“Tendo Esaú quarenta anos de idade, tomou por esposa a Judite, filha de Beeri, heteu, e a Basemate, filha de Elom, heteu. Ambas se tornaram amargura de espírito para Isaque e para Rebeca.” Gênesis 26:34
Uma das grandes dificuldades que a humanidade tem passado no decorrer dos tempos é gerada através dos conflitos familiares.
Ao mesmo  tempo em que em muitos lares as famílias são bases de saúde e vida, em  outros, têm gerado doenças e mortes, abalando a sociedade e  enfraquecendo as instituições.
Um indivíduo  sadio, motivado, pressupõe que suas bases familiares foram bem  estabelecidas e firmadas, promovendo um ambiente propício para esse  crescimento salutar.
As neuroses  familiares, situações antagônicas e conflituosas mal  resolvidas, têm  gerado em muitos  pais e filhos, ressentimentos e amarguras, levando-os a  separação e ao distanciamento.
Na família  de Isaque e Rebeca não foi diferente. O casal teve dois filhos gêmeos;  um chamava-se Esaú, que nasceu primeiro, e o outro Jacó, que nasceu por  segundo.
O  crescimento e educação dos filhos desse casal sofreram por atitudes que  todos os pais devem evitar para que não gerem nos filhos comportamentos  que possam promover ressentimentos, amarguras, e conseqüentes brigas e  separações.
Isaque amava  mais Esaú que Jacó. Rebeca amava mais Jacó que Esaú. Esaú era homem do  campo, um perito caçador. Jacó vivia mais na tenda, ajudando a mãe.
Os filhos viam nessas atitudes uma preferência dos pais. E é aí que começam os problemas.
Muitas vezes  sem se aperceberem os pais demonstram preferência por um dos  filhos ou  porque ele é o mais velho, inteligente, capacitado, obediente, ou por  atitudes mais compatíveis e aceitáveis.
Um elogio  para um, um presente melhor para o outro, um abraço mais caloroso em um,  um mais superficial em outro. Os filhos são inteligentes, logo percebem  o partidarismo. É quando nasce a inveja, a disputa, as discursões, as  ofensas. Os pais se perguntam: Porque esses meninos brigam tanto?  Esquecem de olhar para suas atitudes.
Como nasce a raiz de amargura em muitos filhos, sentindo-se discriminados, mal amados e desvalorizados? “Atentando, diligentemente, por que ninguém seja faltoso, separando-se da graça de Deus; nem haja alguma raiz de amargura que, brotando, vos perturbe…” Hebreus 12:12-17
É verdade  que Esaú, não obstante pertencer a uma família que tinha promessa de  bênção e prosperidade para todas as gerações, não soube aproveitar essas  oportunidades e tomou decisões erradas, trazendo para si, graves  conseqüências.
Era o  primogênito de Isaque da linhagem Abrâamica. Como primogênito era  considerado como “o princípio do vigor paterno”, portanto, um filho  especial. Na ausência do pai, se estivesse de fazer alguma viagem, era  este que se tornava a autoridade na casa.
Por ocasião  do falecimento do Pai, o primogênito era considerado o segundo em   autoridade. Possuía vários direitos de tratamento superior e de herança  especial. Herdava o dobro dos demais filhos.
Até o tempo  do sacerdócio Araônico, ao filho primogênito cabia o direito de  perpetuar a adoração divina da família, primeiramente sob autoridade do  seu pai, enquanto este vivia; mas falecido este, o primogênito tomava  seu lugar.
Mas um dia  Esaú, sem refletir, deixando a carne falar mais alto que o espírito;  trocou o direito à primogenitura por um prato de  lentilha. Ou seja, em  um momento não muito favorável de sua vida, sem pensar nas  conseqüências, ele desprezou as bênçãos espirituais e materiais que  teria como primogênito por outras transitórias, passageiras e  corruptíveis da vida. Gênesis 25:27-34
A outra  atitude muito errada que Esaú cometeu contra seus pais foi casar com   mulheres que não pertenciam à família de  Abraão. Fez isso por vingança  contra seu irmão Jacó, que lhe roubou o direito de primogenitura e à  bênção de seu pai Isaque.
Isaque e  Rebeca ficaram entristecidos com os seus casamentos; eles revelaram a  falta de preocupação de Esaú pela responsabilidade de levar avante as  suas tradições familiares e religiosas.
Esses casamentos foram brechas na pureza de linhagem para a qual Abraão tinha sido chamado. Gênesis 24:7,47,48
   As duas mulheres Judite, filha de Beeri, heteu, e a Basemate, filha de  Elom, heteu, eram de famílias idólatras, com costumes contrários ao  habitual na família patriarcal. Não se tratava apenas de  uma questão  racial. “Tendo Esaú quarenta anos de idade, tomou por esposa a  Judite, filha de Beeri, heteu, e a Basemate, filha de Elom,  heteu…”Gênesis 26:34ª“…Ambas se tornaram amargura de espírito para Isaque e para Rebeca.”Gênesis 26:34b
Amargura de  espírito nos pais. Quantos pais estão sofrendo por decisões e  comportamentos errados de seus filhos? Creio que esse é um dos grandes  dramas que tem abalado as famílias, levando-as ao sofrimento e a dor.
O dicionário  define a amargura como: Amargura é a “propriedade ou característica de  severo, de áspero, de intransigente” (Dicionário Houaiss). s.f.  Tristeza, pena, angústia, aflição: curtir a amargura. / Acerbidade, acrimônia, azedume: criticou com amargura. / Sabor amargo: a amargura da quinina. // Rua da amargura, sofrimento, desamparo.
“A amargura é um veneno que pode se desenvolver e crescer dentro de uma pessoa – até quase despercebida por ela mesma.
  Amargura é um sentimento amargo em relação a alguém, que produz em nós  perturbação, que tira nossa paz, traz transtornos a nossa vida, faz  muitas pessoas perderem o juízo e com isso muitas vezes dar fim a  própria vida, ou até mesmo desfazer relacionamentos, por causa da  dificuldade em perdoar e que muitas vezes nos levam a propagar isso e  contagiar outros em relação àquela pessoa, que nos ofendeu ou  decepcionou.
Uma pessoa amargurada, além de prejudicar-se, de ficar impedida de receber as bênçãos do Senhor, acaba corrompendo os outros a sua volta.
Uma pessoa amargurada, além de prejudicar-se, de ficar impedida de receber as bênçãos do Senhor, acaba corrompendo os outros a sua volta.
 Esposos são advertidos a não tratar suas esposas com amargura (Colossenses 3:19).
 A  amargura dos pais pode ser minimizada se os filhos obedecerem (Efésios  6:1-3), e é pouco provável que os filhos se tornem amargurados se os  pais ouvirem a Deus (Efésios 6:4; Colossenses 3:21).”  Pra Janete
A amargura é muito mais que isso. É um mal que precisa ser banido das famílias.
O que fazer para ser livre da amargura na família?   Perdoar, Perdoar, Perdoar, Amar, Amar, Amar, sempre.
Esaú, 20  anos depois da ofensa cometida pelo irmão Jacó, consegue perdoar e  chorar um no ombro do outro. Gênesis 33:4 Que maravilha se todos os  irmãos e pais e filhos se perdoassem. “Porque, se perdoardes aos  homens as suas ofensas, também vosso Pai celestial vos perdoará a vós;  se, porém, não perdoardes aos homens, tampouco vosso Pai perdoará vossas  ofensas.” Mateus 6:14,15
Você não  precisa sofrer 20 anos com um sentimento preso em seu coração,  dilacerando sua alma e produzindo tristeza na sua vida, sem conseguir  perdoar aquele que lhe ofendeu!
São esses sentimentos que produzem doenças corporais e perturbações na mente, levando muitas vezes a morte.
Perdoar além de ser um ato de sobrevivência pessoal é um ato de sobrevivência familiar e social.
Amar o filho  que errou, perdoando e acolhendo em seus braços é o que nosso Deus faz  para conosco. Assim também devemos fazer aos nossos filhos sem exceção.
As famílias seriam mais felizes se  perdoassem e deixassem que o amor prevalecesse e não a amargura de espírito.
O que você tem feito para vencer a amargura em sua vida e família?
“… ele  converterá o coração dos pais aos filhos e o coração dos filhos aos  pais, para que eu não venha e fira a terra com maldição.” Malaquias 4:6...
BISPO/JUIZ.DR.EDSON CAVALCANTE 
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