AS SUAS LÁGRIMAS TEM UM VALOR TODO ESPECIAL PARA DEUS...
Texto Áureo
"Aniquilará a morte para sempre, e assim enxugará o Senhor Deus as lágrimas de todos os rostos, e tirará de toda a terra o opróbrio do seu povo; porque o Senhor o disse". Is 25.8
Verdade Aplicada
As lágrimas vertidas desfazem a tristeza da alma, pois Deus entende e atende o nosso clamor.
Objetivos da Lição
Saber que há diferentes tipos de lágrimas: as que saem dos olhos e rolam pelo rosto e as que saem do coração e descem da alma;
Ressaltar que cada lágrima derramada por um crente fiel é altamente "estimada por Deus;
Informar que as lágrimas dos justos têm poder e são recolhidas gentilmente pelo Senhor.
Texto de Referência
Sl 39.12 Ouve Senhor, a minha oração, escuta-me quando grito por socorro; não te emudeças à vista de minhas lágrimas, porque sou forasteiro à tua presença, peregrino como todos os meus pais o foram.
Sl 42.3 As minhas lágrimas têm sido o meu alimento dia e noite, enquanto me dizem continuamente: O teu Deus, onde está?
Sl 56.8 Contaste os meus passos quando sofri perseguições; recolheste as minhas lágrimas no teu odre; não estão elas inscritas no teu livro?
Sl 126.5 Os que com lágrimas semeiam com júbilo ceifarão.
Sl 126.6 Aquele que sai chorando, levando a semente para semear, voltará com cânticos de júbilo, trazendo consigo os seus molhos.
Nosso quinhão está lançado num vale de lágrimas, e o filho de Deus passa, diariamente, por muitas experiências dessa natureza. Entretanto, nosso Senhor prometeu: "Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados." Ao voltar-nos para as páginas da Bíblia, encontramos repetidas referências àqueles sobre os quais as cargas da vida pesam tanto que dão vazão às lágrimas.
Há lágrimas de privação. No capítulo onze do Evangelho de João, a morte retirou Lázaro do círculo doméstico em Betânia. Maria e Marta perderam a companhia do irmão amado. A caminho do túmulo, Jesus encontrou-se com Maria, chorosa, e com os demais pranteadores. Ele ficou profundamente comovido e também chorou.
No Salmo 42:1-3 ouvimos o clamor do coração do salmista: "Como suspira a corça pelas correntes das águas, assim, por ti, ó Deus, suspira a minha alma. A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo; quando irei e me verei perante a face de Deus? As minhas lágrimas têm sido o meu alimento dia e noite, enquanto me dizem continuamente: O teu Deus, onde está?" O salmista foi reduzido às lágrimas. Abandonado dos homens, perseguido por adversários, clama a Deus em sua solidão.
Paulo escreveu a Timóteo, seu filho na fé: "Dou graças a Deus, a quem, desde os meus antepassados, sirvo com consciência pura, porque sem cessar me lembro de ti nas minhas orações, noite e dia. Lembrado das tuas lágrimas, estou ansioso por ver-te, para que eu transborde de alegria" (2 Tm 1:3-4). Na segunda carta do apóstolo a seu discípulo, Timóteo derrama lágrimas de derrota e desânimo. Eis um homem que fora fiel na pregação da palavra de Deus. Levantaram-se ondas de oposição à verdade que ele apresentava; desânimo e desespero apoderaram-se dele, e Timóteo derramou lágrimas de desalento.
No capítulo 9 de Jeremias, o profeta a quem Deus comissionara para apresentar uma mensagem de juízo a Israel verteu lágrimas. "Oxalá a minha cabeça se tornasse em águas, e os meus olhos em fonte de lágrimas! Então choraria de dia e de noite os mortos da filha do meu povo" (Jr 9:1). Deus lhe havia revelado o horrendo juízo vindouro que destruiria Jerusalém e levaria Israel ao cativeiro. Sentindo o peso da gravidade de sua mensagem e dos sofrimentos do povo, ele não pôde refrear as lágrimas.
Verificamos o mesmo na experiência do apóstolo Paulo, no livro de Atos. Falando aos presbíteros efésios, dos quais ele pensava estar-se despedindo para sempre, Paulo disse: "Portanto, vigiai, lembrando-vos de que por três anos, noite e dia, não cessei de admoestar-vos, com lágrimas, a cada um" (20:31). O apóstolo sabia que viriam falsos mestres e, como lobos vorazes, destruiriam o rebanho. As lágrimas de Jeremias e as de Paulo eram de ansiedade, de cuidado e de preocupação por aqueles aos quais haviam sido enviados para transmitir a verdade de Deus. Tão grande era a responsabilidade da mensagem que, por causa de sua gravidade, os mensageiros sentiram o coração partido.
Em Marcos, capítulo 9, as lágrimas desciam pela face de um pai. O relato começa no versículo 14. O pai trouxera aos discípulos o filho endemoninhado enquanto nosso Senhor estava no monte da transfiguração. Os discípulos não conseguiram libertar o rapaz de sua possessão demoníaca, e, quando o Senhor voltou para junto deles, o pai aproximou-se de Jesus e pediu ajuda. O Mestre lhe disse: "Se podes! Tudo é possível ao que crê. E imediatamente o pai do menino exclamou com lágrimas: Eu creio, ajuda-me na minha falta de fé" (vv. 23-24). Tal era o peso que este pai sentia pelo filho que pleiteou sinceramente com Cristo; as lágrimas eram sinal de sua sinceridade.
O Salmo 126:5-6 exemplifica tal fato: "Os que com lágrimas semeiam, com júbilo ceifarão. Quem sai andando e chorando enquanto semeia, voltará com júbilo, trazendo os seus feixes." De nada aproveita apresentar o evangelho de modo descuidado, indiferente, a quem se acha perdido. Mas quando as lágrimas revelam ansiedade ou sinceridade, o salmista garante que a semente regada com essas lágrimas frutificará.
As lágrimas podem ser uma expressão de desejo. Lemos que após terem os filhos de Israel vivido pela fé e visto Deus suprir-lhes o pão de cada dia durante dois anos, "O populacho, que estava no meio deles, veio a ter grande desejo das comidas dos egípcios; pelo que os filhos de Israel tornaram a chorar, e também disseram: Quem nos dará carne a comer? Lembramos-nos dos peixes que no Egito comíamos de graça; dos pepinos, dos melões, dos alhos silvestres, das cebolas e dos alhos. Agora, porém, seca-se a nossa alma, e nenhuma coisa vemos senão este maná" (Nm 11:4-6). O povo chorou, mas as lágrimas expressavam desejo de coisas que satisfaziam à carne.
As lágrimas podem ser um sinal de devoção. Lc 7:37-39 conta de uma mulher que entrou na casa do fariseu onde Jesus se encontrava, levando um vaso de alabastro com ungüento. Chorando aos seus pés, começou a lavá-los com as lágrimas e enxugá-los com os cabelos. Beijou-lhe os pés e ungiu-os com ungüento. Admirado o fariseu de que Cristo recebesse a adoração desta pecadora, Jesus disse que era porque muito lhe fora perdoado. O perdão que ela havia recebido gerou uma devoção que se expressava não apenas na dádiva do ungüento, mas também no precioso dom das lágrimas. Essas eram lágrimas de devoção.
Quando nosso Senhor contemplou Jerusalém, diz Lc 19:41 que ele chorou. Tais lágrimas se deviam à necessidade espiritual daqueles aos quais ele amava.
Essas passagens mostram que há muitos motivos que produzem lágrimas. Na maioria dos casos, as lágrimas não indicam fraqueza; são, antes, prova de um profundo sentimento que deleita o coração de Deus. Quando alguém—seja qual for a causa—descobre que as lágrimas são o seu quinhão(A parte de um todo que cabe a cada um dos indivíduos pelos quais se divide; partilha, cota.), conta com a promessa de Deus: "Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados." Não houve lágrimas tão quentes como as de Pedro. No capítulo 22 de Lucas, nosso Senhor predisse que antes de cantar o galo, Pedro o negaria três vezes. Após a negação, "voltando-se o Senhor, fixou os olhos em Pedro, e Pedro se lembrou da palavra do Senhor, como lhe dissera Hoje três vezes me negarás, antes de cantar o galo. Então Pedro, saindo dali, chorou amargamente" (vv. 61-62). Não há tristeza mais profunda ao filho de Deus que ofender Aquele que o amou até à morte. Não há tristeza igual à do amor ofendido,
Entretanto, mesmo os que injuriaram o amor de Deus, cometendo pecado, recebem a promessa: "Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados." No capítulo 15 da primeira carta de Paulo aos Coríntios, lemos o que parece ser apenas uma observação ligeira; mas quão cheia de significado! No relato das aparições de Cristo no dia de sua ressurreição, Paulo escreveu que Jesus apareceu a Pedro. A última vez que Pedro vira o Senhor vivo, ele sentira o olhar convincente do Mestre. Esse olhar ardera no coração de Pedro, e ele chorou. Só houve consolo depois que o Senhor lhe apareceu no dia da ressurreição aí ele encontrou o consolo dos que choram.
Pense na experiência de Davi, no Salmo 32:3-5: "Enquanto calei os meus pecados, envelheceram os meus ossos pelos meus constantes gemidos todo o dia. Porque a tua mão pesava dia e noite sobre mim; e o meu vigor se tornou em sequidão de estio. Confessei-te o meu pecado e a minha iniquidade não mais ocultei. Disse: Confessarei ao Senhor as minhas transgressões; e tu perdoaste a iniquidade do meu pecado.”
As palavras de confissão de Davi encontram-se no Salmo 51:
Compadece-te de mim, ó Deus, segundo a tua benignidade; e, segundo a multidão das tuas misericórdias, apaga as minhas transgressões. Lava-me completamente da minha iniquidade e purifica-me do meu pecado. Pois eu conheço as minhas transgressões, e o meu pecado está sempre diante de mim... .Cria em mim, ó Deus, um coração puro, e renova dentro em mim um espírito inabalável. Não me repulses da tua presença, nem me retires o teu Santo Espírito. Restitui-me a alegria da tua salvação, e sustenta-me com um espírito voluntário (vv. 1-3, 10-12).
Depois de feita a confissão, no Salmo 32 Davi clamou: "Bem-aventurado aquele cuja iniquidade é perdoada, cujo pecado é coberto. Bem-aventurado o homem a quem o Senhor não atribui iniquidade e em cujo espírito não há dolo" (vv. 1-2). Davi havia vertido lágrimas de solidão, rejeição, frustração e derrota. Nada, porém, lhe havia trazido tanto peso ao coração como o havia vertido lágrimas de solidão, rejeição, frustração e derrota, mas ele verificou que "Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados".
Pense na experiência de Maria Madalena, registrada no capítulo 20 do Evangelho de João. Após a crucificação de nosso Senhor, em busca de consolo ela se dirigiu ao jardim onde o corpo de Jesus fora colocado. Entretanto, "permanecia junto à entrada do túmulo, chorando" (v. 11). Jesus lhe perguntou: "Mulher, por que choras? a quem procuras? Ela, supondo ser ele o jardineiro, respondeu: Senhor, se tu o tiraste, dize-me onde o puseste, e eu o levarei. Disse-lhe Jesus: Maria! Ela, voltando-se, lhe disse... Rabôni!" (vv. 15-16). As lágrimas se foram, e a alegria desfez a tristeza. Maria descobriu que "Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados". Maria encontrou consolo na presença do Senhor Jesus, e ele apagou o que lhe provocara lágrimas. Ela descobriu que ele é o "Deus de toda consolação".
Pense na experiência de Daniel, registrada no capítulo 9 de sua profecia. Daniel era um profeta de coração partido, curvado sob o peso do pecado de Israel. Na primeira parte deste capítulo Daniel orou a Deus, confessando em nome da nação, como se ele houvesse cometido pessoalmente cada pecado que levou o povo a ser expulso da terra: "Voltei o meu rosto ao Senhor Deus, para o buscar com oração e súplicas, com jejum, pano de saco e cinza. Orei ao Senhor meu Deus, confessei, e disse: Ah! Senhor! Deus grande e temível, que guardas a aliança e a misericórdia para com os que te amam e guardam os teus mandamentos; temos pecado e cometido iniquidade (Dn 9:3-5). Eis aí um homem de coração partido pela condição espiritual do seu povo, que ele admitia como sua própria, e orou á Deus:
Ó Senhor, a nós pertence o corar de vergonha, aos nossos reis, aos nossos príncipes, e a nossos pais, porque temos pecado contra ti. Ao Senhor, nosso Deus, pertence a misericórdia, e o perdão; pois nos temos rebelado contra ele, e não obedecemos à voz do Senhor, nosso Deus, para andarmos nas suas leis, que nos deu por intermédio de seus servos, os profetas. Sim, todo o Israel transgrediu a tua lei...Agora, pois, ó Deus nosso, ouve a oração do teu servo, e as suas súplicas, e sobre o teu santuário assolado faze resplandecer o teu rosto, por amor do Senhor. Inclina, ó Deus meu, os teus ouvidos, e ouve; abre os teus olhos, e olha para a nossa desolação, e para a cidade que é chamada pelo teu nome, porque não lançamos as nossas súplicas perante a tua face fiados em nossas justiças, mas em tuas muitas misericórdias. Ó Senhor, ouve; ó Senhor, perdoa; ó Senhor, atende-nos e age; não te retardes, por amor de ti mesmo, ó Deus meu; porque a tua cidade e o teu povo são chamados pelo teu nome (w. 8-11, 17-19).
Chorando, o profeta de coração partido orou ao seu Deus. Ouvida a oração de Daniel, Deus enviou a Gabriel, que servia na sua presença, como portador de uma mensagem de consolo ao profeta. Daniel chorou e o Senhor o consolou.
Nosso Senhor fez uma promessa de consolo aos que choram. Quando arcamos sob o peso de alguma coisa que nos provoca lágrimas, nossa reação natural é queixar-nos, lamentar, questionar a sabedoria e benevolência de Deus, achar que ele não tem o direito de fazer-nos o que fez. O conceito bíblico de prantear é reconhecer uma necessidade, e então apresentá-la ao Deus de toda consolação. Quando alguém, em desespero, opressão, solidão, privação, desânimo, ansiedade, sinceridade, desejo, devoção, apresenta sua necessidade a Deus, ele ordena aos anjos dos céus que lhe sequem as lágrimas dos olhos.
Deus enviou Isaías a Israel para proclamar uma mensagem: "Consolai, consolai o meu povo" (Is 40:1). O consolo para aquela nação sitiada encontrava-se em uma Pessoa que viria para enxugar-lhe as lágrimas. O Senhor Jesus veio à nação de Israel na plenitude do tempo de Deus. Em Mateus 11:28-29 ele convida: "Vinde a mim todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei."
Este mesmo Cristo exerce hoje um ministério junto aos filhos de Deus. João escreveu: "Jamais terão fome, nunca mais terão sede, não cairá sobre eles o sol, nem ardor algum, pois o Cordeiro que se encontra no meio do trono os apascentará e os guiará para as fontes da água da vida. E Deus lhe enxugará dos olhos toda lágrima" (Ap 7:16, 17). Outra vez, em Apocalipse 21:4-5: "E lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram. E aquele que está assentado no trono disse: Eis que faço novas todas as coisas." O quadro confortador que João nos deu de nosso relacionamento eterno com Jesus Cristo é que ele removerá de tal modo a causa que já não haverá lágrimas a correr-nos pela face.
Em Mateus 5:3 nosso Senhor disse que nossa esperança para o futuro pode ser nossa bem-aventurada experiência hoje. Quando ele andou entre os homens, foi homem de dores, que sabe o que é padecer. Ele foi "tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado", é o que lemos em Hebreus 4:15. Porque foi tentado como nós, ele é um sumo sacerdote misericordioso e fiel. Ele compreende nossas lágrimas Convida-nos a vir a ele com a promessa: "Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados,"...
BISPO/JUIZ.PHD.THD.DR.EDSON CAVALCANTE
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