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sábado, 31 de maio de 2014

ESTUDO AS CIDADES DA VIDA DO APOSTOLO PAULO...


                               ESTUDO AS CIDADES DA VIDA DO APOSTOLO PAULO...
O Apóstolo de Tarso é dos nomes mais estudados por biblistas, historiadores, teólogos, moralistas, místicos, linguistas e outros. Todos encontram em Paulo motivos de estudo, reflexão e espiritualidade. São vinte séculos de glória, de santidade, de controvérsias, de bibliotecas inteiras dedicadas ao maior génio do cristianismo, depois do seu divino Fundador. Vamos estudar algumas cidades que tiveram maior importância no itinerário paulino.
TARSO, CIDADE DO NASCIMENTO DE PAULO (1)
Paulo nasce em Tarso, de pais judeus, da tribo de Benjamim, entre os anos 6 e 10, o que o torna praticamente contemporâneo de Jesus: uns 10 anos mais novo. S. Jerónimo, fundamentado em Orígenes, afirma outra coisa:
 “Os pais de Paulo eram originários de Gyscal, na província da Judeia, e quando toda a Província foi devastada pelo exército romano e os judeus foram dispersos por todo o mundo, eles foram transportados a Tarso, cidade da Cilícia. Paulo, ainda muito jovem, acompanhou os seus pais…”.
 Nos Atos, aparece várias vezes o nome de Tarso (9,11; 21,39; 22,3), cujos primeiros traços têm eco na Bíblia (Is 66,19) e onde havia uma colónia judaica. A sua família deveria ser socialmente importante, para atingir a cidadania romana (Act 16,37-39; 23,27); por isso, Paulo foi cidadão romano por nascimento (22,25-29). Portanto, pelo facto de nascer em Tarso, estava armado com as qualidades de duas culturas diferentes: as de cidadão romano, conhecedor da cultura grega, e as de judeu, que o tornaram apto para a imensa tarefa da evangelização.
Pensa-se que Paulo, entre os anos 15 e 20, fez em Tarso os primeiros estudos, que o habilitaram a fazer, depois, os “estudos superiores” de mestre rabino em Jerusalém. Consta que Paulo, depois da sua conversão, voltou a Tarso, onde pregou a sua nova Fé. Aí o foi buscar Barnabé, que o levou para Antioquia a fim de o ajudar na evangelização dessa cidade. Por aí passou nalguma das suas viagens apostólicas, a caminho da Ásia Menor. Não se fala de nenhuma comunidade cristã de Tarso, mas aí existia certamente, devido à evangelização de Paulo e seus companheiros na grande sinagoga local (Act 6,9; 14,1).
No tempo de Paulo, Tarso era uma cidade comercial importante, com umas 500.000 pessoas. Por isso, muitos judeus imigravam para lá. Paulo mostra-se orgulhoso por ter nascido nessa cidade e confessa-o perante as autoridades romanas (Act 21,39). A grande indústria da cidade era o tecido de cilício, feito de pêlo de cabra, desde tempos imemoriais. Este era quase impermeável e servia para tendas, tapetes e vestes de protecção. Tornou-se também veste de penitência.
Tarso (Tarsus) existe ainda, no sul da Turquia actual, no centro de uma grande planície, a uns 20 km do Mediterrâneo e a 50 ao sul da cadeia das montanhas do Taurus. Fora fundada pelos fenícios, mas foi dominada por Hititas, Assírios, Persas, Gregos, Romanos, Bizantinos e Turcos. Alexandre Magno banhou-se no seu rio, o Cydno (navegável por barcos de pouca tonelagem); Cícero aí residiu como procônsul da Cilícia; César aí viveu algum tempo e Marco António aí se encontrou com Cleópatra. Cheia de privilégios, tornou-se capital da Cilícia, por onde passava uma das vias romanas que conduzia a Éfeso.
Culturalmente, Tarso, situada na província romana da Cilícia, entre o Ocidente e o Oriente, mostrava também os seus trunfos no aspecto cultural e religioso: filósofos estóicos, como Atenodoro e Nestor, rivalizavam com os de Alexandria e de Atenas e eram conhecidos em Roma. A helenização da cidade, três séculos antes, pelos selêucidas, manifestava monumentos dignos da sua categoria.
 DAMASCO, CIDADE DA CONVERSÃO DE PAULO
Damasco é a cidade mais conhecida da vida de Paulo, devido à sua conversão. A aparição de Jesus ressuscitado nesta cidade transformou completamente a vida do nosso herói e foi a partir desta conversão que Paulo apareceu pela primeira vez na história do cristianismo. O autor dos Actos irá apresentar-nos o seu personagem em duas etapas fundamentais, a saber: a conversão de Paulo no caminho de Damasco e a sua missão no meio dos pagãos. Vejamos, pela pena de Lucas, como se confirmam as palavras do Paulo perseguidor:
Paulo, entretanto, respirando sempre ameaças e mortes contra os discípulos do Senhor, foi ter com o Sumo Sacerdote e pediu-lhe cartas para as sinagogas de Damasco, a fim de que, se encontrasse homens e mulheres que fossem desta Via, os trouxesse algemados para Jerusalém. Estava a caminho e já próximo de Damasco, quando se viu subitamente envolvido por uma intensa luz vinda do Céu. Caindo por terra, ouviu uma voz que lhe dizia: “Saulo, Saulo, porque me persegues?” Ele perguntou: ‘Quem és Tu, Senhor?’ Respondeu: ‘Eu sou Jesus, a quem tu persegues. Ergue-te, entra na cidade e dir-te-ão o que tens a fazer’ (Act 9,1-6).
 Isto aconteceu por volta do ano 37 d. C., não no silêncio da oração, na mesa de estudo ou no remanso silencioso do deserto, mas no campo da luta de Paulo contra os cristãos. Deste texto se infere que Paulo se converteu em Damasco. A prova disto é apresentada por ele próprio, ao afirmar que, depois de ir para a Arábia, regressou a Damasco (Gl 1,16-17).
Mal se converteu, Paulo começou a pregar aos judeus: Começou imediatamente a proclamar nas sinagogas que Jesus era o Filho de Deus (Act 9,20). Depois deste trabalho como pregador, Paulo retirou-se para a Arábia (Gl 1,17). Voltou novamente a Damasco (9,20-30, Gl 1,18-24), seguindo depois para Jerusalém.
De qualquer modo, Paulo começou a viver a fé cristã, integrado na comunidade cristã que antes perseguiu. Aí participa nas catequeses, nos sacramentos, sobretudo na Eucaristia e nas demais actividades da comunidade, inclusive na pregação da Fé que perseguira a judeus e pagãos (Act 2,42-47). Os Actos apontam alguns pormenores de tradições locais de Damasco: Rua Direita, casa de Judas; é referido também que Paulo recebe o Espírito e é baptizado em Damasco, num esquema semelhante ao de Cornélio (Act 10; 1 Cor 12,13; Rm 6,3-4).
A pregação de Paulo irá surpreender sobretudo os judeus da sinagoga, que lhe movem uma perseguição, pela “traição” feita. Daí, o episódio pitoresco em que Paulo foge da cidade, pelas muralhas, dentro de um cesto (Act 9,25): Paulo alojou-se na casa de um cristão, que ficava junto das muralhas e, de noite, escapou dessa maneira, fugindo da fúria dos judeus e nabateus, assalariados por aqueles (Act 9,23-25; 2 Cor 11,32-33). Isto aconteceu três anos depois da sua chegada a Damasco (Gl 1,18).
Damasco é uma cidade com 4.000 anos de história e está situada num grande oásis, com abundância de água, a menos de 100 km do Mediterrâneo, num cruzamento de estradas, entre a Mesopotâmia, a Turquia e Israel, e a Palestina, para sul. A primeira notícia de Damasco encontra-se no frontispício do templo do deus Amon, em Karnak (Egipto), do tempo do faraó Tutmosis III (ca. 1482 a. C.), ficando sob o domínio deste país durante três séculos. Na década de 1940-1950, Damasco tinha ainda uns 300.000 habitantes; mas na década de 1960 cresceu enormemente, devido à “invasão” de gente de outras cidades e de soldados.
Damasco foi o lugar de encontro dos nómadas arameus durante dois mil anos. Quando o Antigo Testamento fala de Damasco, fá-lo quase sempre neste contexto, e a língua deste povo foi falada desde o Irão à Anatólia, por comerciantes e administradores. No séc. V da nossa era, o império bizantino tinha centros importantes em Damasco, Bosra e Palmira. Entre 660 e 750 foi a primeira capital do império muçulmano.
Sendo centro importante entre vários impérios, Damasco tornou-se lugar de refúgio de todos os perseguidos da região, e não só: da Anatólia, do Iraque, da Palestina, durante as cruzadas, da Espanha, durante as perseguições aos mouros e judeus, do Cáucaso, durante a invasão russa, da Arménia, do Líbano e do Irão. Hoje é uma enorme cidade, capital da Síria.
ANTIOQUIA DA SÍRIA E ANTIOQUIA DA PISÍDIA (2)
1. ANTIOQUIA DA SÍRIA
A cidade de Antioquia da Síria (Antakya, na Turquia actual) é uma cidade diferente de Antioquia de Pisídia e é, talvez, depois de Tarso e Damasco, a cidade mais importante para Paulo. De facto, ele aí viveu alguns anos (Act 11,19-26) e foi aí que se tornou o maior missionário de todos os tempos. É sobretudo de Antioquia que Paulo parte e para onde volta das suas viagens apostólicas, enviado pela comunidade de Antioquia.
Antioquia foi fundada em 300 a. C. por Seleucus Nicanor, em honra de seu pai, Antíoco; tornou-se a capital do reino selêucida (300-264) e, a partir de então, capital da província romana, que ia da Cilícia (incluindo Tarso) até ao sul da Palestina. Foi a capital do Oriente romano, desde 64 a. C. até à fundação de Constantinopla, em 330 d. C.. A província da Judeia, até ao ano 70 d. C., dependia do delegado do imperador de Roma, que morava em Antioquia. A partir de 637, perdida pelos bizantinos, ficou sob o domínio muçulmano. De 965 a 1085 volta aos bizantinos. De 1098 a 1268, ficou na posse dos cruzados; em 1268 é tomada pelos árabes e em 1516, pelos turcos otomanos.
Entre os séc. III-V, esta cidade foi sede de uma escola teológica, a “Escola de Antioquia”, diferente da “Escola de Alexandria”. Eram dois modos de ler a Escritura: a primeira fazia uma leitura tipológica do Antigo Testamento, enquanto a segunda faz uma leitura alegórica. Estas escolas deixaram rastos ao longo de toda a história da Igreja e, ainda hoje, marcam a sua influência na leitura da Bíblia.
 1.1. PAULO EM ANTIOQUIA
A chegada de Paulo a Antioquia deve-se a Barnabé que, tendo sido enviado a Antioquia, foi a Tarso buscar Paulo para o ajudar na evangelização desta grande cidade (Act 11,22-26). Barnabé tinha conhecido Paulo aquando da sua primeira visita à cidade-mãe (Act 9,26-29), por volta dos anos 43-44. Em Act 13,1-2, ele aparece já como um dos membros importantes desta comunidade, onde preparou a sua estratégia para as Viagens missionárias.
Antioquia tinha sido evangelizada, primeiramente, pelos judeus helenistas fugidos da perseguição de Jerusalém, à qual Paulo não era, de modo nenhum, alheio (Act 11,19). Assim se tornou a primeira comunidade cristã fora da Palestina. Aí havia uma grande colónia judaica e, como havia muitos prosélitos judeus nessa comunidade, terão sido estes os primeiros a aderir ao cristianismo. Paulo inicia aí a sua pregação entre judeus e pagãos, o que leva à conversão de uma grande multidão (Act 11,24-26), de modo que as igrejas da Judeia ficaram admiradas com tal sucesso (Gl 1,21-24). Foi a partir de tal sucesso que a cidade deu aos discípulos de Cristo o nome de cristãos, para os distinguir dos simples judeus (Act 11,26c). Terá sido nestas pregações que um médico pagão, chamado Lucas, se converteu ao cristianismo (Cl 4,14). Ele será um dos grandes companheiros de Paulo, a partir do ano 53, e deixou-nos o terceiro Evangelho e os Actos do Apóstolos. Este último livro é para nós a principal fonte de conhecimento da vida de Paulo.
 1.2. ANTIOQUIA, PONTO DE PARTIDA DAS VIAGENS DE PAULO
Antioquia era uma das grandes cidades do império, rivalizando com Roma e Alexandria, com uns 500.000 habitantes. Estava ligada ao mar pelo rio Orontes, em cuja foz se encontrava o porto de Selêucia (a 30 km). Paulo utilizou este porto várias vezes nas suas Viagens por mar; pois a igreja de Antioquia, sendo a comunidade de Paulo, será a sua rampa de lançamento para outras terras de missão. Hoje está reduzida a uma pequena cidade do sul da Turquia.
Sabendo da pobreza em que viviam muitos irmãos da comunidade de Jerusalém, a comunidade de Antioquia, sob a orientação de Paulo reuniu ajudas, a fim de socorrer a Igreja-mãe de Jerusalém, num momento especial de penúria. Paulo e Barnabé são os escolhidos para levar a colecta a Jerusalém (Act 11,27-30). De volta, trazem consigo João Marcos, que irá participar na primeira Viagem missionária (Act 12,25).
Foi em Antioquia da Síria que surgiu, pela primeira vez, a questão de impor os preceitos da Lei de Moisés aos pagãos convertidos ao cristianismo (Act 15,1-5), polémica que irá dar origem ao “concílio” de Jerusalém. Paulo e Barnabé partem de Antioquia como delegados da comunidade. Também os delegados da outra parte judeo-cristã enviaram os seus representantes e travou-se a discussão, que foi resolvida por intervenção especial de Pedro e Tiago (Act 15,7-29).
 2. ANTIOQUIA DE PISÍDIA
Antioquia de Pisídia foi o ponto de chegada da primeira Viagem missionária, cujos personagens centrais foram Paulo e Barnabé. Esta Viagem começou em Antioquia da Síria e terminou nesta cidade. As etapas desta são-nos narradas em Act 13-14, que tem como etapas principais Chipre, Perga, Icónio e Listra. Mas o centro desta viagem é Antioquia de Pisídia. Foi aí que Paulo fez um famoso discurso, considerado um autêntico credo histórico (Act 13,16-41).
Antioquia foi fundada pelos gregos (imperador Seleucos Nicanor), no séc. III a. C., recebendo o seu nome de Antíoco I. Entre os anos 10 e 7 a. C. – ou seja por altura do nascimento de Jesus – passou para o domínio de Roma. O imperador Tibério (14-37 d. C.) mandou construir aí uma grande praça semelhante à de Perga.
Desta cidade restam apenas o estádio e o anfiteatro. Era, então, a cidade maior da Panfília (província romana desde 25 a. C.-43 d. C.). Foi destruída pelos árabes no séc. VIII e hoje apresenta apenas ruínas romanas e bizantinas. Os seus monumentos foram utilizados como pedreira, para a construção da aldeia de Yalvaç, 2 km a sudoeste, pelos árabes e turcos.
 2.1. PAULO EM ANTIOQUIA DE PISÍDIA
Para chegar a Antioquia, Paulo e Barnabé partiram de Perga, fazendo uns 160 km a pé, para chegar a Antioquia de Pisídia. As dificuldades desta Viagem eram enormes, tendo que passar pelos lugares mais altos da cadeia do Taurus, por pequenos caminhos, atravessando rios a pé, com risco de afogamento, de ladrões, que assaltavam as pessoas, apesar dos guardas dos viajantes, que não podiam estar em todo o lado (2 Cor 11,26). A estrada dirigia-se depois para noroeste, pela região montanhosa entre o lago Egerdir (Egridir) e o lago Karalis (Beysehir), para chegar ao sopé do monte Sultan dag, onde se situava Antioquia, a uns 1.100 m de altura.
A estadia dos missionários nesta localidade é apresentada muito esquematicamente. A pregação começou pela sinagoga, que existia desde Antíoco III, pois (segundo Flávio Josefo (A. J., XII, 147-153), este tinha transferido para lá judeus da Mesopotâmia e da Babilónia, para manter a segurança das fronteiras. Paulo faz aí um memorável discurso, em que segue o esquema de um discurso querigmático dos primeiros tempos da Igreja bastante diferente da teologia paulina (Act 13,16-41). Os judeus rigorosos revoltaram-se e pediram às autoridades locais para os expulsarem da cidade. Os missionários foram expulsos de Antioquia pelos judeus, mas bem acolhidos pelos pagãos.
Um dado que não podemos esquecer, nesta primeira etapa da evangelização de Paulo, é o facto de ele decidir seguir o método de evangelização a começar pelos judeus, isto é, pelas sinagogas. Mas também é nas sinagogas que acontece o confronto entre o judaísmo e o cristianismo nascente. Paulo insiste no mistério pascal, ou seja, na morte-ressurreição de Cristo como centro da mensagem cristã. O recurso ao Antigo Testamento pretende levar à aceitação de Cristo como Messias, cuja morte é atribuída aos judeus, mas não a todos; apenas aos de Jerusalém (Act 2,14-36; 13,32-37). Este foi o primeiro discurso, de que nos falam os Actos, no qual mostra o fracasso da Lei para a justificação, tema que desenvolverá em Gálatas e Romanos.
Aqui, a oferta do perdão de Jesus aos judeus teve como efeito a dúvida e, mais tarde, a perseguição aos missionários, depois de no sábado seguinte, todos ouvirem Paulo. Esta perseguição insere-se na teologia judaica do zelo pela Lei, que julgaram ultrajadas pela pregação de Paulo, atingindo precisamente o mesmo efeito da pregação dos helenistas em relação a ele próprio. Ele é agora vítima da mesma doutrina que antes perseguia. O facto de Paulo e Barnabé sacudirem o pó dos pés, ao saírem de Antioquia de Pisídia (Act 36,51), é um gesto profético para dizer que esses judeus são os responsáveis pela ruptura com o cristianismo (At 13,46.51).
Na segunda Viagem missionária, o grupo de Paulo visitou novamente as comunidades cristãs que tinham fundado em Derbe, Listra, Icónio e Antioquia de Pisídia, a caminho de Tróia/Tróade, a fim de seguir para a Europa.
 ÉFESO, “CIDADE DE PAULO”
 A história da cidade de Éfeso perde-se na noite dos tempos. Por ela passaram povos muito diferentes: Jónios, Cimérios, Lídios, Gregos, Persas, Selêucidas, o reino de Pérgamo e outros. Em 133 a. C., tornou-se cidade romana, uma grande metrópole do Oriente, capital e símbolo da província romana da “Ásia”.
1. ESTADIA DE PAULO EM ÉFESO
Foi esta enorme cidade que Paulo encontrou, na sua terceira Viagem missionária. Apesar das tentativas de ir pregar o Evangelho na província romana da “Ásia”, durante a segunda Viagem, Paulo só entrou em Éfeso durante a terceira Viagem (Act 19). Ao passar, pela primeira vez, aí deixou os seus colaboradores, Áquila e Príscila, que se põem imediatamente a evangelizar. Mais tarde, vindo do mal-estar que sentiu em Antioquia, depois do incidente com Pedro, voltará para uma estadia mais longa. É nesta altura que se confirmam e fundam outras comunidades na província da “Ásia”. Paulo instalou-se em Éfeso, da qual fez “a sua cidade”, pois ficava mais perto das outras comunidades por ele fundadas, tanto no território asiático como na Grécia. Aí encontrou já uma comunidade com um pregador importante, Apolo, que mantinha estreitas relações com Corinto (At 18,24-28). Paulo aí se instalou durante dois anos e meio (52-55), ensinando durante várias horas, alguns dias por semana.
Como alguns (judeus) se mostrassem renitentes e não acreditassem, dizendo mal da «Via» perante a multidão, rompeu com eles, afastou-se com os seus discípulos e começou a ensinar diariamente na escola de Tirano. Isto prolongou-se por dois anos, de modo que todos os habitantes da Ásia, tanto judeus como gregos, puderam ouvir a palavra do Senhor (At 19,8-10).
2. PAULO ESCRITOR
Foi de Éfeso que Paulo escreveu grande parte das suas Cartas. Quando morava em Éfeso já tinha evangelizado a Galácia, a Macedónia e a Acaia; naturalmente, é a estas comunidades que ele escreve Cartas. Foi dali que ele escreveu, pelo menos, quatro cartas (ou pequenos bilhetes) que se encontram reunidas nas duas Cartas aos Coríntios (1 Cor 5,9; 2 Cor 2,4); escreve daí também aos Filipenses, quando se encontrava preso e também aos Gálatas.
Assim, uma parte do grupo de colaboradores de Paulo nessa província aparece nas Cartas que escreveu em Éfeso e noutras: Epafras (em Cl e Flm); Arquipo, que era missionário no vale do Lycos, onde se situavam as igrejas de Colossos, Laodiceia e Hierápolis. De Éfeso, seu “quartel general”, Paulo envia correspondência, recebe mensagens e envia mensageiros. Foi o que aconteceu com a missão de Tito a Corinto, onde havia problemas, que o próprio Paulo, mais tarde, tentará resolver (2 Cor 7,6.13; 8,6.23).
Éfeso foi também o lugar do cativeiro a que foi sujeito, durante o qual escreveu as chamadas Cartas do Cativeiro (Filipenses, Colossenses e Filémon). Os Atos não falam dessa prisão, mas os elementos das suas Cartas levam a essa conclusão (2 Cor 11,23-33; Fl 2,25-30; Flm). Em 1 Cor 15,32, Paulo fala também destas perseguições:
Se fosse apenas por motivos humanos, de que me adiantaria ter combatido contra as feras em Éfeso? Se os mortos não ressuscitam, comamos e bebamos porque amanhã morreremos.
 E em 2 Cor 1,8 é ainda mais explícito acerca dos sofrimentos suportados em Éfeso: Não queremos, irmãos, que ignoreis a tribulação que nos sobreveio na Ásia. Fomos maltratados em extremo, acima das nossas forças, até ao ponto de perdermos a esperança de sobreviver. É ainda aos anciãos de Éfeso que Paulo dirige um discurso de despedida, onde podemos colher elementos para conhecermos as actividades de Paulo, a nível apostólico (At 20,18-21) e profissional (At 20,33-34).
 3. PAULO E A DEUSA ÁRTEMIS
Mas aos dois cativeiros de Éfeso temos de juntar o levantamento popular contra Paulo e a comunidade cristã, devido à inveja dos ourives, que começavam a perder no negócio da deusa Ártemis.
O problema do ouro e da cobiça vem nos Evangelhos, e Lucas é especialmente sensível a esta questão. Éfeso era famosa pelo seu culto à deusa grega Ártemis, nome efésio da deusa Diana, cuja estátua era considerada uma das sete maravilhas do mundo, e pretendia-se que a sua efígie tinha caído do céu (Act 19,35). Era a grande deusa oriental, filha de Zeus e irmã gémea de Apolo. Multidões eram atraídas pelo seu culto, que consistia em orgias e ritos mágicos. Esta antiga deusa da caça e das florestas tinha recebido uma nova incumbência nessa região, a partir do séc. VI a. C.: proteger a fertilidade. Por isso, a imensa estátua estava revestida de cachos de seios femininos. As festas anuais atraíam milhares de peregrinos, que vinham adorar a estátua, que era levada por toda a cidade, acompanhada por outros 29 ídolos em ouro.
Tal como hoje, os ourives faziam imagens e toda a espécie de recordações piedosas. Mas, quando a pregação cristã começou a ter muitos adeptos, desenganados por tal culto, as quedas nas vendas de objectos religiosos provocaram a ira dos fabricantes. A resposta dos ourives não se fez esperar: fizeram uma grande manifestação (Act 19,28). Um tal Demétrio lançou o alarme no meio dos da sua profissão, com uma espécie de comício, que arrastou a grande multidão do povo (Act 19,23-27).
E a manifestação passou a vias de facto: o povo reuniu-se no teatro da cidade, arrastando consigo dois colaboradores de Paulo, Gaio e Aristarco, para fazerem ali uma espécie de justiça popular. Paulo foi dissuadido de comparecer por dois “asiarcas”, autoridades locais encarregadas de organizar o culto do imperador, com quem certamente mantinha contatos amistosos. A multidão era tão grande que muitos nem sequer sabiam o motivo da reunião no teatro (At 19,32). Um judeu quis falar, talvez para defender os cristãos, mas a multidão não lho permitiu, gritando durante duas horas: Grande é a Ártemis dos efésios! O chanceler da cidade falou à multidão para a acalmar, dizendo que os direitos dos ourives seriam assegurados, depois de eles recorrerem legalmente à justiça.
Este quadro, belamente descrito pelo autor dos Atos, mostra um flash da vida de uma cidade helenista, onde o cristianismo começava a deitar raízes. Mostra ainda que o cristianismo é tudo menos uma religião de sacristia – como, por vezes, o querem fazer crer alguns dos nossos pseudo-intelectuais. A evangelização cristã começou, assim, por ameaçar certos interesses instalados: económicos, sociais, religiosos e outros. O texto manifesta ainda a força do Direito romano, que mantinha, não apenas a ordem pública, mas também a legalidade de reunião e a defesa das opiniões pessoais. Foi este estado de coisas que permitiu o nascimento e crescimento do cristianismo. Esta mesma legalidade romana irá intervir nos últimos capítulos dos Actos (20-28), em vários processos que a elite farisaica levantara contra Paulo.
Depois da sua estadia em Éfeso, Paulo foi novamente visitar as igrejas até Tróade, onde tomou o barco de volta para Cesareia, com uma breve escala em Mileto, para visitar os anciãos de Éfeso. Foi aqui que ele fez o seu famoso discurso de despedida dos anciãos desta comunidade (Act 20,17-38).
Em 431, um concílio reunido em Éfeso condenou, apressadamente, o patriarca de Constantinopla, Nestório, acusado de separar demasiadamente a condição divina da humana, em Cristo, e de se recusar a aceitar Maria como Mãe de Deus (theotokos). De facto, em Éfeso encontramos ainda hoje várias ressonâncias marianas: aí se encontra uma tradição ligada ao túmulo de S. João Evangelista; o “túmulo de Lucas”, a igreja de S. João evangelista, onde se realizou o concílio, e sobretudo o túmulo de Maria, a lembrar a sua “dormição” e Assunção ao céu.
 CORINTO, CIDADE DOS CONFLITOS.
 O relativo “insucesso” de Atenas e a falta de aceitação da Palavra por parte do Areópago levou Paulo a afastar-se para Corinto, cidade famosa pelos seus portos e pelos Jogos Ístmicos. Corinto era uma antiquíssima cidade, cuja fundação se deve aos fenícios. Essa parte da antiga Corinto ainda se encontra aberta ao visitante no alto de um monte sobranceiro à Corinto do tempo dos romanos, aquela onde Paulo anunciou o Evangelho durante algum tempo. Trata-se da acrópole de Corinto.
Em 338, Filipe II da Macedónia tinha vencido Atenas, fazendo de Corinto a capital política da Liga Pan-helénica. Durante dois séculos, Corinto foi a cidade mais importante da Grécia. As ligações comerciais com a Ásia Menor e com Roma foram determinantes para o seu desenvolvimento. Foi destruída pelos Romanos em 146 a.C., quando dela tomaram posse; mas uma nova Corinto nascia em 44 a.C., quando foi feita colónia romana. Essa cidade tinha crescido muito quando S. Paulo a encontrou mergulhada no seu trabalho, nos seus vícios, nas suas religiões, na sua filosofia greco-romana. Centenas de milhares de pessoas de todas as raças e condições sociais moviam-se nesse mundo heterogéneo de Corinto.
A moderna Corinto é já uma terceira cidade. A Corinto de Paulo era a Corinto romana edificada sobre as ruínas que eles próprios tinham feito em 144 a. C. Nesta havia dois portos, Léches e Cêncreas, situados de um e de outro lado do “istmo de Corinto”. Estes portos foram determinantes para o seu desenvolvimento e faziam de Corinto uma cidade cosmopolita onde se cruzavam civilizações, filosofias, línguas e religiões. Esta variedade de credos, filosofias e mentalidades irá provocar vários problemas a Paulo e à comunidade de Corinto, criando diferentes tipos de divisão, às quais Paulo responderá, sobretudo na Primeira Carta aos Coríntios (1 Cor 1,12; 12-14).
1. ESTADIA DE PAULO EM CORINTO
Quando Paulo chegou a Corinto, vindo de Atenas, encontrou lá o casal judeu Áquila e Príscila, expulso de Roma no tempo do imperador Cláudio, na perseguição contra os judeus. Devem ter sido expulsos por discussões acerca do cristianismo, que certamente professavam. Estamos no ano 49. Paulo trabalhava na casa de Áquila e Priscila, que fabricavam tendas. Serão estes compatriotas seus que Paulo irá encontrar também em Roma e em Éfeso.
Em Corinto, realizavam-se os Jogos Ístmicos, porque a cidade estava situada junto ao istmo que ligava a Acaia à península do Sul. Estes jogos forneceram a Paulo as metáforas desportivas de 1 Cor 9,24-27; a abundância de templos e divindades pagãs (Apolo, Athena, Afrodite, Asclépio, Dionísio, Demeter e Coré) colocaram a Paulo o problema das carnes imoladas aos ídolos (1 Cor 8,4-6), etc. O templo de Afrodite atraía numerosos peregrinos, numa religiosidade nada consentânea com o cristianismo.
No fim da sua estadia, Paulo será levado pelos seus próprios compatriotas à presença do procônsul Galião, que era irmão de Séneca (At 18,12). Este acontecimento pode situar-se nos anos 52-53 (ou entre Julho-Outubro de 51). Por outro lado, sabemos que ele ficou em Corinto um ano e seis meses (At 18,11) Portanto, a sua estadia em Corinto aconteceu entre os anos 49-53 (do Inverno de 49 ou 50 até ao Verão de 51 ou 52.
2. APOSTOLADO JUNTO DE JUDEUS E PAGÃOS
Quando chegava, Paulo dirigia-se à sinagoga da cidade. Era o lugar de encontro dos seus concidadãos. Mas a sinagoga de Corinto não o presenteou com mimos, acusando Paulo de ser um desordeiro em relação à Lei (At 18,6-7; 1 Ts 2,14-16). Por isso, foi na praça pública (agora) de Corinto que Paulo compareceu perante Galião, mas este recusou-se a ouvir as acusações dos judeus, dizendo tratar-se apenas de um conflito de palavras entre eles:
Sendo Galião procônsul da Acaia, levantaram-se os judeus, de comum acordo, contra Paulo e levaram-no ao tribunal. «Este homem – disseram eles – induz as pessoas a prestar culto a Deus de uma forma contrária à Lei.» Paulo ia abrir a boca, quando Galião disse aos judeus: “Se se tratasse de uma injustiça ou grave delito, escutaria as vossas queixas, ó judeus, como é meu dever. Mas como se trata de um conflito doutrinal sobre palavras e nomes e acerca de vossa própria Lei, o assunto é convosco. Recuso-me a ser juiz em semelhante questão”. E mandou-os sair do tribunal. Então todos se apoderaram de Sóstenes, o chefe da sinagoga, e puseram-se a bater-lhe diante do tribunal. E Galião não se importou nada com isso (At 18,12-17).
 O autor dos Atos viu nesta declaração, não um desprezo do pro cônsul em relação com o cristianismo nascente (como seu irmão, Séneca), mas o facto de ele considerar que judeus e cristãos constituíam uma só religião. Isto seria sinal de que o cristianismo já gozava dos mesmos privilégios dos judeus.
Expulso da sinagoga, Paulo entrega-se ao apostolado junto dos pagãos de Corinto. É nesta altura que Lucas alude a uma visão que reconforta Paulo e o convida a não desistir (At 18,9-10). Por outro lado, Timóteo traz a Corinto boas notícias de Tessalónica, que o consolam nesta tribulação (1 Ts 3,6-7).
 3. A COMUNIDADE DE CORINTO
Saída de um mundo tão díspar e complicado como era o de Corinto, a comunidade cristã vai necessariamente ressentir-se dessas diferenças. Do ponto de vista religioso, os dois grupos eram o judeu e o pagão com preponderância para este último. Não obstante isso, Paulo vai tomar precauções para que os antigos costumes não sejam motivo de maior divisão da comunidade (carnes imoladas aos ídolos e outros). Do ponto de vista social, a grande maioria da comunidade era composta por gente simples, carregadores do porto, escravos (a casa de Cloé: 1,11) que, depois do trabalho, quando chegavam às refeições (ágape) já nada encontravam para comer (1 Cor 11,20-21).
Mas também havia gente rica, intelectuais que tinham a sabedoria humana e não a sabedoria da cruz (1 Cor 3,1-4). Havia ainda gente rica que tinha a sabedoria da cruz: Áquila e Priscila, ricos comerciantes de Roma, de Éfeso e Corinto; a já referida Cloé, e Crispo, antigo chefe da sinagoga e batizado por Paulo (1 Cor 1,14); Gaio, também batizado por ele, recebia a igreja em sua casa, e Erasto, tesoureiro da cidade e o seu irmão Quarto (Rm 16,23). No bairro do porto de Cêncreas, havia uma comunidade cristã presidida por uma mulher, Febe, diaconisa na igreja de Cêncreas (Rm 16,1). Paulo conhecia bem Cêncreas: foi aí que embarcou (Act 18,18) e aí fundou uma comunidade, que ficava a 9 km do centro de Corinto (agora). Para além destas divisões, havia as filosofias gregas, que eram motivo de divisão, por causa da “sabedoria humana”.
No meio de tanta diversidade, Paulo sentirá a necessidade de lembrar permanentemente que Cristo não está dividido e que é no ágape e na Eucaristia que se realiza o corpo místico de Cristo (1 Cor 11,23-26); sentirá ainda a necessidade de falar do amor com as palavras insuperáveis de 1 Cor 12,31-13,13.
 4. EM CORINTO COMEÇOU O NOVO TESTAMENTO
Podemos dizer que foi em Corinto que começou o Novo Testamento. De facto, quando Paulo escreveu de Corinto à Igreja de Tessalónica, não deve ter pensado que estava a iniciar o Novo Testamento. Como se demorou pouco tempo em Tessalónica, por causa dos judaizantes, ficou preocupado com a jovem comunidade, sobre a qual recebe boas notícias em Corinto, por meio de Timóteo. É este o motivo por que lhe escreve uma Carta, que será o primeiro escrito do Novo Testamento. Paulo deixara em Tessalónica uma comunidade ainda mal organizada e sujeita às seduções do paganismo – de que provinha, na sua maioria (1 Ts 1,9) – e à perseguição. Compreende-se, pois, a sua inquietação pela sorte dos crentes (1 Ts 2,17; 3,1.5). Com os seus companheiros, tinha partido para Bereia e, depois, sozinho, para Atenas e Corinto, onde se lhe vêm juntar Silvano/Silas e Timóteo (At 18,5). Timóteo, entretanto, tinha sido enviado a Tessalonica (1 Ts 3,1-2) e trouxera boas notícias. É neste contexto que é escrita a Primeira Carta aos Tessalonicenses, a partir de Corinto, entre os anos 50 e 52. De facto, as treze Cartas de Paulo são todas anteriores aos Evangelhos, tais como os temos hoje.
Com efeito, conforme o livro dos Atos, Paulo separou-se dos companheiros ao deixar Bereia; e reuniu-se novamente com eles apenas em Corinto. Mas esta Carta supõe que os dois companheiros se reuniram com Paulo em Atenas, donde ele reenviou imediatamente Timóteo a Tessalônica:
Por isso, não podendo resistir mais, aceitámos que nos deixassem sós em Atenas, e enviámos Timóteo, nosso irmão e colaborador de Deus no Evangelho de Cristo, para vos confirmar e encorajar na vossa fé (1 Ts 3,1-2).
 5. ÉFESO E CORINTO
Pelas suas Cartas, Paulo vai alimentando a fé das comunidades e respondendo aos diversos problemas que estas lhes colocam. Assim, quando Paulo está em Éfeso continua em contato com a igreja de Corinto, que ficava do outro lado do Mar Egeu. Havia relações estreitas entre as duas cidades. Um enviado privilegiado era Apolo, que pregava em Corinto quando Paulo chegou à “Ásia” (At 19,1), e foi ao encontro de Paulo em Éfeso (1 Cor 16,12). Há também a família da senhora Cloé, que lhe traz notícias de Corinto (1 Cor 1,11). Esta tinha, possivelmente, uma empresa comercial e aproveitava os seus funcionários para enviar notícias a Paulo. Todos eles eram cristãos e reuniam-se na casa de Cloé. Há ainda três outros mensageiros, Estefani, Fortunato e Arcaico (1 Cor 16,15-18), que levaram mesmo uma carta para Paulo. O primeiro deste grupo foi o primeiro que Paulo batizou em Corinto (1 Cor 1,16).
No sentido inverso, há também enviados de Éfeso para Corinto. Sobretudo a missão de Timóteo (1 Cor 4,17), de Tito (2 Cor 12,18; 7,6). Mais diplomata que Timóteo, é Tito que resolve a crise de Corinto, onde é enviado de novo para organizar a coleta para Jerusalém (2 Cor 8,1-6). São eles que levam as duas Cartas aos Coríntios. Estas, no estado atual, são a fusão de várias pequenas cartas: resposta às informações da família de Cloé (1 Cor 1-6); resposta trazida pelos três citados mensageiros (1 Cor 7-15); a carta “escrita nas lágrimas” (2 Cor 10-13); a carta da reconciliação (2 Cor 1-7); e os bilhetes relativos à organização da coleta para a igreja de Jerusalém (2 Cor 8-9). Deste modo, Corinto torna-se uma das mais interessantes cidades onde S. Paulo anunciou Jesus Cristo...

Bispo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ênfase e Divindades Dr. Edson Cavalcante

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