PECADORES NAS MÃOS DE UM DEUS IRADO...
Pastor. Jonathan-Edwards
Jonathan Edward, pastor congregacional norte-americano, nasceu em 5 de
outubro de 1703, e foi o mais destacado teólogo e erudito da Nova Inglaterra no
período colonial do século XVIII. Em 1734 o reavivamento religioso, parte do
Grande Despertament, chegou à sua
igreja. Seu famoso sermão “Pecadores nas Mãos de um Deus Irado” (1741),
foi proferido durante esse reavivamento. Edwards não era bom orador, mas,
enquanto ele pregava, houve pessoas que choravam e clamavam por arrependimento,
enquanto que outros se agarravam às colunas da igrejas, como se estivessem
sentindo sendo engolidos pelo inferno. Ele teve que esperar as pessoas se
acalmarem para terminar o sermão. Na opinião de Wesley L. Duewel, este sermão
contribuiu grandemente para a continuação do avivamento.
Segue abaixo, um resumo desta mensagem, tão fundamental em nossos dias.
… A seu tempo, quando resvalar o seu pé” (Deuteronômio 32.35).
Nesse versículo, israelitas são ameaçados com a vingança do Senhor.
Apesar de todas as obras maravilhosas que Deus operara em favor desse povo,
este permanecia sem juízo e destituído de entendimento, como está escrito no
versículo 28.
A declaração que escolhi para meu texto, “A seu tempo, quando resvalar
o seu pé”, parece subentender que aqueles israelitas estavam sempre sujeitos a
uma súbita e inesperada destruição, à semelhança daquele que anda por lugares
escorregadios e a qualquer instante pode cair.
Outra coisa implícita no texto é que os ímpios estão sujeitos a cair por
si mesmos, sem serem derrubados pelas mãos de outrem, pois aquele que se detém
ou anda por terrenos escorregadios não precisa mais do que seu próprio peso
para cair por terra. E também a razão pela qual ainda não caíram, e não caem, é
por não haver chegado ainda o tempo determinado pelo Senhor. Pois está escrito
que quando este tempo determinado, ou escolhido, chegar, seu pé irá
resvalar. Sim, não há nada, a não ser a
boa vontade de Deus, que impeça os ímpios de caírem no inferno a qualquer
momento.
A verdade dessa observação transparecerá nas seguintes considerações:
1. Não falta poder a Deus para lançar os ímpios no inferno a qualquer
momento. Não há força que resista ao seu poder.
2. Os ímpios merecem ser lançados no inferno (Jo 3.18). A espada da
justiça divina está o tempo todo erguida sobre suas cabeças, e somente a mão de
absoluta misericórdia e a mera vontade de Deus podem detê-la.
3. Assim sendo, eles são objetos da ira e da indignação de Deus, que se
manifesta através dos tormentos do inferno. A fúria de Deus arde contra eles,
sua condenação não demora. O abismo está preparado, o fogo está pronto, a
fornalha incandescente está ardendo, pronta para recebê-los. As chamas
vermelhas queimam. A espada luminosa foi afiada e pesa sobre suas cabeças. O
inferno abriu a sua boca debaixo deles.
4. O diabo está pronto a cair sobre os ímpios, para apoderar-se deles
como coisa sua, no momento em que Deus o permitir (Lc 11.21).
5. Existe na própria natureza carnal do homem uma potencialidade
alicerçando os tormentos do inferno (Is 57.20). Há aqueles princípios corruptos
que agem de maneira poderosa sobre eles, que só dominam completamente, e que
são sementes do fogo do inferno. Por enquanto Deus controla as iniqüidades
deles pelo seu imenso poder, como faz com as ondas enfurecidas do mar, dizendo:
“virão até aqui, mas não prosseguirão.” Mas se Deus retirasse deles seu poder refreador,
seriam todos tragados por elas.
6. O fato de não haver sinais visíveis da morte por perto, não quer
dizer que haja, por um momento sequer, segurança para os ímpios. Deus tem
muitas maneiras diferentes e misteriosas de tirar os homens pecadores do mundo
e despachá-los para o inferno.
7. Todo o esforço e artimanha dos ímpios para escaparem do inferno não
os livram do mesmo, nem por um momento, pois continuam a rejeitar a Cristo, e,
portanto permanecem ímpios.
8. Deus não se sujeita a nenhuma obrigação, nem a nenhuma promessa de
manter o homem natural fora do inferno, senão àquelas que estão contidas na
aliança da graça – as promessas concedidas em Cristo. Portanto, apesar de tudo
que os homens possam imaginar ou pretender sobre promessas de salvação, devido
suas lutas pessoais e buscas incessantes, deixamos claro e manifesto que
qualquer desses esforços ou orações que se façam em relação à religião, será
inútil. A não ser que creiam em Cristo, o Senhor, de modo nenhum Deus está
obrigado a conservá-los fora da condenação eterna.
Esse mundo de tormento, isto é, o lago de enxofre incandescente, está
aberto debaixo de todo aquele que não está em Cristo. Ali se encontra o
terrível abismo de chamas que ardem com a fúria de Deus, e o inferno com sua
imensa boca escancarada. E vocês não têm onde se apoiarem, nem coisa alguma
onde se segurarem. Não existe nada entre vocês e o inferno, senão o ar, e só o
poder e o favor de Deus podem vos suster.
Vossas iniqüidades vos fazem pesados como chumbo, pendentes para baixo,
pressionados em direção ao inferno pelo próprio peso, e se Deus permitisse que
caíssem vocês afundariam imediatamente, desceriam com a maior rapidez, e
mergulhariam nesse abismo sem fundo. Vossa saúde, vossos cuidados e prudência,
vossos melhores planos, toda a vossa retidão, de nada valeriam para
sustentar-vos e conservar-vos fora do inferno.
O Deus que vos mantém acima do abismo do inferno está terrivelmente
irritado e seu furor contra vocês queima como fogo. Vocês são dez mil vezes
mais abomináveis a seus olhos do que é a mais odiosa das serpentes venenosas
para olhos humanos. Vocês o têm ofendido infinitamente mais do que qualquer
rebelde obstinado ofenderia a um governante. Não existe outra razão porque
vocês não foram lançados no inferno ao se levantarem pela manhã, a não ser o
fato da mão de Deus ter-vos sustentado.
Oh, pense no perigo terrível que se encontra! A quem pertence essa ira? É a ira do Deus
infinito. Se fosse somente a ira humana, mesmo a do governante mais poderoso,
comparativamente seria considerada como coisa pequena (Lc 12.4-5). É à
ferocidade de sua ira que vocês estão expostos.
Lemos em Is 66.15 “Porque, eis que o Senhor virá em fogo, e os seus
carros como um torvelinho, para tornar a sua ira em furor, e a sua repreensão
em chamas de fogo.” Essas palavras são incrivelmente aterradoras. Se estivesse
escrito apenas a “ira de Deus”, isso já nos faria supor algo bastante temível.
Mas está escrito “o furor da ira de Deus“, ou seja, a fúria de Deus, o furor de
Jeová! Oh!, quão terrível deve ser esse furor! Quem pode exprimir ou conceber o
que essas palavras contêm?
“Pelo que também eu os tratarei com furor; os meus olhos não pouparão,
nem terei piedade. Ainda que me gritem aos ouvidos em alta voz, nem assim os
ouvirei.” (Ez 8.18).
“O lagar eu o pisei sozinho, e dos povos nenhum homem se achava comigo;
pisei as uvas na minha ira; no meu furor as esmaguei, e o seu sangue me
salpicou as vestes e me manchou o traje todo.” (Is 63.3).
“Que diremos, pois, se Deus
querendo mostrar a sua ira, e dar a conhecer o seu poder, suportou com muita
longanimidade os vasos da ira, preparados para a perdição.” (Romanos 9.22).
“Os povos serão queimados como se queima a cal, como espinhos cortados
arderão no fogo. Ouvi vós os que estais longe, o que tenho feito; e vós, que
estais perto, reconhecei o meu poder. Os pecadores em Sião se assombram, o
tremor se apodera dos ímpios; e eles perguntam: quem dentre nós habitará com o
fogo devorador? Quem dentre nós habitará com chamas eternas?” (Isaías
33.12-14).
“E será que de uma lua nova à outra, e de um sábado a outro, virá toda
a carne a adorar perante mim, diz o Senhor. Eles sairão, e verão os cadáveres
dos homens que prevaricaram contra mim; porque o seu verme nunca morrerá, nem o
seu fogo se apagará; e eles serão um horror para toda a carne.” (Isaías
66.23-24).
É uma ira eterna. Já seria algo terrível sobre o furor e a cólera do
Deus Todo-poderoso por um momento. Mas vocês terão de sofrê-la por toda a
eternidade. Essa intensa e horrenda miséria não terá fim.
Inúmeras pessoas poderão estar no inferno em breve tempo, antes mesmo
do ano terminar. E aqueles que estão agora com saúde, tranquilos e seguros,
podem chegar lá antes do próximo amanhecer.
Mas agora vocês têm uma excelente ocasião. Hoje é o dia em que Cristo
abre as portas da misericórdia, e se coloca de pé clamando e chamando em alta
voz aos pobres pecadores. Queira Deus todos àqueles que ainda estão fora de
Cristo, pendentes sobre o abismo do inferno, quer sejam senhoras e senhores
idosos, ou pessoas de meia idade, quer jovens ou crianças, que possam dar
ouvidos agora aos chamados da Palavra e da providência de Deus.
Portanto, todo aquele que está fora de Cristo, desperte, e fuja da ira
vindoura.
“Buscai o Senhor enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto.
Deixe o perverso o seu caminho, o iníquo os seus pensamentos; converta-se ao
Senhor, que se compadecerá dele, e volte-se para o nosso Deus, porque é rico em
perdoar”. (Isaías 55.6-7)
Amém...
BISPO/JUIZ. MESTRE E DOUTOR EM ÊNFASE E DIVINDADES DR.EDSON CAVALCANTE
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