ESTUDO PROFUNDO SOBRE O LIVRO
DO PROFETA SOFONIAS ( O SENHOR PROTEGE )...
AUTOR
A tradição judaica
aponta o profeta Sofonias como autor. O nome Sofonias significa “O Senhor
Protege”. Sofonias faz parte de uma família de alta posição em Judá, com
parentescos de linhagem real; a declaração inicial do autor afirma sua posição
social (1.1), o que é uma característica incomum entre os profetas do Senhor.
Sofonias era da quarta geração de Ezequias, rei temente a Deus. Além das
informações contidas no início do livro, nada mais foi descoberto sobre ele. Se
Miquéias lidou cuidadosa e compassivamente com os problemas do povo comum de
Judá, os pronunciamentos de Sofonias revelam intimidade muito maior com os
círculos da corte e com as questões políticas da época. Provavelmente estava
familiarizado com os escritos dos profetas do século VIII, como Isaías e Amós,
cujos pronunciamentos são refletidos em suas mensagens.
Apesar do profeta utilizar um vocabulário
sacerdotal em diversos pontos (1.4-5,7-9; 3.4,18), não há evidencias
conclusivas que indiquem ter sido Sofonias oficialmente ligado ao Templo.
DATA DE COMPOSIÇÃO
Sofonias profetizou em
Judá, durante o reinado de Josias (640-609 a.C.). Contudo há algumas duvidas
quanto a seu ministério profético ter sido realizado em período anterior ou
posterior à grande reforma religiosa realizada por Josias em 621 a.C. As
denuncias do profeta contra o sincretismo religioso, misturando adoração ao
Senhor com a idolatria e adoração a Baal apontam para uma data anterior a
reforma. Sua profecia deve ter ocorrido logo no inicio do governo de Josias,
quando ainda vigoravam as terríveis e cruéis condições de vida criadas durante
os reinados dos iníquos Manassés e Amom, e antes da morte do rei assírio
Assurbanipal, em 627 a.C., tempo em que a Assíria ainda conservava grande
poderio, embora já sentindo a aproximação de tempos difíceis. O que se pode
afirmar com certeza é que, Nínive ainda não havia sido destruída (2.13-15).
Consequentemente a mensagem do profeta foi proferida antes de 612.
Sofonias era da mesma época de Jeremias, de
Naum e talvez de Habacuque.
CONTEXTO DA ÉPOCA
As cinco décadas de
apostasia de Manassés (697-642 a.C.) custaram muito caro para Judá
espiritualmente, e os israelitas jamais se recuperaram delas totalmente. Uma
geração inteira só conheceu um rei, Manassés. Com o incentivo oficial o culto a
Baal foi restituído e outras práticas religiosas dos cananeus, que nunca foram
esquecidas desde o êxodo do Egito, mil anos antes.
Uma vez que Josias ascendeu ao trono quando
ainda era menino, Judá foi governado até 622 (2 Rs 22.1) por uma regência de
sacerdotes e oficiais da corte. Quando assumiu o reino de fato, Josias
conseguiu realizar sua “faxina” no templo e eliminar os deuses estrangeiros,
seus ídolos e sacerdotes, ele o fez em nome de uma restauração das condições da
aliança (2 Rs 23.24-25). Uma reforma semelhante fora executada por Ezequias
cerca de oitenta anos antes (2 Rs 18.4). Em ambos os casos, a aparente fraqueza
da monarquia assíria contribuiu para que pequenos reinos como Judá tentassem
afirmar sua independência política e religiosa.
TEMAS E CARACTERÍSTICAS
O tema principal de
Sofonias é a vinda do Senhor, quando Deus castigará severamente as nações,
dentre as quais se inclui Judá. Retrata o horror violento dessa experiência
penosa com a mesma linguagem figurada expressa que se acha em outros profetas.
A expressão “o dia do Senhor” foi usada pelos
profetas para indicar o tempo em que a situação atual será substituída pela
ordem determinada por Deus. A maioria dos oráculos da literatura profética
representa um movimento em direção a essa condição ideal.
Um tema menos obvio, mas que é mencionado em
todo o livro de Sofonias é o reconhecimento por parte do profeta, da
importância da aliança do Senhor com seu povo. Embora o profeta nunca use a
palavra “aliança”, algumas passagens ecoam detalhes de encontros e provisões da
aliança ocorridos anteriormente. Certamente os lamentos contra Judá refletem a
ira do Senhor contra aqueles que negligenciam as obrigações da aliança.
Sofonias inicia com uma mensagem universal de
julgamento (1.2-3) e termina com um oráculo de salvação, em que tanto as nações
(3.9) quanto o remanescente revitalizado de Israel (3.12-13) são conduzidos
para um relacionamento salvífico com o Senhor (3.19-20).
PROPÓSITO DA MENSAGEM
O propósito da profecia
de Sofonias era iniciar uma mudança em Judá ao anunciar o juízo divino sobre a
iniquidade. Aliado à intenção divina de castigar veio o anúncio de sua intenção
de restaurar Judá. O centro da mensagem de Sofonias é o dia do Senhor, que
segundo o profeta não tardará a chegar. Sua acusação contra Judá incluía a
denúncia dos oficiais corruptos e a rebelião contínua contra Deus.
O julgamento contra Judá é iminente. O profeta
foi vago quanto à forma que viria esse julgamento. Não fala se haverá cerco,
exílio, ou invasão estrangeira.
No dia do Senhor a justiça será feita. Esse é
um momento positivo para as vítimas, mas um dia de terror para os opressores.
Os senhores irão servir aos antigos vassalos; os pobres serão exaltados acima
dos ricos que os exploram; o povo voltará a buscar o Senhor; e haverá trevas ao
meio-dia. Essa inversão é um tema comum na literatura profética que trata do
dia do Senhor.
No dia do Senhor, Deus castigará severamente
as nações. O profeta retrata o horror violento dessa experiência penosa com a
mesma linguagem figurada expressada em outros oráculos proféticos.
Sofonias corretamente tentou causar temor em
seus ouvintes no tocante ao dia do Senhor, e apela para que se arrependam. Ele
salientou que através de tal julgamento a misericórdia do Senhor livrará a quem
Ele quiser livrar. O remanescente puro, uma vez libertado, cantará os louvores
do justo Senhor.
ESBOÇO DE SOFONIAS
Introdução 1.1
A identificação do
autor 1.1
O tempo do escrito 1.1
I. O dia do julgamento
contra Judá 1.2-13
O julgamento sobre toda
a criação 1.2-3
Contra os líderes
religiosos 1.4-7
Contra os líderes
políticos 1.8-9
Contra os líderes do
comércio 1.10-11
Contra os descrentes
1.12-13
II. O dia do Senhor
1.14-18
Próximo e se aproxima
rapidamente 1.14
Um dia de indignação
1.15-16
A terra inteira para
ser destruída 1.18
III. Um chamado ao
arrependimento 2.1-3
Um chamado para
congregar 2.1-2
Um chamado pra buscar o
Senhor 2.3
IV. O dia do julgamento
contras as nações circunvizinhas 2.4-15
Aos da borda do Mar:
filisteus 2.4-7
Aos do oriente: Moabe e
Amom 2.8-11
Aos do sul—Etiópia 2.12
Aos do Norte—Assíria
2.13-15
V. O dia do Julgamento
contra Jerusalém 3.1-7
Contra os líderes 3.1-4
O Senhor é justo, no
meio dela 3.5
Jerusalém não mudou
3.6-7
VI. Um remanescente
fiel 3.8-20
Falar com pureza e
honestidade 3.8-13
Os juízos são
afastados, e os inimigos são exterminados 3.4-15
O Senhor se regozijando
3.16-17
O povo restaurado
3.18-20...
Bispo. Capelão/Juiz.
Mestre e doutor em Ênfase e Divindades Dr. Edson Cavalcante
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