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quarta-feira, 31 de julho de 2019

DESCENDÊNCIA DE ABRAÃO


                                                     DESCENDÊNCIA DE ABRAÃO

Um esclarecimento bíblico sobre a descendência árabe
Os muçulmanos, com aproximadamente 1,3 bilhões de adeptos, são encontrados em centenas de grupos étnicos diferentes ao redor do mundo e, possivelmente, três quarto das pessoas do mundo muçulmano não possuem antecedentes árabes. Contudo, o estilo de vida e cultura árabe de Maomé influenciou profundamente o islamismo.
A herança bíblica árabe é geralmente esquecida ou desconhecida por muitos. Talvez saibamos que Ismael se tornou um príncipe árabe e o fundador de muitas tribos árabes, porém, nosso conhecimento sobre a herança bíblica árabe é superficial.
Abraão é o pai de todos os que crêem. De acordo com as promessas de Deus, cada um é bendito ou maldito, dependendo da sua relação com o pai da fé. Ao longo da história, cristãos, judeus e muçulmanos buscam ostentar seu vínculo com o pai da fé.
A Bíblia é uma grande fonte de informações a respeito das genealogias árabes. E os árabes são um povo semita (descendentes de Sem), tanto quanto os judeus (Gn 10.21-32).
Segundo algumas fontes de pesquisa, existem, no mínimo, três tipos de árabes no Oriente Médio: os jotanianos (da linhagem de Jotão, filho de Gideão), os ismaelitas (da união de Abraão com Hagar) e os queturaítas (da união de Abraão com Quetura).
Todos querem pertencer à família de Abraão. Mas todos os árabes são descendentes de Ismael? Quem são os verdadeiros filhos de Abraão? Os árabes que afirmam ser descendentes de Abraão por meio de Ismael também estão incluídos nas promessas de bênçãos?
Vejamos o que a Bíblia diz.

A família de Abraão


Não podemos subestimar a importância de Abraão para as três grandes religiões monoteístas do mundo. Jesus era chamado “filho de Davi, filho de Abraão” (Mt 1.1). O Alcorão menciona Maomé como alguém achegado a Abraão (Surata 3.68).
Deus chamou Abraão para sair de sua terra, dos seus parentes e dos seus pais, para uma terra que ele não tinha idéia de onde seria. E o prêmio da obediência, as bênçãos, seria endereçado a ele e a todas as nações da terra (Gn 12.1-3). A bênção ou a maldição dos povos dependia da posição que Abraão tomasse. A porta da restauração da humanidade perdida foi aberta com o “sim” dado pelo profeta a Deus.
Foi difícil para Abraão meditar sobre a bênção aos seus descendentes, visto que ele e sua esposa estavam idosos e, aos do patriarca, a possibilidade de ter um filho tinha se esgotado. Deus disse que seu filho seria o herdeiro, porém, a paciência de Sara se esgotou primeiro e, “tentando ajudar a Deus”, pediu a Abraão para tomar a serva egípcia Hagar para que a descendência de Abraão fosse iniciada (Gn 16.2). Abraão, que tinha 86 anos de idade, teve um momento de fraqueza, chegando a ponto de concordar que realmente deveria “fazer alguma coisa” para que a promessa de Deus se cumprisse.
Obviamente, esse “não” era o caminho que Deus planejara para dar uma descendência numerosa a Abraão. Imediatamente, começaram os problemas. Sara, a legítima esposa, passou a ser desprezada aos olhos de sua serva Hagar quando esta constatou a gravidez. Sara, então, culpa Abraão, que se isenta da responsabilidade deixando a escrava nas mãos de sua esposa que, por sua vez, maltrata tanto a escrava que Hagar decide fugir para o deserto com o filho.
Com a fuga da escrava, parecia que a história tinha se encerrado, mas Deus não abandonaria Hagar. Ele a amava e também a seu filho. O amor de Deus socorre Hagar no deserto. Um anjo é enviado para ajudá-la e convencê-la a voltar para as tendas de Abraão. Deus dá um nome para o filho da escrava: Ismael, que significa “Deus ouve”. Realmente, Deus ouviu o choro de Hagar!
A escrava obedeceu a Deus e voltou para sua senhora, permitindo que Abraão vivesse ao lado de Ismael. Enquanto o menino crescia, Abraão se alegrava, crendo que a promessa de Deus se cumpriria por intermédio daquele menino, porém, a surpresa bateu à porta daquela família. O filho da promessa ainda estava por vir e não seria filho de uma escrava, mas da própria Sara, ainda que, fisiologicamente, fosse algo impossível. Deus não tinha se esquecido da promessa. Nasceu Isaque e, agora, Ismael tinha um rival. Apesar de Isaque ser o filho prometido, isso não diminuía a tremenda bênção sobre Ismael. Ismael deveria ser abençoado, ser frutífero, multiplicar-se, não apenas de maneira normal, mas “extraordinariamente”. Ele seria pai de doze príncipes e não se tornaria apenas uma nação, mas “uma grande nação”.1

A descendência de Ismael


Assim como houve doze patriarcas em Israel e doze filhos de Naor (Gn 22.20), assim também Ismael, considerado por muitos o patriarca dos árabes, gerou doze príncipes árabes.
Uma característica marcante na vida de Ismael era que ele seria como um “homem bravo” (ACF), “jumento selvagem” (NVI) (Gn 16.12). Ismael haveria de ser forte, selvagem e livre, e de trato difícil, desprezando a vida na cidade e amando sua liberdade a ponto de não ser capaz de viver com ninguém, nem com seus próprios parentes.
Ismael não desapareceu das páginas da história sagrada e muito menos ficou sem bênção, meramente por não pertencer à linhagem de Israel. Deus tinha um lugar e um destino reservados para ele. O Messias, da linhagem de Isaque, também seria o Salvador dos demais descendentes de Abraão e de todas as famílias da terra. Entretanto, os descendentes de Ismael se tornaram inimigos ferrenhos de Israel, descendentes de Isaque (Sl 83.1-18). E permanecem assim até os dias de hoje.2
A Bíblia cita os doze filhos de Ismael e afirma que seus descendentes se estabeleceram na região que vai de Hávila a Sur (região Leste do Egito e região Norte do deserto de Sinai), na direção de quem vai para Assur (Assíria, região Norte do Iraque). Abraão habitou por um tempo nessa região. Foi também a habitação dos amalequitas e de outras tribos nômades (Gn 25.18; 1Sm 15.7; 27.8). Além da Bíblia, os assentamentos, como, por exemplo, os de Quedar, Tema, Dumá e Nebaiote também são conhecidos, há mais de dois milênios.
Nebaiote, o filho mais velho de Ismael, que, em hebraico, significa “frutificação”, era chefe tribal árabe (1Cr 1.29). Sua descendência continuou a ser conhecida por esse nome (Gn 17.20; 25.16). Uma curiosidade histórica é o fato de que a terra de Esaú ou Edom finalmente caiu sob o controle da posteridade de Nebaiote. Esse clã árabe era vizinho do povo de Quedar. Ambos os nomes aparecem nos registros de Assurbanipal, rei da Assíria (669-626 a.C.). Embora alguns estudiosos rejeitem a idéia, possivelmente eles foram os antepassados dos nabateus.
Os nabateus eram um povo árabe cujo reino se expandiu, no passado, até Damasco, capital da Síria, um país árabe. Perto do século 4o a.C., eles estavam firmemente estabelecidos em Petra, que atualmente é um sítio arqueológico, com ruínas e construções magníficas, localizado na Jordânia, que também é um país árabe.
Quedar, o segundo filho de Ismael, em hebraico significa “poderoso”. Alguns estudiosos dizem que essa palavra significa “negro” ou “moreno”, uma referência aos efeitos da radiação solar na pele das pessoas que habitam os desertos quentes do Sul da Arábia, onde vivem os beduínos. O interessante é que, no livro de Cantares de Salomão (1.5), a esposa diz que “é morena como as tendas de Quedar”. No Antigo Testamento, o termo Quedar é usado genericamente para indicar as tribos árabes — beduínos (Ct 1.5; Is 21.16,17; 42.11; 60.7; Jr 2.10; Ez 27.21). No Salmo 120.5, Quedar e Meseque se referem, metaforicamente, a certas tribos bárbaras. Eram negociantes, numerosos em rebanhos e camelos. Alguns deles eram ferozes e temidos guerreiros. Jeremias predisse o julgamento de Quedar, dando a entender que seria destruído por Nabucodonosor (Jr 49.28,29). Após serem destruídos parcialmente por Nabucodonosor e Assurbanipal, eles diminuíram em números e em riquezas e se dissolveram em outras tribos árabes. Os estudiosos muçulmanos, ao reconstruírem a genealogia de Maomé, fazem-no descendente de Abraão, de Ismael, por meio de Quedar. Sam Shamoun, apologista cristão, nega que Maomé seja descendente direto de Ismael, baseado em pesquisas geográficas e étnicas.3
Em face de tudo isso, parece claro que a descendência de Ismael apresentou traços culturais, raciais e lingüísticos com algumas linhagens árabes existentes nos dias de hoje. Além disso, as próprias evidências históricas fortalecem a idéia de que os árabes são descendentes de Ismael, mas isso não significa afirmar que a totalidade dos árabes é descendente de Ismael.

Outras descendências


Descendentes de Jotão

Alguns árabes se referem a si mesmos como descendentes de Jotão (os árabes lhe chamam de Kahtan) e uma das tribos mais famosas que descendiam dele era Sabá, da qual os descendentes fundaram o reino de Sabá, no Iêmen, incluindo a renomada rainha de Sabá (chamada pelos árabes de Bilquis). A visita dessa rainha a Jerusalém, durante reinado de Salomão, é um exemplo de como o povo de Deus teve influência das “arábias”, mesmo nos tempos do Antigo Testamento. Salomão escreveu um dos salmos messiânicos (Sl 72), parcialmente, tendo Sabá em mente (veja os versículos 10 e 15). Jesus falou positivamente sobre a rainha de Sabá (Mt 12.42).
Aparentemente, pelo menos algumas das tribos semíticas adoravam o Deus de Sem, mesmo sem conhecê-lo inteiramente.

Descendentes de Ló

No final do capítulo 19 de Gênesis, observamos o aparecimento de duas linhas genealógicas, os moabitas e os amonitas.
Os moabitas foram descendentes de Ló e sua filha mais velha (Gn 19.30-37). Eles eram arrogantes e inimigos de Israel, mas Deus estava, mais uma vez, usando os babilônios como medida disciplinadora. Isaías (Capítulos15 e 16) e Jeremias (Capítulo 28) predisseram a queda de Moabe e a redução de um povo arrogante a um povo débil. Os moabitas viveram em sítios vizinhos aos seus irmãos amonitas.
Os amonitas eram descendentes de Amon, filho mais novo de Ló (Gn 19.38) e da sua filha mais jovem. Em Juízes 3.13, lemos que esse povo se mostrou hostil para com Israel. Uniu-se em ataque combinado a Israel com outros adversários do povo de Deus. A capital deles era Rabá. Posteriormente, essa cidade tomou o nome de Filadélfia, em honra a Ptolomeu Filadelfo. Atualmente, chama-se Aman, capital da Jordânia. A língua deles era semítica. Hoje, todas aquelas regiões são árabes.4 A raça amonita desapareceu misturada com outras raças semitas.
Embora não seja possível afirmar com precisão, podemos supor, juntamente com muitos estudiosos em genealogias, que há uma grande possibilidade de alguns árabes de hoje serem descendentes não somente de Ismael, mas também de Ló.

Descendentes de Esaú

Esaú, da linhagem de Isaque, teve como uma de suas esposas Maalate ou Basemate, irmã de Nebaiote, da linhagem de Ismael (Gn 28.9; 36.3). As “crianças de Isaque” estavam se misturando com as “crianças de Ismael”, nascendo assim outra linhagem genealógica. Com isso, nasce Reuel, que gerou Naate, Zerá, Samá e Mizá (Gn 36.13). Certamente, muitos árabes hoje apresentam suas genealogias oriundas dessa estranha, mas verdadeira fusão.

Outra descendência de Abraão

Depois que Isaque se casou com Rebeca, Gênesis 25 diz que Abraão desposou outra mulher, Quetura, e com ela teve outros filhos. Abraão, já em idade avançada, criou outra família! Todos os filhos de Quetura, eventualmente, tornaram-se chefes das tribos árabes. Uma dessas tribos era Midiã; os midianitas se opuseram ao Israel do profeta Balaão, porém, nem todos os midianitas eram contra os hebreus. Moisés se casou com Zípora, a filha de Jetro (Êx 2.16-22), que também era chamado de sacerdote de Mídia. Jetro reconhecia o Deus verdadeiro e até mesmo deu bons conselhos a Moisés que agradaram a Deus (Êx 18). Os midianistas, certamente, tiveram alguma revelação de Deus por intermédio de seu pai, Abraão.
Portanto, vemos claramente que os árabes em geral, que reivindicam ter Abraão como pai, certamente pertencem à mesma família e estão ligados a Israel.
A revista Veja apresentou uma reportagem em que as várias populações judaicas não apenas são parentes próximas umas das outras, mas também de palestinos, libaneses e sírios. A descoberta significa que todos são originários de uma mesma comunidade ancestral, que viveu no Oriente Médio há quatro mil anos. Em termos genéticos, significa parentesco bem próximo, maior que o existente entre os judeus e a maioria das outras populações. Quatro milênios representam apenas duzentas gerações, tempo muito curto para mudanças genéticas significativas. O resultado da pesquisa é coerente com a versão bíblica de que os árabes e os judeus descendem de um ancestral comum, o patriarca Abraão.5

Os árabes de hoje e as bênçãos dadas à descendência de Abraão


Por conveniência, definimos os árabes como o povo que fala o árabe, como língua mãe, e que vive na península arábica e regiões circunvizinhas. Hoje, existem diferentes tipos de etnias dentro da região árabe. Algumas nações se tornaram árabes, pois foram arabizadas, como o Sudão e a Somália. Outras realmente descendem das linhagens dos antepassados. Mas, afinal, os ismaelitas (filhos de Ismael) são os árabes de hoje?
Flávio Josefo, historiador judeu, declara que Ismael é pai da nação árabe, conforme crêem os árabes. Segundo Josefo, não podemos descartar a profecia de Isaías, que diz que os ismaelitas adorarão o Messias.6
Raphael Patai, um judeu, declara em seu livro, Semente de Abraão, que o termo “árabe” está contido nas mesmas inscrições com o termo “Quedar”, filho de Ismael, no século 9 a.C., nas epígrafes assírias. Patai também encontrou provas que mostram que os árabes foram sinônimos dos “nabateus”, descendentes de Nebaiote.
Em verdade, o mundo árabe hoje é oriundo de um mosaico de etnias, haja vista as diferentes genealogias formadas no decorrer da história. Talvez, Mahmud, Hassan ou quaisquer outros árabes, sejam descendentes de Ismael, por intermédio da descendência de Nebaiote ou Quedar, ou até mesmo por Ló, ou pela nova família de Abraão com Quetura. Não podemos também descartar a possibilidade de os árabes serem descendentes da fusão entre as crianças de Isaque com as de Ismael ou até mesmo por intermédio de Jotão. Em todas essas possibilidades, encontramos a genética do pai Abraão.
A promessa de Deus a Abraão foi clara e específica: “O seu próprio filho será o seu herdeiro” (Gn 15.4). Mas a grande questão é a seguinte: esta promessa de descendência deve ser entendida em termos raciais ou espirituais?
O apóstolo Paulo esclarece a questão em sua carta aos gálatas: “Ora, as promessas foram feitas a Abraão e a seu descendente. A Escritura não diz: E a seus descendentes, como falando de muitos, mas como de um só: E a teu descendente, que é Cristo” (Gl 3.16).
Todas as promessas feitas a Abraão são cumpridas em Jesus. É por meio do maior Filho de Abraão, Jesus, que a bênção falada em Gênesis alcançará os povos do mundo. A linhagem racial se torna minúscula quando sabemos que podemos ser herdeiros de Abraão, ainda que não sejamos árabes ou judeus.
Jesus nasceu no tempo determinado por Deus (Gl 4.4), como o “descendente” de Abraão. A relação que temos com Jesus se torna fator determinante se pertencemos realmente a Deus ou não.
Paulo resume isso definitivamente ao declarar: “Se vocês são de Cristo, são descendentes de Abraão e herdeiros segundo a promessa” (Gl 3.26,27, 29).
Louvamos a Deus, pois milhares de árabes encontraram Jesus nestes últimos tempos. E na Bíblia, além dos versículos já mencionados, existem muitos outros que nos dão a esperança de que os árabes, eventualmente, serão salvos. Isaías 60.6,7 relata sobre um tempo em que a glória do Senhor será manifestada: “A multidão de camelos te cobrirá, os dromedários de Midiã e Efá [os descendentes de Abraão por intermédio de Quetura]; todos virão de Sabá [descendentes de Jotão]; trarão ouro e incenso e publicarão os louvores do SENHOR. Todas as ovelhas de Quedar [descendentes de Ismael] se reunirão junto de ti; servir-te-ão os carneiros de Nebaiote; para o meu agrado subirão ao meu altar, e eu tornarei mais gloriosa a casa da minha glória”.
Finalmente, quando olhamos para o Novo Testamento, lá estavam os árabes no dia de Pentecoste (At 2.11). Deus, realmente, quer que sua mensagem alcance os árabes.
Temos de acreditar que Deus salvará os árabes, seja qual for a sua descendência. Que os milhões de árabes possam ser realmente inseridos na descendência espiritual de Abraão, por intermédio de Jesus, e que a igreja evangélica seja capaz de reconhecer e compreender as promessas dirigidas a esse povo.

O nascimento de Ismael


“Ora Sarai, mulher de Abrão, não lhe dava filhos, e ele tinha uma serva egípcia, cujo nome era Agar.
“E disse Sarai a Abrão: Eis que o SENHOR me tem impedido de dar à luz; toma, pois, a minha serva; porventura terei filhos dela. E ouviu Abrão a voz de Sarai.
“Assim tomou Sarai, mulher de Abrão, a Agar egípcia, sua serva, e deu-a por mulher a Abrão seu marido, ao fim de dez anos que Abrão habitara na terra de Canaã.
“E ele possuiu a Agar, e ela concebeu; e vendo ela que concebera, foi sua senhora desprezada aos seus olhos.
“Então disse Sarai a Abrão: Meu agravo seja sobre ti; minha serva pus eu em teu regaço; vendo ela agora que concebeu, sou menosprezada aos seus olhos; o SENHOR julgue entre mim e ti.
“E disse Abrão a Sarai: Eis que tua serva está na tua mão; faze-lhe o que bom é aos teus olhos. E afligiu-a Sarai, e ela fugiu de sua face. E o anjo do SENHOR a achou junto a uma fonte de água no deserto, junto à fonte no caminho de Sur.
“E disse: Agar, serva de Sarai, donde vens, e para onde vais? E ela disse: Venho fugida da face de Sarai, minha senhora. Então lhe disse o anjo do SENHOR: Torna-te para tua senhora, e humilha-te debaixo de suas mãos.
“Disse-lhe mais o anjo do SENHOR: Multiplicarei sobremaneira a tua descendência, que não será contada, por numerosa que será.
“Disse-lhe também o anjo do SENHOR: Eis que concebeste, e darás à luz um filho, e chamarás o seu nome Ismael; porquanto o SENHOR ouviu a tua aflição.
“E ele será homem feroz, e a sua mão será contra todos, e a mão de todos contra ele; e habitará diante da face de todos os seus irmãos.
“E ela chamou o nome do SENHOR, que com ela falava: Tu és Deus que me vê; porque disse: Não olhei eu também para aquele que me vê?
“Por isso se chama aquele poço de Beer-Laai-Rói; eis que está entre Cades e Berede.
“E Agar deu à luz um filho a Abrão; e Abrão chamou o nome do seu filho que Agar tivera, Ismael.
“E era Abrão da idade de oitenta e seis anos, quando Agar deu à luz Ismael” (Gn 16.1-16).
Apóstolo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciências da Religião Dr. Edson Cavalcante da Silva

terça-feira, 30 de julho de 2019

CUIDADO A LÍNGUA MATA


                                                      CUIDADO A LÍNGUA  MATA
Assim também a língua é um pequeno membro, e se gaba de grandes coisas. Vede quão grande bosque um tão pequeno fogo incendeia. A língua também é um fogo; sim, a língua, qual mundo de iniqüidade, colocada entre os nossos membros, contamina todo o corpo, e inflama o curso da natureza, sendo por sua vez inflamada pelo inferno. Pois toda espécie tanto de feras, como de aves, tanto de répteis como de animais do mar, se doma, e tem sido domada pelo gênero humano; mas a língua, nenhum homem a pode domar. É um mal irrefreável; está cheia de peçonha mortal. Com ela bendizemos ao Senhor e Pai, e com ela amaldiçoamos os homens, feitos à semelhança de Deus. Da mesma boca procede bênção e maldição. Não convém, meus irmãos, que se faça assim. Porventura a fonte deita da mesma abertura água doce e água amargosa?
Tiago 3 : 5 a 11.

Antes de prosseguir gostaria de deixar estas palavras ditas pelo Nosso Mestre O Senhor Jesus Cristo para nossa reflexão:
Digo-vos, pois, que de toda palavra fútil que os homens disserem, hão de dar conta no dia do juízo.
Mateus 12:36

Falar de um assunto que parece comum as vezes se torna complicado. Por isso resolvi escrever este artigo com base nos textos das sagradas escrituras, pois tenho certeza que as experiências e opiniões das pessoas que são relatadas nestes textos é a fonte mais confiável para se tratar deste ou de qualquer assunto.
De inicio vamos analisar este texto, ele relata à gravidez de Maria a mãe de Jesus Cristo e em que situação isso ocorreu:
Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: Estando Maria, sua mãe, desposada com José, antes de se ajuntarem, ela se achou ter concebido do Espírito Santo.
E como José, seu esposo, era justo, e não a queria infamar, intentou deixá-la secretamente.
E, projetando ele isso, eis que em sonho lhe apareceu um anjo do Senhor, dizendo: José, filho de Davi, não temas receber a Maria, tua mulher, pois o que nela se gerou é do Espírito Santo; ela dará à luz um filho, a quem chamarás JESUS; porque ele salvará o seu povo dos seus pecados.
Ora, tudo isso aconteceu para que se cumprisse o que fora dito da parte do Senhor pelo profeta:
Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, o qual será chamado EMANUEL, que traduzido é: Deus conosco. E José, tendo despertado do sono, fez como o anjo do Senhor lhe ordenara, e recebeu sua mulher. E não a conheceu enquanto ela não deu à luz um filho; e pôs-lhe o nome de JESUS.
Mateus 1: 18 a 25.

A parte do texto que diz: “E como José, seu esposo, era justo, e não a queria infamar”. Revela-nos um traço diferente de caráter que raramente é observado nas pessoas; a capacidade de não falar mal de alguém mesmo quando todas as circunstancias da situação nos levaria a isso.
Antes de continuar vamos ao significado da palavra infamar, segundo o dicionário seria cobrir publicamente de vergonha, tornar infame.
José estava noivo de Maria e ainda não havia mantido relações sexuais com ela, o texto diz que a gravidez de Maria aconteceu antes de ‘ se ajuntarem ‘, ou seja, antes de ter relações sexuais. E José não tinha conhecimento que a criança esperada por Maria era o filho de DEUS, observe que só depois dele ter tido a atitude de não infamar o nome dela foi que o anjo declarou a ele as circunstancias da gravidez.
Ao longo da história bíblica muitos homens são lembrados por alguma qualidade física ou mesmo de personalidade. Alguns exemplos: Sansão pela sua força descomunal, Jó pela sua incomparável paciência, Moisés pela sua indiscutível autoridade, Elias pela sua demonstração de poder, Abraão pela sua fé, Salomão pela sua sabedoria. Mas não vejo em nenhum outro um traço tão forte de caráter como se vê em José. Imagino DEUS ” vasculhando” a terra à procura de alguém tão justo como José para poder confiar a guarda de seu filho, creio que nenhuma outro antes nem depois de José teria na situação que ele se encontrava tomado a mesma atitude, imagine naquela época sua noiva grávida tendo ele a certeza que o filho não era seu. Ele tinha todo o direito de falar o que quisesse sobre o assunto mais observe que ele é chamado de JUSTO e por isso não o fez. Imagine se todos nós tivéssemos este traço de caráter, o falar mal dos outros com ou sem motivos já não existiria.
Veja que o apóstolo Paulo escrevendo a seu amigo Tito no capitulo 3 no verso 2 dar lhe o seguinte conselho:
Que a ninguém infamem, nem sejam contenciosos, mas moderados, mostrando toda a mansidão para com todos os homens.
Abordei o lado positivo da questão citando um claro exemplo de uma pessoa que tinha total controle sobre sua língua, vamos adiante entrar no lado oposto do assunto e fazer uma análise, a luz de textos e situações bíblicas para entendermos a gravidade envolvida com este assunto.
Pegaremos uma ” qualidade ” que aparece várias vezes no decorrer da biblia, a MALEDICÊNCIA. Segundo o dicionário este termo significa qualidade de quem é maldizente, ação de falar mal de alguém com intenção de denegrir ou de deprimir. Trocando em miúdos, pessoas que gostam de fofocas.
Vejam alguns conselhos dados pelos escritores da biblia sobre o assunto:
Deixando, pois toda a malicia, todo o engano e fingimento, e invejas e toda a maledicência.
1ª Pedro 2:1

Mas agora despojai-vos também de tudo isto: da ira, da cólera, da malicia, da maledicência e das palavras torpes de vossa boca.
Colossenses 3:8

Da mesma sorte a mulheres sejam sérias, não maldizentes, temperantes e fiéis em tudo.
1ª Timóteo 3:8.

Este assunto era levado tão a sério pelo apostolo Paulo que ele chegou a comparar a fofoca com uma das piores doenças conhecidas de sua época: O câncer, vamos ao texto.
Procura apresentar-te diante de DEUS aprovado, como obreiro que não tem do que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade, mas envita as conversas vâs e profanas; porque os que delas usam passarão a impiedade ainda maior, e as suas palavras são como um CANCER; entre eles estão Himineu e Fileto.
2ª Timóteo 2: 15 a 17.

O apóstolo Tiago diz que o descontrole da língua ( a fofoca ) é uma força vinda direta do inferno, e que o veneno destilado pela língua humana é como um veneno de serpente, reflitam no texto:
Assim também a língua é um pequeno membro, e se gaba de grandes coisas. Vede quão grande bosque um tão pequeno fogo incendeia. A língua também é um fogo; sim, a língua, qual mundo de iniqüidade, colocada entre os nossos membros, contamina todo o corpo, e inflama o curso da natureza, sendo por sua vez inflamada pelo inferno. Pois toda espécie tanto de feras, como de aves, tanto de répteis como de animais do mar, se doma, e tem sido domada pelo gênero humano; Mas a língua, nenhum homem a pode domar. É um mal irrefreável; está cheia de peçonha mortal.
Tiago 3:5 a 8.

Aconselho a leitura de todo o capitulo 3 do livro de Tiago, este capítulo trata exclusivamente deste assunto.
Uma pessoa que faz fofocas chega a ser chamada de seguidora de satanáz pelo apóstolo Paulo, observem o texto:
E, além disto, aprendem também a ser ociosas, andando de casa em casa; e não somente ociosas, mas também faladeiras e intrigantes, falando o que não convém.
Quero pois que as mais novas se casem, tenham filhos, dirijam a sua casa, e não dêem ocasião ao adversário de maldizer;
Porque já algumas se desviaram, indo após Satanás.
1ª Timóteo 5:13 a 15.

Fazendo uma análise mais profunda do texto da primeira carta de Paulo aos coríntios no capítulo 6 dos versículos 9 a 11 poderemos comprovar duas verdades sérias: Primeira, quem não controla a língua é incluido em onze classes de pessoas com atitudes condenáveis e o mais sério, se não se arrepender e abandonar a prática da fofoca, segundo este texto, não herdará o reino dos céus. Analisem:
Não sabeis que os injustos não herdarão o reino de Deus? Não vos enganeis: nem os devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os sodomitas, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os maldizentes, nem os roubadores herdarão o reino de Deus.
E tais fostes alguns de vós; mas fostes lavados, mas fostes santificados, mas fostes justificados em nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito do nosso Deus.
1ª coríntios 6: 9 a 11.

Vamos destacar algumas práticas citadas juntamente com a maledicência, o observe que a pena para os que praticam estas coisas, inclusive a maledicência, é não herdar o reino dos céus, caso não às abandonem, claro. A maledicência não seria tratada de uma maneira tão séria se não fosse tão grave. Seque a lista:
Injustos.
Devassos.
Idólatras.
Adúlteros.
Efeminados.
Sodomitas.
Ladrões.
Avarentos.
Bêbados.
Maldizentes. ( fofoqueiro, linguarudo, mexeriqueiro, falador, difamador ….. )
Roubadores.

Existe ate profecia que aponta o aumento da prática da calúnia como um sinal do fim dos tempos e da volta de Jesus. Observe novamente neste texto com que classe de pessoas os caluniadores são comparados.
Sabe, porém, isto, que nos últimos dias sobrevirão tempos penosos. Pois os homens serão amantes de si mesmos, gananciosos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a seus pais, ingratos, ímpios, sem afeição natural, implacáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, inimigos do bem, traidores, atrevidos, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando-lhe o poder. Afasta-te também desses.
2ª Timóteo 3: 1 a 5.

No texto a seguir vemos novamente Paulo citar a maledicência, novamente ele coloca esta prática em pé de igualdade com outras e dá uma sentença terrível para os seus praticantes: O afastamento dos demais membros da igreja de Corinto, ele diz: não vos comuniqueis, vamos ao texto.
Já por carta vos escrevi que não vos comunicásseis com os que se prostituem; com isso não me referia à comunicação em geral com os devassos deste mundo, ou com os avarentos, ou com os roubadores, ou com os idólatras; porque então vos seria necessário sair do mundo. Mas agora vos escrevo que não vos comuniqueis com aquele que, dizendo-se irmão, for devasso, ou avarento, ou idólatra, ou maldizente, ou beberrão, ou roubador; com esse tal nem sequer comais.
1ª coríntios 5: 9 a 11.

Alguém poderia usar o argumento de ” vingança ” e dizer, falei dele ( a ) porque ele ( a ) falou de mim, mas analisem o mandamento de Jesus neste texto:
Bendizei os que vos maldizem e orai pelo que vos caluniam.
Lucas 6:28.

Selecionei alguns textos bíblicos e deixarei para nossa reflexão antes da conclusão:
O que anda mexericando revela segredos; mas o fiel de espírito encobre o negócio.
Provérbios 11:13

O homem perverso espalha contendas; e o difamador separa amigos íntimos.
Provérbios 16:28

Faltando lenha, apaga-se o fogo; e não havendo difamador, cessa a contenda.
Como o carvão para as brasas, e a lenha para o fogo, assim é o homem contencioso para acender rixas.
Provérbios 26: 20 e 21.

Guarda a tua língua do mal, e os teus lábios de falarem dolosamente.
Salmo 34:13

Irmãos, não faleis mal uns dos outros. Quem fala mal de um irmão, e julga a seu irmão, fala mal da lei, e julga a lei; ora, se julgas a lei, não és observador da lei, mas juiz.
Tiago 4:11.

Não retribuindo mal por mal, ou injúria por injúria; antes, pelo contrário, bendizendo; porque para isso fostes chamados, para herdardes uma bênção.
Pois, quem quer amar a vida, e ver os dias bons, refreie a sua língua do mal, e os seus lábios não falem engano.
1ª Pedro 3: 9 e 10

Conclusão:
A Biblia é clara quando trata deste assunto, ela aponta o erro, diz como evitá-lo e também descreve as punições para que se rebelar contra seus conselhos, mas em momento algum é proibido o denunciar erros, avisar amigos sobre armadilhas, falar a verdade, ela condena com veemência a fofoca, os falatórios desnecessários e sem sentido bem como a maledicência.
Somente quem já foi vitima de fofocas sabe o mal que esta prática causa e os traumas que deixam na vida das pessoas. A fofoca abre verdadeiras feridas na alma dos que são vitimas.
Vamos refletir nestes conselhos e situações descritas na palavra de DEUS e nos adequar a eles, e fazer uma oração sincera a DEUS para nos livrar das pessoas que tem este hábito, o de falar o que não devem, de maneira errada, na hora errada e com as pessoas erradas e também que nos mesmos não venham a cair nesta terrível prática.
Veja que o rei Davi pediu a Deus pra não SER vítima, mas também pediu pra não FAZER outros de vitimas. Repitam e reflitam nas palavras do rei Davi nestes textos:
Senhor , livra-me dos lábios mentirosos e da língua enganadora.
Salmo 120: 2

Põe, ó Senhor, uma guarda à minha boca; vigia a porta dos meus lábios!
Salmo 141: 3

Que O senhor Jesus Cristo nos conceda livramento e sabedoria.
Apóstolo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciências da Religião Dr. Edson Cavalcante

segunda-feira, 29 de julho de 2019

A PARÁBOLA DO SEMEADOR


                                                   A PARÁBOLA DO SEMEADOR

    O Semeador, a Semente e os Solos

Jesus contou freqüentemente, por parábolas, histórias sobre os acontecimentos do dia-a-dia que ele usava para ilustrar verdades espirituais. Uma das mais importantes destas parábolas é aquela registrada em Mateus 13:1-23, Marcos 4:1-20 e Lucas 8:4-15. Esta história fala de um fazendeiro que lançou sementes em vários lugares com diferentes resultados, dependendo do tipo do solo. A importância desta parábola é salientada por Jesus em Marcos 4:13: "Não entendeis esta parábola e como compreendereis todas as parábolas?" Jesus está dizendo que esta parábola é fundamental para o entendimento das outras. Esta é uma das três únicas parábolas registradas em mais do que dois evangelhos, e também é uma das únicas que Jesus explicou especificamente. Precisamos meditar cuidadosamente nesta história.
A história em si é simples: "Eis que o semeador saiu a semear. E, ao semear, uma parte caiu à beira do caminho; foi pisada, e as aves do céu a comeram. Outra caiu sobre a pedra; e, tendo crescido, secou por falta de umidade. Outra caiu no meio dos espinhos; e, estes, ao crescerem com ela, a sufocaram. Outra, afinal, caiu em boa terra; cresceu e produziu a cento por um" (Lucas 8:5-8). A explicação de Jesus é também fácil de entender: "A semente é a palavra de Deus. A que caiu à beira do caminho são os que a ouviram; vem, a seguir, o diabo e arrebata-lhes do coração a palavra, para não suceder que, crendo, sejam salvos. A que caiu sobre a pedra são os que, ouvindo a palavra, a recebem com alegria; estes não têm raiz, crêem apenas por algum tempo e, na hora da provação, se desviam. A que caiu entre espinhos são os que ouviram e, no decorrer dos dias, foram sufocados com os cuidados, riquezas e deleites da vida; os seus frutos não chegam a amadurecer. A que caiu na boa terra são os que, tendo ouvido d bom e reto coração retêm a palavra; estes frutificam com perseverança" (Lucas 8:11-15). Alguém ensina as Escrituras a várias pessoas; a resposta dessas pessoas depende do estado do coração delas, isto é, de sua atitude. Consideremos o semeador, a semente e o solo.

O Semeador

O trabalho do semeador é colocar a semente no solo. Uma vez que a semente for deixada no celeiro, nunca produzirá uma safra, por isso seu trabalho é importante. Mas a identidade pessoal do semeador não é. O semeador nunca é chamado pelo nome nesta história. Nada nos é dito sobre sua aparência, sua capacidade, sua personalidade ou suas realizações. Ele simplesmente põe a semente em contato com o solo. A colheita depende da combinação do solo com a semente.
Aplicando-se espiritualmente, os seguidores de Cristo devem estar ensinando a palavra. Quanto mais ela é plantada nos corações dos homens, maior será a colheita. Mas a identidade pessoal do professor não tem importância. "Eu plantei, Apolo regou; mas o crescimento veio de Deus. De modo que nem o que planta é alguma cousa, nem o que rega, mas Deus que dá o crescimento" (1 Coríntios 3:6-7). Em nossos dias, o semeador tornou-se a figura principal e a semente é bastante esquecida. A propaganda das campanhas religiosas freqüentemente contém uma grande fotografia do orador e dá grande ênfase ao seu nível escolar, sua capacidade pessoal e o desenvolvimento de sua carreira; o evangelho de Cristo que ele supõe-se estar pregando é mencionado apenas naquelas letrinhas, lá no canto. Não devemos exaltar os homens, mas fixarmo-nos completamente no Senhor.

A Semente

A semente é a Palavra de Deus. Cada conversão é o resultado do assentamento do evangelho dentro de um coração puro. A palavra gera (Tiago 1:18), salva (Tiago 1:21), regenera (1 Pedro 1:23), liberta (João 8:32), produz fé (Romanos 10:17), santifica (João 17:17) e nos atrai a Deus (João 6:44-45). Como o evangelho se espalhava no primeiro século, foi-nos dito muito pouco sobre os homens que o divulgaram, porém muito nos foi dito sobre a mensagem que eles disseminaram (estude o livro de Atos e note que em cada cidade para onde os apóstolos viajaram, os homens eram convertidos como resultado da palavra que era ensinada). A importância das Escrituras deve ser ressaltada ao máximo.
Isto significa que o professor tem que ensinar a palavra. Não há substitutos permitidos. Freqüentemente, pessoas raciocinam que haveria uma colheita maior se alguma outra coisa fosse plantada. Então, igrejas começam a experimentar outros meios, de modo a conseguir mais adeptos. Elas recorrem a divertimentos, festas, esportes, aulas de Inglês, bandas, eventos sociais e muitas outras coisas para tentar atrair as pessoas que não estariam interessadas, se pregassem somente o evangelho. Considere esta ilustração: Imagine que meu pai me mandou plantar milho, pois ele estaria ausente da fazenda por alguns meses. Depois que ele saiu, eu decidi experimentar o solo e descobri que não era bom para o plantio do milho, mas daria um estouro de safra de melancias. Então resolvi plantar melancias. Imagine a reação de meu pai quando ele voltar para casa, esperando receber milho, e eu lhe mostrar um caminhão de melancias, em vez disso. Nosso Pai celestial nos disse qual semente plantar: a palavra de Deus. Não é noso trabalho analisar o solo e decidir plantar alguma outra coisa, esperando receber melhores resultados. A colheita do evangelho pode ser pequena (se o solo for pobre), mas Deus só nos deu permissão para plantar a palavra. Somente plantando a Palavra de Deus nos corações dos homens o Senhor receberá o fruto que ele espera. Ou, usando uma figura diferente: as Escrituras são a isca de Deus para atrair o peixe que ele quer salvar. Precisamos aprender a ficar satisfeitos com seu plano.
Aqui há uma lição para o ouvinte também. O fruto produzido depende da resposta à Palavra. É decisivamente importante ler, estudar e meditar sobre as Escrituras. A palavra tem que vir habitar em nós (Colossenses 3:16), para ser implantada em nosso coração (Tiago 1:21). Temos que permitir que nossas ações, nossas palavras e nossas próprias vidas sejam formadas e moldadas pela palavra de Deus.
Uma safra sempre depende da natureza da semente, não do tipo da pessoa que a plantou. Um pássaro pode plantar uma castanha: a árvore que nascer será um castanheiro, e não um pássaro. Isto significa que não é necessário tentar traçar uma linhagem ininterrupta de fiéis cristãos, recuando até o primeiro século. Há força e autoridade próprias da palavra para produzir cristãos como aqueles do tempo dos apóstolos. A palavra de Deus contém força vivificante. O que é necessário é homens e mulheres que permitam que a palavra cresça e produza frutos em suas vidas; pessoas com coragem para quebrar as tradições e os padrões religiosos em volta deles, para simplesmente seguir o ensinamento da Palavra de Deus. Hoje em dia, a palavra de Deus tem sido freqüentemente misturada com tanta tradição, doutrina e opinião que é quase irreconhecível. Mas se pusermos de lado todas as inovações dos homens e permitirmos que a palavra trabalhe, podemos tornar-nos fiéis discípulos de Cristo justamente como aqueles que seguiram Jeus quase 2000 anos atrás. A continuidade depende da semente.

Os Solos

É perturbador notar que a mesma semente foi plantada em cada tipo de solo, mas os resultados foram muito diferentes. A mesma palavra de Deus pode ser plantada em nossos dias; mas os resultados serão determinados pelo coração daquele que ouve.
Alguns são solo de beira de estrada, duro, impermeável. Eles não têm uma mente aberta e receptiva para permitir que a palavra de Deus os transforme. O evangelho nunca transformará corações como estes porque eles não lhe permitem entrar.
As raízes das plantas, no solo pedregoso, nunca se aprofundam. Durante os tempos fáceis, os brotos podem parecer interessantes, mas abaixo da superfície do terreno, as raízes não estão se desenvolvendo. Como resultado, se vem uma pequena temporada seca ou um vento forte, a planta murcha e morre. Os cristãos precisam desenvolver suas raízes por meio de fé em Cristo e de estudo da Palavra cada vez mais profundo. Tempos difíceis virão, e somente aqueles que tiverem desenvolvido suas raízes abaixo da superfície sobreviverão.
Quando se permite que ervas daninhas cresçam junto com a semente pura, nenhum fruto pode ser produzido. As ervas disputam a água, a luz solar e os nutrientes e, como resultado, sufocam a boa planta. Existe uma grande tentação a permitir que interesses mundanos dominem tanto nossa vida que não nos resta energia para devotar ao crescimento do evangelho em nossas vidas.
Então, há o bom solo que produz fruto. A conclusão desta parábola é deixada para cada um escrever. Que espécie de solo você é?
Apóstolo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciências da Religião Dr. Edson Cavalcante

ISRAEL NO DESERTO


                                                              ISRAEL NO DESERTO
Uma jornada de semanas levou uma geração. 
Quando os escravos israelitas foram libertados do Egito, saíram com um destino já definido por Deus 400 anos antes. A terra onde Abraão morou seria a herança dos seus descendentes. Como podemos ver em um mapa da região, o caminho mais direto do Egito para Canaã levaria poucos dias, entrando em Canaã pelo lado Sudoeste, a região dominada, na época, pelos filisteus. Mesmo com milhões de pessoas de todas as faixas etárias e com rebanhos grandes, não seria uma viagem de mais de algumas semanas.
Mas Deus não permitiu que fossem por esse caminho mais direto, sabendo que não estavam preparados para entrar em batalhas contra outros povos: “Tendo Faraó deixado ir o povo, Deus não o levou pelo caminho da terra dos filisteus, posto que mais perto, pois disse: Para que, porventura, o povo não se arrependa, vendo a guerra, e torne ao Egito”(Êxodo 13:17).
Deus sabia que o povo precisava se fortalecer espiritualmente para confiar nele diante dos desafios que enfrentariam, então ele conduziu os israelitas ao monte Sinai, onde teriam um ano de preparo antes de prosseguir para a terra prometida. Nesse tempo, eles receberam a lei do Senhor, prepararam o tabernáculo como um tipo de templo móvel e aprenderam sobre o papel dos sacerdotes e sobre sacrifícios e outros ritos religiosos. Deus estabeleceu ordem entre esse povo, até definindo a posição de acampamento de cada tribo e a sequência de saída em caso de batalha.
Depois de sair do monte Sinai, o povo poderia ter começado a invasão da terra de Canaã em poucos dias. Mas tiveram atrasos no caminho por causa das suas atitudes rebeldes e ingratas. Quando chegaram mais próximos ao destino, Moisés mandou doze homens para espiar a terra e voltar com relatórios da riqueza natural do lugar e informações que ajudariam na campanha militar contra os povos da região condenados por Deus. Os espiões foram, mas a maioria não foi fiel na sua missão. Apesar de todas as demonstrações do poder e da grandeza de Deus, fatos que ainda assustariam os povos pagãos 40 anos depois (Josué 2:8-11), os israelitas achavam os gigantes humanos maiores do que o próprio Senhor. O problema não foi reconhecer sua própria pequenez (se achavam como gafanhotos diante dos homens enormes que habitavam em Canaã – Número 13:33). O problema dos espiões e das pessoas que os seguiram foi a falta de confiança em Deus (Números 14:5-9). Não acreditavam que Deus fosse maior do que os gigantes. É o mesmo erro que cometemos quando achamos os nossos problemas, provações e tentações insuperáveis, pois achamos esses desafios maiores do que o próprio Senhor! Podemos nos ver como gafanhotos insignificantes, mas não vejamos Deus como alguém pequeno, fraco ou limitado!
Deus ameaçou exterminar o povo rebelde, mas Moisés fez apelo a favor das pessoas que, pouco tempo antes, queriam apedrejá-lo! Deus ouviu a oração de Moisés e perdoou o povo (Números 14:13-20). Perdão, porém, não significa livramento de todas as consequências. Deus ainda sentenciou o povo a completar quarenta anos no deserto, dizendo que os homens daquela geração não receberiam a herança da terra prometida (Números 14:21-23). Ficariam quarenta anos no deserto, e seus filhos seriam os herdeiros da promessa (Números 14:34; 32:13).
Durante esses quarenta anos, Deus preparou a nação para a próxima etapa no seu plano, a conquista da terra prometida. Esse preparo incluiu, principalmente, duas coisas: (1) Deus continuou mostrando suas obras para aumentar a fé do povo e ajudá-lo a confiar nele. Ele disse: “e viram as minhas obras por quarenta anos” (Hebreus 3:9). (2) Moisés foi muito dedicado ao trabalho de ensinar o povo, focando a preparação da nova geração que habitaria em Canaã. Observamos, especialmente nos últimos capítulos de Números e no livro de Deuteronômio, sua ênfase em ensinar o que seria importante depois de tomarem posse da terra. É especialmente notável que o capítulo logo depois da sentença de ficarem quarenta anos no deserto começa com estas palavras: “Disse o SENHOR a Moisés: Fala aos filhos de Israel e dize-lhes: Quando entrardes na terra das vossas habitações, que eu vos hei de dar...” (Números 15:1-2). 
Por quarenta anos, uma geração foi castigada enquanto a próxima se preparou para receber a herança prometida por Deus.
Apóstolo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciências da Religião Dr. Edson Cavalcante

domingo, 28 de julho de 2019

MONTANHAS E MONTES DE ISRAEL


                                             MONTANHAS E MONTES DE ISRAEL
Na Bíblia observamos que em várias situações Deus tem levado homens a lugares onde Ele possa trata com estes, e quando necessário Deus leva o próprio provo de Israel para algum lugar, ou seja, para um monte para tratar com eles. Mas uma coisa você precisa saber, não importa qual o monte você tenha que subir, nunca vá para lá sem Deus, pois senão você pode não ter forças para sair de lá.


MONTE SEIR

“Depois viramo-nos, e caminhamos ao deserto, caminho do Mar Vermelho, como o SENHOR me tinha dito, e muitos dias rodeamos o monte Seir. Então o Senhor me falou, dizendo: Tendes rodeado bastante esta montanha; virai-vos para o norte. (Deuteronômio 2:1-3).

Por muitos dias Deus fez o povo de Israel rodear o Monte Seir. Com qual finalidade? A palavra Seir significa áspero, e estar em lugar áspero não é nada bom, mas se o Senhor
estiver no controle, aí a coisa vai!.

O que Deus nos revela? Que estar no Monte Seir é estar em desorientação rodando, circulando, virando em lugar áspero, pois muitas vezes é assim que nos encontramos e enquanto não reconhecemos a dependência total de Deus, continuaremos a rodear o Monte Seir. Cada um de nós tem nossos momentos de desorientação, quando então precisamos nos voltar para Deus e pedir socorro.

Não fique desorientado, busque o Senhor, clame a Ele, pois ainda que esteja no Monte Seir Ele é capaz de te ajudar, de te livrar. Seir não é lugar de cristão; podemos passar por lá, mas ficar jamais!

MONTE HOREBE ou SINAI


“E apascentava Moisés o rebanho de Jetro, seu sogro, sacerdote em Midiã; e levou o rebanho atrás do deserto, e chegou ao monte de Deus, a Horebe” (Êxodo 3:1).

Horebe significa, espinhoso, seco. Era este o lugar onde Deus falou com Moisés. Era onde Moisés levava as ovelhas de seu sogro. Ele que viveu em um palácio agora vive no deserto sem uma cama macia ou um banho de leite. Esta, talvez, seja a pior fase de sua vida.

Quando pensamos que está tudo acabado, então Deus entra em ação. Quando você estiver em lugares espinhosos, vivendo na sequidão, cercado por problemas que você não tem forças para resolver, então se lembre de Deus, Ele é a solução para a sua vida. Horebe é o lugar onde Deus fala, sim, Deus fala nos lugares espinhosos. Quando Moisés desceu do Monte Sinai (ou Horebe), seu rosto brilhava, sabe por quê? Porque Deus havia falado com ele. Sim, para Deus o que importa é que você esteja disposto a ouvi-lo, mesmo estando em situações críticas. Quando todos olharem para você e acharem que está tudo acabado, Deus ainda te espera para colocar um brilho em seu rosto.

MONTE MORIÁ

“E disse: Toma agora o teu filho, o teu único filho, Isaque, a quem amas, e vai-te à terra de Moriá, e oferece-o ali em holocausto sobre uma das montanhas, que eu te direi” (Gênesis 22:1-3).

Muitas vezes colocamos alguns “Isaques” entre nós e Deus, nos impedindo de sermos abençoados, pois quando temos alguém ou algo em nossas vidas mais importantes do que Deus, precisamos ser levados ao monte Moriá.

Moriá significa lugar de sacrifício, onde devemos colocar no altar tudo que para nós possa ter valor e sacrificarmos, mesmo que doa, será melhor.

Deus não quer ter o segundo lugar em nossas vidas, então é por isso que vemos muitos cristãos que vivem no sofrimento, pois não saem do Monte Moriá, não querem sacrificar algo que os impede de se chegarem a Deus.

Quando Abraão realmente entendeu que Isaque estava ocupando um lugar quer era de Deus, ele aceitou fazer a vontade de Deus e não temeu em seu coração, então entrou para a lista dos heróis da fé, e chamado amigo de Deus. Quer ser amigo de Deus? Sacrifique o seu isaque; tire aquilo que está ocupando o lugar de Deus, assim você descerá do Monte Moriá.

MONTE DAS OLIVEIRAS

“E, tendo cantado o hino, saíram para o Monte das Oliveiras” (Mateus 26:30).

O Monte das Oliveiras é local de solidão, pois antes de subirem para lá, Jesus ministrou a Santa Ceia aos seus discípulos, os fazendo terem mais comunhão com Ele, e lá no monte Jesus começa a falar que Pedro o negaria, Judas o trairia, e os outros o abandonaria. Que momento triste no ministério de Jesus, cercado de amigos, porém só, e na calada da noite, quando pede para orarem com Ele, eles dormem.

Lembra-se quando você estava atravessando aquela terrível fase, quando você mais precisava de um amigo, ninguém apareceu. Mas enquanto na solidão de seu quarto, em meios as suas lágrimas, enquanto você mais sofria, alguém sofria por você, esperando que você somente falasse o nome Dele, para que Ele te ajudasse no monte da solidão.

Venha estar com Jesus, talvez você nunca entregou a direção de sua vida a Ele. Não fique no Monte das Oliveiras, onde se chora sozinho, venha chorar aos pés do Mestre Senhor e Salvador de nossas vidas.

MONTE DA TRANSFIGURAÇÃO

“E seis dias depois Jesus tomou consigo a Pedro, a Tiago, e a João, e os levou sós, em particular, a um alto monte; e transfigurou-se diante deles... E apareceu-lhes Elias, com Moisés, e falavam com Jesus” (Marcos 9:2;4).

Neste texto vemos que Jesus leva três testemunhas para presenciarem o que estaria para acontecer, e naquele local aparecem Moisés e Elias conversando com Jesus. Se atentarmos para Moisés, ele havia feito um pedido para o próprio Deus em Êxodo 33:18 em diante, dizendo que gostaria de ver Deus face a face, mas Deus não o atendeu para que ele não morresse, mas a vontade de Moisés não morreu. Passados alguns anos, Deus diz a Moisés que ele não entraria na terra prometida, ele somente a viria com os olhos, mas lá não entraria, então Moisés morre.

Mas o monte da transfiguração é o Monte de realizar sonhos, pois passados dois dias da morte de Moisés, pois um dia para Deus são mil anos e mil anos para Deus é um dia, Moisés aparece vendo Deus face a face e dentro da terra prometida que mana leite e mel.

Não desanime, a última palavra ainda não foi dada, e quem dá a última palavra é Deus, Ele próprio realizará seus sonhos.

MONTE DO SENHOR
“Quem subirá ao monte do Senhor, ou quem estará no seu lugar santo. Aquele que é limpo de mãos e puro de coração, que não entrega a sua alma à vaidade, nem jura enganosamente” (Salmos 24:3,4).

Hoje, quem subirá ao Monte Santo do Senhor?
O Monte Santo do Senhor é o lugar de descanso. Quantas vezes nos sentimos cansados, pois a vida nos reserva momentos diferenciados, que consomem nossas energias no dia a dia, mas o homem tem buscado descanso na bebida, na prostituição, no pecado, e ao invés de descansar acaba se cansando ainda mais.

Só existe um bom lugar para se deleitar, e esse lugar é o Monte Santo do Senhor, o único lugar onde você conseguirá se sentir bem, mas lave suas mãos do pecado, purifique seu coração das vaidades e não jure enganosamente. Assim você subirá no Monte Santo do Senhor, o verdadeiro monte do descanso.

MONTE SIÃO

“Mas chegastes ao monte Sião, e à cidade do Deus vivo, à Jerusalém celestial, e aos muitos milhares de anjos” (Hb 12:22).

Sião significa ensolarado.
O escritor de Hebreus fala sobre uma visão terrível de Moisés, que viu a cidade Quadrangular, a Jerusalém de Deus, um lugar que não tem noite, pois a glória de Deus estará inundando aquele lugar, clareando nossas vidas.

Sião é ensolarado e ensolarado é o lugar onde vamos morar.

A verdade é que não importa em qual monte você está neste momento, mas o importante é que esteja com Deus, pois só Ele para te conduzir e te levar no Monte Sião, lugar onde não há solidão, tristeza, prova, medo, desorientação.
Deus quer nos mostrar sua glória. Amém!
Apóstolo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciências da Religião Dr. Edson Cavalcante