç.
Uma vez li a seguinte
frase; A ÉTICA ESTÁ MORRENDO! Pode aparecer exagerada, no entanto não é. Esta
frase infelizmente a dada dia que passa torna-se mais próxima da realidade. O
desrespeito a ética ministerial e consequentemente a ética bíblica é maior e
mais frequente a cada dia. Seja por parte de obreiros que invejam, desejam e
querem tornar mesmo usando de métodos anti-bíblicos o lugar de outros. Seja
aqueles que se aproximam de uma igreja já estabelecida ( e quase sempre
caminhando bem) com ar de coitadinho, pedindo ajuda, para logo em seguida, por
em dúvida a autoridade do pastor local, drenar finanças e muitas vezes dividir
o trabalho.
COMO FAZER PARA EVITAR
ISSO ?
Primeiro, ter convicção
do seu chamado para o ministério em estrita obediência a vontade de Deus. Ter
em mente que sucesso não se mede por uma grande igreja, mas sim por viver e
trabalhar no centro da vontade de Deus. Finalmente, obedecendo princípios
bíblicos fundamentais para a ordenação de obreiros, prova de chamada, preparação
e envio para local determinado por Deus. Exemplo Lc.24:47-49 ; At.1:8; 6:3;
8:26, 13:1-3; Fp.2:25-27; 1Tm.3:1-12;Tt.1:5.
ASPÉCTO ESPIRITUAL
Diz respeito à chamada
do obreiro, sua motivação, preparação, envio, necessidades da obra,
qualificações seculares e eclesiásticas etç., etç. Não se ordena um obreiro por
se gostar dele, ou por grau de parentesco, ou pelo mesmo ter um curso superior
ou grau teológico etç, mas sim por indicação e chamada divina. A razão de
muitos fracassos está nas origens da inclusão da pessoa na condição de obreiro.
É isso que muitos líderes deveriam obedecer antes de indicarem e / ou porem as
mãos sobre alguém, consagrando-o para a obra de Deus. Dt. 31:7,8,23; 34:9; Js.
1:1-3; Exemplo 1Reis 19:16-21; 2Reis 2:2,4,6,9,13,14; At.6:3; 13:1-3.
O aspecto espiritual
foi colocado propositalmente no final desta dissertação, para mostrar que todos
são interdependentes, seguir um e abandonar o outro, pode significar fracasso.
Rejeitar qualquer um deles é erro que pode custar o preço de muitas vidas,
famílias, obreiros, recursos etç. Segui-los é simples, objetivo, bíblico e
divino, pois o nosso Deus é Deus de ordem, métodos, razão, disciplina,
organização etç.
4. A missão da Igreja é
Missões
Quando pensamos porque
a igreja existe, logo nos vem ao pensamento a palavra de Pedro: "a fim de
proclamardes as virtudes daquele que nos chamou das trevas para a sua
maravilhosa luz" (1 Pe. 2.9). A primeira frase diz o propósito de Deus
para nós. “Afim de” significa finalidade, objetivo, razão de existir.
Alguém perguntaria
“porque Deus nos salva e logo nos envia a testemunhar aos outros?” A Bíblia diz
que Ele nos salvou para sermos uma nação santa, povo de propriedade exclusiva
Dele, ou seja, ministros, embaixadores (representantes) do Reino de Deus e nos
envia para alcançar os outros. Ele os ama e quer chamá-los também para o seu
Reino. E nós — e não os anjos — temos o privilégio de sermos "mensageiros
de Deus", representantes do Reino (nação) celestial.
EXPRESSÃO DO AMOR DE
DEUS
1) – Missões é
expressão do amor de Deus. A essência de Deus é amor. O maior ato de amor é dar
a sua vida pelo outro. O amor move os nossos corações pelos outros para
ajudá-los, através de atos concretos e interesses genuínos, a compreender o
amor de Deus.
AMOR
2) - A fé opera pelo amor
(Gal 5.6). Essa afirmação das Escrituras explica o principio ativo (eficaz) de
missões. Quando amamos de verdade algo misterioso é comunicado ao coração do
outro e aí então acontece a conversão, vontade de servir, de imitar a fé do
outro, de viver para Cristo. A fé meramente intelectual é fria, não gera vidas
transformadas, apenas convence a mente. Não muda radicalmente o coração. A
tendência é tornar-se morta. Ser reformado é bom, mas ser transformado é
melhor. Amar o próximo agrada mais a Deus.
RELACIONAMENTO AMOROSO
3) - Missões não é
estratégia. É relacionamento amoroso. Muitos lêem livros sobre evangelismo,
métodos e técnicas mas são pouco eficazes na evangelização. Outros nunca leram
um só livro sobre o assunto mas são frutíferos porque os seus corações estão
cheios de amor fraternal e prontos a suprir certas necessidades. O que está no
coração transborda para o outro. Amor é o melhor método evangelístico. O amor é
mais forte que o poder das trevas.
ESTILO DE VIDA
4) - Missões não é
programa. E estilo de vida. Não estamos falando de missões porque recentemente
tivemos um mês (agosto) dedicado a isso. Queremos viver missões. Para isso,
precisamos pedir a Deus um coração e uma mente missionária para imitar o que
Paulo viveu: “Porque sendo livre de todos, fiz-me escravo de todos a fim de
ganhar o maior número possível...fiz-me tudo para todos, com o fim de, por
todos os modos, salvar alguns. Tudo faço por causa do evangelho, com o fim de
me tornar cooperador com ele". (1 Co. 9.19,22-23) É isso que Jesus espera
de nós, viver para Ele.
GLÓRIA DE DEUS
5) - Missões é para
manifestar a Glória de Deus. Não estamos buscando adeptos para a nossa
religião. Não estamos querendo ser a maior e a mais importante igreja da
cidade, nem estamos a procura de poder ou prestígio. Queremos obedecer a
Palavra de Deus: "Portanto quer comais, quer bebais ou façais outra coisa
qualquer, fazei tudo para a glória de Deus, não vos torneis causa de tropeço
nem para os judeus nem para os gentios, nem tampouco para a igreja de Deus” (1
Co. 10.31-32). Missões é a razão de existirmos, de vivermos em Cristo.
CONCLUSÃO. Quando
amamos uns aos outros, isso transborda para o mundo perdido. Se amarmos os
perdidos, eles "sentirão" o amor de Deus e virão a Cristo.
Precisamos ter a
doutrina correta e o coração sensível ao mundo perdido. Quem não está se
esforçando para ganhar outros, está desobedecendo ao Senhor. Faça de seu
trabalho, estudo, lazer, uma ponte evangelística...
Bispo. Capelão/Mestre e
Doutor em Ênfase e Divindades Dr. Edson Cavalcante
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