Ai de vós, ricos
“Bem-aventurados vós, os pobres, porque vosso é o Reino de Deus! Bem-aventurados vós que agora tendes fome, porque sereis saciados! Bem-aventurados vós que agora chorais, porque havereis de rir! Bem-aventurados sereis, quando os homens vos odiarem, vos expulsarem, vos insultarem e amaldiçoarem o vosso nome, por causa do Filho do Homem!” (Lc 6, 21-22)
“Mas, ai de vós, ricos, porque já tendes vossa consolação! Ai de vós que agora tendes fartura, porque passareis fome! Ai de vós que agora rides, porque tereis luto e lágrimas! Ai de vós quando todos vos elogiam! Era assim que os antepassados deles tratavam os falsos profetas. (Lc 6, 24-25)”Com essas Palavras, Jesus não está simplesmente condenando aqueles que têm uma vida confortável e que não passam dificuldades materiais ou que alcançam sucesso em sua vida profissional e pessoal.
Por outro lado, Jesus também não está dizendo que todo mundo que é pobre, faminto, oprimido e desprezado vai ganhar o céu. Tampouco está dizendo que quem é rico, feliz e bem-sucedido irá para o inferno.
Jesus está relacionando esses dois estados de vida antagônicos a uma questão central: o seguimento do Filho do Homem.
A pobreza, a fome, opressão e desprezo, não têm valor em si mesmos. Ao contrário, Jesus abomina essas coisas porque são fruto da maldade humana. Agora, quando elas acontecem como conseqüência de nossa firmeza em viver o Evangelho, elas se transformam em bênçãos para quem as recebe.
Isto significa que todos devemos estar dispostos a passar por todas essas coisas se preciso for para vivermos a nossa fé com convicção. Significa renunciar a corrupção e trapaças mesmo em meio a uma crise financeira ou ser difamado e caluniado por defender a justiça e o direito. Ser taxado de carola, papa-hóstia ou padreco por ter uma postura diferenciada no bairro, na escola ou no trabalho.
Quando não temos essa disposição, facilmente negamos Jesus à primeira ameaça de sofrimento, perda financeira, doença e humilhação. E é a esses ricos e fartos que Jesus recrimina duramente e proclama a terrível sentença: “ai de vós!”
Não vale a pena perder a vida inteira correndo atrás de riqueza e conforto neste mundo. Isso só nos trás aflição e tristeza. Veja:
“Porque a raiz de todos os males é o amor ao dinheiro. Acossados pela cobiça, alguns se desviaram da fé e se enredaram em muitas aflições.” (I Timóteo 6,10)Ademais, pobre ou rico, mendigo ou executivo, desnutrido ou atleta, moribundo ou modelo, todos podem não ganhar o céu a medida que não queiram viver uma vida de santidade. A regra vale para todos. Não é o que temos ou não temos, o que somos ou não somos, que define se seremos salvos ou não, mas uma vida entregue à vontade de Deus e ao serviço dos irmãos e uma luta constante para viver aquilo que Jesus nos ensinou, custe o que custar.
Portanto, é questão de prioridade. A prioridade em nossa vida não pode ser o luxo, o conforto, o bem-estar, as nossas vontades humanas. A prioridade tem que ser Jeusus. Ele deve nortear todas as minhas ações, não apenas na Igreja, mas em casa, no trabalho, nos estudos, em todo lugar...
BISPO/JUIZ.DR.EDSON CAVALCANTE
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