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quarta-feira, 20 de junho de 2012

COMO MATAR UMA IGREJA...


As igrejas do Novo Testamento não morrem de morte natural: elas são de tal forma estabelecidas que não podem morrer de morte natural. Sim, elas podem ser mortas, mas dificilmente o são por ataques externos (a não ser que este aniquile toda a membresia): na grande maioria dos casos em que igrejas foram mortas, elas o foram por ataques internos, sendo os seus próprios membros que as mataram. Uma igreja não é apenas uma organização, ela é também um organismo, uma coisa viva; e, como tal, tem o potencial de crescer e florescer, ou de definhar e morrer. O Senhor prometeu que Sua igreja, considerada como uma instituição, não morreria, Mat 16:18 [... Eu edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela]; mas isto apenas significa que haverá uma continuidade de igrejas [locais] seguindo o modelo da igreja de Jerusalém, até Seu retorno; não garante a continuidade de existência [e de fidelidade] de nenhuma igreja individual. Como então pode uma igreja ser morta?

I. POR VOCÊ SE AUSENTAR DELA

As Escrituras comparam os membros da igreja com os membros de um corpo físico, 1Cor 12:12-14 (Porque, assim como o corpo é um, e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, são um só corpo, assim é Cristo também. Pois todos nós fomos batizados em um Espírito, formando um corpo, quer judeus, quer gregos, quer servos, quer livres, e todos temos bebido de um Espírito. Porque também o corpo não é um só membro, mas muitos). E, exatamente como os órgãos do corpo humano não podem ser removidos sem que a morte venha para todo o corpo, assim é com a igreja, o corpo de Cristo. Quando os membros da igreja começam a se ausentar dela, isto a leva à morte.

Geralmente isto é algo gradual, começando em primeiro lugar com a negligência nas assembléias, porque “não importa se eu comparecer ou não. Os outros farão com que as decisões sejam tomadas do modo que lhes agrada”.

Os cultos dos domingos à noite são, realmente, o grande e rigoroso teste do amor do membro da igreja ao Senhor, porque muitas pessoas vêm para a igreja nos cultos do domingo pela manhã simplesmente porque não há nada mais a fazer exceto ficar em casa (naturalmente, há muitos cristãos professos que abandonarão a Casa de Deus mesmo no domingo pela manhã, a fim de dormir, estes constituem o tipo mais infiel). Mas, daqueles membros da igreja que regularmente assistem aos cultos das manhãs de domingo, muitos, de modo algum, poderão ser encontrados nos cultos das noites. No entanto, as mesmas desculpas que parecem válidas para não irem aos cultos da igreja, não são dadas quando são convidados para uma festa, ou quando podem ganhar uma significativa quantia de dinheiro indo a certos locais, etc. Mas, algum dia, o Senhor ajustará as contas. "
Todos os caminhos do homem são puros aos seus olhos, mas o SENHOR pesa o espírito". Pro 16:2. [Nota da tradutora: este parágrafo poderia ser adaptado levando em conta que, no Brasil, o horário de culto de freqüência bem maior que os outros passou a ser o dos domingos à noite, enquanto que, nos Estados Unidos, continua sendo o dos domingos pela manhã].

Alguns membros de igrejas as abandonam permanentemente, para nunca mais a ela retornarem; mas, se considerarmos as conexões entre os dois versículos em Heb 10:25-26 (
Não deixando a nossa congregação, como é costume de alguns, antes admoestando-nos uns aos outros; e tanto mais, quanto vedes que se vai aproximando aquele dia. Porque, se pecarmos voluntariamente, depois de termos recebido o conhecimento da verdade, já não resta mais sacrifício pelos pecados), descobriremos que isto é uma indicação de que o indivíduo era somente um falso crente. O mesmo é verdadeiro em 1Joã 2:19"Saíram de nós, mas não eram de nós; porque, se fossem de nós, ficariam conosco; mas isto é para que se manifestasse que não são todos de nós".

II. POR MATÁ-LA DE FOME.

Uma igreja vive e cresce somente pelas conversões e pela adição daqueles convertidos ao seu número de membros; portanto, se não for alimentada por verdadeiras conversões resultantes de pregação e oração, cedo morrerá por falta de adições. Almas sendo salvas constituem uma transfusão de sangue para qualquer igreja."Louvando a Deus, e caindo na graça de todo o povo. Etodos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar". Ato 2:47. Deus é quem adiciona à igreja, mas Ele o faz através de orações e do pregar e do testemunhar de Seu povo.

Uma igreja pode ser morta por inanição de espiritualidade; temos que nos lembrar de que a degenerada Igreja de Roma [muito antes do início da Igreja Católica Apostólica Romana com o imperador Constantino, em cerca do ano 325 a.C.] foi uma vez uma igreja do Novo Testamento, até que perdeu a sua espiritualidade. Heresia em doutrinas é primeiramente precedida por heresia em práticas; por exemplo, heresia que se expressa por uma vida carnal. Como isto pode ser evitado? Por seus membros viverem uma vida santificada (dedicada) dia a dia (não semana a semana, nem mês a mês). Mas dedicação requer negar-se a si mesmo, e todos os muitos crentes meramente nominais estão relutantes em fazer isto.

Portanto, é possível abandonar uma igreja para que ela morra não a sustentando com orações e finanças. Uma igreja é um negócio – o maior, o mais nobre e mais precioso negócio no mundo; e, por esta razão, precisa de dinheiro para poder funcionar. Uma vez que ela é um negócio do céu, necessita, em adição ao dinheiro, das orações do povo de Deus. Alguns crentes nominais são muito mais diligentes e empenhados em sabotar a igreja, o pastor e aqueles que estão fielmente trabalhando na igreja, do que o são em orar pela igreja e seus líderes, e em ajudá-los. Há uma verdade que se aplica tanto aos crentes quanto às mulas: Ambos [crentes e mulas] não podem fazer seus trabalhos e produzir enquanto estão escoiceando; e não podem escoicear enquanto fazem seu trabalho e produzem. Quanto à falha do povo de Deus em adequadamente sustentar financeiramente a igreja, Mal 3:8-10 (
Roubará o homem a Deus? Todavia vós me roubais, e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas. Com maldição sois amaldiçoados, porque a mim me roubais, sim, toda esta nação. Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim nisto, diz o SENHOR dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós uma bênção tal até que não haja lugar suficiente para a recolherdes) ainda está na Bíblia, e ela chama o sonegador de dízimos e de ofertas justamente pelo que ele é – um ladrão. Não resolve alguém dizer: "Mas isto é no Velho Testamento". A divisão da Bíblia em Velho e Novo Testamento é estritamente uma divisão feita pelo homem; elas, as Escrituras, não sabem nada a respeito disto. Mas de qualquer modo, 1Cor 9:1-14 obriga crentes a sustentarem a igreja precisamente do mesmo modo que o Tabernáculo foi sustentado – por dízimos e ofertas. Veja especialmente v. 14.
(
... 4 Não temos nós direito de comer e beber? 5 Não temos nós direito de levar conosco uma esposa crente, como também os demais apóstolos, e os irmãos do Senhor, e Cefas? 6 Ou só eu e Barnabé não temos direito de deixar de trabalhar? 7 Quem jamais milita à sua própria custa? Quem planta a vinha e não come do seu fruto? Ou quem apascenta o gado e não se alimenta do leite do gado? 8 Digo eu isto segundo os homens? Ou não diz a lei também o mesmo? 9 Porque na lei de Moisés está escrito: Não atarás a boca ao boi que trilha o grão. Porventura tem Deus cuidado dos bois? 10 Ou não o diz certamente por nós? Certamente que por nós está escrito; porque o que lavra deve lavrar com esperança e o que debulha deve debulhar com esperança de ser participante. 11 Se nós vos semeamos as coisas espirituais, será muito que de vós recolhamos as carnais? 12 Se outros participam deste poder sobre vós, por que não, e mais justamente, nós? Mas nós não usamos deste direito; antes suportamos tudo, para não pormos impedimento algum ao evangelho de Cristo. 13 Não sabeis vós que os que administram o que é sagrado comem do que é do templo? E que os que de contínuo estão junto ao altar, participam do altar? 14 Assim ordenou também o Senhor aos que anunciam o evangelho, que vivam do evangelho). 

III. POR CONTENDA DENTRO DELA

Contenda provavelmente tem matado quase tantas igrejas quanto quaisquer outras coisas. Quando duas pessoas estão em discórdia e ambas são supremamente egoístas, isto causará uma contenda que crescerá até que consuma toda a igreja, a não ser que a igreja tome medidas até dar um fim à contenda. Contenda é uma marca característica de imaturidade espiritual e de carnalidade. "1 E eu, irmãos, não vos pude falar como a espirituais, mas como a carnais, como a meninos em Cristo. ...3 Porque ainda sois carnais; pois, havendo entre vós inveja, contendas e dissensões, não sois porventura carnais, e não andais segundo os homens1Cor 3:1,3.

Contenda tem geralmente suas raízes no orgulho, porque aonde há contenda, ambas as partes inchadamente assumem que estão certas e não admitirão sequer a possibilidade de estarem erradas. Ao mesmo tempo, nenhuma das partes tentará ver através do ponto de vista da outra parte, nem admitirá que a outra poderia estar certa no menor dos graus. É uma igreja muito afortunada aquela que não tem nenhuma corrente subterrânea de contenda. Contenda também é promovida pela atitude de autojustificação naquele que olha com desprezo para os outros, enquanto exalta a si próprio na sua própria mente. Ele toma a atitude do Fariseu em Luc 18:9-11 (
E disse também esta parábola a uns que confiavam em si mesmos, crendo que eram justos, e desprezavam os outros: Dois homens subiram ao templo, para orar; um, fariseu, e o outro, publicano. O fariseu, estando em pé, orava consigo desta maneira: Ó Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros; nem ainda como este publicano). O orgulho é obstáculo ao caminho da humildade, e esta é sempre o primeiro passo em direção ao arrependimento.

Uma das formas mais trágicas de contenda dentro de igreja ocorre quando um membro ou grupo de membros tem os seus sentimentos feridos pela pregação (o que é muito comum onde o pregador é fiel em pregar contra pecado e em declarar os deveres dos membros). Freqüentemente os membros dissidentes montarão uma campanha para desgastar e destruir o pregador, e a desculpa mais freqüentemente usada é que ele é um “ditador”. Bem, nós não temos nenhuma simpatia para com um verdadeiro ditador no púlpito, mas antes que um homem de Deus seja estigmatizado como ditador é melhor que os homens considerem aquilo para o que o pregador é comissionado e ordenado fazer: ele é ordenado e comissionado para "
Que pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina", (2Tim 4:2). "Aos que pecarem, repreende-os na presença de todos, para que também os outros tenham temor", (1Tim 5:20)"Este testemunho é verdadeiro. Portanto, repreende-os severamente, para que sejam sãos na fé", (Tit 1:13).

Com base nestes versículos e em outros muitos textos similares, o pregador tem o dever não apenas de declarar a verdade mas, também, de repreender aqueles membros que estão vivendo vidas desobedientes; e ninguém tem o direito de chamá-lo de ditador por apenas fazer a sua obrigação. Isto não quer dizer que o pregador possa usar o púlpito para viver surrando verbalmente alguns membros por causa de diferenças pessoais de opinião, nem que ele deva saltar em cima e esporear todas as pessoas por todos os pequenos passos imperfeitos. O pastor sábio rapidamente aprenderá a usar a psicologia cristã mesmo nas mais sérias violações da ética cristã, e que "
A resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira",Prov 15:1. Um pastor beligerante ou arrogante somente produzirá dores para si próprio e desencorajamento para a igreja.

Contenda entre os membros de uma igreja e o pastor freqüentemente destrói uma igreja pela simples razão que, ao se rebelarem contra o pastor, os membros estão se rebelando contra o Senhor, pois, embora a igreja possa votar para chamar um homem para pastor, todavia, se eles são guiados pelo Senhor ao fazer isto, então o pastor é tornado o superintendente ou supervisor (no grego “1984 episkope”, traduzido como "bispo") sobre o rebanho, Ato 20:28 (
Olhai, pois, por vós, e por todo o rebanho sobre que o Espírito Santo vos constituiu bispos, para apascentardes a igreja de Deus, que ele resgatou com seu próprio sangue). Não apenas isto, mas o pregador, quando se ergue para declarar o evangelho, é um embaixador de Cristo, insistindo aos homens, no lugar de Cristo, para que se reconciliem com Deus, 2Cor 5:18-20 (E tudo isto provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Jesus Cristo, e nos deu o ministério da reconciliação; Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados; e pôs em nós a palavra da reconciliação. De sorte que somos embaixadores da parte de Cristo, como se Deus por nós rogasse. Rogamo-vos, pois, da parte de Cristo, que vos reconcilieis com Deus). Ademais, quando [este supervisor pelo bem das almas] prega responsabilidade cristã aos crentes, estes estão obrigados a obedecê-lo e a submeter-se a si próprios, pois o pastor dará conta deles a Deus. Assim, é uma coisa muito grave desobedecer ao pastor quando ele apenas está se esforçando para levá-lo a servir ao Senhor melhor e mais fielmente. "Obedecei a vossos pastores, e sujeitai-vos a eles; porque velam por vossas almas, como aqueles que hão de dar conta delas; para que o façam com alegria e não gemendo, porque isso não vos seria útil", (Heb 13:17).

 Algumas igrejas degradam o ofício pastoral tornando-o aquele de um mero marionete delas, e tratam o pastor com menos respeito do que a qualquer leigo na igreja; algumas vezes os membros dessas igrejas deixam suas independência e autonomia subirem às suas cabeças, e pensam que podem desligar ou despedir o pregador a qualquer momento que não gostem daquilo que diz. Mas é digno de nota que as Escrituras não dão um único exemplo de um pastor ser descartado por uma igreja, nem de sequer uma igreja desafiar a autoridade do ofício pastoral.

Reconhecemos que a igreja tem autoridade sobre seus membros, inclusive o pastor; mas é também verdade que o pastor é um homem especialmente chamado por Deus para o seu ofício, e que ele tem um relacionamento especial para com Deus; portanto, conquanto em raras ocasiões possa ser necessário destituir e excluir um pregador por causa de imoralidade ou de heresia, todavia uma igreja deve ser muito vagarosa para tomar qualquer ação contra um dos profetas do Senhor sem uma boa razão. "
Não aceites acusação contra o presbítero, senão com duas ou três testemunhas", (1Tim 5:19)"Não toqueis os meus ungidos, e não maltrateis os meus profetas", (Sal 105:15).

IV. POR TEIMOSIA REBELDE

Nas Escrituras, teimosia rebelde é um pecado que é comparado ao de feitiçaria e idolatria 1Sam 15:22 (Porém Samuel disse: Tem porventura o SENHOR tanto prazer em holocaustos e sacrifícios, como em que se obedeça à palavra do SENHOR? Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar; e o atender melhor é do que a gordura de carneiros), e, todavia, algumas pessoas parecem se deliciar em teimosamente resistirem contra todo progresso espiritual e atividade espiritual na igreja. Não é nenhuma virtude alguém ser tão imutável nos seus modos que seja um obstáculo à igreja para mudar para melhor [isto é, para maior biblicidade, maior espiritualidade, maior santificação, maior separação do pecado e do erro, maior conhecimento + amor + consagração + zelo, etc.]. Nenhuma igreja jamais foi tão perfeita quando começou que isto equivaleu a não ter deixado nenhum espaço para mudar para melhor. Em verdade, a própria santificação é uma progressiva mudança de indivíduos para o melhor; e, se os membros diariamente mudam para melhor, também as igrejas deveriam fazê-lo. O pecado da Igreja de Sardia foi que ela teimosamente se recusou a se arrepender de seus pecados, Apo 3:3 (Lembra-te, pois, do que tens recebido e ouvido, e guarda-o, e arrepende-te. E, se não vigiares, virei sobre ti como um ladrão, e não saberás a que hora sobre ti virei), e, conseqüentemente, lentamente morreu na videira, sempre recusando admitir seu estado frio e indiferente. Existe uma coisa chamada de “ortodoxia morta”, uma sanidade doutrinária que é vazia de qualquer real amor a Cristo.

Alguns dizem “Bem, é minha vida, e é somente da minha conta se eu me arrependo ou não”, mas isto não é verdade, pois cada pessoa é um exemplo para alguém mais, e seu mau exemplo fará outros se desviarem, talvez em algo muito pior. Ademais, a corrupção de um membro de uma igreja [além de em si já ter valor infinito (pois o preço de uma só alma é maior que todo o universo físico), normalmente leva à conseqüência de que] será a corrupção de boa parcela da igreja, pois "... um pouco de fermento faz levedar toda a massa”, 1Cor 5:6. Ninguém suportará pagar o custo de mostrar indulgência para com qualquer pecado, porque pecado nos membros da igreja é aquilo que mata as igrejas.

Há muitos modos de matar uma igreja, mas a coisa importante a se observada é as gravíssimas conseqüências de fazer cair e destruir uma igreja do Deus vivo: 
Se alguém destruir o templo de Deus, Deus o destruirá; porque o templo de Deus, que sois vós, é santo", 1Cor 3:17. Não importa qual desculpa possa ser dada, se um indivíduo ou grupo de indivíduos conduz a si próprio de modo a causar a morte de uma igreja, é melhor que se prepare para dentro em breve encarar o julgamento de Deus através da perda de sua vida física.

Uma igreja é de mais importância que os direitos coletivos de todos seus membros, pois uma igreja existe não apenas em benefício dos seus próprios membros atuais, mas é uma testemunha para muitos que podem nunca vir a ser membros dela, mas que podem ser guiados ao Senhor através do seu ministério. Não apenas isto, mas os direitos dos futuros membros também têm de ser considerados quando se toma qualquer ação que possa ser prejudicial à igreja. Muitos membros carnais de igreja, em seu ardor para vencerem e imporem as suas próprias preferências, justificam os seus próprios pecados, satisfazem a fome de seus próprios orgulhos e sentimentos feridos, não se importando com o fato de que possam apagar o único fiel farol e luz da verdade nas suas comunidades. Nem se importando que as gerações futuras possam não ter oportunidade de ouvir o evangelho e ser salvas, porque uma igreja foi destruída pela carnalidade dos seus membros. A atitude de alguns é: “Eu estou salvo, portanto que o resto do mundo vá para o inferno, não ligo a mínima”. Uma tal atitude dificilmente evidencia verdadeira salvação. Uma vez que é verdade que "
Quem, pois, tiver bens do mundo, e, vendo o seu irmão necessitado, lhe cerrar as suas entranhas, como estará nele o amor de Deus? (1Joã 3:17), quanto muito mais isto é verdade a respeito daquele que não têm nenhuma preocupação pelo bem estar das almas dos outros? Deus tenha piedade do homem que destrói uma igreja: se ele de algum modo já é salvo, ele está se pondo a si mesmo debaixo do risco de julgamento através de morte física, quando coloca os seus próprios desejos e vontades egoístas acima do bem estar de uma igreja do Deus vivo.

V.POR EGOÍSMO

Todos os pontos prévios podem ser considerados como sumariados neste, mas arriscamo-nos a fazer mais alguns poucos comentários que caem mais especificamente debaixo deste título. Vivemos na mais afluente (rica) sociedade que este mundo jamais conheceu. Adicione a isto o fato de que esta geração tem maiores meios de levar o evangelho a cada raça, nação e tribo de povos, do que qualquer geração anterior. Rádio, TV, e imprensa fazem evangelismo possível como nunca antes o foi. Mas o que acontece? Ao invés de usar estes meios [e riquezas] para a glória de Deus, os homens se tornaram tão egoisticamente envolvidos por eles que todas estas coisas se tornaram definitivos detrimentos à verdade.

Tem sido constatado que pessoas gastam centenas de vezes mais em animais de estimação do que em todos os empreendimentos religiosos combinados, e o jornalista Paul Harvey relata que [aqui nos Estados Unidos da América] para cada 1 dólar que é gasto nas igrejas, 12.000 dólares são gastos em atividades criminosas. A partir desta constatação, deveria ser óbvio que estamos trabalhando no extremo errado do problema.

Há muitos campos de missão estrangeira nos quais um missionário nacional [isto é, daquele país] pode ser sustentado por somente 25 a 30 dólares por mês – não mais do que muitas pessoas [americanas] gastam mensalmente somente em cigarros. Todavia, de quantos crentes individuais [americanos] se ouve que fazem isto [sustentarem missionários de outros países para trabalharem neles]? Freqüentemente, quando as necessidades das missões são apresentadas à igreja pelo pastor, alguém contradirá com a proposição que “Mas devemos usar algum do nosso dinheiro em missões domésticas, aqui mesmo na nossa vizinhança". Bem, certamente missões locais [também] são essenciais, se elas forem verdadeiros projetos missionários [voltados exclusivamente para ganhar outras almas e edificá-las]; mas, desafortunadamente, muitas vezes o termo é usado para desculpar o dispêndio do dinheiro de Deus em algo que faz provisão somente para a natureza carnal dos membros da igreja, tais como ter a mais alta torre na cidadezinha, ou ter o prédio com o estilo mais moderno, ou ter o maior órgão de tubos, ou ter as mais enfeitadas batas de coral etc. Por "Missões Locais" alguns somente querem dizer: "Vamos gastar o dinheiro localmente em algo em que nós possamos ter todos os benefícios”. Pelo dinheiro que o povo de Deus tem gastado tolamente e para a mera gratificação carnal, nos últimos cem anos, o mundo poderia ter sido alcançado com o evangelho por diversas vezes.

O que tudo isto tem a ver com matar uma igreja? Apenas isto: contribuir para missões é o termômetro que mostra a atmosfera espiritual de uma igreja. É [geralmente] o medidor da dedicação dos membros de uma igreja a Deus. (Seja usando o nome “Missões nas Vizinhanças”, ou usando qualquer outro nome), o egoísta uso do dinheiro do Senhor  para a gratificação dos membros de uma igreja a matará tão rapidamente quanto quase qualquer outra coisa. Que Deus nos dê mais igrejas mais sãs e mais operosas e frutíferas, e que Deus faça isto através de mover os membros das igrejas a serem mais dedicados e obedientes.


Está você matando sua igreja pela sua pecaminosidade, por seu egoísmo, por sua negligência? Então se arrependa antes que a igreja e você sejam destruídos...

BISPO/JUIZ.PHD.THD.DR.EDSON CAVALCANTE

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