A ORAÇÃO DE HABACUQUE ...
Oração pela Inadvertência dos Povos
O terceiro capítulo do livro de Habacuque apresenta uma
notável diferença de estilo literário em relação aos capítulos anteriores.
Percebe-se claramente que se trata de um salmo, um “cântico de advertência em
tom de lamento” (v. 1). A majestade de Deus e sua soberania são aqui
maravilhosamente apresentadas, o Eterno Todo-Poderoso, Juiz de Toda a Terra,
causa pânico nos seus adversários e temor nos seus seguidores.
I. Um Cântico, Uma Confissão.
1. Lamento
sobre “Sigionote” = Transgredir pelo erro, pecar (v. 1).
TEB – “Oração do profeta Habacuque. No tom das lamentações.”
Referem-se a um senso moral de transgressão, que
conseqüentemente traz a lume os pecados dos transgressores, judeus e caldeus.
Essa transgressão sofre, então, uma advertência em forma de canto.
2. Ouvi
Senhor, e temi. “Senhor, eu ouvi a tua fama e temi” (v. 2a).
“Senhor, ouvi falar da tua fama; tremo diante dos teus atos,
Senhor”.
Tratam da fama do Senhor, ou das notícias que fizeram com
que o profeta tivesse medo, notícias do juízo de Deus sobre Judá por meio dos
caldeus e sobre os próprios caldeus. Obviamente não podemos afirmar que o temor
do profeta se restringe ao juízo sobre os transgressores, mas ao temor à
onipotência e soberania de Deus, que indica não só reverência, mas também fé na
atuação do Juiz do Universo.
II. Um Testemunho, Uma Esperança.
1. No meio
dos anos, reaviva e realiza (v. 2b).
O testemunho dos feitos do Senhor suscita em Habacuque o
desejo de ver o grande Iahweh completando sua obra na história. Deus reavivaria
sua atividade visível em Israel e a concluiria no meio dos anos (na plenitude
dos tempos Gl 4.4), por meio de Jesus Cristo, nosso redentor.
2. Mesmo na
ira, sê misericordioso (v. 2c).
Habacuque sabia que seu povo, Judá, precisava ser
disciplinado, o que aconteceria pela mão dos babilônios. Ainda sim, conhecendo
bem o seu Deus, pede que mesmo na disciplina o Senhor use de misericórdia, pois
ele sabe que “horrível coisa é cair nas mãos do Deus vivo” (Hb 10.31). Deus
pode nos livrar das mãos dos homens, porém, quem nos livrará das mãos de Deus?
III. Um Justo Juiz, Uma Sentença.
1. Deus vem
de Temã, e do monte Parã vem o Santo (v. 3a).
O monte Parã se localiza no deserto de Tema, uma zona
montanhosa ao norte do Sinai, onde acamparam os israelitas na sua marcha para a
terra prometida (Nm 10.11-12) O Senhor vem da região do Sinai, isto é, do lugar
onde ele se revelou ao seu povo e lhe deu a conhecer a sua lei. Do solo do pacto
vem um Deus justo, O Santo, aplicar a sentença sobre os culpados. Deus avança
pelo sudoeste da Palestina, região donde vêm também as tempestades. Sua
aproximação é descrita sob o aspecto de uma nuvem de tempestade
2. A sua
glória e o seu louvor enchem a terra (v. 3b).
Quando o Santo se põe em marcha, a sua glória cobre os céus
e, em paralelismo, sua majestade enche a terra.
3. Deus
resplandecente, detentor de todo o poder (v. 4, 5a)
A glória de Deus é como o brilho do sol, Ele tem em si mesmo
um brilho inacessível que subjuga as trevas, removendo qualquer dúvida de que
ele é o Senhor, Todo-Poderoso, inigualável. Esse brilho é o seu poder, poder
que está detido em suas mãos; de seus punhos procede a sua força e somente ele
pode utilizá-lo.
4. Peste e
pestilência o acompanham, é hora do juízo (v. 5)
Peste e pestilência procedentes de Deus personificam e
representam seu juízo. A dor, o pranto, o ranger de dentes, são conseqüências
da desobediência a um Deus puro e santo. Após passar e aplicar seu juízo a
terra ainda sofre a febre da passagem do Senhor.
5. Parou e
mediu a terra, os montes são abatidos (v. 6)
Um lance de seu olhar medindo os méritos humanos mostra que
são todos faltosos diante de si, comprova seu direito soberano de julgar e
atribuir juízo aos homens. Nem os grandes montes que povoam a terra por
milhares de anos resistem à eternidade de Deus, toda sua obra se dobra e se
despedaça ante sua grandiosidade, ante sua majestade. Seus caminhos é que são
eternos.
6. Cusã e
Midiã tremem (v. 7)
Depois de serem medidas por Deus, depois de receberem o
veredicto de culpadas, Cusã e Mídia são tomadas de pavor, pois nada poderá
livrá-las das mãos do Altíssimo.
Deus disciplina Israel, mas tem misericórdia de seu povo
escolhido, porém, a disciplina para os que estão longe da sua graça nunca
termina. Os povos que oprimiram Israel desde o princípio da sua jornada pagarão
um alto preço por tocarem no povo “ungido do Senhor”, da mesma forma pagarão
alto preço os que se mantiverem afastados de sua verdade, zombando e
blasfemando contra o criador. Com mão forte Iahweh executará sua sentença, com
pavor e poder aterrorizará os seus inimigos levando-os à plena destruição.
"Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo
o que o homem semear, isso também ceifará" (GL 6:7).
Deus abençoa a todos...
BISPO/JUIZ.PHD.THD.DR.EDSON CAVALCANTE
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