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terça-feira, 27 de março de 2012

O FOGO E O ALTAR...

A Relação entre o Fogo e o Altar


Texto: Levítico 6: 8-13

No texto em questão, entendemos que há uma relação profunda e interdependente entre o FOGO e o ALTAR. O fogo precisava estar aceso, sempre, sobre o altar, para consumir o holocausto. E o sacerdote era a pessoa responsável pela manutenção diária dessa relação, tanto na manutenção do fogo, quanto na organização do altar. Vemos aqui dois elementos interdependentes entre si, mas que dependem de um terceiro elemento para mantê-los em constante sintonia

A ordenança de Deus era para o FOGO “arder continuamente sobre o altar” do tabernáculo. Mas, por que?
Porque Deus havia iniciado (Mt 28: 19, 20);
Representava a presença eterna de Deus no sistema de sacrifícios;
Mostrava ao povo que, somente através do gracioso favor de Deus é que seus sacrifícios poderiam ser aceitos.
Como o fogo é o produto da combustão de matérias inflamáveis, ele necessita de bastante madeira e combustível para desenvolver e manter, simultaneamente, o calor e a luz. E o interessante nessa questão é que não é qualquer tipo de madeira que serve para manter o fogo aceso.
Também se faz necessário manter um estoque suficiente de madeiras para inserção no fogo, à medida que as outras vão se tornando em cinzas.

Essas madeiras precisam estar juntas para formarem as brasas necessárias que mantém o fogo “ardendo continuamente”, e num lugar determinado para isso: O Altar.

O altar era uma mesa especial de pedra, destinado à imolação de vítimas em holocausto ou a outros tipos de sacrifícios. A palavra HOLOCAUSTO, que vem do grego holókauston, significa “o sacrifício em que a vítima era queimada inteira”.

Conforme mencionado acima, o Sacerdote é a peça-chave para manter a relação entre o FOGO e o ALTAR em harmonia contínua. Mas, ele só conseguirá realizar esse feito, de acordo com a vontade de Deus, se executar diariamente as seguintes tarefas:
Levantar a cinza e colocar junto ao altar;
Acender a lenha toda manhã; e
Colocar em ordem o holocausto.
Faz-se necessário entender que “Lei do Holocausto” dada ao povo de Israel foi uma figura utilizada por Deus para demonstrar o que viria na Nova Aliança. Após o sacrifício e ressurreição de Jesus, O FOGO passou a ser representando pelo Espírito Santo, que habita dentro de nós; o ALTAR é o nosso próprio corpo, que é “templo e morada do Espírito Santo”. Nós somos os SACERDOTES, que temos a responsabilidade de apresentar Deus ao povo... E o povo a Deus, através da oração e pregação da Palavra de Deus. E o HOLOCAUSTO representa a nossa carne, que precisa ser crucificada na cruz de Cristo, durante todos os dias da nossa vida.
Com isso, entendemos que nós somos os únicos responsáveis pela manutenção da presença de Deus em nossa vida contínua e constantemente. Para isso, devemos refletir sobre as tarefas que os sacerdotes executavam diariamente sobre o altar. São elas:

1. LEVANTAR A CINZA. Essa tarefa tem o objetivo de remover os resíduos DESNECESSÁRIOS que, geralmente, ficam sobre o altar após queimada da madeira. Esses resíduos devem ser removidos definitivamente e postos ao lado do altar (LIXO).

As cinzas significam as lembranças de pecados que já foram consumidos juntos com o holocausto e a madeira. Como estes já foram consumidos, logo, as cinzas precisam ser removidas para FORA DO ALTAR.

Não devemos nos alimentar das práticas ou lembranças do passado, pois somos novas criaturas em Cristo. Tudo se fez NOVO (2 Co 5:17).


2. ACENDER A LENHA. Essa prática deveria ser feita todas as manhãs, como uma das tarefas prioritárias do sacerdote. Ele deveria ficar atento, para colocar novas lenhas sobre o altar para manter o fogo aceso.

“Acender a Lenha” significa revisar, diariamente, nossa vida de comunhão com Deus, mantendo uma devoção diária, através da meditação na Palavra de Deus e vida de oração cotidianamente.


3. COLOCAR O HOLOCAUSTO EM ORDEM. Essa prática tem um significado profundo, que é o de “negar-se a si mesmo”, pois o holocausto representa a abstração da vontade própria para satisfazer a outrem.

Essa é a tarefa que considero mais difícil porque exige que nós abramos mão da nossa própria vontade, para satisfazer a vontade de Deus. E nem todo mundo quer fazer isso na prática.

O resultado da execução diária e cuidadosa dessas tarefas é a não extinção do fogo sobre o altar, que significa dizer que a presença de Deus é uma constante em nossas vidas. Após isso, poderemos ratificar que, em nós, “o fogo arderá continuamente sobre o altar; não se apagará”...
BISPO/JUIZ.DR.EDSON CAVALCANTE

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