SARÇA QUE
ARDE NA VIDA DO CRENTE...
Êxodo 3
1. Ora, Moisés estava apascentando o rebanho de Jetro, seu
sogro, sacerdote de Midiã; e levou o rebanho
Para trás do deserto, e chegou a Horebe, o monte de Deus.
2. E apareceu-lhe o anjo do Senhor em uma chama de fogo do
meio duma sarça. Moisés olhou, e eis que.
a sarça ardia no fogo, e a sarça não se consumia;
3. Pelo que disse: Agora me virarei para lá e verei esta
maravilha, e por que a sarça não se queima.
4. E vendo o Senhor que ele se virara para ver, chamou-o do
meio da sarça, e disse: Moisés, Moisés!
Respondeu ele: Eis-me aqui.
5. Prosseguiu Deus: Não te chegues para cá; tira os sapatos
dos pés; porque o lugar em que tu estás é
Terra santa.
6. Disse mais: Eu sou o Deus de teu pai, o Deus de Abraão, o
Deus de Isaque, e o Deus de Jacó. E
Moisés escondeu o rosto, porque temeu olhar para Deus.
Todos nós temos um momento em que a vida se define em antes e
depois. Para Moisés esse evento foi a “sarça ardente” perto de Horebe, o monte
de Deus. Moisés entra no deserto como fugitivo de faraó, assassino e com uma
sentença de morte sobre a sua cabeça e sai dali como um enviado de Deus para
libertar o povo da escravidão no Egito. Como aconteceu essa transição? Que
evento poderoso mudou o coração de Moisés?
Sabemos que até aquele dia Moisés tinha uma vida comum, como
todos os demais pastores de ovelhas da região, mas a “sarça ardente” definiu um
momento especial que dividiu sua história em duas, em antes e depois.
Todos nós como homens e mulheres que conhecem a Deus
precisamos da experiência da “sarça ardente”, é impossível ter uma vida
significativa sem uma experiência que marque a minha vida em “antes e
depois".
Para encontrar minha sarça ardente eu preciso romper com meu
passado. Em Êxodo capítulo 2 e versos 18 e 19 as filhas de Reuel dizem que
foram ajudadas por um egípcio, mas como! Moisés era judeu. Os anos passados no
palácio de faraó mudaram Moisés, na verdade ele era hebreu, todavia cresceu
dentro de uma cultura egípcia, e isso o influenciou de tal modo que as filhas
de Reuel não tiveram dificuldades de identificá-lo como sendo egípcio.
Não adianta ser nascido de novo se meu comportamento ainda é
o mesmo de antes da conversão, o que eu faço delata quem eu sou. Podemos até
dizer ser cristão, mas se nosso comportamento não é regido por princípios
Bíblicos seremos identificados como pessoas que não conhecem a Deus. Demorou
apenas um dia para Moisés sair do Egito, mas aproximadamente quarenta anos para
arrancar o Egito de Moisés. O processo de transição para uma nova cultura na
vida de uma pessoa não parece ser tão simples assim, às vezes nos agarramos
tanto ao que fomos no passado que Deus tem dificuldade em nos moldar para uma
vida de sucesso. Não há bênçãos no Egito, somente escravidão, e se queremos ter
uma vida de sucesso como aqueles que andam no centro da vontade de Deus,
teremos que romper com o Egito que é simbólico de tudo que é passado em nossas
vidas. Não se engane flertar com o Egito instala feridas na alma.
Para encontrar a minha sarça eu preciso atravessar o meu
deserto. O deserto não é lugar de punição, mas de purificação de caráter.
Atravessá-lo é transacionar uma mente moldada pela escravidão limitadora para a
amplidão de uma alma curada que não conhece limites porque está embasada nas
promessas de Deus. Moisés entra no deserto ferido na alma pelo orgulho e tudo
mais que o Egito havia plantado nele e quarenta anos depois sai dali curado;
entra como Egípcio e sai como Hebreu, entra confuso e sai convicto, entra como
fugitivo e sai como libertador, entra como solitário e sai com uma família,
entra desistido e sai com uma promessa, entra como homem natural e sai como
homem sobrenatural escolhido por Deus para fazer a diferença em sua geração.
Há muitas portas de entradas para o deserto, mas só uma de
saída, a porta da promessa, da terra prometida. Não importa como e porque você
entrou no deserto, mas sim como você vai sair, o que você deve saber é que ali
tem uma experiência que vai mudar a sua vida e te direcionar para o centro da
vontade de Deus, para o cumprimento da promessa d'Ele mudando sua história. No
Egito não tem experiência com Deus, só escravidão, mas depois do deserto existe
Horebe, o monte de Deus, e ali a sarça ardente. A minha experiência mais profunda
com Deus está além do meu deserto. Não fuja do seu deserto e nem murmure isso
só aumentaria sua temporada na terra árida do tratamento de caráter, o que eu
falo determina o tamanho do meu deserto.
Para encontrar minha sarça eu preciso arrancar os últimos
vestígios de autossuficiência que se encontra em mim. No capítulo 3, verso 5,
Deus chama a atenção de Moisés para o último resquício de autossuficiência que
havia nele, porque com o passar dos anos no deserto cuidando de ovelhas a
experiência foi se acumulando e essa habilidade adquirida de certa forma dava
segurança para Moisés, e Deus queria um homem totalmente dependente d'Ele em
todos os aspectos, porque só assim esse homem conseguiria cumprir a enorme
tarefa a ser entregue naquele momento. Quem tem problema de altivez de espírito
tem que se cuidar sempre, porque o orgulho é sutil e quando menos se percebe
ele se instala na alma.
Deus prova para Moisés que aquela sua confiança era um
problema, porque em última análise era uma legalidade para satanás trazer
prejuízos à sua missão como libertador do povo de Israel. No capítulo 4,
versículo 3, Deus pede a Moisés que lance ao chão o cajado que ele tinha na mão
e imediatamente ele se transforma em serpente. O que Deus quis dizer com isto?
Que aquilo em que Moisés mais confiava para ajudá-lo no deserto e com as
ovelhas na verdade poderia se transformar num laço, em um inimigo, uma vez que
serpente na Bíblia é simbólico de satanás.
Somente me aproximo da minha sarça abrindo mão de todas as
minhas seguranças humanas. Moisés, depois de quarenta anos no deserto, ainda
tinha algumas coisas a serem tratadas por Deus. Não tinha mais a confiança no
poderio adquirido no Egito, mas desenvolveu uma autoconfiança pelos tempos de
experiências e caminhadas pelo deserto. Como é fácil perder o foco, podemos
abrir mão do orgulho, mas facilmente o substituímos pela prepotência,
simplesmente achamos que por conseguir certo sucesso temos condições de
gerenciar nossa vida independentemente de Deus. Quando deus diz: “tire as sandálias
dos pés..” Ele está fazendo Moisés entender que diante d'Ele não pode existir
nenhuma segurança que não seja a d'Ele; tirar a sandália traz a conotação de
abrir mão de nossa autoconfiança. Diante da sarça, da experiência que vai mudar
a nossa história em antes e depois, não pode existir autoconfiança e sim
dependência de Deus, porque Ele é o autor da experiência que mudará a nossa
vida.
Em quem ou em quê você confia? Para que tenhamos a
experiência da sarça ardente, que mudará em antes e depois a nossa existência,
seremos levado ao limite da nossa capacidade humana de autoconfiança até haver
o rompimento para que depositemos nossa confiança somente em Deus.
Concluindo: a tua vida terá mais significado quando você
experimentar aquele momento particular e íntimo com Deus que poderemos chamar
de “sarça ardente”, momento único exclusivo, experiência inquestionável que o
tempo não apaga e que nos traz certeza de que a nossa história se dividiu em
duas, antes e depois dessa experiência com Deus.
PROCURE A TUA SARÇA ARDENTE. DEUS TE ABENÇÔE...
BISPO/JUIZ. MESTRE E DOUTOR EM ÊNFASE E DIVINDADES DR. EDSON
CAVALCANTE
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