Pages

sexta-feira, 30 de setembro de 2016

ESTUDO SIGNIFICADO DA FESTA DE PURIM...


                                   ESTUDO SIGNIFICADO DA FESTA DE PURIM...
O SIGNIFICADO DA FESTA DE PURIM
Segundo os registros do livro de Ester, a festa de Purim comemora o dia da vitória do povo judeu sobre os povos inimigos na época do Rei Assuero, medo-persa, durante o cativeiro dos judeus na Babilônia. Hamã havia emitido um decreto sem o conhecimento total do rei Assuero, determinando que o povo judeu deveria ser exterminado da terra sem qualquer direito de defesa.
Segundo a lei medo-persa, como qualquer decreto, após emitido, não poderia mais ser revogado nem pelo próprio rei, a solução encontrada por Mordecai e pela rainha Ester foi a de se emitir um segundo decreto, dando o direito aos judeus de se defenderem. Deus honrou o Seu povo e o fez prevalecer, fazendo cair por terra o plano inimigo de extinguir o povo de Deus da face da terra.
No calendário hebraico, a festa de Purim é comemorada nos dias 14 e 15 do mês de Adar (em 2011, a data concidirá com 20 e 21 de março), conforme Ester 9:20-22,26:
"Mordecai escreveu estas coisas e enviou cartas a todos os judeus que se achavam em todas as províncias do rei Assuero, aos de perto e aos de longe, ordenando-lhes que comemorassem o dia catorze do mês de adar e o dia quinze do mesmo, todos os anos, como os dias em que os judeus tiveram sossego dos seus inimigos, e o mês que se lhes mudou de tristeza em alegria, e de luto em dia de festa; para que os fizessem dias de banquetes e de alegria, e de mandarem porções dos banquetes uns aos outros, e dádivas aos pobres... Por isso, àqueles dias chamam Purim, do nome Pur. Daí, por causa de todas as palavras daquela carta, e do que testemunharam, e do que lhes havia sucedido..."
Purim é uma palavra hebraica derivada de outra palavra hebraica Pur, mas que muito provavelmente vem da palavra assíria puru, que se refere aos dados de jogos que são lançados para se determinar a sorte de algo1. Foi assim que Hamã lançou o Pur e determinou que, no 13º. dia do mês de Adar, o povo da aliança de Deus, os judeus, deveria ser exterminado da face da terra.
Apesar de o livro de Ester nunca mostrar algum dos nomes hebraicos do Senhor, é visível Sua presença e como Ele influencia os fatos e os tempos para favorecer o Seu povo. Conhecer os tempos de Deus é fundamental para se avançar no Reino. E isso tem que ser uma chave bíblica para nós, também. Ester, sendo judia, foi feita rainha entre os medo-persas, ao lado do rei Assuero. O primo dela, Mordecai, ficou às portas do palácio do rei, e o salvou de uma trama inimiga para matá-lo. Temos que nos posicionar às portas do Rei para vigiarmos com Ele, porque Ele quer nos revelar as tramas inimigas para que, por meio do poder de Deus, possamos impedi-las e desfazê-las antes de serem concretizadas. Profetizo que você descobrirá as tramas do inimigo contra a sua vida e as neutralizará pelo poder da sua oração.
Hamã, conselheiro do rei, era agagita (Ester 3:1-10; 8:3-5). Significa que Hamã era amalequita, porque Agague (de onde vem o termo agagita) era rei dos amalequitas (1 Samuel 15:8). É muito importante que entendamos um pouco da genealogia de Amaleque.
Amaleque era o neto de Esaú (Gênesis 36:12) e exterminou todos oshabitantes da área compreendida entre a península do Sinai e o deserto de Neguebe. Os amalequitas foram os primeiros a atacar Israel depois do Êxodo, em Refidim. Desde então, todas as ocorrências de ataques amalequitas na Bíblia sempre são tentativas de se exterminar o povo de Deus. Leia Números 24 para estudar mais a respeito. Em Êxodo 17:16, o Senhor faz uma importante revelação ao Seu povo. Ele diz:
"E disse: Porquanto jurou o Senhor que ele fará guerra contra Amaleque de geração em geração."
A iniqüidade dos amalequitas era tanta que o Senhor chegou a mandar que Saul os exterminasse por completo (1 Samuel 15:2-3). Porém, Saul desobedeceu. Historicamente, o povo amalequita foi exterminado somente no século 8 a.C. (1 Crônicas 4:43). Mas o espírito amalequita permaneceu ao longo da história (até os nossos dias), cumprindo o que o Senhor disse em Êxodo 17:16.
Quando o Senhor afirma que fará guerra contra Amaleque de geração em geração, significa que a guerra continua até hoje e é perfeitamente possível determinar que o espírito do anticristo está totalmente ligado ao espírito amalequita. O objetivo do espírito do anticristo será sempre exterminar o povo de Deus, e sempre tentar denegrir Jesus Cristo diante da sociedade. Anticristo literalmente significa em oposição a Cristo2.
Hamã foi alimentado por uma raiva incontrolável do povo de Deus - fato que se agravou ainda mais quando Mordecai não se prostrava diante dele, e quando o próprio Hamã foi obrigado a honrar Mordecai na frente de toda a população da Babilônia. Hamã então decide exterminar o povo judeu. O histórico de Adolph Hitler é surpreendentemente parecido com o de Hamã. Desde pequeno, já era influenciado pelo espírito do anticristo a odiar os judeus - o resto, a própria História nos conta. A biografia de Adolph Hitler nos mostra que sua raiva pelo povo judeu vinha da criação dada a ele, desde a infância, por parte de seus antepassados, por tradição. Isso impregnou o caráter de Hitler - não era algo que surgiu em Hitler somente quando ele assumiu o poder na Alemanha. O espírito do anticristo tornou-se mais nítido em Hitler quando atingiu a posição de liderança no Partido Nazista. Seus discursos anti-semitas literalmente hipnotizavam as massas. E assim, finalmente o espírito do anticristo colocava em prática, novamente, o seu intento de exterminar o povo de Deus, agora na Alemanha nazista.
Hamã, igualmente, não passou a ter raiva dos judeus somente porque Mordecai não se prostrava diante dele. Era algo que vinha de sua criação, do ódio dos amalequitas pelo povo de Deus que passava de geração em geração - era uma iniqüidade constantemente alimentada. Tanto, que Hamã resolveu punir toda a população judia, não somente Mordecai.
Mas Deus levantou Ester. Um dos significados do nome Ester é escondida3. Ela era a arma secreta de Deus. E com isso o inimigo não contava. Ester era intercessora. Ao saber do edito de Hamã, jejuou e orou por três dias. Comunicou-se com Mordecai, que levou todo o povo de Deus a fazer o mesmo. Intercederam, jejuaram e finalmente Hamã foi desmascarado e morto em sua própria forca. Decrete em sua vida que você é uma arma secreta de Deus para ver os seus inimigos espirituais (veja Efésios 6:12) enforcados nas próprias forcas que haviam preparado para você!
Por fim, Deus honrou ao Seu povo, que ganhou o direito de se defender e derrotou os inimigos no dia 13 do mês de Adar. Assim, a existência do povo de Deus foi preservada. Os planos do inimigo foram impedidos!
Decrete o mesmo em sua vida hoje! O livro de Ester foi escrito para demonstrar que:
Deus jamais abandonará o seu Povo
O poder de Deus sempre sobrepujará o poder do inimigo
A intercessão faz a história e acelera o cumprimento da Palavra de Deus aqui na terra
Os decretos que Deus emitir em sua vida serão sempre superiores aos decretos do inimigo sobre a sua vida
Devemos orar pela paz em Jerusalém
Comemore a Festa de Purim com este sentimento:
De que a Igreja do Senhor Jesus Cristo na terra tem o poder hoje para guerrear e impedir que o espírito do anticristo realize extermínios do povo de Deus aqui na terra
De que finalmente o Senhor Jesus, quando voltar, derrotará o anticristo em pessoa. Isso é fato. No mundo espiritual já foi consumado. Temos que ligar os céus aqui na terra.
A Paz do Senhor a todos vocês.

Apóstolo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciência da Religião Dr. Edson Cavalcante

QUANDO UM HOMEM AFRONTA DEUS...


                                       QUANDO UM HOMEM AFRONTA DEUS...
1  No ano décimo quarto do rei Ezequias, subiu Senaqueribe, rei da Assíria, contra todas as cidades fortificadas de Judá e as tomou.
2  O rei da Assíria enviou Rabsaqué, de Laquis a Jerusalém, ao rei Ezequias, com grande exército; parou ele na extremidade do aqueduto do açude superior, junto ao caminho do campo do lavadeiro.
3  Então, saíram a encontrar-se com ele Eliaquim, filho de Hilquias, o mordomo, Sebna, o escrivão, e Joá, filho de Asafe, o cronista.
4  Rabsaqué lhes disse: Dizei a Ezequias: Assim diz o sumo rei, o rei da Assíria: Que confiança é essa em que te estribas?
5  Bem posso dizer-te que teu conselho e poder para a guerra não passam de vãs palavras; em quem, pois, agora confias, para que te rebeles contra mim?
6  Confias no Egito, esse bordão de cana esmagada, o qual, se alguém nele apoiar-se, lhe entrará pela mão e a traspassará; assim é Faraó, rei do Egito, para com todos os que nele confiam.
7  Mas, se me dizes: Confiamos no SENHOR, nosso Deus, não é esse aquele cujos altos e altares Ezequias removeu e disse a Judá e a Jerusalém: Perante este altar adorareis?
8  Ora, pois, empenha-te com meu senhor, rei da Assíria, e dar-te-ei dois mil cavalos, se de tua parte achares cavaleiros para os montar.
9  Como, pois, se não podes afugentar um só capitão dos menores dos servos do meu senhor, confias no Egito por causa dos carros e cavaleiros?
10  Acaso, subi eu agora sem o SENHOR contra esta terra, para a destruir? Pois o SENHOR mesmo me disse: Sobe contra a terra e destrói-a.
11  Então, disseram Eliaquim, Sebna e Joá a Rabsaqué: Pedimos-te que fales em aramaico aos teus servos, porque o entendemos, e não nos fales em judaico, aos ouvidos do povo que está sobre os muros.
12  Mas Rabsaqué lhes respondeu: Mandou-me, acaso, o meu senhor para dizer-te estas palavras a ti somente e a teu senhor? E não, antes, aos homens que estão assentados sobre os muros, para que comam convosco o seu próprio excremento e bebam a sua própria urina?
13  Então, Rabsaqué se pôs em pé, e clamou em alta voz em judaico, e disse: Ouvi as palavras do sumo rei, do rei da Assíria.
14  Assim diz o rei: Não vos engane Ezequias; porque não vos poderá livrar.
15  Nem tampouco Ezequias vos faça confiar no SENHOR, dizendo: O SENHOR certamente nos livrará, e esta cidade não será entregue nas mãos do rei da Assíria.
16  Não deis ouvidos a Ezequias; porque assim diz o rei da Assíria: Fazei as pazes comigo e vinde para mim; e comei, cada um da sua própria vide e da sua própria figueira, e bebei, cada um da água da sua própria cisterna;
17  até que eu venha e vos leve para uma terra como a vossa; terra de cereal e de vinho, terra de pão e de vinhas.
18  Não vos engane Ezequias, dizendo: O SENHOR nos livrará. Acaso, os deuses das nações livraram cada um a sua terra das mãos do rei da Assíria?
19  Onde estão os deuses de Hamate e de Arpade? Onde estão os deuses de Sefarvaim? Acaso, livraram eles a Samaria das minhas mãos?
20  Quais são, dentre todos os deuses destes países, os que livraram a sua terra das minhas mãos, para que o SENHOR livre a Jerusalém das minhas mãos?
21  Eles, porém, se calaram e não lhe responderam palavra; porque assim lhes havia ordenado o rei, dizendo: Não lhe respondereis.
22  Então, Eliaquim, filho de Hilquias, o mordomo, e Sebna, o escrivão, e Joá, filho de Asafe, o cronista, rasgaram suas vestes, vieram ter com Ezequias e lhe referiram as palavras de Rabsaqué (Is 36.1-22).
Introdução
A história que lemos fala de um rei que conquistou uma vitória tremenda por confiar em Deus e permanecer fiel. Ezequias teve de enfrentar uma situação muito difícil: a invasão de seu reino pelo rei da Assíria. Foi afrontado, ridicularizado, descaracterizado em sua autoridade, quando o emissário do rei Senaqueribe, de uma forma humilhante, motivou o povo a desacreditar no seu Deus e em seu governante. Mas, Ezequias era um homem de fé, confiou em Deus e alcançou uma tremenda vitória. Este rei é um exemplo de como permanecer firme na presença de Deus mesmo diante de adversidades.
Ezequias foi um dos reis de Judá que procurou agradar ao Senhor e andar nos seus caminhos. Ao contrário de muitos dos reis perversos de Israel, ele decidiu confiar apenas em Deus para superar os obstáculos que pareciam insuperáveis, bem como não se intimidar com os desafios orgulhosos de um inimigo pavoroso.
1 – A invasão de Senaqueribe contra Judá e seu cerco em Jerusalém
Quando o rei Ezequias viu que Senaqueribe tinha capturado todas as cidades ao seu redor, a fim de evitar um ataque, ele enviou uma mensagem a Senaqueribe dizendo para se retirar dele que ele pagaria tudo que lhe fosse proposto.     A resposta de Senaqueribe não foi uma pechincha. Ele exigiu uma quantia extravagante de 300 talentos (17.100 quilos) de prata e uns 30 talentos (1.710 quilos) de ouro! (Um talento pesa 57 quilos). Ezequias fez tudo que pôde para arrecadar este dinheiro, mas quando ele enviou o peso do seu tributo a Senaqueribe, o rei Assírio exigiu mais e o advertiu de que as portas de Jerusalém deveriam estar abertas porque ele a iria tomar.
A – O rei Ezequias de Judá
1  No ano décimo quarto do rei Ezequias...
A história que lemos se deu no décimo quarto ano de reinado do rei Ezequias. Quem foi este homem? Ezequias tinha vinte e cinco anos de idade quando começou a reinar e reinou vinte e nove anos em Jerusalém. Ezequias era filho de Acaz, que reinou dezesseis anos em Jerusalém e não fez o que era reto perante o SENHOR. Porém, Ezequias também era filho de Abias que era filha de Zacarias. Este Zacarias foi o mesmo que instruiu o Rei Uzias até ele se engrandecer e enquanto Uzias ouvia a Zacarias ele fez o que era bom aos olhos de Deus. Abias deve ter instruído seu filho, Ezequias, a temer a Deus, provavelmente comparando a falta de temor de seu pai Acaz com as desgraças da nação.
B – O rei Senaqueribe da Assíria
1  ... subiu Senaqueribe, rei da Assíria ...
Um outro rei entra nesta história. Quem era Senaqueribe? Era o Rei da nação mais poderosa daquele tempo. O Infiel Rei Acaz, pai de Ezequias, pagava tributos a Senaqueribe para que ele não atacasse Judá. Porém, o Rei Ezequias decidiu confiar em Deus e se rebelar contra Senaqueribe, que invade Judá. As fontes assírias e as descobertas arqueológicas retratam o relato de Senaqueribe sobre sua campanha contra Judá. Ele diz:
"Quanto a Ezequias, o judaico, ele não se submeteu ao meu jugo. Eu montei cerco em 46 de suas cidades fortificadas e em incontáveis pequenas aldeias; a tudo conquistei usando rampas de acesso que nos colocaram perto das muralhas (...). Eu expulsei 200.150 pessoas, jovens e velhos, homens e mulheres, cavalos, mulas, jumentos, camelos, gado grande e pequeno além da conta, e a tudo considerei como pilhagem de guerra. Ele mesmo eu o fiz prisioneiro em Jerusalém, na sua residência real, como um pássaro numa gaiola”.
C – A estratégia de Satanás com esta invasão
1  ... contra todas as cidades fortificadas de Judá e as tomou.
Por que está acontecendo, neste momento, esta invasão de Jerusalém? O rei Ezequias começa seu reinado priorizando a restauração da aliança da nação para com Deus, comprometida com o reinado desastroso de seu pai. Ele sabia o que sua nação mais precisava. Restabeleceu a vida espiritual do povo restaurando o culto ao Senhor em Jerusalém. Restabeleceu o louvor e a adoração ao Senhor, pois louvor e adoração são atitudes naturais dos que confiam em Deus. Ele mandou os levitas purificarem suas vidas e o Templo, regulou as turmas dos sacerdotes e levitas e depois convocou todo o povo a vir à Jerusalém celebrar a Páscoa. O povo já não se lembrava mais do grande amor de Deus por ter libertado seus antepassados da escravidão no Egito. Todas essas providências produziram muita prosperidade e havia muita alegria no meio do povo.
Com as atitudes de Ezequias, Deus restaurou a aliança com seu povo e os sarou. Até os dízimos e ofertas foram restaurados e o Rei foi o primeiro a dar o exemplo. Depois de toda esta transformação é óbvio que o diabo tentaria resgatar novamente aquilo que estava em suas mãos, pois, depois destas coisas e desta fidelidade, veio Senaqueribe, rei da Assíria, entrou em Judá, dominou as cidades fortificadas e intentou apoderar-se de Jerusalém.
Senaqueribe é uma figura do diabo, que vem matar roubar e destruir, porém Deus socorre, livra e fortalece aos que O buscam com coração sincero e se entregam a Ele nos momentos de provação.
Isso também acontece com nossas vidas, pois quando começamos a dar os primeiros passos para seguir a Jesus, o inimigo se levanta e tenta de todas as formas nos colocar novamente debaixo de seu domínio. E sempre que alguém firma no seu coração o propósito de servir ao Senhor com fidelidade, o inimigo se levanta furiosamente para atacar, cercando a sua vida com problemas e dificuldades repentinas.
2 – A intimidação de Rabsaqué
O exército assírio tinha passado sobre a Síria e Israel como um rolo compressor. Depois atacou Judá, conquistou todas as suas cidades fortificadas e cercou Jerusalém, fechando esta cidade, no dizer de Senaqueribe, “como um pássaro em uma gaiola”. A conquista de Jerusalém parecia inevitável. Senaqueribe usou uma estratégia de intimidar os israelitas para que se rendessem. Ele enviou Rabsaqué, seu principal oficial, a Jerusalém para começar uma campanha destinada a persuadir os homens de Judá a desistir sem lutar. O discurso foi engenhado para motivar os cidadãos de Jerusalém e os dirigentes da cidade a julgar sua situação sem esperança e permitir aos assírios tomar a cidade sem resistência. A tática assíria se parece com as técnicas que Satanás usa conosco em suas tentativas para nos levar a ceder e a servi-lo. Observemos estas técnicas:
A – Rabsaqué tenta minar a auto-confiança do rei
4  Rabsaqué lhes disse: Dizei a Ezequias: Assim diz o sumo rei, o rei da Assíria: Que confiança é essa em que te estribas?
Vencer Senaqueribe era algo praticamente impossível para qualquer nação naquele tempo, porém, o Rei Ezequias estava confiante de que seu Deus iria livrá-lo. Ezequias olhava para Deus e não para o imenso exército de Senaqueribe, mas Rabsaqué tenta fazer com que ele olhe para o tamanho do exército da Assíria, que olhe para a sua pequenez e sinta haver uma impossibilidade de Deus livrá-lo. Rabsaqué não engrandece a Deus e nem ao poder de força de Ezequias, mas somente o poder da Assíria, de seu rei e de seu exército.
Vez ou outra, certas situações em nossa vida se tornam inexplicáveis e, mesmo sem sabermos como, temos de enfrentar inimigos poderosos, que vêm com táticas de enfraquecimento contra nossa fé, tentando minar nossas reservas de confiança em Deus, procurando nos passar a idéia de que tudo está perdido. Geralmente, nestas situações controversas, deixamos que argumentos racionais, tais como o medo e a perplexidade, passem a trabalhar a favor do inimigo, nos limitando e nos levando a perder a certeza e a confiança de que maior é o que está conosco e não aquele que faz as ameaças. Infelizmente, por muitas vezes o inimigo tem nos ameaçado e nos tem feito tremer, apenas com suas táticas de propagandas enganosas, baixando nossa moral e nossa confiança em Deus.
B – Rabsaqué tenta depreciar o poder de guerra do rei
5  Bem posso dizer-te que teu conselho e poder para a guerra não passam de vãs palavras; em quem, pois, agora confias, para que te rebeles contra mim?
6  Confias no Egito, esse bordão de cana esmagada, o qual, se alguém nele apoiar-se, lhe entrará pela mão e a traspassará; assim é Faraó, rei do Egito, para com todos os que nele confiam.
8  Ora, pois, empenha-te com meu senhor, rei da Assíria, e dar-te-ei dois mil cavalos, se de tua parte achares cavaleiros para os montar.
9  Como, pois, se não podes afugentar um só capitão dos menores dos servos do meu senhor, confias no Egito por causa dos carros e cavaleiros?
Rabsaqué dizia ao rei Ezequias: Você está perdido, não há ninguém que possa fazer alguma coisa por você! Como em uma guerra de propagandas, visando enfraquecer a moral dos exércitos de Judá, Senaqueribe envia mensageiros para estimular o povo a não confiar no seu rei, no seu exército e no seu Deus. O rei da Assíria usou da tática de mostrar aos moradores de Jerusalém que a confiança de outros povos não redundara em nada e não evitara a destruição. Portanto, que não confiassem em seu rei, na força de seu exército e nem na libertação de Seu Deus, pois o exército da Assíria era imbatível. O inimigo tenta passar a idéia para Ezequias de que ele já estava morto, faltava apenas cair: se não podes afugentar um só capitão dos menores dos servos do meu senhor.
Ezequias não se atemorizou. Ameaças e táticas de intimidação não foram suficientes para deter aquele homem que confiava plenamente em seu Deus. Ele cria em um Deus poderoso que está acima de qualquer exército.
A despeito das afrontas, não devemos oferecer ao inimigo a oportunidade de nos deixar perplexos e nem mesmo nos sentir derrotados por ameaças. Devemos enfrentar com coragem e fé naquele que nos fortalece, que é poderoso para operar um grande livramento e pode desfazer as táticas do inimigo, pode aniquilar os dardos inflamados do maligno.
C – Rabsaqué tenta abalar a fé do Rei
7  Mas, se me dizes: Confiamos no SENHOR, nosso Deus, não é esse aquele cujos altos e altares Ezequias removeu e disse a Judá e a Jerusalém: Perante este altar adorareis?
10  Acaso, subi eu agora sem o SENHOR contra esta terra, para a destruir? Pois o SENHOR mesmo me disse: Sobe contra a terra e destrói-a.
Ezequias instituiu amplas reformas na adoração em Judá. Ele baniu a idolatria e se opôs à adoração nos lugares altos. Rabsaqué usa estas reformas como ponto de partida para atacar e desacreditar Ezequias. Tentou levantar um descontentamento entre os israelitas pelas reformas de Ezequias, fazendo os judeus se sentirem inseguros por terem deixado de adorar os ídolos nos lugares altos.
Ainda hoje Satanás ataca as tentativas de volta ao padrão de Deus e de oposição às falsas doutrinas. Ele inspira os modernos conceitos de tolerância, segundo os quais todos os caminhos são certos, toda adoração é boa, e toda crença é válida. Ele faz com que aqueles que se opõem a religião humana e a doutrina dos homens pareçam maus sujeitos. O diabo é mestre na arte de chamar de mau o que é bom, e de bom o que é mau. Precisamos ter a coragem de nos opormos ao erro mesmo quando somos difamados por fazermos isso.
E tem mais. Rabsaqué ainda declarou que tinha a aprovação de Deus. Ele declara que Deus o tinha enviado para vencer. Os falsos mestres afirmam tipicamente que têm autorização de Deus. Nos dias de Jeremias, o falso profeta Hananias predisse com confiança a volta dos cativos e falou com autoridade pela "Palavra do Senhor":
1  No mesmo ano, no princípio do reinado de Zedequias, rei de Judá, isto é, no ano quarto, no quinto mês, Hananias, filho de Azur e profeta de Gibeão, me falou na Casa do SENHOR, na presença dos sacerdotes e de todo o povo, dizendo:
2  Assim fala o SENHOR dos Exércitos, o Deus de Israel, dizendo: Quebrei o jugo do rei da Babilônia.
3  Dentro de dois anos, eu tornarei a trazer a este lugar todos os utensílios da Casa do SENHOR, que daqui tomou Nabucodonosor, rei da Babilônia, levando-os para a Babilônia.
4  Também a Jeconias, filho de Jeoaquim, rei de Judá, e a todos os exilados de Judá, que entraram na Babilônia, eu tornarei a trazer a este lugar, diz o SENHOR; porque quebrei o jugo do rei da Babilônia (Je 28.1-4).
A ousadia desta "profecia" tinha ares de verdade. Ela foi dita no estilo das verdadeiras palavras de Deus e era convincente. Mas era falsa! Era uma mentira! Satanás é convincente, ele é o mestre do disfarce transformando-se em até anjo de luz, mas é o mensageiro das trevas. Ele afirma suas mentiras com tal ousadia que são facilmente acreditadas.

A estratégia de Senaqueribe, quando cercou e ameaçou Jerusalém, é a mesma usada pelo diabo hoje em dia. Quando ele cerca algum servo der Deus, faz de tudo para enfraquecer sua fé e sua confiança no Senhor, pois assim as coisas são facilitadas para ele. Se ele consegue convencer o servo de Deus de que não há esperança, que o seu problema é grave, que sua situação é irremediável, que ele está sem comunhão e que o Senhor não o livrará da dificuldade, terá conseguido enfraquecer e abater este servo, dali pra frente tudo estará praticamente perdido. Ao envolver o servo de Deus desta forma, o inimigo revela claramente sua intenção de destruir sua vida.
D – Rabsaqué tenta desestabilizar o reinado do rei
11  Então, disseram Eliaquim, Sebna e Joá a Rabsaqué: Pedimos-te que fales em aramaico aos teus servos, porque o entendemos, e não nos fales em judaico, aos ouvidos do povo que está sobre os muros.
12  Mas Rabsaqué lhes respondeu: Mandou-me, acaso, o meu senhor para dizer-te estas palavras a ti somente e a teu senhor? E não, antes, aos homens que estão assentados sobre os muros, para que comam convosco o seu próprio excremento e bebam a sua própria urina?
13  Então, Rabsaqué se pôs em pé, e clamou em alta voz em judaico, e disse: Ouvi as palavras do sumo rei, do rei da Assíria.
14  Assim diz o rei: Não vos engane Ezequias; porque não vos poderá livrar.
15  Nem tampouco Ezequias vos faça confiar no SENHOR, dizendo: O SENHOR certamente nos livrará, e esta cidade não será entregue nas mãos do rei da Assíria.
A maior força de Ezequias era a sua fé! Não importava quanta força o inimigo tinha, Deus ia vir e lutar pelo Seu povo. Ele sabia que a ajuda de Deus era muito mais do que as supostas forças do inimigo. Ezequias falou ao povo e quando acabou de falar "o povo descansou nas palavras do rei". Suas palavras eram fortes porque ele tinha descansado no Senhor. Ele cobrou ânimo do povo, restaurou todo o muro quebrado e sobre ele ergueu torres e fez armas e escudos em abundância. Pôs oficiais de guerra sobre o povo, reuniu-os na praça da porta da cidade e lhes falou ao coração, dizendo:

7  Sede fortes e corajosos, não temais, nem vos assusteis por causa do rei da Assíria, nem por causa de toda a multidão que está com ele; porque um há conosco maior do que o que está com ele (2 Cr 32.7).
E o povo recuperou ânimo com as palavras de Ezequias. Então, chega Rabsaqué com o exército assírio e procura desestimular os habitantes da cidade, dizendo que não deveriam confiar em Ezequias nem no Senhor, pois Ele não os livraria das mãos de Senaqueribe, afinal, eles eram mais fortes, mais poderosos, mais preparados para a guerra. Nem o SENHOR poderia fazer alguma coisa para livrá-los. Até fizeram referências aos deuses das nações conquistadas pelo rei da Assíria, os quais não puderam fazer nada para livrá-las.
Rabsaqué exagerou seu próprio poder. Do mesmo modo o diabo procura nos convencer que seu poder é maior do que nossa capacidade de resistir. Exagerando sua força, Satanás tenta desestabilizar nossa confiança no Senhor. Tenta nos intimidar diante de sua força. Para derrotar a tentação precisamos ver o poder de Deus. Se fizermos como Pedro, se fixarmos o olhar no vento e nas ondas vamos afundar com certeza, mas se mantermos nossos olhos fixos em Jesus permanecemos firmes.
3 – A afronta da Assíria e a resposta de Deus
Ezequias foi vítima de insultos e de grandes ameaças. Na perspectiva do emissário do rei da Assíria não adiantava a Ezequias confiar em Deus, pois Ele não daria livramento. Os deuses de outros povos não os livraram e não seria o Deus de Ezequias que o livraria diante de seu poderoso e cruel exército. Rabsaqué utiliza táticas milenares do inimigo:
A – Rabsaqué oferece uma aliança ao povo judeu
16  Não deis ouvidos a Ezequias; porque assim diz o rei da Assíria: Fazei as pazes comigo e vinde para mim; e comei, cada um da sua própria vide e da sua própria figueira, e bebei, cada um da água da sua própria cisterna;
17  até que eu venha e vos leve para uma terra como a vossa; terra de cereal e de vinho, terra de pão e de vinhas.
Rabsaqué estava tentando fazer com que os israelitas se rendessem. Ele poderia ter declarado que a rendição deles não levaria ao cativeiro, mas eles não teriam acreditado nele porque a política assíria de exilar as nações conquistadas era bem conhecida. Assim, ele fez uma abordagem diferente. Ele argumentou que seria um cativeiro maravilhoso do qual eles realmente gostariam: Para uma terra como a vossa e lá cada um comeria de sua própria videira e beberia água da sua própria cisterna.
Basicamente, os assírios estavam dizendo que quando os israelitas se rendessem e fossem levados ao exílio, eles achariam um lugar maravilhoso para viverem. O cativeiro seria mais ou menos uma estadia em uma estância de férias. Eles queriam que o povo judeu se conformasse com o estado de escravidão e não reagissem contra ele.
O diabo ainda tenta fazer o pecado e suas consequências parecerem atraentes. Sua estratégia mais antiga é negar o castigo pelo pecado e exagerar os benefícios dele. Aconteceu no Jardim do Éden e acontece até aos dias de hoje. Nos anúncios da televisão promovendo bebidas alcoólicas nunca é mostrado um bêbado trombando seu carro, destruindo sua família ou morrendo de doença do fígado; em vez disso, mostram a glória, o encanto e o prazer. Satanás faz isto com todo pecado. Ele monta cuidadosamente a fotografia do pecado em seu fotoshop para que mostre somente os aspectos mais atraentes e não revela as amargas consequências.
B – A Assíria não desafiou o rei Ezequias, desafiou o próprio Deus
18  Não vos engane Ezequias, dizendo: O SENHOR nos livrará. Acaso, os deuses das nações livraram cada um a sua terra das mãos do rei da Assíria?
19  Onde estão os deuses de Hamate e de Arpade? Onde estão os deuses de Sefarvaim? Acaso, os livraram a Samaria das minhas mãos?
20  Quais são, dentre todos os deuses destes países, os que livraram a sua terra das minhas mãos, para que o SENHOR livre a Jerusalém das minhas mãos?
Os assírios buscavam corroer a confiança do povo no Senhor. A argumentação de Rabsaqué é até irônica. Parece que ele não tem muita memória, pois tinha acabado de afirmar que o Senhor era aquele que o tinha enviado a conquistar Jerusalém. O Senhor mandou dizer para Ezequias:
23  A quem afrontaste e de quem blasfemaste? E contra quem alçaste a voz e arrogantemente ergueste os olhos? Contra o Santo de Israel.
24  Por meio dos teus servos, afrontaste o Senhor... (Is 37.23,24a).
O Senhor prometeu que poria um anzol no nariz dos assírios e os mandaria diretamente de volta a sua casa e que nenhum de seus soldados colocaria os pés em Jerusalém. O Senhor enviou um anjo que feriu e matou a todos do exército do rei da Assíria, que veio à Terra Santa de Israel com o propósito de destruir Jerusalém e afrontar o Santo nome do Senhor Deus de Israel. Quando Senaqueribe soube do que aconteceu com suas tropas, voltou para sua terra confundido e envergonhado, e quando estava na casa de Nisroque, seu deus, Adrá-Meleque e Sarezer, seus filhos, o feriram e ele morreu.
Satanás quer nos conduzir a crer que o Senhor não é confiável, que os meios de Deus não darão certo. Ele sabe que, sem confiança no Senhor, agiremos independentemente e tentaremos resolver nossos problemas sozinhos. Paulo nos diz que o único meio para apagar as setas incendiadas do maligno é usar o escudo da fé.
C – A intimidação do inimigo é para nos fazer calar a boca
21  Eles, porém, se calaram e não lhe responderam palavra; porque assim lhes havia ordenado o rei, dizendo: Não lhe respondereis.
Eles se calaram. É isso que o inimigo quer fazer com você: Calar sua boca para que não fales. Limitar suas ações para que nada faças. Abalar suas estruturas para que fique inativo, inútil, imprestável e não faças nenhuma diferença. Para fazer isso em sua vida ele vai usar de suas artimanhas, vai te enviar presentes, propostas de aliança e mensageiros. Se você é ativo e útil na obra de Deus, se você determinar trabalhar em prol da expansão do Reino de Deus, pessoas serão usadas não para te estimular a fazer a obra de Deus, mas para te fazeres calar, emudecer, pálido, atônito com as atitudes das pessoas. Por isso que nunca devemos nos espelhar em homem algum, mas somente naquele que é perfeito: Jesus Cristo. Por isso que nunca devemos esperar nada de homem algum, mas somente daquele que é compassivo e misericordioso, que não esmaga a cana quebrada. Por isso que a Bíblia nunca nos estimula a olhar para os lados, mas sempre para cima, porque lá está aquele que te recompensará por cada esforço empregado em prol de seu Reino, ainda que seja apenas um copo de água oferecido. Com o Senhor está o galardão, a recompensa, o estimulo, a força e o ânimo para nunca desistir.
Conclusão
Os israelitas se recusaram a dar atenção à propaganda de Rabsaqué. Eles se voltaram e oraram pela ajuda do Senhor e Deus reverteu aquela situação em favor de Ezequias. Da mesma forma, em nossas vidas, esse mesmo Deus que já tem se mostrado poderoso em tantas situações pode operar grandes livramentos. Portanto, não se desanime e não se deixe levar pelas ofensas e artimanhas do mal e nem por ameaças de quem possa se mostrar poderoso como Senaqueribe. Sejamos surdos à propaganda de Satanás!
Quando confiamos no Senhor e estamos na sua presença, Ele sempre nos socorre, por mais difícil e complicada que seja a nossa situação. Os que se levantam contra os filhos de Deus e contra a noiva do Cordeiro são confundidos, envergonhados e destruídos. Por isso, ponha a sua confiança em Deus, e Ele vai salvar e proteger você, ainda que Ele tenha que realizar milagres para fazer isso.

Apóstolo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciência da Religião Dr. Edson Cavalcante.

quinta-feira, 29 de setembro de 2016

AS TRÊS MARIAS A SERVIÇO DE JESUS...


                                    AS TRÊS MARIAS A SERVIÇO DE JESUS...
Ela suportou uma grande dor
MARIA está ajoelhada, sentindo uma profunda aflição. O último clamor de seu filho após horas de sofrimento ainda ecoa em seus ouvidos. Ainda é dia, mas o céu está escuro. A terra começa a tremer violentamente. (Mateus 27:45, 51) Para Maria, é como se Jeová estivesse mostrando ao mundo que sua tristeza pela morte de Jesus Cristo é maior do que a tristeza de qualquer outra pessoa.
Enquanto a luz da tarde começa a dissipar a escuridão que cobre Gólgota, ou Lugar da Caveira, Maria chora a perda de seu filho. (João 19:17, 25) É provável que muitas lembranças venham à sua mente. Uma delas, de 33 anos atrás. Quando ela e José acabavam de apresentar seu querido filho no templo em Jerusalém, um idoso chamado Simeão foi inspirado a fazer uma profecia. Ele predisse grandes coisas sobre Jesus, mas também disse que um dia Maria sentiria como se uma longa espada a traspassasse. (Lucas 2:25-35) Só agora, neste momento trágico, ela entende o real sentido daquelas palavras.
Em Gólgota, Maria chora de pesar quando Jesus morre
Maria sentiu um grande pesar
Dizem que a dor de perder um filho é a pior que existe. A morte é um inimigo terrível e causa muita dor a todos nós, de um jeito ou de outro. (Romanos 5:12; 1 Coríntios 15:26) É possível suportar essa dor? À medida que considerarmos a vida de Maria, desde o início do ministério de Jesus até um pouco depois de sua morte, entenderemos mais sobre a fé que a ajudou a suportar uma grande dor.
“O QUE ELE VOS DISSER, FAZEI”
Vamos voltar três anos e meio na história. Maria sentia que alguma coisa ia acontecer. Mesmo na pequena cidade de Nazaré, as pessoas falavam sobre João Batista e sua motivadora mensagem de arrependimento. Maria percebia que seu filho mais velho via essas notícias como um sinal: era hora de começar seu ministério. (Mateus 3:1, 13) A ausência de Jesus significaria grandes mudanças para Maria e sua família. Por quê?
É provável que José, o marido de Maria, já tivesse morrido. Maria sabia então o que significava perder alguém. * Jesus já não era mais chamado de “filho do carpinteiro”, mas sim de “o carpinteiro”. Pelo visto, Jesus tinha assumido os negócios do pai e o papel de provedor da família, que incluía no mínimo seis irmãos mais novos. (Mateus 13:55, 56; Marcos 6:3) Mesmo que Jesus estivesse preparando Tiago — provavelmente o segundo filho homem — para cuidar dos negócios da família, a partida do filho mais velho não seria fácil. Maria já tinha muitas responsabilidades. Será que ela estava ansiosa? Não podemos afirmar. Mas o mais importante é: como ela reagiria quando Jesus de Nazaré se tornasse Jesus Cristo, o tão aguardado Messias? A Bíblia nos revela algo sobre isso. — João 2:1-12.
Jesus foi até João para ser batizado, tornando-se assim o Ungido de Deus, ou Messias. (Lucas 3:21, 22) Então começou a escolher seus discípulos. Embora seu trabalho fosse urgente, ele tirava tempo para ficar com a família e os amigos em ocasiões alegres. Junto com sua mãe, seus irmãos e seus discípulos, ele foi a uma festa de casamento em Caná, cidade que pelo visto ficava no alto de uma montanha a uns 13 quilômetros de Nazaré. Durante a festa, Maria notou que havia um problema. Talvez ela tenha visto alguns parentes dos noivos trocando olhares entre si e cochichando. O vinho tinha acabado! Naquela cultura, esse tipo de falha causaria vergonha à família, comprometendo a ocasião. Preocupada com eles, Maria recorreu a Jesus.
“Eles não têm vinho”, disse ela a seu filho. O que ela esperava que ele fizesse? Não temos certeza, mas ela sabia que seu filho era um grande homem e faria grandes coisas. Ela talvez achasse que já tinha chegado o momento de Jesus começar. É como se ela dissesse: “Filho, por favor, faça alguma coisa!” A resposta de Jesus talvez a tenha deixado surpresa. Ele disse: “Que tenho eu que ver contigo, mulher?” Jesus não foi desrespeitoso, embora alguns pensem assim. Mas suas palavras continham uma leve censura. Ele estava relembrando sua mãe de que ela não devia lhe dizer como realizar seu ministério; esse era um direito exclusivo de seu Pai, Jeová.
Maria aceitou a correção, pois era uma mulher humilde e receptiva. Ela simplesmente disse aos empregados da festa: “O que ele vos disser, fazei.” Maria entendeu que agora ela e os outros deveriam obedecer a Jesus, e não o contrário. Jesus, por sua vez, demonstrou pelo casal a mesma compaixão de sua mãe. Ele fez seu primeiro milagre ao transformar água em vinho. Qual foi o resultado? “Seus discípulos depositaram nele a sua fé.” Maria também. Ela o via não apenas como seu filho, mas também como seu Senhor e Salvador.
Os pais hoje podem aprender muito da fé que Maria tinha. É claro que nenhum filho é perfeito como Jesus. Mas, independentemente disso, a transição de um filho para a fase adulta pode ser difícil para os pais. Eles talvez tenham a tendência de continuar a tratar o filho como criança, embora isso não seja apropriado. (1 Coríntios 13:11) Como os pais podem dar apoio aos filhos que já passaram da adolescência? Uma maneira é por expressar sua confiança de que os filhos continuarão a aplicar os ensinos da Bíblia. Isso pode significar muito para os filhos. Jesus sem dúvida valorizou o apoio de Maria durante os importantes anos à frente.
‘SEUS IRMÃOS NÃO EXERCIAM FÉ NELE’
Os Evangelhos não falam muito sobre Maria durante os três anos e meio do ministério de Jesus. Mas lembre-se de que provavelmente ela era viúva e talvez criasse sozinha os filhos mais jovens. É compreensível que ela não tenha acompanhado Jesus em sua pregação pelas cidades da região. (1 Timóteo 5:8) Mesmo assim, ela continuou a meditar nas coisas espirituais que havia aprendido a respeito do Messias e a assistir a reuniões em sua sinagoga local, como era o costume da família. — Lucas 2:19, 51; 4:16.
Então, é possível que ela estivesse na assistência quando Jesus falou na sinagoga em Nazaré.  Deve ter sido emocionante ouvir seu filho anunciar que uma antiga profecia messiânica estava se cumprindo nele. Mas também deve ter sido difícil ver que os nazarenos não o aceitavam. Eles até tentaram matar seu filho! — Lucas 4:17-30.
Também foi difícil para ela ver a reação de seus outros filhos. Vemos em João 7:5 que os quatro irmãos não tinham a mesma fé que sua mãe. Lemos: “Seus irmãos . . . não estavam exercendo fé nele.” Sobre as irmãs de Jesus — pelo menos duas — a Bíblia não diz nada. * Seja como for, Maria sofreu por viver num lar dividido em sentido religioso. Ela teve de se esforçar para permanecer leal à verdade divina e ao mesmo tempo tentar convencer os membros de sua família sem ser autoritária ou insistente.
Numa ocasião, um grupo de parentes — que sem dúvida incluía os irmãos de Jesus — decidiu conter Jesus à força. Eles até chegaram a dizer: “Ele perdeu o juízo.” (Marcos 3:21, 31) Maria com certeza não concordava com isso, mas os acompanhou, talvez na esperança de que eles aprendessem alguma coisa que despertasse sua fé. Será que isso aconteceu? Embora Jesus continuasse realizando obras notáveis e ensinando verdades maravilhosas, os outros filhos de Maria não acreditavam nele. Frustrada, é possível que Maria tenha pensado: ‘O que mais falta para convencê-los?’
Você vive num lar dividido em sentido religioso? O exemplo de Maria pode lhe ensinar uma grande lição. Ela não desistiu de seus parentes descrentes, mas deixou que eles vissem que sua fé lhe dava alegria e paz mental. Por outro lado, ela continuou a apoiar seu filho fiel. Será que ela sentia falta de Jesus e gostaria que ele estivesse em casa com ela e sua família? Em caso afirmativo, ela conseguiu controlar bem seus sentimentos. Ela achava um privilégio poder encorajar e apoiar Jesus. Você poderia também ajudar seus filhos a colocar Deus em primeiro lugar na vida?
‘UMA LONGA ESPADA A TRASPASSARIA’
Será que Maria foi recompensada por sua fé em Jesus? Jeová sempre recompensa quem demonstra fé, e o caso de Maria não foi exceção. (Hebreus 11:6) Imagine como ela se sentia ao ouvir os discursos de seu filho ou quando alguém lhe contava sobre eles.
Maria observa com carinho enquanto José ensina carpintaria a seu filho adolescente Jesus
Muitas ilustrações de Jesus foram influenciadas pelo treinamento que José e Maria lhe deram
Nas ilustrações de Jesus, será que Maria percebeu alguns vestígios da infância dele em Nazaré? Quando Jesus falou de uma mulher varrendo a casa à procura de uma moeda, moendo grãos para fazer farinha ou acendendo uma lâmpada e colocando-a num velador, será que Maria se lembrou daquele menino que ficava ao seu lado enquanto ela realizava essas tarefas? (Lucas 11:33; 15:8, 9; 17:35) Quando Jesus disse que seu jugo era benévolo, será que Maria se lembrou das tardes agradáveis em que José ensinava Jesus a fazer um jugo que fosse confortável para o animal que o usaria? (Mateus 11:30) Com certeza Maria ficou muito feliz com o privilégio que Jeová tinha dado a ela — ajudar a criar e ensinar o menino que se tornaria o Messias. Ela deve ter sentido uma alegria incomparável ao ouvir Jesus, o maior instrutor humano, usando objetos e cenários comuns como base de suas mais profundas lições!
Ainda assim, Maria continuou humilde. Jesus nunca deu a entender que sua mãe deveria receber louvor, muito menos adoração. Certa vez, durante seu ministério, uma mulher no meio da multidão disse que sua mãe devia ser realmente feliz por ter lhe dado à luz. Ele respondeu: “Não, antes: Felizes são os que ouvem a palavra de Deus e a guardam!” (Lucas 11:27, 28) E quando alguns numa multidão disseram a Jesus que sua mãe e seus irmãos estavam nas proximidades, ele disse que seus verdadeiros irmãos e mãe eram aqueles que acreditavam nele. Em vez de ficar ressentida, Maria entendeu o que Jesus quis dizer — laços espirituais são muito mais importantes que laços familiares. — Marcos 3:32-35.
Mas mesmo tendo compreendido isso, Maria sentiu uma dor indescritível ao ver seu filho sofrer uma morte agonizante numa estaca de tortura. O apóstolo João, que presenciou a execução de Jesus, mais tarde incluiu este significativo detalhe em seu relato: durante os últimos momentos de Jesus, Maria ficou “junto à estaca de tortura”. Nada poderia impedir que aquela mãe leal e amorosa ficasse com seu filho até o fim. Ao ver sua mãe, Jesus fez um grande sacrifício para falar, pois até mesmo respirar lhe causava muita dor. Ele pediu a um de seus fiéis seguidores, o amado apóstolo João, que cuidasse dela, visto que seus irmãos ainda não acreditavam nele. Dessa forma, Jesus mostrou como é importante que um cristão cuide de sua família, especialmente em sentido espiritual. — João 19:25-27.
Por fim, quando Jesus morreu, Maria sentiu como se uma longa espada a traspassasse, conforme havia sido predito. Mas três dias depois, sua dor se transformou numa alegria inimaginável. Maria soube que havia acontecido o maior de todos os milagres — Jesus tinha sido ressuscitado! E sua alegria aumentou ainda mais quando Jesus fez uma visita especial a seu meio-irmão Tiago. (1 Coríntios 15:7) Aquele encontro teve um bom efeito sobre Tiago e os outros meios-irmãos de Jesus. Depois disso, eles passaram a acreditar que Jesus era o Cristo. Em pouco tempo, estavam indo às reuniões cristãs com sua mãe e “persistiam em oração”. (Atos 1:14) Dois deles, Tiago e Judas, mais tarde escreveram livros da Bíblia.
Maria com seus filhos numa reunião cristã; um deles está comentando
Maria ficou muito feliz por ver seus outros filhos se tornarem cristãos leais
Na última vez que Maria é mencionada, ela está nas reuniões com seus filhos, orando. Que maneira apropriada de terminar o relato sobre Maria, e que belo exemplo ela deixou! Por causa de sua fé, ela suportou uma grande dor e, por fim, recebeu uma gloriosa recompensa. Se imitarmos sua fé, também suportaremos qualquer dor que esse mundo difícil nos cause e nossa recompensa será maior do que podemos imaginar.

Apóstolo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciência da Religião Dr. Edson Cavalcante.

quarta-feira, 28 de setembro de 2016

ENTRE O QUERER E O RENUNCIAR...


                                          ENTRE O QUERER E O RENUNCIAR...

João 3:1-21
“1E havia entre os fariseus um homem chamado Nicodemos, príncipe dos judeus. 2Este foi ter de noite com Jesus e disse-lhe: Rabi, bem sabemos que és mestre vindo de Deus, porque ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não for com ele. 3Jesus respondeu e disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus. 4Disse-lhe Nicodemos: Como pode um homem nascer, sendo velho? Porventura, pode tornar a entrar no ventre de sua mãe e nascer? 5Jesus respondeu: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito não pode entrar no Reino de Deus. 6O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito. 7Não te maravilhes de te ter dito: Necessário vos é nascer de novo. 8O vento assopra onde quer, e ouves a sua voz, mas não sabes donde vem, nem para onde vai; assim é todo aquele que é nascido do Espírito. 9Nicodemos respondeu e disse-lhe: Como pode ser isso? 10Jesus respondeu e disse-lhe: Tu és mestre de Israel e não sabes isso? 11Na verdade, na verdade te digo que nós dizemos o que sabemos e testificamos o que vimos, e não aceitais o nosso testemunho. 12Se vos falei de coisas terrestres, e não crestes, como crereis, se vos falar das celestiais? 13Ora, ninguém subiu ao céu, senão o que desceu do céu, o Filho do Homem, que está no céu. 14E, como Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do Homem seja levantado, 15para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.16Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. 17Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele. 18Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus. 19E a condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más. 20Porque todo aquele que faz o mal aborrece a luz e não vem para a luz para que as suas obras não sejam reprovadas. 21Mas quem pratica a verdade vem para a luz, a fim de que as suas obras sejam manifestas, porque são feitas em Deus.”
 Conforme está escrito no versículo 2, Nicodemos foi ao encontro de Jesus à noite. A pergunta que é possível fazer é: Por quê? É possível compreender a partir do que está escrito em João 12:42-43 que Nicodemos poderia ter medo do que os fariseus diriam e fariam se o encontrassem conversando com aquele carpinteiro, não por Ele ser um carpinteiro, mas pelo perigo que oferecia à autoridade do Sinédrio pelos sinais que fazia.
 João 12:42
“42Apesar de tudo, até muitos dos principais creram nele; mas não o confessavam por causa dos fariseus, para não serem expulsos da sinagoga. 43Porque amavam mais a glória dos homens do que a glória de Deus.”
 Muitos fariseus, incluindo Nicodemos, não confessavam que criam em Jesus por que amavam mais a posição e o reconhecimento que tinham perante a sociedade judaica, e não queriam perder esse prestígio dos homens.
 É interessante perceber que, ainda no versículo 2, Nicodemos reconheceu que Jesus era um mestre da parte de Deus, por isso O chama de Rabi e confessa ainda que não era possível que Ele fizesse os sinais que fazia se Deus não estivesse com Ele.
 Outra pergunta sobre este encontro entre Nicodemos e Jesus é: o que Nicodemos queria? Como Jesus conhecia o coração de Nicodemos, assim como conhece o coração de todos os homens, Ele respondeu que não é possível ver o Reino de Deus se não nascer de novo, conforme está escrito no versículo 3. Nicodemos queria algo além daquilo que já conhecia; talvez ele quisesse conhecer profundamente o poder de Deus que havia sido manifestado por tantos milagres no meio do povo de Israel: as pragas no Egito, a abertura do Mar Vermelho, etc.
 Nicodemos não entendeu a resposta de Jesus e fez uma pergunta infantil, conforme o versículo 4: “Como pode um homem nascer, sendo velho? Porventura, pode tornar a entrar no ventre de sua mãe e nascer?”.
 Então, Jesus respondeu que, para entrar no Reino de Deus, é necessário nascer da água e do Espírito. Como é provável que Nicodemos conhecia o batismo de João Batista, Jesus estava ensinando que era necessário reconhecer a mensagem de João Batista e aceitá-la (o batismo), para depois então receber o batismo do Messias, no Espírito, como João Batista disse e está relatado em João 1:33-34.
 João 1:33-34
“33E eu não o conhecia, mas o que me mandou a batizar com água, esse me disse: Sobre aquele que vires descer o Espírito e sobre ele repousar, esse é o que batiza com o Espírito Santo. 34E eu vi e tenho testificado que este é o Filho de Deus.”
 No versículo 6, Jesus explica a Nicodemos que não é possível a carne se tornar espírito, por isso é necessário o novo nascimento. Nicodemos continuou sem compreender o que Jesus dizia e foi confrontado por Ele como está escrito no versículo 10: “Tu és mestre de Israel e não sabes isso?”.
 Nos versículos 13, 14 e 15, Jesus responde à pergunta que Nicodemos havia feito (versículo 9) acerca de como pode alguém nascer de novo. O novo nascimento acontece pelo Filho (versículo 13), pela cruz (versículo 14) e pela fé (versículo 15).
 João 3:13-15
“13Ora, ninguém subiu ao céu, senão o que desceu do céu, o Filho do Homem, que está no céu. 14E, como Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do Homem seja levantado, 15para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.”
 Nicodemos reconhecia que Jesus era enviado por Deus, mas ainda não estava disposto a confessar isso diante da sociedade, provavelmente com medo de perder o reconhecimento que tinha. Essa atitude de Nicodemos não  é vergonhosa? Você não fica inconformado com essa atitude de Nicodemos? Como pode alguém reconhecer que algo é de Deus e não fazer qualquer coisa para ter isso?
 Da mesma forma que Nicodemos agiu naquele momento, nós também já agimos e talvez estejamos agindo.
Quer um exemplo bem simples? Você reconhece que a Bíblia é a Palavra de Deus, não é? Agora, pense com calma e responda: então, por que você não obedece a todos os princípios que estão contidos nela?
 De acordo com João 19:39, Nicodemos creu posteriormente no Senhor Jesus, o que é possível afirmar por ele ter participado do sepultamento de Jesus com as especiarias que ofereceu.
 João 19:38-40
“38Depois disso, José de Arimatéia (o que era discípulo de Jesus, mas oculto, por medo dos judeus) rogou a Pilatos que lhe permitisse tirar o corpo de Jesus. E Pilatos lho permitiu. Então, foi e tirou o corpo de Jesus. 39E foi também Nicodemos (aquele que, anteriormente, se dirigira de noite a Jesus), levando quase cem libras de um composto de mirra e aloés. 40Tomaram, pois, o corpo de Jesus e o envolveram em lençóis com as especiarias, como os judeus costumam fazer na preparação para o sepulcro.”
 Os versículos 20 e 21 do relato do encontro entre Nicodemos e Jesus são importantíssimos para a nossa reflexão neste estudo bíblico (João 3:20-21).
 João 3:20-21
“20Porque todo aquele que faz o mal aborrece a luz e não vem para a luz para que as suas obras não sejam reprovadas. 21Mas quem pratica a verdade vem para a luz, a fim de que as suas obras sejam manifestas, porque são feitas em Deus.”
 Conforme está escrito nos versículos acima, Jesus disse a Nicodemos que quem faz o mal aborrece a luz, mas quem pratica a verdade vem para a luz. No versículo 19, está relatado que a luz veio ao mundo, portanto torna-se importante entender o que ou quem é essa luz. Em João 8:12, Jesus disse “Eu sou a luz do mundo”.
 João 8:12
“12Falou-lhes, pois, Jesus outra vez, dizendo: Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida.”
 Jesus é a luz! Portanto, nos versículos 20 e 21 do capítulo 3 do evangelho segundo João, Jesus estava ensinando a Nicodemos que quem pratica o mal não vem até Ele, pois Ele faz com que tudo o que uma pessoa seja feito em verdade e seja exposto. Quem pratica o mal ou erra tem vergonha de expor seus erros, porém, para andar com Jesus, isso é fundamental.
 Por que as pessoas não querem aceitar que Jesus seja Senhor de suas vidas? Porque muitas têm medo que os seus erros sejam expostos e as pessoas descubram que elas não eram tão maravilhosas como pareciam. Por esse mesmo motivo, muitos fariseus não reconheceram que Jesus era o Messias, pois seria necessário deixar o que haviam conquistado e reconhecer os seus erros.
 Guarde isto: “Não reconhecer os seus erros só tem uma origem, O ORGULHO.”
 O orgulho impede que haja renúncia e arrependimento. Por isso, deixamos de aproveitar muitas oportunidades por causa do orgulho. Nicodemos poderia ter conquistado a vida eterna naquele momento em que conversava com Jesus, caso renunciasse a sua vida farisaica e decidisse segui-Lo.
 Com esse encontro de Nicodemos com Jesus, é possível aprendermos que, para alcançar algum objetivo, você deverá RENUNCIAR algo. Renunciar é deixar para trás.
 Para você cursar uma faculdade, é necessário deixar seu tempo de descanso e de lazer. Se você trabalha, a renúncia deve ser ainda maior, pois você acabará deixando até seu tempo reservado ao sono para realizar atividades propostas pelos professores.
 Se você deseja juntar dinheiro para investir em algo, às vezes é necessário renunciar alguns desejos para alcançar o seu objetivo.
 Para você estudar a Palavra de Deus, é necessário renunciar a um filme que queria assistir. Para você visitar uma pessoa, é necessário renunciar a um momento com a sua família.
Para adquirir a vida eterna, é necessário que você negue a sua própria vida por amor a Jesus, como Ele mesmo disse e está escrito em Lucas 9:23. Nesse versículo, renunciar significa esquecer os interesses próprios.
 Lucas 9:23
“23E dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome cada dia a sua cruz, e siga-me.”
 Observe que Jesus disse ainda que é necessário tomar a cruz (renunciar) diariamente para segui-Lo.
 João Batista renunciou a glória que poderia receber por ser filho de um sacerdote do templo para cumprir o objetivo de Deus para sua vida, indo morar no deserto e alimentando-se de mel e gafanhotos. Ele renunciou ainda a glória de ter muitos discípulos para que Jesus pudesse receber toda a glória que lhe era devida por ser o Messias, o Ungido de Deus (João 3:29-30).
 João 3:29-30
“29Aquele que tem a esposa é o esposo; mas o amigo do esposo, que lhe assiste e o ouve, alegra-se muito com a voz do esposo. Assim, pois, já
essa minha alegria está cumprida. 30É necessário que ele cresça e que eu diminua.”
 Quando os israelitas saíram do Egito para conquistar a terra prometida por Deus a Abrão (que posteriormente recebeu o nome de Abraão), eles precisaram renunciar o pouco que tinham na terra da escravidão, porém, mesmo após terem renunciado, voltaram atrás e murmuraram acreditando que o que tinham no Egito era melhor que aquilo que Deus havia preparado (Números 11:4-6 e Números 14:1-4).
 Números 11:4-6
“4E o vulgo, que estava no meio deles, veio a ter grande desejo; pelo que os filhos de Israel tornaram a chorar e disseram: Quem nos dará carne a comer? 5Lembramo-nos dos peixes que, no Egito, comíamos de graça; e dos pepinos, e dos melões, e dos porros, e das cebolas, e dos alhos. 6Mas agora a nossa alma se seca; coisa nenhuma há senão este maná diante dos nossos olhos.”
 Números 14:1-4
“1Então, levantou-se toda a congregação, e alçaram a sua voz; e o povo chorou naquela mesma noite. 2E todos os filhos de Israel murmuraram contra Moisés e contra Arão; e toda a congregação lhe disse: Ah! Se morrêramos na terra do Egito! Ou, ah! Se morrêramos neste deserto! 3E por que nos traz o Senhor a esta terra, para cairmos à espada e para que nossas mulheres e nossas crianças sejam por presa? Não nos seria melhor voltarmos ao Egito? 4E diziam uns aos outros: Levantemos um capitão e voltemos ao Egito.”
 Por causa dessa murmuração, o povo de Israel passou 40 anos no deserto até alcançar a terra prometida por Deus e os que murmuraram não conquistaram a terra (Números 14:20-23).
 Números 14:20-23
“20E disse o Senhor: Conforme a tua palavra, lhe perdoei. 21Porém, tão certamente como eu vivo e como a glória do Senhor encherá toda a terra, 22todos os homens que viram a minha glória e os meus sinais que fiz no Egito e no deserto, e me tentaram estas dez vezes, e não obedeceram à minha voz, 23 não verão a terra de que a seus pais jurei, e até nenhum daqueles que me provocaram a verá.”
 Você pode perguntar: “Já que eles renunciaram, por que não alcançaram a vitória?”. A resposta é: porque a renúncia se tornou pesada para eles. Isto é, eles acreditaram que a renúncia que fizeram já não valia mais a pena.
 Guarde isto em seu coração: Se a renúncia se tornou pesada para você, significa que você perdeu o foco e não consegue mais ver a vitória.
O povo de Israel permitiu que a renúncia se tornasse pesada para ele quando olhou para o que havia renunciado.
 Se você pensa “ah, tem quer ir à igreja hoje”, então significa que a renúncia se tornou pesada para você e você não sabe mais o seu papel no corpo de Cristo ou perdeu o foco da salvação que só há em Cristo.
Se você pensa “ih, tem reunião de oração hoje”, então a sua renúncia se tornou pesada e você se esqueceu de Cristo deseja que você lute como um soldado do exército Dele.
Se você, marido ou mulher, sai do trabalho e pensa “tá louco, tem que ir para casa agora”, então significa que você perdeu o foco do sucesso do seu relacionamento, e você esqueceu de que Deus quer curá-lo e fazê-lo vitorioso.
Se você tem o desejo de desistir do seu emprego ou da sua faculdade, então quer dizer que a renúncia que você fez para alcançar esses objetivos se tornou pesada.
 Porém, é necessário aprender com Aquele que fez a renúncia mais impressionante e absurda de todos os tempos, Jesus. Ele renunciou a Sua vida gloriosa para que todos os pecadores de todas as épocas fossem perdoados e pudessem adquirir a vida eterna. Jesus não buscou algo proveitoso para si mesmo, pois Ele decidiu morrer para que você e eu pudéssemos viver eternamente. Jesus se lembrava da renúncia que havia feito em todo o tempo, mas não como um peso em suas costas ou arrependido de ter renunciado, e sim com um amor incondicional por todos os homens.
 Para vencer, lembre-se todos os dias que você renunciou, mas não deixe que a renúncia se torne pesada em nenhum momento, pois, se isso acontecer, você desistirá de caminhar. Portanto, nunca perca a fé de que a vitória de Deus na sua vida se cumprirá, pois assim você sempre persistirá.
 A Bíblia relata a história de várias pessoas que renunciaram e venceram, e também relata a história de pessoas que desistiram de renunciar e, por isso, não alcançaram a vitória.
 Vitoriosos
Apóstolo Paulo
Pedro
João
Josué e Calebe
Perdedores
Judas Iscariotes: queria apenas um libertador do poder opressor dos romanos;
Saul: desistiu de obedecer a Deus para obedecer à sua própria vontade;
Uzias (2 Crônicas 26:1-23). Em 2 Crônicas 26:15, está relatado que ele prosperou muito “até que se tornou forte”. Quando deixou de fazer o que era reto diante do Senhor e decidiu queimar incenso ao Senhor no templo, foi atacado por lepra e morreu.
Guarde isto: não há renúncia sem fé, não há sem fé sem ouvir a Palavra de Deus (Romanos 10:17).
Romanos 10:17
“17De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus.”
 Deus ainda nos ensina que não há vida com Ele sem renúncia (Tito 2:11-14).
 Tito 2:12 (segundo a Nova Tradução da Linguagem de Hoje)
“11Pois Deus revelou a sua graça para dar a salvação a todos. 12Essa graça nos ensina a abandonarmos a descrença e as paixões mundanas e a vivermos neste mundo uma vida prudente, correta e dedicada a Deus, 13enquanto ficamos esperando o dia feliz em que aparecerá a glória do nosso grande Deus e Salvador Jesus Cristo.”
 Renuncie o que não vem de Deus e tenha a plena vitória Dele em sua vida, obedecendo-o.
Apóstolo. Capelão/Juiz. Mestre e Doutor em Ciência da Religião Dr. Edson Cavalcante.