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quinta-feira, 31 de agosto de 2017

EM BAIXO DA PALMEIRA...


                                                     EM BAIXO DA PALMEIRA...
                        DÉBORA UMA MULHER A SERVIÇO DE DEUS...
Algumas pessoas são líderes improváveis. Superficialmente, elas parecem não ter as características que geralmente associamos com grandeza e poder. Davi, por exemplo, era um jovem pastor de ovelhas, um sonhador que escrevia cânticos e tocava harpa – qualidades geralmente não procuradas quando você escolhe alguém para derrotar inimigos. No entanto, Deus o chamou não apenas para ser um homem de guerra mas também rei de todo o Israel. Por quê? Porque Davi tinha algo mais importante do que habilidade militar ou sangue real. Ele tinha fé em Deus.
Na época dos juízes, uma mulher chamada Débora tornou-se líder de Israel. Pelos nossos padrões, ela também era uma candidata improvável para essa tarefa tão relevante. A Bíblia fala pouco sobre suas credenciais, a não ser que era esposa e mãe (Jz 4.4; Jz 5.7), o que não a qualificava para dirigir um país. Porém, Débora tinha a mesma vantagem que Davi: ela tinha fé em Deus.
Numa época em que Israel andava aos tropeços e cada homem fazia aquilo que parecia certo aos seus próprios olhos (veja Jz 17.6; Jz 21.25), Deus escolheu uma mulher de grande fé que estava disposta a segui-lO em obediência.
As Escrituras dizem que Débora era uma profetisa, significando que Deus lhe falava e ela transmitia Sua Palavra ao povo. Ela era uma juíza, portanto, julgava as pessoas que vinham até ela para resolver suas contendas. Naturalmente, ela também era esposa e mãe.
Seu feito mais conhecido ocorreu quando os israelitas clamaram a Deus por libertação depois de vinte anos de opressão sob o jugo de Jabim, rei de Canaã. O poderoso Jabim tinha 900 carros de ferro e governava a partir de Hazor, no Norte de Israel. Débora, que vivia no Sul, fora de Jerusalém, nas regiões montanhosas de Efraim, convocou Baraque, da tribo de Naftali, da região de Hazor. Quando Baraque chegou, Débora corajosamente transmitiu-lhe o plano de Deus: “Porventura, o Senhor, Deus de Israel, não deu ordem, dizendo: Vai, e leva gente ao monte Tabor, e toma contigo dez mil homens dos filhos de Naftali e dos filhos de Zebulom? E farei ir a ti para o ribeiro Quisom a Sísera, comandante do exército de Jabim, com os seus carros e as suas tropas; e o darei nas tuas mãos” (Jz 4.6-7).
Baraque estava disposto a obedecer, mas insistiu que Débora fosse com ele. Ela concordou, porém disse a Baraque que assim ele cederia a uma mulher a honra de capturar Sísera.
Naquele dia Deus sustentou Israel, como Débora sabia que Ele faria. O Senhor enviou uma chuva torrencial que inundou o ribeiro Quisom e fez com que a armada aparentemente invencível de Sísera atolasse na lama. Este fugiu e foi engodado por Jael, outra mulher, que cravou uma estaca de tenda em sua cabeça e o matou. Dessa maneira, Deus libertou Israel.
Mais tarde, Débora escreveu um belo cântico (Jz 5) que exalta a Deus e revela muito sobre sua própria pessoa. Ela era uma mulher de profunda fé e grande discernimento espiritual. Havia avaliado a sombria situação de seu país com perspicácia (Jz 5.6-7), compreendeu o motivo da decadência (idolatria, v.8) e assumiu a responsabilidade pela nação (vv. 7,12). Ela tinha tanta autoridade que, quando convocou Baraque, ele veio imediatamente sem questionar sua autoridade ou suas instruções. Débora é a única mulher na Bíblia que não apenas governou Israel como também deu ordens militares a um homem, e isso com a bênção de Deus.
Quando ela mandava reunir as tropas, esperava que elas se apresentassem. Aos que ignoravam o chamado, ela amaldiçoava: “Amaldiçoai a Meroz... amaldiçoai duramente os seus moradores, porque não vieram em socorro do Senhor” (Jz 5.23). Débora provavelmente não conseguia entender por que esses combatentes de Israel tinham tão pouca fé em Deus.
Por um lado, Débora aparentava ser uma mulher “dura” no confronto, mas também parecia extremamente maternal. Somente uma mãe que se importa com seus filhos pensaria em descrever a mãe de Sísera aguardando ansiosamente que seu filho voltasse para casa, preocupada com sua demora em voltar da batalha (v.28).
É interessante observar que não há evidência bíblica de que Débora tenha usurpado a autoridade masculina. É triste dizer que, provavelmente, existia pouca autoridade masculina fiel a Deus naqueles dias. Israel estava em condição espiritual tão lamentável que Deus envergonhou a nação daqueles dias depositando o mais alto cargo de liderança nas mãos de uma mulher.
Hoje, vivendo em um mundo dirigido pelo sucesso e pelas realizações materiais, é fácil esquecer que Deus não deseja tanto as nossas habilidades, mas sim a nossa vontade, o nosso querer que vem da fé.
Baraque, sem dúvida, foi um ótimo militar, e seu nome está registrado em Hebreus 11 como homem de fé. Porém, ele mesmo teria capturado Sísera se tivesse confiado um pouco mais em Deus. Débora, por outro lado, era uma simples esposa e mãe, mas sua fé a tornou um vaso muito mais útil para o Senhor do que alguém poderia imaginar.
A Bíblia ensina que nosso tempo na terra é curto: “Que é a vossa vida? Sois, apenas, como neblina que aparece por instante e logo se dissipa” (Tg 4.14). Muitas pessoas podem abalar montanhas com suas credenciais e construir reinos com suas aptidões. Mas, no final, o que contará para a eternidade não será aquilo que realizamos com nossas habilidades, mas o que Deus fez através de nós por meio de nossa fé.

Apóstolo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciências da Religião Dr. Edson Cavalcante

quarta-feira, 30 de agosto de 2017

BÍBLIA X ESPIRITISMO...


                                                   BÍBLIA X ESPIRITISMO...
Mesmo nos dias atuais da nossa sociedade, e tendo uma forma de abrangência mundial, há um interesse incomum pelo ocultismo que, invariavelmente, se apresenta em suas múltiplas formas. Milhares de pessoas estão convencidas de que encontraram as respostas para a vida e a morte através da prática enganosa do espiritismo. O propósito deste artigo é advertir o leitor acerca do perigos físicos, mentais e, principalmente, espirituais de se envolver nas artes ocultas, em especial com o espiritismo.
Compreendemos que entre aqueles que se envolveram com alguma forma de espiritismo há muitas pessoas sinceras, que buscam honestamente encontrar respostas para as suas perguntas, e soluções para os seus problemas. É justamente neste ponto crucial da vida de cada um que ponderamos o grau de engano que o espiritismo semeia, pois enquanto muitas pessoas sinceras procuram soluções, a doutrina do espiritismo introduz sutilmente na vida destas pessoas uma forma de escravidão desumana por submetê-los a espíritos malignos.
O Que é o Espiritismo?
Existem muitas formas de espiritismos, e dentre eles citamos: O Kardecismo (religioso e social); o baixo espiritismo; o espiritismo científico; o espiritismo místico; etc. Todas possuem uma mesma fonte e natureza, pois o espiritismo é basicamente a crença de que os espíritos dos mortos mantêm comunicação com os seres vivos, algo que se dá através de um “médium”, ou seja, um guia espiritual que faz pacto com os espíritos para poder atuar e ser mediador entre eles e os seres humanos que os buscam.
A Bíblia nos mostra que estas doutrinas espíritas são falsas e as condena totalmente. Diz a Palavra:
“Entre ti não se achará quem faça passar pelo fogo a seu filho ou a sua filha, nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro; Nem encantador, nem quem consulte a um espírito adivinhador, nem mágico, nem quem consulte os mortos; Pois todo aquele que faz tal coisa é abominação ao Senhor; e por estas abominações o Senhor teu Deus os lança fora de diante de ti. Perfeito serás, como o Senhor teu Deus. Porque estas nações, que hás de possuir, ouvem os prognosticadores e os adivinhadores; porém a ti o Senhor teu Deus não permitiu tal coisa. O Senhor teu Deus te levantará um profeta do meio de ti, de teus irmãos, como eu; a ele ouvireis” (Deuteronômio 18:10-14).
Deus chama as artes ocultas, incluindo o espiritismo (… quem consulte os mortos) em todas as suas formas, de abominação, algo detestável e repugnante para Ele.
Enquanto os espíritas dizem que uma pessoa reencarna sucessivas vezes, a Bíblia diz:
“Aos homens está ordenado morrerem uma só vez, depois disto o juízo” (Hebreus 9:27).
E para aqueles que afirmam comunicarem-se com os mortos, e que estes nos ajudam a resolver os problemas deste mundo, a Bíblia diz:
“Porque os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem coisa nenhuma, nem tampouco terão eles recompensa, mas a sua memória fica entregue ao esquecimento. Também o seu amor, o seu ódio, e a sua inveja já pereceram, e já não têm parte alguma para sempre, em coisa alguma do que se faz debaixo do sol” (Eclesiastes 9:5-6).
Diante desta citação bíblica, a linha básica do espiritismo que afirma que os mortos retornam, e reencarnam vez após vez, e se comunicam com os mortos, é falsa. Este é o sutil engano da doutrina que eles defendem.
Quem São Os Espíritos Guias?
Os Espíritas dizem que se comunicam com espíritos de luz, espíritos guias. Já sabemos que não são espíritos de pessoas que morreram, pois estas não têm mais qualquer participação com o mundo dos vivos. Quem são eles, então? Ora, a Bíblia afirma que “o próprio Satanás se transforma em anjo de luz:
“E não é maravilha, porque o próprio Satanás se transfigura em anjo de luz. Não é muito, pois, que os seus ministros se transfigurem em ministros da justiça; o fim dos quais será conforme as suas obras” (II Coríntios 11:14-15).
Também diz:
“Mas, se ainda o nosso evangelho está encoberto, para os que se perdem está encoberto. Nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus” (II Coríntios 4:4).
Mais ainda:
“Mas o Espírito expressamente diz que nos últimos tempos apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios” (I Timóteo 4:1).
Vemos, então, que os tais “espíritos de luz”, os guias, nada mais são que espíritos malignos, servos do Diabo, enviados para enganar o homem, desviando-o de Cristo, para que não seja salvo.
As Consequências Perigosas
Muitas pessoas se envolvem com os espiritismo por curiosidade, por brincadeira ou para “desenvolver sua mediunidade”. Seja qual for o caso, as consequências são por demais perigosas para as pessoas envolvidas, entre elas citamos alguns fatos: caem em depressão; tornam-se passivos; perdem o interesse pela vida normal; sofrem descontrole mental; nervosismo fundamentado nas incertezas; são mais susceptíveis à práticas sexuais desordenadas e ilícitas; possuem tendências fortes para a solidão e o suicídio; possuem atitudes anti-sociais e tornam-se arredias.
Além destes fatos que mencionamos anteriormente, ainda existe a consequência maior, que é o iminente banimento eterno da presença de Deus. No livro do Apocalipse lemos claramente que:
“Mas, quanto aos tímidos, e aos incrédulos, e aos abomináveis, e aos homicidas, e aos que se prostituem, e aos feiticeiros, e aos idólatras e a todos os mentirosos, a sua parte será no lago que arde com fogo e enxofre; o que é a segunda morte” (Apocalipse 21:8).
Considere, se você tem se envolvido com qualquer forma de espiritismo, seja por curiosidade, por experiência ou brincadeira, ou simplesmente buscando respostas e soluções para os problemas que fazem parte deste mundo, saiba que você está seguindo um caminho que conduz à perdição eterna. O espiritismo é abominação para Deus; os que praticam o espiritismo são abomináveis, e a estes, a parte que lhes cabe é a condenação eterna, ou seja, o lago de fogo.
Contudo, Jesus Cristo morreu para nos salvar da condenação, do lago de fogo e da ira de Deus:
“Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus” (João 3:18).
O Senhor Jesus Cristo já venceu os poderes espirituais das trevas quando morreu na cruz do Calvário, por mim e por você. Ele pode e quer livrar-lhe destas forças ocultas que lhe oprimem e escravizam. Liberte-se em nome de Jesus! Arrependa-se dos seus pecados e creia Nele, na Pessoa do Senhor Jesus Cristo. Ele é o verdadeiro mediador entre você e Deus. Amém.

Apóstolo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciências da Religião Dr. Edson Cavalcante.

terça-feira, 29 de agosto de 2017

SONDA-ME SENHOR, SALMO 139...


                                           SONDA-ME SENHOR, SALMO 139...
Deus, sendo onisciente e onipresente, sabe tudo que eu faço, digo e penso. Como você reage a essa afirmação? É confortante ou assustador? Você sente segurança em saber que Deus entende sua vida, seus desafios e seus motivos, ou fica assustado em pensar que o onipotente juiz de todos sabe tudo que passa por sua cabeça?
Davi falou desse conhecimento total de Deus no Salmo 139. Não sabemos quando ele escreveu esse hino, mas o título mostra que seria usado na adoração em Israel. Sua mensagem é de confiança total no Senhor e de um desejo profundo de manter a comunhão com o Criador. Mas Davi entendeu bem o outro lado dessa moeda. O mesmo Deus que protege os fiéis traz o julgamento sobre os rebeldes.
Na leitura desse Salmo magnificente, observamos o progresso da onisciência (Deus sabe tudo) à onipresença (Deus está em todo lugar) à onipotência (Deus é todo-poderoso) como pilares que sustentam a confiança do autor na perfeita justiça do santo Deus que ele adora.
Davi começa com foco no conhecimento total que Deus tem das suas criaturas. O Senhor observa cada movimento, enxerga cada pensamento e ouve cada palavra até antes dela ser falada! Davi comenta sobre a onisciência divina: “Tal conhecimento é maravilhoso demais para mim; é sobremodo elevado, não o posso atingir” (verso 6).
Essa ênfase na onisciência naturalmente leva o autor a refletir sobre outra característica de Deus, sua onipresença. Não há onde se esconder do Senhor. Davi diz a Deus: “Para onde me ausentarei do teu Espírito? Para onde fugirei da tua face? Se subo aos céus, lá estás; se faço a minha cama no mais profundo abismo, lá estás também; se tomo as asas da alvorada e me detenho nos confins dos mares, ainda lá me haverá de guiar a tua mão, e a tua destra me susterá” (versos 7-10). Enquanto Davi achou conforto no fato da presença de Deus, essa mesma doutrina bíblica provoca medo em qualquer um que não obedece ao Senhor. Mil anos depois de Davi, um outro autor disse: “E não há criatura que não seja manifesta na sua presença; pelo contrário, todas as coisas estão descobertas e patentes aos olhos daquele a quem temos de prestar contas” (Hebreus 4:13). Jesus Cristo disse: “Digo-vos que de toda palavra frívola que proferirem os homens, dela darão conta no Dia do Juízo; porque, pelas tuas palavras, serás justificado e, pelas tuas palavras, serás condenado” (Mateus 12:36-37). Diante desses ensinamentos bíblicos, quem acha conforto na onipresença de Deus? Somente aquele que tem sua consciência tranquila!
O conhecimento íntimo das suas criaturas anda de mãos dadas com outra característica que define Deus, a sua onipotência. Ele sabe tudo sobre o homem porque ele o fez: “Pois tu formaste o meu interior, tu me teceste no seio de minha mãe. Graças te dou, visto que por modo assombrosamente maravilhoso me formaste; as tuas obras são admiráveis, e a minha alma o sabe muito bem” (versos 13-14). Se Deus tem conhecimento detalhado de cada célula do meu corpo desde antes do meu nascimento, ele obviamente sabe de cada pensamento que passa pela minha mente.
Não dá, porém, para inverter esse conceito. Deus sabe de todos os meus pensamentos, mas os pensamentos dele são inatingíveis para mim. Davi continua: “Que preciosos para mim, ó Deus, são os teus pensamentos! E como é grande a soma deles! Se os contasse, excedem os grãos de areia; contaria, contaria sem jamais chegar ao fim” (versos 17-18).
O propósito de Davi nesse Salmo, porém, não é apenas elaborar pontos teológicos. Os últimos versos do hino falam da justiça de Deus na sua aplicação prática. Deus não apenas vê todos os homens, ele os julga conforme seus atos. Mais ainda, o homem que respeita o Senhor compartilha as mesmas atitudes, aborrecendo os inimigos de Deus e pedindo que Deus o corrija e o guie pelo caminho eterno.
Que as palavras de Davi sejam nossas: “Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração, prova-me e conhece os meus pensamentos; vê se há em mim algum caminho mau e guia-me pelo caminho eterno” (versos 23 e 24).
Apóstolo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciências da Religião Dr. Edson Cavalcante


segunda-feira, 28 de agosto de 2017

ESTUDO COMO SERÁ A SEGUNDA MORTE...


                                 ESTUDO COMO SERÁ A SEGUNDA MORTE...
Existe um mundo invisível para nossos olhos, além das sensações naturais. Este mundo não é passageiro, e com isso muito mais real do que o visível!
No mundo espiritual entra, vendo os conselhos de Deus, pra tal te escolheu, antes de nos criar“, cantamos em um hino de Cânticos da Vida. Existe um mundo invisível para nossos olhos, além das sensações naturais. Este mundo não é passageiro, e com isso muito mais real do que o visível! Suponha que poderias criar valores que tem significado neste mundo invisível, isso não seria interessante? Isso não seria importante?
Morrer é como o apagar de um abajur de cabeceira, ao amanhecer!
A primeira morte. A escritura fala da eternidade, e ela fala da primeira e segunda morte. Com a primeira morte, significa a morte física, a passagem desse mundo visível, para o mundo invisível para os nossos olhos e sensações naturais. Morrer é como o apagar de um abajur de cabeceira, ao amanhecer! Com o amanhecer do dia, entramos em uma dimensão muito maior do que a luz limitada de um abajur de cabeceira.
Jesus diz, por exemplo: „E não temais os que matam o corpo, e não podem matar a alma; temei antes aquele que pode fazer perecer no inferno a alma e o corpo!“ (Mateus 10, 28).  Em apocalipse está escrito da segunda morte, que é o lago de fogo.
Gehenna. Em algumas traduções também esta escrito „Gehenna“ para a palavra inferno. Este era um lixão próximo de Jerusalém, onde constantemente havia fogo, e onde o lixo tinha sua destinação. Como está descrito em Apocalipse 20, 14-15 será no final dos tempos, no último dia: „E a morte e o inferno foram lançados no lago de fogo: esta é a segunda morte. E aquele que não foi achado escrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo.“
Tua vocação. Tua vocação, no entanto, não é ser lançado no lixão, porém deixar te formar para as atividades do mundo vindouro. Aqueles que serão lançados no lago de fogo, podemos ler em Apocalipse 19, 20; 20, 10 e 21, 8: A estes pertencem o anticristo, e todos aqueles que não tem seu nome escrito no livro da vida.
É mais ou menos, como quando um marceneiro, depois de ter terminado um gabinete valoroso, por exemplo, varre todos os retalhos de madeira, serragem e maravalha, lançando tudo no fogão. Com os resíduos não podemos fazer nada. Para o gabinete, no entanto, recém começa seu tempo para o qual foi fabricado, depois de deixar a marcenaria.
Nosso tempo na terra, nada mais é que nosso tempo de formação e preparação.
Nosso tempo na terra. Podemos comparar também nossa vida na terra com isso. Nosso tempo na terra, nada mais é que nosso tempo de formação e preparação, para as atividades eternas vindouras, que estão preparadas para nós.
Está escrito que, Deus já preparou essas obras para esse tempo, antes da formação do mundo, e nos criou para isso (Efésios 2, 10). Se fizemos essas obras, já nos tornamos participantes da eternidade. Agora já nos tornamos pessoas da eternidade.
Resgate da segunda morte
Porque o salário do pecado é a morte“, Paulo escreve na sua carta aos romanos capítulo 6, „mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus nosso Senhor.“ Por isso que Jesus veio para a terra, para nos salvar dessa morte, a perdição eterna, e se tornou a causa de eterna salvação a todos que lhe obedecem (Hebreus 5, 9). Dessa maneira, aquele que crê em Jesus Cristo, não precisa temer a morte.
O ladrão na cruz. Isto pode ver do incidente das últimas horas, antes que Jesus morreu, quando disse ao ladrão, que ainda hoje estaria com ele no paraíso, por causa da sua confissão de arrependimento. Assim é grande o amor de Deus para com as pessoas! Ele nem tinha mais tempo para colocar em ordem tudo que tinha feito de errado em vida.
Aproveite tua vida. Quanto mais maravilhoso é para você, se começas, depois de uma conversão sincera, a por as coisas em ordem, para receber um fundamento na tua vida, a fim de seguir a  obediência“ em Jesus? E quanto mais valorosas se tornam as pessoas que começam a se negar, não seguindo mais suas paixões, mas sim aquilo que o Espírito de Deus opera em seu interior?
Aquele que venceu o pecado e fez a vontade de Deus ressuscitará.
Aqueles que irão ressuscitar. Estes, que estão crucificados com Cristo e o seguem nas suas pisadas, apesar de toda a resistência, que se levanta neles, contra a vontade de Deus, se tornam valorosos aos olhos de Deus, sendo que não ficam na morte: Aquele que venceu o pecado e fez a vontade de Deus ressuscitará. Leia mesmo em romanos 2, 6-7.
Não encurte mesmo o teu tempo da graça
O tempo que você pode passar aqui na terra, com teu corpo, é descrito também como tempo da graça. Deus te deu esse tempo, para te amadurecer para a eternidade. Por isso não podemos encurtar mesmos esse tempo. Em Salmos 31 está escrito: Os meus tempos estão nas tuas mãos. E no salmo 139, 16 inclusive está escrito, que „e no teu livro todas estas cousas foram escritas; as quais iam de dia a dia sendo formadas, quando nem ainda uma delas havia“. Temos que nos segurar particularmente nisso, quando em horas de provas, nuvens escuras cobrem a clara visão, do céu da alma! Segundo as escrituras, está proibido a nós, dar mesmo um fim na vida. (1. João 3, 15b).
Deixar esse corpo mortal, pertence à vida. Apenas é importante que a segunda morte, a perdição eterna, não receba poder sobre você.
Apóstolo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciências da Religião Dr. Edson Cavalcante


domingo, 27 de agosto de 2017

SER CRISTÃO É SER PACIENTE...


                                           SER CRISTÃO É SER PACIENTE...
A palavra paciência significa “virtude que consiste em suportar os males e incômodos sem reclamar, sem se revoltar ou irritar; resignação; saber esperar com calma; qualidade ou comportamento de quem não desiste nem desanima; perseverança”.
Entretanto, quem deseja seguir a Deus deve ficar atento. As Escrituras Sagradas não repetem o mesmo tema por falta de assunto, por mera insistência ou simplesmente para preencher os espaços em branco das folhas de papel.
São fácil não desistir nem desanimar quando as circunstâncias da vida são boas. Contudo, muitas pessoas vêm, paulatinamente, irritando-se com facilidade em qualquer situação adversa. Uma situação ruim no trânsito, ainda que corriqueira causa revolta. Algo desagradável no ambiente de trabalho provoca reclamação e insatisfação.
O apóstolo Paulo afirma: “e não somente isto, mas também nos gloriamos nas tribulações; sabendo que a tribulação produz a paciência, e a paciência a experiência, e a experiência a esperança. E a esperança não traz confusão, porquanto o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado.” (Romanos 5:3–5)
O salmista dá uma boa sugestão para superar problemas como a irritação constante: “esperei com paciência no Senhor, e ele se inclinou para mim, e ouviu o meu clamor” (Salmos 40:1). Aguardar com calma nas situações mais difíceis pode ser a melhor atitude a ser tomada, pois o Criador sempre ouve o clamor dos filhos dEle.
As questões financeiras também geram impaciência e irritação em várias pessoas. Obviamente, tais assuntos são importantes e merecem bastante a atenção. Situações como, por exemplo, desemprego ou dívidas, geram preocupação a qualquer pessoa com um mínimo de sensibilidade. Entretanto, não devem ser motivos para desobedecer ao Pai Celeste.
O mesmo apóstolo Paulo é categórico ao afirmar: “Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores. Mas tu, ó homem de Deus, foge destas coisas, e segue a justiça, a piedade, a fé, o amor, a paciência, a mansidão.” (1 Timóteo 6:10–11).
O ideal é descansar junto ao Criador, e aguardar as respostas das orações a Deus. Somente o Pai Celeste pode resolver os problemas mais difíceis para o ser humano. Ninguém deve ser apático diante de nenhuma situação: ao contrário, a ousadia e a coragem, a todo tempo, são atitudes que devem ser adotadas por todos. Entretanto, ousadia e coragem não significam impaciência.
“Sede, pois, irmãos, pacientes até à vinda do Senhor. Eis que o lavrador espera o precioso fruto da terra, aguardando-o com paciência, até que receba a chuva temporã e serôdia. Sede vós também pacientes, fortalecei os vossos corações; porque já a vinda do Senhor está próxima.” (Tiago 5:7–8).

Apóstolo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciências da Religião Dr. Edson Cavalcante

sábado, 26 de agosto de 2017

SOTERIOLOGIA DOUTRINA DA SALVAÇÃO...


                                   SOTERIOLOGIA DOUTRINA DA SALVAÇÃO...

INTRODUÇÃO
A salvação para o homem não é obra humana, pois a salvação vem de Deus. Isto significa que o homem depende inteiramente de Deus. A salvação se dá pela regeneração e pela renovação do Espírito Santo de Deus, assim o homem é justificado pela graça, mediante a fé, tornando-se herdeiro de Deus e alcançando a vida eterna.
CONCEITO DE SALVAÇÃO
Conceito de Salvação: [o vocábulo Gr. Soteria = cura, remédio, salvação, bem-estar + logia = ensino, estudo, doutrina, etc.]. Então SOTERIOLOGIA significa – estudo sistemático das verdades bíblicas acerca da salvação.
I. A PROVISÃO DA SALVAÇÃO.
As Sagradas Escrituras afirmam que Cristo é tanto o Autor como o Consumador da fé (Hb 12.2).
A designação de Autor refere-se à provisão da salvação mediante Jesus Cristo; e Consumador refere-se à aplicação desta salvação também mediante Cristo.
Vamos analisar as causas da provisão da salvação:
O PECADO DO HOMEM.
Por causa da própria natureza caída, o homem, desde o seu nascimento até a sua morte, está em inimizade com Deus (Sl 51.5; Rm 7. 24).
O pecado é um estado mau da alma ou da personalidade. Desta forma, às escrituras apresenta o homem como um ser totalmente depravado, alienado da glória de Deus e destinado ao castigo divino (Rm 3. 23). Deste modo, por si só, o homem não pode se salvar (Rm 7. 18).
Sob a perspectiva divina, o homem é considerado alguém espiritualmente paralítico, aguardando o estender do braço salvador (Is 59. 16).
2. A GRAÇA DIVINA
No contexto da Doutrina da Salvação, a graça de Deus é abordada sob dois aspectos:
a) Como favor imerecido da parte de Deus, para com todos indistintamente (Jo 3. 16).
b) Como poder restringidor do pecado, operando na reconciliação do homem e sua santificação (Jo 1. 16; Rm 5. 20).
A proporção da graça que o homem recebe depende exclusivamente da sua decisão, independentemente da vontade de Deus, já manifesta. Por esta razão, nos adverte o apóstolo Pedro (vejamos 2 Pe 3. 18).
3. A PROVISÃO DE CRISTO
Apesar de estar empenhado na nossa salvação e segurança, não é querer de Deus declarar-nos inocentes simplesmente. Devemos ter em mente o fato de que Deus é um Deus não só de amor, é um Deus também de justiça. Portanto, para Deus declarar-nos inocentes independentemente da nossa conversão, seria uma ofensa a sua justiça. Seria um procedimento que entraria em choque com a sua santidade que declara que a alma que peca essa morrerá (Ez 18. 4, 20).
Então, como poderia Deus manter a perfeição da sua justiça e ainda assim salvar pecadores? A resposta está no fato de que Deus não desculpa o nosso pecado, pelo contrário, Ele o remove completamente.
Vejamos o que nos dizem as Escrituras (Jo 1.29).
Assim como o cordeiro para o uso nos sacrifícios da antiga aliança devia ser um animal sem nenhum defeito, ou mancha, de igual modo Deus requeria um cordeiro substituto perfeito, capaz de oferecer um único sacrifício suficiente para salvar a tantos quantos aceitasse o seu sacrifício (Hb 9. 14).
4. O ALCANCE DA SALVAÇÃO
Observe a seguinte indagação: “Por quem Cristo morreu?”.
Se a resposta for “Pelo mundo inteiro”, alguém dirá: “Porque então nem todas as pessoas são salvas?”.
Se a resposta for “Pelos eleitos”, outro articulará: “Deus é injusto, pois a salvação é limitada”.
A fim de equacionar esta questão, a Bíblia se nos oferece respostas:
a) A salvação é para o mundo inteiro (Hb 2. 9; 1 Jo 2.2).
b) A salvação é para os que crêem ( 1 Tm 4. 10; At 16. 31).
c) Alguns abandonarão a salvação. (2 Pe 2. 1).
II. O ASPECTO DIVINO DA SALVAÇÃO.
A salvação tem seu fundamento em Deus. Perguntas como: “Por que somos salvos” e “Como somos salvos”, só podem encontrar resposta verdadeira em algo fora do homem, em Deus. É este aspecto da salvação que vamos considerar aqui.
1. A PRESCIÊNCIA DE DEUS
“Presciência é o aspecto da onisciência relacionado com o fato de Deus conhecer todos os eventos e possibilidades futuros”.
Este atributo divino não interfere nas decisões do homem, nem do seu livre arbítrio.
As ações do homem não são permitidas ou impedidas simplesmente porque são previamente conhecidas por Deus.
Para uma melhor compreensão do assunto, você poderá ler as seguintes referências bíblicas: At 2.23; 26. 5; Rm 3. 25; 8. 29; 11. 2; 1 Pe 1. 2, 20; 2 Pe 3.17.
2. A ELEIÇÃO DIVINA
Eleição é o ato de eleger, escolha.
É o diploma divino com que é agraciado todo o que recebe a Cristo Jesus como seu único e suficiente salvador (Jo 3. 16).
A eleição subentende que a pessoa, mediante o sacrifício de Cristo, já atendeu a todos os requisitos exigidos pela justiça de Deus quanto ao perdão de seus pecados.
CONSIDEARAÇÕES SOBRE A DOUTRINA DA ELEIÇÃO
Na explicação da eleição, é preciso levar em conta as duas verdades bíblicas, que é a da soberania de Deus e a da responsabilidade do homem na salvação.
a) A INICIATIVA DE DEUS NA SALVAÇÃO
Deus é quem toma a iniciativa na salvação das pessoas.
A necessidade desta iniciativa vem do fato do homem estar morto espiritualmente e não poder operar a sua própria salvação (Ef 2. 1-3, 5, 6).
O pecador, sem a graça de Deus (1 Co 2. 14; 2 Co 4. 4; Ef 4. 18). Por isto, Deus toma a iniciativa na salvação do homem.
b) A RESPONSABILIDADE DO HOMEM
Não obstante a eleição, o homem ainda fica livre e responsável por suas decisões (Lc 9. 23; Ap 22. 17).
Deus trabalha no homem. A mente, as emoções, à vontade, a consciência do homem são trabalhadas (e não substituídas) por Deus, através do Espírito Santo e da Palavra, de maneira que o homem possa aceitar, ele mesmo, e com responsabilidade e vontade própria, a oferta de Deus.
No plano geral de Deus, a obra de Cristo visa a todos (Gn 12. 2; Mt 28. 19, 20; 1 Jo 2. 1, 2; Ef 3. 6; Tt 2. 11). Dentro desse plano geral vem a eleição; dentro da eleição está a liberdade e a responsabilidade do indivíduo (Rm 2. 12; Mt 11. 20-24).
A maior dificuldade em entender a eleição está no fator tempo. Daí a frequência com que surge a seguinte pergunta: “Se a pessoa é eleita antes de lançados os fundamentos da terra, como, pois, a eleição pode ser baseada na fé em Cristo?”. Pedro responde esta pergunta, vejamos (1 Pe 1. 2). Baseado no seu conhecimento quanto à decisão que o crente tomaria Deus o elegeu, antes mesmo de lançados os fundamentos da terra.
3. A PREDESTINAÇÃO
A doutrina da predestinação é uma das mais consoladoras doutrinas da Bíblia.
Sua essência repousa no fato de que Deus tem um plano geral e original para o mundo, que seus propósitos jamais serão frustrados.
DEFINIÇÃO DA PALAVRA “PREDESTINAÇÃO”
“Predestinação” – pré = antes + destinar = destino. Que é destinar com antecipação; escolher desde toda a eternidade, etc. Este termo é do ponto de vista literário.
Do ponto de vista divino, predestinação, segundo se depreende, assume um caráter de profundo significado e de infinito alcance.
Tal expressão vem do grego “proo-rdzo”, que, literalmente, significa “assimilar de antemão”;
A preposição grega “pro” faz essa palavra indicar uma atividade feita de antemão, etc.
Para entender melhor a Doutrina da Predestinação vamos lê João 3.16.
a) A PREDESTINAÇÃO É UNIVERSAL.
Deus, em seu profundo e inigualável amor, predestinou todos os seres humanos à vida eterna (At 17. 30; Jo 3. 17).
Ninguém foi predestinado ao lago de fogo que, conforme bem acentuou Jesus, fora preparado para o diabo e seus anjos (Mt 25. 41).
b) MAS O FATO DE O HOMEM SER PREDESTINADO A VIDA ETERNA NÃO LHE GARANTE A BEM-AVENTURANÇA.
É necessário que o homem creia no evangelho (Rm 1. 16). Somente assim poderá ser havido por eleito (Jo 5. 24; Mc 16. 16; Jo 3. 18-21).
III. O ASPECTO HUMANO DA SALVAÇÃO
Faz-se necessário abordarmos o aspecto humano da salvação.
A salvação é um ato que parte de Deus em favor do homem, e não do homem em favor de Deus. Haja vista a impossibilidade do homem em agradar a Deus por si só houve a necessidade da iniciativa divina em prover a salvação independentemente dos méritos humanos. Porém, existem três atos de responsabilidade do homem, embora nestes também o pecador dependa da graça de Deus para a sua realização. Estes atos são tratados aqui numa ordem que tem sentido apenas lógico, e não cronológico, porque, na verdade, eles se realizam simultaneamente.
1. ARREPENDIMENTO
EXIGÊNCIA DO ARREPENDIMENTO NA SALVAÇÃO
Arrependimento é o primeiro passo que se requer na salvação. Sem ele não há salvação. Os profetas do antigo testamento pregaram o arrependimento, implícito na ideia da salvação, como uma exigência básica de Deus para o livramento do povo (Dt 30. 10; Jr 8. 6; Ez 18. 30).
Arrependimento foi também o ponto alto na pregação de João, o Batista, como exigência do Reino de Deus (Mt 3. 2; Mc 1. 15).
Jesus seguiu a mesma linha de pregação do precursor, requerendo o arrependimento dos homens para a entrada no Reino de Deus (Mt 4. 17; Lc 13. 3-5).
O mesmo fez os apóstolos (Mc 6. 12; At 2. 38; 3. 19; 20. 21; 26.20). O arrependimento é uma ordem de Deus para todos os homens e em todos os lugares (At 17. 30).
SIGNIFICADO DE ARREPENDIMENTO
O arrependimento (gr. Metanoia) é essencialmente uma mudança na mente em relação ao pecado e a Deus.
O arrependimento envolve uma completa mudança de pensamento sobre o pecado e a percepção da necessidade de um salvador.
Esses são os passos que levam o homem ao arrependimento operado por Deus:
a) RECONHECIMENTO DO PECADO (Sl 51. 3,7)
b) TRISTEZA PELO PECADO (Sl 51. 1,2; 2 Co 7. 9,10).
c) ABANDONO DO PECADO (1 Jo3.9).
A pessoa arrependida quer fazer a vontade de Deus. Decide deixar o pecado e seguir a cristo.
2. FÉ EM JESUS CRISTO:
A EXIGÊNCIA DA FÉ PARA A SALVAÇÃO
Junto com a exigência do arrependimento para a salvação vem a fé em Cristo. A fé é o elemento essencial na salvação cristã. É por meio dela que a graça divina opera em nós. É pela fé em cristo que somos salvos (At 16. 31; Ef 2. 8; Rm 5. 1).
Paulo resume sua exortação aos cristãos da Galácia dizendo que “em Cristo Jesus nem a circuncisão nem a incircuncisão vale coisa alguma; mas sim a fé que opera pelo amor” (Gl 5. 6). A fé é básica no plano redentivo de Deus.
CONCEITO DE FÉ SALVADORA
A fé salvadora [Do gr. Pistenõ; Do lat. Salvadore] isto é, proveniente da proclamação do evangelho, esta fé leva-nos a receber a Cristo como nosso único e suficiente salvador (Jo 3. 16).
A fé salvadora só há de nascer no coração humano através da pregação do evangelho (Rm 10. 13-17). Sem a mensagem da cruz, não pode haver fé salvadora.
3. CONVERSÃO
SIGNIFICADO DE CONVERSÃO E SUA RELAÇÃO COM ARREPENDIMENTO E FÉ
Deus requer a conversão dos pecadores para que sejam perdoados e salvos (Is 55. 7; Jr 18. 11; Mt 18. 3; At 3. 19), como também exige arrependimento e fé (At 2. 38; 16. 31).
A conversão está intimamente associada ao arrependimento e a fé, mas destes pode ser distinguida. Num sentido mais geral, conversão inclui o arrependimento e a fé (At 3. 19; At 2. 38; At 16. 31).
IV. COMPOSIÇÃO DA SALVAÇÃO
1. UNIÃO COM CRISTO:
UNIÃO COM CRISTO COMO LUGAR DA SALVAÇÃO.
Em Cristo é o lugar onde se opera a salvação. Os homens estão em Cristo ou fora de Cristo, e por isto, salvos ou perdidos. Paulo declara que “Se alguém está em Cristo nova criatura é” (2 Co 5. 17). Recebemos todas as bênçãos espirituais como resultados de estarmos “em Cristo” (Ef 1. 3-14).
Em Romanos 6. 1ss, o apóstolo explica que o segredo da salvação efetiva na vida, capaz de produzir santificação e libertação, é a nossa união com Cristo, da qual o batismo é um sinal exterior.
Em João 15. 1ss, também está claro que a única maneira de se viver à vida cristã é na união com Cristo. Este é o ensino uniforme do novo testamento. No arrependimento, fé e conversão, o pecador é levado até Cristo e único a ele pelo Espírito Santo.
2. REGENERAÇÃO
A regeneração difere do arrependimento, fé e conversão no sentido de que ela é uma ação direta de Deus na vida do crente. O homem deve arrepender-se, crer e converter-se; assim Deus ordena. Mas não há mandamento para que o homem se regenere, pois esta é uma obra de Deus. Ela é o princípio essencial da salvação.
TERMINOLOGIA BÍBLICA
A Bíblia utiliza vários termos para referir-se ao que chamamos de regeneração.
Entre outros, ela fala de novo nascimento (Jo 3. 3) ou nascido de Deus (Jo 1.13; Jo 5. 1, 4); renovação pelo Espírito (Tt 3. 5); vivificação (Ef 2. 1, 5); nova criação (Cl 2. 13; 3. 1). O termo mais apropriado e utilizado na teologia é regeneração (Tt 3. 5; 1 Pe 1. 3). A idéia Bíblica é de que há um homem natural e outro regenerado, ou feito de novo em Cristo.
NECESSIDADE DA REGENERAÇÃO
Regeneração é uma exigência absoluta para a entrada no Reino de Deus (Jo 3. 3).
A razão disto é que o homem está morto em delitos e pecados (Ef 2. 1), e precisa de uma vivificação de fora para poder viver eternamente (Ef 2. 4-6).
Nessa vivificação o pecador é santificado, e sem esta nova vida moral e espiritual ele não poderia ter comunhão com Deus (Hb 10. 10; 12. 14).
Além disto, o padrão ético-religioso de Jesus para os seus seguidores está muito acima daquilo que o homem natural pode atingir. Ele requer uma justiça acima da “dos escribas e fariseus” (Mt 5. 20); o caráter dos cidadãos do Reino de Deus é muitíssimo elevado (Mt 5 a 7); o alvo de perfeição é o próprio Pai celestial (Mt 5. 48); o amor para com Deus deve ser incondicional (Mt 22. 37s).
Por tudo isto se requer uma nova vida, vinda de Deus para dentro do coração do homem, conforme Ele mesmo prometeu fazer muito tempo antes (Jr 31. 33, 34; Ez 36. 26,27).
SIGNIFICADO DE REGENERAÇÃO
Regeneração é o ato de Deus pelo qual Ele muda a disposição moral da alma do indivíduo, na união com Cristo, tornando-o moral e espiritualmente semelhante a Cristo. Deste conceito podemos destacar os seguintes aspectos:
REGENERAÇÃO COMO UM ATO DE DEUS
É Deus quem opera a regeneração, pelo seu Espírito (Jo 1. 13; 3. 5, 6; Tt 3. 5; 1 Pe 1. 3).
O Espírito Santo convence o homem “do pecado, da justiça e do juízo” (Jo 16. 8). Ele purifica e renova o coração e a alma.
A palavra de Deus é o instrumento que o Espírito Santo usa na regeneração (Rm 1. 16; 1 Co 1.21; 1 Ts 2. 13; 1 Pe 1. 23).
O pregador pode semear a palavra e cuidar da semente, mas só Deus dá o crescimento (1 Co 3. 6).
REGENERAÇÃO COMO MUDANÇA NA ALMA
Na regeneração Deus muda a disposição moral dominante da alma do pecador. Romanos 8. 5-7, diz como é a disposição moral dominante de quem não é regenerado:
a) É carnal, isto é, recebe seu impulso dominante da própria natureza humana, no seu estado de depravação ou corrupção, e não do Espírito de Deus.
b) É também mortal, quer dizer, tem em si o germe da morte e conduz pra lá.
c) É ainda inimiga de Deus e insubmissa a lei divina.
As inclinações naturais do não regenerado são, em sua natureza moral, concupiscentes, infames e depravadas (Rm 1. 24, 26, 28).
O homem, por natureza, está morto em delitos e pecados, e como tal é levado como um cadáver por uma tríade infernal: o mundo, o diabo e a carne (Ef 2. 1-3).
Na regeneração, esta situação do homem natural é revertida. A paixão dominante da alma converte-se em amor para com a justiça e ódio para com o pecado (1 Jo 3. 6-9).
Produz-se no crente a imagem moral e espiritual de Cristo (Rm 8. 29; 1 Jo 3.2).
O velho homem morre crucificado com Cristo (Rm 6. 6), e ressurge um novo homem, que se renova para a eternidade (cl 3. 9, 10).
REGENERAÇÃO E A UNIÃO COM CRISTO
O lugar onde se opera a regeneração é em Cristo (2 Co 5. 17). Nele o velho homem morre e o novo homem é criado (Ef 2. 10).
Esta união é obra do Espírito Santo naquele que crê; com isto ele é unido a Cristo pelo Espírito Santo (Ef 1.13).
REGENERAÇÃO E SEMELHANÇA MORAL COM CRISTO
Nasce no regenerado um novo homem, que segundo Deus foi criado em verdadeira justiça e santidade (Ef 4. 24). Em princípio, o regenerado se torna semelhante a Cristo. Ele não pode mais descansar numa vida de pecado. Por causa da luta ou guerra espiritual do crente com o pecado (Gl 5. 16-17). É disto que nasce o impulso da santificação, como um processo de conformação contínua do crente com a imagem de Cristo (Rm 12. 1-2).
EFEITOS DA REGENERAÇÃO
A regeneração produz efeitos posicionais, espirituais e práticos.
1) EFEITOS POSICIONAIS
É a condição de filho de Deus por adoção (Jo 1. 12, 13; Rm 8. 16; Gl 4. 6); como filho, o crente é também herdeiro de Deus e co-herdeiro de Cristo (Rm 8. 17), cuja herança fica assegurada no céu (1 Pe 1. 4). Além disto, por ser filho o crente goza do acesso ao Pai Celestial e tem comunhão com Ele (Rm 5. 1ss).
2) OS EFEITOS ESPIRITUAIS
São as virtudes que o crente recebe do Senhor na sua alma (Gl 2. 20). “Ele é fortalecido no Senhor e na força do seu poder” (Ef 6. 10; 3. 16-19).
3) OS EFEITOS PRÁTICOS
Aparecem na vida do crente no dia-a-dia. Ele busca a vida de justiça, santidade, amor e verdade (Ef 4. 22ss). Ele pratica o amor fraternal, serve a Cristo e aos irmãos. Produz as obras que é o fruto da vida em Cristo (Gl 5. 22; Ef 5. 9-11).
3. JUSTIFICAÇÃO
O LUGAR DA JUSTIFICAÇÃO NA BÍBLIA
A justificação é uma doutrina importante na ordem da salvação, a julgar pela ênfase e importância que a Bíblia dá a ela. É o apóstolo Paulo quem desenvolve e mais enfatiza a doutrina da justificação, especialmente em Romanos e Gálatas (cf. Rm 3. 24, 25, 26; 4. 25; 5. 1,16, 18; 8. 33; Gl 2. 16; 3. 11; At 13. 39). Mas não foi apenas Paulo que falou dessa doutrina. O profeta Isaías já havia se referido a ela como uma obra do Messias, que iria justificar a muitos (Is 53. 11). Jesus Cristo também fez menção à justificação quando disse que o pecador publicano “desceu justificado para a sua casa” (Lc 18. 14).
Portanto, trata-se de uma doutrina bíblica, que foi desenvolvida pelo apóstolo aos gentios, no contexto cultural greco-romano, enfatizando o aspecto judicial da salvação.
O SIGNIFICADO DE JUSTIFICAÇÃO
Justificação pode ser definida com o ato de Deus declarar o pecador perdoado, livre da condenação, e restaurado ao favor divino. Com base neste conceito, podemos fazer os seguintes destaques relativos à justificação.
O SENTIDO JUDICIAL DE JUSTIFICAÇÃO
Justificação é um ato judicial de Deus. Ela ocorre diante do tribunal divino e não na alma humana do homem, como acontece com a Regeneração.
A justificação significa que o pecador foi julgado em Cristo, está perdoado, é aceito como justo diante de Deus, e fica absolvido da condenação eterna (Jo 5. 24; Rm 8. 1, 33).
O PERDÃO NA JUSTIFICAÇÃO.
Justificação implica no perdão dos pecados, por isto não há mais condenação (cf. Lc 18. 14; Jo 5. 24; Rm 8. 1). Todos os pecados são tratados na justiça de Cristo, aqueles já cometidos e os que ainda vierem a ser praticados, pois o perdão remove toda a culpa do indivíduo diante do trono de Deus, e garante seu pleno livramento da condenação eterna. A provisão para o perdão dos pecados futuros já fora feita (1 Jo 2. 1,2). Entretanto, o justificado, ao cometer pecado, deverá confessá-lo e apropriar-se do perdão oferecido para não carregar o peso da culpa na sua consciência e sofrer os efeitos disto na sua relação com Deus (cf. Sl 32. 3-5; 51. 1-13).
RESTAURAÇÃO NA PRESENÇA DIVINA
A justificação vai além do perdão e da absolvição; há também um aspecto positivo: uma nova relação com Deus e nova condição de vida. Os justificados são recebidos diante de Deus como filhos amados e alvos de todos os favores da graça divina. A “adoção de filhos”, que é um ato legal e não natural, resulta da justificação (Rm 8. 15, 16). Junto com a adoção vem o direito de herança no reino de Deus (Rm 8. 17; 1 Pe 1. 4) e o recebimento do Espírito Santo (Gl 4. 6; Rm 8. 9ss).
Os justificados recebem “herança entre aqueles que são santificados” (At 26.18). Eles gozam da “paz com Deus”, e têm “acesso” à graça de Deus, e contam com a “esperança da glória de Deus” (Rm 5. 1,2). A justificação traz consigo a reconciliação do indivíduo com Deus e a certeza de salvação (Rm 5. 9, 10). Os favores divinos na justificação incluem também a garantia daquelas coisas futuras que acompanham a salvação: novo corpo, novo céu e nova terra, nova comunhão com Deus (Rm 8. 11, 23, 29, 30).
O SENTIDO ESCATOLÓGICO DA JUSTIFICAÇÃO
A justificação, como relação com o juízo final de Deus, tem um caráter essencialmente escatológico. É um ato de Deus presente que encontra sua substância num acontecimento futuro. Sem a realidade do juízo final de Deus a justificação não teria sentido.
Para o crente em cristo, Deus antecipa a decisão do futuro e o declara absolvido da condenação. Portanto, a justificação deve ser recebida pela fé, “esperança”, como toda a salvação (Rm 8. 24). Temos por certo algo que só haveremos de receber completamente no futuro.
A BASE DA JUSTIFICAÇÃO
Como pode Deus justificar o pecador sem que ele se torne injusto? A expiação de Cristo na Cruz responde a questão (Rm 3. 25, 26). O sofrimento de Cristo significa o pagamento da culpa de todos os nossos pecados, o cumprimento da Lei que condena, de modo que, unidos a Ele pela fé morremos com Ele e ficamos livres da condenação da Lei, e somos declarados justos e absolvidos da nossa condenação.
A base da justificação é a justiça alcançada pelo filho de Deus (2 Co 5. 14, 15, 19, 21).
V. CONTINUIDADE E CONSUMAÇÃO DA SALVAÇÃO
O arrependimento, a fé a conversão, a união com Cristo, à regeneração e a justificação são atos salvíficos que acontecem no início da vida cristã. Sem eles não se pode dizer que a pessoa recebeu a salvação. Mas durante toda a vida do crente, desenvolve-se nele a experiência de salvação, através do processo da santificação. No final da sua existência terrena, o crente é glorificado, consumando-se nele a gloriosa salvação. Em todo este processo, a graça de Deus atua de modo a garantir a vida eterna. Portanto, santificação, glorificação e preservação são os três tópicos que vamos estudar aqui.
1. SANTIFICAÇÃO
CONCEITO DE SANTIFICAÇÃO
Santificação é a obra contínua do Espírito Santo pela qual Ele vai conformando o crente à imagem de Cristo.
A palavra santificação traduz duas idéias básicas ou fundamentais: Separação para Deus e Purificação.
Santificação é o processo pelo qual o crente é separado do pecado e simultaneamente preservado e estimulado para a santidade e serviço a Deus. Esta separação para Deus implica em purificação (cf. Lv 11. 44ss; i Ts 4. 3; 5. 23).
Purificação moral é um elemento de santidade (1 Pe 1. 15; 2 Pe 1. 4). Por isto que santificação, como um processo contínuo, implica em mortificação constante do homem velho (Rm 6. 6; Gl 5. 24; Ef 4. 22) e renovação do homem novo (Ef 4. 24; Cl 3. 3-10).
A ideia de santificação aplicada aos cristãos deve ser vista sob três perspectivas, que podemos chamar de santificação posicional ou objetiva, santificação progressiva e santificação futura.
a) SANTIFICAÇÃO POSICIONAL OU OBJETIVA
No ato da regeneração, todos os crentes são santificados e, portanto, são santos, porque já estão separados para Deus e purificados (Rm 1. 7; At 9. 13; 1 Co 1.2; 2 Co 1.1; Ef 1.1; Cl 1.2).
b) SANTIFICAÇÃO PROGRESSIVA
Isto é, o Espírito Santo continua trabalhando na vida do cristão regenerado, a fim de que ele desenvolva o seu caráter e a sua personalidade, à luz do padrão perfeito, que é Cristo: neste sentido somos exortados a que nos santifiquemos ainda mais (Ef 4. 17ss; Cl 3. 1ss; 1 Ts 5. 23; Hb 12. 14; 1 Pe 1. 13ss). Significa que o Espírito Santo continua no processo da nossa separação para Deus e purificação, até o dia final, quando então seremos aperfeiçoados diante de Deus, e seremos perfeitos como Cristo o É (1 Jo 3. 2, 3): isto é a SANTIFICAÇÃO FUTURA.
ELEMENTOS DECISIVOS NA SANTIFICAÇÃO
O ESPÍRITO SANTO
É o Espírito Santo que efetua no crente a santificação, tanto aquela inicial (posicional) (Tt 3. 5; 1 Pe 1. 2) como a que se desenvolve durante a vida cristã (progressiva) (2 Co 3. 18; Rm 8. 13; Ef 3. 16; Gl 5. 16).
O Espírito Santo ensina, convence, guia a toda a verdade e fortalece o crente. Ele se dispõe a habitar em plenitude no crente para desenvolver no cristão a sua santificação (Ef 5. 18; Gl 5. 16). Sem essa presença abundante do Espírito na vida, o crente fica a mercê de suas fraquezas morais e espirituais.
UNIÃO COM CRISTO
A santificação acontece na união com Cristo. Santificação é o processo pelo qual o Espírito Santo torna cada vez mais real em nossa vida, nossa união com Cristo em sua morte e ressurreição. A vida cristã é uma questão de nos tornarmos em nível de caráter intrínseco o que já somos em Cristo. Tornar-se o que é (Ef 5. 8).
O cultivo da união consciente com Cristo é fundamental para o progresso da santificação (Jo 15. 4, 5; Gl 2. 20; Ef 3. 17).
A PALAVRA DE DEUS
A palavra de Deus é o instrumento do Espírito Santo na santificação do crente (Jo 17. 17; 2 Tm 3. 17; Jo 15. 3).
A palavra de Deus é viva e penetra até as profundezas da alma, sonda o íntimo, traz à luz da consciência o pecado, convence o crente a abandonar o erro, faz crescer (Hb 4. 12; 1 Pe 1.23; 2.2). Tudo isto Ela faz porque é uma palavra inspirada de Deus e é usada pelo Espírito Santo.
O ESFORÇO DO CRENTE
A santificação é uma obra do Espírito de Deus feita em cooperação com o crente. O indivíduo, como ser pessoal, é elemento decisivo na santificação. Ele há de buscar a vontade de Deus na sua palavra, precisa buscar o enchimento do Espírito Santo, deve ser submisso e obediente à palavra de Deus; O crente tem de lutar contra o pecado que ameaça alojar-se em sua vida, precisa deixar o pecado e consagrar-se inteiramente a Deus (cf. Rm 6.11-13; Cl 3. 5ss; Fl 2.12,13; 1 Pe 1. 13-22).
A ORAÇÃO
Elemento também decisivo na santificação da vida cristã é a oração. É pela oração que o crente cultiva sua relação com Aquele que é Santo e que santifica. Oração é o alimento da comunhão pessoal do santificado com o Santificador.
É na oração que se aguça a percepção espiritual, tanto para reconhecer os pecados na vida como para vislumbrar a glória da santidade de Deus. Desse contraste surge o quebrantamento e o arrependimento, que impulsionam a santificação (Is 51. 17; Is 57. 15).
2. GLORIFICAÇÃO
A salvação na vida do indivíduo opera-se em etapas diferentes. Ela tem um começo, um desenvolvimento e uma consumação. No começo da salvação destacamos o arrependimento, a fé, a conversão à união com Cristo, à regeneração e a justificação. Os três últimos são atos exclusivos de Deus na vida de quem se arrepende, crê e se converte a Cristo. No desenvolvimento da salvação temos a santificação. Na consumação, está a glorificação. É na glorificação que o crente pode experimentar a plenitude da salvação. Portanto, a salvação tem um tempo passado, outro presente e outro futuro. O conteúdo maior da experiência da salvação está no futuro (Rm 8. 24; 13. 11; 1 Pe 1. 3-5; Jo 3. 2).
O SIGNIFICADO DA GLORIFICAÇÃO
O termo glorificação aqui é empregado para designar tudo àquilo que está incluído na salvação futura, a partir da morte física, mas especialmente seguindo-se a volta de Cristo. Alguns textos ressaltam essa glória que será dos salvos (Rm 5. 2; 8. 18; 2 Co 4. 17; Cl 1. 27; 1 Pe 1. 4-9). As experiências de aflições do crente no mundo presente são amenizadas com a esperança de Glória no mundo vindouro.
ASPECTOS DA GLORIFICAÇÃO
Não sabemos tudo que está incluído na glorificação. Mas a Bíblia nos revela alguns aspectos dessa glória vindoura.
NOVO CORPO
Na ressurreição os crentes terão um novo corpo, corpo glorificado, isto é, adaptado as condições de existência do mundo vindouro (Lc 20. 35, 36; Rm 8. 23; 1 Co 15. 51ss; Fl 3. 21). Aquele corpo não estará mais sujeito as condições ou as leis desta criação, mas será corpo espiritual, quer dizer, regido por leis do espírito, da nova criação, tal qual o corpo ressurreto de Jesus.
NOVA COMUNHÃO COM DEUS
Novo céu e nova terra, nova Jerusalém, são expressões bíblicas que indicam uma nova habitação para os remidos do Senhor (Fl 3. 20; Hb 11. 16; 2 Pe 3. 13; Ap 21. 1-4). Se o pecado arruinou a morada de Deus com os homens aqui na terra, na redenção Deus proveu uma nova terra, nova morada, onde Deus estará com os homens.
NOVA COMUNHÃO COM DEUS
Nossa relação com o Pai e com o Filho neste mundo é pela fé. Estamos ausentes do Senhor (2 Co 5. 6).
Nossos privilégios de filhos de Deus são ainda precários (1 Jo 3. 2; Rm 8. 23, 26), mas na glorificação teremos uma aproximação perfeita com Deus e com Jesus Cristo (2 Co 5. 6-8; i Jo 3. 2; Ap 21. 3,4; 22.4). A promessa para o final é que veremos a sua face; e nas suas frontes estará o seu nome (Ap 22. 4).
 LIBERTAÇÃO PLENA DO PECADO
Na justificação o crente é libertado da culpa e do castigo do pecado; na regeneração e na santificação a libertação é do poder do pecado na vida; na glorificação a libertação é não só das consequências e do poder do pecado, mas também da presença do pecado, e de modo completo. O pecado não mais existirá na alma nem no mundo dos salvos e não mais interferirá na relação com Deus e com o próximo. Os salvos são normalmente perfeitos (Hb 12. 23; 2 Pe 1.4; Ap 21. 27). Uma nova sociedade surgirá dos remidos de Cristo. Desta forma, a salvação estará consumada.
CONCLUSÃO
Portanto, a salvação tem um caráter essencialmente escatológico. As experiências de salvação desfrutadas no tempo presente são apenas indícios e antecipação parcial das bênçãos futuras. A fé e a esperança são agora as virtudes cristãs que ligam o crente do conteúdo escatológico da salvação. O amor é a consequência prática da fé e da esperança (Gl 5. 6; 1 Tm 1. 5; 2 Pe 1. 5-7).
Na visão escatológica da salvação, o crente encontra sentido e encorajamento para a sua vida cristã terrena. Sem esta perspectiva, “somos de todos os homens os mais dignos de lástima” (1 Co 15. 19).

Apóstolo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciências da Religião Dr. Edson Cavalcante.