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terça-feira, 17 de abril de 2012

O EXÉRCITO DE DEUS ESTA PREPARADO...


 O EXÉRCITO DE DEUS ESTA PREPARADO...

Efésios 6:10-24
Mais cedo ou mais tarde, todo cristão percebe que sua vida com Cristo é um campo de batalha e não um parque de diversões, e que, se não contar com a ajuda do Senhor, o inimigo que tem diante de si é muito mais forte do que ele.
É apropriado Paulo usar uma imagem militar para ilustrar o conflito do cristão com Satanás. Ele próprio encontrava-se acorrentado a um soldado ro­mano (Ef 6:20), e, por certo, seus leitores esta­vam acostumados com os soldados e seus equipamentos de guerra. Na verdade, Paulo demonstra uma predileção por ilustrações mi­litares (2 Co 10:4; 1 Tm 6:12; 2 Tm 2:3; 4:7).
Como cristãos, enfrentamos três inimi­gos: o mundo, a carne e o diabo (Ef 2:1-3).
“O mundo” refere-se ao sistema ao nosso redor que se opõe a Deus e satisfaz “a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida” (1 Jo 2:15-17). “Uma sociedade sem Deus” – essa é uma definição simples, mas precisa, do que vem a ser “o mundo”. “
A carne” é a velha nature­za que herdamos de Adão, uma natureza que se opõe a Deus e que não é capaz de fazer qualquer coisa espiritual para agradar a Deus. Mas, por meio de sua morte e res­surreição.
Cristo venceu o mundo (Jo 16:33; Cl 6:14), a carne (Rm 6:1-6; Cl 2:20) e o diabo (Ef 1:19-23). Em outras palavras, como cristãos, não estamos lutando para conquis­tar a vitória, mas sim lutando em vitória! O Espírito de Deus no capacita para que nos apropriemos, pela fé, da vitória de Cristo.
Nos últimos versículos de sua carta, Pau­lo trata de quatro verdades que, ao serem compreendidas e aplicadas por seus leito­res, permitirão que vivam de modo vitorioso.
1. O inimigo (Ef 6:10-12)
A unidade de inteligência militar desem­penha papel crucial em uma guerra, pois permite que os oficiais conheçam e com­preendam o inimigo. Se não soubermos quem é o inimigo, onde ele está e o que é capaz de fazer, teremos dificuldade em derrotá-lo. Deus nos instrui sobre o inimigo não apenas em Efésios 6, mas ao longo de toda a Bíblia, de modo que não há motivos para sermos pegos de surpresa.
O líder – Satanás. O inimigo tem vários nomes. Diabo significa “acusador”, pois ele acusa o povo de Deus dia e noite diante do trono de Deus (Ap 12:7-11). Satanás signifi­ca “adversário”, pois ele é inimigo de Deus . Também é chamado de “tentador” (Mt 4:3), “homicida” e “mentiroso” (Jo 8:44). É com­parado a um leão (1 Pe 5:8), a uma serpente (Gn 3:1; Ap 12:9) e a um anjo de luz (2 Co 11:13-15), sendo também denominado “o deus deste século” (2 Co 4:4).
De onde veio esse espírito criado que procura se opor a Deus e derrotar a obra divina? Vários estudiosos acreditam que, na criação inicial, ele era Lúcifer, o “filho da alva” (Is 14:12-15) lançado por terra por causa de seu orgulho e de seu desejo de ocupar o trono de Deus. A origem de Satanás ainda envolve inúmeros mistérios, mas seus atos e seu destino certamente não constituem mis­tério algum! Uma vez que é um ser criado e que não é eterno como Deus, seus conhe­cimentos e atividades são limitados. Ao con­trário de Deus, Satanás não é onisciente, onipotente e onipresente. Então, como con­segue operar de modo tão eficaz em tantas partes distintas do mundo? Ele o faz por meio de uma rede organizada de ajudantes.
Os ajudantes de Satanás. Paulo os cha­ma de “principados e potestades [...] do­minadores [...] forças espirituais do mal, nas regiões celestes” (Ef 6:12). Charles B. Williams propõe a seguinte tradução para esse versículo: “Pois nossa peleja não é somente contra inimigos humanos, mas contra os governantes, autoridades e poderes cósmi­cos deste mundo tenebroso; ou seja, contra os exércitos de espíritos do mal que nos desafiam na luta celestial”. Este texto indica a existência de um exército definido de cria­turas demoníacas que assistem Satanás em seus ataques contra os cristãos. O apósto­lo João dá a entender que um terço dos anjos caiu junto com Satanás, quando ele se rebelou contra Deus (Ap 12:4), e Daniel escreveu que os anjos de Satanás lutam contra os anjos de Deus para obter o con­trole das nações (Dn 10:13-20). Há uma batalha espiritual em andamento neste mun­do, e “nas regiões celestiais” nós, cristãos, participamos desse conflito. Tendo cons­ciência desse fato, “andar em vitória” tor­na-se algo de importância vital para nós e para Deus.
O cerne da questão é que nossa batalha não é contra seres humanos, mas sim con­tra poderes espirituais. Estamos perdendo tempo lutando contra pessoas quando de­veríamos lutar contra o diabo, que procura controlar os indivíduos e transformá-los em inimigos da obra de Deus. Durante o minis­tério de Paulo em Efeso, ocorreu um tumul­to que poderia ter destruído a igreja (At 19:21-41). Essa revolta não foi causada ape­nas por Demétrio e por seus companheiros; por trás deles estavam Satanás e seus aju­dantes. Sem dúvida, Paulo e a igreja oraram, e a oposição foi calada. O conselho do rei da Síria a seus soldados pode ser aplicado a nossa batalha espiritual: “Não pelejareis nem contra pequeno nem contra grande, mas somente contra o rei” (1 Rs 22:31).
As aptidões de Satanás. As admoestações de Paulo indicam que Satanás é um inimigo forte (Ef 6:10-12) e que precisamos do poder de Deus para sermos capazes de enfrentá-lo. Não devemos jamais subestimar o poder do diabo. Não é por acaso que ele é comparado com um leão e com um dra­gão! O Livro de Jó mostra o que ele pode fazer com o corpo, o lar, as riquezas e os amigos de uma pessoa. Jesus chama Sata­nás de ladrão, e diz que ele vem para “rou­bar, matar e destruir” (Jo 10:10). Satanás não é apenas forte, mas também astuto e malicio­so, e lutamos contra “as ciladas do diabo”. Aqui, as ciladas referem-se a “artifícios as­tuciosos, estratagemas”. O cristão não pode se dar o luxo de “lhe [ignorar] os desígnios”
(2 Co 2:11). Algumas pessoas são sagazes e cheias de ardis “que induzem ao erro” (Ef 4:14), mas, por trás delas, se encontra o maior de todos os enganadores: Satanás. Ele se faz passar por anjo de luz (2 Co 11:14) e procura cegar a mente humana para a ver­dade da Palavra de Deus. O fato de Paulo usar o termo “luta” indica que estamos en­volvidos em um confronto direto e que, por­tanto, não somos apenas expectadores de um jogo. Satanás deseja usar nosso inimigo externo, o mundo, bem como nosso inimi­go interno, a carne, para nos derrotar. Suas armas e seu plano de batalha são terríveis.
2. O equipamento (Ef 6:13-17)
Uma vez que lutamos contra inimigos na esfera espiritual, precisamos de equipamen­tos ofensivos e defensivos. Deus nos supriu com “toda a armadura”, e não devemos deixar parte alguma de fora. Satanás sem­pre procura uma área desprotegida para usar como ponto de partida para seus ataques (Ef 4:27). Paulo ordena a seus leitores que vistam a armadura, tomem as armas e resis­tam a Satanás, e só podemos fazer tudo isso pela fé. Sabendo que Cristo já conquistou Satanás e que temos uma armadura e armas espirituais a nossa disposição, aceitamos pela fé aquilo que Deus nos dá e enfrenta­mos o inimigo. O dia é mau e o inimigo é mau, mas “se Deus é por nós, quem será contra nós?” (Rm 8:31).
O cinto da verdade (v. 14a). Satanás é um mentiroso (Jo 8:44), mas o cristão cuja vida é controlada pela verdade o derrota­rá. O cinto mantinha unidas as outras par­tes da armadura, e a verdade é o elemento de integração na vida do cristão vitorioso. Um homem de integridade que tem a cons­ciência limpa pode enfrentar o inimigo sem medo. O cinto também segurava a espada. A menos que pratiquemos a verdade, não podemos usar a Palavra da verdade. Uma vez que a mentira entra na vida do cristão, tudo começa a se desintegrar. Por mais de um ano, o rei Davi mentiu sobre seu peca­do com Bate-Seba, e nada deu certo. Os Salmos 32 e 51 falam do preço que ele teve de pagar.
A couraça da justiça (v. 14b). Essa parte da armadura, feita de placas ou de cadeias de metal, cobria a parte posterior e anterior do corpo desde o pescoço até a cintura. Simboliza a justificação do cristão em Cris­to (2 Co 5:21) e sua vida justa no Senhor (Ef 4:24). Satanás é o acusador, mas não pode acusar o cristão que está vivendo correta­mente no Espírito. O tipo de vida que leva­mos ou nos fortalecerá de modo a resistirmos aos ataques de Satanás ou dará espaço para que ele nos derrote (2 Co 6:1-10). Quando Satanás acusa o cristão, é a justiça de Cristo que garante a salvação do que crê. Mas se não acompanharmos nossa posição justifi­cada em Cristo com a prática da justiça na vida diária, daremos ocasião aos ataques de Satanás.
As sandálias do evangelho (v. 15). Os soldados romanos usavam sandálias com cravos na sola para dar mais apoio aos pés durante a batalha. A fim de “resistir” e de “permanecer inabaláveis”, precisamos cal­çar os pés com o evangelho. Pelo fato de termos com Deus a paz que vem do evan­gelho (Rm 5:1), não precisamos temer os ataques de Satanás nem dos homens. De­vemos estar em paz com Deus e uns com os outros, a fim de derrotarmos o diabo (Tg 4:1-7). No entanto, essas sandálias têm mais um significado: Devemos estar preparados, cada dia, para levar o evangelho da paz ao mundo perdido. O cristão mais vitorioso é o que dá testemunho. Se calçarmos as san­dálias do evangelho, teremos os “pés for­mosos” mencionados em Isaías 52:7 e em Romanos 10:15. Satanás declarou guerra, mas somos embaixadores da paz (2 Co 5:18-21) e, como tal, levamos conosco o evangelho da paz a todo lugar para onde vamos.
O escudo da fé (v. 16). Esse escudo gran­de – normalmente, medindo cerca de 1,20m de altura por 60 centímetros de largura -era feito de madeira e revestido de couro resistente. O soldado o segurava diante de si para protegê-lo de lanças, flechas e “dar­dos inflamados”. As beiradas do escudo ti­nham um formato que permitia a uma linha inteira de soldados encaixar um escudo no outro e marchar sobre o inimigo como uma parede sólida. Essa idéia sugere que os cris­tãos não estão sozinhos na batalha. A “fé” mencionada nesse versículo não é a fé salvadora, mas sim a fé viva, a confiança nas promessas e no poder de Deus. A fé é uma arma defensiva que nos protege dos dardos inflamados de Satanás. No tempo de Paulo, os soldados atiravam flechas cujas pontas eram mergulhadas em alguma substância inflamável, acesas e lançadas contra o inimi­go. Satanás lança “dardos inflamados” em nosso coração e em nossa mente: mentiras, pensamentos blasfemos, pensamentos de ódio contra outros, dúvidas e desejos arden­tes pelo pecado. Se não apagarmos esses dardos pela fé, eles começam um incêndio dentro de nós, e desobedecemos a Deus. Não temos como saber quando Satanás lan­çará um desses dardos contra nós, de modo que devemos sempre viver pela fé e usar o escudo da fé.
O capacete da salvação (v. 17). Satanás deseja atacar nossa mente, e foi assim que derrotou Eva (Gn 3; 2 Co 11:1-3). O capace­te da salvação refere-se à mente controlada por Deus. E triste que muitos cristãos não considerem o intelecto importante, quando, na realidade, ele tem papel crucial no cres­cimento, no serviço e na vitória do cristão. Quando Deus controla a mente, Satanás não consegue fazer o cristão se desviar. A pes­soa de fé que estuda a Bíblia e que aprende o significado das Escrituras não se deixará enganar com facilidade. Precisamos ser “ins­truídos, segundo é a verdade em Jesus” (Ef 4:21). Devemos “[crescer] na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo” (2 Pe 3:18). Em todo lugar onde ministrava, Paulo sempre ensinava aos recém-convertidos as verdades da Palavra de Deus, e era esse capacete que os protegia das mentiras de Satanás.
Certa tarde de domingo, visitei um ho­mem que havia sido diácono em uma con­gregação local, mas que se envolvera com uma seita. Sentamo-nos à mesa, ambos com a Bíblia aberta, e procurei lhe mostrar a verda­de da Palavra de Deus, mas percebi que mentiras cegavam seu entendimento.
Como foi que você se afastou de uma igreja que ensina a Bíblia e se envolveu com essas crenças? – perguntei. Sua resposta me deixou pasmado.
Sabe, pastor, a culpa é da igreja. Eu não conhecia coisa alguma da Bíblia, e a igreja também não me ensinou coisa algu­ma. Queria estudar a Palavra, mas ninguém me explicou como fazê-lo. Então, a congre­gação me elegeu diácono, um cargo para o qual eu não estava preparado. O peso foi grande demais para mim. Um dia, ouvi um homem pregando sobre a Bíblia no rádio e tive a impressão de que ele sabia o que di­zia. Comecei a ler sua revista e a estudar seus livros, e agora estou convencido de que ele tem razão.
É triste que, ao receber esse homem, sua igreja não tenha lhe provido o capacete da salvação. Se tivessem praticado a verdade encontrada em 2 Timóteo 2:2, ele não teria sido mais uma vítima da guerra espiritual.
A espada do Espírito (v. 17b). Essa espa­da é a arma ofensiva que Deus nos dá. O soldado romano usava embainhada em seu cinto uma espada curta para combates cor­po a corpo. Hebreus 4:12 compara a Pala­vra de Deus com uma espada pois é afiada e capaz de penetrar o ser interior da mesma forma como a espada material trespassa o corpo. Quando a Palavra nos convenceu do pecado, nosso coração foi “compungido” (At 2:37). Pedro tentou usar a espada para defender Jesus no Getsêmani (Lc 22:47-51), mas, em Pentecostes, aprendeu que a “es­pada do Espírito” é muito mais poderosa. Moisés também tentou conquistar pela es­pada (Êx 2:11-15), mas descobriu que a Pa­lavra de Deus, por si mesma, era suficiente para derrotar o Egito.
Uma espada material traspassa o corpo, mas a Palavra de Deus traspassa o coração. À medida que a espada material é usada, ela perde o corte; mas quando a Palavra de Deus é usada em nossa vida, torna-se cada vez mais afiada. Uma espada material deve ser empunhada por um soldado, mas a es­pada do Espírito tem seu próprio poder, pois é “viva, e eficaz” (Hb 4:12). O Espírito es­creveu a Palavra, e o Espírito empunha a
Palavra quando a aceitamos pela fé e a usa­mos. Uma espada material fere e mata, en­quanto a espada do Espírito cura feridas e vivifica. Mas quando usamos a espada con­tra Satanás, desferimos um golpe que o en­fraquece e o impede de atrapalhar a obra de Deus.
Quando foi tentando por Satanás no deserto. Cristo usou a espada do Espírito e derrotou o inimigo. Jesus declarou três ve­zes: “está escrito” (Lc 4:1-13). É interessante observar que Satanás também pode citar a Palavra: “porque está escrito” (Lc 4:10), mas não o faz de maneira completa. O inimigo tenta usar a Palavra de Deus para nos con­fundir, de modo que é importante conhecer todas as palavras que Deus nos deu. Alguém disse que é possível provar qualquer coisa usando a Bíblia – o que é verdade, quando usamos versículos fora de contexto, omiti­mos palavras e aplicamos certos versículos indevidamente aos cristãos de hoje. Quan­to melhor se conhece a Palavra de Deus, mais fácil é detectar as mentiras de Satanás e rejeitar suas ofertas.
Em certo sentido, a “armadura de Deus” é uma imagem de Jesus Cristo. Ele é a Ver­dade (Jo 14:6); ele é nossa justiça (2 Co 5:21) e nossa paz (Ef 2:14). Nossa fé só é possível por causa de sua fidelidade (Cl 2:20); ele é nossa salvação (Lc 2:30); e é a Palavra de Deus (Jo 1:1, 14). Isso significa que, quando aceitamos a Cristo, também recebemos a armadura. Paulo disse aos romanos como fazer uso da armadura (Rm 13:11-14): des­pertar (Rm 13:11), deixar o pecado (“as obras das trevas”) e “[revestir-se] das armas da luz” (Rm 13:12). Fazemos isso “[revestindo-nos[ do Senhor Jesus Cristo" (Rm 13:14). Pela fé, colocamos a armadura e cremos que Deus dará a vitória. No momento da salvação, vestimos a armadura de uma vez por todas. No entanto, devemos nos apropriar dela cada dia. Quando o rei Davi tirou sua arma­dura e voltou para seu palácio, colocou-se em mais perigo do que se estivesse no cam­po de batalha (2 Sm 11). Nunca estamos fora do alcance dos ardis de Satanás, de modo que jamais devemos ficar sem a ar­madura completa de Deus.
3. A energia (Ef 6:18-20)
A oração é a energia que capacita o solda­do cristão a usar a armadura e a empunhar a espada. Não somos capazes de lutar na batalha com nosso poder, por mais fortes ou habilidosos que julguemos ser. Quando Amaleque atacou Israel, Moisés foi para o alto do monte a fim de orar, enquanto Josué usava a espada no vale (Êx 1 7:8-16). Os dois elementos foram essenciais para derrotar Amaleque: a intercessão de Moisés no mon­te e a espada de Josué em ação no vale. A oração é o poder para a vitória, mas não se trata de um tipo qualquer de oração. Paulo diz como orar para derrotar Satanás.
Orar em todo tempo. É evidente que isso não significa "proferir orações o tem­po todo". Não somos ouvidos por causa de nossas "vãs repetições" (Mt 6:7). "[Orar] sem cessar” (1 Ts 5:17) significa estar sem­pre em comunhão com o Senhor, estar conectado com ele a todo tempo. Ao orar, o ideal é nunca dizer: “Senhor, colocamo-nos em tua presença…”, pois, na verdade, nunca deixamos a presença dele! O cris­tão deve orar “em todo tempo”, pois está sempre sujeito a tentações e a ataques do diabo. Um ataque surpresa já derrotou mais de um cristão que se esqueceu de “orar sem cessar”.
Orar com toda oração. Existe mais de uma forma de orar: oração, súplica, inter­cessão e ação de graças (Fp 4:6; 1 Tm 2:1). O cristão que ora apenas para pedir coisas para si está perdendo as bênçãos resultan­tes da intercessão e da ação de graças. Na verdade, a ação de graças é uma grande arma para derrotar Satanás. Assim como o louvor, a oração tem poder transformador. A intercessão por outros pode trazer vitó­ria em nossa própria vida. “Mudou o Senhor a sorte de Jó, quando este orava pelos seus amigos” (Jó 42:10).
Orar no Espírito. De acordo com o mo­delo bíblico, oramos ao Pai, por meio do Filho e no Espírito. Romanos 8:26, 27 mos­tra que a única maneira de orar dentro da vontade de Deus é pelo poder do Espírito. De outro modo, nossas orações podem ser egoístas e estar fora do que Deus deseja.
No tabernáculo do Antigo Testamento, an­tes do véu que dava acesso ao Santo dos Santos, havia um pequeno altar de ouro em que o sacerdote queimava incenso (Êx 30:1-10; Lc 1:1-11). O incenso retrata a oração e, para ser queimado no tabernáculo ou templo, deveria ser preparado de acordo com as instruções de Deus, não segundo alguma fórmula humana. O fogo do altar retrata o Espírito Santo, pois é ele que “acen­de” nossas orações dentro da vontade de Deus. É possível orar com fervor na carne e não se comunicar com Deus. Também é pos­sível orar tranqüilamente no Espírito e ver a mão de Deus fazer grandes coisas.
Orar com os olhos abertos. Vigiar sig­nifica “manter-se alerta”. A injunção para “vigiar e orar” aparece com freqüência na Bíblia. Quando Neemias estava restau­rando os muros de Jerusalém e o inimigo tentava impedi-lo de realizar essa obra, Neemias derrotou os adversários vigiando e orando. “Porém nós oramos ao nosso Deus e, como proteção, pusemos guarda contra eles” (Ne 4:9). “Vigiar e orar” é o segredo para vencer o mundo (Mc 13:33), a carne (Mc 14:38) e o diabo (Ef 6:18). Pedro adormeceu quando deveria estar orando, e o resultado foi a vitória de Sata­nás (Mc 14:29-31, 67-72). Deus espera que usemos os sentidos que nos deu para que, conduzidos pelo Espírito, possamos perceber quando Satanás está começando a operar.
Continuar a orar. A palavra perseve­rança significa, simplesmente, “persistir em algo e não desistir”. Os primeiros cristãos oravam dessa maneira (At 1:14; 2:42; 6:4), e devemos seguir seu exemplo (Rm 1 2:1 2). A perseverança na oração não sig­nifica que estamos tentando convencer Deus, mas sim que estamos profundamen­te interessados e preocupados, e que não conseguimos descansar enquanto não re­cebemos uma resposta de Deus. Nas pa­lavras de Robert Law: “Orar não é insistir para que a vontade do homem seja feita no céu, mas sim para que a vontade de Deus seja feita na Terra” {Tests ofLIfe, [Grand Rapids: Baker, 1968[). A maioria desiste exatamente quando Deus está preste a dar a vitória. Nem todos têm a disposição ne­cessária para passar uma noite inteira em oração sincera, mas todos podemos perse-verar muito mais do que costumamos fazer. A Igreja primitiva orou incessantemente enquanto Pedro estava na prisão e, no últi­mo instante, Deus lhe deu a resposta (At 12:1-19). Devemos continuar orando até que o Espírito nos oriente a parar ou até que Deus responda. Justamente no momento que sentirmos vontade de desistir. Deus dará a resposta.
Orar por todos os santos. As primeiras palavras da oração que Jesus ensinou são: “Pai nosso” e não “meu Pai”. Oramos como parte de uma grande família que também conversa com Deus e devemos orar pelos demais membros da família. Até mesmo Paulo pediu o apoio dos efésios em ora­ção – ele que já havia sido arrebatado ao terceiro céu e voltado. Se Paulo precisa­va das orações dos santos, tanto mais nós também precisamos! Se minhas orações cooperam para que outros santos derro­tem Satanás, essa vitória também me aju­dará. Convém observar que Paulo não pede que orem por seu bem-estar ou segu­rança, mas pela eficácia em seu testemu­nho e ministério.
4. O encorajamento (Ef 6:21-24)
Não estamos travando essa batalha sozinhos. Há outros cristãos conosco na luta, e deve­mos ter a preocupação de encorajar uns aos outros. Paulo animou os efésios; Tíquico encorajou Paulo (At 20:4); e Paulo o estava enviando de volta a Éfeso, a fim de ser um estímulo para os cristãos de lá. Paulo não era o tipo de missionário que guardava se­gredo sobre o que lhe acontecia. Desejava que o povo de Deus soubesse o que Deus fazia, como suas orações estavam sendo res­pondidas e como Satanás agia para se opor à obra. Suas motivações não eram egoístas nem tentava extrair algo deles.
E um grande estímulo saber que faze­mos parte da família de Deus! Em parte al­guma do Novo Testamento encontramos um cristão isolado. Os cristãos são como ovelhas: vivem em rebanhos. A igreja é um exército, e os soldados precisam permane­cer juntos e lutar juntos.
E interessante observar as palavras que Paulo usa para encerrar esta carta: paz, amor, fé e graça! O apóstolo estava numa prisão em Roma e, no entanto, era mais rico do que o imperador. Quaisquer que sejam nossas circunstâncias, em Jesus Cris­to somos abençoados com “toda sorte de bênção espiritual”!...
BISPO/JUIZ.DR.EDSON CAVALCANTE

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