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domingo, 13 de outubro de 2013

ELISEU, A VIÚVA E O AZEITE...


                                                      ELISEU, A VIÚVA E O AZEITE...

Muitas vezes julgamos que por seguir Jesus nossos caminhos serão facilmente transpostos, nossas portas serão abertas, nosso fardo será leve, nosso jugo suave, mas quando nos deparamos com as aflições, cobramos bom ânimo: algumas vezes a Ele nos voltamos tantas outras, apenas nos revoltamos.
Não fora diferente no passado, quando a viúva recorre ao profeta Eliseu, ao rumor iminente de que credores viriam buscar os dois filhos para servirem-nos de servos.
Em sua petição, o argumento inicial era de que o marido lhe fora servo fiel, temente ao Senhor e nada lhe deixara – a ela e aos filhos – a não ser dívidas e uma botija de óleo.
“Que te hei de eu fazer?” Atenta Eliseu.
Quantas vezes permanecemos silentes em meio a situações adversas, querendo nos valer das próprias mãos, dos próprios recursos, quando Jesus nos diz para a Ele recorrermos. Quantas mais, até nos equivocamos, ao julgar nosso comportamento irrepreensível perante as coisas do Reino. Quantas mais falamos até de forma inequívoca?
Ele quer ouvir nossa voz, nosso clamor, nossa petição. Mas também quer nossa proximidade, nosso caminhar, nosso coração.
A viúva recorreu ao profeta; aquele de quem ela tinha conhecimento; de quem o marido servira.
“O que é que tens em tua casa?”
O profeta não se deixara levar pela emoção daquele pranto, antes questiona a provisão que os mantivera até aquele momento. O palco não mais era ocupado pela figura central – o marido – agora, a ela cabia suprir as necessidades prementes; era-lhe necessário encher-se de ânimo e coragem, para atuar no palco de uma nova situação.
Com certeza, teve tempo suficiente para perceber como estava seu coração, seu comprometimento, seu envolvimento, seu caminho e seu caminhar com o Senhor, a partir daquelas palavras – quem sabe até jamais pensara ouvi-las – mas que fizeram toda a diferença.
A viúva tinha convicção de que o marido era servo fiel do profeta – temente ao Senhor - entretanto, faltavam-lhes recursos materiais e espirituais. Seria por descuido? Por falta de entendimento da Palavra? Sabia que em casa havia apenas uma botija de óleo e nada mais, muito embora também se declarasse “serva” do profeta.
Moisés, já deixara registrado em Deuteronômio - um dos seus cinco livros que compõem a lei mosaica – capítulo 28, que exaltados seriam todos aqueles que atentassem à voz do Senhor; que os inimigos que por ventura viessem a se levantar por um caminho, por sete sairiam; por cabeça seriam colocados; a muitos emprestariam, jamais algo tomariam emprestado; no fruto do ventre se veria abundância, entretanto, cativos seriam levados os filhos.
Quantos pais, hoje, frequentam igrejas, são simpatizantes, membros, obreiros, pastores, mas seus filhos são escravos das drogas, das doenças, da prostituição, da homossexualidade, do adultério, casamentos fracassados.
Quanto engano! Quanto equívoco!
A frente do profeta encontrava-se a viúva a prantear.
“Vai, pede para ti vasos emprestados a todos os teus vizinhos, vasos vazios, não poucos”.
Vazios estavam seus vasos. O marido servira ao profeta; temente era a Deus, mas, quem sabe deixara faltar o óleo em casa. Vazios ficaram os vasos – da viúva e dos filhos – que agora necessitavam recorrer tanto às benesses dos vizinhos, quanto encontrar vasos para serem preenchidos do óleo.
Fechados estavam todos, julgando que o cabeça suprira a necessidade espiritual do lar, quando na verdade, deveriam estar na presença de Deus – todos.
Entrementes, ao invés de receber uma palavra de alívio, de consolo, de conforto, é-lhe cobrada uma posição perante as coisas de Deus.
Isso é o que nos acomete, muitas vezes, quando estamos passando por situações adversas àquelas que pressupomos melhor para nosso viver. Uma doença em família, uma perda brusca de um ente querido, uma perda financeira, e nos descuidamos do essencial, o invisível aos nossos olhos – abandonamos o único que pode nos trazer resposta, alívio, consolo; mostrar-nos o Caminho. Buscamos o homem, quando deveríamos mesmo era criar intimidade com o Senhor, ao ponto de podermos chamá-lo de Pai – Papai.
Um Pai do qual se pode assentar à mesa, fartar-se de toda regalia que se coloca sobre ela, manter diálogo franco e aberto, expor-lhe o coração por inteiro, posto que chamados fomos para servi-lo, como filhos, não como servos.
“Então, entra, e fecha a porta sobre ti, e sobre teus filhos, e deita o azeite em todos aqueles vasos, e põe à parte o que estiver cheio”.
Após esvaziarem-se das mágoas, das tristezas, da falta que a presença do marido e pai deixara naquela casa, abrirem os olhos e o coração para se irmanarem a vizinhança – a família espiritual – a sós, os três, começam a preencher os vasos com óleo.
Visível se torna o desejo do Senhor para com a viúva e os filhos, não diferente com relação a nossa postura. Ele nos quer por completo, livre de embaraços, para que sirvamos de exemplo, primeiro para nossos mais próximos – os da nossa própria casa.
Ao nos pedir que adentremos o mais íntimo do nosso ser, quer nos auxiliar na difícil tarefa de lançar fora os entraves que atrapalham nossa ascensão a Ele; não apenas a nossa pessoa, mas partindo daqueles que nos são mais próximos, para abarcar o maior número possível de pessoas.
“Vai, vende o azeite, e paga a tua dívida; e tu e teus filhos vivei do resto”.
Jesus não só nos dá a oportunidade de vivermos da Palavra como do azeite – o Espírito Santo – como também nos dá o pleno conhecimento de que nossa dívida fora paga na cruz do calvário – a nossa, a de nossos filhos e de todos aqueles que O buscar...

BISPO/JUIZ.MESTRE E DOUTOR EM ÊNFASE E DIVINDADE. DR.EDSON CAVALCANTE

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