A pressão começa irromper com a expansão em Samaria, no cap. 8. Também marcado por uma atividade e expressiva no Espírito Santo. A conversão de Saulo soma-se a isto, e então o longo episódio, em que a visão de Pedro e a experiência com Cornélio são relatadas duas vezes, acelera o expressivo desenvolvimento da obra. Como pode a igreja resistir à atividade do Espírito, que está evidentemente derrubando as velhas barreiras entre judeus e gentios? A igreja multirracial de Antioquia passa a existir, porém não com o apoio franco da igreja de Jerusalém (11.20,21). No cap. 12 parece que voltam os obstáculos. "Entretanto a palavra do Senhor crescia e se multiplicava" (12.24). Até quando pode a pressão continuar antes que a fervura esparrame?
PRIMEIRA VIAGEM MISSIONÁRIA
Uma vez mais o Espírito dá um pass e impulsiona a igreja a seguir adiante. Pode nos parecer natural que pessoas cheguem a tornar-se cristãs sem também ser judias, mas isto não é aceitável de modo absoluto para os primeiros crentes. Como Paulo e Barnabé em sua primeira empresa missionária, eles descobrem por experiência que, quando os judeus rejeitam o evangelho, "os gentios...regojizavam-se e glorificaram a palavra do Senhor, e creram todos os que haviam sido destinados para a vida eterna" (13.48). O Espírito Santo parece requerer apenas que eles creiam no Senhor Jesus. Não exige deles que também se tornem judeus. No final de seu roteiro missionário. Paulo Barnabé alegremente concluem que Deus simplesmente "abrira os gentios a porta da fé" (14.27). Alguns, entretanto, admitem que a ação do Espírito Santo precisa de cuidadosa interpretação. Alguns deles chegam a Antioquia insistindo em que "se não vos circuncidardes segundo o costume de Moisés, não podeis ser salvos" (15.1). Assim, o episódio relatado por Lucas em Atos 15é ma conseqüência vital da missão recém-completada. Paulo e Barnabé são nomeados, juntamente com outros, para subirem a Jerusalém a fim de resolverem a questão com "os apóstolos e os presbíteros" (Atos 15.4): devem os gentios também tornar-se judeus para que sejam salvos?
É provável que por esse tempo Paulo escreve sua carta aos gálatas como uma circular enviada às igrejas que ele havia fundado em sua viagem missionária. A carta é uma defesa apaixonada do ponto de vista que também prevaleceu em Jerusalém – que nossa "justificação", ou aceitação, diante de Deus não depende de nossa obediência à lei, mas somente a Cristo, a quem estamos unidos pela fé. Com essa questão vital resolvida, a fundação é lançada para que o evangelho avance sem obstáculo "até aos confins da terra".
SEGUNDA VIAGEM MISSIONÁRIA
Esta viagem começa como um projeto para revisitar as igrejas fundadas na primeira viagem (15.36), porém novamente o Espírito Santo se antecipa, e em seguida os orienta. Em pouco tempo e seus companheiros decidem que devem levar o evangelho até à Grécia (16.10), e acabem ministrando sucessivamente em Filipos, Tessalônica, Beréia, Atenas e Corinto. Paulo permanece mais de dezoito meses em Corinto antes de finalmente retornar ao seu "lar", a igreja em Antioquia. Foi durante essa viagem que o ocorreu o incidente que ocasionou a separação entre Paulo e Barnabé. Esse incidente ajuda-nos a entender o segundo, que Lucas registra em Atos 15.36-40. Barnabé desejava que o jovem Marcos os acompanhasse na segunda viagem missionária; Paulo opôs-se à idéia. E a narrativa diz que "houve entre eles tal desavença que vieram a separar-se" (v.39). Não sabemos se Paulo e Barnabé voltaram a encontrar-se. Eles "concordaram em discordar" e empreenderam viagens, cada um para seu lado. Sem dúvida o evangelho foi desse modo promovido mais do que se tivessem permanecido juntos. Então "Paulo, tendo escolhido a Silas, partiu...E passou pela Síria e Cilícia, confirmando as igrejas" (Atos 15.40,41). Depois de nova visita a Derbe, o último ponto visitado na primeira viagem, Paulo e seu grupo prosseguirem até Listra para ver seus convertidos nesta cidade. Aqui Paulo encontrou um jovem chamado Timóteo (At 16.1), e viu nele um substituto potencial para Marcos. O que aconteceu aqui redimiu Paulo de qualquer acusação de não se mostrar disposto a depositar confiança em homens mais jovens do que ele. Em 1 Tm 1.2 dirigiu-se ao jovem Timóteo "verdadeiro filho", e na segundo epístola fala dele como "amado filho".
Quando o grupo de evangelista (dirigido de algum modo não especificado pelo Espírito Santo – Atos 16.6-8) chegou a Trôade e se pôs a comtemplar o outro lado da estreita península, deve ter ponderado sobre a perspectiva de avançar sua campanha ao continente europeu. A decisão foi tomada quando "à noite, sobreveio a Paulo uma visão, na qual um varão macedônio estava em pé e lhe rogava, dizendo: Passa à Macedônia e ajuda-nos" (At 19.6). A resposta de Paulo foi imediata. O grupo navegou para a Europa. Muitos escritores têm sugerido que esse "varão macedônio" pode ter sido o médico Lucas. De qualquer maneira, parece que neste ponto ele entrou no drama de viagem, porque agora ele começa a referir-se aos missionários como "nós". A viagem continuou ao longo da grande estrada romana que corre para o Ocidente através das principais cidades da Macedônia – desde Filipos até Tessalônica, e de Tessalônica a Beréia. Durante 3 semanas, Paulo falou na sinagoga de Tessalônica; depois foi para Atenas, centro da erudição grega, e cidade onde dominava a idolatria (At 17.6). Incansável, ele partiu para Corinto). Sua primeira e grande missão no mundo gentio estendeu-se por quase 3 anos. Depois ele voltou a Antioquia.
TERCEIRA VIAGEM MISSIONÁRIA
Inclinamo-nos a pensar que Paulo tinha concebido a idéia de fazer de Éfeso o centro do ministério, à semelhança de Corinto (18.21). Ele faz isto agora, despendendo ali mais de dois anos. Éfeso era, como Antioquia, uma das maiores cidade do império e o foco da vida de uma grande área adjacente. Mas de novo o Espírito se interpõe e muda a mente de Paulo sobre tal estratégia: Roma! O itinerário um tortuoso pelo qual Paulo se decide (19.21) é provavelmente em consequência da coleta que levantou em favor da igreja em Jerusalém(por exemplo, Romanos 15.25-27): ele deseja levá-la pessoalmente até lá. Paulo está visivelmente preocupado com a visita a Jerusalém. Ele pede aos romanos que orem "para que eu me veja livre dos rebeldes que vivem na Judéia, e que este meu serviço em Jerusalém seja bem aceito pelos santos" (Rm 15.31). Lucas destaca este pressentimento ao relatar as mensagens proféticas que falam a respeito de sua prisão (20.22,23; 21.10-14). E por certo, logo ao chegar em Jerusalém, Paulo se vê em dificuldades com os judeus e cristãos-judeus que desaprovam profundamente seu evangelho desvinculado da lei...
BISPO/JUIZ.DR.EDSON CAVALCANTE
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