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segunda-feira, 31 de julho de 2017

ESTRAVAZANDO A GLÓRIA DE DEUS...


                                        ESTRAVAZANDO A GLÓRIA DE DEUS...
A Visão do Trono de Deus (Apocalipse 4:1-11)
Depois de terminar as cartas aos anjos das sete igrejas, João passa para uma nova parte da revelação. Os capítulos 4 e 5 mostram a glória de Deus, apresentando primeiro o Pai no seu trono e, depois, o Filho glorificado ao lado dele. A cena nestes dois capítulos pode ser comparada especialmente com a de Daniel 7:9-14.
4:1 – Depois destas coisas, olhei, e eis não somente uma porta aberta no céu, como também a primeira voz que ouvi, como de trombeta ao falar comigo, dizendo: Sobe para aqui, e te mostrarei o que deve acontecer depois destas coisas.
Depois destas coisas, olhei: Chegamos a uma transição na mensagem do Apocalipse. Jesus já ditou as suas cartas a cada uma das sete igrejas. O resto do livro pertence a todas elas e, obviamente, serve para a instrução de outros discípulos em outros lugares e em outras épocas.
João olhou e viu, frisando novamente a natureza desta revelação. Deus continuou mostrando visões ao apóstolo.
Uma porta aberta no céu: Que privilégio! João viu uma porta aberta dando-lhe acesso ao céu! Aqui a ênfase não está no acesso ao céu em termos da salvação final e eterna dele, nem no sentido de entrar em comunhão com Deus (sentidos encontrados em trechos como João 1:51; Atos 7:55-56; veja também Efésios 2:6; Filipenses 3:20). João viu o céu aberto porque Deus queria lhe mostrar as coisas que estavam acontecendo lá (compare Ezequiel 1:1). Jesus já falou, transmitindo-lhe mensagens importantes para as igrejas. Agora, João subirá ao céu, nestas visões, para buscar outras mensagens para os servos do Senhor na terra.
A primeira voz que ouvi, como de trombeta: A mesma voz de 1:10. Naquele trecho, João virou para ver quem falava e viu Jesus no meio dos candeeiros.
Sobe para aqui, e te mostrarei o que deve acontecer depois destas coisas: O Filho de Deus convida João para ver, no céu, as coisas que iam acontecer. Em 1:19, ele falou para João escrever o que ele viu, o que estava acontecendo naquele momento, e o que ia acontecer depois. Tudo isso ainda está dentro dos limites de tempo de “em breve” e “próximo” (veja comentários na segunda lição sobre limites de tempo). Jesus já falou sobre o estado das igrejas naquele momento (capítulos 2 e 3), e agora começa a falar sobre as coisas que estes discípulos ainda teriam de enfrentar. Interpretações que procuram inserir milhares de anos entre os capítulos 3 e 4 não têm nenhuma base aqui. “Depois” simplesmente sugere uma sequência de transição entre o que já passou e o que ia acontecer.
4:2 – Imediatamente, eu me achei em espírito, e eis armado no céu um trono, e, no trono, alguém sentado;
Imediatamente, eu me achei em espírito: A mesma expressão que João usou em 1:10, frisando seu estado de receber revelações por meio de visões.
Armado no céu um trono, e, no trono, alguém sentado: Um trono no céu. Muitos vizinhos dos cristãos da Ásia achavam que o trono principal do universo estivesse em Roma, e que o imperador sentado nele fosse o deus supremo. Outros vizinhos adoravam outros diversos deuses e deusas. Mas João convida todos os seus leitores a enxergarem, por meio desta visão, o trono no céu e o verdadeiro Deus sentado nele. O trono de Deus é mencionado 38 vezes no Apocalipse, repetidamente frisando o tema da soberania de Deus e do seu domínio sobre os reinos da terra. A descrição da pessoa sentada no trono e do seu ambiente no céu vem nos versículos seguintes.
4:3 – e esse que se acha assentado é semelhante, no aspecto, a pedra de jaspe e de sardônio, e, ao redor do trono, há um arco-íris semelhante, no aspecto, a esmeralda.
Esse que se acha assentado é semelhante, no aspecto: João jamais acharia palavras adequadas para descrever perfeitamente a aparência de Deus. Ele começa a explicar, usando comparações com coisas conhecidas, a visão que ele teve do Soberano no seu trono celestial.
Pedra de jaspe e de sardônio... arco-íris semelhante...a esmeralda: Duas pedras brilhantes refletem sua luz e produzem o efeito de um arco-iris ao redor do trono. Como é o caso de muitas pedras precisosas, as cores de jaspe e sardônio não são únicas e absolutas. Alguns comentaristas sugerem jaspe branco (veja 21:11, que fala de “jaspe cristalina”) e sardônio vermelho (possivelmente sárdonix), assim sugerindo, respectivamente, a santidade e a justiça de Deus. O salmista disse que “justiça e juízo” ou “justiça e direito são o fundamento” do trono de Deus (Salmo 89:14; 97:2). Outros sugerem que o jaspe fosse verde, a cor mais comum desta pedra, uma explicação que combina com a cor de esmeralda do arco-íris. Independente das cores refletidas, certamente a luz da glória de Deus e o fogo de seu poder saem do seu trono (veja Isaías 60:1-2; Daniel 7:9-10; Ezequiel 1:26-28; 10:1; Salmo 97:2-3). Esta luz mostra seu poder para julgar e castigar. O arco-íris nos lembra, também, da benevolência de um Deus que faz aliança com as suas criaturas (Gênesis 9:12-13; Ezequiel 1:28).
4:4 – Ao redor do trono, há também vinte e quatro tronos, e assentados neles, vinte e quatro anciãos vestidos de branco, em cujas cabeças estão coroas de ouro.
Ao redor do trono: João começa com a figura central, aquele sentado no trono, e começa a olhar ao redor. Tudo começa com Deus.
Vinte e quatro tronos... Vinte e quatro anciãos: Vinte e quatro tronos representam aqueles que reinam com Deus, uma descrição da igreja, dos vencedores vestidos de branco que recebem suas coroas e reinam com o Senhor (2:10,26-27; 3:4-5,11,21). Qual o significado do número 24? Duas explicações diferentes chegam à mesma conclusão. Alguns entendem 12 tribos, representando o povo de Deus no Velho Testamento, mais 12 apóstolos, representando o povo dele no Novo Testamento, dando um total de 24. Outros sugerem 24 como o número de turnos de sacerdotes no Velho Testamento (veja 1 Crônicas 24:1,7-19). Assim entendemos o reino de sacerdotes (1:6) ou sacerdócio real (1 Pedro 2:9) composto de pessoas que entram “na Casa do Senhor” (1 Crônicas 24:19). No final, estas duas interpretações do significado dos 24 anciãos chegam ao mesmo entendimento prático – representam o povo de Deus. São nobres nos seus tronos sujeitos ao Soberano Rei no trono principal.
Vestidos de branco: A santidade e a pureza dos servos fiéis. As únicas vestimentas adequadas aos vencedores.
Coroas de ouro: Coroa, aqui, vem da palavra grega stephanos, usada no Apocalipse para identificar as coroas dos vencedores (2:10; 3:11; 4:4; 4:10; 6:2; 12:1; 14:14). Encontraremos outra palavra, diadema, usada tanto para falar dos falsos líderes (12:3; 13:1) como para descrever o verdadeiro Rei (19:12). Uma vez, stephanos se encontra na descrição dos inimigos de Deus, mas o próprio versículo sugere a falsidade da nobreza deles: “havendo como que coroas parecendo de ouro” (9:7). Os anciãos sentados nos 24 tronos têm todo direito de usar coroas verdadeiras.
4:5 – Do trono saem relâmpagos, vozes e trovões, e, diante do trono, ardem sete tochas de fogo, que são os sete Espíritos de Deus.
Do trono saem relâmpagos, vozes e trovões: Sai do trono de Deus o poder para falar, julgar e castigar (veja Salmo 18:13-14; 144:6; Êxodo 19:16-19). Estas manifestações do poder de Deus são características da última fase das séries de sete selos (8:5), sete trombetas (11:19) e sete taças (16:18).
Sete tochas de fogo, que são os sete Espíritos de Deus: As tochas diante do trono são identificadas como os sete Espíritos de Deus, o Espírito Santo (veja 1:4). Ele ilumina ao homem e vai para onde Deus o envia. As sete tochas mostram a onisciência e a onipresença de Deus (5:6).
4:6 – Há diante do trono um como que mar de vidro, semelhante ao cristal, e também, no meio do trono e à volta do trono, quatro seres viventes cheios de olhos por diante e por detrás.
Mar de vidro, semelhante ao cristal: O Deus imortal “habita em luz inacessível” (1 Timóteo 6:16), separado dos outros por um mar de vidro. No Velho Testamento, os sacerdotes tinham de se lavar no mar de fundição antes de chegar perto de Deus com os sacrifícios (2 Crônicas 4:1-6), assim sugerindo a importância da santificação. Deus é santo, separado de suas criaturas. Mas, na imagem de comunhão perfeita com os vitoriosos no final do livro, “o mar já não existe” (21:1).
Quatro seres viventes cheios de olhos: Veremos melhor as características dos quatro seres viventes nos versículos 7 e 8. Aqui observamos o fato de estarem cheios de olhos, novamente enfatizando a capacidade de ver tudo. Ao redor de Deus estão servos capazes de ver tudo o que acontece. Nada escapa ao conhecimento do Soberano Deus.
4:7-8a – O primeiro ser vivente é semelhante a leão, o segundo, semelhante a novilho, o terceiro tem o rosto como de homem, e o quarto ser vivente é semelhante à águia quando está voando.
E os quatro seres viventes, tendo cada um deles, respectivamente, seis asas, estão cheios de olhos, ao redor e por dentro;...
Os quatro seres viventes nos lembram de outras passagens que descrevem a presença do Deus glorioso. As visões de Ezequiel são especialmente relevantes, pois falam de quatro seres viventes com quatro rostos diferentes, rostos que correspondem às quatro criaturas vistas aqui (Ezequiel 1:5-14). Ele chama os seres viventes de querubins (Ezequiel 10:9-17) e mostra o papel deles em defender e levar o trono de Deus conforme a vontade do Soberano. Entendendo que os seres viventes são os querubins , lembramos também dos querubins que ficavam acima da arca da aliança. Na visão de João, os seres viventes são semelhantes a quatro criaturas:
Leão: O forte predador, o símbolo de realeza.
Novilho: Em Ezequiel, o boi. Animais conhecidos por sua força.
Homem: A figura do homem acrescenta outra característica, juntando à força a inteligência.
Águia: Um predador rápido, capaz de localizar e atacar a sua vítima.
João continua sua descrição de outras características dos seres viventes:
Seis asas: Capazes de se locomover, e de transportar o trono de Deus (Ezequiel 1:20). Também usavam as asas para cobrir a arca da aliança (1 Crônicas 28:18). Os serafins de Isaías 6:2-3, como os seres viventes do Apocalipse, tinham seis asas, enquanto os querubins de Ezequiel tinham quatro. Devemos evitar a tendência de forçar os textos para achar alguma igualdade perfeita nos símbolos destas visões proféticas. Independente de pequenas diferenças, todas mostram servos de alta posição servindo a Deus, fazendo tudo que ele manda.
Estão cheios de olhos: Como as rodas que acompanhavam os querubins em Ezequiel, estes seres estavam cheios de olhos e capazes de ver em todas as direções.
4:8b - não têm descanso, nem de dia nem de noite, proclamando: Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus, o Todo-Poderoso, aquele que era, que é e que há de vir.
Não tem descanso: Servem e adoram a Deus em todo momento. Deus descansou, no sétimo dia, de seu trabalho da criação, mas continuou agindo para manter o universo que ele domina. Os judeus descansavam, no sábado, de seus trabalhos, mas se dedicavam naquele dia ao serviço de Deus. Nós aguardamos o descanso eterno no céu (Hebreus 4:1,11), mas entendemos que serviremos e adoraremos a Deus eternamente. Não nos surpreende, então, achar estes seres viventes servindo constantemente, sem descansar.
Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus: Esta expressão de louvor se encontra somente aqui e em Isaías 6:3. A mesma palavra repetida três vezes dá grande ênfase, especialmente no hebraico (Velho Testamento). Ele está acima, e separado, de todas as suas criaturas.
O Todo-Poderoso: Deus recebe louvor, também, como o Onipotente. A descrição “Todo-Poderoso” se encontra em quase 60 versículos na Bíblia, de Gênesis ao Apocalipse. Ele dá vida (Jó 33:4) e sabedoria (Jó 32:8). Ele abençoa os homens (Gênesis 48:3; 49:25). Nos profetas e nos evangelhos, esta descrição de Deus aparece frequentemente em passagens que falam do castigo divino (veja Isaías 13:6; Joel 1:5; Marcos 14:62). Para os fiéis, é uma garantia confortante de proteção (2 Coríntios 6:18). Os exércitos humanos podem mostrar algum poder, mas Deus tem poder absoluto. Este fato traz grande conforto aos fiéis que são protegidos por ele, e aterroriza os seus inimigos.
Aquele que era que é e que há de vir: Deus eterno (1:4).
4:9-11 – Quando esses seres viventes derem glória, honra e ações de graças ao que se encontra sentado no trono, ao que vive pelos séculos dos séculos,
Os vinte e quatro anciãos prostrar-se-ão diante daquele que se encontra sentado no trono, adorarão o que vive pelos séculos dos séculos e depositarão as suas coroas diante do trono, proclamando:
Tu és digno, Senhor e Deus nosso, de receber a glória, a honra e o poder, porque todas as coisas tu criaste, sim, por causa da tua vontade vieram a existir e foram criadas.
Glória honra e ações de graças...: Os seres viventes adoram a Deus, pois ele merece toda a honra e glória.
Os vinte e quatro anciãos prostrar-se-ão: Os 24 anciãos, representando o povo de Deus, participam entusiasticamente do louvor a Deus.
Depositarão as suas coroas diante do trono: Mesmo as coroas que receberam de Deus servem para a glória do Criador, não das criaturas. Eles livremente entregam toda a sua glória a Deus. Sem Deus, eles seriam nada. Sem Deus, nós seríamos nada!
Tu és digno, Senhor e Deus nosso, de receber...: Deus merece:
A glória: Esplendor, majestade, exaltação.
A honra: Reverência devida à posição.
O poder: Força, habilidade. Obviamente, Deus é o Todo-Poderoso, mas os seus servos voluntariamente lhe cedem poder sobre as suas vidas.
Porque todas as coisas tu criaste...: Neste capítulo, que focaliza a posição de Deus Pai, o principal motivo de louvor é a criação. É o motivo citado muitas vezes no Antigo Testamento.
Conclusão
Não pode haver dúvida. Deus está no controle. Ele é a personagem principal no céu, e é o Soberano absoluto que criou e domina o universo. Ele merece a adoração e a obediência absoluta de todas as suas criaturas, até dos mais exaltados seres viventes no céu. É o Deus Santo e Todo-Poderoso. Sem dúvida alguma, ele é eterno. Da presença dele saem trovões, vozes, relâmpagos, e a luz resplandecente que reflete no mar de sua santidade. Que privilégio Deus concedeu a João quando o convidou ao céu numa visão! Que privilégio ele nos deu quando relatou toda a cena aos seus servos.

Apóstolo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciências da Religião Dr. Edson Cavalcante.

domingo, 30 de julho de 2017

SOFRIMENTO, ATÉ QUANDO IREI PASSAR PELA PROVA DO SOFRIMENTO MEU DEUS...


SOFRIMENTO, ATÉ QUANDO IREI PASSAR PELA PROVA DO SOFRIMENTO MEU DEUS...
Eclesiastes 3.1
A Bíblia afirma que (…) há tempo para todo o propósito debaixo do céu (Ec 3.1). Não há acasos; Deus tem um propósito para cada acontecimento. Sendo assim, nós não podemos imaginar que Deus não tem propósitos para o sofrimento. Nem mesmo o sofrimento humano acontece por acaso.
1 – PROPÓSITO DO SOFRIMENTO ENTRE OS ÍMPIOS
Manifestar o caráter santo de Deus Salmo 107.17 – Esse texto afirma que os ímpios serão afligidos por causa dos seus pecados. As dores e as angústias sobrevêm aos incrédulos como consequência das suas transgressões. Há pessoas que vivem com o coração longe de Deus, se afundam nas suas iniquidades e que, quando sofrem, perguntam-se: “Por que eu tenho sofrido tanto?” Deus, por causa de Sua própria santidade, além de abominar o pecado não pode ficar impassível diante de práticas pecaminosas. Assim, Ele age permitindo o sofrimento àqueles que vivem na prática do pecado.
Promover a prática da justiça
Is 26.9 – O sofrimento que Deus permite aos ímpios tem por objetivo levá-los a aprender a viver uma vida reta. Uma das maneiras de se levar uma pessoa ímpia a viver uma vida correta é aplicando-lhe uma penalidade. A manifestação da justiça de Deus tem um efeito saudável dentro da sociedade, pois as pessoas começam a andar em retidão pelo medo da “punição”.
2 – PROPÓSITOS DO SOFRIMENTO ENTRE OS CRISTÃOS
Levar o crente de volta ao caminho correto Pv 3.11-12 – A dor é o “megafone” que Deus usa para fazer o “surdo” ouvir o que Ele tem a dizer. Quando estamos enfrentando dores e sofrimentos, devemos pedir a Deus para nos mostrar o caminho correto a seguir, para ajudar-nos em nossa conduta, fazendo-nos voltar para o caminho da retidão. Além do mais, é necessário compreender que esse tipo de ação permissiva de Deus (dor e sofrimento) não é sinal de que Ele nos abandonou. Pelo contrário, é sinal de que Ele nos ama, desejando nos levar a andar no melhor caminho: o caminho da vida.
Desenvolver uma capacidade de compaixão pelos outros
II Co 1.4-5 – Esse texto nos ensina algumas verdades acerca do sofrimento: É Deus quem nos conforta no sofrimento – No mundo, nós, que somos cristãos, sempre vamos passar por tribulações (Jo 16.33). Todavia, com Deus esse estado de miséria é aliviado. Por essa razão, no verso 3 Deus é chamado de “o Pai das misericórdias e Deus de toda consolação”. Deus está sempre disposto e é totalmente poderoso para nos consolar e nos confortar em nossos momentos de angústia e dor.
É Deus que nos capacita para confortar no sofrimento de outros – O sofrimento é uma excelente escola, onde aprendemos a consolar e confortar as pessoas da mesma maneira como Deus o faz. Nós, seres humanos, somos diferentes de Deus: Enquanto Ele conhece todas as coisas sem nunca as ter experimentado, nós só conseguimos aprender a fazer algo através da experiência. Nunca aprenderemos a confortar pessoas a menos que passemos pelo sofrimento e recebamos o conforto divino. Se o próprio Jesus teve de aprender a obedecer pelas coisas que sofreu, tendo de experimentar o sofrimento e a tentação para poder socorrer os que são tentados (Hb 2.8), quanto mais nós temos de aprender na prática sobre a consolação divina para podermos consolar os que estão sofrendo.
Deus enviou Cristo para que a nossa consolação transborde por meio dEle – Paulo também aprendeu a glorificar o merecedor de todas as graças que recebemos de Deus. Como recebemos a capacidade de consolar, temos de aprender a glorificar a Cristo, porque toda a nossa capacidade de confortar é transbordada por meio de Cristo.
Confirmar o valor da fé
1 Pe 1.6-7 – O sofrimento é um meio que Deus usa para fazer o crente crescer na sua fé. Pedro diz que o sofrimento é comparado à ação do fogo – A ação do fogo é múltipla. Ele destrói, consome, aniquila; mas a Escritura cita o fogo aqui como um elemento purificador, um elemento que torna o objeto aprovado, aperfeiçoado, confirmado. O processo de confirmação de nossa vida em fé é comparado ao processo da depuração do ouro pelo fogo.
Pedro diz que a confirmação da fé vem por uma gama de sofrimentos – O fogo é sinônimo de sofrimento causado pelas provações: passamos por ele e por meio dele somos confirmados em nossa fé. Os destinatários da carta de Pedro estavam sendo provados com aflições. Não haveriam de sofrer por muito tempo, mas estavam sofrendo para que o valor da sua fé fosse confirmado. O sofrimento tem várias manifestações: Deus permite várias formas para causar crescimento no meio do seu povo. Por essa razão, Pedro diz que os crentes seriam contristados (entristecidos) “por várias provações”. Esse teste de fé está longe de ser uma experiência agradável.
Pedro diz que o sofrimento para a confirmação da fé vem quando necessário – Nem todos os cristãos que passaram pelo mundo experimentaram os sofrimentos dos quais Pedro falava. Por essa razão ele diz: “Nisso exultais, embora, no presente, por breve tempo, se necessário, sejais contristados por várias provações (…)”. A conclusão que se pode tirar dessa passagem é que nem todos sofrem, porque não é necessário que haja crescimento ou confirmação da fé somente por meio do sofrimento. O sofrimento não é algo inevitável ou necessário.
Pedro diz que o sofrimento para a confirmação da fé não é longo – Mesmo que em certas ocasiões o sofrimento possa vir sobre os crentes, ele não permanece para sempre. Pedro diz que os crentes são contristados “por breve tempo”. O sofrimento é de duração limitada. Aliás, não podemos nos esquecer de que a duração curta da provação está em contraste com a alegria de que vamos desfrutar amanhã. Mesmo que o sofrimento dure a noite inteira, a alegria vem pela manhã.
Aperfeiçoar o caráter cristão
Rm 5.3-4 – Nesse texto, Paulo afirma que o sofrimento é um meio que Deus usa para aperfeiçoar o caráter dos cristãos. Mas, diferentemente da versão Revista e Atualizada da Sociedade Bíblica Brasileira, há outras versões da Bíblia que traduzem o texto de uma forma diferente. A palavra “tribulações” é traduzida como “sofrimentos”, “perseverança” é traduzida como “paciência” e “experiência” é traduzida como “caráter provado”. Assim: Paulo diz que os sofrimentos produzem perseverança – Na língua grega, a palavra “perseverança” pode também ser traduzida por paciência, persistência, constância. Essas são algumas características que se apresentam no homem maduro, que se mantêm leal à sua f
é e aos seus propósitos mesmo quando está debaixo das maiores tribulações ou sofrimentos. Em geral, não crescemos quando estamos em plena calmaria de problemas. Em todos os ramos, o desenvolvimento aparece em hora de crise ou sofrimento.
Paulo diz que a perseverança produz experiência – Essa é parte da reação em cadeia. Assim como os sofrimentos produzem a perseverança (ou paciência, ou constância, ou persistência), esta produz experiência. Na língua grega, a palavra “experiência” pode ser traduzida por “caráter provado”. A ideia é a de alguém que foi testado e saiu vitorioso no teste, tendo desenvolvido um caráter amadurecido pelos sofrimentos.
Paulo diz que a experiência produz esperança – O sofrimento do cristão o conduz à perseverança, à firmeza, à constância e à paciência porque eles são conectados à esperança. Há alguma coisa no final que os faz levantar os olhos e crer na mudança dos acontecimentos. Para o cristão, o sofrimento é o ponto em que o poder da esperança fica cada vez mais claro, ligando o nosso presente ao futuro de vitória, porque para o cristão “os sofrimentos do tempo presente na são para comparar com a glória a vir ser revelada em nós” (Rm 8.18).
Conclusão
Quando você estiver sofrendo pelas mais variadas razões, lembre-se de que você não é um desafortunado, mas um amado de Deus. Os sofrimentos pelos quais você tem passado são maneiras belamente estranhas de Deus fazer bem à sua vida.
– Ele tem levado você de volta ao caminho dele, que é o caminho da vida, endireitando as suas veredas tortuosas. Se Deus não lhe houvesse mostrado o seu amor disciplinador, onde você estaria ainda?
– Ele tem ensinado você a ter compaixão dos outros que sofrem.
– Ele tem confirmado o valor da sua fé, por meios das tribulações pelas quais você passa.
– Ele tem aperfeiçoado o seu caráter.

Apóstolo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciências da Religião Dr. Edson Cavalcante.

sábado, 29 de julho de 2017

O CRISTÃO PARDAL...


                                                     O CRISTÃO PARDAL...
Alguns passarinhos são baratos. Na época de Jesus, um trabalhador comum ganhava o suficiente em um dia de serviço para comprar 40 pardais (cálculo baseado nas informações dadas em Lucas 12:6 e Mateus 20:2). Bem sabemos que pessoas não dão muito valor às coisas baratas.
Jesus usou esse fato para ensinar lições importantes.
Deus cuida das nossas necessidades. Jesus citou aves para relembrar seus ouvintes dos cuidados de Deus em providenciar as necessidades da vida. No mais famoso sermão da história, Cristo disse: “Por isso, vos digo: não andeis ansiosos pela vossa vida, quanto ao que haveis de comer ou beber; nem pelo vosso corpo, quanto ao que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o alimento, e o corpo, mais do que as vestes? Observai as aves do céu: não semeiam, não colhem, nem ajuntam em celeiros; contudo, vosso Pai celeste as sustenta. Porventura, não valeis vós muito mais do que as aves?” (Mateus 6:25-26). Com estas palavras, Jesus tranquiliza seus seguidores e combate a ansiedade. Diferente das distorções difundidas nos púlpitos de hoje, a mensagem de Jesus não foi uma de prosperidade e conquistas materiais e temporais. Ele ensinou aceitação das circunstâncias e a confiança em Deus em relação ao alimento e vestimenta. Paulo pregou o que muitos falsos mestres hoje rejeitam: “Tendo sustento e com que nos vestir, estejamos contentes” (1 Timóteo 6:8). As aves não tem carros, casas, eletrodomésticos, telefones celulares e computadores, mas vivem contentes sem nem compreender a bondade do seu Criador. Nós, como seres inteligentes e espirituais, devemos aprender dos pássaros!
Jesus nos valoriza e quer nos salvar. Em outra ocasião, o Senhor frisou o nosso valor eterno. Ele orientou seus discípulos com estas palavras: “Digo-vos, pois, amigos meus: não temais os que matam o corpo e, depois disso, nada mais podem fazer. Eu, porém, vos mostrarei a quem deveis temer: temei aquele que, depois de matar, tem poder para lançar no inferno. Sim, digo-vos, a esse deveis temer. Não se vendem cinco pardais por dois asses? Entretanto, nenhum deles está em esquecimento diante de Deus. Até os cabelos da vossa cabeça estão todos contados. Não temais! Bem mais valeis do que muitos pardais. Digo-vos ainda: todo aquele que me confessar diante dos homens, também o Filho do Homem o confessará diante dos anjos de Deus; mas o que me negar diante dos homens será negado diante dos anjos de Deus” (Lucas 12:4-9).
A vida de um ser humano vale pouco para algumas pessoas. Bandidos tiram vidas em assaltos para levar o dinheiro que está na carteira da vítima. Em muitos lugares, mães, médicos e farmacêuticos cooperam para abortar vidas antes das crianças verem a luz do dia. Visando lucros sem nenhuma preocupação com a ética ou moralidade, mafiosos internacionais fazem tráfego e exploração sexual de jovens e até crianças. Outros destroem vidas para lucrar na sua venda de drogas. Especificamente, o comentário de Jesus trata de pessoas que matam outros por causa da sua fé no Senhor. A perseguição aos cristãos primitivos foi forte e cruel. Os perseguidores não se importavam com essas vidas.
Mas o mesmo Deus que vê cada passarinho e sabe das suas circunstâncias também vê as pessoas que sofrem no serviço a ele. Outros homens podem desprezar e até odiar, mas ele vê o sofrimento e garante a recompensa eterna para os fiéis. Eles podem matar o corpo, mas ele protege e preserva o espírito eterno!
O valor de um objeto é medido no mercado de negociação pela vontade do comprador. Um vendedor pode pedir o valor que quiser, mas o objeto só passa a ter este valor se um comprador concordar em pagar. Quem determina o valor real é o comprador. Este princípio serve para mostrar o nosso valor real. Enquanto muitos desprezam até suas próprias vidas, Jesus Cristo é o comprador que determina o nosso valor. Ele nos comprou com seu próprio sangue, ou seja, deu sua vida para nos resgatar da condenação consequente do nosso pecado (Atos 20:28; Tito 2:14; Romanos 5:8-10; Apocalipse 1:5; 5:9). Paulo nos ensinou a valorizar a vida que custou caro (1 Coríntios 6:19-20).
Não despreze, desvalorize ou desperdice a sua vida, pois você vale muito mais do que um passarinho.

Apóstolo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciências da Religião Dr. Edson Cavalcante

sexta-feira, 28 de julho de 2017

CRISTÃOS REJEITADOS E ESCOLHIDOS POR DEUS...


                             CRISTÃOS REJEITADOS E ESCOLHIDOS POR DEUS...
I Samuel – 16:01, 04 a 07
01. ENTÃO disse o SENHOR a Samuel: Até quando terás dó de Saul, havendo-o eu rejeitado, para que não reine sobre Israel? Enche um chifre de azeite, e vem, enviar-te-ei a Jessé o belemita; porque dentre os seus filhos me tenho provido de um rei.
04. Fez, pois, Samuel o que dissera o SENHOR, e veio a Belém; então os anciãos da cidade saíram ao encontro, tremendo, e disseram: De paz é a tua vinda?
05. E disse ele: É de paz, vim sacrificar ao SENHOR; santificai-vos, e vinde comigo ao sacrifício. E santificou-o a Jessé e a seus filhos, e os convidou ao sacrifício.
06. E sucedeu que, entrando eles, viu a Eliabe, e disse: Certamente está perante o SENHOR o seu ungido.
07. Porém o SENHOR disse a Samuel: Não atentes para a sua aparência, nem para a grandeza da sua estatura, porque o tenho rejeitado; porque o SENHOR não vê como vê o homem, pois o homem vê o que está diante dos olhos, porém o SENHOR olha para o coração.
1). INTRODUÇÃO
Esta mensagem vai abalar seu coração, se verdadeiramente abri-lo ela vai fazer algo grande dentro de cada leitor, pois o assunto é extremamente importante. Desejo que após cada leitor se alimentar dessa palavra possa ser um multiplicador da palavra de Deus, para que assim também não seja um rejeitado.
Toda palavra vinda de Deus é boa para nossas vidas, e não será diferente dessa vez. Mas antes vou lhe contar como nasceu esta mensagem em meu coração, e como ela foi concebida.
Estava eu em uma igreja e naquele dia certo “homem de Deus” a quem Deus teria dado dons de revelação, visão, profecia iria ser o mensageiro da noite. Logo que este tal pregador pegou no microfone começou a cantar um hino, o que já me chamou a atenção, e assim gastou quase 15 minutos cantando (devo relatar que antes teve o grupo de louvor), só depois pegou a bíblia e leu um texto, mas começou a fazer teatro, e falar daquilo que todo mundo já sabe, infelizmente eu não sei o que ele pregou, mas sei que começou a dizer algumas profecias que já estão na bíblia. Foi aí que eu ouvi uma voz me dizer: “Eu não posso usar mais ninguém, pois basta eu lhes colocarem uma palavra na boca e já se acham profetas e começam a dar profetadas”, era a voz do Senhor me dizendo que as pessoas de hoje por serem uma vez ferramentas já se acham donos dos dons. Mas a culpa é de um povo que sofre de “falta de sabedoria”, e então ficam correndo atrás palavras já ditas por Deus. Então a voz do Senhor acrescentou: “Hoje existem mais empolgadores do que pregadores.” É verdade se empolgam quando Deus os usa e “tomam os pés pelas mãos”. Se lessem a bíblia veriam que Deus passava até anos sem falar com os profetas.
Vejo que Deus usa uma pessoa uma vez em uma palavra diferenciada e então este já se acha “O bam-bam-bam” “o dono da cocada preta”. Devemos sermos grato quando Ele nos usa e esperarmos a próxima vez. Então vejo que Deus tem toda razão e legalidade em rejeitar alguém, pois Ele mesmo foi rejeitado por sacerdotes, levitas, pregadores, profetas, ministros, pastores. Assim nasceu esta mensagem.
2). O QUE É SER UM REJEITADO
Em nossos dias temos um direito que nos reserva a legalidade de escolher e rejeitar muitas coisas, tais como rejeitar um lanche e escolher um restaurante, ou rejeitar um convite e escolher ficar em casa, talvez rejeitar um amigo e escolher um outro como amigo. Todos os dias escolhemos aceitar ou rejeitar e assim também passamos pelo mesmo crivo quando alguém nos escolhe ou nos rejeita.
Sei que todos já sentiram a sensação de em algum momento de sua vida ter sido escolhido por alguém, seja como amigo, como parceiro, como esposo ou esposa, e esta sensação é ótima. Mas da mesma maneira também já fomos rejeitados, e este sentimento com certeza é horrível. Não é?
A verdade é que temos rejeitado as coisas que o Senhor tem nos oferecido, assim também rejeitando o próprio Deus. Veja bem o que nosso dicionário diz sobre o que a palavra rejeitar significa: “Lançar fora; não admitir; recusar; lançar de si; repelir.”
A verdade é a seguinte: “O que devemos rejeitar temos aceitado e o que devemos aceitar temos rejeitado!” Não é irônico?
3). OS REJEITADOS POR DEUS
A bíblia que também pode ser chamada de “O manual do fabricante”, e que sempre tem nos dado o alimento do dia a diaq, relata alguns rejeitados por Deus. Pessoas foram lançadas fora, foram recusados por Deus, repelidos. Pessoas que com toda certeza experimentaram uma ou senão a pior sensação que alguém pode sentir a sensação de ser um rejeitado. Vejamos.
•    O REI SAUL - Em hebraico Shaul (pedido)
Saul foi o primeiro rei de Israel unida, foi escolhido pelo último juiz de Israel, o profeta Samuel durante um encontro profético. Era da tribo de Benjamim, notabilizou-se por defender o país contra vários inimigos, sobretudo os filisteus contabilizando muitas vitórias. Sem dúvida um homem fabuloso, pois a bíblia relata que em todo Israel não havia homem maior do que Saul dos ombros para cima. Mas depois de algum tempo começou a ficar desesperado por causas de contínuas derrotas no campo de batalha e progressivamente foi ficando mentalmente perturbado se tornando enfraquecido, e por causa desse descontrole os inimigos filisteus voltaram a atacar e a invadir Israel.
Saul começou bem, mas logo foi rejeitado por Deus que abate o soberbo e exalta o humilde, põe rei e tira rei. Saul cometeu um grande erro, pois ao perceber que Deus havia ungido um jovem chamado Davi, seu coração encheu-se de rancor, e Saul passou a ficar desesperado “tomando os pés pelas mãos”, e na falta do profeta Samuel, Saul resolve fazer um sacrifício a Deus, mas essa não era sua atribuição, e com isso ele mostra que não se importava com a obediência a Deus.
Mas eu fico pensando quais sentimentos brotaram no coração de Saul ao saber e perceber que teria sido rejeitado por Deus, que segundo vemos acima teria sido lançado fora; recusado; repelido por Deus, literalmente rejeitado por Deus. Penso que seu coração se encheu de tristeza, ele teve insônia, perdeu o apetite, ficou mau humorado com todos, mas ao invés de dobrar seus joelhos e se arrepender ele continua a perseguir o jovem Davi tentando matá-lo, ou fazendo o ofício de Samuel para que seu povo o aprovasse e como um “abismo chama outro abismo” (Sl, 42:7), Saul vai cada vez mais se mostrando ser mesmo um rejeitado de Deus.
Devemos pensar sobre isso, devemos nos atentar para não sermos rejeitados por Deus, e é isso que temos visto pessoas sem a real presença de Deus em suas vidas, igrejas que fazem um “barulhão”, mas foram rejeitadas por Deus, pois amam mais o dinheiro dos membros do que a palavra de Deus para as ovelhas.
•    ELIABE, O FILHO DE JESSÉ - Em hebraico Eliav (Deus é Pai)
Jessé tinha oito filhos homens e Eliabe era um o filho mais velho e naqueles tempos era comum conceder ao primogênito honra dobrada, pois na ausência do pai era este revestido de toda autoridade sobre os demais irmãos. O primogênito só perderia sua primogenitura caso tivesse cometido algo muito grave e talvez ele assim o tivesse feito por já estar rejeitado aos olhos de Deus.
Eliabe era um jovem de grande beleza, boa estatura e por certo quando Samuel o viu isso o fez se lembrar de Saul, mas talvez Deus quisesse na verdade era apagar toda referência que o fizesse lembrar-se de Saul.
Quando Samuel vê Eliabe ele pensa ser este o ungido de Deus, mas mal sabia ele que este também havia sido rejeitado por Deus.
Com certeza todos na casa de Jessé já sabiam que o profeta Samuel fora em sua casa para ungir um novo rei para Israel. Deus não só rejeitou a Eliabe, mas também a Abinadabe, a Sama e outros quatro filhos de Jessé, exceto Davi.
Fico também a imaginar como Eliabe, Abinadabe, Sama, e outros quatro ficaram ao ver o menor, o de cabelos avermelhados, sardas pelo rosto, cheirando a esterco e urina de ovelha ser o escolhido. Talvez eles tivessem pensado que se Samuel não os escolheu, muito menos a Davi escolheria.
Porque sempre achamos que Deus escolhe somente os grandes, pensamos que os grandes pregadores são os que tem as melhores palavras; que os grandes cantores são os que tem melhores músicas. Mas os olhos de Deus não são como os nossos, pois ele vê o coração.
Lógico que o mesmo sentimento nascido no coração de Saul ao ser rejeitado nasceu nos corações dos filhos de Jessé, pois ser rejeitado não é fácil. E ainda eles teriam que ver o pequeno Davi vencer o gigante Golias, o que confirmaria a rejeição e mesmo sendo uma vitória para Israel era também uma vergonha para os irmãos de Davi. Grande tristeza é ser um rejeitado.
4). OS ESCOLHIDOS POR DEUS
Mas como nosso Deus é dono da Verdade, da Soberania, do Juízo, e da Palavra, Ele também tem seus escolhidos, pessoas que não ficaram se lamentando, ou guardando mágoa por terem sidos rejeitados, mas que decidiram mudar a situação, tomar atitudes e se curvarem aos pés de Jeová, como um sinal da aceitação do Senhor. Pessoas que conservaram seus corações na pureza da palavra do Senhor, por isso eu venho agora lhe convidar a fazer parte desses escolhidos se tornando Veja.   
•    MOISÉS, O LIBERTADOR – Em hebraico Moshê (tirado das águas)
Na história do Êxodo, palavra grega para “saída”, encontramos a figura de Moisés, um homem sem igual. Deus tentou convencer Moshê durante uma semana para que aceitasse ser o enviado Divino para libertar o povo da escravidão do Egito. Após a abertura do Mar Vermelho, e a milagrosa salvação do povo Hebreu, consta registrado na bíblia que: "Acreditaram em Deus e em Moshê, Seu servo." Vemos que este versículo compara a fé em Deus à em Moisés (Ex-14:31).
Moisés não apenas foi o maior profeta da História da humanidade. Foi, também, modelo supremo do líder judeu, pastor fiel e zeloso. E um pastor fiel e zeloso é aquele que jamais deixa de lado seu rebanho, sem perder de vista nenhum de seus membros, pelos quais assume contínua e total responsabilidade.
Mas para chegar a ser o emissário de Deus, ele esteve desacreditado. Moisés viveu por cerca de 40 anos de favor nas terras de Jetro, que mais tarde viria ser seu sogro, teve que aprender a cuidar de ovelhas, vivendo em meio a esterco e urina animal. Acordava cedo e trabalhava muito, diferente da vida que levava nos palácios do Egito. Dormia ao relento, passando o dia sob um sol de mais de 40° Graus e a noite sob um frio de menos 0° Grau. Ao recusar ser o emissário de Deus ele se mostra desacreditado em si mesmo, mas se o Egito rejeitou Moisés, Deus o escolheu.
Chego à conclusão que a escolha, a aprovação, a aceitação de Deus supera qualquer rejeição desse mundo. Moisés mesmo outrora sendo expulso, enxotado, escorraçado do Egito e sofrendo por isso, pois a lei do Egito penalizava com a morte toda a pessoa que matasse um Egípsio, independente de quem fosse, assim a lei o fez fugir, mas ele teve a graça de agradar o coração de Deus e assim suprido pelo amor ágape que o envolveu.
•    GIDEÃO, O VALOROSO – Do hebraico Guidon (talhador)
O nome Gideão traduzido é “O talhador”. Era filho de Joás, da tribo de Manasses. Também foi chamado pelo nome de Jerubaal (Jz-6:32) que traduzido significa “baal que se vire”, e de Jerubesete (II Sm-11:21) que significa “contenda com ídolo”. Habitava na cidade de Ofra, e foi escolhido por Deus de um modo muito extraordinário para libertar os israelitas do julgo dos midianitas, sob o domínio dos quais, Israel tinha sofrido humilhação pelo espaço de sete anos.
Mas quem era este homem antes de se tornar um escolhido por Deus? A bíblia diz que ele mesmo se autodenomina de o menor da casa de seu pai, isso nos mostra que provavelmente ele tivesse irmãos mais prósperos do que ele. Na ocasião Israel era humilhada pelos midianitas que vinham e roubavam a comida, deixando apenas o necessário para que estes não morressem de fome e pudessem plantar novamente para que no ano vindouro eles voltassem e roubassem mais comida (verdadeiramente uma estratégia satânica).
A bíblia também relata que Gideão malhava o trigo no lagar, e não na eira onde era apropriado para tal, pois o lagar era o lugar que se espremiam a uvas para fazer vinho e a eira o terreiro que se batia o trigo. Então aprendemos que ele queria ficar oculto aos olhos do inimigo.
Foi se esforçando para defender seu pão de cada dia que Deus o viu. Foi por ser o menor, o mais desprezado no seio de sua família que Jeová o escolheu. E muitas vezes estamos nas mesmas situações como a de Moisés e Gideão e não tomamos atitudes de reconhecer que ainda há um Deus verdadeiro cujo nome é Jeová.
Gideão foi excluído por sua família, mas aos olhos de Deus ele foi escolhido.
5) REJEITANDO A DEUS
Agora vamos ler o texto abaixo e realmente tomar posse da mensagem que o Senhor Jeová quer nos passar.   
TEXTO: I Samuel – 08:04 a 07
04. Então todos os anciãos de Israel se congregaram, e vieram a Samuel, a Ramá,
05. E disseram-lhe: Eis que já estás velho, e teus filhos não andam pelos teus caminhos; constitui-nos, pois, agora um rei sobre nós, para que ele nos julgue como o têm todas as nações.
06. Porém esta palavra pareceu mal aos olhos de Samuel, quando disseram: Dá-nos um rei, para que nos julgue. E Samuel orou ao SENHOR.
07. E disse o SENHOR a Samuel: Ouve a voz do povo em tudo quanto te dizem, pois não te têm rejeitado a ti, antes a mim me têm rejeitado, para eu não reinar sobre eles.
Quando Jeová chama Samuel e lhe diz para fazer tudo o que o povo estava querendo, Ele acrescenta dizendo que o povo havia rejeitado a Ele e não a Samuel. O que me faz crer que mesmo Samuel estando se condoendo por que Israel havia decidido ter um rei como todos os outros povos tinham, ele ainda não poderia sentir a verdadeira dor que Jeová estava sentindo.
Israel havia provado de inúmeros milagres grandiosos e agora eles rejeitam o reinado de Deus desejando ter um homem que os governasse. Isso foi o estopim que iniciou a decadência do povo de Israel.
6) ESCOLHENDO A DEUS
Quero crer que após se alimentar dessa palavra nós nos levantemos como um exército grande em números para escolhermos o Senhor Jeová como Deus de nossas vidas, pois uma coisa há de se comentar, Deus é o que Ele é, mas seu nome é Jeová, o Senhor dos senhores, o Rei dos reis.
Decida escolher ser filho do verdadeiro Rei e viva sob o reinado do verdadeiro Deus, pois assim todos nós alegraremos o coração do Senhor e consequentemente alcançaremos o favor de Jeová e grandes coisas vão acontecer em sua vida. Não rejeite a Ele, pois isso o levará a derrota e ao abismo. Levante-se agora e declare:
“O MEU REI TEM NOME E SOBRE NOME. ELE SE CHAMA JEOVÁ JIRÉ, DEUS PROVEDOR”.
JEOVÁ te abençoe, te livre e te guarde.
Apóstolo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciências da Religião Dr. Edson Cavalcante


quinta-feira, 27 de julho de 2017

SINCERIDADE, VIRTUDE QUE FALTA A MUITOS CRISTÃOS...


                     SINCERIDADE, VIRTUDE QUE FALTA A MUITOS CRISTÃOS...
Pessoas que agem com falsidade, são de grande periculosidade. Mesmo não gostando de uma pessoa e fazendo de tudo para prejudicá-la, quando a vê, principalmente na companhia de outros, abre um “farto” sorriso, aperta mão e até abraça. O pensador Augusto Branco traduz bem essas atitudes, quando diz:
“Tratar bem a um desafeto não é ser superior nem educado: Isto é ser falso. E a falsidade me enoja. Prefiro um desafeto que me acerte um soco do que um desafeto que me oferece um sorriso: o primeiro é uma pessoa com convicções, o segundo é uma pessoa perigosa."
Quando o Senhor nos diz que devemos amar a todos sem distinção, não está insinuando que sejamos falsos. Porque o hipócrita finge "amar". Amar é também suportar as falsidades  sem revidá-las.
Quem age com falsidade é hipócrita, e o hipócrita é um “ator”, pois aparentam compartilhar ideias, crenças, sentimentos, virtudes, que na verdade não as possui nem as simpatizam. A falsidade e o fingimento de comportamentos fazem parte do universo dos que vivem na hipocrisia. E isso não é simplesmente uma representação temporária, como fazem os atores e artistas de teatro, TV, cinema, mas é o modus vivendi do hipócrita.
O hipócrita chega ao extremo de criticar os atos de alguém, quando ele na verdade pratica as mesmas ações. O hipócrita demonstra ser amigo de pessoas eminentes, quando o seu interesse maior é ficar “bem na fita”. Até “encena” livrar alguém em dificuldades, mas não  eliminar suas reais dificuldades; se “mostra” solidário com o sofrimento alheio, mas é apenas “marketing pessoal”.
Consegue chorar e ri quando necessário. Destila piedade quando fala e é lisonjeiro no tratar com aqueles que lhe são “úteis”. Concebe a si mesmo o único possuidor da “extraordinária capacidade de não pecar”.
A hipocrisia é duramente rejeitada na Palavra de Deus (Mateus 23.13-15, 23, 25,27-29; Lucas 21.1; Romanos 12.9; I Timóteo 1.5; I Pedro 2.1).
Alguém diz: “Conheci fulano e pensei uma coisa dele, mas agora me decepcionei. Ele mudou...” As pessoas não mudam ao longo do tempo. Na realidade, tais pessoas revelam com o tempo, exatamente o que de fato são por dentro.
A hipocrisia difere da mentira. O mentiroso falsifica as palavras, o hipócrita falsifica as atitudes.
É difícil, mas temos que conviver com hipócritas. Sua falsidade é fétida e enoja, mas nada que um “lenço” no “nariz” não resolva.

Apóstolo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciências da Religião Dr. Edson Cavalcante

quarta-feira, 26 de julho de 2017

FOFOCA O MAIOR MAL ENTRE OS QUE SE DIZEM CRISTÃOS...


                FOFOCA O MAIOR MAL ENTRE OS QUE SE DIZEM CRISTÃOS...
FOFOCAS
Não andarás como mexeriqueiro entre o teu povo; nem conspirarás contra o sangue do teu próximo. Eu sou o Senhor. Não odiarás a teu irmão no teu coração; não deixarás de repreender o teu próximo, e não levarás sobre ti pecado por causa dele.– (Lv 19.16,17)
Desde os primórdios que as fofocas e mexericos têm contaminado a Igreja de Cristo, pois são muitos os que se dizem CRISTÃOS e usam esse meio maldito para destruir vidas de outrem e até a sua própria, a Ordem de Deus é clara: ninguém deve andar com mexericos no meio do povo de Deus. A definição que o dicionário Aurélio dá de mexericar é: “Narrar em segredo e astuciosamente, com o fim de malquistar, intrigar ou enredar. Andar com mexericos; fazer intrigas”. E na definição de mexeriqueiro, encontramos o termo “leva-e-traz”, ou seja: fofoqueiro.
E a implicação espiritual desta prática não pode ser definida com nenhuma outra palavra, a não ser: pecado. Mexericar é desobedecer a Deus; portanto, é pecado e ponto final. Mas o versículo seguinte a esta proibição divina nos revela que não peca somente que faz o mexerico, mas também quem dá ouvido a ele! Note a expressão: “não deixarás de repreender o teu próximo, e não levarás sobre ti pecado por causa dele”. A Bíblia está dizendo que quando alguém dá ouvidos ao mexeriqueiro, está sendo cúmplice com ele, está levando sobre si pecado por causa da outra pessoa. A única forma de não pecar junto com o que traz o mexerico, é repreendê-lo e recusar dar-lhe ouvidos.
Se alguém vem falar mal de alguém, pegue esta pessoa, leve-o até “fulano” e faça falar na frente dele. Se a pessoa aceitar, dê ouvidos e tente ser o pacificador. Se a pessoa se recusar a fazê-lo, não a ouça e repreenda-a por estar sendo mexeriqueira. Infelizmente, a maioria não pratica este princípio, mas aqueles que o fazem tem visto que ou ganham o mexeriqueiro, tirando-o do pecado, ou no caso de não conseguir isto pelo menos não serão mais procurados por aquela pessoa.
O mexerico é uma voz maligna, e infelizmente pode ser encontrada em qualquer igreja. Os estragos que ele tem causado são incalculáveis. Quanta intriga, divisão, separação, inimizade, geradas pela língua que destila veneno! O cristão tem que estar perto o suficiente da Palavra de Deus a fim de abafar esta voz. Não falo apenas de vencer a tentação de pessoalmente mexericar; mais do que isto, falo de nem mesmo dar ouvidos a um mexeriqueiro. Pois mesmo que você nunca abra sua boca contra ninguém, ainda pode pecar mexericando. Basta ser cúmplice, dando ouvidos ao que mexerica.
Não temos que controlar a vida de ninguém. Se alguém está em falha, devo admoestá-lo, uma vez que isto é um mandamento bíblico:
“Irmãos, se um homem chegar a ser surpreendido em algum delito, vós que sois espirituais corrigi o tal com espírito de mansidão; e olha por ti mesmo, para que também tu não seja tentado”. – (Gl 6.1)
Note que a Bíblia fala sobre corrigir a pessoa. Não é brigar com ela, mas falar-lhe com espírito de MANSIDÃO, ou seja, amorosamente. Mas se não falo com a pessoa que falhou, não tenho direito de sair espalhando a fraqueza dela com mais ninguém! Se orarmos ao menos metade do que mexericamos, a igreja será um lugar bem diferente!
Precisamos reconhecer que o mexerico é instigado por Satanás; portanto, ele não é apenas a voz de uma pessoa que está pecando, mas é uma voz maligna! Instigado por Satanás
Quando escreveu a Timóteo, Paulo tratou da questão das viúvas, mostrando quando é que a igreja deveria sustentá-las e quando deveria rejeitá-las, instruindo-as a casar-se novamente. E ele atribui isto a dois tipos de problemas que esta situação estava gerando; um deles era o mexerico. E ele mostra que por trás do mexerico estava o próprio Satanás, instigando-o:
“Mas rejeita as viúvas mais novas, porque, quando se tornam levianas contra Cristo, querem casar-se; tendo já sua condenação por haverem violado sua primeira fé; e, além disto, aprendem também a ser ociosas, andando de casa em casa; e não somente ociosas, mas também faladeiras e intrigantes, falando o que não convém. Quero pois que as mais novas se casem, tenham filhos, dirijam sua casa, e não dêem ocasião ao adversário de maldizer; porque já algumas se desviaram, indo após Satanás.” – (1 Tm 5.11-15)
Paulo atribui o ser “faladeira e intrigante” a seguir Satanás. É óbvio que o diabo não apareceu pessoalmente a estas mulheres mandando que fofocassem, mas fez isto de maneira invisível, pois o agir dele é espiritual; é ele que está por trás instigando o mexerico. E quando a pessoa segue este caminho, está seguindo a Satanás, pois ele é quem instiga a intriga!
Já é tempo de compreendermos a implicação espiritual do mexerico e não mais dar lugar ao diabo. Além de ser classificado como instigado por Satanás, a Bíblia ainda nos revela que o mexerico é algo que Deus abomina:
“Há seis coisas que o Senhor detesta; sim, há sete que ele abomina: olhos altivos, língua mentirosa, e mãos que derramam sangue inocente; coração que maquina projetos iníquos, pés que se apressam a correr para o mal; testemunha falsa que profere mentiras, e o que semeia contenda entre irmãos.” – (Pv 6.16-19)
Há uma outra tradução que diz no versículo 16: “há seis coisas que o Senhor detesta e a sétima ele abomina”, o que dá um peso ainda maior ao que estamos dizendo, pois a sétima coisa que Salomão relaciona é: “o que semeia contenda entre irmãos”.
A voz do mexerico nunca edifica ninguém. Tampouco produz unidade, harmonia, comunhão ou amor. Pelo contrário, é um instrumento de divisão, de mágoa, e muita dor. E Deus o abomina! Mexericar é pecado. É tornar-se instrumento de Satanás. É fazer-se abominável a Deus. E mostra falta de caráter, de fidelidade ao Senhor e ao corpo de Cristo.
“O que anda mexericando revela segredos, mas o fiel de espírito encobre o negócio.” – (Pv 11.13)
O que vê seu irmão falhar, e em vez de espalhar a quem encontra, decide guardar silêncio, é chamado fiel de espírito. Há muita diferença entre um e outro! Precisamos aprender a guardar a nossa língua. Cresci ouvindo meu pai citar o ditado: “quem muito fala, muito erra”. E é bíblico, pois encontramos uma expressão semelhante no livro de Provérbios que mostra as consequências do uso da língua:
“O que guarda a sua boca preserva a sua vida; mas o que muito abre seus lábios traz sobre si a ruína” – (Pv 13.2)
Devemos zelar com o uso da nossa língua; Tiago disse que ela pode ser inflamada (ou instigada) pelo inferno (Tg 3.6). Quando escreveu aos tessalonicenses, o apóstolo Paulo chamou o “intrometer-se na vida alheia” – e é exatamente isto que é o mexerico – de um andar desordenado:
“Porquanto ouvimos que alguns entre vós andam desordenadamente, não trabalhando, antes intrometendo-se na vida alheia”. – (2 Ts 3.11)
Acostumamo-nos tanto com os mexericos, fofocas e intrigas, que ainda não tomamos consciência da gravidade deste pecado. Ao escrever sua primeira epístola, o apóstolo Pedro comparou o pecado de entremeter-se na vida alheia aos “piores” pecados que costumamos relacionar:
“Que nenhum de vós, entretanto, padeça como homicida, ou ladrão, ou malfeitor, ou como quem se entremete em negócios alheios”. – (1 Pe 4.15)
Jesus Cristo declarou que daremos conta no dia do juízo de toda palavra fútil que sair de nossa boca (Mt 12.36). É hora de darmos um basta ao mexerico. Se o encaramos como pecado, e enxergarmos o estrago que ele tem trazido ao Corpo de Cristo, acredito que haverá peso em nossos corações ao nos envolvermos em sua prática. Caso contrário, nossa consciência permanecerá cauterizada nesta área e seremos impedidos de crescer.
Levítico 19:16-19
Penso que o motivo real porque Deus nos deixa transmitir algo sobre a "fofoca", é que esse problema de maneira nenhuma nos é estranha. Nós não somente ouvimos fofocas, também as espalhamos e nós mesmos fomos vítimas delas. E acreditem: Todas as três coisas doem ao Senhor da mesma maneira!
Quando conto adiante algo que eu deveria Ter ficado para mim, normalmente o justifico com as palavras: "Precisamos de qualquer maneira orar por fulano ou sicrano, ele tem o seguinte grave problema..." Mas então normalmente não oramos, mas falamos bastante sobre o assunto. Naturalmente sempre foi altamente interessante ficar sabendo das últimas histórias sobre uma pessoa ou uma obra.
I). O que é fofoca?
Por ocasião da nossa conversão a Jesus, deixamos os "grandes pecados" como por exemplo, mentir, roubar, beber, enganar, uso de drogas, etc. Começamos a passar nosso tempo com nossos novos amigos, falando a respeito de nosso Senhor, sobre nossa vida e sobre o que acontecem à nossa volta. Complemente inofensivo... pensamos. Mas, observemos a coisa um pouco mais de perto! Quantas vezes essas conversas estão cheias de julgamentos, de boatos, de "ouvi dizer"... escondidos cuidadosamente atrás de um sorriso cristão!
Já sabias que a bíblia fala muito sobre fofoca? E não se trata de um "pequeno pecado", como muitos de nós pensamos. Na bíblia está escrito: "...a boca perversa, aborreço" (Prov. 8:13). Deus nos ordena: "Não andarás como mexeriqueiro entre o teu povo." (Lev. 19:16). Ele também diz: "...aprendam também a viver ociosas, andando de casa em casa; e não somente ociosas, mas ainda tagarelas e intrigantes, falando o que não devem." (I Tim. 5:13). E no Salmo 101:5, Deus diz: "Ao que as ocultas calunias o próximo, a esse destruirei." Deus é de opinião que pessoas tagarelas não o reconhecem, estando entregues aos seus pensamentos corrompidos. Ele equipara pessoas difamadoras com aqueles que não merecem confiança, como assassinos e aborrecedores de Deus. Ele continua, dizendo que aqueles que fazem tais coisas, sabem que merecem a morte. Mas isso não os impede de continuar a faze-las e até a animar outras a pratica-las (Rom. 1:28-32).
Além disso as fofocas não precisam ser obrigatoriamente mentirosas. Muitos pensam: "O assunto é verdade, por isso posso contá-lo a todos." Mas isso não está certo! Dizer a verdade com falsos motivos pode Ter efeito ainda mais funestos do que falar inverdade. A seguinte definição de "fofoca" deixa isso claro: Falar algo de alguém é fofoca, quando o que é dito não contribui para a solução do problema da pessoa em questão.
II). Orientação na Bíblia
Quando somos ofendidos por alguém ou vemos que alguém vive em pecado, temos que ir a essa pessoa e a nenhuma outra! (Mat. 18:15e16). Se alguém vive em pecado, que valor teria, falar a respeito a outros? O que os outros irão fazer a respeito? Ao invés disso, é nossa tarefa reconduzir o irmão ou a irmã à comunhão com Deus. Poderias mostrar-lhe o ponto escuro em sua vida, que o Senhor gostaria tanto purificar. Se a pessoa não der ouvidos, deve-se dar outros passos. "Irmãos, se alguém for surpreendido em alguma falta, vós, que sois espirituais, corrigi-lo, com espirito de bradura; e guarda-te para que não sejais também tentado." (Gal. 6.:1)
III). Envolver outros
Transmitir a outros nossas mágoas e amarguras e ouvir quando eles falam das suas, é outra área em que devemos ser bem cuidadosos. Se alguém feriu teu amigo, e este te falar da sua dor, provavelmente ficará ofendido por simpatia por ele. Então também te sentes ofendido e talvez ficas bravo com a pessoa que fez tal coisa ao teu amigo. Mais tarde é possível que os dois se reconciliem, e tudo estará perdoado e esquecido. Mas um problema permanece: Tu continuas amargurado!
Uma briga causada por um pequeno incidente, pode ter consequências muito amplas e estender-se por muito tempo, dependendo de quantas pessoas tomam conhecimento dela. Vês, é complemente injustificável envolver outros em tuas mágoas. Não temos o direito de ir a outro, exceto a Deus e aquele que nos ofendeu.
IV). A diferença entre aconselhamento e fofoca
Muitas vezes, fofocas e difamações são camufladas como "aconselhamento espiritual". Nada existe de condenável no aconselhamento espiritual, se realmente falar com conselheiro espiritual, um conselheiro espiritual é um crente maduro, que te exorta numa vida espiritual e à reconciliação, que aponta seu pecado na situação que está sendo analisada! Ele não exagera a importância da questão e não fica logo ofendido pessoalmente. A ele interessa principalmente a vontade de Deus, não a tua.
Na maior parte das vezes, nem procuramos seriamente uma solução quando falamos com alguém sobre um problema, mas somente um ouvinte compassivo, que também defende nosso ponto de vista. Parece-nos indiferente, quantas divisões provocamos, enquanto pudermos atrair pessoas para o "nosso lado". "Seis coisas o Senhor aborrece, e a sétima a sua alma abomina: olhos altivos, língua mentirosa, mãos que derramam sangue inocente, coração que trama projetos iníquos, pés que se apressam a correr para o mal, testemunha falsa que profere mentiras, e o que semeia contenda entre os irmãos." (Prov. 6:16-19)
V). "Mas estou somente ouvindo!"
Muitos de nós pensamos que somente ouvir não é tão grave quanto espalha-las. Mas isso não é verdade! Deus diz: "O malfazejo atenta para o lábio iníquo; o mentiroso inclina os ouvidos para a língua maligna." (Prov. 17:4).
Em I Samuel 24:9, Davi exorta a Saul: "Porque dás tu ouvidos às palavras dos homens que dizem: Davi procura fazer-te mal?" Sim, porque lhes damos ouvidos?! Porque estamos tão rapidamente dispostos a acreditar o pior? Na bíblia está escrito: "(o amor) tudo espera" (I Cor. 13:7). Porque não respondemos educada mas decididamente: "Desculpe, tenho a impressão que você está contando algo, que eu nem deveria ouvir. Você deveria conta-lo ao Senhor e aquele quem se refere, mas a mim não."
Algumas exortações desse tipo, mataria em germe a maior parte das histórias de mexericos. Ao menos, elas impedirão as pessoas de vir a ti com sua conversa fiada. Talvez, assim também as estimule uma vez a pensar sobre coisas mais importantes que os assuntos de outras pessoas. A bíblia nos adverte claramente sobre o envolvimento com fofocas: "O mexeriqueiro revela o segredo, portanto não te metas com quem muito abre seus lábios." (Prov. 20:19)
VI). Um sinal de maturidade
"Digo-vos que de toda palavra frívola que proferirem os homens, dela darão conta no dia do juízo." (Mat. 12:36). Em cada palavra que dizemos, tomamos uma decisão. Ou nos decidimos a glorificar a Deus ou a entristecê-lo, rebelando-nos contra sua palavra; "Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, e sim, unicamente a que for boa para edificação." (Ef. 4:29).
Frequentemente não levamos a sério a ordem de Deus para controlar nossa língua. Trata-se, entretanto, de uma das características de um crente maduro. Tiago diz: "Se alguém supõe ser religioso, deixando de refrear a sua língua, antes enganando o próprio coração, a sua religião é vã." ( Tiago 1:26). Sabemos que o coração é enganoso mais do que todas as coisas (Jer. 17:9), e assim seria fácil justificar desse modo nosso comportamento errado.
VII). Um pensamento final
Fofoca e difamação são instrumentos de Satanás. Ele sabe: se consegui dividir-nos e fizer com que lutemos entre nós, estaremos muito ocupados para lutar entra ele. Temos que parar e pensar, antes de falar! Deveríamos decidir em nosso coração, nunca mais dar ouvidos a fofocas ou espalha-las! Isso é possível pela graça de Deus e através da nossa decisão de fazer a escolha certa! Talvez tenhas que pedir desculpas a alguma pessoa. Talvez será preciso revelar amarguras e curá-las. Vai primeiro a Deus e deixa Ele ordenar teu coração! Ele também te dará forças para fazer o restante:
(Apoc. 19:7.)

Apóstolo. Capelão Juiz. Mestre e Doutor em Ciências da Religião Dr. Edson Cavalcante